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UNIFMU-CENTRO UNIVERSITÁRIOFACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A OBESIDADE E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA INDIVÍDUOS OBESOS.
AUTOR: DENISE SILVA CARCERONIORIENTADOR: PROF. DR. LUZIMAR R. TEIXEIRA
SÃO PAULO2007
DENISE SILVA CARCERONI
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A OBESIDADE E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA INDIVÍDUOS OBESOS.
Monografia apresentada ao Centro de Pós-graduação e Pesquisa da UNIFMU - CENTRO UNIVERSITÁRIO, como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista em Atividade Física Adaptada e Saúde, sob a orientação do Prof. Dr. Luzimar R. Teixeira.
2
Agradecimentos
Gostaria de agradecer aos meus alunos e ex-alunos deficientes e com problemas
de saúde que me motivaram a buscar uma especialização que permitisse atendê-los de
forma adequada e eficaz.
Agradeço ao Professor Dr. Luzimar R. Teixeira pelas importantes palavras que
fizeram mudar minha área de atuação, pelo incentivo acadêmico e pela orientação. E aos
demais professores do curso pela grande contribuição na minha formação.
Ao Bruno e Gabriel, meu filhos queridos, pela paciência e compreensão nas horas
em que abdiquei em lhes dar a atenção devida para dedicar-me ao estudo e à minha mãe e
minha avó pelo apoio incondicional.
Agradeço ao Fabiano, meu namorado, pela paciência, incentivo e apoio na minha
formação profissional e pela compreensão ao abrir mão do nosso precioso tempo de convívio
nos fins de semana, para que eu pudesse realizar o curso, sem jamais reclamar.
Aos profissionais que respondendo ao questionário, tornaram possível a
realização deste trabalho.
3
Resumo
A obesidade é uma doença epidêmica, multifatorial que atinge indivíduos do
mundo inteiro. Seu tratamento necessita de uma equipe multidisciplinar que inclui o educador
físico. Este estudo se propôs a avaliar os quão preparados estão os profissionais atuantes
em academias para atender alunos obesos, pois maior campo de atuação do profissional de
Educação Física é a academia de ginástica. Foram aplicados 33 questionários em
professores de educação física atuantes em academia, com musculação e/ou ginástica,
contendo seis questões sobre identificação do indivíduo obeso, atendimento multidisciplinar e
intervenção do educador físico. Os resultados indicaram que apesar de reconhecer a
importância da multidisciplinaridade no tratamento da obesidade os professores têm
dificuldades em caracterizar o obeso e não são coerentes na prescrição adequada das
atividades.
Palavras-chave: obesidade, obeso, emagrecimento, educação física, prescrição de exercício.
4
Sumário
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO..............................................................................................................9
CAPÍTULO 2: DESENVOLVIMENTO...............................................................................................11
1.REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................................111.1.Obesidade..............................................................................................................................111.2.Etiologia da obesidade.......................................................................................................14
1.2.1.Fatores genéticos, ambientais e comportamentais...................................................141.2.2.Fatores Endócrinos.........................................................................................................15
1.3. Fisiopatologia da Obesidade....................................................................................................171.4.Multidisciplinaridade e tratamento da obesidade.......................................................18
1.4.1.Dieta..................................................................................................................................181.4.2.Medicamentos..................................................................................................................191.4.3.Cirurgia..............................................................................................................................201.4.4.Orientação Nutricional e Comportamental..................................................................201.4.5. Exercício e tratamento da obesidade.........................................................................21
1.4.5.1.Características do exercício e sua utilização no tratamento da obesidade. . .231.4.5.2.Atividades de Academia.........................................................................................25
2.MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................................282.1 Amostra...................................................................................................................................282.2.Instrumentos e procedimentos........................................................................................282.3.Análise estatística................................................................................................................29
CAPÍTULO 3: CONCLUSÃO..............................................................................................................37
Referências Bibliográficas...................................................................................................................44
5
Listas de ilustrações
Figura 1: distribuição mundial da prevalência de sobrepeso em mulheres com mais de 30
anos.................................................................................................................................................12
Figura 2: distribuição aproximada dos principais contribuintes do gasto energético diário
relativo a um adulto sedentário...................................................................................................21
Figura 3: percentuais de respostas à questão 1: Qual (is) o(s) critério(s) que você utilizaria
para identificar um aluno obeso?...............................................................................................30
Figura 4: Percentuais de respostas à questão 2: Qual (is) profissional(is) abaixo você
aconselharia seu aluno obeso a procurar?(Considere que o profissional de Ed. Física é
você!)...............................................................................................................................................31
Figura 5: Equipe Multidisciplinar.........................................................................................................31
Figura 6: Percentuais de respostas à questão 3: Que tipo de atividade física/exercícios você
recomendaria para um aluno obeso?........................................................................................32
Figura 7: Percentuais de respostas à questão 4: Imagine que na academia onde você
trabalha são oferecidas as atividades abaixo. Qual(is) você indicaria para um obeso, que
não tenha restrição médica? (assinale quantas quiser).........................................................33
Figura 8: Percentuais de respostas à questão 5: Porque escolheu a(s) atividade(s) da
questão anterior (nº 4)?................................................................................................................34
Figura 9: Coerência na comparação entre as respostas das questões três, quatro e cinco....35
Figura 10: Percentuais de respostas à questão 6: Na sua opinião o que é mais importante na
escolha da atividade física/exercício para o aluno obeso?....................................................36
6
Lista de Quadros
Quadro 1:prevalência de sobrepeso..................................................................................................13
Quadro 2: prevalência de obesidade.................................................................................................13
Quadro 3: Mudanças nos hormônios da tiróide na obesidade e após a perda de peso...........15
Quadro 4: Mudanças no GH e IGF-I na obesidade e após perda de peso.................................16
Quadro 5: morbidade em indivíduos obesos....................................................................................17
Quadro 6: comparação entre exercício regular e espontâneo e as adaptações do organismo
..........................................................................................................................................................22
7
Lista de Anexos
Anexo 1....................................................................................................................................................49
8
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
A Obesidade é uma doença epidêmica que atinge milhares de pessoas no mundo
e com grande perspectiva de crescimento para os próximos anos, conforme projeções
realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua causa têm influência genética,
mas depende principalmente do comportamento do indivíduo. A má alimentação e o baixo
nível de atividade física que são influenciados pela melhora nas condições de vida e às
facilitações tecnológicas da atualidade são os principais responsáveis pela obesidade, as
alterações hormonais respondem por uma pequena parcela dos casos. O indivíduo obeso
pode desenvolver diversos problemas, tornando a obesidade uma doença multifatorial.
Sendo assim seu tratamento é complexo e multidisciplinar, ou seja, depende da atuação de
profissionais de diversas áreas ligadas à saúde. A prática de atividade física e exercícios
dirigidos é fundamental no tratamento do obeso, por contribuir para o balanço energético
negativo, favorecendo a perda de gordura, fazendo com que o profissional de Educação
Física assuma um papel de extrema importância para o sucesso do tratamento.
Um dos locais de maior acesso ao Educador Físico, principalmente nas grandes
cidades, são as academias de ginástica. No Brasil são cerca de 20 mil estabelecimentos
registrados até 2003 que absorvem cerca de 60% ~ 70% dos profissionais que ingressam no
mercado de trabalho por ano (DA COSTA, 2006). É importante que os profissionais atuantes
9
nesse segmento tenham conhecimento mínimo acerca da obesidade e das características do
indivíduo obeso para prescreverem os exercícios/atividades de forma adequada, segura e
eficaz, pois existem diferenças relevantes quando comparados à alunos com peso normal.
Estariam esses profissionais habilitados para atender as necessidades de um aluno obeso?
O objetivo do presente estudo é avaliar o conhecimento acerca da obesidade e a
prescrição de exercícios para o indivíduo obeso por professores de Educação Física
atuantes nas áreas de musculação e ginástica em academias.
10
CAPÍTULO 2: DESENVOLVIMENTO
1.Revisão de Literatura
1.1.Obesidade
A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma
quantidade anormal ou excessiva de gordura acumulada que pode prejudicar a saúde e
classifica como obesos os indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior do
que 30 (2006). Essa definição é aceita por diversas entidades que se dedicam à prevenção e
tratamento da obesidade, Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica (ABESO), International Association for the Study of Obesity (IASO), International
Life Sciences Institute (ILSI), National Heart Lung and Blood Institute (NHLBI), Federation
Latino Americana de Sociedades de Obesidad (FLASO). O ILSI (2006) define a obesidade
como uma doença complexa com distúrbio do metabolismo energético com acúmulo
excessivo de gordura corporal cujo 95% dos casos predominam etiologia multifatorial com
associações de fatores genéticos, ambientais e comportamentais e em apenas 5% dos
casos, causas endócrinas, tumores e síndromes genéticas. Trata-se de uma doença
epidêmica que atinge milhares de pessoas no mundo a figura 1 mostra a distribuição de
sobrepeso no mundo para mulheres acima de 30 anos em 2005 e a projeção para o ano de
2015.
11
Traduzido da OMS
Figura 1: distribuição mundial da prevalência de sobrepeso em mulheres com mais de 30 anos
12
O quadro 1 mostra os dados fornecidos pelo IBGE para sobrepeso no Brasil em
2002-2003 os dados da OMS para 2005 e projeção para 2015.
Quadro 1:prevalência de sobrepeso
IBGE OMS
2002-2003 2005 2015
Mulheres 40% 53,5% 66,5%
Homens 41,1% 47,4% 60,3%
O quadro 2 mostra os dados fornecidos pelo IBGE para obesidade no Brasil em
2002-2003 os dados da OMS para 2005 e projeção para 2015.
Quadro 2: prevalência de obesidade
IBGE OMS
2002-2003 2005 2015
Mulheres 13,1% 18,3% 31,3%
Homens 8,9% 8,7% 16,9%
A distribuição regional da gordura pode ocorrer de duas formas central ou
andróide e periférica ou ginóide. A obesidade andróide oferece um risco maior para a saúde
facilitando o desenvolvimento de cardiopatias, diabetes, dislipidemias, câncer endometrial,
hipertensão e aterosclerose. (McARDLE, 1998).
Recentes estudos na áreas de endocrinologia e metabolismo apontam o adipócito
como órgão endócrino capaz de sintetizar e liberar diversas substâncias, como a
adiponectina, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), alguns hormônios sexuais, a
interleucina-6 e a leptina e não apenas armazenar energia como se pensava anteriormente
(KOKKORIS & Pi-SUNYER, 2003, MOTA & ZANESCO 2007).
13
1.2.Etiologia da obesidade
1.2.1.Fatores genéticos, ambientais e comportamentais
A obesidade, na maioria das vezes, tem causa genética associada à fatores
ambientais e comportamentais (COMUZZIE, 1998, FRANCISCHINI, 2000, NEGRÃO, 2000,
ARONNE, 2002, OLIVEIRA, 2003, MARQUES-LOPES, 2004, DeWALD et al, 2006) que
levam à um balanço energético positivo. Essa manifestação ocorre através de alterações no
apetite ou no gasto energético. A literatura mostra que o balanço energético é afetado em
cerca de 40%, por fatores genéticos, estudos realizados com gêmeos mostram uma
contribuição de 70% - 80%, sendo que a possibilidade de filhos obesos de pais obesos é de
50% - 80% (MARQUES-LOPES, 2004). Foram utilizadas metodologias diversas nas
investigações sobre a influência genética na obesidade, tais como: estudo de modelos
animais e extrapolação a regiões homólogas do genoma humano, investigações de genes de
transmissão mendeliana com manifestações de obesidade, associação e ligamento de genes
candidatos em estudos epidemiológicos.
Os fatores ambientais como a influência familiar (FONSECA, 1998, OLIVEIRA,
2003), presença de televisão, computador e videogame (OLIVEIRA, 2003) e o processo de
urbanização (CONTALDO, 2004, SCHMIDHUBER, 2004-2005) também contribuem para o
aumento da obesidade
A alimentação e o sedentarismo são os fatores comportamentais que mais
influenciam no aumento da obesidade (FONSECA, 1998, HILL, 1998, OLIVEIRA, 2003,
MARQUES-LOPES, 2004, SCHMIDHUBER, 2004-2005,). O aumento do consumo de
14
produtos de fast-food, de refrigerantes, de alimentos doces, gordurosos, de origem animal e
a diminuição no consumo de frutas, vegetais frescos e cereais são os maiores responsáveis
(SCHMIDHUBER, 2004-2005, HAWKES, 2004-2005). Nos últimos 40 anos houve um
aumento significativo na quantidade de indivíduos que ingerem de 2700-3200 Kcal por dia e
diminuição daqueles cuja ingesta é menor do que 2220 Kcal por dia (SCHMIDHUBER, 2004-
2005). Estudos com animais mostraram claramente um aumento na gordura corporal
daqueles que são mantidos com uma dieta de alta ingestão calórica (HILL, 1998). O
comportamento sedentário tem sido facilitado principalmente pelo avanço da tecnologia,
quando mais modernizada a sociedade, menor é o gasto energético (HILL, 1998,
FRANCISCHINI, 2000).
1.2.2.Fatores Endócrinos
Deve-se considerar as alterações hormonais causadas por problemas endócrinos,
apesar de serem responsáveis por apenas 5% dos casos de obesidade, pois exigem
tratamento específico.
Hormônios secretados pela tiróide, como o T3 e rT3 apresentam comportamentos
diferentes na obesidade e após a perda de peso como mostra o quadro 3.
Quadro 3: Mudanças nos hormônios da tiróide na obesidade e após a perda de peso
Hormônio Obesidade Rápida / Perda de Peso
T3
T4
r T3
TSH
TSH após TRH / /
Adaptado de Kokkoris & Pi-Sunyer (2003)
15
O hormônio do crescimento (GH) sofre alterações na obesidade em relação à
perda de peso conforme apresentado no quadro 4.
Quadro 4: Mudanças no GH e IGF-I na obesidade e após perda de peso
Hormônio Obesidade Rápida / Perda de Peso
GH Taxa de produção de GH
Taxa de Metabolismo de GH
GH responsável pelo GHRH /
GH responsável pela hipoglicemia /
IGF-I
IGF-I Livre
IGFBP-3 /
Adaptado de Kokkoris & Pi-Sunyer (2003)
Observa-se alterações nas catecolaminas na obesidade e após a rápida perda de
peso. A prolactina basal e a prolactina responsável pela hipoglicemia não se alteram na
obesidade e após a perda de peso como ocorre com a prolactina responsável pelo TRH. Há
modificações nos hormônios produzidos pelas gônadas nos homens obesos, a testosterona
total e o SHBG diminuem enquanto existe um aumento de estrógenos (KOKKORIS & Pi-
SUNYER, 2003).
Algumas doenças estão associadas à obesidade, o hipotiroidismo, a síndrome de
Cushing, deficiências do hormônio do crescimento, hipogonadismo, síndrome do ovário
policistico, insulinoma, obesidade hipotalâmica traumática, mutações monogênicas e outras
síndromes genéticas (KOKKORIS & Pi-SUNYER, 2003).
16
1.3. Fisiopatologia da Obesidade
A obesidade pode predispor o indivíduo a desenvolver diversas patologias o maior
risco é para o desenvolvimento da diabetes mellitus (FRANCISCHINI, 2000). Doenças
coronarianas, hipertensão, neoplasias, disfunções endócrinas, disfunções da vesícula biliar,
problemas pulmonares, problemas osteo-articulares, também são doenças que aparecem no
indivíduo obeso (FRANCISCHINI, 1999, DOUKETIS, 1999, ELIA, 2001, NIH, 2000,
ARONNE, 2002, NEGRÃO, 2000). Além da classificação do obeso dada pelo IMC, utiliza-se
a relação entre a medida de cintura e do quadril para determinar o risco de desenvolver
diversas doenças (ARONNE, 2002). O quadro 6 mostra a morbidade em pessoas obesas.
Quadro 5: morbidade em indivíduos obesos
Cardiovasculares Hipertensão e AVCDoenças coronarianasVeias VaricosaisTrombose Venosa Profunda
Útero Câncer endometrialCâncer cervical
Respiratórias Falta de arApnéia durante o sonoSíndrome de hipoventilação
Urológico Câncer na próstataIncontinência urinária
Gastrintestinais Hérnia de HiatoCálculo na Vesícula BiliarCirrose e esteatose hepáticaHemorróidaCâncer coloretal
Pele MicosesCelulitesLinfoedemas
Metabólica HiperlipidemiaResistência à insulinaDiabetes MellitusSíndrome do ovário policisticoHiperandrogenizaçãoIrregularidades menstruais
Endócrinas Redução no GHRedução na resposta à prolactinaRespostas hiperdinâmicas do ACTH ao CRHAumento do cortisol livre na urinaAlterações nos hormônios sexuais
Neurológica Bloqueio nervoso Ortopédicas OsteoartritesGota
Renal Proteinúria Gravidez Complicações obstétricasOperação por cesarianaBebês muito grandesDefeitos no tubo neural
Região Peitoral Câncer de mamaGinecomastia
GH = Hormônio do crescimento; ACTH = Hormônio adrenocorticotrófico CRH = Hormônio liberador de ACTH
Adaptado de FRANCISCHINI (1999 apud Jung, 1997)
17
1.4.Multidisciplinaridade e tratamento da obesidade
Por tratar-se de uma doença multifatorial existe um consenso de que o tratamento
deve ser multidisciplinar, vários estudos apontam para essa abordagem (VALVERDE, 1998,
DOUKETIS et al, 1999, VANSANT, 1999, FRANCISCHI, 2000, REPETO G, RIZZOLLI J.,
CASAGRANDE D.2002, DAO et al, 2004). A equipe multidisciplinar pode envolver médicos
de diversas especialidades. Cardiologista, endocrinologista e gastroenterologista, uma vez
que doenças cardíacas, vasculares, dislipidemias, diabetes distúrbios hormonais e cirurgia
bariátrica podem estar associadas ao tratamento da obesidade (DOUKETIS et al, 1999,
FRANCISCHI, 2000, ORZANO, 2004). Dessa equipe também podem fazer parte psicólogo,
nutricionista e educador físico, pois o tratamento passa por mudanças comportamentais
(DOUKETIS et al, 1999, FRANCISCHI, 2000 REPETO G, RIZZOLLI J., CASAGRANDE
D.2002, CONTALDO, 2004, ORZANO, 2004,SCHMIDHUBER, 2004-2005, CONFEF 2005).
1.4.1.Dieta
As dietas estão normalmente associadas à outros tipos de tratamento tais como
exercícios, acompanhamento psicológico e medicamentos. Tem-se observado que se obtém
um resultado positivo com dietas de baixa caloria, entre 800 Kcal e 1550 Kcal, e muito baixa
caloria < 800 Kcal, durante o tratamento (DOUKETIS, 1999, ORZANO, 2004, DeWALT,
2006) mas que há um ganho gradativo de gordura após o término deste. Alguns estudos
mostram ganho de 52% após 2 anos e de 61% – 64% em 3 e meio. (DOUKETIS, 1999)
18
1.4.2.Medicamentos
É recomendado a utilização de terapia medicamentosa para os indivíduos que não
conseguem perder peso com a associação entre dieta e terapia comportamental e
apresentam co-morbidades (HALPERN et al, 2000, YANOVSKI, 2002, DeWALD, 2006).
Medicamentos de efeito anoréxico têm se mostrado eficaz durante o início do tratamento,
sendo que após esse período apenas uma pequena quantidade de indivíduos obtém
resultados (DOUKETIS, 1999, ORZANO, 2004). O medicamento de efeito anoréxico mais
utilizado atualmente é a sibutramina, que possui agentes noroadrenérgicos e serotonérgicos,
seus efeitos colaterais incluem aumento da pressão arterial, boca seca, insônia dor de
cabeça, constirpação (YANOVSKI, 2002). Outro tipo de medicamento utilizado é o de
redução de absorção de nutrientes, o orlistat (YANOVSKI, 2002, ORZANO, 2004). A ingestão
de 120mg do medicamento até uma hora após a refeição reduz em 1/3 a absorção de
gorduras. Há relatos de recuperação gradual do peso após o segundo ano de uso, seus
principais efeitos colaterais são flatulência, aumento da freqüência para defecar e
incontinência fecal. A utilização do orlistat também afeta a absorção de vitaminas
liposolúveis, principalmente vitamina D, o que pode ser solucionado com a ingestão de
complexos vitamínicos duas horas antes ou depois da ingestão do medicamento
(YANOVSKI, 2002). Um estudo realizado com 114 pacientes obesos ou com sobrepeso
mostrou que a associação entre a sibutramina e o orlistat é bem tolerada e eficaz na perda
de peso (HALPERN et al, 2000).
É comum a busca por tratamentos alternativos a base de suplementos alimentares
e fitoterápicos. Os estudos realizados com substâncias fitoterápicas não utilizam metodologia
adequada (randomização, duplo-cego, grupo controle). Os únicos componentes que
19
mostraram-se eficazes são efedrina e cafeína. Apesar de sua eficácia podem causar sérios
problemas cardiovasculares e no sistema nervoso central, incluindo arritmias, hipertensão
arterial e infarto do miocárdio, uma vez que são apresentadas combinadas com outras
substâncias e portanto não são recomendadas no tratamento para perda de peso
(YANOVKIS, 2002).
Estudos recentes apontam que o hormônio grelina pode regular o peso a longo
prazo e a utilização de rimonabant também tem apresentado bons resultados no controle
ponderal, apresentando melhoria significativa da circunferência da cintura, nos níveis de
triglicérides, lipoproteínas e sensibilidade à insulina (DeWALD, 2006)
Medicamentos específicos serão utilizados quando a causa da obesidade for de
origem endócrina.
1.4.3.Cirurgia
A cirurgia bariátrica (redução do estômago) é normalmente recomendada para
indivíduos que sofrem de obesidade mórbida, IMC > 40 (DOUKETIS, 1999, YANOVSKI,
2002, DeWALD, 2006). Todos os estudos mostram diminuição do peso nos primeiros 3 a 6
meses após a intervenção. A perda é geralmente maior do que a conseguida com a terapia
medicamentosa e a dieta (DOUKETIS, 1999, ORZANO, 2004).
1.4.4.Orientação Nutricional e Comportamental
A orientação nutricional é feita individualmente ou em grupo com o objetivo de
reforçar a terapia comportamental. Esta por sua vez consiste em uma modificação do
comportamento individual em relação aos hábitos alimentares e de atividade física, com o
20
objetivo de prevenir a recuperação do peso e é utilizado em conjunto com a dieta. Os
estudos apontam para uma redução pequena de peso, no período inicial (6 – 12 meses),
havendo recuperação no período subseqüente (DOUKETIS, 1999, ORZANO, 2004).
1.4.5. Exercício e tratamento da obesidade
A maior contribuição do exercício físico no tratamento da obesidade é auxiliar na
manutenção do balanço energético negativo (FRANCISCHI, 2000, ORZANO, 2004), fator
que contribui para a diminuição da gordura corporal, apesar de não haver consenso na
literatura acerca da melhor estratégia para conseguí-lo (FRANCISCHINI et al, 2001). Os
estoques energéticos são utilizados para sustentar os processos metabólicos do organismo,
levando à perda de peso quando há déficit energético. Esse déficit é mais facilmente
conseguido quando o exercício está associado à dieta, pois indivíduos obesos têm
dificuldade em exercitar-se por longos períodos, o que se faz necessário para utilização do
metabolismo oxidativo. A figura 2 representa a composição do gasto energético diário, sendo
ETA, o efeito térmico dos alimentos (FRANCISCHINI, 2001 ADAPTADO DE RAVUSSIN &
SWINBURN, 1992).
Figura 2 distribuição aproximada dos principais contribuintes do gasto energético diário relativo a um adulto sedentário
21
Segundo Francischini (1999 apud Jung, 1997) a diminuição de 10 kg no peso
corporal causa diminuição da mortalidade, diminuição nos valores de pressão arterial,
redução dos sintomas de angina, diminuição nas taxas de lipídeos, diminuição da glicemia de
jejum, redução do risco de desenvolvimento de diabetes e aumenta 33% a tolerância ao
exercício.
De acordo com a ABESO (2002) o tipo de exercício mais indicado para o controle
da obesidade e suas co-morbidades é o regular e sistematizado, ou seja com orientação de
um profissional de Educação Física e que aumento nas atividades espontâneas e de lazer
podem causar adaptações importantes quando incorporadas à um novo estilo de vida,
conforme mostra o quadro 4.
Quadro 6: comparação entre exercício regular e espontâneo e as adaptações do organismo
Variável Regular com controle Nutricional (3 ~5 x / semana)
Espontâneo (1 ~2 x / semana)
Peso estatisticamente significante moderada / manutençãoComposição corporal
Taxa Metabólica Basal
estatisticamente significante moderado / manutenção
Taxa metabólica diária
estatisticamente significante moderado / manutenção
Massa Muscular estatisticamente significante moderado / manutençãoMassa Gorda estatisticamente significante moderada / manutenção
Plasma Glicemia estatisticamente significante moderada / manutençãoColesterol estatisticamente significante moderada / manutençãoHDL estatisticamente significante moderado / manutençãoTriglicerídeos estatisticamente significante moderada / manutenção
Relação Cintura Quadril estatisticamente significante moderada / manutençãoPressão Arterial estatisticamente significante moderada / manutençãoVolume de adipócitos estatisticamente significante moderada / manutençãoSíntese de Lipídeos estatisticamente significante moderada / manutençãoOxidação de Lipídeos estatisticamente significante moderado / manutenção
Adaptado de: Damaso, 2002
22
1.4.5.1.Características do exercício e sua utilização no tratamento da obesidade
Foram realizados diversos estudos associando exercícios físicos e tratamento da
obesidade. Há uma grande variação no tipo de exercício escolhidos, aeróbios de alta e baixa
intensidade, anaeróbios e contra resistência, além das diferenças entre os protocolos
utilizados, o que dificulta a comparação da eficácia desses exercícios. Existe um consenso
de que a maior contribuição do exercício se refere a melhoria da qualidade de vida e na
diminuição da perda de massa magra que ocorre com a utilização de dietas hipocalóricas
(NEGRÃO et al, 2000, FRANCISCHINI et al, 2001)
Em um estudo realizado com 28 adolescentes obesos comparando os efeitos do
exercício aeróbio, 60% do VO2 máx e anaeróbio, teste de Wingate com tiros de 30s
(FERNANDEZ, 2004) concluíram que o exercício físico associado à dieta é mais eficaz que
ele sozinho e que o exercício anaeróbio proposto teve um resultado melhor na diminuição de
gordura corporal e no percentual de gordura do que o exercício aeróbio e a dieta
isoladamente. Já em outro estudo (n=28) comparando os mesmo tipos de atividade, aeróbia
com caminhadas contínuas a 80% ~ 85 % do VO2 máx e anaeróbia, treinamento intervalado
com circuito com pesos e corrida intermitente a 95% ~105% do VO2 máx, os dois tipos de
exercícios associados à orientação alimentar foram eficazes no tratamento da obesidade,
tendo resultados semelhantes (SABIA, 2004).
Uma pesquisa feita com 16 homens, adultos, divididos em grupo treinamento (GT)
e grupo controle (GC), utilizou um programa de 10 semanas com pesos, composto por 11
exercícios, realizados em 3 séries de 8 a 12 repetições máximas, em 3 seções semanais e
dias alternados mostrou que há um aumento da massa magra no GT em relação ao GC, mas
23
que não foi suficiente para a redução de gordura (SANTOS, 2002). Uma revisão de literatura
sobre atividades contra resistência (MEIRELLES, 2004) aponta que esse tipo de exercício
pode aumentar o gasto energético total, através do custo energético de sua execução bem
como durante o período de recuperação, sendo o volume a variável de maior impacto sobre
o gasto total e a intensidade sobre o período de recuperação. MacKnight (2003), afirma que
a atividade física mais indicada para a perda de massa gorda é a de baixa intensidade e que
os benefícios do treinamento de resistência têm se mostrado pequenos na perda de peso
absoluto.
Um estudo realizado com 225 mulheres obesas comparou dois grupos, dieta (DA)
e dieta + exercício (DE). A atividade proposta foram exercícios realizados em step
combinados com dança aeróbica de baixo impacto a 70% ~85 % do VO2 máx. A combinação
entre exercício e dieta mostrou-se eficaz na diminuição de gordura total e intra abdominal,
sendo que a redução de gordura intra abdominal mostrou-se idêntica quando os grupo são
comparados. Um outro estudo realizado com 11 adolescentes obesos, submetidos a
exercício aeróbio no cicloergômero a 60% da freqüência cardíaca máxima em duas seções
semanais, durante nove meses, mostrou um aumento na massa magra e redução no
percentual de gordura e no IMC, indicando que exercícios aeróbios moderados associados à
dieta tem efeito positivo no controle da obesidade em adolescentes e na diminuição da
prevalência na idade adulta.
Além da escolha do tipo de exercício que será utilizado é importante avaliar qual o
grau de risco que esse exercício oferece ao aparelho locomotor do indivíduo obeso. A força
de reação do solo (FRS), cuja componente vertical atinge cerca de 1,3 vezes o peso corporal
24
(PC), durante a marcha (AMADIO, 1996 p. 31), serve como parâmetro inicial nessa
avaliação. De acordo com Radominski (1998) as doenças músculo-esqueléticas respondem
em segundo lugar pelas despesas com pacientes obesos e suas co-morbidades perdendo
apenas para as complicações cardiovasculares. Essas complicações comprometem a
qualidade de vida do indivíduo bem como o tratamento da obesidade. A osteoartrite é o
problema mais relatado na literatura em associação com a obesidade, joelhos, quadril,
tornozelos são os locais mais afetados. Problemas na coluna como dores lombares e hérnia
discal também são associados à obesidade. A maior causa apontada é a sobrecarga
biomecânica. (MESSIER, 1996, RANDOMINSKI, 1998).
1.4.5.2.Atividades de Academia
Profissionais de Educação Física podem ser encontrados atuando em diversas
áreas. Um dos locais maior concentração são as academias de ginástica. Segundo Da Costa
(2006) existem cerca de 20.000 estabelecimentos que oferecem diversas atividades entre
ginástica, musculação, dança, atividades aquáticas e artes marciais que absorvem cerca de
60% ~ 70 % dos profissionais que ingressam no mercado de trabalho por ano.
As academias oferecem diversos tipos de atividades, mas nos deteremos na
ginástica, musculação e atividades cardiovasculares.
A musculação é caracterizada por exercícios realizados contra-resistência com
equipamentos específicos ou pesos livres, a grande vantagem é a possibilidade de total
controle do movimento no que se refere à sobrecarga, intensidade e volume.
25
As atividades cardiovasculares, geralmente, são realizadas em esteiras
ergométricas, bicicletas ergométricas e equipamentos elípticos (transport). Um estudo
realizado por Lu & Chien (2006) mostrou que no equipamento elíptico o pico do componente
vertical da FRS é menor do que se comparado à caminhada, apesar dos picos dos ângulos
de flexão dos joelhos, quadril e tornozelos serem significativamente maiores.
São muitas variedades de aulas de ginástica oferecidas, cada uma com
características próprias.
As aulas de jump se caracterizam por movimentos rítmicos combinados,
realizados sobre um mini-trampolim, com predominância do metabolismo aeróbio. Exercícios
realizados neste equipamento podem reduzir em cerca de 80% a FRS se comparados aos
resultados extrapolados em piso duro, contudo a análise do movimento polichinelo realizado
no equipamento atingiu um pico de 2,9 PC (SCHIEHLL, 2003), valor mediano se comparado
ao verificado na corrida 2PC ~ 4PC (AMADIO, 1996), além da mudança brusca na curvatura
da coluna torácica e lombar, com maior freqüência nos movimentos de impulsão (WITTIG,
2005).
Aulas de step, caracterizadas por movimentos rítmicos coreografados, com
predominância do metabolismo aeróbio, realizados com o auxílio de uma plataforma que
geralmente possibilita a regulagem de altura. A análise da FRS no movimento básico no step
mostra que atinge valores de pico próximos ao da marcha, cerca de 1,76 PC, utilizando um
equipamentos de aproximadamente 20cm e com músicas com cadência inferior à 135
batimentos por minuto (BPM), e aula com cerca de 40min de duração (WIECZOREK, 1997).
As aulas de bike indoor que também tem predomínio do metabolismo aeróbio,
simulam provas de ciclismo com diversas variações de terreno, Silva (2002) verificou que a
26
maioria das lesões neste tipo de aula estão associadas à não utilização de sobrecarga ao
pedalar.
Outras aulas com predomínio de metabolismo aeróbio são as aulas de aerolutas
que coreografam movimentos de artes marciais, as aulas de aerodance nas quais são
utilizados diversos ritmos e aulas de CFT (circuito) que se apropria de movimentos no step,
jump, corridas e exercícios localizados.
Aulas neuromusculares como ginástica localizada, GAP (glúteos, abdominais e
perna) e pump utilizam-se de halteres, caneleiras e barras para a execução dos movimentos
obedecendo o ritmo de uma música, cujo objetivo principal é o trabalho contra resistência.
Foi feito um estudo com o movimento de agachamento Burpee, realizado comumente nessas
aulas. Utilizou-se de análise biomecânica de variáveis cinemáticas e dinâmicas foi
determinado pelo procedimento de dinâmica inversa as forças e momentos intersegmentares
do joelho e do tornozelo, concluiu-se que a má execução desse movimento pode aumentar o
risco de lesão no aparelho locomotor do indivíduo (HIRATA, 2002).
As aulas de abdominais também são classificadas como neuromusculares e
trabalham exclusivamente este músculo, com variações rítmicas e de sobrecarga.
As aulas de alongamento utilizam exercícios que visam melhorar a flexibilidade do
indivíduo.
Conhecer as principais características das atividades oferecidas pela academia de
ginástica possibilita ao profissional prescrevê-las de forma eficiente e segura.
27
2.Materiais e métodos
2.1 Amostra
A amostra foi composta por 33 professores de Educação Física, sendo 14
mulheres e 19 homens, de 10 estados da federação. Os profissionais participantes eram em
sua maioria graduados por faculdades privadas (66,67%), sendo que do total 15,15% eram
bacharéis, 36,36% licenciados e 48,48% com ambas formações. Mais da metade dos
profissionais participantes possuíam pós-graduação lato sensu (57,58%), distribuídos em 6
áreas: Fisiologia do exercício (36,84%), Musculação (26,32%), Treinamento Esportivo
(21,05%), Reestruturação Corporal Global (5,26%), Atividade Física Adaptada (5,26%) e
Biomecânica (5,26%). A maior parte dos profissionais (60,61%) atuam em academias com
até 500 alunos, 33,33% em academias com 501 à 1000 alunos, 3,03% em academias com
1001 a 2000 alunos e 3,03% em academias com mais de 2001 alunos. Sendo que 54,55%
atuam como professores de musculação, 12,12 % como professores de ginástica e 33,33%
acumulam ambas as funções.
2.2.Instrumentos e procedimentos
O método escolhido foi a pesquisa descritiva. Utilizou-se um questionário (anexo1)
contendo seis questões, sendo três abertas e três fechadas. O questionário foi elaborado de
acordo com o descrito por Thomas & Nelson (2002, p.280). A validação do questionário
previa o parecer de três professores, Doutores ou Mestres em Educação Física. Contudo as
solicitações feitas não foram respondidas por eles fazendo com que fosse dado
prosseguimento ao estudo piloto. O estudo piloto foi composto por duas fases. Na primeira o
questionário foi lido por três indivíduos que não são da área da Educação Física para que
28
pudessem avaliar o grau de clareza das questões. Na segunda foi aplicado em 10 indivíduos
atuantes na área da Educação Física, especificamente em academia, graduados ou
estagiários, para identificar problemas de compreensão e interpretação das questões.
Pequenas modificações foram necessárias antes da aplicação dos questionários.
As questões se propunham verificar como o Educador Físico identifica um aluno
obeso, a importância dada por ele à equipe multidisciplinar e o tipo de atividade/exercício que
prescreveria para essa população.
O convite para a participação na pesquisa foi feito através da Internet em
comunidades relacionadas à Educação Física no site www.orkut.com e o questionário foi
enviado, por correio eletrônico, para 103 interessados. Foram devolvidos, respondidos, 49
questionários sendo que 16 foram excluídos por não se encaixarem no perfil da amostra
(estagiários, profissionais provisionados, atuantes em outras áreas).
2.3.Análise estatística
Questão 1: Qual (is) o(s) critério(s) que você utilizaria para identificar um aluno
obeso?
42,4% da respostas indicaram o IMC como critério para identificar o aluno obeso,
33,3% avaliação física, 27,3% composição corporal, 21,2% utilizariam um critério visual,
15,2% dobras cutâneas, 9,1% valores de circunferências, medidas antropométricas e
avaliação médica, 12,1% utilizariam a relação cintura quadril, 6,1% anamnese e peso
corporal e 18,2% outros métodos. Foram considerados como outros os critérios que
apareceram apenas uma vez: avaliação morfo-funcional, bioimpedância, percepção,
endomorfismo, avaliação cineantropométrica e comportamento, conforme a figura 3.
29
42,4
33,3
27,3
21,2
15,2
9,1 9,1 9,112,1
6,1 6,1
18,2
IMC
Aval.
Física
Comp. Corp
oral
Visual
Dobras
Circun
ferên
cias
Med
. Antro
pom
étric
as
Av. m
édica
Rel. Cint
ura/Q
uadril
Anam
nese
Peso
Outro
s
%
Figura 3 percentuais de respostas à questão 1: Qual (is) o(s) critério(s) que você utilizaria para identificar um aluno obeso?
Questão 2: Qual (is) profissional(is) abaixo você aconselharia seu aluno obeso a
procurar? (Considere que o profissional de Ed. Física é você!).
Nesta questão poderiam ser escolhidas as seguintes opções: médico
endocrinologista, médico cardiologista, médico gastroenterologista, cirurgião plástico, médico
de outra especialidade Qual?, nutricionista, esteticista, psicólogo, fisioterapeuta, outro
profissional Qual? e nenhum dos profissionais anteriores, apenas o professor de Educação
Física é suficiente para orientá-lo. 84,8% indicariam o nutricionista, 72,7% o endocrinologista,
66,7% um cardiologista, 30,3% o psicólogo, 12,1% o gastroenterologista e 3% indicariam
outros médicos, esteticista, fisioterapeuta e outros profissionais. Nenhum profissional
indicaria o cirurgião plástico. As respostas foram distribuídas conforme a figura 4.
30
84,8
72,766,7
30,3
12,13,0 3,0 3,0 3,0 0,0
Nutricion
ista
Endoc
rinolog
ista
Cardiol
ogist
a
Psicólo
go
Gastro
enter
ologis
ta
Outro
Méd
ico
Estetic
ista
Fisiot
erap
euta
Outro
Cir. P
lástico
%
Figura 4: Percentuais de respostas à questão 2: Qual (is) profissional(is) abaixo você aconselharia seu aluno obeso a procurar?(Considere que o profissional de Ed. Física é você!).
Nesta questão 58% apontam para a necessidade da atuação de 3 ou mais
profissionais e 30% para dois especialistas, destes 12 % apontou a necessidade apenas
um profissional, caracterizando uma equipe multidisciplinar, conforme mostra a figura 5.
12%
30%58%
1 Especialista2 Especialistas3 ou mais Especialistas
Figura 5: Equipe Multidisciplinar
31
Questão 3: Que tipo de atividade física / exercícios você recomendaria para um
aluno obeso?
O exercício aeróbio foi recomendado por 72,7% dos entrevistados, a musculação
por 60,6%, atividades de baixa intensidade por 18,2%, o alongamento por 20,8%, a
hidroginástica por 15,2 %, o circuito por 15% dos entrevistados, a atividade moderada por
9,1% e 42,4% recomendariam outras atividades. Foram considerados como outros os
critérios que apareceram apenas uma vez: qualquer atividade, atividade sem impacto,
ginástica postural, artes marciais, atividade de baixo impacto, ginástica leve, aeróbia coletiva,
exercícios que mobilizem grandes músculos, exercícios específicos de acordo com a
necessidade, atividades de alto gasto calórico de acordo com o gosto dos alunos, natação,
caminhada, atividade anaeróbia e atividade de alta intensidade, conforme a figura 6.
72,7
60,6
18,2 20,815,2 15,0
9,1
36,4 39,4
Aeróbio
Mus
culaç
ão
Baixa in
tens
idade
Alonga
mento
Hidro
Circuit
o
Ativid.
Mod
erada
Baixo Im
pacto
Outro
s
%
Figura 6: Percentuais de respostas à questão 3: Que tipo de atividade física/exercícios você recomendaria para um aluno obeso?
32
Questão 4: Imagine que na academia onde você trabalha são oferecidas as
atividades abaixo. Qual(is) você indicaria para um obeso, que não tenha restrição médica?
(assinale quantas quiser).
Todos os entrevistados recomendaram a musculação dentre as atividades
oferecidas pela academia para um aluno obeso sem restrições médicas, 84,8%
recomendaram a bicicleta, 78,8% a esteira, 75,8% aulas de alongamento, 57,6% aparelho
elíptico, 36,4% indicaram aulas de CFT (Condicionamento Físico Total), 27,3% aulas de
ginástica localizada, 21,2% aulas de bike indoor, 18,2% aulas de abdominais e aero dance,
12,1% aulas de step, jump e aerolutas e 9,1% aulas de pump, conforme a figura 7.
100,0
84,878,8 75,8
57,6
36,427,3
21,2 18,2 18,212,1 12,1 12,1 9,1
Mus
culaç
ão
Bicicle
ta
Esteira
Alonga
mento
Elíptic
oCFT
Loca
lizad
a
Bike In
door
Abdom
inais
Aero D
ance
Step
Jum
p
Aeroluta
s
Pump
%
Figura 7: Percentuais de respostas à questão 4: Imagine que na academia onde você trabalha são oferecidas as atividades abaixo. Qual(is) você indicaria para um obeso, que não tenha restrição médica? (assinale quantas quiser).
Questão 5: Porque escolheu a(s) atividade(s) da questão anterior (nº 4)?
A adequação foi o motivo pelo qual 33,3% dos entrevistados escolheram as
atividades da questão anterior, 18,2% escolheram por ser de baixo impacto, 15,2% por terem
33
um alto gasto calórico, 12,1% por serem atividades motivantes, 9,1% por serem atividades
sem nenhum impacto, por permitir um melhor controle da atividade e desenvolverem massa
muscular, 6,1% escolheram por tratar-se de aluno sem restrição e por serem atividades que
queimam gordura e 48,5% deram como resposta outros motivos. Sendo que foram
considerados como outros os critérios que apareceram apenas uma vez. Foram eles: utilizo e
tenho resultado, de acordo com o objetivo, não tenho conhecimento, melhoram o
condicionamento, fortalecem, atividade moderada, melhora a lateralidade, trabalha
coordenação, não respondeu, tudo o que o aluno gostar pois o objetivo é gastar calorias,
aumenta o metabolismo basal, prescrição individual, considera o lado hormonal e metabólico,
aumenta o gasto calórico, evitam impacto e o praticante conduz a intensidade, conforme
figura 8.
33,3
18,2 15,2 12,1 9,1 9,1 9,1 6,1 6,1
48,5
Adequ
ação
Baixo Im
pacto
Alto g
asto ca
lórico
Mot
ivaçã
o
Nenhum
Impac
to
Melh
or co
ntro
le da a
tivida
de
Desenv.
Mas
sa m
uscu
lar
Aluno
sem
restr
ição
Queim
am gord
ura
Outro
s
%
Figura 8: Percentuais de respostas à questão 5: Porque escolheu a(s) atividade(s) da questão anterior (nº 4)?
34
Nas questões de três à cinco foram os resultados foram comparados
individualmente e classificados de acordo com a coerência. Em 67% dos questionários havia
algum tipo de incoerência ou contradição na seleção dos exercícios ou atividades, conforme
os dados apresentados na figura 9.
33%
67%
Coerente Incoerente
Figura 9: Coerência na comparação entre as respostas das questões três, quatro e cinco.
Questão 6: Na sua opinião o que é mais importante na escolha da atividade
física/exercício para o aluno obeso?
Permitiu-se optar por uma entre duas opções: 21% responderam que o mais
importante é priorizar a utilização de gordura como substrato energético e 79% afirmam que
o importante é o gasto energético total. A figura 10 demonstra o resultado.
35
21%
79%Priorizar Utilização de GorduraGasto Energético Total
Figura 10: Percentuais de respostas à questão 6: Na sua opinião o que é mais importante na escolha da atividade física/exercício para o aluno obeso?
36
CAPÍTULO 3: CONCLUSÃO
A obesidade tomou proporções epidêmicas, a população de diversos países
independente de posição econômica vem sofrendo com ela. No Brasil projeções da OMS
apontam um aumento de indivíduos com sobrepeso em cerca de 13% para ambos os sexos
e de indivíduos obesos em 12,8% para o sexo feminino e 8,2% para o sexo masculino, em
um período de 10 anos (2005 – 2015). Ela é determinada geneticamente, mas os fatores
ambientais, principalmente as mudanças de comportamento ocorridas com em função dos
confortos tecnológicos, são os responsáveis por esse aumento. Também pode ser causada,
em menor proporção, por distúrbios do sistema endócrino, em função de alterações
hormonais e algumas doenças. Sem dúvida a maior preocupação com a obesidade é sua
associação à outros problemas que comprometem a saúde do indíviduo. Diabetes,
hipertensão, dislipidemias, problemas osteo-articulares são os mais comuns em uma lista
com cerca de 40 co-morbidades que acometem os diversos sistemas do corpo.
A diversidade de causas e de problemas associados faz com que a obesidade
seja vista como doença multifatorial, consequentemente existe a necessidade de ser tratada
por uma equipe multidisciplinar. O tratamento da obesidade inclui obrigatoriamente uma
dieta, que será associada à outros tratamentos como cirurgia bariátrica, terapia
medicamentosa, terapia comportamental e exercício. O papel da atividade física / exercício
no tratamento do obeso é, principalmente, de auxiliar na manutenção do balanço energético
negativo e sua maior contribuição está na manutenção da massa magra que é perdida em
função das dietas de restrição calórica. A atividade física / exercício também contribuem para
37
a manutenção geral da saúde do obeso auxiliando na regulação da pressão arterial,
colesterol, glicemia e outros problemas, sendo que a regularidade na prática tem um efeito
melhor do que quando é realizado de forma espontânea, esporadicamente. Ficando clara a
importância do papel do Educador Físico no tratamento da obesidade, apesar de não haver
consenso na literatura acerca do melhor tipo de atividade para o obeso.
As academias de ginástica são os maiores absorvedores da mão de obra de
educadores físicos em função da quantidade de estabelecimentos existentes no Brasil, é
provável que o primeiro contato do obeso com um profissional da área ocorra em academias.
Também é possível que seja o primeiro contato desse indivíduo com um profissional da área
da saúde, uma vez que é de domínio público que exercícios ajudam a emagrecer. Desta
forma é necessário que o profissional de educação física, atuante em academia de ginástica,
tenha conhecimentos básicos na identificação do obeso, de suas necessidade, dos
problemas associados à obesidade e principalmente do tipo de atividade / exercício que irá
prescrever.
O questionário elaborado para essa pesquisa teve como objetivo avaliar o
conhecimento acerca da obesidade e a prescrição de exercícios para o indivíduo obeso por
professores de Educação Física atuantes nas áreas de musculação e ginástica em
academias baseados em três pontos: a identificação do obeso, o reconhecimento da
multidisciplinaridade e a atuação profissional.
A primeira questão se propunha a conhecer como o profissional identifica o aluno
obeso. A resposta esperada era o IMC. Apesar de existirem outros métodos, mais modernos
e mais precisos, o índice de massa corporal é indicado pela OMS por ser fácil de medir e
oferecer um resultado confiável. A questão era aberta o que permitiu diversas combinações.
38
Apenas 42,4% entrevistados afirmam que utilizariam o IMC. 12,1% também utilizaria a
relação cintura/quadril como método para identificar o obeso, o que é interessante pois
conforme citado anteriormente a obesidade pode estar associada à outros problemas de
saúde e a relação cintura/quadril é um indicativo do risco para desenvolvê-las. Os 21,2% que
afirmam que identificariam o obeso visualmente, associam à algum ao outro critério. Trata-se
de uma observação relevante uma vez que a avaliação visual sozinha não pode ser
mensurada e quando associada ao IMC dá maior confiabilidade à medida uma vez que o
indivíduo pode ser pesado por ter massa muscular muito desenvolvida e conseqüentemente
um IMC alto, sem necessariamente ser obeso. Respostas como avaliação física (33,3%),
avaliação médica (9,1%), e composição corporal (27,3%), podem conter o valor do IMC, mas
não indicam diretamente que esse método estaria sendo utilizado. Além disso podem
denotar que a responsabilidade de fazer a identificação do obeso é exclusividade do
avaliador físico ou do médico uma vez que a amostra é composta por professores atuantes
em academias que geralmente recebem resultados de um departamento específico. Com
base nos resultados obtidos nesta questão acredita-se que o profissional possa sentir
dificuldade em caracterizar o aluno obeso e por conseqüência o grau de obesidade,
diferenciando–o do aluno com sobrepeso ou gordura localizada.
A segunda questão se propunha verificar a importância dada pelo Educador Físico
à equipe multidisciplinar. 84,8% indicariam um nutricionista e 72,7% um médico
endocrinologista fato que vai ao encontro do que foi verificado na literatura acerca da
importância da dieta, da identificação de problemas metabólicos e utilização de
medicamentos no tratamento da obesidade. A grande maioria (58%) indicaria três ou mais
39
especialistas para o aluno obeso procurar, denotando que os entrevistados concordam com
a atuação multidisciplinar.
As perguntas de três a cinco questionavam o professor, de maneiras diferentes,
quais as atividades indicaria para o aluno obeso. Os resultados foram comparados
individualmente e classificados de acordo com a coerência. Em 67% dos questionários havia
algum tipo de incoerência ou contradição na seleção dos exercícios ou atividades. O fato que
mais chama a atenção é que na questão quatro, onde são listadas as atividades oferecidas
pela academia e os professores deveriam assinalar quais indicariam, 100% marcaram
musculação. A resposta isolada está de acordo com a literatura que aponta que o principal
benefício da atividade física para o obeso é minimizar a perda de massa muscular acarretada
pela dieta de restrição calórica, contudo quando comparamos com as respostas das
questões três e cinco há incoerência. Por exemplo na questão três, que é aberta, onde é
perguntado o tipo de atividade que indicaria ao aluno obeso, exercícios resistidos aparecem
em apenas 60,6% das respostas ou seja 39,4% dos entrevistados não consideraram indicar
esse tipo de exercício, mas na questão seguinte optam por musculação como atividade para
o obeso na academia.
Na questão três, 36,4% indicariam uma atividade de baixo impacto. O raciocínio
está de acordo com a literatura uma vez que o impacto se refere, como foi visto, à FRS que é
diretamente proporcional ao peso corporal e que o obeso pode desenvolver diversos
problemas osteo-articulares. Contudo na questão cinco apenas 18,2% justificaram a escolha
da atividade, na questão anterior, ao baixo impacto, havendo assim incoerência nas
respostas. Ainda relacionando à justificativa baixo impacto (questão 5) 12,1% haviam
40
escolhido como atividade aulas de Jump (questão 4). Sem dúvida uma atividade de baixo
impacto para um indivíduo com peso normal, mas que oferece uma sobrecarga alta para o
aparelho locomotor do obeso, conforme foi visto.
Apenas 12,1% optaram pelas aulas de step. Desde que respeitadas as
recomendações com relação à altutra da plataforma e o BPM da música, vistos
anteriormente, essas aulas poderiam ser indicadas para o indivíduo obeso.
27,3% indicariam aulas de ginástica localizada e 9,1% aulas de pump, com a
justificativa que na maioria das vezes, se refere à adequação. Apesar das aulas de ginástica
localizada e pump melhorarem a massa muscular do indivíduo e, como já citado
anteriormente, o trabalho de fortalecimento ser interessante para o obeso é necessário
cautela no que se refere à adequação. Nos cabe questionar: estaria um aluno com este perfil
preparado para executar movimentos neste tipo de aula de forma segura e eficaz? Não seria
preferível optar pela musculação cujo controle da execução é melhor?
Outras questões também devem ser consideradas no momento de prescrever o
exercício para o obeso. 84,8% optaram pela bicicleta ergométrica e 21,2% pelas aulas de
bike indoor. Inicialmente tratam-se de atividades adequadas uma vez que é possível
controlar sua intensidade, contudo há de se observar se é possível realizá-la do ponto de
vista ergonômico. A região glútea do indivíduo pode ser tão grande que impossibilite-o de
permanecer sentado no selim da bicicleta, gerando inclusive uma situação de risco de queda.
41
78,8% escolheram realizar exercícios na esteira e 57,6% no equipamento elíptico
(transport). A segunda opção talvez seja a melhor para iniciar o condicionamento físico
aeróbio com o aluno obeso em função de suas características biomecânicas.
Na questão cinco 15,2% justificam a escolha das atividades da questão quatro por
serem atividades de alto gasto calórico. As atividades escolhidas são em sua maioria esteira,
bicicleta e elíptico e realmente podem gerar um alto dispêndio de energia, contudo como
vimos, o indivíduo obeso não consegue realizar exercícios por períodos longos em função da
própria condição física.
Como observamos a maioria das respostas às questões três, quatro e cinco
isoladamente corroboram com a literatura, contudo quando analisadas de forma conjunta
apresentam resultados discrepantes e incoerência no raciocínio dos profissionais, levando a
supor a existência de um déficit conceitual que pode prejudicar a escolha adequada e segura
das atividades e exercícios.
A última questão se referia à prioridade na escolha do exercício. 79% das
respostas afirmam que o gasto energético total é mais importante do que priorizar a gordura
como substrato energético, corroborando com as pesquisas mais recentes.
Concluiu-se que conhecimento acerca da obesidade e principalmente sobre a
prescrição de exercícios para o obeso por professores de Educação Física atuantes em
academias é insuficiente e deficitário para uma prescrição adequada e segura de atividades
e exercícios físicos. Sugere-se que estudos mais específicos e com uma amostra maior
sejam realizados a fim de obterem-se dados que auxiliem na elaboração de programas
42
voltados à atuação do profissional que esclareçam as necessidades do aluno obeso e a
adequação das atividades oferecidas pelas academias de ginástica para essa população.
43
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44
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Anexo 1
UniFMU - Centro Universitário
Faculdade de Educação FísicaCentro de Pós-graduação e Pesquisa
Área: Atividade Física Adaptada e Saúde
Questionário de PesquisaAs questões abaixo referem-se à uma pesquisa para realização de trabalho de conclusão de curso de Pós-graduação. O objetivo da pesquisa é investigar os procedimentos utilizados por profissionais de Educação Física, atuantes em academias, perante o aluno obeso. As informações constantes nesse questionário são confidenciais e serão utilizadas estritamente para fins acadêmicos.
Dados Pessoais:1. Nome:2. CREF:3. Data de nascimento: ____/____/____4. Sexo: F M5. Endereço6. Bairro7. Cidade/Estado8. Fone9. e-mail
Formação:1. Curso de Graduação:□ Educação Física □ Esporte □ Outro. Qual? _________□ Bacharelado □ Licenciatura □ Bacharelado e LicenciaturaNome da Instituição: _________________________________□ Pública □ Privada Ano de conclusão:
2. Curso de Pós-graduaçãoSe realizou mais de um, coloque aquele mais relevante para sua atuação profissional.□ Especialização (Lato senso) □ Mestrado (Stricto Senso) □ Doutorado (Stricto Senso)Nome da Instituição:□ Pública □ Privada
Qual a área? Ano de conclusão:
Área de Atuação:1. Quantos alunos freqüentam a academia aproximadamente□ Até 500 alunos □ De 501 a 1000 alunos □ De 1001 a 2000 alunos □ Mais de 2000 alunos
2. Qual área você atua?□ Musculação □ Ginástica □ Musculação e Ginástica
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Questões:
1. Qual (is) o(s) critério(s) que você utilizaria para identificar um aluno obeso?
2. Qual (is) profissional(is) abaixo você aconselharia seu aluno obeso a procurar?(Considere que o profissional de Ed. Física é você!)
□ Médico endocrinologista □ Médico cardiologista □ Médico gastroenterologista □ Médico de outra especialidade Qual? _________ □ Nutricionista □ Esteticista □ Cirurgião Plástico □ Psicólogo □ Fisioterapeuta □ Outro profissional Qual?_____□ Nenhum dos profissionais anteriores, apenas o professor de Educação Física é suficiente para orientá-lo.
3. Que tipo de atividade física/exercícios você recomendaria para um aluno obeso?
4. Imagine que na academia onde você trabalha são oferecidas as atividades abaixo. Qual(is) você indicaria para um obeso, que não tenha restrição médica? (assinale quantas quiser)
□ Musculação □ Esteira □ Bicicleta □ Elíptico (Transport) □ Aula de Step □ Aula de Jump □ Aula de Abdominais □ Aula de alongamento □ Aula de Aerodance □ Aula de Pump □ Aula de Aerolutas □ Aula de Localizada □ Aula de Bike Indoor (Spinning) □ Aula de CFT (circuito) 5. Porque escolheu a(s) atividade(s) da questão anterior (nº 4)?
6. Na sua opinião o que é mais importante na escolha da atividade física/exercício para o aluno obeso?
□ Priorizar a utilização de gordura como substrato energético □ Gasto energético total
Agradeço sua Participação
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