aula variação linguística
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PLANO DE AULA: TEMA - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Língua Portuguesa
Tema
Variações Linguísticas
Ponto de partida
Placa com variações linguísticas, para debate com os alunos.
Objetivos
- Refletir sobre as variações da língua no decorrer do tempo;
- Valorizar as diferenças culturais e linguísticas;
- Usar a linguagem com autonomia e sem preconceitos.
Os materiais utilizados estão disponíveis neste planejamento
Textos variados;
Filme – Tapete Vermelho;
Exercícios variados;
Avaliação da aprendizagem;
Momento de descontração.
Leitura dos seguintes textos:
I - Declaração Mineira de Amor aos Amigos...
Declaração Mineira de Amor aos Amigos...
.
Amo ocê !
.
Ocê é o colírio du meu ôiu.
É o chicrete garrado na minha carça dins.
É a mairionese du meu pão.
É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois).
O rechei du meu biscoito.
A masstumate du meu macarrão.
Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai.
Ocê é tamém:
O videperfume DA minha pintiadêra.
O dentifriço DA minha iscovdidente.
Óiprocevê,
Quem tem amigossim, tem um tisôru!
Ieu guárdêsse tisouro, com todu carinho,
Du Lado isquerdupeito !!!
Dentro do meu Coração!!!
AMO Ocê, uai!!!
II – Tipos de assaltantes
Assaltante Paraibano:
Ei bichin...
Isso é um assalto!
Arriba os braços e não se bula
Num se cague e não faça mungança...
Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a pexera no teu bucho e boto teu fato
prá fora...
Assaltante Baiano:
Ô meu rei...( pausa )
Isso é um assalto...( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não...( outra pausa )
Se não quiser nem precisa levantar pra não ficar cansado...
Vai passando a grana bem devagarinho... ( pausa pra pausa )
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado,
Não esquenta meu irmãozinho...( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante Mineiro:
Ô sô, prestensão...
Isso é um assarto uai!
Levanta os braço e fica quetim
Quessê trem na minha mão tá cheidibala...
Mió passa logo os trocado que não tô bão hoji
Vai andando uai!
Assaltante de São Paulo:
Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo,
meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do
jogo do CORINTHIANS, meu... Pô se manda, meu...
Assaltante Carioca:
Seguiiiinte bicho....
Tu se ferrô. Isso é um assalto!
Passa a grana e levanta os braços rapá...
Não fica de bobeira, vai andando e se olhar pra trás vira presunto.
Assaltante Gaúcho:
O gurí, ficas atento...
Báh, isso é um assalto!
Levanta os braços e te aquieta tchê!
Não tentes nada, e cuidado que este facão corta uma barbaridade.
Passa os pila prá cá!
E te manda a lá cria, se não o quarenta e quatro fala...
Assaltante de Brasília:
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer para pedir seu voto
de confiança. Prometo se eleito for te representar com responsabilidade e que por exigência do
FMI ao final de todo mês aumentaremos as seguintes tarifas para dar uma ajuda aos pobres
políticos do nosso país:
Energia, água, passagens aéreas e de ônibus, gás, Imposto de renda, licenciamento de
veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, IPTU, ICMS, PIS, COFINS. Mas meu povo não se
esqueça: somos uma nação feliz! O Brasil é penta e em fevereiro tem carnaval!!!
Variação linguística
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e
assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo
da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.
Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo demonstrar:
que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme
em todo o território brasileiro; que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de
funcionamento da linguagem ;que a variação da língua se dá em função do emissor e em função
do receptor ; que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são
responsáveis pela variação da língua; que não há hierarquia entre os usos variados da língua,
assim como não há uso linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade
linguística, portanto, coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa
ser considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação concreta
de comunicação; que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente
em qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de
colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí estarão
presentes de maneira indiscutível.
1. Níveis de variação linguística
É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de
funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse
fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira
estanque, eles se superpõem.
1.1 Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante
pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja,
pronunciado como um u; o r caipira; o s chiado do carioca.
1.2 Nível morfo-sintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas
conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de
"manteve", "ansio" em vez de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a
concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais frequência se o sujeito está
posposto ao verbo. Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de
"eu o vi".
1.3 Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de
acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no
Brasil usa-se " moleque", "garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um
processo de variação vocabular.
2 Tipos de variação linguística
Existem dois tipos de variedades linguísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em função
das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros ( variedades que ocorrem
em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da
situação).
Variação Dialetal Variação Regional Variação Social Variação Etária
Variação Profissional Variação de Registro
Variação dialetal
Cada pessoa traz em si uma série de características que se traduzem no seu modo de se
expressar: a região onde nasceu, o meio social em que foi criada e/ou em que vive, a profissão
que exerce, a sua faixa etária, o seu nível de escolaridade.
Os exemplos a seguir ilustram esses diferentes tipos de variação.
A região onde nasceu (variação regional) - aipim, mandioca, macaxeira (para designar a
mesma raiz); tu e você (alternância do pronome de tratamento e da forma verbal que o
acompanha); vogais pretônicas abertas em algumas regiões do Nordeste; o s chiado carioca e o s
sibilado mineiro;
o meio social em que foi criada e/ou em que vive; o nível de escolaridade (no caso brasileiro,
essas variações estão normalmente inter-relacionadas (variação social): substituição do l por r
(crube, pranta, prástico); eliminação do d no gerúndio (correndo/correno); troca do a pelo o
(saltar do ônibus/soltar do ônibus); a profissão que exerce (variação profissional): linguagem
médica (ter um infarto / fazer um infarto); jargão policial ( elemento / pessoa; viatura /
camburão); a faixa etária (variação etária) : irado, sinistro (termos usados pelos jovens para
elogiar, com conotação positiva, e pelos mais velhos, com conotação negativa).
Pelos exemplos apresentados, podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial,
social/profissional, de idade, de sexo, histórica. Nem todos os autores apresentam a mesma
divisão para estas variedades, sobretudo porque elas se superpõem, e seus limites não são bem
definidos.
2.1 Variação regional
Nesta dimensão, incluem-se as diferenças linguísticas observadas entre pessoas de regiões
distintas, onde se fala a mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças
encontradas entre os diversos países de língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo)
ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho, catarinense, por exemplo, e região
nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).
Inúmeros estudos têm sido feitos, no Brasil, com o objetivo de traçar diferenças entre os
falares regionais. Experiências, como os Atlas Geolinguísticos, podem ser encontradas:
Nesse tipo de variação, as diferenças mais comuns são as que encontramos no plano
fonético (pronúncia, entonação) e no plano lexical (uso de palavras distintas para designar o
mesmo referente, palavras com sentidos que variam de uma região para outra).
2.2 Variação de caráter social/profissional
Sob esse ponto de vista, os dialetos correspondem às variações que existem em função da
classe social a que pertencem os indivíduos. Incluem-se neste tipo de variedade linguística os
jargões profissionais (linguagem dos advogados, dos locutores de futebol, dos policiais, etc.) e as
gírias, que identificam muitos grupos sociais. Na sociedade, os dialetos sociais podem ter um
papel de identificação, pois é através deles que os diferentes grupos se reconhecem e até mesmo
se protegem em relação aos demais.
Essa variação pode resultar também da função que o falante desempenha. Em português,
um exemplo desse tipo de variação é o plural majestático, o pronome nós usado por autoridades e
governantes nas suas frases, manifestando sua posição de representantes do povo.
Exemplo: "Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste
do Brasil, porque é aqui que se concentra a pobreza" (Presidente Fernando Henrique, JB,
25/01/97)
2.3 Variação de caráter etário
Essas diferenças correspondem ao uso da língua por pessoas de diferentes faixas etárias,
fazendo com que, por exemplo, uma criança apresente uma linguagem diferente da de um jovem,
ou de um adulto. Ao longo da vida, as pessoas vão alternando diferentes modos de falar conforme
passam de uma faixa etária à outra.
2.4 Variação de registro
O segundo tipo de variedade que as línguas podem apresentar diz respeito ao uso que se faz
da língua em função da situação em que o usuário e o interlocutor estão envolvidos.
Para se fazer entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e isto
é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma criança, a um
colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos de dizer, para cada uma
dessas situações. Tentar adaptar a própria linguagem à do interlocutor já é realizar um ato de
comunicação. Pode-se dizer que o nível da linguagem deve se adaptar à situação. (Texto tirado de
outras fontes)
Filme tapete vermelho
Levar o filme Tapete Vermelho e assistir com os alunos. Para evitar que percam partes do
texto devido ter que anotar o que está sendo dito durante o filme, levarei comigo as frases ditas
pelos atores e dividirei entre os grupos para posterior análise.
Falas ditas pelas personagens:
1 - Eu persiso do neco pra i percurá rã no brejo
2 - Quem acha rã no brejo qui dificulidade
3 - Cuméra nu meu tempo de mininu
4 - Ta tudo deferente na roça
5 - Mais tardi eu passu lá pra módi benzê eli
6 - Seu neversár ta cheganu fio
7 - Nois tudo vamu na cidade vê firme da Mazzaropi
8 - Adondé que sê vai vê firme de Mazaroppi.
9 - Sê é avariado, eu é qui num botu o meu pé nesse mundão de meu Deus, tenhu mais é qui
faze.
10 - i nóis vamu aviajá cumé, i quem cuida das criação.
11 - Mais intonci seis vão memo de viagi?
12 - Pegá um tantu di cumida e juga um pokin ali todu dia, quié dadonde qui tem mais cumida
qui us pexe fica tudu juntadu ali.
13 - Quandu senti a fisgada – puxá com ligereza
14 - To custumadu com essa vida de labuta todo dia.
15 - Num farté i é oio gordo em riba de quem tem valori. Que késsa vaca tem?
16 - E diabão de ganhá o mundu.
17 - Não me enchus picuá.
18 - Hó coroné, di zói na casa viu coroné.
19 - Óia só, um burru puxanu u otu, sei muito bem a presepada qui issu vai dá.
20 - Faiz tempu quieu num ti vejo oce.
21 - Vamu lá pu ladu do vali pra modi o mininu dá um divortei i nóis percisa di uma posada hoji,
22 - sê lembra daqueli violero qui ficava aqui? O povu si revortô cum ele, a viola deli toca
suzinha.
23 - O Renato começo a si mangá di todu mundo.
24 - Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié, reza preli cê reza Zurmira.
25 - A sinhora fica carma, faiz tudu quiném sê faiz toda noite, mais tem qui avisá seu Marculinu
pra modi num assustá cu eu nem.
26 Tamu ino todu mundu atrais du firmi du mazaropi, zurmira ta mei revortada mais vais nem.
27 - presenti di dona rosa, não persisava dona rosa. Oia qui formosura, se divinho minha
preferênça
28 - Safada, maledita, cabô a farra maledita. Agora oce vai parece pra quem feiz essa catiça.
29 - A diversão di pobri é i nu armazém i inche a sacola, o restu é firula, coisa di quinzim.
30 - nóis vamu é drumi pur dibaxu da ponti issu sim.
31 - porque qui noís paremu aqui. Ta com jeitu de chuva persisamu um luga secu pra ficá nem fi.
32 – amigo Mazaropi, nois so vinhemu assisti um firme seu pra dipois vorta pra casa viu, não me
apronta uma farseta hem.
33 - mãe, já qui tamu, qui fiquemu.
34 - So jeca sim sinhô com muito gosto, tem minha terrinha, prantu meu inhami, trabaio pra mim
e num so impregado.
35 - Mãe já qui tamu, qui fikemu. Hê! inda ta cum rabu viradu, qui dificulidade essa muié.
36 - não mi venha cum discausu, oce ta cum as hora contada cum eu.
37 - tamu indo pus ladu da cidadi mais pra frenti aí nem.
38 - Trabaiava numa fazenda aqui perto, fazendão, meu, hoji trabaio com biscate, façu um
servicinho aqui otro ali.
39 - se agenti discuidá passa fomi, pois num arruma selviço.
40 - vamu vê que qui tem de bóia, despois nóis percura o cimema.
41 - Pó perpará pra isvazia o borco. Mais esse é o preço di deiz cestu de inhame, se viu só zurma.
42 - ocê que si vira com o seu isganamento.
43 - bandi bocó gasta tudu im ropa.
44 - nois podi ajuda ocê.
45 - Tardi, se sabi donde qui ficu cinema?
46 - cinema tem mais nois num sabe se vai passa da fiume da mazaropi. Nois nunca viu nem.
47 - dondé qui fica o cinema? a cinema fica lá nu praça.
48 - tem uma pessual que sabi donde que passu fiume da Mazzaropi.
49 - É genti qui gosta dessi coisa e di tocá viola, vai ta nesse noite lá nu fim desse rua.
50 - Intonci, gostô du cinema fi.
51 - bão, vamu intao no tár do bar do Ircu pra sabe dondé que fikesse tár de cinema nem nu
camim nois ranja um luga pra drumi
52 - gorinha meso cabei di tomá café companhado, aí eu escapuli com essa. Mais sosse num fizé
questão levu bolu pra cume mais tardi.
53 - E oce, que qui faiz com essa violinha mecretefe parecenu um nim de sabiá?
54 - Tava venu seis tocá seis são bão dimais viu.eu num tocu iguar oceis não viu.
55 - Oi, dadondi oce é? O pobrema dilá é qui não tem cinema pra módi vê firme do Mazzaropi
nem.
55 - Se qué tocá viola comueu. Se faiz quarqué coisa pra toca viola comueu.
56 - quase qui essi disgramadu pegueu uai,
57 - nois vai sai daqui agora meso, lá esse tar num apareci não uai.
58 - Me contaru rapariga que u homi di noiti tevi aqui e levo o violeru pras banda deli.
59 - carcule só a prosopopéia. Calcule só a bagunça.
60 - mais péra, leva vara proceis pescá. Oceis gosta, assim resfresca a cabeça.
61 - Tardi, será queu possu pruveita u fogu i a companhia de vosmecêis. Eu to levanu uma
incumenda prum sujeitu pra modi passá pru entrus dedu.
62 - o violero qué a cobra pra modi passá pur entri us dedu.?
63 - eu ficu agradicido com a atenção di seis tudu aí.
64 – tem qui sê omi pra módi passá a cobra pur entri us dedu.
65 - Senhori moçu, para com issu pra qui tanta ganança, oce já tocum pocu. Para cum issu.
66 - vamu passá bicha nus dedus.
67 – as bota du gabrier fico boa nu necu nem.
68 - Hora quinzim sosse que vorta pra trais nois vorta, mais vo fala uma coisa pra oce, se oce
quisé vorta pra trais nois vorta hem.
69 - si oce quisé vorta pra trais nós vorta, mais si oce quisé sigui dianti nóis vai também.
70 - ó quinzim , vamu agora percurá um lugá gostoso pra nóis cume i despois percurá um lugá
bem quentim pra modi nois drumi
71 - Queru frangu cum cuca cola, eu tomem vo kere frangu cum aqueli galetu qui roda
dendufornu. Fica carmo ô, péra qui us homi perguntá pra nois uai.
72 - si u homi num vinhé logo eu vô intra pra denda cuzinha e vô fazê meu pratu logo.
73 - Caducu, vai kerditá num casu dessi? I mãi, vamu ovi u homi.
74 - tamu ino no rumu da cidadi mais grandi aí pra frente pra modi vê u firme du Mazzaropi.
75 - e adondi que vai contece esse milagri, qui si fô longe eu adesistu, to numa cansera deferenti
num gostu quandu sintu essa cansera deferenti
76 - é mió pegá o Policarpu, eli vai istranhá com nós. Fica sussegadu qui nois vai cuidá bem deli.
77 - nóis vinhemu vê um firmi qui diz qui oceis passá toda noiti ai.
78 - mas nóis vinhemu meso pra modi vêr o firme du Mazzaropi qui oceis passá aí toda noite.
79 - U mininu ta sapecanu di febri. U seu quinzim, u mininu ta cum febrão rapais.
80 - Oia cumpanheru, nois vai passa aqui um firme, da nossação lá im Brasia.
81 - Tarde, possu falá cu donu, pra módi falá cu eli.
82 - As criança qui eis pega aqui nu acampamentu eis leva prum orfanatu lá im sum paulu, mais
as veis as criança si perdi lá im sum paulu.
83 - Documentu eu num trussi, ficaru tudu lá im casa cidadi di formosu, nunca percisei nem.
84 - Mais eu num queria ficar lá dotô, eu teim minha terrinha im formosu.
85 - você pensa que esse bandu de sem vergonha vai vencê eué
86 - Oia aqui, oce inda tem um tantinhu di dinheru, oce pegu oinbus i vai pra casa da tia marvina,
eu incontru se lá hem, viu?
87 - Nois vinhemu passiá i vê u firmi du Mazzaropi n
Analisando o português do Chico Bento
Se eu pego essa danada dessa onça qui tá acabando cas minha galinha
a) Gramaticalmente, há um erro de concordância. Identifique-o.
b) Há uma redução representada pela palavra «cas». Qual?
c) Identifique, na historinha, outros erros de concordância de número e contrações de palavras
não aceitáveis na língua padrão.
d) Dê, a cada palavra abaixo, seu equivalente na língua padrão:
Observação: A ausência da concordância entre o determinante e o susbtantivo é muito comum na
língua falada do Brasil. Frase como: «Custa 2 real», «Me dá três pão», «as minha amiga». Isso é
considerado, logicamente, um erro gamatical e bastante criticado
no país. Contudo, não passa de um acentuado preconceito linguístico que discrimina as pessoas
com menor escolaridade. É notório que muitas vezes, até mesmo escolarizados, acabam falando
sem fazer a concordância necessária.
Baruio
Muié
Óia
Mior
Home
Virge Dispois
Imbora
Inté
Num
Dianta
Disgramado
Bão
Ocê
Nóis
e) Identifque, para cada grupo de palavras, as transformações realizadas ao passarem da língua
padrão ao dialeto.
Arma
Mardita
Tar
Marvada
Arguns
Vorta
Vortô
Sarvação
Ajudá
Pará
Foro
Qué
Bejá
Tá
Tô
Chamá
Dexá
Vô Falá
Bejado
Vô Guentá
Vô Chamá
Dotor
Vô Pegá
Falô
Ansim u cinema, i perdemu nossu Necu lá nu campamentu qui mataru Mané Charreteru.
88 - Sinhoraparecida, nunkimaginei quiia vê a sinhora assim di pertu, nossu mininu si perdeu, fui
eu qui truxele, a zurmira num kiria, mais eu qui insisti, trais ele di vorta.
89 - Pelamo de Deus, cumé qui chega nu buracu do metro?
90 - Sinhora pudia mim conta uma coisa, aqui já foi o cinema?
91 - acha que despois dessa trabaieira toda nóis vai vortá pra roça sem vê o firme do Mazzaropi.
92 - íííí oceis num mi enchi u picuá. Oceis num mi enchi u picuá , entra pra dentu pra tomé café,
entra pra dentu. Oia qui uma limonada proceis queu fiz proceis..
93 - I eu num vo mesu, de jeitu manera, i eu num sai dessa roça aqui nem qui a vaca tuça.
94 - O meu mininu, donde qui tá oce, eu já to com as lata di firmi pra ti amostrá muleki.
95 - O dona, eu ja vi qui a sinhora é muitu bondosa, a sinhora pudia mim dá essis firmi de
Mazzaropi, a sinhora num sabi u tantu qui já andei pra vê essis firme.
96 - Tardi possu fala cus donu, pra modi falá cum eli, pra modi mostra essas lata queu tenhu aqui.
97 - Oia lá pai, oia o qui oce ta fazenu hem, sem auteraçao, sem auteração.
98 - Oceis pensa qui essis bandu di guenoranti vai vence eu é. Nois gastemu o pe na istrada, nois
cumemu o pão qui u diabu amasso, eu queru donu du cinema.
99 - Mais o que qui eli ta fazenu zurma? Eu vo lá sabê.
100 - Ta bao, eu saio, mais seis tem qui ponha um tapeti vermei aí, si não num sáio.
101 - Oia ai, ta mim estraganu toda a obra. I num mim faça perde a paciença.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Introdução
A linguagem é muito importante, com ela comunicamos com as pessoas ao nosso redor, a
língua portuguesa é a que adotamos para manter contatos com as pessoas.
Tanto a língua oral quanto a escrita é fundamental na vida social de cada cidadão, pois, através
dela comunicamos, temos acesso às informações, e transmitimos aquilo que aprendemos.
Através da linguagem a pessoa transmite sua cultura de acordo o que se aprendeu, através
da pronuncia, do vocabulário adotado, da entonação e do sotaque, conseguimos saber muito sobre
quem está falando, sua idade, sexo, profissão, escolaridade, sua origem, nível socioeconômico e
até sua atividade profissional. Com a língua portuguesa aprendemos a falar corretamente, e a
pessoa tem um papel melhor na sociedade.
Percebemos constantemente atitudes de descriminação com as pessoas que falam de
forma “errada” e nós não podemos contribuir com isso.
Frases do filme sorteada para estudo do grupo:
1- Quem acha rã no brejo qui dificulidade
2- Quando senti a fisgada- puxá com ligereza
3- Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié, reza preli ce reza Zurmira.
4- A sinhora fica carma, fais tudo quiném sê faiz tuda noite, mas tem qui avisar seu Marculino
pra modi num assusta cu eu nem.
5- Mãe já qui tamu, qui fikemu.Hê! inda ta cum rabu viradu, que dificulidade essa muié.
6- cinema tem mais nois num sabe se vai passa da filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.
7- nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci naw uai.
8- Hora quinzim sosse que vorta pra trais nois vorta, mais vo fala uma coisa pra oce, se oce quisé
vorta pra trais nois vorta hem.
9- Umininu ta sapecanu di febri.U seu quinzim, u mininu ta cum febrão rapais.
10- Oia cumpanheru, nois vai passa aqui um firme, da nossação lá im brasia.
11- Tarde, possu fala cu donu, pra módi fala cu eli.
12- íííí oces num mi enchi u picuá Oceis num mi enchi u picuá, entra pra dentru pra tomé café,
entra pra dentru. Oi aqui uma limonada proceis queu fiz proceis.
13- Oai, ta mim estraganu toda a obra.I num mim faça perde a paciença.
Morfologia
2. Do ponto de vista morfológico percebemos os seguintes fenômenos linguísticas:
2.1 Troca do O pelo U e E por I em palavras como:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Quandu Quando
Sinhora Senhora
Qui Que
Mininu Menino
Eli Ele
Febri Febre
Dentu Dentro
Rumo Rumo
Grandi Grande
Como pode notar, há uma tendência na fala, o falante substituir o E por I e O por U nos ditongos
em finais de palavras. Para a gramática normativa, mesmo nós entendendo o significado em
palavras como: mininu, febri e grandi, do ponto de vista fonético não podem ser aceitas, mas sim,
menino, febre e grande.
2.2 Rotacização do L nos encontros consonantais:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Zurmira Zulmira
firme Filme
Carma Calma
Iguar Igual
carqué calquer
Como podemos ver, esse fenômeno é comum entre pessoas de baixa escolaridade, e que a
gramática normativa não aceita a ocorrências de tais fenômenos.
2.3 Ausência do plural nas palavras.
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
cinema tem mais nois num sabe se vai passa da
filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.
Cinema tem, mas não sabemos se vai exibir o
filme do Mazaropi. Nós nunca assistimos falou?
nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci
naw uai.
Nós vamos sair daqui mesmo.
Nois pode ajudar oce. Podemos ajudá-lo?
O dona, eu já vi qui a senhora é muito bondosa,
a senhora podia mim dá essis firme de
Mazaropi, a senhora num sabi o tantu qui já
Oh dona! Já vi que a senhora é muito bondosa,
daria esses filmes do Mazaropi para mim? Se a
senhora soubesse o quanto andei pra ver esses
andei pra vê essis firme. filmes!
Todos os fatos acima também são alvos de preconceitos, entre os falantes da língua culta.
Para a Gramática Normativa a ausência de plural como nestes casos não podem ser aceitos.
Além das substituições o E e O, dos rotacismo nos encontros consonantais e eliminação das
marcas de plural redundantes, percebemos na fala dos personagens outros fenômenos, como:
2.4 Transformações do LH em I, nos seguintes dígrafos:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Muié mulher
Trabaio Trabalho
Faia Falha
vermei Vermelho
2.5 Simplificação das conjugações verbais:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Tamu Estamos
Quisé Quiser
qué Quer
2.6 Transformação de NH em N e de MB em M:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Venu vendo
Estraganu Estragando
Sapecanu Sapecando
Donde Aonde
2.7 Redução dos ditongos OU em O e EI em E:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Cumpanheru Companheiro
Trabaieira Trabalheira
Cansera Canseira
2.8 Contração de palavras:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Oceis vocês
ino Indo
2.9 Contração de palavras como nos casos abaixo:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Num Em, um
Proceis Para vocês
Cum Com, um
Preli Pra ele
Sosse Se você
Puentri Por entre
2.10 Presença de arcaísmo:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Meso Mesmo
Brasia Brasília
Firme Filme
Vorta Volta
2.11 Redundância:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Entra pra dentro Entra
Volta pra traz volta
Sintaxe
Na sintaxe percebemos fenômenos como:
Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita pela gramática normativa
Quem acha rã no brejo qui dificulidade. Achar rã no brejo, como é difícil!
Quando senti a fisgada- puxá com ligereza. Quando sentir a fisgada, puxa rapidamente.
Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié,
reza preli ce reza Zurmira.
Com tanto leite ele ainda chora de fome, mulher,
poderia rezar pra ele Zulmira?
A sinhora fica carma, fais tudo quiném sê faiz
tuda noite, mas tem qui avisar seu Marculino pra
modi num assusta cu eu nem.
A senhora fica calma, faça tudo como toda noite
e não se esqueça de avisar o senhor Marculino
para ele não assustar.
Mãe já qui tamu, qui fikemu.Hê! inda ta cum
rabu viradu, que dificulidade essa muié.
Mãe, se aqui estamos aqui vamos ficar. He!
Ainda está com raiva? Que dificuldade é essa
mulher?
cinema tem mais nois num sabe se vai passa da
filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.
Cinema tem, mas não sabemos se vai exibir o
filme do Marzzaropi. Nunca assistimos falou?
nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci
naw uai.
Iremos sair daqui agora mesmo.
AVALIAÇÃO
O modo de falar de uma pessoa interfere positiva ou negativamente na vida da pessoa,
dependendo do seu vocabulário a pessoa pode ser aceita ou até descriminada devido a seu modo
de falar. A gramática normativa não aceita erros como podemos ver acima. Deste modo a partir
de todas as informações obtidas como um estudo e conhecimento, temos como a perspectiva de
que essa foi apenas uma amostra de tudo que ainda temos que aprender.
01 - Falar é fácil, escrever é difícil. Você também pensa assim?
Leia o texto de Jô Soares para perceber a diferença.
"Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se
fala"
Pois é. U purtuguêis é muito faciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi
ixatamente cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri
cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur
exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si
iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé fala sabi
iscrevê.
Jô Soares. Revista "Veja" - 28.11.90
A partir da leitura propor aos alunos a reescrita do texto na variação culta.
02 - Aula de português
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada.
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro mistério.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar,
Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
01 - Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de
variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
Resposta correta: alternativa - a
02 - No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:
a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2).
b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6).
c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14).
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v. 15).
e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17).
Resposta correta: alternativa - b
Leia com atenção o texto:
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas
desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos —
peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola—mas não se assuste,
porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)
Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, nº 3, 78.
03 - O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto
a) ao vocabulário. b) à derivação. c) à pronúncia. d) ao gênero. e) à sintaxe.
Resposta correta: alternativa - a
03 – Nóis Mudemo
O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo a Porto nacional.
Era abril, mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar
defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante era um presépio, toda poesia e misticismo.
Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão
daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocentemente envelhecido, a crua recordação de um
episódio que parecia tão banal... tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem
enluarada, mas ela nada mais era para mim que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico.
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas,
retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.
- Por que você faltou esses dias todos?
- É que nós mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. Risadinhas da turma.
- Não se diz “nóis mudemo”, menino! A gente deve dizer; nós mudamos, tá?
- Tá, fessora! No recreio, as chacotas dos colegas: Oi, nós mudemo! Até amanhã, nóis
mudemo!
No dia seguinte a mesma coisa; risadinhas, cochichos, gozações.
- Pai, não vô mais pra escola!
- Ôxente! Módi quê?
- Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:
- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações da
Mininada! Logo eles esquece. Não esqueceram.
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na
segunda-feira seguinte. Ai me dei conta de que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de
classe e soube que se chamava Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um
dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a
casa dum tio, no sul do Pará.
É fessora, meu fio não aguentou a gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continuá, mas
não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di tê ficado na fazenda coa
famia. Na cidade nós não tem veis. Nós fala tudo errado.
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi. O episódio
ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar o ônibus, quando
alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com
aparência doentia.
O que é moço?
A senhora não se lembra de mim, fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de
sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro.
Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde ? Foi meu aluno? Como se
chama?
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:
Eu sou “Nóis Mudemo”, lembra?
Comecei a tremer.
- Sim moço. Agora me lembro. Como era mesmo o seu nome?
- Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa.
- O que aconteceu com você?
- O que acontece? Ah fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu.
Comi o pão que o diabo amassô. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui
Bóia fria, um “gato”me arrecadou e levou num caminhão pruma fazendo no meio da
mata. Lá trabaiei como escravo, passei fomo, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo
quanto é doença. Até na cadeia fui pará. Eu não devia de tê saído daquele jeito., fessora, mas não
aguentei a gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui falá direito. Ainda hoje não sei
Meu Deus!
Aquela revelação me virou pela avesso. Foi demais para mim.
Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e
má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência.
O rapaz afastou-me de si suavemente.
- chora não, fessora! A senhora não tem curpa.
Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!
Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram sem flechas vingadouras par mim. O
ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina a caminho da
guilhotina.
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele mudo, nós mudamos, mudamos,
mudaaamoos, mudaaamooos..., Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da
escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com
seus pais e irmaos e colegas e se torna o terror dos alunos. em vez de estimular e fazer crescer,
comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.
E os lúcios da vida, os milhares de lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas
de aula: “Não é assim que se diz, menino!” Como se professor quisesse dizer: “Você está
errado! Os seus pais estão errados! Seus irmão e amigos e vizinhos estão errados! A certa sou eu!
Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se!
Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!”
E siga desarmado para o matadouro da vida...
Fidêncio Bogo. Porto Nacional, 1990.
Atividades a respeito do texto estudado
Parte I
01 - Observem as frases a seguir e relacione cada uma conforme o tipo de variação.
(01) Variação cultural (02) Variação histórica
(03) Variação geográfica (04) Linguagem de gíria
( ) um “gato”me arrecadou e levou num caminhão
( ) Ôxente! Módi quê?
( ) Por que você faltou esses dias todos?
( ) Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse.
( ) Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa!
( ) Eu devia di tê ficado na fazenda coa famia.
( ) Comi o pão que o diabo amassô.
( ) É que nós mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda.
( ) Entrei no ônibus apinhado.
01 – Analise as frases abaixo e identifique aquelas que foram ditas no sentido formal.
I) Mas minha alma estava profundamente amargurada.
II) A crua recordação de um episodio que parecia tão banal.
III) Meus olhos percorriam a paisagem enluarada.
IV) Pai, não vô mais pra escola.
V) Entre eles uma criança crescida, quase um rapaz.
A respeito das frases acima se considera que:
a) todas estão no sentido formal
b) somente a frase I e IV estão no sentido informal
c) nenhuma frase encontra-se no sentido formal
d) somente a frase IV está no sentido informal
e) N.D. A.
Resposta correta: alternativa - d
02 – A norma padrão é o conceito tradicional, idealizado pelos gramáticos, aos quais a tratam
como modelo enquanto a linguagem popular é alvo de preconceitos. Como disse a professora,
todos os dias milhares de “lúcios” são barrados nas salas de aulas. O texto nós mudemos nos faz
refletir sobre nossas atitudes quanto ao falar popular. A seguir temos algumas situações de
reflexão.
“Não se diz” nóis mudemo “, menino! A gente deve dizer; nós mudamos, tá?” Essa foi
atitude tomada pela professora diante da fala de Lucio e que comprometeu seu futuro, uma vez
que isso ajudou o garoto a desistir da escola. Em relação a essa atitude e com base nos assuntos
discutidos em sala de aula julguem as afirmativas a seguir e assinale a mais adequada.
a) A professora agiu corretamente, pois não deveria deixar o Lúcio falar errado.
b) Lucio agiu errado, além de não aceitar a professora lhe corrigir ainda abandonou a escola.
c) Lucio foi ignorante, preferiu continuar falando errado que aceitar a ajuda da professora.
d) Lúcio é apenas uma vítima da situação e a professora não deveria ter agido daquela forma.
e) Os alunos foram os responsáveis pela saída de Lúcio, deveriam receber punição por isso.
Resposta correta: alternativa - d
03 - Em relação à atitude da professora?
a) Ela agiu corretamente, pois tinha o dever de ensinar Lúcio a falar o português correto.
b) Deveria ter castigado os demais alunos que abusavam do Lúcio, pois eles foram covardes.
c) Não agiu corretamente, se quisesse chamar a atenção do garoto deveria ser de outra forma.
d) Apenas cumpriu com seu papel de professora Lúcio é que foi ignorante.
e) Todas as questões acima estão corretas.
Resposta correta: alternativa – c
04 – A melhor forma de um professor reagir numa situação como essa seria.
a) Deixar o Lúcio continuar falando daquela forma e ser alvo de chacotas?
b) Não falava nada com o garoto, mas exortava os colegas que estavam abusando dele.
c) Chamava a atenção do menino como ela fez.
d) Fazê-lo escrever centenas vezes a conjugação do verbo “nós mudamos’ para ele aprender a
falar certo.
e) Nenhuma das sugestões acima é adequada.
Resposta correta: alternativa – b
05 - Bosta de vida! Na cidade nós não tem veis. Nós fala tudo errado.
Essa foi uma afirmação do pai do garoto quando a professora foi procurar pelo menino. A partir
das questões abaixo julguem a mais adequada.
a) É verídica a afirmação do pai de Lucio que quem mora na roça fala errado?
b) As pessoas da cidade também falam errado.
c) Falar certo e falar errado é uma visão preconceituosa.
d) As pessoas da roça falam erradas porque não têm acesso a informações.
e) N.D.A.
Resposta correta: alternativa - c
06 - “Eu era uma assassina a caminho da guilhotina. Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo,
tu mudas, ele mudo, nós mudamos, mudamos, mudaaamoos, mudaaamooos..., Super usada, mal
usada, abusada, (......) em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime,
cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.”
Essa é a fala da professora de Lucio quanto deparou com o rapaz naquela situação. O que
fez mudar de comportamento em relação ao ensino da gramática?
a) Simplesmente pelo fato de ter encontrado Lúcio naquela situação depois de tanto tempo.
b) Porque Lúcio contou tudo que ele passou na vida.
c) Porque ela não conversou com Lúcio a tempo dele deixar a escola.
d) Porque ela estudou e percebeu que um ensino baseado em aprender regras gramaticais não era
tão importante como ela achava antes.
e) N.D. A.
Resposta correta: alternativa - d
07 - “Eu mudo, tu mudas, ele mudo”. Essa foi uma conclusão da professora em relação ao ensino
da gramática normativa. Através da fala da professora podemos inferir que:
a) a professora não acredita mais em um ensino focado em cima da gramática normativa.
b) a gramática normativa condena a norma popular e dessa forma pessoas como Lúcio com medo
de sofrer preconceitos podem evitar dar opiniões para não serem alvos de chacotas.
c) a professora condena a forma que a gramática normativa trata o ensino da Língua Portuguesa.
d) a professora não dá importância ao ensino da Língua Portuguesa baseado em normas
gramaticais.
e) todas as alternativas estão corretas.
Resposta correta: alternativa - b
08 – A partir das informações abaixo responda:
I) O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para
classe social, e assim por diante.
II) Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma
da língua.
III) Fatores como, região, faixa etária, classe social e profissão são os responsáveis pela variação
da língua.
IV) A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.
V) O indivíduo graduado fala somente o linguajar culto enquanto o indivíduo analfabeto fala
somente o dialeto popular.
VI) Fatores como região, faixa etária, classe social e profissão , são responsáveis pela variação da
língua;
VII) O que determina a escolha de uma ou de outra variedade linguística é a situação concreta de
comunicação.
VIII) O uso das vogais abertas em algumas regiões do Nordeste como ménino em vez de menino
– quérida em vez de querida e o s chiado carioca e o s sibilado mineiro são exemplos de variações
regionais.
a) Todas as afirmativas são verdadeiras
b) Somente as afirmativas I – III – IV e VIII são verdadeiras.
c) Nenhuma alternativa é verdadeira.
d) Somente a alternativa V é falsa.
e) Não há alternativa falsa.
Resposta correta: alternativa - d
09 – Relacione as frases abaixo sendo (01) para linguagem de gíria (02) variação social culta (03)
variação social popular (04) variação regional e (05) variação histórica.
( ) Foi irado meu! Quando vi aquela multidão toda gritando: bis, bis, bis..
( ) Segundo os linguistas podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial, social,
profissional, de idade, de sexo e histórica.
( ) Vossa mercê tem idéia de quantas mademoseles comparecerão ao baile do casarão?
( ) Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste do Brasil,
porque é aqui que se concentra a pobreza.
( ) Ô velho, já faz um tempão que sou dono do meu nariz...
( ) Aí meu, quando cheguei o cara já tinha azulado.
( ) As menina usa biquíni colorido.
( ) No mundo no me sei parelha, (...) mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia
quando vus eu vi em saia! (Cancioneiro da ajuda)
( ) Filhos, chama os outros piá e vai à mangueira prender os terneiros se não eles mamam tudo
o leite das tetas da vaca.
A sequência correta é:
a) 01 – 02 – 05 – 02 – 01 -01 – 03 – 05 – 04
b) 02 – 01 – 05 – 03 – 01 – 04 – 03 – 05 – 04
c) 04 – 05 – 03 – 01 – 01 – 02 – 05 – 02 - 05
d) 03 – 02 – 01 – 05 – 03 – 04 - 02 – 05 – 03
Resposta correta: alternativa – a
Coloque v caso a afirmativa seja verdadeira ou f caso seja falsa.
( ) A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.
( ) O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para
classe social, e assim por diante.
( ) Nem individualmente podemos afirmar que o uso da língua seja uniforme.
( ) Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só
forma da língua.
( ) A língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme
em todo o território brasileiro;
( ) A variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor.
( ) Fatores como, região, faixa etária, classe social e profissão são os responsáveis pela variação
da língua.
( ) A norma culta é melhor hierarquicamente que a norma popular.
Níveis de variação linguística
Observe as frases a seguir e diga se trata de linguagem gíria, variação social culta,
variação social popular, variação social regional, variação social relacionado à profissão ou
variação histórica.
a) Foi irado meu! Quando vi aquela multidão toda gritando: bis, bis, bis.....................................
b) Segundo os linguistas podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial, social,
profissional, de idade, de sexo e histórica. ..................................................................................
c) Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste do Brasil,
porque é aqui que se concentra a pobreza. ..............................................................................
d) Ô velho, já faz um tempão que sou dono do meu nariz... ................................................
e) Aí meu, quando cheguei o cara já tinha azulado. .................................................
f) As menina usa biquíni colerido. .............................................................................
g) Vereadores governistas começaram a balançar em favor da CPI. .............................
h) No mundo no me sei parelha, (...) mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia
quando vus eu vi em saia! (Cancioneiro da ajuda) ........................................................
i) Uma casa foi comprada, ontem pela manhã, pela mãe de José. ..................................................
Observe as expressões a seguir e numere
(01) para linguagem formal (02) para linguagem informal.
( ) Venho solicitar a V. S. a concessão de auxílio doença.
( ) Quero te pedir um grande favor.
( ) Seu dotô, só me parece que o sinhô não me conhece.
( ) Zélia está matando cachorro a grito.
( ) Essa promoção vai arrebentar a boca do balão.
( ) Os moradores da capital paulista começaram a mudar seu jeito de pronunciar o R.
( ) Mamãe, eu vou no mercado pela tarde.
Momento Graça: Receita Casera Di Minerim
Sapassado era sessetembro, taveu na cuzinha tomando uma pincumel e cuzinhado um
kidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascai de susto quanduvi
um barui vinde denduforno parecendum tidiguerra. A receita mandopô midipipoca denda galinha
prassa. O forno inquentô, o mistorô e a galinhispludiu! nossinhora! Fiquei branco quinein um
lidileite. Foi um trem doidimais! quascai dendapia! Fiquei sensabe dondevim, nancotô, proncovô,
ôpcevê quilocura! grazadeus ninguém semaxucô!
Sinônimos
linda bela bonita colossal
feio horroroso horrível
leve maneiro leviano
surra sova tunda coça pisa apanhar bater espancar coro
corda piola soga laço
provocar mexer implicar enticar mangar zombar entrigar enritar
porção monte magote bastante punhado vários muito
idiota bobo leso ignorante palerma imbecil tonto bobaca besta chato burro
derrubar demolir deslocar desmontar destruir desmanchar desmantelar
sungar levantar suspender erguer arribar
espiar cubar observar assuntar avistar ver notar olhar enxergar
guri menino pirralho pivete piá bambino moleque garoto
piquete invernada manga potreiro marco
rio sanga regato riacho córrego ribeiro
sopa coletivo jardineira ônibus marinete condução
Além do filme vimos o vídeo sobre um locutor de Quixeramobim. Servvirá como
importante reflexão, principalmente sobre os erros absurdos que os meios de comunicação
cometem em relação à Língua Portuguesa.
1. Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas exercem função sintática própria do substantivo. São
geralmente introduzidas por conjunções integrantes, como que e se.
Exemplo: Interessa-me que você compareça. Oração principal - oração subordinada
substantiva
Classificação das orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas podem funcionar como:
1.1 subjetiva: funciona como sujeito do verbo da oração principal. O verbo da oração principal se
apresenta sempre na terceira pessoa do singular e nessa não há sujeito, o sujeito é a oração
subordinada.
Exemplo: É necessário que se estabeleça regras nesta empresa.
1.2 objetiva direta: exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. Está sempre
ligada a um verbo da oração principal, sem auxílio de preposição, indicando o alvo sobre o
qual recai a ação desse verbo.
Exemplo: Quero saber como você chegou aqui.
1.3 objetiva indireta: funciona como objeto indireto do verbo da oração principal. Está sempre
ligada a um verbo da oração principal, com auxílio de preposição, indicando o alvo do
processo verbal.
Exemplo: Mariana lembrou-se de que Manoel chegaria mais tarde.
1.4 completiva nominal: funciona como complemento nominal de um nome da oração principal.
Está sempre ligada a um nome da oração principal através de preposição.
Exemplo: Tenho certeza de que não há esperanças.
1.5 predicativa: funciona como predicado do sujeito da oração principal. Está sempre ligada ao
sujeito da oração principal através de verbo de ligação.
Exemplo: Minha vontade é que encontres o teu caminho.
1.6 apositiva: funciona como aposto de um nome da oração principal. Está sempre ligada a um
nome da oração principal, sem o uso de preposição e sem mediação de verbo de ligação.
Exemplo: Faço apenas um pedido: que você nunca abandone os seus princípios.
Classifique as orações substantivas dos períodos abaixo:
01) Fizeram a seguinte advertência: que o trabalho fosso secreto.
02) É possível que as provas sejam anuladas.
03) A boa notícia do dia seria que descobrissem a cura da AIDS.
04) Alguém lhe perguntou de onde vinha.
05) Ninguém soube se morrera de desgosto.
06) Inteirei-me de que ela havia mentido.
07) Queríamos saber onde estava o proprietário do veículo.
08) Foi permitido que se estacionasse na calçada.
09) Seria conveniente que a empresa contivesse os gastos.
10) Ninguém sabe quem são os assaltantes.
11) Compreende-se que o ponto da lição era difícil.
12) Estou convencido de que ninguém mais verá esse convite.
13) É obrigatório que se ande de camisa aqui dentro.
14) O necessário é que se tenha a quantia solicitada para a realização do evento.
15) É uma pena que não existisse transmissão direta de tevê naquela época.
1- apositiva
2- subjetiva
3-predicativa
4-objetiva direta
5- objetiva direta
6- objetiva indireta
7- objetiva direta
8- subjetiva
9-subjetiva
10- objetiva direta
11-subjetiva
12-objetiva indireta
13- subjetiva
14-predicativa
15-subjetiva
PLANO DE AULA - "BULLYING"
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO TEXTUAL
Língua Portuguesa
Objetivo Geral
Despertar nos alunos atitudes de solidariedade, amor, respeito ao próximo, carinho e
amizade, formando assim, estudantes conscientes e preocupados com o próximo e perceptivos em
relação ao fenômeno bullying e suas manifestações.
Justificativa
O Projeto Bullying surgiu da ideia de combater e conscientizar nossos estudantes sobre os
maus tratos verbais, físicos e virtuais, atitudes essas presenciadas em alguns estudantes.
Será apresentado aos alunos exemplos de atos praticados conscientes e inconscientemente que
prejudicam e muitas vezes humilham algumas pessoas, gerando traumas. O trabalho busca a
conscientização dos mesmos, trazendo reflexões sobre novas atitudes perante situações diárias
em nossa vida e tornando os estudantes conscientes de seus atos.
Objetivo específico
Apresentar aos estudantes formas de combater ao i, conscientizando-os sobre as
consequências nas pessoas que sofrem e não em quem praticam, e em suas atitudes despertando a
solidariedade e a conscientização.
Proposta de atividade
Fazer um levantamento dos conhecimentos dos alunos em torno do tema bullying e de
experiências pessoais.tornando-os semeadores da não prática do bullying. Sobre esse fenômeno.
Tem-se ouvido falar tanto em bullying e com certeza, isso ocorre na maioria das escolas.
Só que muitas vezes, passa desapercebido por nós, profissionais da educação ou até mesmo
evitamos relacionar a violência escolar com essa palavra.
Debater sobre o assunto, mostrando que aquilo que pensam ser uma simples brincadeira
pode trazer algum sofrimento para o colega e que, de acordo com a intenção, repetição e
motivação, pode ser caracterizado o fenômeno bullying.
Neste planejamento, meu intuito é fazer com que cada aluno conheça o que é bullying, se
conheça melhor, se analise melhor, avalie suas atitudes, levante sua auto-estima e que esta
prevaleça no sentido positivo.
Durante o debate, puxarei o lado disciplinar de cada um e ao mesmo tempo do todo, pois,
eu como professora sou a condutora do debate.
Pesquisa individual
Como tarefa de casa, pesquisarão o que é bullying (serve qualquer fonte). Pode levar
jornais, revistas, artigos que falem sobre o tema ou relatarem alguma entrevista vista na televisão
e internet.
Fazer uma auto-análise ou escrever ou não (mas que fique claro que tal pesquisa será para
debate): - Você já presenciou algum tipo de bullying? Se já, como você reagiu? De que lado você
ficou, do(s) agressor(es) ou da(s) vítima(s)? O que você achou ou acha desse tipo de violência?
Por quê? Se não presenciou, o que você faria se presenciasse tal ato de violência ou sofresse com
ele?
Acrescentando ao planejamento sobre bullying, o filme "Bullying - Provocações sem Limites". O
tempo estimado do filme é de 2 aulas geminadas. Vale a pena passar principalmente para alunos
do 5º ano em diante - até o Ensino Médio... Ou mais.
Sinopse
Jordi é um adolescente que perdeu recentemente seu pai e que, junto à sua mãe, decide
mudar de cidade para começar uma nova vida. Em princípio tudo parece bem, mas o destino
reservado para ele será uma terrível surpresa já que quando Jordi passar pelo portão da nova
escola, cruzará sem saber a tenebrosa fronteira de um novo inferno.
Dados do Filme
Titulo Original: Bullying
Título Traduzido: Bullying – Provocações Sem Limites
Gênero: Suspense
Duração: 89 Minutos
Diretor: Josetxo San Mateo
Ano de Lançamento: 2010
Aula germinada (2 horários seguidos)
1º - Fazer um círculo de modo que todos se vejam, apresentarem a pesquisa sobre "BULLYING"
e debaterem sobre suas opiniões.
2º - Em seguida distribuir as folhas com a letra da música - MAIS UMA VEZ.
3º - Ouvir a música, apreciá-la, incentivar para que cantem.
4º - Ouvir a música em estrofes e analisarem oralmente (estrofe por estrofe). Mas antes, lançar a
pergunta: O que a música de RENATO RUSSO "MAIS UMA VEZ” tem haver com o tema
pesquisado "BULLYING"?
Após a análise da música, jogar as perguntas abaixo para os alunos levando-os a pensarem, se
auto-analisarem, e que as usem como forma de reflexão diária ao deitar. Sempre lembrando de
que as respostas são de ordem moral, espiritual e não material.
De início, como se trata de adolescentes, eles podem até achar utópico, uma bobagem esse
tipo de pergunta, mas, no fundo, acredito eu, serão sementes plantadas que germinarão.
- O que fiz de bom pra mim mesmo hoje?
– Qual defeito meu, que hoje consegui superar, ou pelo menos superar parte dele? (todos somos
dotados de defeitos por mais difícil que seja de admitir e temos plena consciência deles, e todos
temos a missão de corrigi-los)
– Que bem pratiquei hoje a outrem?
– O que deixei de fazer ao próximo que amanhã poderei fazer melhor?
– Magoei alguém?
– Consegui perdoar alguém que me fez mal?
- Você acredita realmente em você mesmo, no seu EU? Caso a resposta seja negativa: O que
posso fazer para mudar essa situação?
- Qual o seu maior sonho interior? (não vale resposta de coisas materiais – e a resposta pode ser
silenciosa ). Ficará a critério do aluno responder também durante a aula.
- Como parte teórica, observar e relacionar as diferenças entres os textos: informativo (que
pesquisaram) com a letra da música "Mais Uma Vez" (poema).
Aproveitarei os textos para trabalhar a parte gramatical estudada ou a parte ortográfica.
Mais Uma Vez
Renato Russo
Composição: Renato Russo, Flavio Venturini
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Tem gente que está
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo...
Quem acredita
Sempre alcança...
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo
Ou que você nunca
Vai ser alguém...
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo!...
Quem acredita
Sempre alcança...(7x)
Origem
O bullying começou a ser pesquisado cerca de dez anos atrás na Europa, quando se
descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a
atenção da escola ou dos pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem
maiores consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada.
Atualmente, todas as escolas do Reino Unido já implantaram políticas anti-bullying. Os
estudos da Abrapia demonstram que não há diferenças significativas entre as escolas avaliadas e
os dados internacionais. A grande surpresa foi o fato de que aqui os estudantes identificaram a
sala de aula como o local de maior incidência desse tipo de violência, enquanto, em outros países,
ele ocorre principalmente fora da sala de aula, no horário de recreio.
Bullying: brincadeiras que ferem
Ameaças, agressões, humilhações... a escola pode se tornar um verdadeiro inferno para
crianças que sofrem nas mãos de seus próprios colegas, ainda mais nos dias de hoje, em que a
internet pode potencializar os efeitos devastadores do bullying. Você sabe o que é isso? Onde e
como ele ocorre?
Você já ouviu falar de bullying? O termo em inglês pode causar estranhamento a muita
gente, mas as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e
humilham pessoas – tão comum entre crianças e jovens – é muito familiar a todos. A palavra
inglesa 'bully' significa valentão, brigão. Atos como empurrar, bater, colocar apelidos ofensivos,
fazer gestos ameaçadores, humilhar, rejeitar e até mesmo ameaçar sexualmente um colega dentro
de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o
grupo são classificados como bullying. O problema pode ocorrer em qualquer ambiente social –
em casa, no clube, no local de trabalho etc –, mas é na escola que se manifesta com mais
frequência.
O bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a
um tipo específico de instituição. Esse 'fenômeno' começou a ser pesquisado há cerca de dez anos
na Europa, quando se descobriu que ele estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre
adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que
acreditavam não passava de uma ofensa boba demais para ter maiores consequências. No entanto,
por não encontrar apoio em casa, o jovem recorria a uma medida desesperada. E no Brasil a
situação não é diferente.
Quem já não teve um apelido ofensivo na escola? Ou mesmo sofreu na mão de um grupo
de colegas que o transformava em 'bode espiatório' de brincadeiras no colégio? Exemplos não
faltam. Entre alguns deles está o da gaúcha Daniele Vuoto, que conta toda a sua história em um
blog onde também discute sobre o assunto e troca experiências com outras vítimas desse tipo de
agressão, psicológica, física e até de assédio sexual.
"O aluno alvo de bullying se culpa muito pelo que acontece, e é preciso esclarecer isso:
um aluno que agride outro, na verdade, também precisa de ajuda, pois está diminuindo o outro
para se sentir melhor, e certamente não é feliz com isso, por mais de demonstre o contrário. A
turma entra na onda por medo, não por concordar. Enxergar a situação dessa forma pode ajudar
muito", conta Daniele.
Porém, a realidade de vítimas que 'sofrem em silêncio', como Daniele explica em seu
blog, está mudando. Além de atitudes como a da estudante, em que pessoas utilizam a internet
para procurar ajuda e trocar experiências, o assunto vêm ganhando corpo e se tornando pauta de
veículos de comunicação de massa, a exemplo das matérias veiculadas no Jornal Nacional, da
Rede Globo, e em discussões como a realizada no programa Happy Hour, do canal a cabo GNT.
(Disponível em: http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais&
id_especial)
Reflexões
Bulling, um crime comum
Quem nunca foi zoado ou zoou alguém na escola? Risadinhas, empurrões, fofocas,
apelidos como “quatro olhos”, “rolha de poço”, “baleia”, “cabeção”. Todo mundo já testemunhou
uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas. Mas esse comportamento, considerado normal
por muitos pais, alunos e até professores, está longe de ser inocente.
A “brincadeira” tão comum nas escolas recebe o nome de: bullying. O termo em inglês
utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes refere a todas as formas de
atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação
evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia. Seu único objetivo:
intimidação. O problema é mundial, e pode ocorrer em qualquer contexto de interação, mas o
local onde ocorre com maior frequência é nos ambientes escolares.
As vítimas do bullying são perseguidas, humilhadas, e isso não devem ser encarado como
brincadeira. Especialistas revelam que para aqueles que são alvos de bullying, as consequências
podem ser depressão, angústia, baixa auto-estima, estresse, evasão escolar, até o suicídio. Se a
vítima for crianças ou adolescentes o trauma pode perdurar a vida toda.
Para os estudiosos, se o problema não for bem resolvido antes de se chegar à idade adulta,
sequelas como dificuldades de tomar a iniciativa ou de se expressar podem atrapalhar os
relacionamentos pessoais e até profissionais. Há vítimas que se suicidam e outras que matam os
colegas. Fato recente acontecido nos EUA, onde um estudante, vítima do bullying matou vários
colegas em uma escola e depois se suicidou.
Ultimamente a imprensa tem dado destaque ao assunto e noticiado casos, o mais recente é
o acontecido na A Universidade Estadual Paulista (UNESP). Universitários promoveram uma
“brincadeira” chamada de rodeio das gordas. Os participantes, autodenominados “peões”,
abordavam garotas obesas, as agarravam e até mesmo montavam em cima delas, enquanto
amigos observavam para um posterior julgamento.
É lamentável que o problema tenha repercutido até nas universidades. É importante saber
que, atos como esses ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana –
e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever
de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de
Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são
responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
ESPANHOL - PLANO DE AULA
Diálogo
Objetivos
1) Refletir sobre o contexto em que as situações de fala se produzem;
2) Treinar o uso da língua espanhola numa situação dialogal
Material
O texto servirá de base para a aula.
Estratégias
Como é a comunicação com os pais em casa? Os pais entendem os filhos? E os filhos
entendem os pais?
Atividades
1) Uma vez estabelecidas as bases do trabalho, fazer a leitura do texto indicado, junto com os
alunos;
2) Dramatizar o diálogo Sexa, chamando duplas para se apresentar na frente da classe;
3) Avaliar os pontos fortes e as dificuldades dos alunos na leitura do diálogo em língua
espanhola, ressaltando nossas diferenças culturais e linguísticas.
Criando um acróstico
Objetivos
1) Fomentar a criatividade e a associação de idéias;
2) Sensibilizar para um trabalho com o texto poético;
3) Estimular a criação de textos poéticos.
Comentários
A atividade de criação de acrósticos é muito interessante para sensibilizar o aluno para as
propriedades do texto poético, de forma lúdica e envolvente. A execução da atividade é
individual. A escolha do tema é livre sobre a algum tema transversal . Como modelo, vamos
utilizar o tema "mar".
Estratégias
1) Audição de trechos de cd com sons da natureza;
2) Projeção de um trecho do filme "O Carteiro e o Poeta" (em que o poeta declama a Mário o
poema sobre o mar);
3) Escrever a palavra "mar" na lousa e solicitar que cada aluno faça uma livre associação com
essa palavra, registrando no caderno as palavras ou sintagmas que lhe ocorrem;
4) Criar os acrósticos;
5) Fazer a revisão linguística dos acrósticos.
Comentários
Alguns tópicos que podem ser avaliados são: coesão e coerência, emprego dos artigos definidos
e indefinidos, uso dos adjetivos e assim por diante. As correções deverão ocorrer na aula
subsequente à atividade, na qual será feito um apanhado geral dos textos e as inadequações
comuns, apresentando-as aos estudantes sem nomear quem as cometeu. Finalmente, os textos
reescritos podem ser digitados e tornados públicos, em forma de cartazes ou em blogs, por
exemplo.
Vocabulário
Ponto de partida
Ver os vocabulários visuais
Objetivos
1)Ampliar o vocabulário dos alunos;
2) Agilizar a fixação desse vocabulário.
Estratégias
1) Dividir a classe em grupos;
2) Selecionar, a partir dos interesses de cada grupo, os campos semânticos cujos vocábulos eles
irão pesquisar, por exemplo, nome de ferramentas, de flores, de animais, de partes de um veículo
ou de um microcomputador, de gêneros alimentícios, etc;
3) Cada grupo deverá procurar de 10 a 20 imagens dos objetos cujos nomes em espanhol vão
pesquisar em seguida.
Atividades
1) Uma vez encontrados imagens e vocábulos, os alunos podem confecionar cartazes com eles.
Podem-se fazer cartazes com uma ou mais imagens, que depois poderão ser usados para decorar a
sala de aula;
2) Cada integrande do grupo deve ler em voz alta as palavras que pesquisaram, procurando
pronunciá-las corretamente;
3) Havendo possibilidade, em vez de cartazes, podem-se organizar um livro em que cada página
contenha quatro imagens e seus respectivos nomes espanhóis. O livro pode ser dividido em
capítulos, cujo número será o mesmo dos grupos que participaram do trabalho e dos campos
semânticos por eles pesquisados.
Comentário
Atividade simples de se realizar, a organização de um vocabulário visual é muito eficiente para o
conhecimento de novos vocábulos e sua fixação. Por um lado, reproduz o modo como
aprendemos as palavras de nossa língua materna, pela associação imagem/vocábulo.
Por outro, a pesquisa das imagens e de seus nomes espanhóis exige um esforço intelectual dos
alunos. De qualquer modo, o fato de estarem atuando em grupo, atenua esses esforço por torná-lo
mais equilibrado e, simultaneamente, lúdico.
Sexa
“Papá...”
“¿Hummmm?”
“¿Cómo es el femenino de sexo?”
“¿Qué?”
“El femenino de sexo.”
“No tiene.”
“¿Sexo no tiene femenino?”
“No.”
“¿Sólo hay sexo masculino?”
“Sí. Es decir, no. Existen dos sexos. Masculino y femenino.”
“¿Y cómo es el femenino de sexo?”
“No tiene femenino. Sexo es siempre masculino.”
“Pero vos mismo dijiste que hay sexo masculino y femenino.”
“El sexo puede ser masculino o femenino. La palabra sexo es masculina. El sexo masculino, el
sexo femenino.”
“¿No debería ser ”la sexa”?
“No”.
“¿Por qué no?”
“¡Porque no! Disculpá. Porque no. “Sexo” es siempre masculino.”
“¿El sexo de la mujer es masculino?”
“Sí. ¡No! El sexo de la mujer es femenino.”
“Y ¿cómo es el femenino?”
“Sexo también. Igual al del hombre.”
“¿El sexo de la mujer es igual al del hombre?”
“Sí. Es decir... Mirá. Hay sexo masculino y sexo femenino, ¿no es cierto?”
“Sí.”
“Son dos cosas diferentes.”
“Entonces, ¿cómo es el femenino de sexo?”
“Es igual al masculino.”
“Pero, ¿no son diferentes?”
“No. O, ¡sí! Pero la palabra es la misma. Cambia el sexo, pero no cambia la palabra.”
“Pero entonces no cambia el sexo. Es siempre masculino.”
“La palabra es masculina.”
“No. “La palabra” es femenino. Si fuera masculino sería “el pal...”
“¡Basta! Andá a jugar.”
El muchacho sale y la madre entra. El padre comenta:
“Tenemos que vigilar al gurí...”
“¿Por qué?”
“Sólo piensa en gramática...”
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Cuentos Tradicionales Literários. Buenos Aires, Ediciones
Colihue, 1989
E para você, que também só pensa em gramática, seguem abaixo algumas informações a
respeito do sexo (gênero) das palavras e que podem ajudá-lo (a) a comunicar-se melhor em
espanhol.
De um modo geral, os artigos ajudam a identificar o gênero (masculino ou feminino) e o
número (singular ou plural) dos substantivos. São eles: el/los/un/unos (para os substantivos
masculinos) e la/las/una/unas (para os substantivos femininos).
Os substantivos que possuem a mesma raiz e que se referem a seres animados, acoplam
desinências (terminações) como: o-a (gato/gata), or-ora (profesor/profesora), e-a (nene/nena), tor-
triz (actor/actriz) etc.
Há palavras únicas usadas para referir-se tanto ao gênero masculino quanto ao feminino
(el/la pianista; el/la artista, el/la estudiante),etc. Por outro lado, há palavras que não admitem as
duas formas (el/la) mas são igualmente empregadas para referir-se a ambos sexos. Para ilustrar o
que acaba de ler, observe o seguinte exemplo: Él era una persona muy lista...La víctima, un
hombre joven, fue trasladada al hospital. Não se diz, portanto, El víctima ou el persona pelo fato
de ser um homem.
Da mesma forma como acontece na língua portuguesa, há substantivos totalmente
diferentes para referir-se a seres animados masculinos e femininos (caballo/yegua, yerno/nuera,
hombre/mujer...).
Não há uma única regra que se aplica à divisão das palavras em masculinas e femininas;
em geral se classificam as palavras terminadas em o (el libro, el cuaderno) como sendo
masculinas e em a femininas (la cama, la mesa); no entanto, atenção às famosas exceções, casos
das palavras (la mano, la radio, el problema, el sofá) e tantas outras que você reconhecerá ao
longo das aulas e de seu contato com o idioma.
Vale ressaltar ainda, a importância do contexto e, consequentemente, do significado que
adquire determinada palavra quando se altera o artigo que a acompanha, exemplos como el
capital (dinheiro) e la capital (cidade), el cólera (doença) e la cólera (ira),etc.
Português Espanhol
Açougueiro Carnicero
Advogado Abogado
Aeromoça Azafata
Arquiteto Arquitecto
Artista Artista
Biólogo Biólogo
Bombeiro Bombero
Cabeleireiro Peluquero
Carpinteiro Carpintero
Carteiro Cartero
Cozinheiro Cocinero
Dentista Dentista
Desempregado Parado
Diretor Directivo
Eletricista Electricista
Emprego Empleo
Empresário Empresario
Encanador Fontanero
Enfermeiro Enfermero
Engenheiro Ingeniero
Escrivão Notaria
Estudante Estudiante
Executivo Ejecutivo
Farmacêutico Farmacéutico
Garçom Camarero
Guarda municipal Guardia municipal
Inspetor de alfândega Inspector de aduanas
Jornada de trabalho Jornada laboral
Juíz Juez
Mecânico Mecánico
Médico Médico
Padeiro Panadero
Pintor Pintor
Poeta Poeta
Policial Agente de policía
Professor Profesor
Profissional liberal Profesional
Psicólogo Psicólogo
Representante Representante
Secretária Secretaria
Trabalhador Trabajador / Empleado
Tradutora Traductora
Aprenda a escrever e falar o nome dos principais animais em espanhol:
Perro Gato Vaca Caballo
Conejo Oveja León Tigre
Elefante Zorro Sapo Cobra
Oso Oso Polar Oso Panda Ardilla
Mariposa Hormiga Tiburón Armadillo
Pan (pão)
Harina (farinha)
Azúcar (açúcar) Arroz (arroz)
Haba (feijão)
Leche (leite)
Queso (queijo)
Huevo (ovo) Helado (sorvete)
Dulce (doce)
Manzana (maçã)
Naranja (laranja) Plátano
(banana)
Pera (perâ)
Montaña
(montanha)Playa (praia) Caverna (caverna)
Lago (lago)
Río (rio) Cielo (Céu) Valle (Vale) Bosque (floresta)
Selva (selva)Desierto (deserto) Océano (oceano) Mar (mar)
Planície (planície) Pantano (pântano) Prado (prado)
Cordillera
(cordilheira) Sabana (savana)
Mais um vocabulário para você aprender o significado de algumas palavras mais
importantes em Espanhol.
Esta lista abaixo apresenta algumas palavras cujo o significado em Português são bem
direntes e não têm como você adivinhar o que é , elas são realmente bem diferentes porém muito
usadas no idioma Espanhol.
Español Português
Estropear Estragar
Romper Quebrar
Camino Caminho
Testigos Testemunhas
Maquetas Maquete
Castillo Castelo
Ventaja Vantagem - lucro
Ubicación Localização
Cumpleaños Aniversário
Humo Fumaça
Escoba Vassoura
Huelga Greve
Pantalla Tela
Vaso Copo
Labor Trabalho
Ascensor Elevador
Cristales Vidros de janela, porta etc.
Guante Luva
Bolso Bolsa
Atualizado (mais palavras foram adicionadas)
Ahorro / ahorrar Economia / Economizar
Concierto Show
Lujo Luxo
Botella Garrafa
Escenario Cenário
Inversión Investimento
Presupuesto Verba
Despacio Devagar
Quizás Talvez
Tarea Tarefa
Consejo Conselho
Cosecha Colheita
Calidad Qualidade
Habitación Moradia / cômodo / quarto
Protesta Protesto
Obsequio Presente / brinde
Carrera Corrida
Acrósticos
Acrósticos são formas de texto em que as primeiras letras de cada palavra ou verso
formam uma outra palavra ou verso.
Os acrósticos mais comuns usam apenas a primeira letra de cada linha, como esse, em
espanhol:
Mañanita de radiante sol
Acunando ensueños de tierna niñez
Rie princesita,rie con el viento….rie con el sol
Imitando el canto de algun ruiseñor
Alegra tus diaz ,contagia tu felicidad
[Autor desconhecido]
ESPANHOL - PLANO DE AULA
Provérbios
Recurso originalíssimo empregado na fala e também visto em certos gêneros textuais
escritos, os provérbios ou refrões são sentenças de caráter prático e popular comum a todo um
grupo social. Expressamos em forma sucinta e geralmente rica em imagens, de acordo com o
dicionário.
Ponto de partida
Leitura o trecho do clássico espanhol “Don Quijote”. Fique atento aos conselhos que ele
dá a Sancho: sem dúvida, valerão para você também.
Objetivos
Reconhecer os provérbios comuns entre a língua espanhola e a portuguesa;
Conhecer alguns dos provérbios da língua espanhola;
Relacionar provérbios e contextos;
Mostrar situações nas quais os provérbios aprendidos na aula possam ser usados.
Estratégias
Apresentar o tema aos alunos a partir da leitura de um fragmento do clássico “Don
Quijote” no qual o protagonista explica a Sancho Panza sobre o “uso e abuso” dos provérbios na
fala.
Discutir os provérbios contidos no texto: quais delas os alunos conhecem?
Dramatizar situações relacionadas aos provérbios abordados na aula (em duplas).
Metodologias
Após a leitura do texto, a fim de aprofundar o estudo do tema, apresentar aos alunos
cartões com outros provérbios conhecidos e discutir a história e o significado de cada um deles.
Os alunos serão organizados em pares e cada uma das duplas criará uma situação relacionada a
um provérbio e registra em seus cadernos. Como a turma é pequena, cada dupla apresentará uma
mímica, os alunos tentarão adivinhar e em seguida explicarão o provérbio copiado nos cadernos.
Avaliação
Os alunos se mostraram interessados durante a aula e muitos já traziam de casa
experiências com provérbios, mas ainda não pronunciam bem o espanhol.
Texto
Consejos de Don Quijote a Sancho (texto adaptado)
– También, Sancho, no has de mezclar en tus pláticas la muchedumbre de refranes que sueles,
que, puesto que los refranes son sentencias breves, muchas veces traes tan por los cabellos, que
más parecen isparates que sentencias.
– Eso Dios lo puede remediar – respondió Sancho – porque sé más refranes que un libro, y
viénenseme tantos juntos a la boca cuando hablo, que riñen por salir unos con otros, pero la
lengua va arrojando los primeros que encuentra, aunque no vengan a pelo. Mas yo tendré cuenta
de aquí adelante de decir los que convengan a la gravedad de mi cargo, que en casa llena, presto
se guisa la cena, y quien destaja, no baraja, y a buen salvo está el que repica, y el dar y el tener,
seso ha de menester.
– ¡Eso sí, Sancho! – dijo Don Quijote – ¡Encaja, ensarta, enhila refranes, que nadie te va a la
mano! Estoyte diciendo que excuses refranes, y en un instante has echado aquí una letanía de
ellos. Mira, Sancho, no te digo yo que parece mal un refrán traído a propósito; pero cargar y
ensartar refranes a trochemoche hace la plática desmayada y baja. Yo te aseguro que estos
refranes te han de llevar un día a la horca, por ellos te han de quitar el gobierno tus vasallos o ha
de haber entre ellos comunidades. Dime, ¿dónde los hallas, ignorante, o cómo los aplica,
mentecato? Que para decir yo uno y aplicarle bien, sudo y trabajo como si cavase.
– Por Dios, señor nuestro amo – que vuestra merced se queja de bien pocas cosas. Y ahora se me
ofrecen cuatro pero no los diré, porque al buen callar llaman Sancho.
– Ese Sancho no eres tú – dijo Don Quijote – porque no sólo no eres buen callar, sino mal hablar
y mal porfiar; y, con todo eso, querría saber qué cuatro refranes te ocurrían ahora la memoria, que
yo ando recorriendo la mía, que la tengo buena, y ninguno se me ofrece.
– ¿Qué mejores que “entre dos muelas cordales nunca pongas tus pulgares” y (...) ”que más sabe
el necio en su casa que el cuerdo en la ajena”.
– Eso no, Sancho – respondió Don Quijote – , que el necio en su casa ni en la ajena sabe nada, a
causa que sobre el cimiento de la necedad no asienta ningún discreto edificio. Y dejemos esto
aquí,
Sancho, que si mal gobernares, tuya será la culpa y mía la verguenza; y vámonos a comer, que
creo que ya estos señores nos aguardan.
Provérbios e ditos populares em Espanhol
Abaixo você vai encontrar uma lista de provérbios e ditos populares em Espanhol todos
embaralhados.Você deve ordená-los e reescrevê-los nos espaços em branco.
1°) poco que nada Más vale. _________________________________________
2°) que ladra Perro muerde no. _______________________________________
3°) quien bien y no Haz mires a. _______________________________________
4°) No mañana para lo que puedas dejes hacer hoy. ______________________
5°) dar mejor que recibir Es. __________________________________________
6°) cerrada En no entran moscas boca. ________________________________
7°) todo lo que reluce No es oro que. _________________________________
8°) entendedor A buen , pocas bastan palabras. __________________________
9°) pájaro Más vale en , que cien volando mano. __________________________
10°) que no ven, corazón Ojos siente que no. _____________________________
Substantivos
Os substantivos são palavras variáveis - possuem gênero masculino ou feminino - que nomeiam
os seres (pessoas, objetos, ações, lugares, sentimentos ou estados).
Classificam-se em:
Próprios: Pablo, Perú
Comuns: perro (cachorro), taza (xícara)
Concretos: puerta (porta), Juan
Abstratos: amistad (amizade), belleza (beleza)
Simples: ojo (olho), zapato (sapato)
Composto: pararrayos (pára-raios), económico-social (econômico-social)
Primitivos e Derivados: tinta (tinta) e tintero (tinteiro)
Coletivos: rebaño (rebanho), muchedumbre (multidão)
1. Gênero dos Substantivos (Género de los Sustantivos)
No que diz respeito às pessoas e aos animais, o gênero dos substantivos pode ser masculino ou
feminino, sendo relacionado ao sexo (gênero natural).
Exemplos:
el niño la niña
a) São masculinos aqueles terminados em AJE e em AMBRE:
el coraje, el paisaje, el alambre (o arame), el enjambre (o enxame / a multidão), etc.
b) São masculinos as cores, os dias da semana, os meses e os números:
el verde / el martes (terça-feira) / el enero (janeiro) / el uno.
c) São femininos aqueles terminados em UMBRE:
la costumbre (o costume), la cumbre (o cume - da montanha).
Exceto: el alumbre (a iluminação).
d) São femininos os nomes das letras:
la a, la be, etc.
Ao tratarmos de conceitos e de seres inanimados, o gênero passa a ser determinado de forma
arbitrária (gênero gramatical). Devido à origem comum do vocabulário, o gênero dos
substantivos espanhóis costuma ser o mesmo que em português, mas isso não ocorre sempre.
Nestes casos, chamamos estes substantivos de heterogenéricos, pois possuem um gênero em
espanhol e outro em português. Observe:
Espanhol Português
la baraja o baralho
la costumbre o costume
la cumbre o cume
la sonrisa o sorriso
la risa o riso
la nariz o nariz
la sal o sal
la leche o leite
la sangre o sangue
la labor o trabalho
la percha o cabide
la alarma o alarme
la coz o coice
la crema o creme
la paradoja o paradoxo
la legumbre o legume
la miel o mel
la pesadilla o pesadelo
la protesta o protesto
la señal o sinal
las gafas os óculos
Espanhol Português
el pétalo a pétala
el cráter a cratera
el maratón a maratona
el humo a fumaça
el estante a estante
el guante a luva
el estreno a estréia
el equipo a equipe
el pantalón a calça
el viaje a viagem
el paisaje a paisagem
el análisis a análise
el dolor a dor
el color a cor
el origen a origem
el puente a ponte
el árbol a árvore
el orden a ordem
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