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VÂNIA LÚCIA MORSANI MORDENTE
AVALIAÇÃO “IN VITRO” DO SELAMENTO APICAL DE TRÊS DIFERENTES TÉCNICAS DE
OBTURAÇÃO DE CANAIS RADICULARES
FACULDADE DE ODONTOLOGIA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
BELO HORIZONTE 2003
VÂNIA LÚCIA MORSANI MORDENTE
AVALIAÇÃO “IN VITRO” DO SELAMENTO APICAL DE TRÊS DIFERENTES TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO DE
CANAIS RADICULARES
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do titulo de Mestre em Clínicas Odontológicas Ênfase: Endodontia Orientador: Prof. Dr. Frank Ferreira Silveira
FACULDADE DE ODONTOLOGIA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
BELO HORIZONTE 2003
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Mordente, Vânia Lúcia Morsani
Avaliação in vitro do selamento apical de três diferentes técnicas de obturação de canais radiculares / Vânia Lúcia Morsani Mordente. – Belo Horizonte, 2003.
127f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Frank Ferreira Silveira. Dissertação (mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, Faculdade de Odontologia. Bibliografia.
1. Endodontia. 2. Infiltração dentária. 3. Obturações (Odontologia). 4.
Canal radicular – Tratamento. I. Silveira, Frank Ferreira. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314.18
M834a
Bibliotecária – Marlene de C. Silva Santisteban – CRB 6/1434
Dissertação defendida e aprovada em ------ de ---------------- de 2003,
pela banca examinadora constituída pelos professores:
DEDICATÓRIA
A DEUS, por estar comigo em todos os momentos e colocar à minha frente
pessoas como o Prof. Quintiliano Diniz de Deus que ajudou no meu
crescimento pessoal e profissional.
Ao Sérgio, meu esposo,
cuja colaboração foi imprescindível para a realização deste trabalho.
Às minhas filhas, Bárbara e Carolina
que souberam compreender minhas ausências, transmitindo-me força e
entusiasmo para continuar e alcançar mais esta vitória.
Aos meus pais, Maria e Belmiro (in memorian)
que souberam semear, regar, esperar crescer,
colher e frutificar e ainda hoje conseguem revigorar este amor.
Sua luta diária é sempre um estímulo para seus filhos.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Frank Ferreira Silveira, meu orientador,
pela paciência, dedicação e por compartilhar seus conhecimentos.
Ao Prof. Dr. Eduardo Nunes,
meu reconhecimento e gratidão pelos ensinamentos e amizade.
À Profa. Dra. Maria Ilma Souza Côrtes
por ter reconhecido o quanto esta etapa significa em minha vida.
Aos meus amigos,
Prof. Rogério Machado, Profa. Maria Rita de Freitas,
Prof. Nelson Figueiredo, pelo companheirismo e amizade em todos as
atividades que juntos realizamos no curso e fora dele.
À Maria Inêz Vieira Machado,
pela ajuda e apoio que recebi durante todo este tempo.
Sua importante e desinteressada colaboração foram fundamentais.
À Eliana Paoliello, amiga incondicional,
pela grande ajuda na interpretação e leitura dos textos.
À Regilena Alves de Freitas Souza e Rosana Matos,
bibliotecárias da PUC Minas pela ajuda na pesquisa.
Aos colegas de Mestrado pela agradável convivência.
A todos que, direta ou indiretamente,
contribuíram para a realização deste estudo.
Ao CETEC (Centro Tecnológico)
pela contribuição para elaboração deste estudo, especialmente ao Mário Lúcio
Tallarico, Margarete, Rondinele Luis e Elaine dos Reis
Preço da luz
Aprende com a pedra
a lição do fogo:
sem profunda fricção
não irrompe das entranhas
a luz!
(D. Hélder Câmara)
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................... 13
2. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................... 20
2.1 Técnica da condensação lateral ........................................ 20
2.2 Técnica de onda contínua de condensação....................... 39
2.3 Técnica híbrida de Tagger ................................................. 48
3. PROPOSIÇÃO ......................................................................... 65
4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................... 67
5. RESULTADOS .......................................................................... 76
6. DISCUSSÃO ............................................................................. 99
6.1 Métodos ............................................................................. 100
6.2 Resultados ......................................................................... 106
7. CONCLUSÃO............................................................................ 114
8. SUMMARY ................................................................................ 116
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 118
ANEXO...................................................................................... 127
LISTA DE TABELAS 1. Distribuição dos grupos experimentais de acordo com as
técnicas de obturação ............................................................... 70
2. Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica da
condensação lateral .................................................................. 76
3. Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica de
onda contínua de condensação ................................................ 77
4. Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica
híbrida de Tagger ...................................................................... 78
5. Medidas lineares das infiltrações encontradas no grupo
controle positivo ........................................................................ 79
6. Medidas lineares das infiltrações encontradas no grupo
controle negativo ....................................................................... 79
7. Medidas descritivas e comparativas entre os três grupos
quanto à medida da infiltração apical ........................................ 80
LISTA DE GRÁFICOS 1. Medidas descritivas e comparativas entre os três grupos
quanto à medida da infiltração apical ........................................ 81
2. Histograma dos dados referentes à medida de infiltração
apical (mm) através da técnica de condensação lateral............ 82
3. Histograma dos dados referentes à medida de infiltração
apical (mm) através da técnica de onda contínua de
condensação ............................................................................. 82
4. Histograma dos dados referentes à medida de infiltração
apical (mm) através da técnica de híbrida de Tagger ............... 83
5. Box-plot dos dados referentes à medida de infiltração apical
(mm).......................................................................................... 84
LISTA DE FIGURAS 1. Técnica da condensação lateral - visão interna - dente 3a ................. 85
2. Técnica da condensação lateral - visão externa - dente 3a................. 85
3. Técnica da condensação lateral - visão interna - dente 5a ................. 86
4. Técnica da condensação lateral - visão externa - dente 5a................. 86
5. Técnica da condensação lateral - visão interna - dente 9b.................. 87
6. Técnica da condensação lateral - visão externa - dente 9b ................ 87
7. Técnica da condensação lateral - visão interna - dente 11b................ 88
8. Técnica da condensação lateral - visão externa -dente 11b ............... 88
9. Téc. onda contínua de condensação - visão interna - dente 12a ........ 89
10. Téc. onda contínua de condensação - visão externa - dente 12a ...... 89
11. Téc. onda contínua de condensação - visão interna - dente 5b .......... 90
12. Téc. onda contínua de condensação - visão externa - dente 5b ........ 90
13. Téc. onda contínua de condensação - visão interna - dente 2a ......... 91
14. Téc. onda contínua de condensação - visão externa - dente 2a ......... 91
15. Téc.onda contínua de condensação - visão interna - dente 15a – 15b 92
16. Téc.onda contínua de condensação- visão externa - dente 15a – 15b 92
17. Técnica híbrida de Tagger - visão interna - dente 4a .......................... 93
18. Técnica híbrida de Tagger - visão externa - dente 4a ........................ 93
19. Técnica híbrida de Tagger - visão interna - dente 4b ......................... 94
20. Técnica híbrida de Tagger - visão externa - dente 4b ......................... 94
21. Técnica híbrida de Tagger - visão interna - dente 6a 6b .................... 95
22. Técnica híbrida de Tagger - visão externa - dente 6a 6b .................... 95
23. Técnica híbrida de Tagger - visão interna - dente 9a 9b .................... 96
24. Técnica híbrida de Tagger - visão externa - dente 9a 9b .................... 96
25. Controle negativo - dente 2a 2b .......................................................... 97
26. Controle positivo - visão externa - dente 4a 4b.................................... 97
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
# Número
CETEC Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
CPC Comprimento patente do canal
CT Comprimento de trabalho
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
F Fine
FM Fine médium
M Medium
ML Medium large
NaOCl Hipoclorito de sódio
rpm Rotações por minuto
SCR Sistema de canais radiculares
RESUMO O objetivo deste estudo in vitro foi comparar três diferentes técnicas de
obturação do canal radicular quanto à infiltração apical. Foram utilizados 114
canais de raízes mesiais de molares inferiores extraídos de humanos, que
foram radiografados para mensurar a curvatura pelo método de Schneider. Os
canais foram preparados com instrumentos de níquel-titânio acionados a motor,
técnica ProSystem GT, empregando como solução irrigadora hipoclorito de
sódio a 2,5%. Realizada a impermeabilização da superfície dentária externa,
exceto na região do forame apical, os dentes foram divididos aleatoriamente
em três grupos: I) técnica da condensação lateral; II) técnica de onda contínua
de condensação; III) técnica híbrida de Tagger. Em seguida foram imersos em
tinta nanquim por cinco dias, diafanizados, sendo a infiltração apical
mensurada em milímetros, utilizando-se uma lupa estereoscópica. Os
resultados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo método Kruskal-
Wallis. De acordo com a metodologia e os estudos deste trabalho, pôde-se
concluir que o grupo tratado pela técnica da condensação lateral apresentou
uma medida de infiltração significativamente superior aos outros dois grupos.
Além disso, os grupos tratados pelas técnicas de onda contínua de
condensação e híbrida de Tagger não diferem significativamente entre si.
INTRODUÇÃO 13
1. INTRODUÇÃO
O sucesso da terapia endodôntica depende, em grande parte, do selamento do
canal radicular. Para tanto, é importante que durante as manobras de
obturação do canal radicular se consiga um bom vedamento, preenchendo os
espaços vazios que foram ampliados durante o preparo químico-mecânico,
para isolar o interior do dente do meio bucal e da região apical, dificultando a
penetração de fluídos bucais ou microrganismos para os tecidos periapicais
(ROMEIRO et al., 1985).
VALDRIGHI (1976) mostrou a importância de não se deixar espaço vazio no
terço apical durante a obturação. Ele considerou que o processo de reparação,
no periápice, é dificultado pela presença de espaços vazios no terço apical da
obturação. Já INGLE et al. (1985) relataram que cerca de 60% das falhas do
tratamento endodôntico foram atribuídas a uma obturação incompleta do
sistema de canais radiculares, embora outros fatores, como o deficiente
vedamento coronário, a sobre ou sub instrumentação, a irrigação e formatação
inadequadas possam contribuir para o insucesso do tratamento.
Um canal hermeticamente obturado, nas três dimensões, impede a percolação
e microinfiltração do exsudato periapical, dificultando sua reinfecção e criando
um ambiente favorável para que se processe a cicatrização tecidual (GUTMAN
& WITHERSPOON, 2000). O preenchimento tridimensional ao término da
obturação do sistema de canais radiculares, com selamento do forame e de
INTRODUÇÃO 14
deltas apicais, impedindo a microinfiltração de fluidos e de microrganismos tem
sido almejado (SEN et al., 1995).
Em 1967, divulgando sua técnica de obturação, SCHILDER percebeu que para
eliminar irritantes tais como produtos de degradação de proteínas, bactérias e
toxinas bacterianas, havia necessidade de limpeza e modelagem de todo o
sistema de canais radiculares, para obtenção de uma obturação tridimensional.
Uma das técnicas de obturação de eleição, pela maioria dos clínicos, é a
técnica da condensação lateral. Não exige para sua realização, manobra
espetacular alguma e, nem tampouco, o preciosismo individual (DE DEUS,
1992). É simples, rápida, além de servir de padrão de comparação para novas
técnicas (WU & WESSELING, 1993), podendo ser utilizada em grande número
de casos. Trabalhos de pesquisa têm evidenciado sua capacidade de
proporcionar um bom vedamento marginal, especialmente no terço apical
(BEATTY et al., 1986; BEER et al., 1987; VEIS et al., 1994). Entretanto,
COHEN & BURNS (2000) relatam que essa técnica não produz a fusão dos
cones em uma massa única. Além disto, os cones acessórios, quando
comprimidos, tendem a formar espaços indesejáveis de cimento na massa de
obturação, concentrando-se mais no terço médio e cervical do canal radicular.
Apesar de ser a técnica mais difundida mundialmente, a condensação lateral
tem encontrado muitos críticos, que se apóiam no fato da mesma não oferecer
uma obturação tridimensional do sistema de canais radiculares (DALAT &
SPANGBERG, 1994; HAIKEL et al., 2000; SMITH et al., 2000).
INTRODUÇÃO 15
Mediante importantes considerações citadas a respeito da necessidade de se
obter uma obturação hermética e tridimensional, Mc SPADDEN (1980)
introduziu a técnica da termocompactação da guta-percha, que visava a
plastificação pelo calor e condensação do material obturador, por intermédio de
um instrumento semelhante à lima de Hedströen invertida, que acoplado a um
contra-ângulo girando em sentido horário, plastificava por fricção e condensava
lateral e verticalmente a guta-percha amolecida.
TAGGER (1984) aliou à técnica da condensação lateral o uso dos
termocompactadores de Mc Spadden, desenvolvendo, assim, a chamada
técnica híbrida de obturação dos canais radiculares, que consiste na realização
da condensação lateral ativa apenas no terço apical, empregando em seguida
os compactadores que têm sua ação limitada no terço médio e cervical do
conduto. A técnica tem como finalidade a obtenção de uma obturação
tridimensional, sem o indesejável extravasamento do material obturador.
Em 1987, BUCHANAN, com o apoio da Analytic Technology começou o
desenvolvimento de uma técnica que seria mais tarde chamada de
“Continuous Wave of Condensation Obturation Technique” (obturação com
onda contínua de condensação). Esta técnica foi idealizada com a finalidade de
proporcionar melhores resultados, com menos instrumentos e em menor
período de tempo, visando substituir quatro passos de procedimentos de
obturação de sistemas de canais radiculares normalmente empregados. O
desenvolvimento de um aparelho denominado “System B”, que é similar a uma
fonte de calor “Touch N’ Heat”, proporciona o aquecimento da guta-percha
INTRODUÇÃO 16
através de ondas contínuas de calor, porém, o seu suporte elétrico foi
desenvolvido para ser também um condensador, oferecendo possibilidade da
guta-percha ser, simultaneamente termoplastificada e condensada
(BUCHANAN, 1996).
Atualmente, as técnicas termoplastificadas têm sido amplamente utilizadas, no
sentido de obter uma obturação compacta e homogênea em toda a extensão
do canal, em um curto espaço de tempo (WALTON & TORABINEJAD, 1997).
ELDEEB (1985), estudando a qualidade do selamento apical das técnicas de
condensação lateral e guta-percha plastificada a 160ºC, constatou que entre as
duas técnicas não houve diferença significativa na penetração do azul-de-
metileno. Vários estudos comprovaram estes resultados (LARES & ELDEEB,
1990; FABRA-CAMPOS, 1993; ABARCA et al., 2001). Por outro lado,
MIRANZI et al. (2000), analisando as técnicas termoplásticas de obturação do
sistema de canais radiculares (SCR), observaram melhor preenchimento das
reentrâncias do sistema de canais radiculares, com obturações mais
homogêneas e melhor adaptação do material obturador às paredes dos canais
radiculares.
As técnicas de termoplastificação da guta-percha para obturação dos SCR têm
sido uma constante na literatura endodôntica, onde a hermeticidade tem sido
comprovada por meio de testes de selamento marginal, através de infiltração
de corantes, que é o método mais popular para avaliação. WU & WESSELINK,
em 1993, avaliando trabalhos de infiltração de corantes publicados entre 1980
e 1990, observaram que a técnica da condensação lateral em canais
INTRODUÇÃO 17
unirradiculados retos foi a mais utilizada. Já BIESTERFELD & TAINTOR, em
1980, estudando o selamento apical relatam que os trabalhos com esse
objetivo podem sofrer alterações devido à instrumentação, ao tipo de cimento
usado na obturação, ao tamanho do ápice radicular, à densidade apical do
material obturador e ao tempo em que as amostras ficaram em contato com o
corante. Seus resultados indicam, ainda, que a sobreextensão da obturação é
melhor no selamento que a subextensão.
A maioria dos trabalhos de infiltração apical em dentes unirradiculados utiliza o
processo de clivagem das raízes (DALAT & SPANGBERG, 1994; WELLER et
al.,1997; GOLDBERG et al., 2000; NAMAZIKHAH et al., 2000; SILVA NETO et
al., 2001; GUESS et al., 2001; BONETTI FILHO et al., 2001; ZMENER et al.,
2002; GUESS et al., 2003). Entretanto, a grande preocupação do tratamento
endodôntico, está relacionada ao tratamento dos molares, pela dificuldade
anatômica e que, mesmo sendo evidente a existência de uma correlação entre
a anatomia interna e externa da raiz, é importante considerar que os canais se
apresentam de forma diferenciada. Neste aspecto, não se tem observado
trabalhos de infiltração apical utilizando separação de raízes de molares,
possivelmente pela grande dificuldade de execução, principalmente em relação
à separação das raízes. Segundo MARTIN et al. (2002) os resultados de
infiltração foram mais bem determinados quando da análise dos dentes sob o
método de diafanização. Este método é relativamente simples e rápido, de
baixo custo e não necessita de complexas aparelhagens, permitindo uma visão
tridimensional do SCR e possibilitando observar a anatomia dos canais
radiculares com acuidade, revelando por transparência, suas curvaturas
INTRODUÇÃO 18
e interligações (ROBERTSON et al., 1980; PÉCORA, 1993). Entretanto,
poucos trabalhos utilizando o método de diafanização em molares têm sido
descritos.
Visto a escassez de trabalhos sobre infiltração apical executados em molares
com canais curvos, esta pesquisa tem como objetivo avaliar a capacidade
seladora da técnica da condensação lateral, da técnica híbrida de Tagger e da
técnica de onda contínua de condensação, através da medição linear da
infiltração de corante nos ápices radiculares das amostras utilizando o método
de diafanização.
REVISÃO DA LITERATURA 20
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Técnica da condensação lateral
LEONARDO et al. (1980) relatam que a técnica de condensação lateral requer
o uso de cones de guta-percha sempre associados a cimentos ou pastas, que
são imprescindíveis, e que essas substâncias atribuem um melhor selamento
em razão da sua capacidade de maior adaptação ás paredes do canal
radicular. Existem fatores quanto à condensação lateral que são peculiares ao
profissional como, por exemplo, a pressão exercida sobre os cones, como
também inerentes à própria técnica, uma vez que são variados os tipos de
instrumentos empregados nesse ato operatório, como os espaçadores “Finger
Plugger” , os condensadores laterais tipo “Ponta de Rhein”, entre outros.
Comparando a técnica da condensação lateral com a do cone único, foi
evidenciado melhor resultado para a condensação lateral quanto ao selamento
apical.
MANN & McWALTER (1987) compararam a habilidade de selamento apical da
técnica da condensação lateral e técnica da guta percha termoplastificada
(Sistema Obtura) em canais retos e curvos. Foram selecionados 48 primeiros
pré-molares inferiores de humanos com canal único e grau de curvaturas
menores que 5º foram considerados canais retos, enquanto os curvos foram
selecionados com ângulos de 25º ± 10º. Todos os canais foram instrumentados
com procedimento de “stepback” e recapitulação, sendo irrigados com 0,5ml de
NaOCl a 2,6% a cada troca do instrumento e obturados utilizando-se o cimento
Roth´s 801. Os dentes foram separados em 10 pares de canais retos e 10
REVISÃO DA LITERATURA 21
pares de canais curvos. Para cada par, um dente era obturado pela técnica da
condensação lateral e o outro pela técnica da guta-percha termoplastificada
(Sistema Obtura). Oito dentes, quatro canais retos e quatro canais curvos
foram considerados grupo controle. Após as obturações os acessos foram
selados com Cavit e os dentes foram radiografados na posição orto e angulada
para avaliar a qualidade da obturação. Toda a superfície das raízes, exceto
1mm apical, foi coberta com três camadas de verniz de nitrocelulose e os 2 a
3mm apicais foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por sete dias
a 37ºC. Cortes horizontais foram realizados nas raízes a cada 1mm a partir do
ápice até 6mm com uma lamina diamantada fina sob refrigeração. Se a
infiltração do corante estava presente no nível de 6mm então cortes adicionais
foram realizados. Todos os cortes dos dentes foram examinados por dois
avaliadores utilizando estereomicroscópio e os dados analisados
estatisticamente. Os resultados indicaram que não havia diferença
estatisticamente significante entre os dois métodos de obturação, apesar do
grupo da condensação lateral apresentar menor infiltração. Comparando a
infiltração em todos os dentes com canais retos e curvos sem levar em
consideração a técnica utilizada não havia diferença estatisticamente
significante.
AMDITIS et al. (1992) pesquisaram a relação entre a adaptação às paredes do
canal radicular, a infiltração apical e a qualidade radiográfica de obturação das
seguintes técnicas de obturação: técnica de condensação lateral, técnica de
condensação de Mc Spadden, técnica de ativação ultra-sônica (ENAC) e a
técnica de guta-percha termoplastificada (UTRAFIL). Foram utilizados 44
REVISÃO DA LITERATURA 22
dentes de humanos extraídos com canal único, que foram instrumentados
através da técnica “step-back” e utilizou-se uma lima Hedströem a 3mm aquém
do comprimento de trabalho para melhorar o “flare” do canal preparado. Os
dentes foram separados aleatoriamente em quatro grupos de 10 dentes para
cada técnica e quatro dentes para grupo controle. O cimento utilizado foi o
ProcoSol sealer, e após a obturação a guta-percha foi removida do interior do
canal deixando apenas 6mm apical. Radiografias orto e anguladas foram
obtidas e os dentes armazenados por 24 horas a 37ºC em 100% de umidade
relativa. Toda a superfície da raiz exceto 1mm apical foi coberta com duas
camadas de esmalte para unha. Para avaliar a adaptação e selamento dos
canais obturados foi utilizado o método eletroquímico, a infiltração linear de
corante (azul de metileno a 2% por quatro horas) e avaliação radiográfica. Os
autores verificaram que, em relação à infiltração apical, através do método
eletroquímico, as diferenças entre as técnicas eram relativamente ínfimas,
apesar de a técnica de condensação lateral apresentar o maior número de
dentes sem infiltração. A adaptação nos 6mm apicais, radiograficamente, foi
similar para todas as técnicas, e um maior controle com relação ao
comprimento de trabalho obturado do canal foi demonstrado pelas técnicas de
condensação lateral e de ativação ultra-sônica.
DALAT & SPANGBERG (1994) compararam a infiltração apical entre as
técnicas do cone único, técnica da condensação lateral, técnica da
condensação vertical, Thermafil e Ultrafil utilizando o método de infiltração de
corante a vácuo. As coroas de 79 dentes anteriores superiores de humanos
foram seccionadas na junção cemento esmalte e os canais foram
REVISÃO DA LITERATURA 23
instrumentados até uma lima tipo K # 45 no comprimento de trabalho
empregando a técnica escalonada. O corpo do canal foi alargado com Gates
Glidden # 3 e # 4 e a irrigação foi feita com NaOCl a 1% depois do uso da cada
lima. O cimento utilizado foi o AH26, e após a obturação as cavidades seladas
com Cavit. Os dentes foram divididos aleatoriamente em cinco grupos
experimentais contendo 15 dentes cada, dois controles positivo e dois controles
negativo. Depois de obturados, todos os dentes foram radiografados nas
posições vestibular e mesial e mantidos à 37ºC por uma semana em 100% de
umidade. As raízes foram cobertas com duas camadas de esmalte de unha e
cera pegajosa até 2mm do ápice, e imersas em um frasco contendo solução
aquosa de azul de metileno a 2% e submetido a um ambiente a vácuo por 30
minutos. Na seqüência, os dentes eram imersos por mais sete dias a 37ºC.
Após a remoção da cera e esmalte os dentes foram cortados,
longitudinalmente, na direção vestíbulo-lingual e com o auxílio de um
estereomicroscópio, mediu-se a infiltração na porção apical final, e uma nova
medida foi realizada na parede do canal após a remoção da guta-percha,
prevalecendo a maior medida. Os dados foram submetidos à análise estatística
e o resultado não apresentou diferença estatisticamente significante entre as
cinco técnicas de obturação, apesar da grande variação da infiltração até
mesmo dentro de um mesmo grupo.
Um estudo comparativo do selamento apical utilizando a técnica da
condensação lateral e da guta-percha plastificada mecanicamente (JS QUICK-
FILL) com o cimento AH26 foi realizado por PALLARÉS & FAUS (1995). Foram
obturados vinte incisivos centrais com cada técnica após a instrumentação
REVISÃO DA LITERATURA 24
pela técnica “step-back” 1mm aquém do ápice e a patência foi feita com lima
tipo K # 10. Todos os quarenta dentes foram imersos em tinta da Índia por 72
horas, diafanizados e medidos em microscópio com uma grade calibrada. Os
resultados indicaram que a penetração linear de tinta foi similar entre as duas
técnicas.
SHAKESPARE & DONNELLY (1997) compararam a infiltração apical entre as
técnicas de obturação JS QUICK-FILL (guta-percha mecanicamente
plastificada) e a técnica da condensação lateral. Para tanto instrumentaram 34
canais de forma cônica utilizando a instrumentação pela técnica da força
balanceada (lima Flex-R). O cimento utilizado foi o Roth 801. Os dentes foram
separados em dois grupos de 15 e dois grupos de dois espécimes para
controle positivo e negativo. Após a obturação todas as cavidades de acesso
foram seladas com amalgama e as superfícies impermeabilizadas com esmalte
de unha exceto os 2mm apicais. Após sete dias imersos em nanquim os
dentes foram diafanizados e a infiltração apical foi medida através de
estereomicroscópio. Os autores concluíram que a infiltração apical para
técnica da condensação lateral foi significantemente menor que a técnica JS
QUICK-FILL.
Uma comparação foi realizada por CANALDA-SAHLI et al. (1997) sobre o
selamento apical proporcionado por duas técnicas de guta-percha
termoplastificada (técnica multifase da guta-percha e JS Quickfill) com a
técnica de condensação lateral. Foram utilizados 70 dentes de humanos
extraídos com um único canal que foram instrumentados pela técnica “step-
REVISÃO DA LITERATURA 25
back” até que a lima tipo K # 40 alcançasse a constrição apical. A porção
coronal foi dilatada com brocas de Gates Glidden # 2 e # 3 e os canais
irrigados com NaOCl a 2,5%. Os dentes foram divididos em três grupos
experimentais de 20 espécimes e dois grupos controle com cinco dentes cada.
O cimento AH Plus foi utilizado em todo o grupo experimental. Os dentes foram
radiografados nas posições vestíbulo lingual e mantidos a 37ºC a 100% de
umidade por 48 horas. Os dentes foram, então, cobertos com três camadas de
esmalte para unhas exceto os 3mm apicais e imersos em nanquim por 48
horas, desmineralizados, e examinados com estereomicroscópio. Os dados
foram analisados estatisticamente e constatou-se que não foram encontradas,
entre as técnicas, diferenças estatisticamente significantes, concluindo-se que
as novas técnicas de termoplastificadas podem ser empregadas com êxito para
a obturação de canais amplos, tanto como para canais curvos.
WOLCOTT et al., em 1997, avaliaram a técnica de obturação da condensação
lateral e a técnica de um carrier rígido coberto por guta-percha (Tulsa Dental)
em relação à capacidade de obturação de canais laterais e o canal principal.
Trinta blocos de resina epóxica com um único canal principal # 50 e cinco
canais laterais colocados em vários ângulos do canal principal foram utilizados.
Uma lima tipo K # 10 foi utilizada para certificar a patência de todos os canais,
inclusive os laterais. Estes blocos foram divididos em dois grupos
aleatoriamente. Grupo 1: condensação lateral. Grupo 2: carrier rígido coberto
por guta-percha (Tulsa Dental). Todos os blocos foram obturados com cimento
Roth 801. No grupo da condensação lateral era utilizado um cone principal # 50
e o condensador era levado a um comprimento de 1mm mais curto do que o
REVISÃO DA LITERATURA 26
comprimento original do canal, e as pontas de guta-percha acessórias eram
inseridas na mesma profundidade da penetração do condensador. No grupo do
carrier rígido coberto com guta-percha era utilizado um obturador # 50, o qual
era aquecido no forno Thermaprep antes da inserção no canal. Um explorador
endodôntico (EXDG16, Hufriedy) era colocado passivamente no interior do
canal ainda com a guta-percha amolecida, para se adicionar à obturação
pontas de guta-percha (fine, Hygienic). Os blocos eram armazenados por, no
mínimo, sete dias à uma temperatura ambiente e 100% de umidade relativa, e
então seccionados com Isomet Plus preciso, em uma direção perpendicular ao
canal principal. Estes cortes foram realizados à uma altura de 0,8, 1,6 e 2,4mm
do ápice. Um estereomicroscópio foi usado para determinar espaços vazios
nas secções transversais que foram medidos. A extensão da guta-percha, o
cimento e os espaços em cada canal lateral eram estatisticamente significantes
entre as duas técnicas. Havia significantemente mais guta-percha nos canais
laterais para a técnica do carrier rígido de guta-percha e mais cimento nos
canais laterais para o grupo da condensação lateral, exceto no canal lateral
localizado mais apicalmente onde não havia diferença significante entre as
técnicas. A 1mm apical havia significantemente menos espaços com a técnica
do carrier rígido de guta-percha comparado com a condensação lateral. Os
autores concluíram que para o modelo escolhido neste estudo, a técnica do
carrier rígido de guta-percha e a condensação lateral, são igualmente efetivas
para obturar canais laterais.
REVISÃO DA LITERATURA 27
GULABIVALA et al., em 1998, compararam a habilidade de selamento apical, o
tempo de obturação e extrusão de guta-percha e cimento quando os canais
foram obturados usando a técnica da condensação lateral ou um dos três
métodos usando a guta-percha termoplastificada (Alpga Seal, Thermafil ou JS
Quick fill). Foram utilizados 131 canais de 78 dentes humanos extraídos (10
incisivos, cinco caninos, cinco pré-molares, todos superiores e 58 molares
superiores e inferiores). A raiz palatina dos molares superiores foi removida. A
curvatura do canal foi determinada pela técnica de Schneider´s. Cento e
dezesseis canais foram divididos em cinco grupos de acordo com o tipo do
dente, com a curvatura e o díâmetro do canal. O objetivo foi distribuir os canais
a fim de se ter os cinco grupos homogêneos. Quinze canais foram utilizados
como controle positivo e negativo. Grupo 1: step-down - condensação lateral;
Grupo 2: step-down - Thermafil; Grupo 3: step-down - JS Quick Fill; Grupo 4:
step-down - Alpha Seal; Grupo 5: Mc Spadden - Alpha Seal. No final da
instrumentação dos canais as curvaturas eram reavaliadas usando a técnica de
Schneider´s, para certificar de que não houve alterações entre os grupos.
Neste estágio os canais foram divididos em dois sub grupos de acordo com a
curvatura: menor ou maior que 20º. Todos os canais foram obturados com
cimento Roth´s, seguindo as técnicas para cada grupo como mencionado. Nos
grupos 4 e 5 todos os canais foram obturados pela técnica Alpha Seal, a única
diferença foi quanto à técnica de instrumentação empregada. O tempo gasto
para cada tipo de obturação empregada foi, então, medido em todos os grupos.
Após a obturação dos canais foi avaliada a extrusão de guta-percha ou
cimento. Este material extruído não foi removido, porém, após seu completo
REVISÃO DA LITERATURA 28
endurecimento o excesso de material freqüentemente quebrava durante a
estocagem e com manuseio. As cavidades de acesso foram restauradas com
cavit. Os dentes obturados foram mantidos em 100% de umidade a 37ºC por
três dias para permitir a presa do cimento. Toda a superfície da raiz foi coberta
com esmalte de unha, exceto 1mm apical, que foi imersa em tinta Nanquim por
três dias a 37ºC. Os espécimes foram, então, diafanizados. No grupo controle
positivo cinco canais eram instrumentados pela técnica Step-down mas não
eram obturados e preparados como acima descrito. No grupo controle
negativo, 10 canais foram preparados, sendo dois para cada um dos cinco
grupos e sua superfície foi completamente coberta com esmalte de unha. Após
os dentes se tornarem transparentes sua infiltração apical foi avaliada para
cada grupo através de um estereomicroscópio (20X). Médias das leituras
foram, então, determinadas e analisadas estatisticamente. No grupo controle
positivo todas os espécimes infiltravam, e no negativo nenhuma infiltração
estava presente. Para o grupo Alpha Seal foi encontrado o mais alto número de
espécimes sem infiltração apical e não havia diferença significativa entre os
grupos 4 e 5 (Alpha Seal). O método de preparação do canal não tinha efeito
na capacidade de selamento do Alpha Seal. Havia diferença estatística em
proporção de espécimes que não infiltrava quando o Alpha Seal e grupos da
condensação lateral foram comparados com JS Quick. Não havia diferença
estatística entre o Therma Fill e Alpha Seal. O grupo da condensação lateral
apresentava maior proporção de espécimes com infiltração nos canais com
curvatura acima de 20º, que em canais com curvaturas menores que 20º. A
curvatura dos canais não tinha nenhum efeito na capacidade de selamento
REVISÃO DA LITERATURA 29
para as outras técnicas. As técnicas de guta-percha termoplastificada
obtiveram significativamente menor tempo para obturação do que a técnica da
condensação lateral. Quanto à extrusão do material obturador, estava
associada mais comumente com o Thermafill e o Apha Seal do que com a
condensação lateral ou JS Quick, para este último grupo foram apresentados
nove espécimes com obturação aquém do término apical. A condensação
lateral, entretanto, forneceu um melhor controle do comprimento da obturação.
MIRANZI et al. (2000) avaliaram a qualidade da obturação entre as técnicas de
Mc Spadden, técnica de Tagger em relação à técnica de condensação lateral
de guta-percha em canais estritos e curvos. Foram confeccionados 45 blocos
em resina de poliéster transparente, possuindo curvatura de 40º, onde a parte
reta do canal foi dilatada com brocas de Gates-Glidden # 1 e # 2, e para
completar o preparo foi realizado um escalonamento com recuo programado de
1mm até o instrumento # 25. Solução de NaOCl a 1% foi utilizada a cada troca
de instrumento e cimento de oxido de zinco eugenol utilizado em todas as
obturações. Os blocos foram divididos em três grupos para cada técnica. Após
a obturação de todos os canais foram obtidas imagens radiográficas, com o
objetivo de mensurar os comprimentos totais dos canais artificiais e a extensão
final dos condutos obturados. Os resultados foram obtidos através da variação
do comprimento de trabalho, através da superposição radiográfica e análise
visual da guta-percha pelo exame tridimensional. A análise estatística dos
resultados revelou que não houve diferença significativa entre as técnicas de
obturação. As técnicas de obturação termoplastificada foram melhores que a
técnica de condensação lateral através do exame tridimensional. Os autores
REVISÃO DA LITERATURA 30
concluíram que não houve diferença significativa com relação à manutenção do
comprimento de trabalho durante a obturação entre as técnicas
termoplastificadas e a da condensação lateral e que as obturações com as
técnicas termoplastificadas possibilitam obturações mais compactas e
melhores adaptadas às paredes dos canais artificiais.
HAIKEL et al. (2000) compararam o selamento apical entre as técnicas de
condensação lateral, Thermafil e a técnica de Mc Spadden, analisando a
infiltração apical e usando uma lisosima radioativa que era detectada e medida
por um contador de gamma. Para cada técnica as amostras eram imersas por
vários períodos de tempo na solução radioativa e, posteriormente, analisadas.
Foram utilizados 192 dentes unirradiculares de humanos. Os dentes foram
preparados com limas tipo K e limas Hedströen até o comprimento de trabalho.
O terço coronal foi instrumentado com broca de Gates Glidden. Logo após,
estes dentes foram divididos em três grupos: Grupo 1: 80 dentes obturados
pela condensação lateral; Grupo 2: 40 dentes obturados por Thermafill; Grupo
3: 40 dentes obturados pela técnica de Mc Spadden. Grupo controle positivo:
16 dentes; Grupo controle negativo: 16 dentes. Todos os dentes foram
instrumentados e obturados por um único operador e a pasta utilizada foi o AH
Plus. Duas camadas de esmalte de unha eram aplicadas na superfície de cada
raiz, deixando 1mm livre na região apical (para penetração da lisosima
radioativa). No grupo controle positivo os dentes eram obturados pela técnica
da condensação lateral, porém, sem o uso do cimento. A superfície radicular foi
coberta com esmalte de unha, menos 1mm apical. No grupo controle negativo
não se obturava o canal e a superfície do dente era totalmente coberta pelo
REVISÃO DA LITERATURA 31
esmalte. O marcador radioativo utilizado foi o 125I combinado com uma
lisosima a uma concentração de 20mg/100ml. Um dispositivo próprio permitia
que as raízes fossem imersas em seus 2mm apicais na solução radioativa. Os
três grupos eram, então, subdivididos em quatro grupos dependendo da
duração da imersão em um dia, sete dias, 14 dias e 28 dias. Para se remover a
solução radioativa da superfície da raiz, era usado um preparado de
impregnado de celulose com um descontaminante. Logo após as raízes eram
então cortadas em seis secções transversais (0,8mm de espessura). A primeira
secção transversal a 1mm do ápice era descartada e as outras eram colocadas
em um recipiente para medir quantidade de radioatividade pelo contador
gamma. Os resultados foram analisados estatisticamente. O controle positivo
teve alto nível de infiltração que aumentava com o tempo de imersão. O
controle negativo teve baixo nível de infiltração, confirmando a eficiência do
vedamento proporcionado pela camada de esmalte. No início (primeiro dia) a
infiltração foi menor para o grupo do Thermafil e foi significantemente diferente
para as outras técnicas, sendo a maior para as amostras da técnica da
condensação lateral. No final do estudo (28 dias) os valores para a
condensação lateral foram menores, mas foram significantemente diferentes
somente para o grupo de Mc Spadden. Para todas as técnicas deste
experimento, a infiltração foi mais significativa nos três primeiros milímetros do
ápice. Todas as técnicas foram consideradas como fornecendo um selamento
hermético aquém dos 3mm apicais.
NAMAZIKHAH et al. (2000) compararam o grau de penetração de corante das
técnicas Thermafil e Simplifill para a condensação lateral usando o AH26 plus.
REVISÃO DA LITERATURA 32
Foram utilizados 105 incisivos centrais extraídos e divididos aleatoriamente em
sete grupos. Grupo 1: 15 dentes obturados pelo sistema Thermafil e
instrumentados pelas limas rotatórias Ni-Ti Profile (.04 taper ISO series). Grupo
2: 15 dentes usados como controle positivo para o grupo 1. Este grupo foi
preparado da mesma maneira como no grupo 1, mas não foram obturados.
Cada grupo tinha seu próprio controle positivo, devido às técnicas de
preparação para cada material obturador serem únicas. Grupo 3: 15 dentes
instrumentados pelo sistema Lightspeed e obturados pela técnica Simplifill.
Grupo 4: 15 dentes usados como controle positivo para o grupo 3. Este grupo
foi preparado da mesma maneira que o grupo 3, mas não foi obturado. Grupo
5: 15 dentes obturados pela técnica da condensação lateral e preparados com
limas manuais tipo K. Grupo 6: 15 dentes usados como controle positivo para o
grupo 5. Este grupo foi preparado da mesma maneira que o grupo 5, mas não
foi obturado. Grupo 7: 15 dentes usados como controle negativo ou grupo não
tratado. Nenhuma instrumentação foi realizada. Seguida à obturação, todas as
superfícies dos dentes, exceto os 2mm finais, foram cobertas por duas
camadas de esmalte de unha. Dois terços das raízes, incluindo a porção apical,
foram submersos em corante da Índia por sete dias. Posteriormente os dentes
foram seccionados verticalmente com disco diamantado. Através do
estereomicroscópio com aumento 5X, dois examinadores a cego identificavam
a infiltração do corante dentro do canal, incluindo as paredes preparadas ou no
meio da obturação. A infiltração foi medida em uma escala em milímetros com
uma régua, da constrição apical para o ponto de penetração do corante ao
longo da parede do canal ou guta-percha. O máximo de 20mm foi anotado
REVISÃO DA LITERATURA 33
devido à variação nos comprimentos de cada dente. A análise de variância foi
usada para comparar a infiltração entre os sete grupos. Havia diferença
significante entre os grupos. Comparações múltiplas demonstraram que
Thermafil, Simplifill e condensação lateral eram diferentes para seus grupos
controle positivo e também para o grupo controle negativo, porém, não havia
diferença em nenhum grupo de obturação.
CLINTON & HIMEL, em 2001, compararam a técnica da guta-percha aquecida
(Thermafill) com a técnica da condensação lateral pela habilidade de adaptar
as paredes do sistema de canais radiculares. Um modelo de sistema foi
utilizado no qual ambas as técnicas de obturação foram realizadas no mesmo
canal permitindo a comparação direta entre ambas as técnicas. Foi escolhido
um incisivo central superior, que após ser montado em um bloco de resina
endurecida, teve sua coroa cortada, restando um bloco contendo somente a
raiz. Este bloco foi seccionado tomando como referência o longo eixo da raiz
no plano mesiodistal através do centro do canal. As duas metades eram então
reposicionadas e fixadas com quatro parafusos. Essa raiz foi instrumentada
utilizando-se Orifice Shapers e limas rotatórias de níquel titânio taper 0.04. A
patência apical era mantida através de uma lima K # 15 que passava 1mm do
comprimento de trabalho. Foram criadas cinco depressões na parede do canal
a partir da porção apical a 1, 1,5, 2,5, 4,5 e10mm. Com lâminas cirúrgicas
foram criados sulcos ligando a 3a e 4a depressão. O canal foi obturado 20
vezes com cada técnica, pelo mesmo endodontista, sendo avaliado, filmado
usando estereomicroscópio e limpo com clorofórmio entre cada obturação.
Nesta avaliação, foram levados em conta o comprimento da obturação, a
REVISÃO DA LITERATURA 34
duplicação do comprimento de trabalho, o número de depressões obturadas, a
qualidade da obturação da depressão, e o número de espaços e aparência
geral da obturação. Foi encontrada diferença estatística significante entre as
técnicas, sendo a Thermafil considerada melhor pela capacidade da guta-
percha fluir nos espaços laterais e duplicar melhor a superfície tendo poucos
espaços. Nesta técnica houve também mais extrusão apical quando
comparado com a condensação lateral.
WU et al. (2001) avaliaram a infiltração apical da obturação para a técnica da
condensação lateral e a técnica da compressão vertical da guta-percha
aquecida, realizadas em canais ovais. Foram utilizados 42 pré-molares
inferiores com único canal oval, que foram selecionados depois de examinar
suas radiografias nas posições vestíbulo-lingual e mesio-distal. Os diâmetros
dos dentes foram padronizados, sendo que o menor diâmetro aceitável a um
nível de 5mm do ápice foi ≥ 1,6mm. Todos os dentes foram instrumentados
pela técnica descrita por Roane (forças balanceadas) e uma lima tipo K # 45
levada até ao comprimento de trabalho. Solução de NaOCl a 5% era utilizada
após o uso de cada lima. Depois de completada a instrumentação manual,
usando o Piezon Máster 400, cada canal era irrigado com NaOCl a 2% e uma
lima Endosonore # 15 oscilando em direção aos recessos por três minutos.
Finalmente, cada canal era irrigado com 10ml de EDTA 17% seguido de 10ml
de NaOCl a 5% para remover a camada de “smear-layer”. O cimento utilizado
foi o AH26. O grupo dos dentes obturado pela condensação lateral (21 pré-
molares inferiores) tinha sua força de condensação controlada quando do uso
do espaçador B (Maillefer). O grupo dos dentes obturados pela compressão
REVISÃO DA LITERATURA 35
vertical (21 pré-molares inferiores) utilizou o Touch’n Heat para remoção da
guta-percha até 4mm do comprimento de trabalho, e depois o canal foi
preenchido com o uso do Endoset (Ultrafil System). Após a obturação, espaço
para pino era criado com uma broca de Gates Glidden # 3, deixando os 4mm
apicais de obturação intactos para o teste de infiltração. Para o grupo controle
positivo e negativo foram utilizados 10 incisivos centrais superiores, com seção
transversal redonda, e foram todos obturados pela técnica da condensação
lateral após a instrumentação. Para o grupo controle positivo não foi utilizado
cimento AH26 durante a obturação. Para o grupo controle negativo foi utilizado
o cimento AH26 e suas raízes foram completamente cobertas com duas
camadas de esmalte para unha. Todos os dentes foram estocados a 100% de
umidade à 37ºC por duas semanas. Cada raiz foi montada num dispositivo de
transporte de fluido para medir a infiltração apical das obturações. Não havia
diferença significativa para infiltração apical entre os dois grupos, apesar de
haver uma maior percentagem de infiltração para o grupo da condensação
lateral.
Em 2001, GILHOOLY et al. avaliaram e compararam o selamento apical da
obturação de canais usando a técnica da condensação lateral e a técnica da
fase α da guta-percha termoplastificada (Alphaseal). Foram utilizados 108
dentes humanos extraídos com canal único e curvo e instrumentados com
instrumento rotatório de níquel-titânio (NT Engine e Mc XIM). O corpo do canal
foi alargado seqüencialmente de maneira "coroa - ápice" até taper 0,55 /
tamanho 25 e o ápice até o tamanho 35. A irrigação foi feita com EDTA 17%, e
hipoclorito de sódio 2,5% e água-destilada em quantidades semelhantes para
REVISÃO DA LITERATURA 36
cada dente. O cimento obturador foi o Tubliseal de presa lenta. Os 108 dentes
foram divididos em dois grupos de acordo com a técnica empregada. Após a
obturação, os dentes foram impermeabilizados, exceto em uma área de 2mm
ao redor do forame apical, e então imersos em tinta Nanquim por duas
semanas. Os dentes foram, então, diafanizados e visualizados no StereoZoom
microscope. A infiltração apical foi medida e os dados analisados
estatisticamente. Os autores concluíram que não existiu diferença significante
entre as duas técnicas no que diz respeito à infiltração apical ou coronária.
BONETTI FILHO et al. (2001) estudaram in vitro a capacidade seladora de seis
diferentes técnicas de obturação, técnica da condensação lateral ativa
(biológica controlada), técnica da condensação lateral ativa (clássica), técnica
da condensação lateral passiva, técnica da condensação lateral passiva com
vibração proposta por Antoniazzi e técnica de Mc Spadden sem e com cimento
obturador. Foram selecionados 120 dentes incisivos centrais superiores
humanos, extraídos, que foram instrumentados com emprego de alargadores e
limas Hedströen até o número 55, ultrapassando o forame apical 2mm, apenas
com os alargadores com o objetivo de se padronizar os diâmetros dos
mesmos. Os canais foram irrigados com 10ml de água destilada. Após a
instrumentação os canais radiculares foram secos e submetidos à adaptação
do cone de guta-percha principal, de maneira que ficasse bem travado ao nível
do forame apical. O cimento obturador utilizado foi o Fill Canal. Os dentes
foram, então, divididos em seis grupos de 20 de acordo com a técnica
empregada. Após a obturação, as aberturas coronárias foram fechadas com
Lumicon, e os dentes impermeabilizados com duas camadas de esmalte para
REVISÃO DA LITERATURA 37
unhas, em toda sua extensão, com exceção de 1 a 2mm do forame apical.
Após a secagem os dentes foram imersos em cubas de vidro contendo o
corante Rodamina B a 0,2%, permanecendo em estufa a 37ºC por sete dias.
Os dentes foram cortados longitudinalmente no sentido vestíbulo-lingual e
removida a porção apical das obturações para uma melhor visualização das
infiltrações. Através de um aparelho “Profile Projector” da marca Nikon, com
aumento de 20 vezes, realizou-se mensurações. Os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística baseado no método de comparação múltipla
de Tukey. Em todos os grupos ocorreu infiltração do corante, porém, em níveis
variáveis. A técnica da condensação lateral ativa (clássica) foi a mais eficiente,
pois permitiu a menor infiltração média (0,373mm). As técnicas da
condensação lateral ativa – biológica controlada (1,109mm), condensação
lateral passiva (0,975mm), condensação lateral passiva com vibração
(0,790mm) e Mc Spadden com cimento (0,774mm) não apresentaram diferença
estatisticamente significante. A técnica menos eficiente foi a técnica de Mc
Spadden sem cimento, que apresentou a maior média de infiltração (3,267mm).
FERREIRA et al. (2003) avaliaram in vitro a capacidade de vedamento apical
da obturação dos canais radiculares com secção transversal elíptica, utilizando
diferentes técnicas de condensação. No estudo, foram utilizados 30 segundos
pré-molares superiores humanos extraídos. Os dentes foram radiografados
para confirmar a presença de um único canal radicular de secção transversal
elíptica. As raízes foram impermeabilizadas com duas camadas de cianocrilato
de metila (Super Bonder), tomando-se o cuidado de não obstruir o forame
apical. Os dentes foram instrumentados com lima tipo K e utilização de brocas
REVISÃO DA LITERATURA 38
Gates-Glidden através de escalonamento. Os diâmetros apicais do preparo
químico-mecânico de todos os espécimes foram padronizados com uma lima
tipo K # 40. Como substância irrigadora foi utilizado o NaOCl a 0,5%, associado
ao creme Endo PTC. Após o preparo do canal radicular foi realizada uma
irrigação final com EDTA, e então secos com cones de papel absorvente. Os
dentes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos. Grupo I: 10 dentes
obturados pela técnica da condensação vertical com o auxílio de calcadores do
tipo Paiva # 2 e 3 (circular); Grupo II: 10 dentes obturados com a técnica da
condensação vertical com o auxílio de calcadores de secção elíptica; Grupo III:
10 dentes obturados pela técnica da condensação lateral. Após a obturação, os
dentes foram selados com cimento provisório e levados imediatamente à
submersão em solução de azul de metileno 0,5% em pH 7,2 por 48 horas e,
então, lavados em água corrente por 12 horas. A seguir os dentes foram
diafanizados e colocados ao lado de uma régua endodôntica, e fotografados
individualmente com uma estativa. A análise linear das infiltrações foi medida
no sentido mésio-distal e vestíbulo-palatino, sendo anotado o sentido em que
houve maior infiltração do corante. Os resultados da infiltração apical foram
convertidos em milímetros reais através de regra de três, pela comparação com
a régua referencial endodôntica na fotografia. Os resultados foram avaliados
estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis. As amostras se comportaram de
maneira semelhante, não havendo diferença estatisticamente significativa entre
os grupos experimentais, porém, o grupo no qual a condensação vertical foi
realizada com o condensador elíptico demonstrou o menor índice de infiltração,
REVISÃO DA LITERATURA 39
seguido dos grupos da condensação lateral e condensação vertical com
condensadores circulares.
2.2 Técnica de onda contínua de condensação
BUCHANAN (1996) descreveu a técnica de obturação de onda contínua de
condensação, utilizando-se do avanço nos dispositivos de fonte de calor da
Analytic Technology (System B) o qual, através de uma ponta (condensador),
pode plastificar a guta-percha, como também condensá-la, permitindo
obturações em até 12 segundos. A fonte de calor System B pode suprir uma
quantidade precisa de calor por um período de tempo e os condensadores têm
a forma e taper aproximados da preparação dos canais, onde uma única ponta
(condensador) captura uma onda de condensação no orifício do canal e a
conduz sem aumentar a extensão apical em uma única retirada com
movimentos contínuos. A técnica de onda contínua permite um aumento
potencial obturador de canais laterais através em todos os níveis durante a
retirada da obturação (“downpack”), devido à ponta estar centrada dentro da
guta-percha. “Downpack” em ondas contínuas centradas → uma vez o
travamento do cone de guta-percha acessório (F, FM, M ou ML) ter sido
conseguido e confirmado radiograficamente, um condensador de Buchanan é
escolhido por combinar com o formato dado ao canal. As pontas desses
condensadores têm 0,5mm de diâmetro e deveriam adaptar dentro de 5 a 7mm
do término do canal. O tamanho F (“fine”) e tamanho FM (“fine-medium”) dos
condensadores são flexíveis e o tamanho M (“medium”) e tamanho ML
(“medium-large”) podem requerer um pré-curvamento quando utilizado em
REVISÃO DA LITERATURA 40
canais curvos. A ponta do System B é monitorada para manter uma
temperatura ideal de 200ºC durante todo o “downpack”. Após a secagem do
canal, o cone principal é cimentado. Em seqüência, o aparelho é acionado no
“holder”, e o condensador pré-aquecido é direcionado através do cone de guta-
percha, e um movimento único (cerca de um segundo) é aplicado. Enquanto
uma pressão é mantida na ponta, o botão é liberado e a mesma irá fazer um
movimento apical até que a guta-percha esfrie (cinco a 10 segundos). Esta
pressão irá compensar a contração que a guta-percha sofre durante seu
resfriamento. Até que se alcance o comprimento ideal na região apical (3 a
4mm aquém do comprimento de trabalho - CT) o procedimento é repetido.
Libera-se o dispositivo, mantendo-se a compressão. Isto faz com que o
condensador comece a resfriar, diminuindo seu deslocamento apical e fazendo
com que ele pare próximo à medida estabelecida (5 a 7mm) do termino do
canal. Neste ponto, deve-se manter uma compressão apical da guta-percha por
cerca de 10 segundos finalizando a fase “downpack”. “Backfilling” → é
realizada com o System B e os mesmos condensadores de Buchanan
utilizados na fase de “downpack”, mas a temperatura requerida será de 100ºC.
O cone utilizado nesta fase deve ter o mesmo “taper” do cone principal e o
diâmetro da ponta cortado para 0,5mm combinando com o diâmetro da ponta
do condensador de Buchanan. O condensador é introduzido aquecido até
metade da extensão do cone de guta-percha. Libera-se o dispositivo acionador
(“holder”), o que permite o resfriamento do condensador, no qual é aplicado um
movimento para traz e para frente para assegurar o desengajamento do
mesmo da guta-percha. Insere-se um outro cone acessório no espaço criado.
REVISÃO DA LITERATURA 41
Com a ponta do System B aquecida de 200ºC a 250ºC, plastifica-se a guta-
percha ao nível da embocadura do canal, onde se condensa a massa
obturadora. Considerações → se você pode limpar, formatar e travar um cone
no canal radicular, você agora pode obturar o mais complexo sistema de canais
em segundos usando uma única ponta no System B. O autor salientou como
vantagens da técnica de ondas contínuas: 1. controle apical excelente quando
a forma do canal e travamento do cone são bons; 2. os canais são
completamente obturados quando comparado com a condensação lateral ou
vertical; 3. preparo para pino facilmente realizado; 4. um único dispositivo
eletrônico e ponta são necessários para o “downpack” e o “backfill”; 5. técnica
mais rápida que a condensação lateral ou vertical. Como desvantagem da
técnica de ondas contínuas, o autor salientou a necessidade de uma forma de
resistência apical segura e bom travamento do cone bem como a aquisição
inicial da unidade do System B e suas pontas.
SILVER et al. (1999) avaliando duas técnicas de obturação que utilizam o
procedimento de condensação vertical; Touch´n Heat modificada e System B,
compararam a área do canal ocupado pela guta-percha, cimento ou espaços
vazios. Foram utilizados 45 blocos de resina epóxica, padronizados, os quais
continham um canal único preparado com um “taper” de 2,5mm na região
cervical e 0,5mm na região apical, bem como cinco canais laterais (0,1mm de
diâmetro). A patência dos canais laterais foi verificada com uma lima tipo K #
06. Todos os blocos foram obturados com cimento Pulp Canal Sealer EWT e
cones de guta-percha “medium-large”. Grupo 1: 15 blocos obturados utilizando
o Touch´n Heat como fonte de calor em uma potência de 7. Grupo 2: 15 blocos
REVISÃO DA LITERATURA 42
obturados pela técnica do System B a uma temperatura de 200/250ºC. Grupo
3: 15 blocos obturados pela técnica do System B a uma temperatura de
250/300ºC. Após a presa do cimento obturador o comprimento da guta-percha
em cada canal lateral foi medido usando estereomicroscópio (40X) e
transferido para uma câmara de vídeo. Posteriormente, os blocos foram
seccionados perpendicularmente ao longo eixo do canal principal a 1, 2, 3, 4, 5
e 6mm a partir do comprimento de trabalho. Áreas representativas de guta-
percha, cimento e os espaços foram expressos com porcentagens da área total
do canal e os resultados analisados estatisticamente, demonstrando que a
técnica Touch N’ Heat modificada foi significantemente melhor para preencher
os canais laterais e que a mudança de temperatura utilizada na técnica do
System B não demonstrou diferença significante. Entretanto, ambas as
técnicas de obturação produziram um preenchimento superior a 90% de guta-
percha na maior parte dos níveis (secções transversais), apesar das
porcentagens de cimento e os espaços em 2-3mm serem maiores quando
utilizada a técnica do System B. A técnica Touch N’ Heat modificada
apresentou menos cimento que a técnica do System B para os níveis 5 e 6mm.
Os autores concluíram que o System B pode produzir uma obturação aceitável.
SILVA NETO et al. (2001) avaliaram a infiltração marginal apical propiciada
pelas técnicas de Tagger e System B. Foram utilizadas 32 raízes de caninos
humanos que tiveram os canais instrumentados pela técnica telescópica
regressiva com recuo anatômico e as raízes impermeabilizadas em toda
extensão com exceção do último milímetro apical. Posteriormente, os canais
receberam aplicação de EDTA por três minutos e irrigação final com soro
REVISÃO DA LITERATURA 43
fisiológico. As raízes foram divididas em dois grupos de 15 e duas raízes para
controle positivo e negativo. O cimento obturador utilizado foi o
Endomethasone em todos os casos. Depois de concluída as obturações, as
porções cervicais de todas as raízes foram seladas com um material
restaurador provisório e impermeabilizadas. Em seguida, procedeu-se à
imersão dos espécimes em solução de azul de metileno a 2% durante 72 horas
a 37ºC ± 2. As raízes foram seccionadas no sentido de seu longo eixo
expondo-se a obturação. A infiltração foi medida em microscópio óptico e os
resultados, em milímetros, submetidos à análise estatística pelo teste t de
Student. Os autores concluíram que a capacidade de selamento apical,
propiciada pela técnica do System B foi superior à técnica híbrida de Tagger.
GOLDBERG et al. (2001) compararam a técnica da condensação lateral com
outras cinco técnicas da guta-percha termoplastificada, quanto à capacidade
em obturar canais laterais simulados nos terços coronário, médio e apical da
raiz. Foram utilizados 60 dentes unirradiculares de humanos recém-extraídos.
Todos os dentes foram instrumentados com lima tipo K # 35 no comprimento
de trabalho e os canais laterais foram criados através da superfície mesial e
distal da raiz com broca # 15 em baixa rotação. Completada a instrumentação,
os canais foram irrigados com 2ml de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e
secos com ponta de papel absorvente. Os dentes foram divididos em seis
grupos e obturados com as seguintes técnicas: técnica da condensação lateral,
técnica híbrida, Ultrafil, Obtura II, System B + Obtura II e Thermafil. Após as
obturações, todos os dentes foram radiografados e as radiografias projetadas
para contagem dos canais laterais obturados. Os dados coletados foram
REVISÃO DA LITERATURA 44
enviados para análise estatística. Os resultados demonstraram que os dentes
obturados com Ultrafil mostraram o maior número de obturações de canais
laterais, seguindo de dentes obturados com Thermafil, System B+ Obtura II,
técnica híbrida, Obtura II e condensação lateral. Baseado no número de canais
laterais obturados os autores concluíram que quando técnicas de
termoplastificação da guta-percha foram utilizadas, houve maior número de
canais laterais obturados quando comparado com a técnica da condensação
lateral.
POMMEL & CAMPS (2001) avaliaram um sistema de filtração fluída para
comparar a microinfiltração apical de raízes preenchidas com o System B,
técnica do cone único, condensação lateral, condensação vertical e Thermafil.
Foram utilizados 50 dentes anteriores superiores unirradiculares de humanos
instrumentados sob uma irrigação rigorosa de soluça de NaOCl a 2,5%, usando
sistema Profile 30.06, 30.04, 25.04 e 30.06. As raízes foram divididas em cinco
grupos. Todos os dentes foram obturados com o mesmo cimento de óxido de
zinco eugenol, sendo que após 24 horas as raízes foram impermeabilizadas
com cianoacrilato, evitando-se o vedamento do ápice. Para controle negativo
foi utilizada uma raiz na qual o ápice foi coberto com duas camadas de
cianoacrilato. Uma solução tampão de fosfato salino foi pressionada do ápice
em direção à porção coronária da raiz. Na avaliação das primeiras 24 horas, a
infiltração, com a técnica de cone único, foi estatisticamente mais alta do que
as outras quatro, que não mostravam qualquer diferença estatisticamente
significante entre elas. Entretanto, os resultados após um mês demonstraram
que a infiltração na técnica de cone único foi mais alta, a técnica da
REVISÃO DA LITERATURA 45
condensação lateral acusou uma infiltração intermediária, enquanto que a
técnica da condensação vertical, o sistema Thermafil e o System B mostraram
a infiltração apical mais baixa. A comparação dos resultados de um dia com a
avaliação de um mês, demonstrou aumento da infiltração em todas as técnicas
estudadas. A técnica do cone único produziu a mais alta infiltração apical
independente do tempo de armazenamento. Os autores concluíram que a
técnica da condensação lateral foi tão efetiva no selamento apical como o
sistema Thermafil, a condensação vertical e o System B, mas após um mês ela
apresentou uma maior infiltração. Concluíram, ainda, que o System B foi tão
efetivo quanto à condensação vertical e o sistema Thermafil, entretanto,
salientaram que o selamento apical diminuiu levemente com o tempo.
SOUZA et al. (2001) avaliaram a infiltração apical entre três técnicas da
termoplastificação da guta-percha (técnica híbrida de Tagger, técnica de
obturação de Schilder e técnica de obturação com System B) com a
condensação lateral. Foram selecionadas 60 raízes distais de molares
inferiores de dentes humanos. Todas as raízes foram instrumentadas 1mm
aquém do ápice, usando limas tipo K # 30, # 35, # 40. Os forames apicais
foram padronizados com a largura compatível a uma lima tipo K # 25. Ao final
da instrumentação, foi feita a remoção da “smear layer”, e selecionado o cone
principal M e FM. As raízes foram divididas em quatro grupos, e após a
obturação foram colocadas no corante a 37ºC por um período de 72h e
diafanizadas. As raízes foram levadas a uma lupa esterioscópica com aumento
de 40X para a análise do grau de infiltração apical de acordo com cada técnica
de obturação utilizada. Os autores concluíram que as melhores técnicas, ou
REVISÃO DA LITERATURA 46
seja, as que apresentaram menores índices de infiltração, foram as técnicas
híbrida de Tagger e de Schilder, não havendo diferença estatística entre elas,
enquanto o System B apresentou maiores índices de infiltração, portanto, os
piores resultados. Entre a técnica híbrida de Tagger e a técnica da
condensação lateral houve uma diferença estatisticamente significante.
MADEN et al. (2002) avaliaram e compararam a infiltração apical entre as
técnicas de obturação: condensação lateral, Nd:YAG “laser-softened” guta-
percha e System B. Neste estudo 55 dentes unirradiculares de humanos
recém-extraídos, foram instrumentados 0,5mm aquém do forame apical com
lima tipo Hedström até # 40, sendo irrigados com solução de NaOcl a 2,5% e
água oxigenada a 2% depois do uso de cada instrumento. Terminado o
preparo, foi realizada uma irrigação final com solução de EDTA a 17% e os
dentes divididos aleatoriamente em três grupos de 15 e dois grupos controle de
cinco espécimes. O cimento obturador utilizado foi o AH-26 e após a obturação,
o acesso coronário foi selado com oxido de zinco eugenol. Os dentes foram,
então, cobertos com duas camadas de esmalte exceto os dois últimos
milímetros apicais. Logo após, foram imersos em uma solução aquosa de azul
de metileno a 1% durante sete dias a 37ºC. A camada de esmalte foi, então,
removida e os dentes divididos longitudinalmente e as seções obtidas
observadas com auxílio do estereomicroscópio, sendo a extensão linear da
infiltração do corante avaliada, e os dados analisados estatisticamente. Entre
os três grupos não houve diferença estatisticamente significante. Os autores
concluíram que a condensação lateral, System B e o Nd:YAG laser foram
REVISÃO DA LITERATURA 47
efetivamente eficazes em restringir a infiltração apical do corante, apesar dos
canais obturados com Nd:YAG laser apresentar maior infiltração.
GUESS et al. (2003) avaliaram duas técnicas de obturação quanto à adaptação
da guta-percha às paredes do canal preparado. Foram utilizadas 56 raízes
mesiais de molares inferiores extraídos de humano, onde foi instrumentado um
canal em cada raiz, através da técnica rotatória Profile serie 29 (Dentsply Tulsa
Dental). Os canais tiveram suas curvaturas padronizadas e instrumentados a
0,5mm do comprimento patente do canal com uma lima de “taper” 0,06 (# 6).
As raízes foram divididas aleatoriamente em dois grupos de acordo com a
técnica de obturação: Grupo 1 – técnica de onda contínua de condensação e
Grupo 2 – técnica híbrida (técnica da condensação lateral seguida pela técnica
de onda contínua de condensação). Para o grupo 1 foram utilizados cones
“fine-mediun” que tiveram suas pontas calibradas # 40 com a régua calibradora
de guta-percha (Dentsply / Maillefer, Tulsa, OK) e no grupo 2 cones
padronizados # 40. Todos os cones foram travados no comprimento de
trabalho e o cimento obturador utilizado foi ZOE Roth (Patterson Dental Supply,
Inc., St. Paul, Mn). Posteriormente, as raízes foram seccionadas
horizontalmente, a 1mm e a 3mm do término do canal. As secções foram
coradas com azul de metileno e, depois de lavadas, foram fotografadas
digitalmente através do microscópio (16X) e as imagens avaliadas por
examinadores quanto à adaptação da guta-percha às paredes do canal. Os
autores concluíram não haver diferença estaticamente significante para as
duas técnicas de obturação utilizadas.
REVISÃO DA LITERATURA 48
2.3 Técnica híbrida de Tagger
TAGGER (1984) fez um estudo do termocompactador mecânico juntamente
com a técnica da condensação lateral. Com o uso do termocompactador
mecânico, a guta-percha pode ser plastificada e compactada contra as paredes
do canal, e poucos instrumentos são necessários quando comparados com a
técnica da condensação vertical. O compactador de Mc Spadden assemelha-se
a uma lima Hedström invertida na qual a base do cone está em direção à ponta
do instrumento. Devido à alta velocidade do instrumento no canal no momento
do contato com a guta-percha, é criado calor suficiente que a amolecerá e irá
empurrá-la e compactá-la contra o ápice e as paredes do canal. Este
instrumento deve ser usado em uma profundidade de apenas uns poucos
milímetros, para não afetar a condensação lateral apical feita anteriormente.
Com este procedimento, o autor teve o excesso da guta-percha cortado e
compactado no terço coronário da obturação. As irregularidades do canal serão
preenchidas por este procedimento o que não acontecerá com a compactação
a frio. Um instrumento de tamanho correto é selecionado e colocado no orifício
do canal radicular em contato com a guta-percha e as paredes do canal. O
aparelho é ligado e recomenda-se uma velocidade de 7.000 a 9.000rpm, em
sentido horário. O autor concluiu que o uso do termocompactador mecânico
deve ser feito após a condensação lateral acarretando aumento na eficiência
do trabalho por promover a compactação da porção cervical da obturação do
canal.
REVISÃO DA LITERATURA 49
TAGGER et al. (1984) avaliaram o selamento apical produzido por um método
híbrido de obturação de canal combinando condensação lateral e compactação
térmica, comparando com a técnica da condensação lateral. Foram utilizados
40 dentes extraídos de humanos com canais únicos. A coroa clínica foi retirada
e os canais instrumentados com limas tipo K até # 45. Hipoclorito de sódio foi
utilizado e a patência verificada com a lima tipo K # 15. Os canais foram secos
com pontas de papel absorvente e álcool e as 40 raízes foram divididas
aleatoriamente para os dois grupos. Após os procedimentos de obturação as
cavidades foram seladas com cimento temporário e as porções apicais das
raízes (3 a 4mm finais) foram mergulhas em solução de verde procion brilhante
por dois dias e posteriormente diafanizadas. Exame microscópio estereoscópio
com aumento de 16X foi realizado através de três examinadores e os
resultados avaliados pelo teste estatístico de Mann-Whitney U, demonstrando
que a infiltração foi detectada em 15% das amostras obtidas pela técnica
híbrida e em 50% das amostras da técnica da condensação lateral. Os autores
concluíram que a técnica híbrida apresentou menos infiltração que a
condensação lateral. Salientaram, ainda, que a maior vantagem da técnica
híbrida reside no fato de que ela é mais fácil de aprender e aplicar quando
comparada com a técnica termomecânica, podendo também ser utilizada em
canais curvos.
MORAES et al. (1989) descreveram e discutiram as manobras operatórias
sobre a técnica híbrida de obturação de canais radiculares, objetivando a
aplicação de passos mais racionais no seu emprego. Os autores entendem que
as técnicas híbridas apresentam caráter técnico-econômico fundamental,
REVISÃO DA LITERATURA 50
possibilitando a execução da obturação dos canais radiculares em tempo
reduzido e com menor consumo de material, associada à segurança e
refinamento. Descrevem, ainda, as vantagens e desvantagens da técnica
híbrida em relação à técnica da condensação lateral ativa: vantagens: - menor
tempo de trabalho; - menor infiltração entre material obturador e paredes
dentinárias; - menor consumo de material; - seqüência no uso dos
compactadores de Mc Spadden e/ou condensadores de Donaldson.
desvantagens: - necessidade de instrumentos especiais; - elevação de
temperatura, ainda que em nível fisiológico; - possível desgaste da dentina
radicular quando do emprego dos compactadores de Mc Spadden; - exigência
de treinamento adequado.
Em 1989, KUGA et al. se propuseram a avaliar radiograficamente a variação do
limite apical da obturação, em relação à prova do cone nas seguintes técnicas
de obturação: condensação lateral ativa (controle), técnica de Tagger e técnica
de Nguyen (técnica que substitui os compactadores por calcadores de
Donaldson aquecidos, intercalados com os normais). Trinta caninos humanos,
extraídos, tiveram seus canais radiculares preparados com a técnica de
instrumentação escalonada. Em seguida os dentes foram divididos em três
grupos de dez elementos, os quais foram obturados com cimento de óxido de
zinco e eugenol seguindo as respectivas técnicas: 1º) condensação lateral
ativa; 2º) Tagger; 3º) Nguyen. Após a obturação foram realizadas radiografias
que foram avaliadas em um negatoscópio com o auxílio de lente de aumento e
paquímetro. Procedeu-se à medição entre a imagem do extremo apical da
guta-percha, no caso da prova do cone, ou da obturação, no caso final, até o
REVISÃO DA LITERATURA 51
forame apical. Os dados obtidos da diferença antes e após a obturação dos
canais radiculares corresponderam ao valor da alteração do limite apical
gerado pelas técnicas testadas. Os autores puderam concluir que não houve
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos analisados, e que
todas as técnicas mostraram tendência à extrusão de material.
Em 1994, CRUZ & BARBOSA avaliaram as técnicas de obturação Mc
Spadden, de Tagger e mista levando em consideração a qualidade da
obturação e principalmente o selamento apical. Neste estudo foram utilizados
trinta molares inferiores permanentes humanos. Os canais foram
instrumentados pela técnica escalonada “step back” com limas tipo K, onde os
canais mesiais tiveram lima memória número 30 ou 35 e os distais lima número
50, 60 ou 70. A irrigação foi feita com água. Após a instrumentação, os dentes
foram divididos em três grupos de 10 espécimes para cada técnica empregada.
O cimento utilizado foi o Fill Canal (Dermo Laboratórios) e para o grupo da
mista, após a prova do cone o mesmo era seccionado com uma lâmina de
bisturi # 15 nos seus 4mm apicais. Este pedaço de cone foi levado ao canal até
o terço apical com o auxílio da última lima utilizada sem cimento obturador. A
partir daí, a outra porção do cone foi levada com cimento até onde se
encontrava a primeira. Após a obturação dos canais os dentes foram
radiografados em três posições diferentes, e posteriormente os 3mm apicais
dos dentes foram imersos em azul de metileno a 2% por oito dias e, em
seguida, diafanizados. Cortes longitudinais (com lâmina de bisturi) nas raízes
mesiais e distais descalcificadas permitiam o estudo da infiltração. Os autores
concluíram que: - não houve diferença estatisticamente significante entre as
REVISÃO DA LITERATURA 52
técnicas, sendo que a maior infiltração foi observada no grupo 3 onde não se
usou cimento obturador; - pode haver desgaste da dentina pelo uso do
compactador de Mc Spadden e chegar à perfuração; - os compactadores de
Mc Spadden são passiveis de fratura; - as técnicas de instrumentação
escalonadas estão mais indicadas para serem usadas concomitantemente com
as técnicas de Mc Spadden e Tagger; – a compactação termomecânica de
guta-percha parece ser uma boa alternativa à condensação lateral,
especialmente em canais ovais.
TAGGER et al. (1994) objetivando melhores resultados quanto à qualidade da
obturação pela Técnica Híbrida, introduziram modificações no método proposto
inicialmente. A inovação consiste numa segunda etapa da condensação lateral,
com novo emprego dos compactadores (técnica híbrida modificada). As
modificações propostas foram as seguintes: 1) após utilização do compactador,
realizar um novo espaçamento (condensação lateral), para comprimir apical e
lateralmente a guta-percha plastificada contra as irregularidades das paredes
do canal radicular; 2) evitando atingir os 2 ou 3mm mais apicais, utilizar mais
um ou dois cones acessórios; 3) reutilizar o compactador; 4) realizar
condensação vertical, utilizando-se os condensadores Pierre Machtou, Paiva
ou Donaldson (enquanto a guta-percha estiver plastificada); 5) a qualidade da
obturação é conferida com uma radiografia; 6) se houver necessidade, as
manobras podem ser repetidas. Os autores concluíram que, apesar destas
modificações terem despendido maior tempo para sua realização, elas
possibilitaram uma melhor adaptação do material obturador às paredes
dentinárias, preenchendo as irregularidades do sistema de canais radiculares,
REVISÃO DA LITERATURA 53
visto que se utilizava uma maior quantidade de guta-percha e o compactador
de Mc Spadden era utilizado por mais de uma vez.
PESCE et al. (1995) compararam a qualidade do selamento apical proveniente
das seguintes técnicas de obturação: técnica de Mc Spadden original e
modificada e a técnica da condensação lateral. Foram utilizados 30 incisivos
centrais superiores humanos extraídos, os quais, após o acesso, seguiu-se o
preparo químico-mecânico dos canais radiculares 1mm aquém do forame
apical. Usou-se creme de Endo PTC neutralizado pela solução de Milton e
irrigação – aspiração final com solução detergente anti-séptico com auxílio de
cânulas metálicas acopladas à bomba de sucção a vácuo. Os 30 dentes foram
divididos em três grupos de 10 dentes cada para cada técnica, sendo os canais
obturados com o cimento N-Rickert. Após a obturação, as aberturas coronárias
foram seladas com cimento de óxido de zinco e eugenol e as superfícies
dentárias impermeabilizadas com resina epóxica, cuidando-se de não
impermeabilizar os 3mm finais das raízes. A seguir, os dentes foram imersos
em solução de azul de metileno 0,5% a 37°C por 72 horas, lavados em água
corrente e incluídos em gesso pedra e, em seguida, foram cortados em
máquinas de recortar gesso até que os canais radiculares ficassem aparentes,
quando então se removeu a obturação dos espécimes, lixando-os com lixa
d'água 06. As medições da extensão longitudinal de infiltração do corante
foram realizadas com o auxílio de microscópio óptico comparador. Após a
análise dos resultados os autores concluíram que: - o exame das médias de
infiltração do corante azul de metileno acusa menor valor de infiltração para a
técnica de Mc Spadden modificada (0,76mm), seguindo-se da técnica da
REVISÃO DA LITERATURA 54
condensação lateral (0,79mm) e a técnica de Mc Spadden convencional
(1,14mm); - a técnica de condensação lateral e a técnica de Mc Spadden
modificada não exibiram, entre si, diferença significante quanto ao selamento
apical, enquanto a técnica de Mc Spadden original forneceu índice de
penetração do corante significantemente superior.
Em 1995, SIQUEIRA Jr. realizou um estudo para avaliar a capacidade seladora
de três técnicas de obturação de canal: Canal Finder, compressão hidráulica e
híbrida de Tagger, através da análise da penetração apical de corante. Foram
utilizados 30 caninos humanos permanentes recém-extraídos. O diâmetro
foraminal de todos os dentes foi padronizado com lima K-Flex # 30
instrumentando-se 1mm além do forame apical. A seguir os canais foram
instrumentados através de escalonamento regressivo até que o espaçador #
30 pudesse ser levado próximo ao comprimento de trabalho. Como solução
irrigadora foram utilizados soro fisiológico 0,9% e EDTA para remoção da
“smear layer”. Os dentes foram divididos para cada técnica, sendo que o
cimento utilizado em todos os casos foi o Sealer 26. As cavidades coronárias
foram seladas com cimento de óxido de zinco e eugenol, e os dentes
estocados em estufa a 100% de umidade, por sete dias, permitindo a presa do
cimento. Após este período, toda a superfície radicular, com exceção do
forame apical, foi impermeabilizada com duas camadas de esmalte para unhas.
Os dentes foram, então, colocados em recipientes, contendo solução de azul
de metileno a 2% e mantidos em estufa a 37°C por sete dias. Após este prazo
foram lavados em água corrente e o esmalte removido. Os dentes foram
seccionados longitudinalmente e a penetração do corante ao longo das
REVISÃO DA LITERATURA 55
obturações foi medida em microscópio. Os autores concluíram que houve
diferença significativa entre os grupos do Canal Finder e da técnica de Tagger,
ressaltando que a primeira técnica foi mais eficaz que a segunda. As demais
diferenças entre as médias aritméticas não foram significativas. Na técnica do
Canal Finder o uso de “pluggers” em uma condensação lateral automatizada
pode favorecer o escoamento uniforme do cimento e uma maior acomodação
da massa obturadora, reforçando o selamento apical. Na técnica da
compressão hidráulica o uso de espaçadores manualmente sem pressão
excessiva e a compressão vertical final parecem obter o mesmo efeito que na
técnica Canal Finder. Na técnica híbrida de Tagger, obteve-se o maior índice
de infiltração apical, onde a compactação brusca pode justificar a perda do
selamento da obturação.
Em 1995, UTRILA et al. avaliaram, histologicamente, em dentes de cães, o
comportamento dos tecidos apicais e periapicais frente a duas técnicas de
obturação de canal radicular: técnica Ultrafil e técnica de Mc Spadden que
utilizam a guta-percha termoplastificada. Foram utilizados canais radiculares de
dentes de cães, com vitalidade pulpar, que após o preparo biomecânico, foram
secos e obturados no grupo I com a técnica de injeção da guta-percha
termoplastificada (sistema Ultrafil) e no grupo II, com a técnica de
termocompactação de Mc Spadden. Concluídas as obturações, as cavidades
oclusais foram restauradas com amálgama de prata sobre uma base de fosfato
de zinco. Decorridos 180 dias do ato operatório, os animais foram sacrificados
por sobredose anestésica e as raízes dentárias processadas histologicamente.
Na análise microscópica, os cortes foram avaliados nos seguintes aspectos: a)
REVISÃO DA LITERATURA 56
limite apical de obturação (aquém ou além do ápice radicular); b) selamento
biológico apical (completo, parcial, ausente); c) espessura do ligamento
periodontal (normal, moderada e severamente espessada); d) células
inflamatórias crônicas (presente e ausente). Após a análise dos resultados os
autores concluíram que o limite apical de obturação foi fator determinante do
índice de selamento biológico apical; a técnica Ultrafill apresentou elevado
índice de extravasamento (52,4%) fato não observado na técnica de Mc
Spadden; o índice de selamento biológico apical nas duas técnicas estudadas
não apresentou diferença estatística significativa; o processo de reparo da
região apical e periapical nos casos de selamento total ou parcial encontrava-
se mais evoluído no sistema Ultrafil, comparado à técnica de Mc Spadden.
Em 1996, FREITAS et al. analisaram o selamento apical das seguintes técnicas
de obturação: condensação lateral, híbrida de Tagger original e a técnica de
Tagger modificada. Foram utilizados 36 incisivos inferiores recentemente
extraídos, que tiveram seus canais instrumentados pela técnica de
escalonamento progressivo e o diâmetro dos forames padronizados com uma
lima tipo K # 15. Previamente à obturação os dentes foram impermeabilizados,
com exceção das proximidades do forame apical, com três camadas de
esmalte para unha. Os dentes foram divididos igualmente para cada técnica de
obturação, sendo o Endofil o cimento obturador utilizado. As aberturas
coronárias foram restauradas com o cimento provisório CIMPAT e os dentes
posteriormente imersos em solução de azul de metileno a 2%, onde
permaneceram a 37ºC por 168 horas. Logo após, os dentes foram seccionados
longitudinalmente e a leitura da infiltração realizada por meio da técnica
REVISÃO DA LITERATURA 57
micrométrica de superfície. Analisando os resultados, concluíram que a técnica
da condensação lateral apresentou infiltração apical estatisticamente maior que
as técnicas híbridas, e que não houve diferença estatística significativa entre a
técnica híbrida original e modificada.
Em 1999, De MOOR & MARTENS avaliaram o selamento apical de canais
obturados pela técnica da condensação lateral, a técnica híbrida e técnica de
obturação Soft-Core. Neste estudo, 109 incisivos centrais superiores de
humanos foram preparados pela técnica “crown-down/step-back” com limas
tipo K # 35 e # 45 no comprimento de trabalho, irrigados com hipoclorito de
sódio a 2,5% e obturados usando o cimento AH26. Os 109 dentes foram
divididos em três grupos de acordo com cada técnica, sendo utilizados quatro
dentes como grupo controle positivo e negativo. Após a obturação, todas as
cavidades de acesso foram restauradas com ionômero de vidro (Ketac-Fill), e
os dentes colocados em ambiente a vácuo a 37oC, com 80% de umidade para
a secagem do cimento obturador. A superfície dos dentes foi coberta com duas
camadas de esmalte para unha exceto nos 2mm apicais. Em seguida, os
dentes foram colocados em corante da Índia (Pelikan) por sete dias e logo após
diafanizados, permitindo a visualização da infiltração do corante. A infiltração
apical foi medida com auxílio de um estereomicroscópio com magnitude de 3X
com uma escala ocular milimetrada. Os resultados obtidos foram: no grupo
controle negativo não foi observada infiltração do corante; no grupo controle
positivo foi observada uma extensão de 9,7mm a 10,5mm de infiltração do
corante. O grupo da técnica de obturação Soft-core foi o que mais infiltrou
(duas vezes mais) quando comparado estatisticamente com o grupo da
REVISÃO DA LITERATURA 58
condensação lateral e da técnica híbrida. Não foi observada diferença
estatística significante entre o grupo da condensação lateral e da técnica
híbrida, apesar da última apresentar menor infiltração.
LOPES & SIQUEIRA JR (1999) descreveram a seqüência da técnica híbrida de
Tagger: a) seleciona-se o cone principal de guta-percha; b) cimenta-se o cone
no comprimento de trabalho; c) faz-se a condensação lateral do terço apical,
utilizando-se um a três cones acessórios; d) os compactadores empregados
são Engine Plugger ou Gutta-Condensor (Maillefer), comumente do mesmo
calibre ou a dois superiores ao do cone principal. São acoplados a um contra-
ângulo de baixa rotação, com giro a direita. O compactador é inserido no canal
até o ponto onde encontra resistência e, então, retrocedido por cerca de 1mm e
acionado, girando no sentido horário. Após um segundo, o compactador é
conduzido em direção apical por 1 a 2mm, sendo permitida a sua saída lenta
do canal. O emprego do compactador não dura mais do que cinco a oito
segundos. Se houver remanescentes de cones de guta-percha na câmara, os
quais não foram impulsionados para o interior do canal durante a compactação
termomecânica, estes devem ser cortados com o auxílio de instrumento
aquecido. A massa obturadora é, então, condensada verticalmente, utilizando-
se condensadores de Schilder ou Odous. A técnica híbrida modificada consiste
basicamente em, após a utilização do compactador realiza-se um espaçamento
lateral até o início do terço apical. Neste espaço, insere-se um a dois cones
acessórios de guta-percha. Reutiliza-se então o compactador, um a dois
calibres maior do que o calibre previamente usado. Enquanto plastificada, a
guta-percha é condensada verticalmente utilizando-se os condensadores acima
REVISÃO DA LITERATURA 59
mencionados. Os autores recomendam: 1) durante o funcionamento do
compactador no interior do canal, este pode sofrer retrocessos, devido ao
deslocamento, em direção apical, da massa obturadora termoplastificada. O
profissional não deve impedir o movimento de retrocesso do instrumento, o
que, do contrário, pode levá-lo à fratura; 2) o compactador deve sempre girar
no sentido horário no contra-ângulo de baixa-rotação. Deve-se dispensar
especial atenção para este detalhe, pois do contrário ele ou fraturará ou
avançará em direção apical, podendo inclusive trespassar o forame apical; 3) o
compactador deverá ser do mesmo calibre, ou um a dois números acima do
cone principal; 4) o compactador deve penetrar no canal com o sistema de
rotação não acionado, e ser removido em funcionamento;
Em 1999, PEREIRA et al. realizaram um trabalho in vitro com o objetivo de
avaliar, radiograficamente, se os compactadores de Mc Spadden, empregados
na técnica híbrida de Tagger original, tendem a deslocar apicalmente a guta-
percha, trazendo alterações no limite de obturação previamente estabelecido.
Para esse estudo os autores utilizaram 20 dentes incisivos centrais superiores
extraídos, incluídos em dispositivos plásticos, empregados com o objetivo de
padronizar as tomadas radiográficas, antes e depois do emprego dos
compactadores. Os dentes foram instrumentados pela técnica de Oregon, até
uma lima # 40 no limite foraminal. Foi criado um batente apical com a lima # 55
a um milímetro do forame, completando-se o preparo dos terços médio e
cervical com o emprego de brocas Gates-Glidden número 4, 5 e 6. Os dentes
foram divididos em grupos de quatro. Foi utilizado cone calibrado de guta-
percha número 55, ajustado e cimentado no batente apical. A condensação
REVISÃO DA LITERATURA 60
lateral do terço apical foi, então, realizada com auxílio de cones acessórios e
espaçadores digitais. Após a tomada radiográfica procedeu-se à medição na
radiografia, da distância entre o limite apical de obturação e o ápice
radiográfico. A seguir, a termocompactação dos terços médio e cervical dos
canais com um compactador de Mc Spadden nº 50 foi realizada por seis
segundos e posicionado a alguns milímetros do limite apical de obturação. As
medidas de atuação do compactador sofriam variações de dente para dente.
Após o término da obturação os dentes foram novamente radiografados, e a
distância entre o limite apical da obturação e o ápice radiográfico foi mensurado
como anteriormente. Dos 20 espécimes tratados, apenas um exibiu alteração
radiográfica visível. Os autores puderam concluir que: a) o deslocamento apical
da obturação não se constitui numa ocorrência freqüente; b) o uso do
compactador não trouxe modificação apreciável no limite apical de obturação;
c) não foi observada extrusão de material em nenhum espécime; d) a técnica
híbrida de obturação dos canais radiculares constitui um método seguro e
rápido, desde que os procedimentos pertinentes à técnica sejam respeitados.
De acordo com COHEN & BURNS (2000) a termocompactação da guta-
percha, introduzida em 1979, foi uma abordagem inovadora de
termoplastificação e obturação do canal. Por meio de um instrumento chamado
Compactador de Mc Spadden, a guta-percha era plastificada pela ação
rotatória do instrumento no canal e movida apical e lateralmente no sistema
preparado. Essas técnicas eram rápidas, o selamento do sistema de canais
parecia adequado e a adaptação do material era aceitável. Os problemas
iniciais incluíam fraturas radiculares verticais, perfurações dentinárias e fratura
REVISÃO DA LITERATURA 61
dos instrumentos compactadores. Da mesma forma, o potencial para a geração
de níveis excessivos e danosos de calor friccional deletérios na superfície
externa da raiz foi identificado. Portanto, para a técnica ser eficaz considera-se
o emprego de velocidades menores e de temperaturas mais baixas da guta-
percha como necessário para minimizar tanto a temperatura quanto o estresse
no sistema de canais radiculares durante a compactação rotatória. Do mesmo
modo, a modelagem adequada do canal e o cuidadoso controle na
profundidade de penetração do compactador rotatório ajudam a prevenir
problemas potenciais. Os autores referem-se à Técnica Híbrida como sendo a
variação número 1 da técnica da termocompactação.
De MOOR & De BOEVER (2000) avaliaram a capacidade de selamento apical
de canais obturados pela técnica da condensação lateral, condensação
vertical, técnica híbrida, Thermafil e Soft-Core. Foram utilizadas 237 raízes de
dentes extraídos de humanos, com canal único, os quais foram instrumentados
pela técnica “crown-down/step-back” e irrigados com hipoclorito de sódio a
2,5%, e obturados com o cimento de resina epóxica AH26. As raízes foram
divididas em cinco grupos de acordo com as técnicas de obturação, sendo que
seis raízes foram utilizadas como controle positivo e seis raízes como controle
negativo. Após a obturação, as cavidades de acesso foram seladas com
ionômero de vidro, sendo que 15 dentes para cada grupo foram mantidos por
um dia, outros 15 dentes por uma semana e outros 15 por quatro meses a
37ºC em ambiente a vácuo, com 80% de umidade, para a secagem do cimento
obturador. No final desse período, a superfície das raízes foi coberta com duas
camadas de esmalte de unha exceto nos 2mm apicais. Em seguida, os dentes
REVISÃO DA LITERATURA 62
foram mantidos à 37ºC em corante da Índia (Pelikan) por 90 horas, sendo
posteriormente seccionados e a infiltração apical medida, com auxílio de um
estereomicroscópio com magnitude de 6X com uma escala ocular milimetrada.
Os resultados demonstraram que a infiltração ocorreu em todas as técnicas
utilizadas, sendo aumentada com o tempo. A quantidade de infiltração apical e
o número de dentes infiltrados na técnica de obturação Soft-Core foram
significantemente maiores que as outras quatro técnicas. Entretanto, a técnica
híbrida de condensação mostrou-se superior quando comparada com as
demais técnicas.
De MOOR & HOMMEZ (2002) avaliaram a infiltração apical dos canais
obturados pela técnica da condensação lateral, técnica da condensação
vertical da guta-percha, técnica híbrida, obturação com Thermafil e obturação
de Soft-Core, utilizando o cimento AH26. Foram utilizadas 790 raízes de
dentes extraídos de humanos, com canal único, os quais foram instrumentados
pela técnica “crown-down/step-back” e irrigados com hipoclorito de sódio a
2,5%. As raízes foram divididas em 10 grupos de 75 e 20 raízes como controle
positivo e 20 raízes como controle negativo, sendo as cavidades de acesso
seladas com ionômero de vidro após a obturação. Posteriormente, os dentes
foram colocados a vácuo a 37oC, com 80% de umidade para a secagem do
cimento obturador, sendo então mantidos por um dia, uma semana, um mês,
quatro meses, seis meses e doze meses. No final desse período, a superfície
das raízes foi coberta com duas camadas de esmalte para unha exceto 2mm
apicais. Em seguida, os dentes foram mantidos a 37ºC em corante da Índia
(Pelikan) por 90 horas, os quais foram seccionados para avaliar a infiltração
REVISÃO DA LITERATURA 63
apical, com auxílio de um estereomicroscópio com magnitude de 6X com uma
escala ocular milímetrada. Foram aplicadas notas para a infiltração apical. Os
resultados mostraram que a técnica Soft-Core apresentou uma maior infiltração
apical quando comparada com as quatro outras técnicas. A infiltração apical
aumentou durante os quatro meses para todas as técnicas avaliadas. Os
autores concluíram que a técnica híbrida da guta-percha condensada
apresentou melhor capacidade seladora quando comparada com as outras
técnicas estudadas.
PROPOSIÇÃO 65
3. PROPOSIÇÃO
O presente trabalho pretende comparar in vitro a capacidade seladora de três
diferentes técnicas de obturação: condensação lateral, onda contínua de
condensação e híbrida de Tagger, mensurando a infiltração linear da tinta nanquim
em dentes humanos extraídos.
MATERIAL E MÉTODOS 67
4. MATERIAL E MÉTODOS
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (ANEXO A).
Foram selecionados 57 primeiros molares inferiores humanos, recém-extraídos,
em bom estado, com raízes completamente formadas e comprimento aproximado
de 21,5mm. Os dentes permaneceram em solução de NaOCl 2,5%1 por 12 horas
para desinfecção, conforme sugestão do Ministério da Saúde (1989) e logo após
foi realizada a limpeza com leves raspagens com Hollemback # 32 para remoção
do tecido remanescente aderido à superfície radicular. Durante o estudo em
questão, os dentes foram mantidos em água destilada (1000ml) com NaOCl 2,5%
(10ml), com troca de solução a cada 24 horas até serem manipulados, com a
finalidade de evitar o ressecamento das estruturas dentárias.
Radiografias foram tomadas na posição orto e mésio-radial para análise da
configuração anatômica dos dentes, conforme o método de classificação de
curvatura em graus proposto por SCHNEIDER (1971) e modificado por DE DEUS
(1992), sendo selecionados os dentes com a curvatura entre 26º e 40º,
denominados classe II. As raízes mesiais deveriam ter, necessariamente, os dois
canais separados com forma e curvatura similar. Os dentes foram estocados em
frascos individuais, numerados e identificados.
1 Lenzafarm - Belo Horizonte, MG - Brasil 2 S.S. White Artigos Dentários Ltda. - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
MATERIAL E MÉTODOS 68
Inicialmente, os dentes foram fixados em uma morsa, para melhor manipulação,
envolta em gaze umedecida com água evitando, assim, o ressecamento e facilitando a
imobilização. As aberturas coronárias foram realizadas com brocas esféricas, sendo
utilizado para o desgaste compensatório, as pontas diamantadas 30823.
O comprimento dos canais foi determinado, utilizando-se uma lima tipo K # 104,
com tope de borracha como limitador de penetração, sendo a mesma
introduzida até que sua guia de penetração fosse observada na altura do
forame apical. Nesse momento, o tope de borracha era, então, posicionado
tocando a borda oclusal da coroa dentária. A medida entre a ponta do
instrumento e o limitador de penetração era anotado, sendo esta considerada o
comprimento patente do canal (CPC). O comprimento de trabalho (CT) foi
estabelecido subtraindo-se 1mm desse comprimento. Neste momento,
aproveitou-se para verificar e selecionar as raízes que apresentavam forames
apicais independentes.
O preparo mecânico químico dos canais radiculares foi efetuado com o Pro
System GT5, com o auxílio do motor AEU-20 Endodontic System6, contra-
ângulo com redução de 1:8 e velocidade de 300 rpm (LEONARDO &
LEONARDO, 2002). Foram utilizadas as limas GT 20/.10 e 20/.08 com torque
alto (posição 3) e 20/.06 e 20/.04 com torque médio (posição 2), numa
seqüência coroa ápice até que a lima GT 20/.04 atingisse o CT.
Posteriormente, foi utilizada uma lima GT 30/.04 (torque médio) alternadamente
3 K.G. Sorensen – São Paulo, SP - Brasil 4 Maillefer - Swiss made 5 Dentsply Tulsa Dental, USA 6 Dentsply Tulsa Dental, USA
MATERIAL E MÉTODOS 69
com uma lima 20/.04 até que a lima 30/.04 atingisse o CT com o objetivo de
preparar e padronizar a porção apical do canal. Durante todo o preparo
mecânico químico, a cada troca de instrumento foi utilizado 2,0ml de solução
de NaOCl a 2,5% com o auxílio de uma seringa hipodérmica e agulha calibre
23, bem como foi repassada até o CPC uma lima tipo K #10, para remover
raspas de dentina. Para facilitar as manobras do preparo mecânico químico
também foi utilizado, a cada troca de instrumento, o ProLube7, com a finalidade
de lubrificação e limpeza das paredes do canal. O preparo mecânico químico
foi considerado concluído quando uma lima tipo K # 30 penetrasse livremente
no CT.
Antes da obturação, todas as raízes mesiais foram impermeabilizadas
(MOURA et al., 1995), pincelando-se duas camadas de esmalte para unha de
cor vermelha8, exceto ao redor dos dois milímetros apicais, respeitando-se o
intervalo de duas horas entre a primeira e segunda aplicação (VALOIS &
CASTRO, 2002; CAMPS & PASHLEY, 2003).
Para a realização da obturação, os dentes foram fixados em uma morsa,
envoltos em gaze exceto sua porção apical, evitando, assim, qualquer
alteração na impermeabilização. Os canais radiculares foram secos com ponta
de papel absorvente taper .049. O cimento obturador utilizado para todas as
técnicas foi o Pulp Canal Sealer Extend Work Time-EWT10, manipulado de
acordo com o fabricante (POMMEL et al., 2003).
7 Dentsply Tulsa Dental, USA 8 Risqué - Niasi - São Paulo - Brasil 9 GT Absorvent Points – USA 10 Kerr Sybron, USA
MATERIAL E MÉTODOS 70
As amostras foram divididas aleatoriamente em três grupos de acordo com as
técnicas de obturação e dois grupos controle conforme descritos na TAB. 1.
TABELA 1
Distribuição dos grupos experimentais de acordo com as técnicas de obturação
GRUPO PROCEDIMENTO CANAIS
I Técnica da condensação lateral 30 II Técnica de onda contínua de condensação 30 III Técnica híbrida de Tagger 30 IV Técnica da condensação lateral sem cimento (controle
positivo)
12
V Técnica da condensação lateral sem cimento (controle
negativo com impermeabilização total)
12
Na técnica da condensação lateral, o cone principal padronizado (HOLLAND et
al., 1995) # 3011 foi selecionado e teve seu diâmetro conferido com auxílio da
régua calibradora para pontas de guta-percha12. Uma vez escolhido o cone
principal, uma radiografia foi tomada na posição orto e mesio-radial, para
certificar se o cone estava bem adaptado no CT. Posteriormente, o cone de
guta-percha foi removido e as paredes do canal pinceladas com o cimento
obturador com auxílio de uma lima tipo K # 30. A seguir, o cone de guta-percha
principal foi envolto pelo cimento obturador, inclusive em sua porção apical,
seguido pela condensação lateral, utilizando cones de guta-percha
11 Tanari - RS - Tanariman Ind. Ltda. - Manacapuru, AM - Brasil 12 Maillefer – Swiss made
MATERIAL E MÉTODOS 71
secundários13 (HOLLAND et al., 1995) e espaçadores digitais14. O excedente
de cones foi removido do interior da câmara pulpar por meio de um instrumento
previamente bem aquecido, instrumento de Lucas15, cortando-os de uma só
vez em sentido lateral, de encontro às paredes e ao soalho da câmara pulpar
na entrada do canal. Imediatamente após, realizou-se uma leve compressão
vertical com o lado correspondente a um condensador (frio) do instrumento,
para a acomodação da obturação. Para verificação da qualidade da obturação,
foram realizadas novas tomadas radiográficas nas posições orto e mésio-radial.
Na técnica de onda contínua de condensação, foi selecionado o cone acessório
medium16 como cone principal, que foi calibrado com diâmetro # 30 com auxílio
da régua calibradora para pontas de guta-percha, sendo sua adaptação
conferida pelo exame radiográfico. Posteriormente, foi selecionado um
condensador de Buchanan da mesma conicidade do cone escolhido que
atingisse cerca de 5mm aquém do CT. As paredes do canal radicular foram
pinceladas com cimento obturador com auxílio de uma lima tipo K # 30 e o
cone principal, envolto no cimento obturador levado no CT. Neste momento o
condensador de Buchanan, acoplado ao System B17 foi direcionado através do
cone de guta-percha, exercendo uma compressão em direção apical até o
comprimento previamente selecionado, mantendo-se a compressão por cerca
de 10 segundos. Após a obturação do seguimento apical, a porção média e
coronária do canal foi preenchida pela injeção de guta-percha do sistema
13 Tanari – RS - Tanariman Ind. Ltda. - Manacapuru, AM - Brasil 14 Maillefer – Swiss made 15 Odous - Belo Horizonte, MG - Brasil 16 Konne - Belo Horizonte, MG - Brasil 17 EIE / Analytic Techonology, San Diego - USA
MATERIAL E MÉTODOS 72
Obtura II18. Posteriormente, novas tomadas radiográficas nas posições orto e
mésio-radial foram realizadas para avaliar a qualidade final da obturação.
Na técnica híbrida de Tagger, a condensação lateral foi realizada conforme
descrita anteriormente. Para efetuar a compactação termomecânica da guta-
percha dos terços cervical e médio, foi utilizado o Gutta Condensor # 4519. O
excedente do material obturador foi removido da câmara pulpar com o
instrumento de Lucas aquecido, que também foi utilizado para a condensação
vertical da massa obturadora. Para verificação da qualidade da obturação, foi
realizada nova tomada radiográfica nas posições orto e mésio-radial.
Como grupo controle positivo, os espécimes foram obturados pela técnica da
condensação lateral sem a utilização do cimento endodôntico. O mesmo foi
feito para o grupo controle negativo, entretanto, neste grupo a raiz foi
impermeabilizada em toda sua extensão, incluindo o forame apical.
Imediatamente após a obturação, as raízes distais de todos os dentes foram
removidas com um disco diamantado20 e as entradas dos canais mesiais foram
seladas com cimento restaurador provisório à base de óxido de zinco e eugenol
de presa rápida21.
A seguir, as raízes foram imersas em tinta nanquim22 (RAVANSHAD &
TORABINEJAD, 1992; CHOHAYEB, 1992) por um período de cinco dias. Na
seqüência, o esmalte e o excesso de nanquim foram removidos com estilete23
18 Texceed Corp. - Missouri - USA 19 Maillefer – Swiss made 20 K. G. Soresen - São Paulo, SP - Brasil 21 Pulposan – S.S. White Artigos Dentários Ltda. – Rio de Janeiro, RJ - Brasil 22 Acrilex Tintas Especiais, São Paulo, SP - Brasil 23 Olpha - São Paulo, SP - Brasil
MATERIAL E MÉTODOS 73
e acetona24, e os espécimes submetidos à descalcificação em ácido nítrico25 a
5%, efetuando-se trocas diárias por uma semana, até que adquirissem uma
consistência borrachóide. Uma vez concluída a desmineralização, as raízes
foram lavadas em água corrente por quatro horas, desidratadas em uma série
de álcool etílico26 a 80% por uma noite, seguida pela concentração de 90% por
uma hora e por fim, três “banhos” de álcool absoluto27 (100%) de uma hora. As
raízes descalcificadas e desidratadas foram, então, imersas em salicilato de
metila28, tornando-se transparente em aproximadamente duas horas (SANTA
CECÍLIA et al., 1997).
Após a diafanização, as amostras foram examinadas no CETEC - Fundação
Centro Tecnológico de Minas Gerais através de uma lupa esterioscópica29 com
câmera digital acoplada a um sistema computadorizado de análise quantitativa
(Imagem - Proplus)30 com aumento de 18 X. As imagens foram capturadas em
duas posições (interna e externa para cada canal), e a distância, entre o vértice
do forame apical e o ponto de máxima infiltração do corante no material
obturador ou em sua interface com as paredes do canal radicular, sendo
medida e anotada em milímetros.
Foi levada em consideração somente a maior medida entre as duas posições
(interna e externa), sendo estes dados analisados estatisticamente.
24 Risque - Niasi - São Paulo - Brasil 25 Lenzafarm – Belo Horizonte, MG 26 Lenzafarm – Belo Horizonte, MG 27 Lenzafarm – Belo Horizonte, MG 28 Lenzafarm – Belo Horizonte, MG 29 Wild M8 - USA 30 Media Cybermetics - USA
MATERIAL E MÉTODOS 74
A normalidade dos três tipos de tratamentos foi avaliada através do teste
Kolmogorov-Smirnov. Trata-se de um teste não paramétrico que tem como
objetivo avaliar se a amostra em estudo segue uma determinada distribuição,
verificando se cada um dos tratamentos segue uma distribuição normal. A
hipótese testada é de que a distribuição seja normal, isto é, se a probabilidade
de significância (p) do teste for maior que 5% (0,05) .
A comparação entre os três grupos de obturação em relação à medida de
infiltração apical foi realizada utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis. Este teste
não paramétrico tem como objetivo comparar duas ou mais amostras
independentes (grupo) em relação a uma variável de interesse, que seja, no
mínimo, ordinal, de amostras pequenas e/ou que não tenha garantia que
apresente uma distribuição normal. Isto é, este teste não se baseia na média e
desvio-padrão nem mesmo na mediana, ou seja, parâmetros e sim nos postos /
posições (Rank - posição do espécime na amostra) das medidas da variável
em cada grupo de interesse. Portanto, avalia se existe ou não diferença na
distribuição na medida da variável infiltração entre os grupos de tratamento.
Ressalta-se que não foi possível a utilização da análise de variância devido ao
não atendimento dos pressupostos dessa análise, isto é, normalidade de
resíduos e a igualdade de variância e, além disso, a técnica de onda contínua
de condensação não apresenta uma distribuição normal. Portanto, a utilização
da análise de Kruskal-Wallis é mais indicada nesta situação.
RESULTADOS 76
5. RESULTADOS Os resultados das infiltrações encontradas na posição interna e externa de
cada canal estão descritos nas TAB. 2, 3, 4, 5 e 6.
TABELA 2 Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica da condensação
lateral Infiltração (em mm)
Dente Canais Mésio-vestibular
Mésio-lingual Visão interna Visão externa
Medidas consideradas para a análise
estatística1a 2,13 2,07 2,13 1 1b 2,01 2,02 2,022a 1,03 1,13 1,132 2b 1,78 1,57 1,783a 0,85 0,87 0,873 3b 0,82 0,76 0,824a 0,43 0,30 0,434 4b 1,04 0,88 1,045a 1,08 1,35 1,355 5b 1,46 1,53 1,536a 1,48 0,69 1,486 6b 0,71 1,51 1,517a 0,76 0,73 0,767 7b 2,31 1,23 2,318a 0,52 0,46 0,528 8b 1,20 1,02 1,209a 3,22 3,38 3,389 9b 2,31 2,80 2,8010a 0,60 0,61 0,6110 10b 1,21 1,00 1,2111a 0,55 0,53 0,5511 11b 0,44 0,52 0,5212a 2,35 2,78 2,7812 12b 2,72 3,23 3,2313a 0,47 0,47 0,4713 13b 0,64 0,96 0,9614a 1,39 1,32 1,3914 14b 2,90 2,70 2,9015a 0,60 0,50 0,6015 15b 2,50 2,00 2,50
RESULTADOS 77
TABELA 3
Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica de onda contínua de condensação
Infiltração (em mm) Dente
Canais Mésio-vestibular
Mésio-lingual Visão interna Visão externa
Medidas consideradas para a análise
estatística 1a 0,84 1,38 1,38
1 1b 0,91 0,64 0,91 2a 0,84 0,75 0,84
2 2b 0,63 0,64 0,64
3a 1,42 0,86 1,42 3
3b 0,77 0,85 0,85
4a 0,74 0,72 0,74 4
4b 0,76 0,65 0,76
5a 1,38 1,42 1,42 5
5b 1,32 1,48 1,48
6a 0,22 0,53 0,53 6
6b 0,64 0,64 0,64
7a 2,31 2,31 2,31 7
7b 1,11 1,07 1,11
8a 0,69 0,72 0,72 8
8b 0,97 0,66 0,97
9a 0,78 0,76 0,78 9
9b 0,86 0,87 0,87
10a 1,50 1,39 1,50 10
10b 0,64 1,72 1,72
11a 0,74 0,64 0,74 11
11b 0,68 0,57 0,68
12a 0,49 0,59 0,59 12
12b 1,46 0,82 1,46
13a 1,50 1,92 1,92 13
13b 0,0 0,69 0,69
14a 0,14 0,16 0,16 14
14b 0,50 0,37 0,50
15a 0,74 0,73 0,74 15
15b 0,00 0,00 0,00
RESULTADOS 78
TABELA 4
Medidas lineares das infiltrações encontradas na técnica híbrida de Tagger
Infiltração (em mm) Dente
Canais Mésio-vestibular
Mésio-lingual Visão interna Visão externa
Medidas consideradas para a análise
estatística 1a 0,26 0,28 0,28
1 1b 1,08 0,86 1,08 2a 0,73 0,77 0,77
2 2b 0,57 0,56 0,57
3a 0,48 0,48 0,48 3
3b 0,33 0,38 0,38
4a 0,40 0,42 0,42 4
4b 0,60 0,54 0,60
5a 0,91 0,82 0,91 5
5b 0,88 0,71 0,88
6a 1,26 0,59 1,26 6
6b 0,76 0,67 0,76
7a 0,58 0,63 0,63 7
7b 1,08 0,95 1,08
8a 1,27 1,19 1,27 8
8b 0,90 0,77 0,90
9a 0,63 0,63 0,63 9
9b 0,27 0,24 0,27
10a 1,04 0,86 1,04 10
10b 0,63 0,64 0,64
11a 0,27 0,25 0,27 11
11b 0,73 0,78 0,78
12a 0,84 0,73 0,84 12
12b 0,86 0,0 0,86
13a 0,92 1,02 1,02 13
13b 0,40 0,76 0,76
14a 0,61 0,40 0,61 14
14b 0,63 0,66 0,66
15a 1,26 1,31 1,31 15
15b 0,91 0,89 0,91
RESULTADOS 79
TABELA 5 Medidas lineares das infiltrações encontradas no grupo controle positivo
Superfície (em mm) Dente (molar inferior)
Canais Mésio-vestibular
Mésio-lingual Interna Externa 1a 12,82 12,79 1 1b 13,10 13,06 2a 13,25 13,28 2 2b 12,95 13,05 3a 11,99 12,01 3 3b 12,45 12,25 4a 13,50 12,90 4 4b 12,15 12,05 5a 13,20 13,48 5 5b 13,02 12,90 6a 11,90 12,50 6 6b 13,60 13,70
TABELA 6 Medidas lineares das infiltrações encontradas no grupo controle negativo
Superfície (em mm) Dente (molar inferior)
Canais Mésio-vestibular
Mésio-lingual Interna Externa 1a 0,00 0,00 1 1b 0,00 0,00 2a 0,00 0,00 2 2b 0,00 0,00 3a 0,00 0,00 3 3b 0,00 0,00 4a 0,00 0,00 4 4b 0,00 0,00 5a 0,00 0,00 5 5b 0,00 0,00 6a 0,00 0,00 6 6b 0,00 0,00
A TAB. 7 e o GRAF. 1 mostram que existe diferença significativa (p < 0,05)
entre os grupos de tratamento, onde, o grupo tratado pela técnica da
condensação lateral (FIG. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8) apresentou uma medida de
RESULTADOS 80
infiltração significativamente superior aos outros dois grupos. Além disso, os
grupos tratados pelas técnicas de onda contínua de condensação (FIG. 9, 10,
11, 12, 13, 14, 15 e 16) e híbrida de Tagger (FIG. 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e
24) não diferem significativamente entre si. Porém, entre as duas últimas
técnicas, a técnica híbrida de Tagger apresentou a menor variação dos dados.
As FIG. 25 e 26 representam respectivamente os grupos controle e positivo.
TABELA 7
Medidas descritivas e comparativas entre os três grupos quanto à medida da infiltração apical
Medidas descritivas Grupo
Mínimo Máximo Mediana Média d.p. P
Condensação
Lateral 0,4 3,4 1,3 1,5 0,9 0,004
Onda continua de
condensação
0,0 2,3 0,8 1,0 0,5 1 > (2 = 3)
Tagger 0,3 1,3 0,8 0,8 0,3
Nota: O valor de p refere-se ao teste de Kruskal-Wallis
Legenda:1 → Condensação lateral 2 → Onda contínua de condensação 3 → Tagger
RESULTADOS 81
GR
Todos
de sig
confia
Com
os trê
(p < 0
onda
basea
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5M
edid
as e
m m
m
CondensaçãoLateral
OndaContínua de
Condensação
Tagger
Grupos
MínimoMáximoMedianaMédia
ÁFICO 1 - Medidas descritivas e comparativas entre os três grupos quanto à medida da infiltração apical
os resultados foram considerados significativos para uma probabilidade
nificância inferior a 5% (p < 0,05), tendo, portanto, pelo menos 95% de
nça nas conclusões apresentadas.
relação à avaliação da normalidade das medidas de infiltração apical para
s grupos estudados, os GRÁF. 2 a 4 mostram que não existe normalidade
,05) das medidas somente em relação ao grupo tratado pela técnica de
contínua de condensação (GRÁF. 3), portanto, as medidas de infiltração
dos neste método não seguem uma distribuição normal.
RESULTADOS 82
3,53,02,52,01,51,00,5
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Medida da infiltração apical (mm)
Freq
uênc
ia
ão Latera
Teste Komolgorov-Smirnov: 0,123
Histograma - Grupo: Condensaç lHistograma - Grupo condensação lateral
GRÁFICO 2 - Histograma dos dados referentes à medida de infiltração apical (mm) através da técnica de condensação lateral
Nota: O valor de Kolmogorov-Smirnov apresentado no gráfico refere-se à probabilidade de significância do teste. A linha em vermelho no gráfico refere-se à curva de normalidade
0,
10
5
0
Freq
uênc
ia
a
GRÁFICO 3 - Histoapical (mm) atra
Nota: O valor de Kolmosignificância do teste. A li
Histograma - Grupo: Sistem-BHistograma - Grupo onda contínu
2,252,001,751,501,251,000,750,500,2500
Medida da infiltração apical (mm)
Teste Komolgorov-Smirnov: 0,020
grama dos dados referentes à medida de infiltração vés da técnica de onda contínua de condensação gorov-Smirnov apresentado no gráfico refere-se à probabilidade de
nha em vermelho no gráfico refere-se à curva de normalidade
RESULTADOS 83
0,3
7
6
5
4
3
2
1
0
Freq
uênc
ia
ggerr
GRÁFICO 4 - Histograpical (mm)
Nota: O valor de Kolmogorsignificância do teste. A linha
O GRÁF. 5 mostra qu
apresentou a menor va
observou-se que a mé
centrais. O grupo trata
mostrou uma maior dis
central da ‘caixa’ indica
dados. E, por fim, obse
maior variabilidade das
métodos. Entretanto, q
condensação tem-se q
distância do ponto centra
istograma - Grupo: TaHHistograma - Grupo Tagge
1,31,21,11,00,90,80,70,60,50,4
Medida da infiltração apical (mm)
Teste Komolgorov-Smirnov > 0,150
ama dos dados referentes à medida de infiltração através da técnica de híbrida de Tagger ov-Smirnov apresentado no gráfico refere-se à probabilidade de em vermelho no gráfico refere-se à curva de normalidade
e o grupo tratado pela técnica híbrida de Tagger
riação entre as medidas de infiltração e, além disso,
dia e a mediana apresentaram valores idênticos e
do pela técnica de onda contínua de condensação
tância da média de infiltração em relação ao ponto
ndo, com isso, uma maior variabilidade interna dos
rvou-se no caso da técnica da condensação lateral a
medidas de infiltração em comparação com os outros
uando comparado à técnica de onda contínua de
ue a média das medidas apresentou uma menor
l da ‘caixa’, ou seja, uma distribuição mais simétrica.
RESULTADOS 84
Condensação Lateral istem-B Tagger
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Grupo
Med
ida
da in
filtra
ção
apic
al (m
m)
1,3
0,8 0,8
1,5
0,8
1,0
SOnda contínua de condensação
GRÁFICO 5 - Box-plot dos dados referentes à medida de infiltração apical
(mm) Nota: Os círculos azul e vermelho representam respectivamente o valor da mediana e da
média dos grupos
DISCUSSÃO 99
6. DISCUSSÃO
O selamento hermético é freqüentemente citado como o objetivo principal do
tratamento do sistema de canais radiculares. São várias as pesquisas
realizadas para avaliar o selamento apical após a obturação do sistema de
canais radiculares, utilizando-se de diferentes técnicas de obturação, sendo a
forma mais tradicional de se testar a capacidade seladora das técnicas
utilizadas in vitro o método de infiltração de corantes (DALAT & SPANGBERG,
1994; BONETTI FILHO et al., 2001; GILHOOLY et al., 2001; SILVA NETO et
al., 2001; SOUZA et al., 2001.; MADEN et al., 2002).
No presente trabalho optou-se por avaliar três diferentes técnicas de obturação
in vitro quanto ao selamento apical, através do uso de tinta nanquim e processo
de diafanização dos dentes que, além de permitir a avaliação da infiltração
marginal apical ocorrida, foi de fácil execução, econômico e possibilitou a
visualização tridimensional dos dentes (VALOIS & CASTRO, 2002).
Também foi uma das prioridades, o estabelecimento de condições para que o
trabalho realizado in vitro mantivesse proximidade máxima das condições in
vivo, objetivando a obtenção de resultados mais confiáveis, próximos à
realidade clínica. Embora tenha havido uma tentativa em calibrar todo o
método empregado para reduzir as possíveis variáveis, admite-se uma difícil
padronização em todas as etapas. Todo o trabalho foi realizado por um
mesmo operador, que adotou a mesma conduta, com uma calibração prévia
para evitar distorções nas técnicas e possivelmente nos resultados.
DISCUSSÃO 100
6.1 Métodos
Tomou-se o cuidado para que os dentes utilizados neste trabalho fossem
recém-extraídos e estivessem em solução aquosa. Embora o dente mais
utilizado em trabalhos relatados na literatura seja o incisivo central superior
(DALAT & SPANGBERG, 1994; PESCE et al., 1995; DE MOOR & MARTENS,
1999; NAMAZIKHAH et al., 2000; CLINTON & HIMEL, 2001; BONETTI FILHO
et al., 2001; POMMEL et al., 2003; CAMPS & PASHLEY, 2003), devido aos
aspectos anatômicos favoráveis à padronização, optou-se pelas raízes mesiais
de primeiros molares inferiores, por apresentarem uma maior variação
anatômica e relativa escassez de pesquisas (ABARCA et al., 2001; GUESS et
al., 2003). No presente estudo, cinqüenta e sete primeiros molares inferiores
foram utilizados, respeitando-se a curvatura entre 26º e 40º. Em contrapartida,
BIESTERFELD & TAINTOR (1980) relataram que diferentes grupos de dentes
não influenciaram os resultados de estudos de infiltração.
Embora outros autores preconizem a remoção de toda a coroa (GOLDBERG et
al., 2000; CLINTON & HIMEL, 2001; SILVA NETO et al., 2001; POMMEL et al.,
2003; CAMPS & PASHLEY, 2003), neste estudo as aberturas coronárias foram
realizadas de acordo com a técnica convencional, procurando-se remover
todas as interferências e reentrâncias do teto da câmara pulpar realizando o
desgaste compensatório, baseados no fato de se reproduzir as condições
clínicas reais (COHEN & BURNS, 2000).
Para determinação do comprimento dos canais, foi utilizada uma lima tipo k #
10, sendo a mesma introduzida até que sua guia de penetração fosse
DISCUSSÃO 101
observada na altura do forame apical, sendo esta considerada o CPC
(FERREIRA et al., 2003; SILVEIRA et al., 2003; CAMPS & PASHLEY, 2003).
No presente estudo somente foram considerados os dentes que apresentaram
forames apicais independentes, fato considerado importante para dificultar
possíveis interferências nas amostras.
Para o preparo mecânico químico o CT foi determinado subtraindo-se 1mm do
CPC (CANALDA-SAHLI et al., 1997; HAIKEL et al., 2000; GOLDBERG et al.,
2001; ABARCA et al., 2001; ZMENER et al., 2002; FERREIRA et al., 2003;
SILVEIRA et al., 2003). MADEN et al. (2002) e GUESS et al. (2003)
preconizaram que o CT fosse a 0,5mm aquém do forame apical, enquanto
MOURA et al. (1995) e BONETTI FILHO et al. (2001) preconizaram a
sobreinstrumentação 2mm além da abertura foraminal.
No que se refere às diferentes condições anatômicas encontradas nas raízes
mesiais de molares inferiores, cuidou-se para que o preparo dos canais
radiculares fosse efetuado de maneira que a forma original fosse mantida,
sendo o alargamento disciplinado, compatível com as estruturas anatômicas,
imprescindíveis para o sucesso da obturação dos canais. Sendo assim, foi
utilizada a técnica do Pro System GT, com o auxílio do motor AEU-20
Endodontic System, contra-ângulo com redução de 1:8 e velocidade de 300
rpm, por ser indicada para todas as classes de canais e promover um preparo
cônico progressivo (LEONARDO & LEONARDO, 2002 ). ABARCA et al. (2001),
que também avaliaram raízes mesiais de molares inferiores, utilizaram o
sistema Profile .04 System para execução do preparo mecânico dos canais,
enquanto que GUESS et al., em 2003, utilizaram Profile serie 29.
DISCUSSÃO 102
Durante o preparo mecânico químico dos canais foi utilizado como solução
irrigadora o NaOCl a 2,5% por ser esta concentração mais comumente
empregada e que atende aos requisitos necessários para um bom irrigante
(MANN & McWALTER, 1987; GULABIVALA et al., 1998; GOLDBERG et al.,
2000; GILHOOLY et al., 2001; VALOIS & CASTRO, 2002; POMMEL et al.,
2003). Associado ao NaOCl a 2,5% foi utilizado ProLub (Root Canal
Conditioner), conforme indicado na técnica do Pro System GT. Este material é
uma combinação de EDTA e peróxido de carbamida, especificamente
formulado para prover limpeza das paredes do canal. A base de óxido de
polietileno usada no ProLub, age como lubrificante facilitando a formatação do
canal durante o emprego dos instrumentos rotatórios.
MOURA et al. (1995) relataram que para avaliar corretamente a infiltração
marginal apical quando do uso de corantes, é imperioso vedar corretamente a
superfície externa da raiz, menos o espaço foraminal, pois a penetração do
corante, via cemento, torna difícil o reconhecimento preciso da infiltração.
Vários são os materiais empregados para impermeabilização externa da raiz,
todos visando impedir a passagem do corante através da superfície externa do
espécime, que fica vulnerável a penetração apenas na região de forame apical.
VAZ et al. (1992) observaram melhor vedamento com uma camada de resina
epóxi mais uma camada de esmalte para unha. SILVEIRA et al. (2003)
utilizaram três camadas de esmalte. No presente estudo, optou-se pela
utilização de duas camadas de esmalte para unha, conduta também utilizada
em outros trabalhos (CANALDA–SAHLI et al., 1997; NAMAZIKHAH et al.,
DISCUSSÃO 103
2000; BONETTI FILHO et al., 2001; ABARCA et al., 2001; VALOIS & CASTRO,
2002; POMMEL et al., 2003; CAMPS & PASHLEY, 2003).
Para a obturação dos canais radiculares avaliou-se a técnica da condensação
lateral (DE DEUS, 1992), a técnica de onda contínua de condensação
(BUCHANAN, 1996) e a técnica híbrida de Tagger (LEONARDO & LEAL,
1998). Foram utilizados cones de guta-percha padronizados e acessórios de
diferentes marcas comerciais como cones principais. Segundo HOLLAND et al.
(1995) isto poderia causar alterações na qualidade seladora da obturação. No
presente estudo, todas as pontas dos cones de guta-percha, independente de
sua forma ou marca comercial, foram padronizadas utilizando-se a régua
calibradora para pontas de guta-percha.
Como cimento obturador foi escolhido o Pulp Canal Sealer Extend Work Time-
EWT, por apresentar boas propriedades físico-químicas e tempo de trabalho
compatível com as técnicas de obturação empregadas (DE DEUS, 1992) e por
ser bastante utilizado em trabalhos similares (SILVER et al., 1999; CAMPS &
PASHLEY, 2003). VALOIS & CASTRO (2002) utilizaram o Pulp Canal Sealer,
Endofill, Sealer 26 e AH Plus e POMMEL et al. (2003) utilizaram o Pulp Canal
Sealer, AH26 e Ketac-Endo não encontrando diferenças estaticamente
significantes quanto à infiltração apical em relação aos cimentos utilizados.
O tempo decorrido, após obturação dos canais radiculares e a imersão no
corante, tem sido variável. SILVEIRA et al. (2003) colocaram os dentes na
solução corante imediatamente após a obturação, independente do
endurecimento do cimento. Esta metodologia foi também empregada por
DISCUSSÃO 104
SILVA NETO et al. (2001) e FERREIRA et al. (2003). Por outro lado, outros
autores colocaram os espécimes no corante após 24 horas (AMDITIS et al.,
1992; POMMEL et al., 2003; CAMPS & PASHLEY, 2003), 48 horas (VALOIS &
CASTRO, 2002), cinco dias (MANN & McWALTER, 1987) ou duas semanas
(WU et al., 2001), levando em consideração o tempo de endurecimento do
cimento obturador utilizado em cada experimento.
No presente trabalho, após a obturação dos canais radiculares, os espécimes
foram imediatamente colocados na solução corante, na tentativa de se
reproduzir as condições clínicas.
Em relação ao tipo de corante empregado neste estudo, optou-se pela tinta
nanquim, recurso também adotado por RAVANSHAD & TORABINEJAD (1992),
VALOIS & CASTRO (2002). Esta escolha baseou-se no fato de que as
partículas de azul-de-metileno, corante escolhido em vários estudos,
dissolvem-se durante os procedimentos de diafanização com ácido nítrico
empregado durante o procedimento de desmineralização (RAVANSHAD &
TORABINEJAD, 1992). Apesar do grande número de publicações científicas
que empregam corantes como marcadores de infiltração, o fato citado
anteriormente, mesmo sendo de fundamental importância na análise dos
resultados encontrados, infelizmente é pouco citado na literatura, segundo WU
& WESSELINK (1993).
GOLDMAN et al. (1989) ressaltaram que, os resultados de trabalhos que
utilizavam o método de imersão a vácuo dos espécimes na solução corante,
são apenas qualitativos e demonstraram, tão somente, se houve ou não maior
DISCUSSÃO 105
ou menor percolação. PETERS & HARRISON (1992) não encontraram
nenhuma diferença significante entre os grupos a vácuo ou não. Já CAMPS &
PASHLEY (2003) não utilizaram o método de imersão a vácuo, quando do
estudo de penetração de corante dos espécimes, conduta também seguida no
presente trabalho por manter este experimento o mais próximo possível da
situação clínica.
No presente estudo somente a porção apical foi imersa na tinta nanquim
permanecendo por cinco dias, tempo de permanência também utilizado por
VALOIS & CASTRO (2002). Por outro lado, o tempo de imersão das amostras
varia entre os autores (CANALDA-SAHLI et al., 1997 e ABARCA et al., 2001 -
48 horas; GULABIVALA et al., 1998 – três dias; NAMAZIKHAH et al., 2000 –
sete dias; GILHOOLY et al., 2001 – 14 dias). Entretanto, CHOHAYEB (1992)
verificou que o tempo de imersão no corante (Azul-da-Prússia ou tinta da Índia)
não influenciou o grau de infiltração.
Entre as opções de medida linear de penetração de corante tais como: cortes
longitudinais das raízes (WU & WESSELINK, 1993; DALAT & SPANGBERG,
1994; WELLER et al., 1997; DE MOOR & BOEVER. 2000; BONETTI FILHO et
al., 2001; SILVA NETO et al., 2001), desgastes de raízes incluídas em blocos
de gesso (ANTONIO & MOURA, 1997), escolheu-se o processo de
diafanização, de acordo com o proposto por SANTA CECÍLIA et al. (1997) para
medir a infiltração marginal da tinta nanquim na porção apical das raízes. A
visualização da área de maior infiltração de cada espécime avaliado foi
favorecida pela tridimensionalidade da obturação do sistema de canais
DISCUSSÃO 106
radiculares (ROBERTSON et al., 1980, PÉCORA, 1993; SOUZA et al., 2001;
VALOIS & CASTRO, 2002; FERREIRA et al., 2003).
Apesar de existirem várias formas e técnicas para avaliar a penetração de
tintas, optou-se pela utilização da lupa esterioscópica. WOLCOTT et al. (1997),
CLINTON & HIMEL, (2001), GILHOOLY et al. (2001), ZMENER et al. (2002),
também empregaram este método para avaliarem a infiltração de corantes.
Optou-se no presente estudo pela lupa esterioscópica Wild M8 com câmera
digital acoplada a um sistema computadorizado de análise quantitativa de
imagens e observadas com aumento de 18X.
6.2 Resultados
Os resultados obtidos no presente estudo, demonstraram que houve diferença
significativa (p<0,05) do grau de infiltração apical entre as três técnicas de
obturação dos canais radiculares, quando as amostras foram consideradas em
sua totalidade.
O grupo tratado pela técnica da condensação lateral apresentou uma medida
de infiltração significantemente superior aos grupos da técnica de onda
contínua de condensação e da técnica híbrida de Tagger, sendo que entre as
duas últimas não houve diferença estatisticamente significante.
Vários autores confirmam os achados obtidos no presente estudo, quando
compararam a técnica da condensação lateral com técnicas de
termocompactação e termoplastificação, descrevendo que a técnica da
DISCUSSÃO 107
condensação lateral apresentou uma medida de infiltração significativamente
superior a outras técnicas testadas (TAGGER et al., 1984; FREITAS et al.,
1996; WELLER et al., 1997; HAIKEL et al., 2000; SOUZA et al., 2001;
CLINTON et al., 2001). Por outro lado, outros autores não encontraram
diferença estatisticamente significante (ELDEEB, 1985; MANN & McWALTER,
1987; VEIS et al., 1994; DALAT & SPANGBERG, 1994; PALLARÉS & FAUS,
1995; CANALDA-SAHLI et al., 1997; WOLCOT et al., 1997; MIRANZI et al.,
2000; GILHOOLY et al., 2001; MADEN et al., 2002; POMMEL & CAMPS, 2001;
FERREIRA et al., 2003).
O resultado da média de infiltração encontrada nas amostras obturadas pela
técnica da condensação lateral foi de 1,5mm. Sendo esta técnica a mais
utilizada como referência para comparação, constatou-se em inúmeros
trabalhos a grande variedade de resultados (DALAT & SPANGBERG, 1994 –
2,25mm; PESCE et al., 1995 – 0,79mm; FREITAS et al., 1996 – 2,45mm;
SHAKESPEARE & DONNELLY, 1997 – 1,38mm; NAMAZIKHAH et al., 2000 –
1,50mm; BONETTI FILHO et al., 2001 – 0,373mm; FERREIRA et al., 2003 –
0,325mm).
No grupo utilizando a técnica de onda contínua de condensação obteve-se uma
média de infiltração de 1,0mm, não sendo possível melhor comparação com
outros trabalhos devido à escassez de publicações (SILVA NETO et al., 2001 –
1,17mm e MADEM et al., 2002 – 0,36mm). Esta foi a única técnica de
obturação que apresentou um espécime sem nenhuma infiltração de corante
tanto na visão interna como externa. Pela imagem obtida, observou-se que o
DISCUSSÃO 108
canal foi selado em sua porção apical pelo cimento obturador, apesar de não
ter sido identificada a separação entre o cone e o cimento.
Quanto à profundidade de penetração do condensador de Buchanan, para
todos os espécimes foi respeitada a profundidade de 5mm aquém do CT como
preconizado pelo idealizador (BUCHANAN, 1996). Apesar de diferenças
anatômicas da forma dos canais, esta profundidade pôde ser alcançada,
provavelmente devido ao último instrumento levado ao CT (30/.04) para todos
os espécimes.
O grupo experimental correspondente à técnica híbrida de Tagger apresentou
média de infiltração de 0,8mm, resultado bem próximo aos achados de PESCE
et al., em 1995 (0,76mm), FREITAS et al., em 1996 (0,79mm), BONETTI
FILHO et al., em 2001 (0,774mm), embora superiores aos achados de De
MOOR & De BOEVER em 2000 (0,07mm). Por outro lado, SIQUEIRA JR.
(1995) (2,07mm) e De MOOR & MARTENS (1999) (1,03mm) encontraram
resultados superiores quando comparados com o presente estudo.
No presente trabalho, a técnica híbrida de Tagger e a técnica da onda
contínua de condensação demonstraram ser mais eficientes quanto ao
selamento apical em comparação à técnica da condensação lateral. Entretanto,
a técnica híbrida de Tagger apresentou a menor variação dos dados. A referida
técnica corresponde a um método híbrido de obturação, que combina a técnica
da condensação lateral e a compactação termomecânica (TAGGER et al.,
1984). Possivelmente, esta associação fez com que o cone principal
padronizado (# 30) ficasse mais firme após a condensação lateral dificultando,
DISCUSSÃO 109
assim, seu deslocamento nas manobras subseqüentes. Assim como no
presente estudo, alguns autores reportaram menor infiltração apical na técnica
híbrida de Tagger, quando comparada à condensação lateral e outras técnicas
(TAGGER et al., 1984; FREITAS et al., 1996; De MOOR & MARTENS, 1999;
SOUZA et al., 2001). Esta afirmativa leva a pensar que o compactador tem
participação efetiva no selamento apical. Sendo a guta-percha um bom isolante
térmico, a situação do calor gerado pelo compactador só se faz sentir de um a
dois milímetros além da extremidade do instrumento plastificador (TAGGER,
1984). Logo, ao nível apical, a responsabilidade por um melhor selamento pode
ser atribuída possivelmente à pressão exercida pelo compactador ao material
obturador, e não ao fenômeno de plastificação que não ocorre nessa área
quando da observância das diretrizes da técnica. Segundo CRUZ & BARBOSA
(1994), a compactação termomecânica da guta-percha parece ser uma boa
alternativa à condensação lateral, especialmente em canais ovais, apesar de
os termocompactadores de Mc Spadden serem passiveis de fratura. Já para
LOPES & SIQUEIRA JR. (1999) a fratura do termocompactador é rara, o que
foi confirmado no presente trabalho.
A técnica híbrida de Tagger foi a que menos apresentou variações de dados
quanto à medida linear de penetração de corante, ou seja obteve-se as
menores medidas de infiltração e elas não variavam muito entre os espécimes.
Estes achados não estão de acordo com os encontrados por SILVA NETO et
al., em 2001, onde concluíram que a capacidade de selamento apical,
proporcionado pela técnica de onda contínua de condensação é superior à
técnica híbrida de Tagger.
DISCUSSÃO 110
BEER et al., já em 1987, sugeriram que os canais deveriam conter, pelo
menos, 90% de guta-percha sem considerar a técnica de obturação usada. A
tendência das técnicas modernas de obturação é de proporcionarem uma
maior quantidade de guta-percha e, por conseqüência, uma menor quantidade
de cimento, usando para isso o recurso da plastificação (DE DEUS et al.,
2002). Nos trabalhos publicados mais recentemente, existe uma tendência às
técnicas termoplastificadas, com resultados melhores quando comparados à
técnica da condensação lateral (De MOOR & MARTENS, 1999; De MOOR &
De BOEVER, 2000; GILHOOLY et al., 2001; GOLDEBERG et al., 2001; De
MOOR & HOMMEZ, 2002). Estas técnicas proporcionam uma massa de
material obturador uniforme e homogênea, com uma melhor adaptação às
reentrâncias das paredes do canal radicular (SILVA NETO et al., 2001).
Pôde-se observar que, quando os canais foram obturados pela técnica da
condensação lateral não houve extravasamento do cone principal, para
nenhum dos espécimes. Fato este comprovado por MANN & McWALTER
(1987), GULABIVALA et al. (1998) e CLINTON & HIMEL (2001). Também não
foi observada a presença de guta-percha nas irregularidades e istmos dos
canais, fato este facilmente observado pelas características das amostras do
presente estudo e justificado como uma das desvantagens da técnica, onde se
considera a incapacidade dos cones de guta-percha a frio se adaptarem às
paredes do canal, principalmente na presença de variáveis anatômicas (SMITH
et al., 2000).
A técnica de onda contínua de condensação, quando comparada com as
outras técnicas utilizadas, foi a que mais apresentou extravasamento de cones
DISCUSSÃO 111
de guta-percha (sete espécimes). Um fator determinante para este resultado;
foi possivelmente a escolha do cone acessório como cone principal e seu
respectivo travamento sem, contudo, utilização prévia da condensação lateral
durante a execução da técnica. Atualmente, uma técnica híbrida (técnica da
condensação lateral seguida pela técnica de onda contínua de condensação)
tem sido avaliada (GUESS et al. 2003). Segundo COHEN & BURNS (2000), o
clínico deve assegurar-se de que quando o cone acessório for utilizado como
cone principal, este trave somente na extensão mais apical e não em posição
mais coronária dentro do canal. Cabe salientar que, no presente estudo, a
conicidade dos preparos foi padronizada, e as pontas dos cones principais
(acessório) calibradas (# 30). Notou-se, também, uma tendência de diminuição
da infiltração linear do corante quando do extravasamento de cones de guta-
percha, situação também observada por BIESTERFELD & TAINTOR (1980),
que concluíram haver uma diminuição da infiltração apical quando do
extravasamento do material obturador in vitro.
Já para a técnica híbrida de Tagger, constatou-se o extravasamento do cone
principal para quatro espécimes, sendo a infiltração de corante nestes casos
menor quando comparada com os outros espécimes.
KUGA et al. (1989), em estudo radiográfico, avaliaram a constância do limite
apical de obturação nas técnicas da condensação lateral, híbrida de Tagger e
de Nguyen. As três técnicas apresentaram variações em relação à constância
do limite apical e com tendência à extrusão de material, mas sem diferença
estatística entre elas. UTRILLA et al. (1995), avaliando histologicamente dentes
de cães, o comportamento dos tecidos apicais e periapicais nas técnicas
DISCUSSÃO 112
Ultrafill e híbrida de Tagger, concluíram que na técnica Ultrafill houve elevado
índice de extravasamento de material obturador, o que não foi observado na
técnica híbrida de Tagger. Da mesma forma, PEREIRA et al. (1999) realizaram
um trabalho in vitro e avaliaram radiograficamente se os compactadores de Mc
Spadden, empregados na técnica híbrida de Tagger original, tendem a deslocar
apicalmente a guta-percha, trazendo alterações no limite de obturação
previamente estabelecido. Concluíram que o deslocamento apical da obturação
não se constitui numa ocorrência freqüente e que o uso do termocompactador
não trouxe modificação apreciável no limite apical da obturação.
No presente estudo, apesar do espaço do conduto radicular ter sido
adequadamente reproduzido pela guta-percha em todos os espécimes, os
canais obturados pela técnica de onda contínua e técnica híbrida de Tagger
apresentaram obturações mais homogêneas e uma adaptação melhor da guta-
percha às paredes dentinárias. Futuras investigações devem ser realizadas,
principalmente para avaliar se a utilização de um método híbrido de obturação
durante a execução da técnica de onda contínua de condensação possa
contribuir para que a técnica ofereça melhores resultados. Todavia, vários
fatores são importantes para o sucesso do tratamento endodôntico,
principalmente o domínio e conhecimento de técnicas.
CONCLUSÕES 114
7. CONCLUSÕES
Levando-se em consideração os resultados obtidos neste experimento in vitro
concluiu-se que:
a. as melhores técnicas, ou seja as que apresentaram menores índices de
infiltração apical são a técnica híbrida de Tagger e a técnica de onda
contínua de condensação (System B), não havendo diferença estatística
entre elas;
b. o grupo 1 (técnica da condensação lateral) apresentou maiores índices de
infiltração, portanto os piores resultados.
SUMMARY 116
8. SUMMARY The purpose of this in vitro study was to compare three different root canal
filling techniques as to apical leakage. A hundred and fourteen mesial roots of
extracted human lower molars were used. The root canals were radiographed
so that their curvature could be measured using the Schneider's method. The
root canals were prepared with engine-driven nickel-titanium instruments,
ProSystem GT technique, using an irrigating solution of 2.5% sodium
hypochlorite. Following the impermeabilization of the external dental surface,
except for the apical foramen region, the teeth were randomly in three groups:
I) Lateral condensation technique; II) The continuous wave of condensation
technique; III) Tagger's hybrid technique. Next, they were immersed in India ink
(Faber-Castell) for five days, and then they were diaphanized for measurement
in millimeters of the apical dye leakage by means of a stereomicroscope. The
results were submitted to the statistical analysis using the Kruskal-Wallis
method. According to the methodology and the studies in this work, it could be
concluded that the group treated by the lateral condensation technique
presented a significantly higher leakage level than the other two groups.
Additionally, the groups treated by the continuous wave of condensation and
Tagger's hybrid techniques have not significantly differed.
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Anexo 127
ANEXO A
APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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