auditoria e controladoria
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO
AUDITORIA E CONTROLADORIA
A INFLUÊNCIA DA AUDITORIA E CONTROLADORIA
NAS EMPREENDEDORAS DE SHOPPING CENTERS
Elaine dos Santos Borges de Almeida
Professor: Luciano Gerard
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2010
2
A INFLUÊNCIA DA AUDITORIA E CONTROLADORIA NAS
EMPREENDEDORAS DE SHOPPING CENTERS
“Este trabalho visa demonstrar o papel importante que a Auditoria e a
Controladoria exerce nas empreendedoras de Shopping Centers diante do
crescimento do setor, que nos últimos anos tem sido um dos grandes
agenciadores do crescimento da oferta de emprego no País.”
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por estar sempre presente na minha vida, a minha família que me
incentivou, e, principalmente ao meu esposo, minha filha e minha mãe, por eles
terem criado condição para a conclusão deste trabalho.
DEDICATÓRIA
“Dedico este trabalho a minha família que me incentivou a concluir mais esta
fase na minha vida”.
4
RESUMO
Vivemos em um país que não valoriza o conhecimento, e muito menos sabe da
importância da auditoria e da controladoria, e sua enorme influência para os
empreendimentos de shopping centers.
O valor agregado a função, tanto de auditor como de controller deve ser de
extrema relevância dentro das empresas. A falta destes profissionais no
segmento de shopping traz ao setor instabilidade e descrédito, enquanto a
presença traz confiabilidade e segurança no investimento que está sendo
adquirido.
Pretendo mostrar a importância destes profissionais dentro das organizações,
no que tange a conhecimentos contábeis, financeiros, gestão de riscos e
gestão de recursos humanos, que fazem com que os serviços fiquem com uma
maior qualidade, e acima de tudo uma maior competitividade.
Com este trabalho, espero ter obtido êxito ao tentar elucidar de forma clara
tanto aos profissionais que anseiam ingressar neste mercado, como aos leigos,
sabendo que não seria possível esgotar o assunto. Espero sinceramente que
com esta pequena pesquisa, tenha aumentado os conhecimentos, bem como
esclarecido dúvidas.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................6
CAPÍTULO 1........................................................................................................7
OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS SÃO AS FERRAMENTAS FUNDAMENTAIS
PARA A AUDITORIA E A CONTROLADORIA
CAPÍTULO 2......................................................................................................17
AUDITORIA FERRAMENTA DE IMPORTÂNCIA PARA O SHOPPING
CENTERS
CAPÍTULO 3......................................................................................................25
GESTÃO DE RISCO E CONTROLE INTERNO DENTRO DO SHOPPING
CENTERS
CAPÍTULO 4......................................................................................................29
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DENTRO DO SHOPPING CENTERS
CAPÍTULO 5 .....................................................................................................31
O CONTROLE INTERNO DENTRO DO SHOPPING CENTERS
CONCLUSÃO....................................................................................................33
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................34
WEBGRAFIA.....................................................................................................34
6
INTRODUÇÃO
Este trabalho acadêmico tem por objetivo estudar a importância da auditoria e
da controladoria dentro das empresas empreendedoras de shopping centers de
grande porte tornando evidente que os controles internos bem estruturados são
componentes importantes para a verificação e exatidão no que tange os dados
e fatos contábeis.
A palavra Auditoria significa ouvir e escutar. Ela vem do latim “audire”. No
sentido lato, é um confronto entre os critérios usados pelo auditor e os
processos usados pelas empresas.
A auditoria se divide em interna e externa. A auditoria interna atua dentro das
empresas analisando processos nos departamentos e objetivando garantir a
fidedignidade dos controles internos nas operações. A auditoria externa atua
como prestador de serviço e seu objetivo é analisar demonstrações contábeis e
financeiras para emissão de parecer técnico de auditoria sobre as informações
analisadas.
O foco deste trabalho foi analisar a auditoria interna e a controladoria, pois
dentro do que será exposto nos próximos capítulos, será possível verificar os
princípios contábeis aos quais elas estão enraizadas. Será definido o que
realmente elas são e quais são as estratégias e riscos enfrentados.
Será enfatizado também o papel do controle interno, bem como sua definição,
captação de recursos financeiros, e tendências de mercado A grande intenção
deste trabalho é adicionar conhecimento sobre o assunto aos leigos e também
aos que exercem a função ou procuram exercê-la.
7
CAPÍTULO 1
1. OS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS SÃO FERRAMENTAS
FUNDAMENTAIS A AUDITORIA E A CONTROLADORIA
O empreendimento de shopping center é um ramo de alta complexidade,
e, por isso não pode se dar o luxo de ter erros. O “produto” do shopping
é a locação de espaços. O contador que se envolve com este ramo deve
se especializar na área. Há vários trabalhos que precisam de uma visão
apurada. No campo tributário por exemplo, os impostos são uma
preocupação constante dentro da contabilidade de uma empreendedora
de shopping; o imobilizado que geralmente é de valor muito relevante,
pois os imóveis onde os grandes shoppings estão localizados são de
grande valor no mercado; o contas a receber, que deve estar sempre
atualizado, inclusive com provisão para devedores duvidosos; as
contingências, que precisam ser registradas e atualizadas em tempo
real; a publicidade e o marketing, que são instrumentos necessários ao
bom desempenho do negócio, entre outros.
Para falar do papel da auditoria e da controladoria no shopping centers é
preciso voltar ao conceito. Quando nos reportamos ao papel da
auditoria e da controladoria temos em mente o conhecimento teórico,
mas qual é exatamente o papel destas disciplinas dentro das
empreendedoras de shopping?
O campo de atuação é tão amplo que por mais que o tema seja
abordado, ainda assim o assunto não seria esgotado.
8
1.1 A Importância dos Princípios Contábeis
Para entrarmos no conceito de auditoria e controladoria e seu
papel dentro das empreendedoras de shopping centers vamos
resgatar alguns conceitos contábeis, principalmente no que tange
aos Princípios Fundamentais da Contabilidade.
O campo de atuação da contabilidade é constituído pelas
entidades, sejam elas de finalidade lucrativa ou não, e procura
captar e evidenciar as variações ocorridas na estrutura patrimonial
e financeira, em face das decisões da administração, e também
das variáveis que escapam ao controle e ao poder de decisão da
administração.
Os princípios fundamentais da contabilidade representam a
excelência das teorias e doutrinas relativas à ciência da
contabilidade.
1.1.1 Princípio da Entidade
No Princípio da Entidade o patrimônio é visto como objeto
da contabilidade, tem autonomia, e deve ser diferenciado
do patrimônio dos sócios.
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1.1.2 Princípio da Oportunidade
Tal princípio tem dentro do seu contexto simultaneamente
tanto a tempestividade como a integridade do registro do
patrimônio e de suas variâncias, sabendo que, de imediato
e de forma correta e adequada deverá ser feito registro
independentemente das causas que as originaram.
Devemos ter de forma clara que os registros deverão ser
tecnicamente estimáveis e devem ser feitos mediante a
hipótese de razoável certeza de sua ocorrência,
compreendendo os elementos quantitativos, qualitativos e
contemplando os aspectos físicos e monetários.
O registro deve propiciar o reconhecimento universal das
variações contidas no patrimônio da entidade, levando-se
em conta o tempo determinado, fator importante para que
se possa gerar informações úteis ao processo decisório da
gestão.
1.1.3 Princípio da Competência
Este princípio tem como objetivo mostrar como os ativos e
passivos de um patrimônio interfere na diminuição e no
aumento do patrimônio líquido. Estabelece também
diretrizes para classificação das mudanças patrimoniais. O
princípio da competência prevê o registro de um bem,
direito ou obrigação no momento de seu fato gerador.
10
1.1.4 Princípio da Continuidade
Ao analisar a continuidade ou não de uma entidade, temos
que levar em consideração; primeiro quanto a classificação
e avaliação das mutações patrimoniais, tanto no nível
quantitativo como qualitativo. A continuidade influência no
valor econômico dos ativos, e, em muitos casos no valor ou
vencimento dos passivos, especialmente quando sobre a
ótica de extinção tem prazo determinado, previsto ou
provável. A sua observância é de extrema importância para
a correta aplicação do princípio da competência, tanto no
que diz respeito a quantificação dos componentes
patrimoniais e a formação de resultado, e bem com a sua
constituição para que se possa aferir a sua capacidade
futura para geração de resultado.
1.1.5 Princípio do Registro pelo Valor Original
Todos os elementos que compõem o patrimônio devem ser
registrados pelo seu valor original. Em relação com o
mundo exterior, os valores serão expressos pela moeda
corrente do país e das suas mudanças.
A avaliação dos bens patrimoniais deve ser feita com base
nos valores de entrada, estando claro que terá que haver
um consenso entre os agentes externos ou da imposição
destes, sabendo que uma vez integrado ao patrimônio não
poderão ser alterados os seus valores intrínsecos.
11
1.1.6 Princípio da Atualização Monetária
O princípio da atualização monetária tende a mostrar que a
moeda sofre efeitos da alteração do poder aquisitivo da
moeda nacional. Tais efeitos devem ser reconhecidos nos
registros contábeis através de ajustamentos da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.
È preciso entender que embora a moeda tenha
reconhecimento universal como medida de valor, esta não
representa uma unidade constante como poder aquisitivo,
ela tende a ter variações, ou seja, o valor de uma
mercadoria hoje não será o mesmo no futuro, haverá
depreciação ou valorização principalmente no caso de
imóveis.
Para que o patrimônio avaliado possa manter seus valores
originais, eles terão que ser expressos. Será importante
que o mesmo seja atualizado em sua expressão formal em
moeda nacional a fim de que os valores do patrimônio
estejam corretos e por sua conseqüência o do patrimônio
líquido.
Cabe lembrar que a atualização monetária não consiste
necessariamente em uma nova avaliação, e sim em um
ajustamento de valores originais para data atual mediante
a aplicação de indexadores ou de outros elementos aptos
a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda
nacional em um dado período.
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Este princípio foi fortalecido pelo advento da lei 11.638 em
2007, que enfatiza a necessidade de atualização monetária
dos bens, direitos e obrigações da entidade.
1.1.7 Princípio da Prudência
O objetivo deste princípio é mostrar que devemos adotar
menores valores para os componentes do ativo e maiores
valores para os componentes do passivo, sempre que se
apresentem alternativas válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
O princípio da prudência ganha ênfase quando na definição
de valores relativos as variações patrimoniais são feitas
estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
Considerando as definições dos princípios contábeis, a inobservância destes
seria um forte erro, e, ao desconsiderá-los, tanto o auditor como o controller
faria um trabalho incompleto, pois os princípios contábeis, bem como a
legislação contábil e fiscal, serão uma direção, e é neles que ambos devem se
ater.
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No ramo de shopping centers a utilização pelo auditor e pelo controller dos
princípios contábeis é contínua. O produto principal é o aluguel proveniente dos
contratos de locação das lojas, quiosques e stands. Há também produtos
secundários como receita de merchandising, que são painéis de propaganda,
publicidade e adesivação nas cancelas e espaços espalhados pelos shoppings;
aluguel percentual sobre as vendas dos lojistas; aluguel semestral por garantia
de desempenho; venda de pontos “luvas”, e, em alguns empreendimentos, o
estacionamento, quando a atividade não é tercerizada.
De acordo com a Lei das Locações, os shoppings podem comercializar
contratos de locação temporários, que geralmente são por prazos de 01 até 03
meses, e contratos com prazo determinado, que são de 01 a 05 anos (ou
mais). Nos contratos com prazo igual ou superior a 05 anos, o lojista tem direito
ao ponto.
Atualmente no mercado brasileiro, as grandes empreendedoras de shopping
como os grupos: Brookfield , Multiplan, BR Malls, etc, possuem participação em
muitos shoppings, e cada um com sua característica, público alvo e
particularidade.
Imagine a situação do contador e do auditor para contabilizar e analisar
produtos diferentes, de lojas e espaços distintos de um ou mais shoppings?
Somente com a direção contida nos princípios contábeis isto seria possível.
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Na contabilização do contas a receber por exemplo o contador conta com a
ajuda do princípio da prudência ao analisar a inadimplência e efetuar a
provisão para devedores duvidosos com base nas normas da entidade.
O contador trabalha com a ajuda do princípio da atualização monetária para
correção no balanço dos direitos e obrigações. A correção do contas a receber
apurado em atraso, dos depósitos judiciais e contingências, etc. O auditor
também conta com o auxílio do mesmo princípio para analisar se o trabalho do
contador foi efetuado com eficiência.
A análise do imobilizado da entidade é outro exemplo de que o auditor conta
com a ajuda dos princípios contábeis. Ele utiliza o princípio do registro pelo
valor original no momento em que analisa se todos os ativos fixos da empresa
foram registrados pelo seu efetivo valor de entrada. Conta ainda com o auxílio
do princípio da entidade para analisar se os ativos estão em conformidade com
a legislação e se os mesmos não se confundem com o patrimônio dos sócios.
Um outro exemplo muito presente da utilização dos princípios contábeis na
auditoria e controladoria são os lançamentos diários no cotidiano do contador.
Todos os registros e contabilizações das atividades são efetuados com base no
princípio da competência.
As grandes empreendedoras são regidas pelo regime de apuração por
competência, e, por isso, toda despesa e receita deve ser registrada no
momento do seu fato gerador.
O controller e o auditor contam também com a ajuda de outras ciências, as
quais fornecerão subsídios para que eles possam executar suas atividades.
15
A administração, as ciências econômicas, a matemática financeira, a estatística
(com o uso do histograma), e o direito (especialmente o tributário, o código
Civil, a CLT e a Constituição) são ferramentas que devem estar a disposição do
auditor e do controller não apenas como conceitos decorados, mas como
instrumentos de base para alimentar suas atribuições.
Todos estes conceitos devem estar enraizados na mente do controller e do
auditor, pois serão ferramentas importantes para que o mesmo possa
desempenhar o seu papel dentro da área que será auditada de forma
incontestável e que venha a ter o controller o papel fundamental para viabilizar
projetos e os sonhos que a entidade, sócios ou acionistas desejam.
O grupo Brookfield é um grupo Canadense com investimento no Brasil em
shopping centers. O grupo aumentou bastante seus investimentos no ramo na
última década. Possui participação em shoppings no Rio de Janeiro, Minas
Gerais, São Paulo e Paraná.
No Rio de Janeiro o grupo um dos empreendedores do shopping Rio Sul, do
Madureira Shopping, do Botafogo Praia Shopping e do Bay Market Center na
cidade de Niterói.
Em Minas Gerais participa no Itaú Power e Shopping Cidade, e no Paraná no
shopping Crystal Plaza.
Em São Paulo participa no shopping Paulista, West Plaza, Pátio Higienópolis,
Mogi Shopping, Raposo Shopping e investiu participação no Vila Olímpia, que
está em construção.
A participação em shoppings no Brasil do grupo Brookfield exemplifica bem o
papel importante do controller e do auditor em uma empreendedora de
shopping.
Estes profissionais precisam ser especializados e estar bem preparados para o
desempenho de suas atribuições.
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CAPÍTULO 2
AUDITORIA E CONTROLADORIA: FERRAMENTAS DE
IMPORTÂNCIA PARA O SHOPPING CENTERS
2.1. AUDITORIA
A auditoria é o exame de operações financeiras ou registros contábeis
visando determinar sua correção ou legalidade. È também o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integralidade, a
adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas,
contábeis, financeiras e operacionais da instituição.
Tem como principal função demonstrar de forma transparente a saúde
financeira de uma empresa, dando a seus sócios, acionistas e clientes
uma segurança e estabilidade, e apontando os riscos de cada projeto que
está para ser elaborado, auxiliando e dando uma direção para os objetivos
que são traçados pela empresa futuramente.
2.1.1 A Auditoria se divide em Auditoria Interna e Externa
A missão da Auditoria Interna é acima de tudo assessorar a
administração no desempenho de suas funções e
responsabilidades através dos seguintes procedimentos:
a) Integridade e Confiabilidade das informações e Registros;
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b) Integridade e Confiabilidade dos sistemas estabelecidas para
assegurar a observância das políticas, metas, planos,
procedimentos, leis, normas e regularidades de sua efetiva
utilização;
c) Eficiência e eficácia do desempenho e da utilização dos
recursos, dos procedimentos e métodos para salvaguardar os
ativos e a comprovação de sua existência, assim como a
exatidão dos ativos e passivos;
d) Compatibilidade das operações e programas com objetivos,
planos e meios de execução estabelecidos.
Um item de grande importância é como a auditoria tem se
comportado diante das empresas que estão se modernizando,
assim como no caso das empresas empreendedoras de
shopping.
No caso do setor de compras por exemplo, não deve ser levado
em consideração somente o preço, mas também a qualidade,
prazo e regularidade nas entregas.
O fornecedor deve estar sintonizado com os programas de
qualidade pré-estabelecidos pela empresa, estando ciente que a
auditoria deve participar previamente da contratação.
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Os custos são dividos por segmento em operacional e não
operacional, sendo o primeiro ligado diretamente às operações do
shopping centers e o segundo aos investimentos e projetos em
elaboração (expansões, revitalizações, etc).
Os impostos, encargos sociais, folha de pagamento, benefícios,
obras e reformas, devem estar bem calculados e segregados,
estando ciente que em um empreendimento em operação as
obras e a folha de pagamento são de importâncias relevantes.
Visando minimizar estes problemas muitos dos grandes
shoppings hoje trabalham com tercerização de mão de obra
operacional, transferindo parte de sua obrigação trabalhista e
otimizando tempo nas operações. O processo de contratação das
empresas tercerizadas é rigoroso. A auditoria participa ativamente
no sentido de atestar que a empresa contratada está apta aos
padrões de qualidade estabelecidos pelo shopping.
Atualmente os grandes focos da auditoria interna são baseados
nos controles de SOX. Estes controles foram estabelecidos pela
Lei Sarbanes Oxley, criada em 30 de julho de 2002 com o
objetivo de garantir a criação de mecanismos de auditoria e
segurança confiáveis nas empresas. A lei inclui regras de
supervisão e operação visando a mitigação dos riscos nos
negócios e evitando a ocorrência de fraudes.
Em shoppings é comum verificar a atuação de um outro tipo de
auditoria, que também pode ser entendida como uma auditoria
interna. É a auditoria de lojas.
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A auditoria de lojas é um procedimento de análise das
informações prestadas e dos procedimentos efetuados pelos
lojistas em operação.
A auditoria de Lojas é de suma importância para a controladoria e
para a auditoria. Ela permite analisar a veracidade das
informações prestadas pelos locatários, e, conseqüentemente
assegurar a fidedignidade das informações contábeis do
empreendimento.
Os integrantes da auditoria de lojas geralmente são profissionais
contratados pelo empreendedor, em alguns casos empresas
tercerizadas, que atuam dentro das lojas registrando as
operações diárias dos lojistas. As informações registradas são
posteriormente confrontadas com as prestadas pelos lojistas em
seus relatórios.
A Auditoria de Lojas auxilia a controladoria no cálculo de um dos
produtos do shopping que é o aluguel percentual. Este produto é
calculado com base na venda informada pelo lojista. Neste
ínterim, podemos observar como este trabalho é importante para
o contador, uma vez que, com base nas informações analisadas
pela auditoria de lojas ele poderá validar o cálculo correto das
receitas trazendo mais lucratividade aos sócios e acionistas
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A missão da Auditoria Externa é analisar informações prestadas
pela entidade para emissão de um parecer técnico de auditoria
sobre as demonstrações contábeis.
2.1.2 A Estratégia da Auditoria
O que é estratégia da auditoria?
É o modelo de decisão influenciado pela cultura e valores, que
pode ser incorporado pela empresa quando se mostrado
confiável.
Tal procedimento aumenta o escopo da vantagem competitiva da
organização através da análise dos componentes em potencial.
“ É uma ferramenta que promete avaliar a relação de
causa e efeito entre os indicadores quantitativos e
qualitativos, dividindo-os em 4 perspectivas básicas. São
elas: financeira, do cliente, de processo, e de aprendizado
e crescimento” (Norton e Kaplan – 1990)
A estratégia segundo seus criadores Kaplan e Norton se dará em
4 etapas:
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a) Tradução da Visão: Ela se desdobra em um conjunto de
objetivos e indicadores capazes de delinear o caminho
para o seu alcance.
b) Comunicação e Comprometimento: É o alinhamento dos
objetivos de longo prazo com os objetivos departamentais
e individuais;
c) Plano de Negócios: A partir dos desdobramentos e
direcionamentos estratégicos, as organizações poderão
desenvolver seus planos específicos alinhando aspectos
relacionados a atividades fim e atividades meio, incluindo
marketing, finanças, recursos humanos e outros.
d) Feedback e Aprendizado: O acompanhamento do
desempenho através das metas, e a análise dos resultados
remetem um aprendizado e proporcionam ao gestor a
correção de erros e revisão da estratégia.
Vimos a importância da Auditoria e a estratégia de como deverá
ser desempenhada pela empresa num espaço de tempo
delineado e planejado por ela. Vamos analisar mais adiante
como a auditoria interna vê a gestão de riscos.
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2.2 CONTROLADORIA:
A controladoria é o órgão administrativo responsável pela gestão
econômica da empresa, com o objetivo de levá-la a maior eficácia.
A base científica da controladoria é a ciência contábil, onde estão os
fundamentos da gestão econômica.
O foco da controladoria é a criação de valor para a empresa e para os
acionistas. Este valor será obtido pelos gestores de diversas atividades
desenvolvidas dentro da empresa, sendo todos inseridos em um
processo de gestão claramente definido.
A medida da eficácia empresarial é o lucro, e, por este motivo o ponto
chave da controladoria é a correta mensuração dos resultados.
A controladoria tem papel ativo para assegurar a obtenção do resultado
planejado. O controller é o responsável por organizar, classificar e
mensurar as informações de todos os departamentos, bem como apoiar
os gestores em todas as etapas do processo.
2.2.1 Planejamento, Execução e Controle
O processo de gestão caracteriza-se pelo ciclo de planejamento,
execução e controle.
24
O planejamento pode ser em 3 aspectos distintos: planejamento
estratégico ou de longo prazo, planejamento operacional e
programação.
O orçamento é um exemplo de planejamento adotado pela
controladoria.
A execução é a ação realizada para efetivar o objeto planejado.
Controle é o processo administrativo necessário para avaliar a
execução das transações realizadas e promover eventuais
correções quando necessário.
A controladoria conta com a ajuda da tecnologia para o
desempenho de seus objetivos. Atualmente os sistemas de
informação são totalmente integrados e possuem ferramentas
potentes que auxiliam os profissionais na execução e controle
operacional.
2.2.2 Atividades Regulamentares da Controladoria
A Controladoria desenvolve uma série de atividades
regulamentares. As empresas possuem uma série de obrigações
criadas pela legislação, que devem ser atendidas sob pena de
impedimento das atividades operacionais, tais como: obrigações
legais, societárias e fiscais.
Para atender bem todas estas obrigações, a controladoria
geralmente utiliza a seguinte estrutura:
Controladoria
Contabilidade Societária
Contabilidade Gerencial
Contabilidade Fiscal
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A contabilidade societária (financeira) refere-se a informação
contábil desenvolvida para usuários externos, como acionistas,
fornecedores, bancos, agências governamentais, etc.
A contabilidade gerencial identifica, interpreta, analisa, mensura e
prepara informações em relatórios gerenciais que auxiliam os
gestores para atingir objetivos organizacionais.
A contabilidade fiscal é responsável pela correta apuração,
mensuração e análise das obrigações fiscais e acessórias para
usuários externos.
CAPÍTULO 3
GESTÃO DE RISCO E CONTROLE INTERNO NO SHOPPING
CENTER
Na empreendedora de shopping, a função do controller é de extrema
importância, pois toda organização séria deve ter como pressuposto a
existência de um plano e de sistemas coordenados destinados a prevenir a
ocorrência de erros e irregularidades ou minimizar as suas conseqüências e a
maximizar o desempenho da entidade no qual se insere.
Tal função compreende tanto o controller interno contábil como o controller
administrativo.
26
Há necessidade de um controller, pois toda empresa precisa de profissionais
que tenham conhecimento tanto empírico como acadêmico que seja uma
gestão de riscos.
Gestão de riscos é entendida como um processo sistemático de identificar,
avaliar, classificar e mitigar os fatores de riscos que poderiam atrapalhar os
objetivos estratégicos de uma organização.
3.1. PERSPECTIVAS FUNDAMENTAIS DA GESTÂO DE RISCOS
3.1.1. Perspectivas Financeiras
Tal perspectiva avalia o desempenho de uma organização em
gerar resultados que satisfaçam seus acionistas e que venham a
garantir a sua sobrevivência e crescimento.
Seguindo estes indicadores de desempenho a empresa é
orientada a definir seus objetivos financeiros alinhados com a sua
estratégia empresarial, que irão servir como instrumentos de
mensuração para podermos avaliar o faturamento, retorno dos
investimentos, bem como a margem de lucros.
3.1.2. Perspectivas de Clientes
O desenvolvimento, a durabilidade e o desempenho de uma
organização depende da capacidade da mesma de poder
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construir um relacionamento duradouro e rentável com seus
clientes.
A gerência é orientada para identificar e perceber os problemas
possíveis que poderão ocorrer entre o cliente e a empresa e
também para ter a visão do mercado, e de seus principais
competidores, além de definir seus objetivos e maneiras de
executar o desempenho de suas atribuições.
Devem refletir sobre o nível de competitividade os seus produtos,
serviços e sobre a segmentação e avaliação do poder de compra
de seus clientes.
3.1.3. Perspectivas de Processos Internos
A satisfação dos clientes é alcançada devido a atividades
operacionais bem organizadas nas empresas.
As empresas que se preocupam com o desempenho dos seus
processos internos (metodologia de trabalho e qualidade) e
externos (venda e publicidade) e conseguem demonstrar de
forma prática para os seus clientes, que é ele (o cliente), tem
valor para a empresa e que não é um mero comprador, e sim
mais um cooperador para o crescimento da empresa, consegue
enfocar através dos seus serviços, principalmente no segmento,
que o cliente é importantíssimo, e que ele deve ser tratado com
primazia. Atualmente as empresas empreendedoras de shopping
centers investem em instalações cada vez mais confortáveis,
Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), entretenimento para
adultos e crianças, segurança, estacionamento, tudo para atender
28
bem ao cliente.Tais investimentos são importantes para cativar e
tornar durável a parceria entre o cliente e a empresa.
3.1.4. Perspectivas de Crescimento e Aprendizado
As expectativas dos clientes estão em constantes mudanças e as
organizações são pressionadas a fazer melhorias contínuas. O
sucesso das empresas e principalmente as do segmento de
shopping devem estar incutidas dentro dos valores da empresa
que a cultiva. Devem ser valores que façam parte da coletividade
(sócios, acionistas, funcionários, lojistas, compradores, etc.).
Inúmeros são os riscos que desafiam o empreendedor:
- Reputação;
- Regulamento;
- Capital Humano;
- Tecnologia;
- Mercado;
- Desastres naturais.
O risco está relacionado a incerteza, que, quando se materializa,
sai do abstrato para o concreto e fere os objetivos da
organização.
O sucesso e a eficácia da gestão de riscos nas empresas do
segmento de shopping depende das pessoas que estão inseridas
tanto em atividades de decisão, como as do setor de operação.
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CAPÍTULO 4
4.1 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DENTRO DO
SHOPPING CENTERS
Com o aquecimento do setor na última década, o ingresso de profissionais no
segmento de shopping cresceu bastante ao ponto que os departamentos de
Recursos Humanos das empreendedoras estarem sobrecarregados. O
recrutamento de funcionários é ascendente e isso tem obrigado as empresas a
mexer em sua política de gestão de pessoas.
A preocupação constante com os certificados de qualidade tem mudado a
visão e o método relativo a plano de cargos e salários que visam
automaticamente o aumento da competitividade.
Segundo a revista Você S.A. (2007) as empresas tem intensificado o
recrutamento interno e também oferecido aos seus diretores e gerentes cursos
de gestão para que eles sejam excelentes gestores.
Hoje as empresas verificam o risco de perder um candidato em questões de
horas se não tiver um posicionamento firme de suas crenças e valores.
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4.1.1 Prestadores de Serviço dentro do Shopping Centers
Quando nos reportamos aos prestadores de serviço dentro do segmento
de shopping temos que visualizar as exigências que deverão ser
observadas pelo empreendedor. Neste ramo, a qualidade do serviço
prestado é de suma importância para a continuidade da operação, e, por
este motivo, o prestador de serviço deve estar apto a desenvolver a
atividade requerida com exímia qualidade.
Os prestadores de serviço para desempenho de suas atividades dentro
do shopping devem primeiramente passar pelo processo de Edital de
Compras e Serviços mediante entrega de toda a documentação
constante de cada Edital, e no mínimo devem preencher os seguintes
requisitos básicos.:
1. Estar regular com a legislação pertinente a sua atividade;
2. Operar em conformidade com as normas da empresa.
Para o desempenho da operação os empreendedores precisam contar
com inúmeros prestadores de serviços, que, na atualidade são tratados
como parceiros, pois são essenciais a sobrevivência do negócio. Alguns
exemplos de serviços essenciais no shopping centers são: segurança,
limpeza e conservação, manutenção, paisagismo, ascensoristas,
recepcionistas e etc.
Os shoppings contratam empresas tercerizadas também para serviços
de obras e reformas.
Nestes casos, tanto no processo de contratação como no período de
execução devemos contar com a fiel orientação do controller e do
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auditor para garantir que a entidade esteja em conformidade com a
legislação e obrigações específicas ao fato.
CAPÍTULO 5
5.1 O CONTROLE INTERNO DENTRO DO SHOPPING CENTERS
O controle interno é composto pelos planos de organização e coordenação de
métodos e medidas implantadas pela empresa para proteger o seu patrimônio
por meio de atividades de fiscalização e verificação de fidelidade dos
administradores e da exatidão dos processos de manipulação de dados
contábeis, promovendo , desta forma a eficiência operacional e a adesão de
políticas e estratégias traçadas pela alta gestão.
5.1.1. Relação Custo Benefício
Para verificar o custo benefício do controle é preciso ter uma
visão de mercado, de macro e micro economia, pois são
muitos detalhes. È preciso avaliar o fator preço. ter
conhecimento profundo da carga tributária e também das
retiradas esperadas pelos sócios para que os benefícios
superem custos desnecessários.
Em determinados casos, implantar algum tipo de controle
interno é mais oneroso para a instituição do que “conviver”
com o risco proposto. Neste momento o papel do controller ou
gestor é fundamental para decidir, de acordo com uma visão
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global, a implantação ou não de um controle para um
processo.
5.1.2. Segregação de Funções
Algumas funções devem ter um ou mais funcionários com
conhecimento do que deve ser feito para que na
eventualidade de falta de algum funcionário o outro possa
suprir a ausência.
No shopping centers não é diferente. È imprescindível a
segregação de funções, em especial os profissionais de
coordenação de operações e área técnica pois a operação em
shopping funciona praticamente 24horas por dia. Após o
horário de funcionamento das lojas e estacionamento o
empreendimento continua operando principalmente com
atividades de perfil inadequado ao horário de funcionamento
ao público (exemplo: obras, mudanças, trocas de vitrines, etc.)
5.1.3 Instruções Formalizadas
Este procedimento é de suma importância, pois define quais
são os valores, métodos e procedimentos a serem adotados
por todo o corpo funcional da empresa.
No shopping centers as instruções são observadas facilmente
através de cartazes e baners indicativos das normas e
procedimentos, alarme sonoro via auto falante com
informações dos procedimentos aos clientes,etc.
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CONCLUSÃO
Concluímos que é fundamental para um empreendimento de shopping centers
ter profissionais com visão ampla da contabilidade, de economia e mercado
financeiro. Todas estas estão dentro da profissão do auditor Interno e do
controller.
O empreendimento precisa ter controle interno eficiente, para que junto com a
auditoria possa informar aos sócios, acionistas, investidores e clientes com
uma maior confiabilidade, transparência e também que tenham conhecimento
mais aprofundado dos riscos e estratégias a serem aplicados.
As duas funções devem ter um sistema de informação forte e coerente para
que possam manter informado tanto a nível contábil como financeiro, a alta
administração.
O auditor e o controller são os profissionais responsáveis por analisar os
pontos deficientes e sugerir correções, garantindo que os controles internos da
entidade e rotinas de trabalhos são executadas de forma correta, e também
que as informações contábeis e financeiras fornecidas são plenamente
confiáveis.
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BIBLIOGRAFIA
Clóvis Luis Padoveze, Controladoria Básica – Editora São Paulo
Osni Moura Ribeiro, Contabilidade Comercial – Editora Saraiva
William Attie, Controle Interno – Editora Atlas
William Attie, Auditoria Conceitos e Aplicações – Editora Atlas
WEBGRAFIA
Site da Holding Brascan Shopping Centers, empresa do grupo Brookfield
(www.brascan.com.br)
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