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10 GESTÃO Educacional® abril de 2013 Para assinar: www.gestaoeducacional.com.br

caSEPor Carolina Mainardescarolina@humanaeditorial.com.br

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O aluno precisa olhar su-as atitudes cotidianas para dar início a um pensamen-

to sustentável. É com esse propó-sito que o professor de Ciências Edwardz Vingila, da Escola Santi, de São Paulo, inspira os alunos a adotarem um novo estilo de vida. Ele coordena o Núcleo do Pensamento Sustentável Santi (NUPSS), criado em 2011. “O objetivo do núcleo é o desenvolvimento de princípios, do pensamento sustentável, da ‘cria-ção’ de um indivíduo crítico cons-ciente”, afirma. O projeto nasceu por meio de uma iniciativa da esco-la, do professor e dos próprios alu-nos. “Começamos a discutir sobre

sustentabilidade e aliar a pesquisa científica com as situações do coti-diano”, conta Vingila. E completa: “não ter impacto [ambiental] é im-possível, a questão é ter atitudes que minimizem esses impactos: consu-mo consciente, reutilização das ma-térias, reciclagem. A questão defen-dida é o desenvolvimento da ética humana, o ser humano como cida-dão”.

Em encontros semanais de uma hora e 30 minutos de duração, o tra-balho do núcleo é desenvolvido com um grupo formado, em média, por 15 alunos que, segundo o professor, executam o trabalho com seriedade e empenho. Durante os encontros,

são promovidos debates sobre práti-cas sustentáveis e experiências, com a intenção de propor ações que vi-sem a redução do impacto ambien-tal. Os alunos são responsáveis pe-lo desenvolvimento de propostas e ações sustentáveis. O professor con-ta que também se coloca como par-ticipante: “meu voto vale a mesma coisa que o deles. Não existe uma hierarquização, mas uma reunião esclarecedora, uma pesquisa cor-rente e ações embasadas”. Vingila acrescenta que as ações do NUPSS não acontecem deliberadamente, mas tudo depende de pesquisa, le-vantamento de dados e discussões sobre a situação real.

Pensamento sustentávelProjeto de escola de São Paulo visa desenvolver princípios e criar indivíduos críticos e conscientes

Fotos: Divulgação

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E o resultado do trabalho já é vi-sível. Entre as atividades desenvol-vidas, destacam-se os jogos de des-carte correto de lixo. O professor conta que eles abrem todos os re-cipientes de lixo da escola e verifi-cam o que está sendo descartado corretamente e o que precisa me-lhorar. A meta é apontar onde des-cartar o lixo corretamente. O grupo do NUPSS também já trabalhou na instalação de um canecário, com o objetivo de diminuir o uso de copos plásticos; na redução do nível de va-zão de água do bebedouro, a fim de evitar a perda de água potável; e na produção de uma composteira, on-de o lixo orgânico transforma-se em matéria-prima para a produção de adubo e fertilizante natural. “Não é um projeto que acontece de um dia para o outro, é um projeto que leva tempo. É o desenvolvimento de um pensamento consciente”, explica.

Segundo Adriana Cury Sonnewend, diretora geral da Escola Santi, a ideia é conscienti-zar os estudantes a respeito do meio ambiente e de uma atitude susten-tável. “O objetivo é que as ações realizadas pelo Núcleo tenham re-percussão dentro e fora da escola, fazendo com que os alunos possam ser indivíduos atuantes na socieda-de, que possam fazer a diferença”, ressalta.

Adriana destaca, ainda, que o colégio busca inserir ações e o pen-samento sustentável no cotidiano escolar. “É um desafio, procuramos imprimir só o necessário, utilizan-do a frente e o verso do papel; sepa-ramos o lixo [reciclável] e doamos a uma cooperativa; temos espaços com vidro policarbonato no prédio, para usar menos energia elétrica; produtos de material reciclado, co-mo estantes feitas de bobina de pa-pelão, cadeiras confeccionadas com garrafas de PET; e nas festas juni-nas fazemos bandeirinhas com re-

vistas e jornais”, elenca a direto-ra. Em relação ao NUPSS, Adriana afirma que a escola “super abraçou” a causa. “São atitudes, acreditamos, que fazem a diferença, e, certamen-te, os alunos levam o exemplo pa-ra casa”, diz.

O professor de Ciências comen-ta, ainda, que a escola promove vi-sitas e saídas de campo para estu-dos do meio, como navegação no Rio Tietê. “A sustentabilidade está na filosofia da escola”, afirma. Ele explica que o Núcleo é o lugar pa-ra a discussão sobre o tema e a de-finição das ações a serem desenvol-vidas, que depois são apresentadas para toda a escola. A participação dos alunos no NUPSS é voluntá-ria e não há notas pelos trabalhos realizados.

QuinTO ElEmEnTOVingila enfatiza que Aristóteles di-zia que tudo é construído por qua-tro elementos: terra, fogo, água e ar. Para formar todas as substâncias, a receita era misturar os elemen-tos, uns em maior e outros em me-nor quantidade. “Havia uma maté-ria que ele não entendia: o quinto elemento. Quando você abre o vi-nho, há os quatro elementos dentro da garrafa, e a quinta essência, aque-la que te convida a provar os outros quatro elementos. A paixão, no me-lhor sentido da palavra, mostra essa quinta essência para a humanidade. É exatamente isso que despertará a vontade dos alunos e o interesse de-les em conhecer as quatro essências anteriores”, acredita o professor. E su-gere, para aqueles que pretendem in-serir o tema sustentabilidade na es-cola, partir de questionamentos para movimentar os alunos: “quanto você gasta de papel? Quanto gasta de ma-terial?”, e reforça que o indivíduo pre-cisa olhar suas atitudes no dia a dia para então começar a desenvolver um pensamento sustentável. G

alunos do nuPSS em ação: separação do lixo, produção de composteira e teste do bebedouro

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