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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARA FACULDADE CEARENSE CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA HUMBERTO ALVES GUERREIRO A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DA AUDITORIA CONTÁBIL NO TERCEIRO SETOR EDUCACIONAL DE FORTALEZA FORTALEZA - CE 2012.2

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARA FACULDADE CEARENSE

CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA

HUMBERTO ALVES GUERREIRO

A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DA AUDITORIA CONTÁBIL NO TERCEIRO SETOR EDUCACIONAL DE FORTALEZA

FORTALEZA - CE 2012.2

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HUMBERTO ALVES GUERREIRO

A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DA AUDITORIA CONTÁBIL NO TERCEIRO SETOR EDUCACIONAL DE FORTALEZA

Monografia submetida à provação Coordenação do Curso de pós-graduação do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista.

Orientadora: Profª Dra. Liliana Farias Lacerda

FORTALEZA 2012

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Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima

G934i Guerreiro, Humberto Alves

A importância do papel da auditoria contábil no terceiro setor educacional de Fortaleza/ Humberto Alves Guerreiro. – Fortaleza, 2012.

116f. Orientador: Professora Dra. Liliana Farias Lacerda.

Trabalho de Conclusão de curso (Especialização) – Faculdade Cearense, Especialização em Auditoria e Controladoria, 2012.

1. Auditoria 2. Demonstrações Contábeis. 3. Credibilidade.

4. Controle I Guerreiro, Humberto Alves. II. Título

CDU 657.6

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HUMBERTO ALVES GUERREIRO

A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DA AUDITORIA CONTÁBIL NO TERCEIRO SETOR EDUCACIONAL DE FORTALEZA

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Auditoria e Controladoria na Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ____/ ____/____

Banca Examinadora:

_________________________________________ Professora Dra. Liliana Farias Lacerda

_________________________________________ Professora Dra. Márcia Maria Machado Freitas

_________________________________________ Professora Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb

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Este trabalho é dedicado a todos os meus familiares e pessoas intimamente ligadas à minha vida, que no período de desenvolvimento deste trabalho me ajudaram com paciência, carinho e compreensão, demonstrando que a superação nos momentos difíceis vale a pena, por estarmos ao lado de quem realmente se importa com nosso sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Aos meus colegas de sala, que sempre me ajudaram nos trabalhos de equipe. A minha orientadora Profa. Dra. Liliana Farias Lacerda, que além de ter me mostrado os caminhos para a realização deste trabalho, iluminou de maneira especial meus pensamentos levando-me a buscar mais conhecimentos. Também foi incentivadora, psicóloga e amiga. Muito obrigada por tudo. Aos meus pais, Sebastião Guerreiro e in memorium, minha mãe, Maria Luiza Alves Guerreiro, minha esposa Andrea Alves e meu filho João Miguel, agradecê-los de forma destacada e grandiosa, pois me incentivaram a seguir em frente e concluir mais esta etapa em minha vida. Aos professores pelo acolhimento e disponibilidade sempre generosa, que tiveram comigo.

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“O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”

Albert Einstein

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RESUMO

Este estudo teve por objetivo identificar e averiguar a respeito das possíveis contribuições que a Auditoria Contábil imprime nas organizações do Terceiro Setor, tais como confiabilidade e transparência das Demonstrações Contábeis, além de verificar se existe relevância de atuação da Auditoria neste contexto. Ao buscar resposta para o questionamento desta pesquisa, os seguintes procedimentos metodológicos foram adotados, a revisão na literatura pertinente ao tema e a aplicação de um questionário, uma amostra por acessibilidade a entidades de cunho sócio educacional na cidade de Fortaleza-Ceará. Na análise de dados, quanto a relevância e contribuição da auditoria, a independente foi validada de acordo com a sua dimensionalidade, confiabilidade e convergência. Conclui-se que nas entidades pesquisadas um alto grau de credibilidade à auditoria externa, determinando confiabilidade e transparência nas demonstrações contábeis das organizações do terceiro setor, verificando também que ao controle que estas estabelecem ,colaboraram de forma imprescindível ao desenvolvimento e aprimoramento de sistemas internos.

Palavras chaves: Auditoria – Demonstrações contábeis – Credibilidade - Controle

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ABSTRACT

This study aimed to identify and investigate about the possible contributions the Accounting Audit prints in Third Sector organizations, such as reliability and transparency of financial statements and to check whether there is relevance to the performance audit in this context. In seeking to answer this research question, the following methodological procedures have been adopted, the review of the literature relevant to the topic and a questionnaire, a sample of the accessibility of a socio educational entities in Fortaleza-Ceará. In data analysis, as the relevance and contribution of the audit was validated independently according to their dimensionality, reliability and convergence. We conclude that the entities surveyed a high degree of credibility to the external audit, determining reliability and transparency in the financial statements of nonprofit organizations, also verifying that the control that they establish, collaborated so essential to the development and improvement of internal systems Keywords: Auditing - Financial Statements - Credibility - Control

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SUMÁRIO

1. Introdução.......................................................................................... 03

2. Terceiro Setor – Surgimento e Regulação no Brasil .........................10

2.1 Denominações apresentadas na literatura contábil .........................12

2.2 Conceitos na Doutrina Contábil ............................................ ...........12

Identificação e Classificação das Organizações do Terceiro Setor.13

2.4 Critérios para a Inclusão ou Exclusão.....................................................15

2.5 Organizações Sem Fins Lucrativos pela Constituição Federal e pelo

Código Civil .............................................................................................16.

3. Auditoria como ferramenta de controle ...............................................22

3.1. A Auditoria e seu surgimento com instrumento de controle. ............22

3.2. Auditoria no Brasil ............................................................................22

3.3. Conceitos e Classificação da Auditoria ............................................23

3.4. Formas de Auditoria .........................................................................27

3.5. Missão da Auditoria ..........................................................................31

3.6. Normas de Auditoria .........................................................................31

3.7. Auditoria e Regulação adotadas no Brasil.........................................36

4. Pesquisa de campo sobre as Entidades do Terceiro Setor ...’.............47

4.1. Perfil das entidades pesquisadas:.....................................................47

4.2. Apresentação dos resultados das pesquisas de campo:..................48

4.2.1. Pontuação gráfica do estudo de caso............................................48

5. Cconclusão ..........................................................................................63

Referências …....................................................................................... 65

Apêndice .................................................................................................67

Anexos ....................................................................................................72

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1. Introdução

A busca de novas formas de gerenciar e controlar os aportes dos

fomentadores de recursos utilizando as organizações sem fins lucrativos, a

exemplo das ONGs (Organizações Não Governamentais), entidades

filantrópicas, OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público),

organizações sem fins lucrativos e outras formas de associações civis sem fins

lucrativoso. Isso tem sido um grande desafio a ser atingido, uma vez que os

recursos empregados nestas organizações, sejam utilizados de maneira

eficiente com o máximo de transparência, utiliza-se as Demonstrações

Contábeis para a realização de uma boa Auditoria.

Partindo deste contexto, tem-se a Contabilidade como instrumento

metodológico indispensável à garantia da conformidade de interpretações dos

registros financeiros, bem como a Auditoria à confiabilidade dos respectivos

conteúdos, desempenhando uma função imprescindível na credibilidade da

gestão dos recursos recebidos de terceiros e na transparência dos atos,

buscando corrigir e prever erros ou fraudes.

Para Lopes de Sá (1980. p.20),

“Auditoria é a técnica contábil do sistemático exame dos registros,

visando apresentar conclusões, críticas e opiniões sobre as situações

patrimoniais e aquelas dos resultados, quer formadas, quer em processo

de formação.”

Desta forma a Auditoria contábil é de sobremaneira peça

imprescindível para a validação da gestão contemporânea.

Tema

Segundo Beuren (2009, p.64), “na abordagem do tema da pesquisa

deve-se explanar sobre a área de interesse de investigação selecionada

em função de um recorte realizado no assunto escolhido”.

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O t e ma d o t r a b a l h o é : A Importância do papel da Auditoria

Contábil no Terceiro Setor Educacional de Fortaleza.

Delimitação do Tema

Sabe-se que a Auditoria Contábil atingiu ao Primeiro Setor, o qual se

pode conceituar como sendo o Estado, representado pelas prefeituras

municipais, governos dos estados e a presidência da república, além das

entidades a estes entes ligadas. Em outras palavras, denominamos de Primeiro

Setor o "setor público”.

Como também atua no Segundo Setor, o mercado, constituído pelo

conjunto das empresas que exercem atividades privadas, atuam em benefício

próprio e particular, investem o dinheiro privado nas suas próprias atividades.

Nesta esfera o Terceiro Setor, que é uma terminologia sociológica que

dá significado a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem na

sociedade civil e sendo sua composição lastreada por organizações sem fins

lucrativos, criadas e mantidas pela participação voluntária, de natureza privada,

não submetidas ao controle direto do Estado, dando continuidade às práticas

tradicionais da caridade, da filantropia, trabalhando para realizar objetivos

sociais ou públicos, proporcionando à sociedade a melhoria na qualidade de

vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas e instituições

educacionais, entre tantas outras atividades, será o campo de atuação do nosso

estudo. Em especifico em Entidades Educacionais do Terceriro Setor na cidade

de Fortaleza.

Problema

Qual a contribuição pratica da Auditoria Contábil no Terceiro Setor de

Entidades Educacionais em Fortaleza?

Objetivos

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Geral:

Analisar o papel da Auditoria Contábil no Terceiro Setor na Educação da

cidade de Fortaleza.

Específicos:

Qualificar a ferramenta de Auditoria Contábil realizada em organizações

do Terceiro Setor em Fortaleza;

Apresentar a importância da Auditoria Contábil em Instituições

Educacionais do Terceiro Setor em Fortaleza.

Justificativa

O terceiro setor é uma terminologia criada na sociedade há pouco

tempo. É comum ouvir falar em primeiro setor (que se refere ao setor público),

segundo setor (representado pelo Mercado, que é privado), enquanto que

terceiro setor pouco se comenta.

Registros históricos, bem como pesquisas desenvolvidas, relatam que

o terceiro setor surgiu devido à demanda de itens necessários a toda sociedade,

como: saúde, educação, cultura, esporte, religião, arte, entre outros. Itens que o

primeiro setor deveria oferecer a sociedade, estes falhando em suas obrigações,

o segundo setor resolve reunir-se para resolver os problemas, dando início ao

Terceiro Setor.

Com o crescimento e desenvolvimento populacional, acarretando

assim o aumento dos seus problemas, fez com que à preocupação da sociedade

civil se mobilizasse com as questões sociais. Assim aumentando as entidades

do terceiro setor.

O Estado observando o terceiro setor como um agente de

transformação da sociedade e um grande contribuinte em suas atividades, lhe

proporcionando diversos benefícios, fiscais, como imunidade, isenções,

subvenções e contribuições.

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Visto ao exposto, as entidades podem obter diversas restrições e itens

impostos, pra serem seguidos.

Segundo Szaci (2003, p.14),

As organizações da sociedade civil, por atuarem em prol de um interesse público, agem e captam recursos em nome de uma causa pública. Assim sendo, atuam como mandatário desse interesse e devem assegurar aos diversos atores envolvidos que seus recursos e suas atividades estão sendo geridos de forma eficaz, ou seja, estão atingindo os resultados dos pretendidos e com qualidade.

As entidades do terceiro setor são entidades que dependem do

Estado, mas na sua maioria as instituições dependem de doações advindas de

entidades privadas, públicas e da população em geral. Para isso as entidades

devem gerar relatórios contábeis que darão maior transparência das atividades

realizadas pela instituição. Segundo Chagas et al (2010), para a realização dos

objetivos e metas as entidades do terceiro setor necessitam de recursos

monetários, para execução das suas finalidades.

Assim, a contabilidade se torna um instrumento indispensável, para a

realização do controle do volume de recursos obtidos, assim como no

gerenciamento dos mesmos e, finalmente, na prestação de contas aos doadores

e a toda sociedade interessada.

Neste contexto a clareza nas suas atividades, nas aplicações de

recursos auxilia as entidades de Terceiros Setor na captação de novos

parceiros, daí a importância da Auditoria como instrumento de comprovação da

utilização dos recursos recebidos de terceiros, até mesmo para esclarecer a

sociedade da idoneidade da entidade.

Se faz necessário e importante salientar que é através das

demonstrações contábeis é que os futuros parceiros avaliam as condições das

entidades denominadas Terceiro Setor, garantindo assim, a confiança na

aplicação em financiamentos.

Hipótese

A Auditoria Contábil é benéfica para uma boa gestão contábil

de entidade educacional do terceiro setor.

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Metodologia

O desenvolvimento do estudo se dará através da abordagem

qual i ta tiva, é a que defende o estudo do homem, levando em conta que o ser

humano não é passivo, mas sim que interpreta o mundo no qual vive

continuamente. Esse ponto de vista encaminha os estudos que têm como objeto

os seres humanos aos métodos qualitativos, sendo chamado de

Interpretacionismo. Tendo como t ipo de pesquisa a exp loratór ia,

utilizando referências bibliográficas com fundamentos teóricos e específicos,

artigos, boletins informativos das áreas de Ciências Contábeis, artigos científicos

publicados em sites acadêmicos relacionados ao Terceiro Setor e Legislação

pertinente (Lei 9.790/99, Decreto 3.100/99).

Na coleta de dados, utilizar-se-á da pesquisa bibliográfica através de

periódicos, livros dentre outros.

Referencial Teórico

Neste momento buscar-se-á subsídios na doutrina para que se possa

com maior segurança entender e nortear em relação a relevância do estudo

Segundo Ioschpe apud Araújo (2006), o terceiro setor é um conjunto de

organizações sem fins lucrativos, com a finalidade de participação voluntária

não-governamental, dando suporte a práticas de caridades.

Diante da falha do Estado em atuar em áreas básicas da sociedade,

como em tela a educação, apresentam-se assim organizações que tentam

ocupar este espaço, levando a ajuda necessária para a população mais carente,

objetivando contribuir e resguardar a cidadania. De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE, na região metropolitana de

Fortaleza até o ano de 2010, existem 448 entidades de cunho educacional no

Terceiro Setor. (Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cadastro Central de

Empresas 2010).

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Segundo Cunha et. al.(2010), a forma que as entidades do terceiro

setor dão maior transparência de suas atividades são por meio de prestação de

contas. Chagas (2010) ressalta que a transparência é essencial para verificar se

os benefícios estão sendo aplicados onde realmente deveriam. E para dar maior

credibilidade e confiança a essas demonstrações entidades contratam serviços

de auditoria independente.

Um dos princípios da Administração publica é a transparência de seus

atos, por isso se faz necessário a checagem dos mesmos, embora não sejam

entidades publicas, mas como ocupam espaços do Estado e tratam com verbas

de convênios e parcerias no desenvolvimento destas atividades, tornam-se mais

confiáveis quando através de Auditorias esboçam estes investimentos.

Para Cunha et. al.(2010), auditoria é o trabalho onde o auditor realiza

aplicações de procedimentos nas demonstrações, com o intuito de comprovar

que as demonstrações contábeis estão corretas a todos os usuários.

A Auditoria em questão assume um papel de representar a

credibilidade, a confiança, a transparência e o consenso legal em comprovar os

benefícios das aplicações aos usuários em comum.

Para Chagas et al (2010, p.3), “através das informações contábeis é

possível realizar um planejamento relativo aos objetivos propostos e os recursos

disponíveis, assim como acompanhar a execução orçamentária e desenvolver

estratégias de captação de novos recursos.

De acordo com as Normas da Contabilidade as demonstrações

contábeis para empresas do terceiro setor devem seguir a padronização das

demonstrações de entidades com fins lucrativos, exceto quanto a alguns

aspectos de capital social e lucro ou prejuízo.

A auditoria que tem por objetivo demonstrar a situação real da

entidade e é de suma relevância às entidades de terceiro setor, visto que

necessitam de maior transparência de suas atividades e de seus recursos

captados, para assim não perder os benefícios dispostos pelo Estado, e gerar

maior confiabilidade a sociedade fazendo com que está reaja e realize maiores

doações e participação, em doações e voluntariado na entidade.

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Etapas do Trabalho

O desenvolvimento do presente estudo é composto por 05 (cinco)

capítulos, além das referencias bibliográficas.

O primeiro capítulo será composto por uma introdução e apresentação

da justificativa da escolha do tema, evidenciando os objetivos que se pretende

alcançar com o trabalho, bem como um resumo da metodologia e o referencial

teórico da pesquisa utilizada.

No segundo capítulo, apresenta as definições de organizações sem

fins lucrativos, a exemplo das ONGs, OSCIP e organizações sem fins lucrativos

e outras formas de associações civis sem fins lucrativos, finalidades, onde

atuam, e como se mantém.

No terceiro capítulo abordar-se a Auditoria, sua conceituação,

finalidade e histórico, áreas de atuação, procedimentos e analises e contribuição

ao terceiro setor.

O quarto capítulo aborda sobre a real pratica da Auditoria no Terceiro

Setor Educacional de Fortaleza, relevância, benefícios e aspectos legais.

No quinto capítulo, serão trazidas as conclusões do estudo, seguido

das referências bibliográficas e dos anexos.

O trabalho consiste na disposição dos assuntos distribuídos em

capítulos que, de forma sequenciada, exporá questões relacionadas a Auditoria,

no tocante a importância, necessidade, legalidade e benefícios que a mesma

produz ou produzirá no Terceiro Setor Educacional de Fortaleza.

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2. Terceiro Setor – Surgimento e Regulação no Brasil

A terminologia terceiro setor é relativamente nova, surgiu no Brasil há

aproximadamente três décadas e é utilizada para definir um setor que se situa

entre o público e o privado.

O setor público é o governo, este é representado pelo uso de bens

públicos para fins públicos, ou seja, para a coletividade. O segundo setor refere-

se ao mercado e é ocupado pelas empresas privadas com fins lucrativos. O

terceiro é formado por organizações privadas, sem fins lucrativos,

desempenhando ações de caráter público, atuando onde o Estado é deficitário.

O termo terceiro setor é utilizado para identificar o espaço dessas

organizações na vida econômica, que não se confunde nem com o Estado nem

com o mercado, trata-se de um setor que se identifica como uma terceira forma

de redistribuição de riqueza, diferente da do Estado e da do mercado.

A participação das entidades sem fins lucrativos no Brasil, origina-se

no final do século XIX. Pode-se até mesmo citar o exemplo das Santas Casas

que remontam mais atrás, na segunda metade do século XVI, trazendo uma

tradição da presença das igrejas cristãs que direta ou indiretamente atuavam

prestando assistência à comunidade. Toma-se como destaque a Igreja Católica,

que com suporte do Estado, era responsável pela maior parte das entidades que

prestavam algum tipo de assistência às comunidades mais necessitadas, que

ficavam às margens das políticas sociais básicas de saúde e educação. A

atuação das Igrejas, concomitante com o Estado, durou todo o período colonial,

até início do século XIX. (RELATÓRIO GESET, 2001; p.6-7)

Daí observa-se a influencia da Igreja católica no âmbito político,

atuando no lugar do Estado, formando opinião e consequentemente atraindo

para si a força e domínio de classes sociais mais abastadas da sociedade.

Já no século XX, surgem outras religiões, que juntamente com a Igreja

Católica, passam a atuar no campo da caridade com fins filantrópicos

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associadas ao Estado. Mas, no período republicano, a relação Igreja e Estado

mudou, uma vez que antes esses dois objetivavam o atendimento e a

assistência das questões sociais. Nessa nova fase, passam a atuar outras

religiões, utilizando-se das mesmas práticas da Igreja Católica, beneficiando-se

também, de parcerias com fins filantrópicos junto ao Estado. (RELATÓRIO

GESET, 2001; p. 6)

Nesta seara, começam a aparecer na década de 30 várias entidades

da sociedade civil, na maioria também atreladas ao Estado. O Estado Novo deu

continuidade ao processo de criação de organizações de finalidade pública.

Ainda nesse período, cresce o número de entidades atuando no Terceiro Setor,

cuja representatividade já não era tão definida, ou seja, não se tratava mais só

de Igrejas e Estado, mas também, de entidades não governamentais, sem fins

lucrativos e de finalidade pública. (RELATÓRIO GESET, 2001; p. 6-7)

Com a diversificação das entidades civis atuando onde o Estado não

atingia, entende-se a perda do poder da Igreja Católica e das demais religiões

como influenciadoras de classes sociais.

Destaque que a Constituição de 1988 trouxe num amplo processo de

mobilização social, promoveu melhorias no que diz respeito ao aumento dos

direitos de cidadania política e princípios da descentralização na promoção de

políticas sociais. É inegável que a Nova Constituição representou um avanço no

que diz respeito a política social no Brasil. (TEIXEIRA, 2000; p.31)

Em função do crescimento do Terceiro Setor na década de 90, houve

a premente necessidade de leis adequadas, tamanha a sua importância e

expansão na nossa sociedade.

Por fim, tem-se que devido a atuação ineficiente do Estado, em

especial na área social, o Terceiro Setor vem crescendo e se expandindo em

várias áreas, objetivando atender a demanda por serviços sociais, requisitados

por uma quantidade expressiva da população menos favorecida, em vários

sentidos, de que o Estado e os agentes econômicos não têm interesses ou não

são capazes de provê-la.

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2.1 Denominações apresentadas na literatura contábil

Com o surgimento destas organizações no interior da sociedade civil,

caracterizadas pela promoção de ações de natureza privada com fins públicos,

diferentes denominações passaram a ser dadas às mesmas. Alguns exemplos

são: organizações voluntárias, organizações não-governamentais (ONG’s),

organizações sem fins lucrativos, setor independente, terceiro setor.

Segundo Coelho (2000, p.25):

Essa multiplicidade de denominações apenas demonstra a falta de precisão conceitual, o que, por sua vez, revela a dificuldade de enquadrar toda a diversidade de organizações em parâmetros comuns.

De acordo com Falconer e Fischer (1998, p.45), nos últimos 15

anos houve um aumento quantitativo e de tipos dessas organizações. Este

incremento tornou ainda mais complexa a tarefa de conceituação do setor, em

virtude da diversificação que o acompanhou. “Desta forma, o Terceiro Setor foi

se ampliando sem que este termo, usado para designá-lo, seja suficientemente

explicativo da diversidade de elementos componentes do universo que abrange”.

2.2 Conceitos na Doutrina Contábil

Buscando ser didático, serão transcritos abaixo conceitos e

características contribuídas por vários autores e organizações, observe-se que

estes conceitos e elementos têm como finalidade possibilitar ao leitor um fácil

acesso aos vários posicionamentos e pontos de vista, nesse recente campo de

conhecimento que está em contínuo processo de busca e consolidação de sua

identidade.

Segundo Merege (1999), pesquisador e coordenador do CETS –

Centro de Estudos do Terceiro Setor – da EAESP/FGV, em seu artigo

denominado “O Papel do Terceiro Setor na Estrutura de uma Nova Sociedade”:

“A denominação de Terceiro Setor para as atividades da sociedade civil surge de uma análise mais profunda das atividades organizadas por iniciativa da sociedade civil que as distingue das outras atividades econômicas. Recebeu essa denominação por englobar atividades que não estão dentro da órbita de atividades governamentais e muito menos se identificam com as atividades privadas, sejam do setor agrícola,

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industrial ou do setor de serviços, como são tradicionalmente definidas pela metodologia das contas nacionais. São organizações que não têm as características de apropriação privada de lucros, que prestam um serviço público e que sobrevivem basicamente da transferência de recursos de terceiros, sejam famílias, governo ou empresas privadas. Por não se enquadrarem dentro das categorias das atividades estatais ou das atividades de mercado, passaram a ser identificadas como um Terceiro Setor.”

Observar-se que o autor citado, faz um enquadramento do Terceiro

Setor na esfera da sociedade civil, ou seja, o Terceiro Setor embora de inciativa

privada, muitas vezes de forma voluntaria, atua áreas onde o Estado não atinge

e por isso são assim caracterizadas.

Um conceito mais elaborado de Terceiro Setor nos é fornecido por

Fernandes (1994, p.127), que o identifica como sendo:

“um conjunto de iniciativas particulares com um sentido público (...) encontramos uma variedade de prestadores de serviços que não costumam ser incluídos nos retórios convencionais dos ‘agentes não governamentais’. Muitos não estão sequer registrados em qualquer instância jurídica. Trabalham à margem dos controles formais. Outros têm registros institucionais, mas não distinguem entre os serviços com a clareza analítica que se espera das agências civis.”

No conceito acima se vê uma definição mais abrangente, que se

refere a um aspecto importante do associativismo que é a possibilidade da

geração de ações informais e espontâneas

Da análise dos dois conceitos, gostaríamos de oferecer à apreciação

um conceito de Terceiro Setor que nos parece mais abrangente e explicativo:

Segundo Alves (2001, p.49) comenta:

“Terceiro Setor é o espaço institucional que abriga um conjunto de ações de caráter privado, associativo e voluntarista, geralmente estruturadas informalmente, voltadas para a geração de bens e serviços públicos de consumo coletivo; se ocorrer excedentes econômicos neste processo, estes devem ser reinvestidos nos meios para a consecução dos fins estipulados.”

Nesta definição se tem uma demonstração da distribuição de riqueza,

onde a mesma ao se tornar excedente econômico é revestida ao Terceiro Setor

para que o mesmo se torne cada vez capacitado a atingir o objetivo originário.

2.3 Identificação e Classificação das Organizações do Terceiro Setor.

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Oportuno se torna trazer ao leitor dois estudos e pesquisas nacionais,

que objetivam dimensionar – mensurar e classificar – o Terceiro Setor no Brasil,

e cujas metodologias são baseadas em critérios e classificações internacionais,

e isto porque eles visam possibilitar a comparação dos dados em perspectiva

nacional e internacional.

Segundo as informações contidas em Gerência do Cadastro Central

de Empresas. – Rio de Janeiro: IBGE, 2004; e MAPA DO TERCEIRO SETOR do

Centro de Estudos do Terceiro Setor – CETS – da Fundação Getúlio Vargas –

FGV disponível em www.mapa.org.br, especificam-se, abaixo, os estudos e

pesquisas abordados:

1- As Fundações Privadas e as Associações Sem Fins Lucrativos no Brasil:

2002, que foi identificado pela sigla FASFIL, realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE - e pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada – IPEA -, em parceria com a Associação Brasileira de Organizações

Não-Governamentais – ABONG - e o Grupo de Institutos, Fundações e

Empresas – GIFE -, que teve e tem como objetivo apresentar um retrato mais

completo das instituições privadas sem fins lucrativos que atuam no Brasil. São

organizações que não distribuem eventuais excedentes entre os proprietários

ou diretores e que não possuem como razão primeira de existência a geração de

lucros, podendo até gerá-los, desde que estes voltem às mesmas, ou seja, são

aplicados nas atividades-fim;

2- Mapa do Terceiro Setor, que foi identificado pelo termo MAPA, realizado pelo

Centro de Estudos do Terceiro Setor – CETS – da fundação Getúlio Vargas –

FGV -, com apoio da Fundação Salvador Arena e da Fundação Orsa e

colaboração de diversas organizações da sociedade civil, que tem como meta

construir uma ampla base de dados sobre o Terceiro Setor no Brasil, que sirva

como referência nacional e internacional de consulta, e promover o intercâmbio

de experiências entre as organizações sociais.

Os 02 (dois) estudos, em âmbitos gerais, seguiram duas etapas. A

primeira objetivou definir e identificar quais seriam as organizações ou entidades

sem fins lucrativos que integram o Terceiro Setor. Para tanto, ambos os estudos

utilizaram a metodologia do “Manual sobre as Instituições Sem Fins Lucrativos

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no Sistema de Contas Nacionais (“Handbook on Nonprofit Institutions in System

of National Accounts”), elaborado pela Divisão de Estatísticas da Organização

das Nações Unidas – ONU - e recomendado por ela a seus membros, e que tem

como base o preenchimento simultâneo de cinco critérios que serão abaixo

explicitados.

A segunda etapa dos estudos envolve a classificação das

organizações ou entidades enquadradas como “sem fins lucrativos”.

2.4 Critérios para a Inclusão ou Exclusão.

Segundo os estudos, utilizaram a metodologia acima especificada,

para ser caracterizada como sem fins lucrativos e integrar, assim, o Terceiro

Setor, a organização ou entidade deve preencher, simultaneamente, 5 (cinco)

critérios ou requisitos, assim explicitados pelo FASFIL:

“(i) privadas, não integrantes, portanto do aparelho de Estado; (ii) sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem eventuais excedentes entre os proprietários ou diretores e que não possuem como razão primeira de existência a geração de lucros – podem até gerá-los desde que aplicados nas atividades fins; (iii) institucionalizadas, isto é, legalmente constituídas; (iv) auto-administradas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades; e (v) voluntárias, na medida em que podem ser constituídas livremente por qualquer grupo de pessoas, isto é, a atividade de associação ou de fundação da entidade é livremente decidida pelos sócios ou fundadores.”

(As Fundações privadas e as associações sem fins lucrativos no Brasil: 2002, 2004, p. 15)

Conforme já mencionado, objetivando definir e identificar quais seriam

efetivamente as entidades “sem fins lucrativos” que integram o universo do

Terceiro Setor, o FASFIL utilizou um critério de exclusão de entidades que

estavam enquadradas como “Entidades sem Fins Lucrativos” no CEMPRE

(código de natureza jurídica iniciada por 3). Em linhas gerais, o critério utilizado

consiste na exclusão das entidades que não preenchem simultaneamente as

cinco características acima explicitadas, quais sejam: privadas, sem fins

lucrativos, institucionalizadas, auto-administradas e voluntárias.

Segundo esse critério, foram excluídas do universo das organizações

“sem fins lucrativos” que integram o Terceiro Setor, em síntese, as seguintes

entidades pelos motivos abaixo sintetizados:

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• Entidades de Mediação e Arbitragem, que são essencialmente de cunho

Mercantil;

• Caixas Escolares e Similares, cemitérios, cartório, conselhos, consórcios, e

fundos municipais, que são reguladas pelo governo.

• Partidos políticos, sindicatos, entidades do sistema “S”, que são gerenciadas e

financiadas a partir de um arcabouço jurídico específico, não sendo, portanto,

facultada livremente a qualquer organização o desempenho dessas atividades.

Note-se, que as entidades excluídas acima citadas, partidos políticos,

entidades sindicais e entidades do sistema “S”, não deixam de ser entidades

sem fins lucrativos. Deixam, sim, de integrar o Terceiro Setor, e isto levando em

conta o critério adotado, que é baseado no “Manual sobre as Instituições Sem

Fins Lucrativos no Sistema de Contas Nacionais” recomendado pela ONU

Tradução e Revisão: Georgina Esteves e Ofélia Lopes. In: Mapa do Terceiro

Setor, op. cit..

Finaliza-se, com a seguinte conclusão do FASFIL, que delimitaram

quais seriam as espécies jurídicas existentes em nosso país que se

enquadrariam no universo do Terceiro Setor, levando em conta os cinco critérios

de identificação

“No caso brasileiro, esses critérios correspondem a três figuras jurídicas dentro do novo Código Civil: associações, fundações e organizações religiosas. As associações, de acordo com o art. 53 do novo Código Civil regido pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, constituem-se pela união de pessoas que se organizam para fins não-econômicos. As fundações são criadas por um instituidor, mediante escritura pública ou testamento, a partir de uma dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. E, também, as organizações religiosas que foram recentemente consideradas como uma terceira categoria. Com efeito, a Lei 10.825, de 22 de dezembro de 2003, estabeleceu como pessoa jurídica de direito privado as organizações religiosas, que anteriormente se enquadravam na figura de associação ...” (op. cit., p. 15)

Observa-se que a FASFIL, utiliza-se da própria legislação brasileira

para limitar e fundamentar seu entendimento no que tange as associações,

fundações e organizações religiosas em relação ao Terceiro Setor, esclarecendo

e dirimindo possíveis duvidas.

2.5 Organizações Sem Fins Lucrativos pela Constituição Federal e pelo

Código Civil.

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Objetiva-se, nesse tópico, visualizar de acordo com a Constituição

Federal de 1988 e o Código Civil (Lei nº 10.646 de 10 de janeiro de 2002)

identificar e denominar as organizações ou entidades sem fins lucrativos, ou

seja, as pessoas jurídicas de direito privado sem fins econômicos ou lucrativos.

Em um primeiro momento, destaca-se que a Constituição Federal enfatiza a

liberdade de associação para fins lícitos (art. 5º, XVII), inclusive a liberdade de

associação sindical e profissional (art. 8º, caput), e, ainda, a liberdade de crença

e de exercício de cultos religiosos (art. 5º, VI).

No segundo momento, ressaltar-se-á que a Constituição Federal

identifica e denomina de forma específica as seguintes organizações sem fins

lucrativos:

• Associações (art. 5º, XVIII e XIX):

Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas

ou mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, para a realização de um

objetivo comum, nos incisos acima se estabelece sua criação, finalidade , limite

e forma de extinção.

• Fundações Privadas (art. 150, VI, “c”)

Fundação Privada é uma pessoa jurídica que se pode usar para

manter a posse de suas propriedades, contas bancárias e outros bens,

mantendo assim sua identidade confidencial. Neste artigo e no inciso e

letra citado o mesmo trata da propriedade e de bens que se pode manter sob a

proteção da Fundação.

• Sindicatos (art. 8º, incisos I à VIII, e art. 150, VI, “c”):

É uma associação fundada para a defesa comum dos interesses de

seus aderentes. Os tipos mais comuns de sindicatos são os representantes de

categorias profissionais, conhecidos como sindicatos laborais ou de

trabalhadores, e de classes econômicas, conhecidos como sindicatos patronais

ou empresariais. Os artigos tratam da criação e limites como a observancia da

isenção tributaria sobre o mesmo.

• Partidos Políticos (art. 17 e art. 150 VI, “c”):

Segundo R. Michels (1982, p. 57) em seu livro publicado pela

Universidade de Brasília intitulado "Sociologia dos Partidos Políticos", no Brasil

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esses partidos estão sempre sociologicamente ligados a uma ideologia, porém,

nem sempre essa ideologia é pragmática e/ou sociologicamente exeqüível. Os

artigos trazem a definição juridica, a forma de criação e limitação, como a

isenção de impostos ou seja tributação sobre os mesmos em relação a receita,

patrimonio e serviços.

• Cultos Religiosos e Igrejas (art. 19, I, e art. 150, VI, “b”):

Se considera como um direito humano fundamental, o direito a cultos

religiosos e Igrejas, direito este intriseco ao principio da dignidade da pessoa

humana, pois a liberdade religiosa é um direito de qualquer homem. Neste artigo

em especifico esta imputado a União, Estados e municipios a vedação de

obrigação de estabelecer cultos religiosos e igrejas, recusar fé publica de

docmentos e criar distrinções entre as preferencias, como no artigo 150 que

veda a tributação de templos religiosos.

• Serviço Social Autônomo (art. 240, e art. 62 dos Atos das Disposições

Constitucionais Transitórias):

São entes privados criados por lei, com personalidade de direito

privado, para desempenho de determinadas atividades, sem fins lucrativos,

mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais.

Deve informar-se que a Constituição Federal também identifica de

forma específica as fundações públicas (art. 37, XIX), que integram o poder

público e não a sociedade civil, e as cooperativas (art. 5º, XVIII, e art. 174, § 2º),

que embora possuam fins lucrativos, sofrem certa tendência de serem incluídas

no Terceiro Setor, especialmente em virtude da definição de Terceiro Setor da

corrente européia, que se contrapõe à definição proposta por Lester Salamon,

da linha de pensamento americana e cujos elementos foram absorvidos pelo

“Manual sobre as Instituições Sem Fins Lucrativos no Sistema de Contas

Nacionais”, utilizado como metodologia de identificação das organizações pelo

FASFIL e pelo MAPA.

O professor Merege (2001), em seu artigo denominado “Realidade e

Perspectivas do Terceiro Setor no Brasil”, caracteriza a corrente européia e a

diferencia da corrente americana, da seguinte forma:

“A corrente européia, identifica o Terceiro Setor com a economia social, que engloba os setores de cooperativismo (“onde se dentifica a figura do trabalhador com aquela do empresário”), do Mutualismo (“onde se identifica o uso de serviços com a adesão à organização”) e do

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associativismo (“onde predomina a forma livre de associação dos cidadãos”). Segundo Jacques Defourny (1999) a economia social compreende todas as organizações que por questões éticas seguem os seguintes princípios: “ (1) de colocar a prestação de serviços aos seus membros ou à comunidade acima da simples procura por lucro; (2) de autonomia administrativa; (3) de um processo democrático na tomada de decisões e (4) a primazia das pessoas e do trabalho sobre o capital na distribuição dos resultados de atividades.” (...) Uma primeira diferença entre os dois enfoques é que a definição da Johns Hopkins University por excluir a distribuição de lucros entre seus diretores, acionistas ou associados, não considera o sub-istema das cooperativas e do mutualismo, centrando seu foco no sociativismo. No caso do associativismo o excedente econômico não pode ser apropriado por dirigentes ou associados, devendo ser plicado na atividade meio ou fim da organização ...” (MEREGE, 2001)

Quando a Constituição Federal dispõe sobre a imunidade de impostos

(art. 150, VI), pois se configura um tema relevante para as organizações sem

fins lucrativos, posto que se procurou beneficiar com a imunidade as

organizações de interesse público, em âmbito gerais, ela trata de forma

específica, nos termos acima, os templos de qualquer culto, os partidos políticos,

inclusive suas fundações, e as entidades sindicais.

Já as demais organizações são identificadas pela expressão

instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. Reportando

aos ensinamentos acima ofertados sobre o sentido amplo dado à palavra

“assistência social”, destaca-se que a doutrina jurídica vem entendendo que

dentro da expressão instituições sem fins lucrativos estão enquadradas as

associações, as fundações e os serviços sociais autônomos.

Já o Código Civil, que é a lei a quem compete a definição das

espécies de pessoas jurídicas, as identifica e denomina, nos termos do artigo 44,

identifica como pessoas jurídicas de direito privado as associações, as

sociedades, as fundações, as organizações religiosas e os partidos políticos.

As “sociedades” são pessoas jurídicas de direito privado com fins

econômicos ou lucrativos, conforme explicitado pelo artigo 981 a seguir

transcrito:

“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou

mais negócios determinados.”.

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O Código Civil (Lei nº 10.646 de 10 de janeiro de 2002), em seus

artigos 1.093 a 1.096, trata a “cooperativa” como “sociedade cooperativa”, e

ressalta os seguintes aspectos:

• A sociedade cooperativa é regulada por legislação especial e pelas disposições

do Código Civil acima citadas. (arts 1.093 a 1.096).

• Aplicam-se subsidiariamente à sociedade cooperativa às disposições

referentes à sociedade simples.

• A sociedade cooperativa tem características peculiares, e dentre elas, a

distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas

pelo sócio (cooperado) com a sociedade.

Já as demais pessoas jurídicas identificadas no referido artigo 44 –

associações, fundações, as organizações religiosas e os partidos políticos – são

pessoas jurídicas sem fins econômicos ou lucrativos. Sobre elas, o Código Civil,

em síntese, assim as identifica e caracteriza:

• Associação: união de pessoas que se organizam para fins não econômicos

(art. 53).

• Fundação: dotação especial de bens livres destinado ao fim especificado pela

instituidora, que poderá, inclusive, declarar a maneira que a fundação será

administrada; a fundação apenas poderá constituir-se para fins religiosos,

morais, culturais ou de assistência. (art. 62).

• Organizações Religiosas: liberdade de criação, organização, estruturação

interna e o funcionamento, sendo vedado ao poder público negar-lhes

reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu

funcionamento (art. 44, § 1º).

• Partidos Políticos: são organizados e funcionarão conforme o disposto em lei

específica (art. 44, § 3º).

As figuras jurídicas básicas do sistema legal brasileiro que integram o

Terceiro Setor são as associações, Partidos Políticos, organização religiosa e

fundações; assim como qualquer entidade, desde que desenvolva atividades de

interesse público, podem ser detentoras de títulos e certificados que lhe

possibilitam o gozo de benefícios e incentivos fiscais e o acesso aos recursos

públicos.

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No próximo capítulo abordar-se a Auditoria, sua conceituação, finalidade e

histórico, como também suas áreas de atuação, procedimentos e analises e

contribuição ao terceiro setor.

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3. Auditoria como ferramenta de controle

3.1. A Auditoria e seu surgimento com instrumento de controle:

O surgimento da Auditoria está ligado diretamente à Contabilidade.

Essa surgiu para controlar o patrimônio das empresas mediante os registros,

preparação das demonstrações e interpretação dos fatos ocorridos, com a

finalidade de fornecer informações sobre a gestão patrimonial. Enquanto a

Auditoria opina sobre a adequação deste processo.

Na antiguidade, mais exatamente, na civilização Suméria, já existiam

relatos da atividade auditorial (MOTTA, 1988:p.13). Em 1285, na Inglaterra, no

reinado de Eduardo I, evidenciou-se esta prática, como também o uso, pela

primeira vez, do termo auditor para designar aquele que realizava o exame de

contas públicas e servia como testemunha para levar à punição, os possíveis

infratores. (SÁ, 1980,p.15).

Observa-se que neste período a Auditoria como essência esta voltada

a punibilidade dos atos exercidos pelos agentes públicos, denotando assim um

caráter ético e severo a se utilizar os erários públicos

No século XVIII, na Inglaterra, com a Revolução Industrial, houve

grande desenvolvimento da auditoria mediante o surgimento das grandes

empresas, da necessidade por parte dos investidores de acompanhamento do

capital investido e, da taxação do imposto de renda com base no lucro. O

trabalho de auditoria tornou-se praticamente obrigatório e difundido no mundo

todo. (FRANCO & MARRA, 1982: p.30).

A partir da eclosão da Revolução Industrial, tornou-se visível a

necessidade da Auditoria como forma de controle e acompanhamento das

operações fisco e financeiras de empresas, expandindo-se para outras áreas,

como há em estudo, Terceiro Setor.

3.2. Auditoria no Brasil

A auditoria chegou ao Brasil quando empresas multinacionais aqui se

instalaram. Várias empresas decidiram investir capitais no país, expandido os

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negócios. Consequentemente, as empresas de auditoria foram abrindo

escritórios no Brasil, divulgando técnicas e a cultura da Auditoria. Seu caráter

ético, disciplinador e transparente de gestão neste primeiro momento no

concerne aos atos desenvolvidos pelo setor publico.

O poder público foi de fundamental participação na difusão da

Auditoria no Brasil através das diversas leis que obrigaram a existência da

Auditoria e da figura do Auditor Independente. Tendo-se como exemplo a lei a

de n° 4.728 de 14 de julho de 1965, do mercado de capitais, cujo texto legal

histórico, é pioneiro ao tratar e tornar obrigatória esta prática (FRANCO, 1982,

p.36).

Surgiram várias disposições legais estabelecendo auditoria, para

segmentos da economia e instituição a estes ligados, além de leis, decretos,

resoluções do Banco Central, as quais tratavam da obrigatoriedade da auditoria

em sociedades de economia mista, sociedades anônimas e outras modalidades.

Entende-se que o desenvolvimento da técnica aconteceu

principalmente no Brasil, através do acompanhamento e influência do poder

público e dos organismos de classe.

Iniciou-se o processo de ruptura entre Auditoria e Contabilidade, com

surgimento das auditorias operacional e de gestão e o conseqüente

desencadeamento de outros tipos de auditoria, passando a requerer

conhecimentos multidisciplinares e, profissionais de diversas formações

acadêmicas. Os auditores começaram a atender necessidades de melhoria dos

controles da entidade como um todo. A preocupação com a competitividade, a

qualidade e até com o meio ambiente ampliaram o foco de atenção, antes

restrito à contabilidade, para as estratégias de ação

3.3. Conceitos e Classificação da Auditoria

A auditoria é a pesquisa analítica que segue o desenvolvimento das

operações contábeis, desde o início até o balanço.

“Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros,

demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil,

visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações

ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer

ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados” (SÁ, 2000 p. 25)

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Portanto, é o exame cientifico e sistemático dos livros, contas,

comprovantes e outros registros financeiros de uma organização, com a

finalidade de determinar a integridade do sistema de controle interno contábil,

das demonstrações financeiras, bem como o resultado das operações, e,

assessorar a companhia no aprimoramento dos controles internos, contábil e

administrativo.

Administrar é um procedimento integrativo da atividade operacional que

abrangem nossa vida diária. A necessidade de operação surge exatamente no

confronto entre as várias mudanças que compõe uma atividade formalmente

estruturada, como recursos materiais, financeiros e humanos, tecnologia,

restrições ambientais, entre outros.

O mais fundamental e consistente uso do termo auditoria é aquele em

que ele é visto como um processo integrativo fundamental, inquirindo a obtenção

de resultados específicos.

Um segundo significado do termo, e que pode ser considerado

complementar ao primeiro, entende-se como um campo de conhecimento, assim

sendo, a Auditoria é atualmente uma disciplina organizada e formal, que é

pesquisada e ensinada em instituições de ensino superior, fazendo que seu

espaço seja integrativo, por essência, trazendo aspectos relevantes de outras

disciplinas e, ao mesmo tempo, desenvolvendo seu próprio campo de teorias.

O terceiro aspecto a ser analisado dentro do conjunto de conceitos

sobre auditoria é aquele que envolve um campo profissional, uma carreira

propriamente dita, abrangendo o processo contábil. Como uma concepção de

carreira, apresenta uma variedade de interesses e desafios, enfocando

ocupações especializadas dentro de cada área funcional: marketing, finanças,

recursos humanos, produção. “Auditória pública é o exame sistemático que visa

apurar a regularidade da gestão de recursos públicos, bem como a economia,

eficiência na obtenção e aplicação dos mesmos.” (Vale, 2001, p.15)

Em resumo a Auditoria torna-se uma ciência, que procura através da

pesquisa, buscar uma integração entre os processos in loco, teórico e

profissional, fazendo integração entre o contábil e o gerencial, com a

preocupação de apurar através das informações colhidas a correta aplicação de

recursos públicos.

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Neste contexto entende-se que a Auditoria consiste no exame de

documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e

confirmações internas e externas, obedecendo a normas adequadas de

procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam

apropriadamente a situação nelas apresentada, de acordo com as normas

fundamentais e princípios de contabilidade, aplicados de maneira organizada.

De acordo com Vale (2001, p.16) Auditoria pode ser classificada:

a) Quanto à finalidade:

• Contábil - abrangendo os aspectos orçamentários, financeiros e patrimoniais.

De conformidade legal, envolvendo atos e fatos da administração pública quanto

aos requisitos legais aplicáveis;

• Operacional - envolvendo os aspectos relacionados à economia, eficiência e

eficácia na gestão de recursos públicos;

• Integrada - reunindo, numa só ação, as auditorias contábil, de conformidade

legal e o operacional.

b) Quanto ao âmbito:

• Interna - realizada por iniciativa e com profissionais da própria entidade e com

profissionais da própria entidade auditada;

• Externa - realizada por órgãos ou profissionais estranhos à entidade auditada.

c) Quanto ao momento:

• Prévia – realizada antes do processo de auditagem externa, através de

profissionais internos da entidade, no ato dos lançamentos..

• Concomitante – realizada em momento igual ao da Auditoria externa.

• Subsequente – realizada em momento posterior, quando da necessidade de

conhecer falhas e possíveis acertos.

d) Quanto à forma:

• Documental - abrangendo tão-somente a análise da documentação disponível

ao auditor ou ao órgão de auditoria;

• Diligenciai - consistindo nas verificações “in loco” na entidade auditada,

como nos contatos com outras entidades que possa, através do fornecimento de

informações, auxiliar o desenvolvimento do processo de auditoria;

• Mista - reunindo, num só processo, as formas documental e diligencial de

auditoria.

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e) Quanto ao período:

• Ordinária ou periódica - realizada de forma sistemática, com intervalos de

tempo mais ou menos iguais, e, geralmente, utilizada para atender às exigências

da legislação;

• Especial ou esporádica - realizada para tender situações de relevância e/ou

urgência, tais como denúncias, requisições, solicitações, complementações de

instrução.

f) Quanto ao conteúdo:

• Orçamentária.- em relação a comparação do previsto com o realizado.

• Financeira - em relação ao momento econômico da entidade,liquidez, déficit e

lucratividade

• Patrimonial – em relação à bens e aquisições da entidade.

• De obras – neste contexto os investimentos em reformas, manutenções e

possíveis edificações.

• De pessoal – quanto a gasto com pessoal e despesas previdenciárias.

• De solicitação – relaciona-se com o procedimento de pedidos (internos e

externos)

• De convênios – acordos celebrados para obtenção de serviços e ou atividades

fins da entidade.

• De exigências Constitucionais e legais – destina-se a procedimentos legais,

prazos e pagamentos de taxas, impostos

.• Outras – observância de regimentos internos e estatutos como formas de

controle e adequação das atividades fins.

Mediante todos os itens elencados, depreendi que a Auditoria,

constitui um conjunto, de procedimentos técnicos com objetivo da emissão de

parecer sobre a luz das demonstrações contábeis, consoante os princípios

fundamentais de contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade, como

também objetiva elementos de convicção, permitindo julgar se a situação

econômico-financeira do patrimônio, suas mutações, origens e aplicações de

recursos e as demais situações e informações da organização auditada, refletem

adequadamente o demonstrado em registros contábeis, obtendo assim

resultados favoráveis no que diz respeito ao objetivo de seu trabalho.

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3.4. Formas de Auditoria

A se utilizar a Auditoria como forma de controle, buscamos saber

como proceder, ou seja, as formas a serem utilizadas para que a mesma atinja

os objetivos almejados.

De acordo com Machado e Peter (2003, p. 42), a auditoria pode ser

realizada de forma:

a) Direta, é realizada com a utilização do analista de Finanças e Controle – AFC,

com a atribuição de auditoria, em órgão central ou setorial do sistema;

b) Integrada, é realizada sob a coordenação do órgão central com a utilização

do AFC nos órgãos setoriais e seccionais;

c) Compartilhada, é realizada com a utilização de auditores de entidade para, em

conjunto do órgão o AFC do órgão setorial, sob a coordenação do órgão setorial,

desenvolverem trabalhos específicos na própria entidade auditada ou numa

terceira;

d) Subsidiária, é realizada pelas respectivas unidades de auditoria interna das

entidades em exame, sob a orientação do órgão setorial do sistema;

e) Indireta, é realizada por empresas privadas de auditoria, contratadas em

caráter supletivo, devido à situação excepcional, para sob a supervisão dos

órgãos centrais do sistema, efetuarem trabalhos em entidades ou projetos.

Nos itens acima os doutrinadores nos dão as formas básicas de como

desenvolver a Auditoria, levando em consideração as circunstancias e

necessidades de cada empresa, sendo publica ou privada.

Tornando-se em consideração a realização do trabalho do auditor a

Auditoria pode ser:

1. Auditoria Externa

A auditoria externa ou auditoria independente nasceu como parte da

evolução do sistema capitalista. No começo, as empresas eram fechadas e

pertenciam a grupos familiares.

“Com a expansão do mercado e a exasperação da concorrência, houve

a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e

administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e melhorar os

controles e procedimentos internos em geral, principalmente visando à

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redução de custos e, deste modo, tornando mais competitivos seus

produtos no mercado “(CAVALCANTI, 1996, p. 21).

Segundo Jund em seu livro Auditoria 2002, p. 26,

“Auditoria externa é uma técnica autônoma entre as técnicas da ciência contábil, razão pela qual tem objeto perfeitamente identificado e definido, sendo este não apenas único, porém também múltiplo, baseado em entendimento unanimemente consagrado nos dias de hoje, ou seja, Auditoria Externa ou Independente, a sua qualidade principal é a desvinculação com o órgão auditado.”

Deve ficar nítido que cada autor pode limitar ou ampliar o objeto da

auditoria, de conformidade com o seu entendimento. No entanto, conforme o

autor Sergio Jund (2002, P.27), existe um certo consenso, acerca de alguns

itens básicos, como por exemplo:

• Comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais;

• Demonstração dos erros e fraudes encontrados;

• Sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes;

• Verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e

de organização;

• Verificação do funcionamento do controle interno;

• Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o propósito de

manter a empresa dentro dos limites de organização e legalidade.

Portanto, auditoria uma é das técnicas utilizadas pela contabilidade, ou

seja, aquela destinada a examinar de forma minuciosa a escrituração e

demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação. A auditoria, dessa

maneira, aperfeiçoa a utilidade das informações fornecidas e dá credibilidade à

contabilidade, valorizando seus objetivos.

Visualiza-se que a Auditoria externa prima pela independência de

informações, busca pela minúcia e adequação destas no contexto contábil,

escrituração e demonstrações contábeis, com objetivo de produzir credibilidade

aos atos contábeis da organização.

2. Auditoria Interna

Por outro lado, a auditoria interna é aquela de dentro da instituição, ou

seja, administradores e/ou proprietários, quando se envolvem diretamente na

administração de suas empresas.

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Assim sendo, a administração da empresa, com a expansão dos

negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos

procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador, em alguns

casos, o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas

as suas atividades. Contudo, de nada valia a implantação desses procedimentos

internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de constatar se

estes estavam sendo seguidos pelos empregados da empresa.

O auditor interno surgiu como uma ramificação da profissão de auditor

externo e, conseqüentemente, do contador. O auditor interno é um empregado

da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado

àqueles cujo trabalho ele examina. “O auditor interno não deve desenvolver

atividades que ele possa um dia examinar (como por exemplo, elaborar

lançamentos contábeis), para que não interfira em sua independência.”

(Almeida, 1996 p. 25.)

A Auditoria Interna é um trabalho de avaliação independente e de

assistência da administração, voltada exclusivamente para o exame e avaliação

de adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem como da

qualidade do desempenho das áreas, em relação às atribuições e aos planos, às

metas, aos objetivos e as políticas definidas para as mesmas.

Com o crescimento da atividade e o seu prestígio notório, o auditor

vem alcançando uma base sólida como um elemento indispensável dentro da

estrutura organizacional.

A definição tradicional do auditor interno está sendo há muito tempo

modificado pelas novas concepções da gestão empresarial, que vêem na

auditoria interna um importante aliado para a revisão das operações

desenvolvidas pela área operacionais e de base, além disso, com apoio no

exame minucioso das rotinas e procedimentos internos, analisar a eficiência e a

eficácia do funcionamento dos sistemas de controle interno da organização.

A necessidade cada vez mais premente, exige do auditor interno maior

participação na estratégia da empresa, opinando com alternativas factíveis para

o atendimento do cliente, se elas existirem.

O Auditor Interno, cada vez mais, tem que se profissionalizar, tem que

se tornar um profissional de mercado, é extremamente fundamental se dedicar

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na sua formação como profissional da área. Em outras palavras, ele tem que se

tornar um especialista na sua área de competência, de modo a estar preparado

para aditar qualquer atividade econômica ou empresarial. O conhecimento de

instrumentos e técnicas de auditória o coloca apto para concorrer o mercado.

Auditoria Interna envolve vários aspectos que vão desde a função de

assessoramento, até a forma e as atribuições que lhe competem. Sua

característica, mais acentuada, reside no seu alto grau de dependência.

De acordo com o autor Marcelo Cavalcante, as principais diferenças

entre o auditor interno e o auditor externo conforme a Quadro 1, são as

seguintes:

AUDITOR INTERNO AUDITOR EXTERNO

- É empregado da empresa auditada;

- Menor grau de independência;

- Executa auditoria contábil e operacional;

- Os principais objetivos são:

• verificar se as normas internas

estão sendo seguidas;

• verificar a necessidade de

aprimorar as normas internas

vigentes;

• verificar a necessidade de novas

normas internas;

• efetuar auditoria das diversas áreas

das demonstrações contábeis e em

áreas operacionais;

-Maior volume de testes (tem maior tempo na

empresa para executar os serviços de

auditoria).

- Maior grau de independência;

- O principal objetivo é emitir parecer ou

opinião sobre as demonstrações contábeis, no

sentido de verificar se estas refletem

adequadamente a posição patrimonial e

financeira, o resultado das operações e as

origens e aplicações de recursos da empresa

examinada. Também, se essas demonstrações

foram elaboradas de acordo com os princípios

contábeis e se esses princípios foram aplicados

com uniformidade em relação ao exercício

social anterior;

- Menor volume de testes, já que o auditor

externo está interessado em erros que

individualmente ou cumulativamente possam

alterar de maneira substancial as informações

das demonstrações contábeis.

Quadro 1 – Diferenças entre o auditor interno e externo

Fonte: Almeida (1996, p.26)

Vê-se que entre as características apresentadas acima, não existe

hierarquia entre as funções, mas responsabilidades diferenciadas no que tange

a observância do desenvolvimento do trabalho, salienta-se que a liberdade do

externo se dá em maior ênfase que a do interno não obstando transparência,

credibilidade e segurança da Auditoria desenvolvida.

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3.5. Missão da Auditoria

Neste tópico veremos qual a missão da Auditoria em seu contexto

geral e o que espera a organização dela..

Segundo o autor Sergio Jund (2002, p. 27) a Auditoria tem por missão

básica, assessorar a Administração, na execução de suas funções e

responsabilidades, através do exame da:

a) Adequação e eficácia dos controles;

b) Integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) Integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a

observância de políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e

regulamentos e sua efetiva utilização.

d) Eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos

recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguarda dos ativos e a

comprovação de sua existência, assim como a exatidão dos ativos e passivos;

e) Compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e

meios de execução estabelecidos;

f) Enfim, assessorar e aconselhar a direção, em todos os níveis, fazendo

recomendações sobre diretrizes, planos, sistemas, procedimentos, operações ou

transações, visando, entre outros resultados.

Por fim entende-se que a auditoria deve simplificar procedimentos e,

portanto, otimizar os custos, melhorar a execução e a eficiência das áreas,

corrigir problemas organizacionais, funcionais ou operacionais, otimizar a

aplicação da legislação fiscal e seus custos e viabilizar e melhorar a qualidade e

velocidade de informações para tomada de decisões gerenciais.

3.6. Normas de Auditoria

Conforme citado anteriormente na execução de seu trabalho o auditor

deve-se ater a determinadas normas. Segundo a resolução nº 828/98 CFC as

normas de auditoria:

a)Normas Relativas à Pessoa do Auditor

• Competência Profissional;

• Independência;

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• Responsabilidade do Auditor na Execução dos Trabalhos;

• Honorários;

• Guarda de Documentos;

• Sigilo;

• Responsabilidade do Auditor Interno;

• Responsabilidade pela Utilização do Trabalho de Especialistas;

• Informações Anuais aos Conselhos de Contabilidade;

• Educação Continuada;

• Exame de Competência Profissional;

b) Normas Relativas à Execução dos Trabalhos

O auditor de uma forma geral, no exercício de suas funções, terá livre

acesso a todas as dependências dos órgãos ou entidade auditada, assim como

a documentos, valores e livros considerados indispensáveis ao cumprimento de

processo, documento ou informação, que podemos classificar como:

1) Planejamento dos Trabalhos

• Exame preliminar

• Elaboração de Programas de Trabalho

2) Avaliação dos Controles Internos

• Capacidade dos Sistemas de Controles

• Efetividade

• Exame dos Objetivos de Controle Internos

• Prevenção de Improbidades e Irregularidades

3) Supervisão dos Trabalhos de Auditoria

• Responsabilidade de Quem Dirige a Função

• Supervisão das Equipes de Trabalho

• Intensidade de Supervisão

• Áreas de Enfoque de Supervisão

4) Obtenção de Evidências

• Finalidade da Evidência

• Qualidade da Evidência – suficiente, adequada e pertinente

• Critérios para Obtenção da Evidência

5) Improbidade e Irregularidade

• Detecção

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• Apuração

6) Normas Relativas à Opinião do Auditor

O parecer de auditoria será emitido quando verificar e certificar as

contas dos responsáveis pela aplicação, utilização ou guarda de bens e valores

públicos, e de todo aquele que der causa à perda, subtração ou estrago de

valores, bens e materiais de propriedade ou de responsabilidade da União, do

Estado ou Município.

a) Tipos de Parecer

• Pleno – será emitido quando o analista formar opinião de que a gestão de

recursos públicos foram adequadamente observados os princípios da legalidade,

legitimidade e economicidade;

• Restrito, será emitido quando o auditor constatar falhas, omissões ou

improbidades de natureza formal no cumprimento das normas e diretrizes

governamentais quanto a legalidade, legitimidade e economicidade e que, pela

relevância ou imaterialidade, não caracterize atuação irregular dos agentes

responsáveis;

• Parecer de Irregularidade, será emitido quando o auditor verificar a não

observância da aplicação dos princípios de legalidade, legitimidade e

economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens

ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantitativo para a entidade

pública e/ou comprometam, substancialmente, as demonstrações financeiras e

respectivas gestões dos agentes responsáveis, no período ou exercício

examinado.

7) Normas relativas ao Relatório de Auditoria

Para cada auditoria realizada será elaborado pelo auditor relatório que

refletirá os resultados dos exames efetuados, de acordo com a forma ou tipo de

auditoria.

As informações que proporcionem a abordagem da auditoria, quanto

aos atos de gestão, fatos ou situações observados, devem reunir principalmente

os seguintes atributos de qualidade. De acordo com NBC T 11 – II – 02:

a) Concisão – Linguagem clara e concisa;

b) Objetividade – Mensagem direta a fim de que o leitor entenda facilmente o

que se quer transmitir;

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c) Convicção – Relatar de tal modo que as evidências conduzam a qualquer

pessoa às mesmas conclusões que chegou o auditor;

d) Clareza – Assegurar-se de que a estrutura do relatório e a terminologia

empregada permitam que as informações reveladas possam ser entendidas por

qualquer pessoa;

e) Integridade – Devem ser incluídos no relatório todos os fatos relevantes

observados sem nenhuma omissão;

f) Coerência – Assegurar-se de que os resultados da auditoria correspondem

aos objetivos determinados;

g) Oportunidade – Os relatórios devem ser apresentados intempestivamente, a

fim de que os assuntos abordados possam ser objetos de oportunas

providencias;

h) Apresentação – Cuidar para que os assuntos sejam apresentados numa

seqüência lógica , segundo os objetivos do trabalho;

i) Conclusivo – O relatório conclusivo deve permitir a formação de opinião sobre

as atividades realizadas.

3.7. Auditoria e Regulação adotadas no Brasil

As Normas Brasileiras de auditoria são regras ditadas pelos órgãos

reguladores da profissão contábil do Brasil e tem por objetivo a regulação da

profissão e atividades bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos

profissionais no desenvolver de seus trabalhos. As normas atualmente em vigor

no Brasil são emitidas em conjunto pelo CFC, IBRACON, Banco Central do

Brasil, a CVM e a Superintendência de Seguros Privados.

No âmbito internacional, a Federação Internacional de Contadores

(IFAC) também emite pronunciamentos através da Comissão de Normas

Internacionais de Auditoria, as quais contém orientações aos países-membros

daquele órgão.

A principal norma em vigor no Brasil é a Resolução CFC nº 820, de 17

de dezembro de 1997, que aprova a NBC T 11 - Normas de auditoria

independente das demonstrações contábeis.

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Além das normas sobre auditoria independente, os órgãos

reguladores também emitem normas a respeito de auditoria interna, sendo a

principal a NBC T 12.

NBC T 11 - Normas de auditoria independente das demonstrações

contábeis.

Neste topico abordaremos as normas em aspectos pontuais, em

quesitos que achamos mais atrativos e de entendimento logico e facil na

aplicação das mesmas, entretanto sabemos que a norma é aplicavel em outros

quesitos e de forma mais abrangente.

Conceituação e objetivos da auditoria independente

11.1.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INDEPENDENTE 11.1.1.1 – A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. 11.1.1.1.1– Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios. . 11.1.1.2 – Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-se que o auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma. 11.1.1.3 – O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos da auditoria das demonstrações contábeis e não representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios. 11.1.1.4 – O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade, nestas normas denominado auditor. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

Nota-se que o conceito não se restinge somente a definir uma tecnica

de apurar possiveis falhas contabeis mas buscar e denotar a auditoria e ao

auditor responsabilidades que se balizam nos principios contabeis e legislação

pertinente.

Procedimentos de auditoria contábil

11.1.2 – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

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11.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas e abrangem testes de observância e testes substantivos. 11.1.2.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. 11.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em: a) testes de transações e saldos; e b) procedimentos de revisão analítica. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

O auditor deve seguir o conjunto de técnicas que o auxilie e permita

que obtenha evidencias e provas para analise segura e tranparente das

informações demonstradas e auditadas, com o objetivo de fundamentar sua

opnião e o cumprimento dos procedimentos estabelecidos tanto pelas normas

como pelas entidades visualizadas. edimentos de revisão analítica.

A Fraude e erro na analise das demonstrações contabeis

11.1.4–FRAUDE E ERRO

11.1.4.1 – Para os fins destas normas, considera-se: a) fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e b) erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. 11.1.4.2 – Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas. 11.1.4.3 – A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraude e erros é da administração da entidade, através da implementação e manutenção de adequado sistema contábil e de controle interno. Entretanto, o auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

Como se observa nesta instrução, a diferenciação entre o erro e a

fraude, torna a responsabilidade do Auditor ampla, pois ao detectar uma ou

outra, torna-se obrigado a informar a entidade para que a mesma possa corrigir

e implementar ações com objetivo de adequar ao sistema contabil, fazendo

assim efeitos proeminentes nas demonstrações analisadas.

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Risco de auditoria

11.2.3 – RISCO DE AUDITORIA 11.2.3.1 – Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. 11.2.3.2 – A análise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos considerando a relevância em dois níveis: a) em nível geral, considerando as demonstrações contábeis tomadas no seu conjunto, bem como as atividades, qualidade da administração, avaliação do sistema contábil e de controles internos e situação econômica e financeira da entidade; e b) em níveis específicos, relativos ao saldo das contas ou natureza e volume das transações. 11.2.3.3 – Para deterrminar o risco da auditoria, o auditor deve avaliar o ambiente de controle da entidade, compreendendo: a) a função e envolvimento dos administradores nas atividades da entidade; b) a estrutura organizacional e os métodos de administração adotados, especialmente quanto a limites de autoridade e responsabilidade; c) as políticas de pessoal e segregação de funções; d) a fixação, pela administração, de normas para inventário, para conciliação de contas, preparação de demonstrações contábeis e demais informes adicionais; e) as implantações, modificações e acesso aos sistemas de informação computadorizada, bem como acesso a arquivos de dados e possibilidade de inclusão ou exclusão de dados; f) o sistema de aprovação e registro de transações; g) as limitações de acesso físico a ativos e registros contábeis e/ou administrativos; e h) as comparações e análises dos resultados financeiros com dados históricos e/ou projetados. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

O Auditor é um ser passivel de erro como qualquer profissional, por

isso nesta instrução a norma aponta que o planejamento deve ser

cuidadosamente estudado como forma de evitar possiveis equivocos e deve ser

observado o ambiente fisico, administrativo e financeiro da entidade, abragendo

assim a entidade como um todo, prevendo quando possivel a positividade dos

resultados esperados pela organização.

Estudo e avaliação do sistema contábil e de controle interno

11.2.5 – ESTUDO E AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONTÁBIL E DE CONTROLES INTERNOS 11.2.5.1 – O sistema contábil e de controles internos compreende o plano de organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional. 11.2.5.2 – O auditor deve efetuar o estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos da entidade, como base para determinar

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a natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos procedimentos de auditoria, considerando: a) o tamanho e complexidade das atividades da entidade; b) os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos; c) as áreas de risco de auditoria; d) a natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela entidade; e) o grau de descentralização de decisão adotado pela administração da entidade; e f) o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente. 11.2.5.3 – O sistema contábil e de controles internos é de responsabilidade da administração da entidade; porém o auditor deve efetuar sugestões objetivas para seu aprimoramento, decorrentes de constatações feitas no decorrer do seu trabalho. 11.2.5.4 – A avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor deve considerar os seguintes aspectos: a) o ambiente de controle existente na entidade; e b) os procedimentos de controle adotados pela administração da entidade. 11.2.5.5 – A avaliação do ambiente de controle existente deve considerar: a) a definição de funções de toda a administração; b)o processo decisório adotado na entidade; c) a estrutura organizacional da entidade e os métodos de delegação de autoridade e responsabilidade; d) as políticas de pessoal e segregação de funções; e e) o sistema de controle da administração, incluindo as atribuições da auditoria interna, se existente 11.2.5.6 – A avaliação dos procedimentos de controle deve considerar: a) as normas para elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes contábeis e administrativos, para fins quer internos quer externos; b) a elaboração, revisão e aprovação de conciliações de contas; c) a sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros; d) a adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados na sua implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios; e) os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da entidade; f) o sistema de aprovação e guarda de documentos; g) a comparação de dados internos com fontes externas de informação; h) os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade; i) a limitação do acesso físico a ativos e registros; e j) a comparação dos dados realizados com os dados projetados. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

Neste item a norma faz surgir o controle interno da administração

auditada, embora esta responsabilidade seja da organização o Auditor ao

efetuar sugestões, colabora de forma objetiva a um melhor controle interno.

Observa-se um guia de procedimentos que o Auditor deverá seguir,

traduzindo assim as demonstrações de forma sistemica, comparando,

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verificando e analisando se as metas determinadas estam sendo atingidas,

objetivando assim uma melhor atuação do controle interno.

A aplicação dos procedimentos de auditoria

11.2.6 – APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 11.2.6.1 – A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. 11.2.6.2 – Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: a) inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; c) investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; d) cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e e) revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. 11.2.6.3 – Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos 11.2.6.4 – Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões: a) existência – se o componente patrimonial existe em certa data; b) direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data; c) ocorrência – se a transação de fato ocorreu; d) abrangência – se todas as transações estão registradas; e e) mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de contabilidade. 11.2.6.5 – Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar: a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; b) a natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. 11.2.6.6 – Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, aplicando novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias. 11.2.6.7 – Quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o auditor: a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, a través de comunicação direta com os terceiros envolvidos; e b) acompanhar o inventário físico realizado pela entidade, executando os testes de contagem física e procedimentos complementares aplicáveis.

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(Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

Ao se analisar esta instrução a norma nos conduz a complexidade e

ao volume de operações que a organização detem, instrumentaliza o Auditor

com base em testes, provas e elementos que o mesmo dispuser, analisando a

empresa com um ser, determinar a extensão necessaria que a auditoria deva ir,

para alcançar com segurança e exatidão as conclusões satisfatorias.

Parecer dos auditores independentes

11.3 – NORMAS DO PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 11.3.1 – GENERALIDADES 11.3.1.1 – O "Parecer dos Auditores Independentes", ou "Parecer do Auditor Independente", é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas. 11.3.1.2 – Como o auditor assume, através do parecer, responsabilidade técnico profissional definida, inclusive de ordem pública, é indispensável que tal documento obedeça às características intrínsecas e extrínsecas estabelecidas nas presentes normas. 11.3.1.3 – Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, cotistas, ou sócios, a o conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços. 11.3.1.4 – O parecer deve identificar as demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está expressando sua opinião, indicando, outrossim, o nome da entidade, as datas e períodos a que correspondem. 11.3.1.5 – O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos, e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. 11.3.1.6 – Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer. 11.3.1.7 – A data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade. 11.3.1.8 – O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações contábeis auditadas, em t odos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão adequadamente representadas ou não, consoante as disposições contidas no item 11.1.1.1. 11.3.1.9 – O parecer classifica-se, segundo a natureza da opinião que contém, em: a) parecer sem ressalva; b) parecer com ressalva; c) parecer adverso; e d) parecer com abstenção de opinião. 11.3.2 - PARECER SEM RESSALVA 11.3.2.1 – O parecer sem ressalva indica que o auditor está convencido de que as demonstrações contábeis foram elaboradas consoante as disposições contidas no item 11.1.1.1, em todos os aspectos relevantes. 11.3.2.2 – O parecer sem ressalva implica afirmação de que, em tendo havido alterações na observância das disposições contidas no item 11.1.1.1, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados nas demonstrações contábeis.

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11.3.2.3 – O parecer sem ressalva deve obedecer ao seguinte modelo: (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 820, de 17 de dezembro de 1997)

O Parecer dos Auditores Independentes, ou o Parecer do Auditor

Independente, é um dos mais importantes topicos da norma, pois este é um

documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e

objetiva, sobre as demonstrações contábeis por ele auditadas.

Neste ato a responsabilidade técnico-profissional é definida, inclusive

atraves da forma de ordem pública, e é indispensável que tal documento

obedeça às características estabelecidas nas normas de auditoria. Bem como

em circunstâncias próprias, o parecer seja dirigido ao contratante dos serviços, e

de forma geral o mesmo seja dirigido aos responsaveis pela administração e

direção da entidade, ou a outro órgão equivalente, segundo a natureza desta

organização.

NBC T 12: Auditoria Interna

Como no topico anterior, neste abordaremos novamente as normas

em aspectos pontuais, no sentido do entendimento logico e facil na aplicação

das mesmas, entretanto é importante informar que a norma é aplicavel de forma

sistemica e em contexto amplo.

Conceituação e objetivos da Auditoria Interna

12.1.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA 12.1.1.1 – A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade. 12.1.1.2 – A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

Diante do conceito de auditoria externa, a interna também segue

procedimentos técnicos e contábeis, mas é restrita ao domínio da entidade, com

regras e procedimentos no âmbito operacional da organização.

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Neste quesito a responsabilidade destas informações analise e

operacionalidade da organização é como determina a norma, do Contador,

profissional qualificado e registrado devidamente no Conselho Regional de

Contabilidade e denominado auditor.

Procedimentos da Auditoria Interna

12.1.2 – PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA INTERNA 12.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria interna são os exames, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações. 12.1.2.2 – Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da Entidade. 12.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da Entidade. 12.1.2.4 – As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são denominadas de "evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

Nesta instrução a norma conduz o Contador a se basear em testes,

provas e elementos que o mesmo dispuser, para fundamentar a auditoria com

objetivo de alcançar com segurança e exatidão as conclusões satisfatorias e a

partir destas, produzir recomendações.

Papeis de trabalho

12.1.3 – PAPÉIS DE TRABALHO 12.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informaçõe s e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho executado. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

Neste tópico a norma nos diz como proceder para encontrar as evidencias citadas no item anterior, e os apontamentos são imprescindíveis para executar os procedimentos contábeis e financeiros.

Normas de execução dos trabalhos

Planejamento da Auditoria Interna

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12.2.1 – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA 12.2.1.1 – O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com as diretivas estabelecidas pela administração. 12.2.1.2 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da Entidade e seu grau de confiabilidade; b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados; c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos exames da auditoria interna; d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores; e) os ciclos operacionais da Entidade relacionados com volume de transações e operações; f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a análise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que estão sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de recursos, visando verificar a existência de desvios em relação às rotinas preestabelecidas; g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os desvios estão sendo controlados e se as conseqüentes ações corretivas estão sendo aplicadas. 12.2.1.3 – O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito, o programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão. 12.2.1.4 – Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio de controle, devem ser revisados e ou atualizados quando necessário. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

O contador responsável pelo planejamento do trabalho de auditoria

interna realiza exames preliminares da Entidade, para junto a administração da

mesma, definir a melhor forma de trabalho a ser realizado, de acordo com as

diretivas projetadas.

Neste quesito a norma aborda o planejamento e a partir deste

preparar documentos detalhando o que for necessário à compreensão dos

procedimentos que serão aplicados, estruturados de forma a servir como guia e

meio de controle, salientando que a norma determina que estes devem ser

revisados e ou atualizados quando necessário.

Aplicação dos procedimentos de Auditoria Interna

12.2.2 – APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA 12.2.2.1 – O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e

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documentar as informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu trabalho. 12.2.2.2 – O processo de avaliação das informações contábeis compreende: a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados com os objetivos e alcance da auditoria interna. As informações devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis no fornecimento de evidências às conclusões e recomendações da auditoria interna: 1. A informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno; 2. a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançáve l através do uso apropriado das técnicas de auditoria interna; 3. A informação relevante é a que dá suporte às conclusões e recomendações da auditoria interna; 4. A informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas. b) a aplicação dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os testes e técnicas de amostragem, e, onde praticável, deve ser definida antecipadamente e ampliada ou alterada se as circunstâncias assim o exigirem. 12.2.2.3 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que o objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido. 12.2.2.4 – O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se que todas as contingências ativas e passivas relevantes decorrentes de processos judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da administração da Entidade 12.2.2.5 – O auditor interno deve examinar a observância das legislações tributária, trabalhista e societária das legislações tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que estiver sujeita a Entidade. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para

assegurar-se que todas as informações que a entidade produz, no âmbito, das

legislações tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento de

normas reguladoras a que estiver sujeita a entidade, com objetivo de obter,

analisar, interpretar e documentar as informações físicas, contábeis, financeiras

e operacionais para fundamentar os resultados de seu trabalho.

Documentação da Auditoria Interna

12.2.3 – DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA 12.2.3.1 – O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria interna executada de acordo com as normas aplicáveis. 12.2.3.2 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria

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interna aplicados, bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas. 12.2.3.3 – Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional. 12.2.3.4 – Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o auditor interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que integrá-los aos seus papéis de trabalho. (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

Os papeis de trabalho são para o Auditor neste contexto, a ferramenta

essencial para fundamentação de seu trabalho, tendo ciência de que estes

devem ser verificados, certificados e arquivados de forma a te-los sempre como

aliado e balizador de sua tomada de decisão e orientação.

Normas relativas ao relatório do Auditor Interno

12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DO AUDITOR INTERNO 12.3.1 – O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem tomadas pela administração. 12.3.2 – O relatório deve ser redigido com objetividade e imparciabilidade, de forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados. 12.3.3 – O relatório do auditor interno é confidencia l e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado. 12.3.4 – O auditor interno deve, no s eu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou (Fonte: Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº 986, de 01 de janeiro de 2004)

Neste instrumento técnico o Auditor interno comunica através dos

trabalhos realizados, obtendo conclusões e a partir destas recomendar as

providências a serem tomadas pela administração.

O relatório deve contemplar as áreas não examinadas salientando os

motivos, deverá ser apresentado de forma objetiva e imparcial, expressando

assim os resultados dos trabalhos realizados. Deverá apresentar o relatório a

administração ou a um superior próximo e as informações deverão ser mantidas

em confidencialidade.

Observa-se que tanto o profissional Auditor como a Auditoria estão

fundamentadas em bases displinares muito rigidas, fortalecendo assim o

compromisso com a realidade, credibilidade e transparencia dos atos e

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intrumentos que produzem as informações necessarias para a tomada de

decisões, tanto na seara gerencial, financeira e operacional da empresa ou

entidade auditada.

No próximo capítulo demonstrar-se na pesquisa de campo através de

questionário com perguntas e respostas com finalidade de sabermos como a

Auditoria atua, seus procedimentos e analises e se produz contribuição ao

terceiro setor.

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4. Pesquisa de campo sobre as Entidades do Terceiro Setor

As pesquisas de campo foram desenvolvidas entre os meses de maio

a setembro de 2012 por meio de questionário, elaborado com 20 questões, de

múltipla escolha, sendo a primeira parte do questionário (perguntas 1 a 10)

desenvolvidas com o objetivo de traçar o perfil das entidades pesquisadas e a

segunda parte do questionário (perguntas 11 a 20) formuladas com o objetivo

especifico de obter respostas pontuais sobre a percepção, ou não, dos

benefícios que as entidades do Terceiro Setor possuem em serem auditadas por

auditores externos independentes.

4.1. Perfil das entidades pesquisadas:

As entidades pesquisadas representam entidades localizadas na

cidade de Fortaleza e região metropolitana, auditadas por auditores externos

independentes a mais de um ano e que atuam em diversas áreas, tais como,

saúde, assistência social, inclusão social, reabilitação e com um foco em

especial a educação. Sendo em sua quantidade aproximada de , conforme

analise e divulgação do IBGE em 2010.

Foi enviado a 30 entidades, no primeiro contato através de contato

telefônico e após via email um questionário, elaborado com a finalidade de

conhecer a real relevância de auditoria. A escolha foi através das consideradas

mais conhecidas na área educacional de Fortaleza. (universidades privadas,

associações de interesse mútuo, associações de bairro, centros de juventude,

fundações e institutos empresariais educacionais e creches)

Entretanto destas, somente 12 entidades responderam o questionário

e destas, somente 10, respondera-o em sua totalidade.

As entidades, quando indagadas, perceberam melhorias em diversos

aspectos de gestão, quando apresentada as seguintes opções: a) nenhuma; b)

razoável; c) boa e d) muita. Nesse contexto, considerar-se-á, para fins de

tabulação, como itens de reprovação os conceitos “nenhuma e razoável” e como

itens de aprovação os conceitos “boa e muita”

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4.2. Apresentação dos resultados das pesquisas de campo:

Apresentar-se-á seguir, por meio de questionário, os resultados das

pesquisas de campo para as 20 questões formuladas. Ao final, apresentamos a

análise global das respostas e a conclusão sobre os resultados da pesquisa.

4.2.1. Pontuação gráfica do estudo de Caso.

As informações do estudo de caso, serão demonstradas a partir deste

quesito através de gráficos, objetivando uma melhor compreensão. Salientando

que o estudo foi tabulado em consonância as respostas obtidas diante das 10

(dez) entidades que responderam em sua totalidade o questionário.

4.2.1.1) Quanto a natureza da entidade ?

Apresenta-se o gráfico do questionário em relação a resposta quanto a

natureza da entidade.

60%

40%Sem Fins Lucrativos

Carater Filantropico

Observa-se que quanto a natureza das entidades, a maioria das

entidades se concentra no caráter filantrópico, o que faz crer, que diante que foi

visto anteriormente no discorrer do estudo que as mesmas buscam alguns

benefícios na esfera tributaria.

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4.2.1.2)Quanto a possuir titularidade de OSCIP?

Neste gráfico do questionário apresenta-se a resposta quanto ao tipo

de titularidade da OSCIP..

10%

90%

Outras

OSCIPs

Nota-se que a maioria das entidades se concentra em fundações,

associações e entidades sem fins lucrativos, denotando uma fuga da

burocratização, pois as OSCIPs tem de cumprir requisitos de um certificado

emitido pelo poder público federal.

4.2.1.3) Possui conselho fiscal?

Demonstra-se neste quesito, o gráfico do questionário a resposta quanto

à importância do conselho fiscal da entidade.

30%

70%

Sim

Não

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Neste quesito observa-se a importância do Conselho Fiscal, pois o

mesmo objetiva acompanhar o empreendimento ou o objeto do associativismo,

desta forma verificando a credibilidade, transparencia e o retorno dos

investimentos empregados.

4.2.1.4) Possui obrigatoriedade de publicação das demonstrações

financeiras?

No gráfico do questionário apresentado tem-se a resposta quanto a

obrigatoriedade da publicidade das demonstrações da entidade.

40%

60% Sim

Não

Tem-se nesta resposta uma observância as demonstrações

contábeis que devem ser apresentadas pelas entidades do Terceiro Setor que

têm suas estruturas estabelecidas por meio da Lei n. º 6.404/76 – Lei das

Sociedades por Ações e pela NBC T 3 emitida pelo Conselho Federal de

Contabilidade (CFC).

4.2.1.5) Publica demonstrações financeiras?

Apresenta-se o gráfico do questionário referente a resposta quanto a

publicação da demonstrações da entidade.

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40%

60%Sim

Não

Corroborando com a indagação anterior as publicações acompanham a

mesma orientação do CFC e a Lei 6404/76 – Lei das Sociedades por Ações

4.2.1.6) Possui parceria ou fonte de financiamento internacional?

Neste item o gráfico se faz demonstrado quanto aos tipos de fonte que

a entidade utiliza..

60%

40%

Sim

Não

Embora algumas entidades do Terceiro Setor possuam convênios ou

apoio de recursos fora de nosso país, a sua maioria ainda preserva um

nacionalismo acentuado e se enquadra na negativa destes recursos.

4.2.1.7) Possui auditoria interna?

O gráfico do questionário demonstrado a seguir faz relação a auditoria

interna, sua existência na entidade.

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30%

70%

Sim

Não

Neste item a resposta é acentuadamente negativa, dando vazão a

relevância da Auditoria Externa como instrumento de acompanhamento, controle

e gestão da entidade.

4.2.1.8) Como é feita a escrita contábil?

Apresenta-se o gráfico do questionário em relação a escrita contábil

da entidade.

60%

40%Conatabilidade propria

Contabilidade terceirizada

Neste contexto a resposta aponta para uma porcentagem expressiva

de responsabilidade da Auditoria, pois como o processo contábil ocorre em sua

maior parte fora da empresa tende-se a exercer um maior controle e

gerenciamento destas operações.

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4.2.1.9) Possui auditoria Externa?

Item do questionário onde se apresenta a atuação da Auditoria externa

nas entidades do Terceiro Setor.

30%

70%

Sim

Não

Como se observa neste item, o mesmo confirma a resposta anterior, pois

destaca o trabalho da Auditoria Externa no contexto organizacional da entidade

do Terceiro Setor, fazendo-a mais presente e ativa.

4.2.1.10) A Entidade manteria o processo de auditoria externa mesmo que

não houvesse obrigatoriedade?

Apresenta-se neste gráfico o posicionamento da entidade quanto a

necessidade do processo de auditoria na entidade.

0%

100%

Sim

Não

Com esta resposta vê-se a relevância e contribuição da Auditoria

Contábil, mesmo naquelas em que não se aplica a externa e sim a interna, neste

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ponto, responsável por tornar a entidade mais transparente e portanto obter

maior credibilidade junto aos seus e a sociedade.

4.2.1.11) Principais motivos que levaram a entidade a contratar uma

empresa de auditoria externa independente.

Apresenta-se o gráfico abaixo a resposta quanto a motivos de

contratação de auditoria independente para a entidade.

505555

65

85 95

90

45

Transparencia para conselheiros Transparencia para sociedade

Melhorar praticas conatbeis Melhoria nos controles internos

Melhorar gestão Prevenção de fraudes

Captação de recursos Aprovação de contas anual

As informações demonstram os principais motivos que fariam as

entidades pesquisadas contratar uma empresa de auditoria externa

independente. Como as notas foram atribuídas considerando o grau de

importância, sendo destinadas notas mais baixas para os itens julgados mais

importantes temos, acima, a ordem de preferência das entidades pesquisadas

como sendo o principal fator a maior transparência para os conselheiros com 45

pontos, seguido pela maior transparência para a sociedade com 50 pontos e por

fim, como última opção com 95 pontos a maior facilidade na captação de

recursos.

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Dessa forma, conclui-se que o principal interesse das entidades

pesquisadas na contratação de um serviços de auditoria externa independente

está relacionado a prestação de contas.

4.2.1.12) Qual a Importância que a Administração da entidade atribui à

auditoria externa independente?

Apresenta-se o gráfico do quesito em relação à importância da

auditoria externa para a entidade.

70%

20%

10%Muito importznte

Importante

Fundamental

Os dados acima demonstram, com muita clareza, que a maioria das

entidades pesquisadas entende que o processo de auditoria possui fundamental

importância. Se adotarmos que as avaliações “muito importante” e “fundamental”

reproduzem um alto grau de satisfação ocorre um índice de 90% de aprovação,

representando um percentual inquestionável de satisfação.

Outro fator importante a ser mencionado é que nenhuma das

entidades pesquisadas entendeu como, “apenas necessária”, o processo de

auditoria externa independente.

4.2.1.13) A Entidade percebeu melhorias nos seus controles internos

associada a atuação de seus auditores externos?

No gráfico abaixo é demonstrado as informações quanto a melhoria

dos controles internos quando da atuação externa na entidade.

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20%

40%

30%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

Foi percebido de acordo com as informações acima, uma melhora nos

controles internos das entidades e, em ternos gerais, cerca de metade elegeram

apenas uma melhora razoável e outra metade com percepções mais claras

sobre os benefícios nos controles internos. Isso significa que os trabalhos de

auditoria estão utilizando-se das avaliações gerais dos controles internos para

identificar áreas onde as entidades possam melhorar suas rotinas internas,

fortalecendo seus controles operacionais.

4.2.1.14) Houve melhora no processo de captação de recursos e/ou no

montante captado?

No gráfico a seguir é demonstrado as informações quanto a captação

de recursos para a entidade.

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30%

10%

40%

20%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

As respostas apontam que 30% das entidades não perceberam

qualquer melhoria na captação de recursos, esse fato pode estar associado ao

aspecto de que se os trabalhos já foram contratados sem o propósito de

capacitação de recursos, significa que seu resultado, muito provavelmente, não

esteja sendo utilizado com objetivo do mesmo, justificando assim a necessidade

que ela utilize o resultado do trabalho de auditoria como ferramenta de

visibilidade da marca e imagem da entidade, por meio da transparência de sua

gestão.

Como não houve a constatação dessa publicidade ao trabalho de

auditoria externa independente associa-se que os parceiros externos não estão

sendo informados e motivados a ampliarem suas doações em função da

comprovação do bom uso dos recursos recebidos. Para 40% das entidades, as

melhoras nas captações de recursos foram razoáveis, para 20% - boa e para

10% - muito boa demonstrando que houve uma melhora nesse processo.

4.2.1.15) Houve melhora no relacionamento com parceiros, doadores e

financiadores?

Neste questionamento o gráfico a seguir demonstra as informações

quanto a melhoria de relacionamento quando da atuação da Auditoria externa na

entidade.

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30%

10%

20%

40%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

Da mesma forma que nas informações apresentadas na questão

anterior, as respostas são bastante consistentes e diversificadas, a percepção

de nenhuma melhora na relação com parceiros, doadores e financiadores

ocorreu para 30% das entidades pesquisadas.

A maioria das entidades nesse quesito 40% entendeu como boa a

melhora nessa relação e para 10% houve muita melhora nessa relação.

Novamente, volta-se a questão de haver a necessidade em dar publicidade

externa ao trabalho desenvolvido. Sem isso, nenhuma

percepção será, efetivamente, notada.

4.2.1.16) Houve melhora na imagem da entidade?

No gráfico a seguir é demonstrado as informações quanto a melhoria

da imagem da entidade quando da atuação de Auditoria externa.

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10%

30%

20%

40%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

A maioria percebeu, efetivamente, melhora na imagem da entidade

sendo, para 40% dos casos, uma boa melhora e para 30% dos casos, muita

melhora. Esses percentuais apontam que, possuir as demonstrações financeiras

auditadas por auditores externos independentes, passa ao público interno e

externo, a confiança tão necessária e requerida no Terceiro Setor, fortalecendo a

relação de confiança na gestão dos recursos e clareza na prestação de contas à

sociedade.

4.2.1.17) Houve melhoria no relacionamento e na facilidade de captação de

recursos junto aos bancos?

No gráfico abaixo é demonstrado as informações quanto a captação de

recursos junto a instituições financeiras quando da atuação da Auditoria externa.

10%

30%

20%

40%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

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As respostas acima podem estar influenciadas por alguns fatores, tais

como se a entidade está numa posição de tomador bancário necessitando de

recursos externos, se estão sendo apresentadas as demonstrações financeiras

auditadas nos processos de negociação com as instituições financeiras,

Independentemente dessas incertezas, pode-se concluir que para 60% das

entidades pesquisadas as melhoras foram classificadas como boa ou muita, o

que comprova que a maioria reconhece o benefício no relacionamento e na

facilidade de captação de recursos junto aos bancos.

4.2.1.18) Houve melhoria nas práticas contábeis da Entidade?

Apresenta-se neste item o gráfico demonstrando as informações

quanto a melhoria praticas contábeis na entidade.

30%

10%

60%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

Nesse quesito é importante ressaltar que a boa gestão contábil possui,

na gestão moderna, grande influencia na condução das atividades das

entidades. podem trazer sérios problemas as entidades como, perda de

isenções governamentais pela não aprovação das contas, reconhecimento

inadequado de doações e subvenções podendo impactar os cálculos de

apuração de gratuidade e, consequentemente, a perda da filantropia.

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4.2.1.19) A Entidade percebeu melhorias nos relacionamentos

interdepartamentais internos associada a atuação de seus auditores

externos?

No gráfico a seguir é demonstrado as informações quanto a melhoria

dos relacionamentos internos entre departamentos quando da atuação da

Auditoria externa na entidade.

10%

50%

40%

Razoavel

Boa

Muita

Nenhuma

Pode-se concluir que, efetivamente, foi percebido uma melhoria nos

relacionamentos internos entre os departamentos das entidades e, em ternos

gerais, cerca de metade elegeram apenas uma melhora razoável e outra metade

com percepções mais claras sobre os benefícios nos controles internos. Isso

significa que os trabalhos de auditoria estão utilizando-se das avaliações gerais

dos controles internos para identificar áreas onde as entidades possam melhorar

suas rotinas internas, fortalecendo seus controles operacionais.

4.2.1.20) A quanto tempo a entidade possui auditoria externa

independente?

Apresenta-se no gráfico abaixo as informações quanto ao tempo de

Auditoria externa presente na entidade.

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20%

50%

30%

Acima de 10 anos

Entre 5 e 10 anos

Até 5 anos

Nota-se que 50% das entidades possuem auditoria externa

independente acima de 10 anos, demonstrando que a auditoria externa tem sido

utilizada de forma contínua por um número relevante de entidades.

Neste tópico foi demonstrado através de questionário um perfil e

definição das entidades do Terceiro Setor com enfoque na área de Educação e

afins, na cidade de Fortaleza, salienta-se que este foi realizado através de

amostragem, portanto suas informações possibilitam a fundamentação base

para realização deste estudo.

Nesta pesquisa de campo se procedeu à observação de fatos e

fenômenos atraves de questionario enviado ao setor financeiros-contabeis das

entidades, à coleta de dados referentes aos mesmos foi realiada por meio das

respostas e finalmente, à análise e interpretação desses dados, teve como base

numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o

problema pesquisado, sempre objetivando compreender os mais diferentes

aspectos da realidade apresntada.

Sendo assim fazer-se-a a conclusão do problema levantado,

expondo uma sintese de todo nosso estudo.

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5. Conclusão

Neste estudo observou-se que a Auditoria nas Entidades de cunho

Educacional do Terceiro Setor na cidade de Fortaleza, obtivessem maior

credibilidde perante a sociedade, atraves da transparência da demonstração de

seus balanços e relatórios gerenciais, perante ao orgãos publicos. E contribuem

para o aperfeiçoamento de sistemas e controle interno, por meio de novas

tecnologias e novas metodologias, evitando erros, fraudes e desvios.

Nota-se que com a expansão das entidades do Terceiro Setor, tendo

Auditoria como ferramenta de controle gerencial e contabil, torna-se uma

necessidade. Muitas vezes a mesma ocupa o lugar do gestor que não consegue

estar em todo lugar, sendo assim elemento de prevenção e regularidade.

Ao se abordar a Auditoria, tanto interna como externa, temos a certeza

que seus princípios e normas devem ser observados e portanto aplicados, o

Conselho Federal de Contabilidade, determina que deve ser um profissional

qualificado para executar esta função ou seja um Contador, qualificado, de

nivel superior e registrato em Conselho Regional, para dirimir e sanar possiveis

erros e ou fraudes

No questionário elaborado e apresentado à organizações do Terceiro

em espcifcidade na area educacional de Fortaleza, nota-se uma preocupação

em apresenrtar não só aos seus admnistradores mas tambem a sociedade

transparência e credibilidade na organização , tornando-a digna e responsavel,

facilitando assim a captação de recursos e por consequência, uma maior

facilidade em atuar nas areas previstas.

Outra constatação é que na relação com investidores, aprovação de

contas juntos a conselheiros, melhorias em controles internos seriam mais

facilmente percebidos se as entidades dessem maior publicidade ao resultado

final do trabalho de auditoria. Não adianta passar por um processo tão sério e

complexo como o de Auditoria externa e o resultado final ficar restrito a apenas

os conselheiros e outras poucas pessoas das áreas administrativa e financeira

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Nota-se que cerca de 40% das entidades não disponibilizam as

demonstrações financeiras auditadas em seus sitios e 60% das entidades

publicam as demonstrações financeiras de forma espontânea ou fazem por

exigências legais..

Ainda pelo estudo conclui-se que as entidades pesquisadas buscam

associar-se a empresas de auditoria externa independente que possuem um

nome forte e respeitado no mercado de auditoria. Essa associação é importante

para dar credibilidade ao resultado do trabalho apresentado. Em seguida, as

entidades buscam empresas de auditoria que atuem como parceiras, fornecendo

idéias e sugestões de melhorias e que contenham com profissionais

especializados em atendimento a entidades do Terceiro Setor.

Portanto, a Auditoria contabil especializada com foco no Terceiro

Setor, funciona como ferramenta de grande relevancia para auxiliar no processo

de aperfeiçpamento dessas entidades, agregando valores, contribuindo para o

correto enquadramento legal, aos principios fundamentas e as Normas

Brasileiras de Contaboilidade´à elas aplicaveis.

Em resposa ao problema levantado no incio deste estudo, observa-se

que de forma prática a Auditoria contribui na captação de recursos,

transparencia na informações demonstradas, credibiliade e sustentabilidade da

entidade e por fim solucionar duvidas e possiveis erros na área contábil,

financeira e fiscal.

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Referências

ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria. São Paulo: Atlas, 1996

ALVES, Mario de Aquino. Perfil da captação de recursos no Brasil. Artigo publicado em material didático do curso Princípios e Técnicas de Captação de Recursos, GVpec, da EAESP-FGV. São Paulo, 2001.

ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para organização do terceiro setor.

São Paulo: Atlas, 2006

AS FUNDAÇÕES PRIVADAS E AS ASSOCIAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL: 2002/IBGE, Gerência do Cadastro Central de Empresas. – Rio de Janeiro: IBGE, 2004. BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalho monográfico em contabilidade.

3. Ed.São Paulo: Atlas, 2009 COELHO, Simone de Castro Tavares. Terceiro Setor: um estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000. CÓDIGO CIVIL – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Pesquisa realizada no

site www.planalto.gov.br, em 05 de março de 2012 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Pesquisa realizada no site www.planalto.gov.br, em 01 de março de 20012 . CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais e

Normas Brasileiras de Contabilidade, de Auditoria e Perícia. Brasília: CFC, 2006 FISCHER, Rosa Maria & FALCONER, Andrés Pablo. Desafios da Parceria Governo erceiro Setor. Escola de Serviço Social da UFRJ, 1998. FERNANDES, Rubem C. Privado porém público. Rio de Janeiro: Relume

Dumará, 1994, p. 127. Citado in: ALVES, Mario de Aquino, op. cit. FRANCO, Hilário & MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 1982. JUND, Sergio. Auditoria. Rio de Janeiro: Impetus, 2002. MAPA DO TERCEIRO SETOR: “Sobre o Mapa do Terceiro Setor” e “Metodologia”. Itens constantes no site denominado MAPA DO TERCEIRO SETOR da Centro de Estudos do Terceiro Setor – CETS – da Fundação Getúlio Vargas – FGV disponível em www.mapa.org.br , acesso em 17/04/2012.

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MEREGE, Luiz Carlos. O papel do 3º setor na estrutura de uma nova sociedade.

Artigo publicado em material didático do curso Administração para Organizações Não Lucrativas, GVpec, da EAESP-FGV. São Paulo, 2º semestre de 1999 MOTTA, João Maurício. Auditoria. Princípios técnicas. S. Paulo: Atlas, 1988. PETER, Maria da Glória Arrais; MACHADO, Marcus Vinícios Veras. Manual de Auditoria Governamental. São Paulo: Atlas, 2003 SÁ, A .Lopes de. Curso de auditoria. São .Paulo: Atlas, 1980.

SZACI, Eduardo. Terceiro Setor: Regulação no Brasil. 3ª ed. São Paulo:

Petrópolis,2003

VALE, Carlos. Procedimentos de Auditoria Pública. João Pessoa: Universitária,

2001

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APENDICE

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QUESTIONARIO

1) Natureza da entidade

2) Possui titularidade de OSCIP?

Não

Sim

3) Possui conselho fiscal?

Não

Sim

4) Possui obrigatoriedade de publicação das demonstrações financeiras?

Não

Sim

5) Publica demonstrações financeiras?

Não

Sim

6) Possui parceria ou fonte de financiamento internacional?

Não

Sim

7) Possui auditoria interna?

Não

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Sim

8) Como é feita a escrita contábil?

Contabilidade própria

Contabilidade Terceirizada

9) Possui auditoria externa?

Não

Sim

10) A Entidade manteria o processo de auditoria externa mesmo que não

houvesse obrigatoriedade?

Não

Sim

11) Principais motivos que levaram a entidade a contratar uma empresa de

auditoria externa independente.

Maior transparência para os conselheiros

Maior transparência para a sociedade

Melhorar práticas contábeis

Melhoria nos controles internos

Melhorar a gestão da Entidade

Prevenção de fraudes

Ter mais facilidade na captação de recursos

Ter as contas da gestão aprovadas anualmente

12) Qual a Importância que a Administração da entidade atribui à auditoria

externa independente?

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Muito importante

Fundamental

Importante

13) A Entidade percebeu melhorias nos seus controles internos associada

a atuação de seus auditores externos?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

14) Houve melhora no processo de captação de recursos e/ou no montante

captado?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

15) Houve melhora no relacionamento com parceiros, doadores e

financiadores?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

16) Houve melhora na imagem da entidade?

Razoável

Boa

Muita

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Nenhuma

17) Houve melhoria no relacionamento e na facilidade de captação de

recursos junto aos bancos?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

18) Houve melhoria nas práticas contábeis da Entidade?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

19) A Entidade percebeu melhorias nos seus controles internos associada

a atuação de seus auditores externos?

Razoável

Boa

Muita

Nenhuma

20) A quanto tempo a entidade possui auditoria externa independente?

acima de 10 anos

acima 5 a 10 anos

entre 1 e 5 anos

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ANEXO

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999.

Regulamento

Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e

disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

DE INTERESSE PÚBLICO

Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.

§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.

§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:

I - as sociedades comerciais;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;

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III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;

V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;

VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;

VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;

VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;

IX - as organizações sociais;

X - as cooperativas;

XI - as fundações públicas;

XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

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VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:

I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;

II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório;

III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;

IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;

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V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;

VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo:

a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título.(Incluído pela Lei nº 10.539, de 2002)

Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I - estatuto registrado em cartório;

II - ata de eleição de sua atual diretoria;

III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV - declaração de isenção do imposto de renda;

V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

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Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.

§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias da decisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da decisão, mediante publicação no Diário Oficial.

§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:

I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei;

II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei;

III - a documentação apresentada estiver incompleta.

Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.

CAPÍTULO II

DO TERMO DE PARCERIA

Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.

Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo.

§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:

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I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;

II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma;

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;

IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;

V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV;

VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.

Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo.

§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação procedida.

§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação.

Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão

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imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.

§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da organização parceira.

Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.

Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os

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requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até dois anos contados da data de vigência desta Lei. § 1o Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia automática de suas qualificações anteriores.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até cinco anos contados da data de vigência desta Lei. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia automática de suas qualificações anteriores. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.

Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Renan Calheiros Pedro Mallan Ailton Barcelos Fernandes Paulo Renato Souza Francisco Dornelles Waldeck Ornélas José Serra Paulo Paiva Clovis de Barros Carvalho

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

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DECRETO No 3.100, DE 30 DE JUNHO DE 1999.

Regulamenta a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999,

que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o O pedido de qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público será dirigido, pela pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos que preencha os requisitos dos arts. 1o, 2o, 3o e 4o da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, ao Ministério da Justiça por meio do preenchimento de requerimento escrito e apresentação de cópia autenticada dos seguintes documentos:

I - estatuto registrado em Cartório;

II - ata de eleição de sua atual diretoria;

III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV - declaração de isenção do imposto de renda; e

V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CGC/CNPJ).

Art. 2o O responsável pela outorga da qualificação deverá verificar a adequação dos documentos citados no artigo anterior com o disposto nos arts. 2o, 3o e 4o da Lei no 9.790, de 1999, devendo observar:

I - se a entidade tem finalidade pertencente à lista do art. 3o daquela Lei;

II - se a entidade está excluída da qualificação de acordo com o art. 2o daquela Lei;

III - se o estatuto obedece aos requisitos do art. 4o daquela Lei;

IV - na ata de eleição da diretoria, se é a autoridade competente que está solicitando a qualificação;

V - se foi apresentado o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício;

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VI - se a entidade apresentou a declaração de isenção do imposto de renda à Secretaria da Receita Federal; e

VII - se foi apresentado o CGC/CNPJ.

Art. 3o O Ministério da Justiça, após o recebimento do requerimento, terá o prazo de trinta dias para deferir ou não o pedido de qualificação, ato que será publicado no Diário Oficial da União no prazo máximo de quinze dias da decisão.

§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias da decisão, o certificado da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o Deverão constar da publicação do indeferimento as razões pelas quais foi denegado o pedido.

§ 3o A pessoa jurídica sem fins lucrativos que tiver seu pedido de qualificação indeferido poderá reapresentá-lo a qualquer tempo.

Art. 4o Qualquer cidadão, vedado o anonimato e respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, desde que amparado por evidências de erro ou fraude, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

Parágrafo único. A perda da qualificação dar-se-á mediante decisão proferida em processo administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de ofício ou a pedido do interessado, ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, nos quais serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.

Art. 5o Qualquer alteração da finalidade ou do regime de funcionamento da organização, que implique mudança das condições que instruíram sua qualificação, deverá ser comunicada ao Ministério da Justiça, acompanhada de justificativa, sob pena de cancelamento da qualificação.

Art. 6o Para fins do art. 3o da Lei no 9.790, de 1999, entende-se:

I - como Assistência Social, o desenvolvimento das atividades previstas no art. 3o da Lei Orgânica da Assistência Social;

II - por promoção gratuita da saúde e educação, a prestação destes serviços realizada pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público mediante financiamento com seus próprios recursos.

§ 1o Não são considerados recursos próprios aqueles gerados pela cobrança de serviços de qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos em virtude de repasse ou arrecadação compulsória.

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§ 2o O condicionamento da prestação de serviço ao recebimento de doação, contrapartida ou equivalente não pode ser considerado como promoção gratuita do serviço.

Art. 7o Entende-se como benefícios ou vantagens pessoais, nos termos do inciso II do art. 4o da Lei no 9.790, de 1999, os obtidos:

I - pelos dirigentes da entidade e seus cônjuges, companheiros e parentes colaterais ou afins até o terceiro grau;

II - pelas pessoas jurídicas das quais os mencionados acima sejam controladores ou detenham mais de dez por cento das participações societárias.

Art. 8o Será firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Termo de Parceria destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o da Lei no 9.790, de 1999.

Parágrafo único. O Órgão estatal firmará o Termo de Parceria mediante modelo padrão próprio, do qual constarão os direitos, as responsabilidades e as obrigações das partes e as cláusulas essenciais descritas no art. 10, § 2o, da Lei no 9.790, de 1999.

Art. 9o O órgão estatal responsável pela celebração do Termo de Parceria verificará previamente o regular funcionamento da organização.

Art. 9o O órgão estatal responsável pela celebração do Termo de Parceria verificará previamente: (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

I - a validade da certidão de regularidade expedida pelo Ministério da Justiça, na forma do Regulamento; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

II - o regular funcionamento da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; e (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

III - o exercício pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público de atividades referentes à matéria objeto do Termo de Parceria nos últimos três anos. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 9o-A. É vedada a celebração de Termo de Parceria com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público que tenham, em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas: (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

I - omissão no dever de prestar contas; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

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II - descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

III - desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

IV - ocorrência de dano ao Erário; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

V - prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 10. Para efeitos da consulta mencionada no art. 10, § 1o, da Lei no 9.790, de 1999, o modelo a que se refere o parágrafo único do art. 8o deverá ser preenchido e remetido ao Conselho de Política Pública competente.

§ 1o A manifestação do Conselho de Política Pública será considerada para a tomada de decisão final em relação ao Termo de Parceria.

§ 2o Caso não exista Conselho de Política Pública da área de atuação correspondente, o órgão estatal parceiro fica dispensado de realizar a consulta, não podendo haver substituição por outro Conselho.

§ 3o O Conselho de Política Pública terá o prazo de trinta dias, contado a partir da data de recebimento da consulta, para se manifestar sobre o Termo de Parceria, cabendo ao órgão estatal responsável, em última instância, a decisão final sobre a celebração do respectivo Termo de Parceria.

§ 4o O extrato do Termo de Parceria, conforme modelo constante do Anexo I deste Decreto, deverá ser publicado pelo órgão estatal parceiro no Diário Oficial, no prazo máximo de quinze dias após a sua assinatura.

Art. 11. Para efeito do disposto no art. 4º, inciso VII, alíneas "c" e "d", da Lei no 9.790, de 1999, entende-se por prestação de contas a comprovação da correta aplicação dos recursos repassados à Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 1o As prestações de contas anuais serão realizadas sobre a totalidade das operações patrimoniais e resultados das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o A prestação de contas será instruída com os seguintes documentos:

I - relatório anual de execução de atividades;

II - demonstração de resultados do exercício;

III - balanço patrimonial;

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IV - demonstração das origens e aplicações de recursos;

V - demonstração das mutações do patrimônio social;

VI - notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário; e

VII - parecer e relatório de auditoria nos termos do art. 19 deste Decreto, se for o caso.

Art. 12. Para efeito do disposto no § 2o, inciso V, do art. 10 da Lei no 9.790, de 1999, entende-se por prestação de contas relativa à execução do Termo de Parceria a comprovação, perante o órgão estatal parceiro, da correta aplicação dos recursos públicos recebidos e do adimplemento do objeto do Termo de Parceria, mediante a apresentação dos seguintes documentos:

I - relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo entre as metas propostas e os resultados alcançados;

II - demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução;

III - parecer e relatório de auditoria, nos casos previstos no art. 19; e

IV - entrega do extrato da execução física e financeira estabelecido no art. 18.

Art. 13. O Termo de Parceria poderá ser celebrado por período superior ao do exercício fiscal.

§ 1o Caso expire a vigência do Termo de Parceria sem o adimplemento total do seu objeto pelo órgão parceiro ou havendo excedentes financeiros disponíveis com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o referido Termo poderá ser prorrogado.

§ 2o As despesas previstas no Termo de Parceria e realizadas no período compreendido entre a data original de encerramento e a formalização de nova data de término serão consideradas como legítimas, desde que cobertas pelo respectivo empenho.

Art. 14. A liberação de recursos financeiros necessários à execução do Termo de Parceria far-se-á em conta bancária específica, a ser aberta em banco a ser indicado pelo órgão estatal parceiro.

Art. 15. A liberação de recursos para a implementação do Termo de Parceria obedecerá ao respectivo cronograma, salvo se autorizada sua liberação em parcela única.

Art. 16. É possível a vigência simultânea de um ou mais Termos de Parceria, ainda que com o mesmo órgão estatal, de acordo com a capacidade operacional da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

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Art. 17. O acompanhamento e a fiscalização por parte do Conselho de Política Pública de que trata o art. 11 da Lei no 9.790, de 1999, não pode introduzir nem induzir modificação das obrigações estabelecidas pelo Termo de Parceria celebrado.

§ 1o Eventuais recomendações ou sugestões do Conselho sobre o acompanhamento dos Termos de Parceria deverão ser encaminhadas ao órgão estatal parceiro, para adoção de providências que entender cabíveis.

§ 2o O órgão estatal parceiro informará ao Conselho sobre suas atividades de acompanhamento.

Art. 18. O extrato da execução física e financeira, referido no art. 10, § 2o, inciso VI, da Lei no 9.790, de 1999, deverá ser preenchido pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e publicado na imprensa oficial da área de abrangência do projeto, no prazo máximo de sessenta dias após o término de cada exercício financeiro, de acordo com o modelo constante do Anexo II deste Decreto.

Art. 19. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá realizar auditoria independente da aplicação dos recursos objeto do Termo de Parceria, de acordo com a alínea "c", inciso VII, do art. 4o da Lei no 9.790, de 1999, nos casos em que o montante de recursos for maior ou igual a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).

§ 1o O disposto no caput aplica-se também aos casos onde a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público celebre concomitantemente vários Termos de Parceria com um ou vários órgãos estatais e cuja soma ultrapasse aquele valor.

§ 2o A auditoria independente deverá ser realizada por pessoa física ou jurídica habilitada pelos Conselhos Regionais de Contabilidade.

§ 3o Os dispêndios decorrentes dos serviços de auditoria independente deverão ser incluídos no orçamento do projeto como item de despesa.

§ 4o Na hipótese do § 1o, poderão ser celebrados aditivos para efeito do disposto no parágrafo anterior.

Art. 20. A comissão de avaliação de que trata o art. 11, § 1º, da Lei nº 9.790, de 1999, deverá ser composta por dois membros do respectivo Poder Executivo, um da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e um membro indicado pelo Conselho de Política Pública da área de atuação correspondente, quando houver.

Parágrafo único. Competirá à comissão de avaliação monitorar a execução do Termo de Parceria.

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Art. 21. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público fará publicar na imprensa oficial da União, do Estado ou do Município, no prazo máximo de trinta dias, contado a partir da assinatura do Termo de Parceria, o regulamento próprio a que se refere o art. 14 da Lei nº 9.790, de 1999, remetendo cópia para conhecimento do órgão estatal parceiro.

Art. 22. Para os fins dos arts. 12 e 13 da Lei no 9.790, de 1999, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público indicará, para cada Termo de Parceria, pelo menos um dirigente, que será responsável pela boa administração dos recursos recebidos.

Parágrafo único. O nome do dirigente ou dos dirigentes indicados será publicado no extrato do Termo de Parceria.

Art. 23. A escolha da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, para a celebração do Termo de Parceria, poderá ser feita por meio de publicação de edital de concursos de projetos pelo órgão estatal parceiro para obtenção de bens e serviços e para a realização de atividades, eventos, consultorias, cooperação técnica e assessoria. Parágrafo único. Instaurado o processo de seleção por concurso, é vedado ao Poder Público celebrar Termo de Parceria para o mesmo objeto, fora do concurso iniciado.

Art. 23. A escolha da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, para a celebração do Termo de Parceria, deverá ser feita por meio de publicação de edital de concursos de projetos pelo órgão estatal parceiro para obtenção de bens e serviços e para a realização de atividades, eventos, consultoria, cooperação técnica e assessoria. (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 1o Deverá ser dada publicidade ao concurso de projetos, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão estatal responsável pelo Termo de Parceria, bem como no Portal dos Convênios a que se refere o art. 13 do Decreto no 6.170, de 25 de julho de 2007. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 2o O titular do órgão estatal responsável pelo Termo de Parceria poderá, mediante decisão fundamentada, excepcionar a exigência prevista no caput nas seguintes situações: (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada situação que demande a realização ou manutenção de Termo de Parceria pelo prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

II - para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer sua segurança; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

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III - nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do Termo de Parceria já seja realizado adequadamente com a mesma entidade há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente aprovadas. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 3o Instaurado o processo de seleção por concurso, é vedado ao Poder Público celebrar Termo de Parceria para o mesmo objeto, fora do concurso iniciado. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 24. Para a realização de concurso, o órgão estatal parceiro deverá preparar, com clareza, objetividade e detalhamento, a especificação técnica do bem, do projeto, da obra ou do serviço a ser obtido ou realizado por meio do Termo de Parceria.

Art. 25. Do edital do concurso deverá constar, no mínimo, informações sobre:

I - prazos, condições e forma de apresentação das propostas;

II - especificações técnicas do objeto do Termo de Parceria;

III - critérios de seleção e julgamento das propostas;

IV - datas para apresentação de propostas;

V - local de apresentação de propostas;

VI - datas do julgamento e data provável de celebração do Termo de Parceria; e

VII - valor máximo a ser desembolsado.

Art. 26. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá apresentar seu projeto técnico e o detalhamento dos custos a serem realizados na sua implementação ao órgão estatal parceiro.

Art. 27. Na seleção e no julgamento dos projetos, levar-se-ão em conta:

I - o mérito intrínseco e adequação ao edital do projeto apresentado;

II - a capacidade técnica e operacional da candidata;

III - a adequação entre os meios sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados;

IV - o ajustamento da proposta às especificações técnicas;

V - a regularidade jurídica e institucional da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; e

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VI - a análise dos documentos referidos no art. 11, § 2o, deste Decreto.

Art. 28. Obedecidos aos princípios da administração pública, são inaceitáveis como critério de seleção, de desqualificação ou pontuação:

I - o local do domicílio da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ou a exigência de experiência de trabalho da organização no local de domicílio do órgão parceiro estatal;

II - a obrigatoriedade de consórcio ou associação com entidades sediadas na localidade onde deverá ser celebrado o Termo de Parceria;

III - o volume de contrapartida ou qualquer outro benefício oferecido pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

Art. 29. O julgamento será realizado sobre o conjunto das propostas das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, não sendo aceitos como critérios de julgamento os aspectos jurídicos, administrativos, técnicos ou operacionais não estipulados no edital do concurso.

Art. 30. O órgão estatal parceiro designará a comissão julgadora do concurso, que será composta, no mínimo, por um membro do Poder Executivo, um especialista no tema do concurso e um membro do Conselho de Política Pública da área de competência, quando houver.

§ 1o O trabalho dessa comissão não será remunerado.

§ 2o O órgão estatal deverá instruir a comissão julgadora sobre a pontuação pertinente a cada item da proposta ou projeto e zelará para que a identificação da organização proponente seja omitida.

§ 3o A comissão pode solicitar ao órgão estatal parceiro informações adicionais sobre os projetos.

§ 4o A comissão classificará as propostas das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público obedecidos aos critérios estabelecidos neste Decreto e no edital.

Art. 31. Após o julgamento definitivo das propostas, a comissão apresentará, na presença dos concorrentes, os resultados de seu trabalho, indicando os aprovados.

§ 1o O órgão estatal parceiro:

I - não examinará recursos administrativos contra as decisões da comissão julgadora;

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II - não poderá anular ou suspender administrativamente o resultado do concurso nem celebrar outros Termos de Parceria, com o mesmo objeto, sem antes finalizar o processo iniciado pelo concurso.

§ 2o Após o anúncio público do resultado do concurso, o órgão estatal parceiro o homologará, sendo imediata a celebração dos Termos de Parceria pela ordem de classificação dos aprovados.

Art. 31-A. O Termo de Parceria deverá ser assinado pelo titular do órgão estatal responsável por sua celebração, vedada a delegação de competência para esse fim. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 31-B. As exigências previstas no inciso III do caput do art. 9o e no art.

23 não se aplicam aos termos de parceria firmados pelo Ministério da Saúde voltados ao fomento e à realização de serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 32. O Ministro de Estado da Justiça baixará portaria no prazo de quinze dias, a partir da publicação deste Decreto, regulamentando os procedimentos para a qualificação.

Art. 33. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 30 de junho de 1999; 178º da Independência e 111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Affonso Martins de Oliviera Pedro Parente Clovis de Barros Carvalho

RESOLUÇÃO CFC N.º 828/98

Aprova a NBC T 11 – IT – 02 – Papéis de Trabalho e

Documentação de Auditoria.

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O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas

atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de

CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de

Contabilidade, atendendo ao que está disposto no artigo 3º da Resolução CFC n.º 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou a Interpretação Técnica em epígrafe para explicitar os itens 11.1.3 e 11.2.7 da NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolução CFC n.º 820, de 17 de dezembro de 1997;

CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Interpretação Técnica, assim discriminada:

NBC T 11 –IT – 02 – Papéis de Trabalho e Documentação da Auditoria;

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 11 de dezembro de 1998.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTES

Presidente

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NBC T 11 – NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

11.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

11.1.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INDEPENDENTE

11.1.1.1 – A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

11.1.1.1.1– Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios.

11.1.1.2 – Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-se que o auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma.

11.1.1.3 – O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos da auditoria das demonstrações contábeis e não representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios.

11.1.1.4 – O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade, nestas normas denominado auditor.

11.1.2 – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

11.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas e abrangem testes de observância e testes substantivos.

11.1.2.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento.

11.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em:

a) testes de transações e saldos; e

b) procedimentos de revisão analítica.

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11.1.3 – PAPÉIS DE TRABALHO

11.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, preparados de forma manual, por meios eletrônicos ou por outros meios, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião.

11.1.3.2 – Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, responsável por sua guarda e sigilo.

11.1.4 – FRAUDE E ERRO

11.1.4.1 – Para os fins destas normas, considera-se:

a) fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; e

b) erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.

11.1.4.2 – Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas.

11.1.4.3 – A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraude e erros é da administração da entidade, através da implementação e manutenção de adequado sistema contábil e de controle interno.

Entretanto, o auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis.

11.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

11.2.1 – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

11.2.1.1 – O auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas Profissionais de Auditor Independente e estas normas, e de acordo com os prazos e demais compromissos contratualmente assumidos com a entidade.

11.2.1.2 – O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre as atividades, os fatores econômicos, legislação aplicável e as práticas operacionais da entidade, e o nível geral de competência de sua administração.

11.2.1.3 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:

a) o conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade e as alterações procedidas em relação ao exercício anterior;

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b) o conhecimento detalhado do sistema contábil e de controles internos da entidade e seu grau de confiabilidade;

c) os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes da entidade, quer pelo volume de transações, quer pela complexidade de suas atividades;

d) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados;

e) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas;

f) o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores internos;

g) a natureza, conteúdo e oportunidade dos pareceres, relatórios e outros informes a serem entregues à entidade; e

h) a necessidade de atender prazos estabelecidos por entidades reguladoras ou fiscalizadoras e para a entidade prestar informações aos demais usuários externos.

11.2.1.4 – O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programas de trabalho por escrito, detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão.

11.2.1.5 – Os programas de trabalho devem ser detalhados de forma a servir como guia e meio de controle de sua execução.

11.2.1.6 – O planejamento da auditoria, quando incluir a designação de equipe técnica, deve prever a orientação e supervisão do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados.

11.2.1.7 – A utilização de equipe técnica deve ser prevista de maneira a fornecer razoável segurança de que o trabalho venha a ser executado por pessoa com capacitação profissional, independência e treinamento requeridos nas circunstâncias.

11.2.1.8 – O planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados sempre que novos fatos o recomendarem.

11.2.1.9 – Quando for realizada uma auditoria pela primeira vez na entidade, ou quando as demonstrações contábeis do exercício anterior tenham sido examinadas por outro auditor, o planejamento deve contemplar os seguintes procedimentos:

a) obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenham representações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçam as demonstrações contábeis do exercício atual;

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b) exame da adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior com os saldos de abertura do exercício atual;

c) verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas no exercício anterior;

d) identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situação patrimonial e financeira; e

e) identificação de relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, revelados ou não revelados.

11.2.2 – RELEVÂNCIA

11.2.2.1 – Os exames de auditoria devem ser planejados e executados na expectativa de que os eventos relevantes relacionados com as demonstrações contábeis sejam identificados.

11.2.2.2 – A relevância deve ser considerada pelo auditor quando:

a) determinar a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria;

b) avaliar o efeito das distorções sobre os saldos, denominações e classificação das contas; e

c) determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil.

11.2.3 – RISCO DE AUDITORIA

11.2.3.1 – Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas.

11.2.3.2 – A análise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos considerando a relevância em dois níveis:

a) em nível geral, considerando as demonstrações contábeis tomadas no seu conjunto, bem como as atividades, qualidade da administração, avaliação do sistema contábil e de controles internos e situação econômica e financeira da entidade; e

b) em níveis específicos, relativos ao saldo das contas ou natureza e volume das transações.

11.2.3.3 – Para determinar o risco da auditoria, o auditor deve avaliar o ambiente de controle da entidade, compreendendo:

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a) a função e envolvimento dos administradores nas atividades da entidade;

b) a estrutura organizacional e os métodos de administração adotados, especialmente quanto a limites de autoridade e responsabilidade;

c) as políticas de pessoal e segregação de funções;

d) a fixação, pela administração, de normas para inventário, para conciliação de contas, preparação de demonstrações contábeis e demais informes adicionais;

e) as implantações, modificações e acesso aos sistemas de informação computadorizada, bem como acesso a arquivos de dados e possibilidade de inclusão ou exclusão de dados;

f) o sistema de aprovação e registro de transações;

g) as limitações de acesso físico a ativos e registros contábeis e/ou administrativos; e

h) as comparações e análises dos resultados financeiros com dados históricos e/ou projetados.

SUPERVISÃO E CONTROLE DE QUALIDADE

11.2.4.1 – Na supervisão dos trabalhos da equipe técnica durante a execução da auditoria, o auditor deve:

a) avaliar o cumprimento do planejamento e do programa de trabalho;

b) avaliar se as tarefas distribuídas à equipe técnica estão sendo cumpridas no grau de competência exigido; c) resolver questões significativas quanto à aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

d) avaliar se os trabalhos foram adequadamente documentados e os objetivos dos procedimentos técnicos alcançados; e

e) avaliar se as conclusões obtidas são resultantes dos trabalhos executados e permitem ao auditor fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis.

11.2.4.2 – O auditor deve instituir um programa de controle de qualidade visando avaliar, periodicamente, se os serviços executados são efetuados de acordo com as Normas Profissionais de Auditor Independente e estas normas.

11.2.4.3 – O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técnica do auditor e a complexidade dos serviços que realizar. No caso do auditor atuar sem a colaboração de assistentes, o controle da qualidade é inerente à qualificação profissional do auditor.

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11.2.4.4 – Os requisitos que o auditor deve adotar para o controle da qualidade dos seus serviços são os que seguem:

a) o pessoal designado deve ter a competência e habilidade profissionais compatíveis com o requerido no trabalho realizado;

b) o pessoal designado deve ter o nível de independência e demais atributos definidos nas Normas Profissionais de Auditor Independente para ter uma conduta profissional inquestionável;

c) o trabalho de auditoria deverá ser realizado por pessoal que tenha um nível de treinamento e de experiência profissional compatível com o grau de complexidade das atividades da entidade auditada; e

d) o auditor deverá planejar, supervisionar e revisar o trabalho em todas as suas etapas, de modo a garantir aos usuários de seus serviços a certeza razoável de que o trabalho foi realizado de acordo com as normas de controle de qualidade requeridas nas circunstâncias.

11.2.4.5 – O controle de qualidade do auditor inclui a avaliação permanente da carteira dos clientes, quanto ao seguintes aspectos:

a) capacidade de atendimento ao cliente, em face da estrutura existente;

b) grau de independência existente; e

c) integridade dos administradores do cliente.

11.2.4.6 – A avaliação permanente da carteira de clientes deverá ser feita por escrito considerando os seguintes pressupostos:

a) a capacidade de atendimento será determinada pela soma das horas disponíveis, segundo horário contratado com a equipe técnica, em relação às horas contratadas com os clientes;

b) a independência em relação aos clientes deve abranger toda a equipe técnica que trabalhar para o cliente;

c) que não há evidências de que a administração do cliente adotou medidas administrativas que possam comprometer o trabalho do auditor; e

d) o auditor independente deverá avaliar a necessidade de rodízio de auditores responsáveis pela realização dos serviços, de modo a resguardar a independência do auditor responsável pela execução dos serviços.

11.2.5 – ESTUDO E AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONTÁBIL E DE CONTROLES INTERNOS

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11.2.5.1 – O sistema contábil e de controles internos compreende o plano de organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional.

11.2.5.2 – O auditor deve efetuar o estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos da entidade, como base para determinar a natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos procedimentos de auditoria, considerando:

a) o tamanho e complexidade das atividades da entidade;

b) os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos;

c) as áreas de risco de auditoria;

d) a natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela entidade;

e) o grau de descentralização de decisão adotado pela administração da entidade; e

f) o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente.

11.2.5.3 – O sistema contábil e de controles internos é de responsabilidade da administração da entidade; porém o auditor deve efetuar sugestões objetivas para seu aprimoramento, decorrentes de constatações feitas no decorrer do seu trabalho.

11.2.5.4 – A avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor deve considerar os seguintes aspectos:

a) o ambiente de controle existente na entidade; e

b) os procedimentos de controle adotados pela administração da entidade.

11.2.5.5 – A avaliação do ambiente de controle existente deve considerar:

a) a definição de funções de toda a administração;

b) o processo decisório adotado na entidade;

c) a estrutura organizacional da entidade e os métodos de delegação de autoridade e responsabilidade;

d) as políticas de pessoal e segregação de funções; e

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e) o sistema de controle da administração, incluindo as atribuições da auditoria interna, se existente.

11.2.5.6 – A avaliação dos procedimentos de controle deve considerar:

a) as normas para elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes contábeis e administrativos, para fins quer internos quer externos;

b) a elaboração, revisão e aprovação de conciliações de contas;

c) a sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros;

d) a adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados na sua implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios;

e) os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da entidade;

f) o sistema de aprovação e guarda de documentos;

g) a comparação de dados internos com fontes externas de informação;

h) os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade;

i) a limitação do acesso físico a ativos e registros; e

j) a comparação dos dados realizados com os dados projetados.

11.2.6 – APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

11.2.6.1 – A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

11.2.6.2 – Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos:

a) inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;

b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução;

c) investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade;

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d) cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e

e) revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

11.2.6.3 – Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos.

11.2.6.4 – Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:

a) existência – se o componente patrimonial existe em certa data;

b) direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data;

c) ocorrência – se a transação de fato ocorreu;

d) abrangência – se todas as transações estão registradas; e

e) mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

11.2.6.5 – Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar:

a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis;

b) a natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e

c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade.

11.2.6.6 – Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, aplicando novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias.

11.2.6.7 – Quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o auditor:

a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, através de comunicação direta com os terceiros envolvidos; e

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b) acompanhar o inventário físico realizado pela entidade, executando os testes de contagem física e procedimentos complementares aplicáveis.

11.2.7 – DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA

11.2.7.1 – O auditor deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a auditoria executada de acordo com as normas aplicáveis.

11.2.7.2 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para propiciar o entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a documentação do planejamento, a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas.

11.2.7.3 – Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional.

11.2.7.4 – Quando o auditor se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos fornecidos pela entidade, deve certificar-se da sua exatidão.

11.2.8 –CONTINUIDADE NORMAL DAS ATIVIDADES DA ENTIDADE

11.2.8.1 – A continuidade normal das atividades da entidade deve merecer especial atenção do auditor, quando do planejamento dos seus trabalhos, ao analisar os riscos de auditoria, e deve ser complementada quando da execução de seus exames.

11.2.8.2 – A evidência de normalidade pelo prazo de um ano após a data das demonstrações contábeis é suficiente para a caracterização dessa continuidade.

11.2.8.3 – Caso, no decorrer dos trabalhos, se apresentem indícios que ponham em dúvida essa continuidade, deve o auditor aplicar os procedimentos adicionais que julgar necessários para a formação de juízo embasado e definitivo sobre a matéria.

11.2.8.4 – Na hipótese de o auditor concluir que há evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade, deve avaliar os possíveis efeitos nas demonstrações contábeis, especialmente quanto à realização dos ativos.

11.2.8.5 – Quando constatar que há evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade, o auditor independente deverá, em seu parecer, mencionar, em parágrafo de ênfase, os efeitos que tal situação poderá determinar na continuidade operacional da entidade, de modo que os usuários tenham adequada informação sobre a mesma.

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11.2.8.6 – Embora não exaustivos, pelo menos os seguintes pressupostos deverão ser adotados pelo auditor na análise da continuidade da entidade auditada:

a) indicadores financeiros

1 - passivo a descoberto;

2 - posição negativa do capital circulante líquido;

3 - empréstimos com prazo fixo e vencimentos imediatos, sem possibilidade de renovação pelos credores;

4 - excessiva participação de empréstimos de curto prazo, sem a possibilidade de alongamento das dívidas ou capacidade de amortização;

5 - índices financeiros adversos de forma contínua;

6 - prejuízos substanciais de operação e de forma contínua;

7 - retração ou descontinuidade na distribuição de resultados;

8 - incapacidade de devedores na data do vencimento;

9 - dificuldades de acertos com credores;

10 - alterações ou renegociações com credores; e

11 - incapacidade de obter financiamentos para desenvolvimento de novos negócios ou produtos, e inversões para aumento da capacidade produtiva.

b) indicadores de operação

1 - perda de elementos-chaves na administração sem modificações ou substituições imediatas;

2 - perda de mercado, franquia, licença, fornecedor essencial ou financiador estratégico; e

3 - dificuldades de manter mão-de-obra essencial para a manutenção da atividade.

c) outras indicações

1 - não cumprimento de normas legais, regulamentares e estatutárias;

2 - contingências capazes de não serem cumpridas pela entidade; e

3 - mudanças das políticas governamentais que afetam a entidade.

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11.2.9 – AMOSTRAGEM

11.2.9.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem.

11.2.9.2 – Ao usar métodos de amostragem estatística ou não estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada.

11.2.9.3 – A amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade, e o resultado por ela obtido no período.

11.2.9.4 – Na determinação da amostra o auditor deve levar em consideração os seguintes fatores:

a) população objeto da amostra;

b) estratificação da amostra;

c) tamanho da amostra;

d) risco da amostragem;

e) erro tolerável; e

f) erro esperado.

11.2.9.5 – Na seleção de amostra devem ser considerados:

a) seleção aleatória;

b) seleção sistemática, observando um intervalo constante entre as transações realizadas; e

c) seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiência profissional.

11.2.10 – PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS – PED

11.2.10.1 – O uso de PED modifica a forma de processamento e armazenamento de informações, afetando a organização e os procedimentos adotados pela entidade na consecução de adequados controles internos. O auditor deve dispor de compreensão suficiente dos recursos de PED e dos sistemas de processamento existentes, a fim de avaliá-los e planejar adequadamente seu trabalho.

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11.2.10.2 – O uso de técnicas de auditoria que demandem o emprego de recursos de PED requer que o auditor as domine completamente, de forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

11.2.10.3 – O grau mínimo de conhecimento que o auditor deve ter para planejar, dirigir,supervisionar e revisar o trabalho de auditoria desenvolvido em ambiente de PED compreende:

a) conhecer suficientemente o sistema de contabilidade e de controle interno afetado pelo ambiente de PED;

b) determinar o efeito que o ambiente de PED possa ter sobre a avaliação de risco global da entidade e em nível de saldos de contas e de transações; e

c) estabelecer e supervisionar o nível de provas de controle e de procedimentos substantivos capaz de assegurar a confiabilidade necessária para conclusão sobre os controles internos e as demonstrações contábeis.

11.2.10.4 – O planejamento do trabalho em ambiente de PED deve considerar:

a) o volume de transações da entidade;

b) as entradas de dados nos sistemas que determinam múltiplas transações, registradas de forma simultânea, especialmente nos registros contábeis, as quais não podem ser validadas independentemente; e

c) as transações da entidade que são intercambiadas eletronicamente com outras entidades.

11.2.10.5 – No programa de trabalho para os exames dos sistemas de PED, o auditor independente deverá incluir:

a) o exame da segurança dos sistemas adotados pela entidade;

b) o exame da estrutura e confiabilidade dos sistemas adotados para o controle e gerenciamento das atividades da entidade; e

c) o grau de integração dos sistemas computadorizados com os registros contábeis da entidade, como forma de propiciar a confiabilidade das demonstrações contábeis da mesma.

11.2.11 – ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

11.2.11.1 – As estimativas contábeis são de responsabilidade da administração da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos, requerendo o seu julgamento na determinação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações contábeis.

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11.2.11.2 – O auditor deve ter conhecimentos suficientes sobre os controles, procedimentos e métodos utilizados pela entidade no estabelecimento de estimativas que resultem em provisões.

11.2.11.3 – O auditor deve se assegurar da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas, quando estas forem relevantes. Tal procedimento inclui, além da análise da fundamentação matemático estatística dos procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas, a coerência destas com o comportamento da entidade em períodos anteriores, as práticas correntes em entidades semelhantes, os planos futuros da entidade, a conjuntura econômica e suas projeções.

11.2.11.4 – Quando a comparação entre as estimativas feitas em períodos anteriores e os valores reais destas evidenciar variações significativas, deve o auditor verificar se houve o competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir estimativas mais apropriadas no período em exame.

11.2.12 – TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

11.2.12.1 – O auditor deve obter evidências suficientes para identificar partes relacionadas na fase de planejamento, possibilitando detectar, no decorrer dos trabalhos, quaisquer transações relevantes que as envolvam.

11.2.12.2 – O auditor deve examinar as transações relevantes com partes relacionadas, aplicando os procedimentos necessários à obtenção de informações sobre a finalidade, natureza e extensão das transações, com especial atenção àquelas que pareçam anormais ou envolvam partes relacionadas não identificadas quando do planejamento.

11.2.13 – TRANSAÇÕES E EVENTOS SUBSEQÜENTES

11.2.13.1 – O auditor deve aplicar procedimentos específicos em relação aos eventos ocorridos entre as datas do balanço e a do seu parecer, que possam demandar ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas.

11.2.13.2 – O auditor deve considerar em seu parecer os efeitos decorrentes de transações e eventos subseqüentes relevantes ao exame das demonstrações contábeis, mencionando-os como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não ajustadas ou reveladas adequadamente.

11.2.13.3 – O auditor deverá considerar três situações de eventos subseqüentes:

a) os ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer;

b) os ocorridos depois do término do trabalho de campo, com a conseqüente emissão do parecer e a data da divulgação das demonstrações contábeis; e

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c) os ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis.

11.2.13.4 – Para ter condições de formar opinião sobre as demonstrações contábeis considerando os efeitos relevantes das transações e eventos subseqüentes ao encerramento do exercício social, o auditor deve considerar:

a) os procedimentos da administração para que os eventos sejam divulgados;

b) os atos e fatos administrativos registrados em atas de reuniões de acionistas, administradores e outros órgãos estatutários;

c) os informes, de qualquer espécie, divulgados pela entidade;

d) a situação de contingências conhecidas e reveladas pela administração e pelos advogados da entidade; e

e) a existência de eventos, não revelados pela administração nas demonstrações contábeis, que tenham efeitos relevantes sobre as mesmas.

11.2.14 – CARTA DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO

11.2.14.1 – O auditor deve obter carta que evidencie a responsabilidade da administração quanto às informações e dados e à preparação e apresentação das demonstrações contábeis submetidas aos exames de auditoria.

11.2.14.2 – A carta de responsabilidade deve ser emitida com a mesma data do parecer do auditor sobre as demonstrações contábeis a que ela se refere.

11.2.15 – CONTINGÊNCIAS

11.2.15.1 – O auditor deve adotar procedimentos para assegurar-se que todas as contingências passivas relevantes, decorrentes de processos judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos em disputa, foram identificadas e consideradas pela administração da entidade na elaboração das demonstrações contábeis.

11.2.15.2 – Os seguintes procedimentos devem ser executados pelo auditor:

a) discussão, com a administração da entidade, das políticas e procedimentos adotados para identificar, avaliar e contabilizar as contingências passivas;

b) obtenção de carta dos advogados da entidade quanto à existência de contingências na época da execução dos trabalhos finais de auditoria; e

c) discussão, com os advogados e/ou a administração da entidade, das perspectivas no desfecho das contingências e da adequação das perdas contingentes provisionadas, bem como das divulgações a serem feitas nas demonstrações contábeis.

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11.2.15.3 – O auditor deve adotar os mesmos procedimentos com relação às contingências ativas.

11.3 – NORMAS DO PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

11.3.1 – GENERALIDADES

11.3.1.1 – O "Parecer dos Auditores Independentes", ou "Parecer do Auditor Independente", é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas.

11.3.1.2 – Como o auditor assume, através do parecer, responsabilidade técnico profissional definida, inclusive de ordem pública, é indispensável que tal documento obedeça às características intrínsecas e extrínsecas estabelecidas nas presentes normas.

11.3.1.3 – Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, cotistas, ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.

11.3.1.4 – O parecer deve identificar as demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está expressando sua opinião, indicando, outrossim, o nome da entidade, as datas e períodos a que correspondem.

11.3.1.5 – O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos, e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.

11.3.1.6 – Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer.

11.3.1.7 – A data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.

11.3.1.8 – O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações contábeis auditadas, em todos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão adequadamente representadas ou não, consoante as disposições contidas no item 11.1.1.1.

11.3.1.9 – O parecer classifica-se, segundo a natureza da opinião que contém, em:

a) parecer sem ressalva;

b) parecer com ressalva;

c) parecer adverso; e

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d) parecer com abstenção de opinião.

11.3.2 - PARECER SEM RESSALVA

11.3.2.1 – O parecer sem ressalva indica que o auditor está convencido de que as demonstrações contábeis foram elaboradas consoante as disposições contidas no item 11.1.1.1, em todos os aspectos relevantes.

11.3.2.2 – O parecer sem ressalva implica afirmação de que, em tendo havido alterações na observância das disposições contidas no item 11.1.1.1, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados nas demonstrações contábeis.

11.3.2.3 – O parecer sem ressalva deve obedecer ao seguinte modelo:

MODELO

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

DESTINATÁRIO

(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.

(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Local e data

Assinatura

Nome do auditor-responsável técnico

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Contador Nº de registro no CRC

Nome da empresa de auditoria

Nº de registro cadastral no CRC

11.3.3 – CIRCUNSTÂNCIAS QUE IMPEDEM A EMISSÃO DO PARECER SEM RESSALVA

11.3.3.1 – O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquer das circunstâncias seguintes, que, na sua opinião, tenham efeitos relevantes para as demonstrações contábeis:

a) discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e/ou forma de apresentação das demonstrações contábeis; ou

b) limitação na extensão do seu trabalho.

11.3.3.2 – A discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e forma de apresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à opinião com ressalva ou à opinião adversa, com os esclarecimentos que permitam a correta interpretação dessas demonstrações.

11.3.3.3 – A limitação na extensão do trabalho deve conduzir à opinião com ressalva ou à abstenção de opinião.

11.3.3.4 – Na auditoria independente das demonstrações contábeis das entidades, públicas ou privadas, sujeitas a regulamentação específica quanto à adoção de normas contábeis próprias ao segmento econômico, quando elas forem significativamente conflitantes com as disposições contidas no item 11.1.1.1, o auditor deve emitir parecer com ressalva.

11.3.3.5 – Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, deve ser incluída descrição clara de todas as razões que fundamentaram o seu parecer e, se praticável, a quantificação dos efeitos sobre as demonstrações contábeis. Essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a uma divulgação mais ampla pela entidade em nota explicativa às demonstrações contábeis.

11.3.4 – PARECER COM RESSALVA

11.3.4.1 – O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opinião.

11.3.4.2 – O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, com a utilização das expressões "exceto por", "exceto quanto" ou "com exceção de" referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva.

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11.3.5 – PARECER ADVERSO

11.3.5.1 – No parecer adverso, o auditor emite opinião de que as demonstrações contábeis não estão adequadamente representadas, nas datas e períodos indicados, de acordo com as disposições contidas no item 11.1.1.1.

11.3.5.2 – O auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com ressalva.

11.3.6 – PARECER COM ABSTENÇÃO DE OPINIÃO

11.3.6.1 – O parecer com a abstenção de opinião é aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la.

11.3.6.2 – A abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

11.3.7 – INCERTEZA

11.3.7.1 – Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações, deve o auditor adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o parágrafo de opinião, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa, a natureza e, quando possível, o efeito da incerteza.

11.3.7.2 – Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece na condição de parecer sem ressalva.

11.3.7.3 – Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incerteza relevante não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, de acordo com as disposições contidas no item 11.1.1.1, o seu parecer deve conter ressalva ou opinião adversa, pela omissão ou inadequação da divulgação.

11.3.8 – INFORMAÇÕES RELEVANTES NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

11.3.8.1 – O auditor deve incluir no seu parecer informações consideradas relevantes para adequada interpretação das demonstrações contábeis, ainda que divulgadas pela entidade.

11.3.9 –PARECER QUANDO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE CONTROLADAS E/OU COLIGADAS SÃO AUDITADAS POR OUTROS AUDITORES

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11.3.9.1 – O auditor deve assegurar-se de que as demonstrações contábeis das controladas e/ou coligadas, relevantes, utilizadas para fins de consolidação ou contabilização dos investimentos pelo valor do patrimônio líquido na controladora e/ou investidora, estão de acordo com as disposições contidas no item 11.1.1.1.

11.3.9.2 – Quando houver participação de outros auditores independentes no exame das demonstrações contábeis das controladas e/ ou coligadas, relevantes, o auditor da controladora e/ou investidora deve destacar esse fato no seu parecer.

11.3.9.3 – Nessas circunstâncias, o auditor da controladora e/ou investidora deve expressar sua opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, baseando-se exclusivamente no parecer de outro auditor com respeito às demonstrações contábeis de controladas e/ou coligadas. Esse fato deve ser destacado no parecer, indicando os valores envolvidos.

11.3.10 – PARECER SOBRE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONDENSADAS

11.3.10.1 – O auditor poderá expressar opinião sobre demonstrações contábeis apresentadas de forma condensada, desde que tenha emitido opinião sobre as demonstrações contábeis originais.

11.3.10.2 – O parecer sobre as demonstrações contábeis condensadas deve indicar que elas estão preparadas segundo os critérios utilizados originalmente e que o perfeito entendimento da posição da entidade depende da leitura das demonstrações contábeis originais.

11.3.10.3 – Toda informação importante, relacionada com ressalva, parecer adverso, parecer com abstenção de opinião e/ou ênfase, constante do parecer do auditor sobre as demonstrações contábeis originais, deve estar incluída no parecer sobre as demonstrações contábeis condensadas.

11.3.11 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NÃO-AUDITADAS

11.3.11.1 – Sempre que o nome do auditor estiver, de alguma forma, associado com demonstrações ou informações contábeis que ele não auditou, estas devem ser claramente identificadas como "não-auditadas", em cada folha do conjunto.

11.3.11.2 – Em havendo emissão de relatório, este deve conter a indicação de que o auditor não está expressando opinião sobre as referidas demonstrações contábeis

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NBC T- 12 – DA AUDITORIA INTERNA

12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

12.1.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA

12.1.1.1 – A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade.

12.1.1.2 – A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno.

12.1.2 – PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA INTERNA

12.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria interna são os exames, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações.

12.1.2.2 – Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da Entidade.

12.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da Entidade.

12.1.2.4 – As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são denominadas de "evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações.

12.1.3 – PAPÉIS DE TRABALHO

12.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho executado.

12.1.4 – FRAUDE E ERRO

12.1.4.1 – O termo "fraude" aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

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12.1.4.2 – O termo "erro" aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.4.3 – O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho.

12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

12.2.1 – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA

12.2.1.1 – O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com as diretivas estabelecidas pela administração.

12.2.1.2 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:

a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da Entidade e seu grau de confiabilidade;

b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados;

c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos exames da auditoria interna;

d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;

e) os ciclo operacionais da Entidade relacionados com volume de transações e operações;

f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a análise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que estão sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de recursos, visando verificar a existência de desvios em relação às rotinas preestabelecidas;

g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os desvios estão sendo controlados e se as conseqüentes ações corretivas estão sendo aplicadas.

12.2.1.3 – O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito, o programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão

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dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão.

12.2.1.4 – Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio de controle, devem ser revisados e ou atualizados quando necessário.

12.2.2 – APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA

12.2.2.1 – O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu trabalho.

12.2.2.2 – O processo de avaliação das informações contábeis compreende:

a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados com os objetivos e alcance da auditoria interna. As informações devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis no fornecimento de evidências às conclusões e recomendações da auditoria interna:

1. a informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno;

2. a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável através do uso apropriado das técnicas de auditoria interna;

3. a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e recomendações da auditoria interna;

4. a informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas.

b) a aplicação dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os testes e técnicas de amostragem, e, onde praticável, deve ser definida antecipadamente e ampliada ou alterada se as circunstâncias assim o exigirem.

12.2.2.3 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que o objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido.

12.2.2.4 – O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se que todas as contingências ativas e passivas relevantes decorrentes de processos judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da administração da Entidade.

12.2.2.5 – O auditor interno deve examinar a observância das legislações tributária, trabalhista e societária das legislações tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que estiver sujeita a Entidade.

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12.2.3 – DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

12.2.3.1 – O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria interna executada de acordo com as normas aplicáveis.

12.2.3.2 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna aplicados, bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.

12.2.3.3 – Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional.

12.2.3.4 – Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o auditor interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que integrá-los aos seus papéis de trabalho.

12.2.4 – AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA

12.2.4.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria interna de método de seleção dos itens a serem testados, o auditor interno pode empregar técnicas de amostragem estatística.

12.2.5 – PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS – PED

12.2.5.1 – O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de

PED e dos sistemas de processamento da Entidade, a fim de avaliá-los e planejar adequadamente seu trabalho.

12.2.5.2 – O uso de técnicas de auditoria interna que demande o emprego de recursos de PED, requer o auditor interno as domine completamente, de forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DO AUDITOR INTERNO

12.3.1 – O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem tomadas pela administração.

12.3.2 – O relatório deve ser redigido com objetividade e imparciabilidade, de forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.

12.3.3 – O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado.

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12.3.4 – O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.