atividade 02

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Atividade 02, Reberth 1EM: D

Em 1970, Ferreira Gullar é obrigado a deixar o Brasil, vivendo em várias cidades, foi em Buenos Aires, que o poeta escreveu em 1975 entre maio e outubro o “Poema Sujo” que foi muito bem acolhido pelos intelectuais. Ao questionar o título do “Poema sujo”, indaga se esse adjetivo teria a mesma conotação de pornográfico, imoral, contrário às normas tradicionais de boas maneiras. Ma o “Sujo” não se localiza nos palavrões, nas tiradas eróticas;O sujo está na miséria, na fome, na obscena divisão de classes. O sujo está inserido no tempo da enunciação do texto: anos 70, ditadura militar, milagre econômico a enriquecer uma minoria, tortura e censura obscurecendo o país, o poeta exilado, em sua vida clandestina, prestes a ser preso ou fuzilado a qualquer momento;

O “Poema sujo” é um painel-memorial onde se acham acontecimentos tristvida até aquele momento.

É “Poema sujo”, por não seguir as regras poéticas de métrica, rima, palavras adequadas e vocabulário. Há gírias, palavrões e, até mesmo, obscenidades na linguagem. Ainda pode ser “Poema sujo” por ser de um autor perseguido na época, contrário ao regime do seu tempo de rapaz.

Livro 01: Poema sujo

Vinícius de Moraes, esse “é o mais importante poema escrito em qualquer língua nas últimas décadas”;

Clarice Lispector classifica-o de “escandalosamente belíssimo”.

Considerados por muitos o maior poeta brasileiro vivo, o maranhense Ferreira Gullar teve papel importante no cenário cultural do país da segunda metade do século 20. Aliou-se ao movimento concretista - ao lado de Décio Pignatari e os irmãos Campos - e foi membro do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde chegou a publicar literatura de cordel. Escreveu peças de teatro, crônicas, ensaios e hoje colabora para diversas publicações. Seu maior poema é também sua maior obra.

O autor: Ferreira Gullar

O Sítio do Picapau Amarelo é uma criação de Monteiro Lobato, escritor brasileiro. A obra é das mais originais da literatura infanto-juvenil no Brasil e o primeiro livro da série foi publicado em Dezembro de 1920. A partir daí, Monteiro Lobato continuou escrevendo livros infantis de sucesso, com seu grupo de personagens que vivem histórias mágicas: Emília, Narizinho, Pedrinho, Marquês de Rabicó, Conselheiro, Quindim, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé, Cuca, Saci, etc. Os personagens principais moram ou passam boa parte do tempo no sítio pertencente à avó dos garotos, batizado com o nome de Picapau Amarelo, de onde vem o título da série

Livro 02: O sítio do Pica-pau amarelo

“ O Visconti de Sabugosa é sabio, o saci com aquele caximbo pula numa perna só, a Emília boneca de pano travessa, Tia Nastácia cozinha pra lá de bom e Dona Benta conta muitas hitórias legais, cuidado com a KuKa que KuKa te pega, te pega daqui te pega de lá… “ - ANONIMO

Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José

Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela

leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde menino já

mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Estudou no Instituto de Ciências e Letras de São

Paulo.

O autor: Monteiro Lobato

"A vida como ela é" é o título da coluna escrita por Nelson Rodrigues, publicada seis dias por semana, entre 1951 e 1961, no jornal carioca Última hora e na qual o tema do adultério predominava. O cenário do Rio de Janeiro dos anos 50 serve de pano de fundo para os relatos . Porta de entrada para o universo rodrigueano, o livro pode ser uma

excelente experiência inaugural, uma amostra digna do todo da obra de Nelson, de seus temas e de seu estilo personalíssimo. O fato é que ama-se ou odeia-se Nelson Rodrigues. Ele não nos deixa escolhas conciliatórias. Mas para alguém que considerava "toda unanimidade

burra", esse radicalismo está de bom tamanho.

Livro 03: A vida como ela é

Um livro que “ Causa “ - ANONIMO

Nelson Rodrigues nasceu da cidade do Recife - PE, em 23 de agosto de 1912, quinto filho dos catorze que o casal Maria Esther Falcão e o jornalista Mário Rodrigues puseram no mundo. Os nascidos no Recife, além do biografado, foram Milton, Roberto, Mário Filho, Stella e Joffre. No Rio de Janeiro nasceram os outros oito: Maria Clara, Augustinho, Irene, Paulo, Helena, Dorinha, Elsinha e Dulcinha.

O autor: Nelson Rodrigues

O livro vidas secas relata de forma explícita o cotidiano de pessoas que passam pelo problema da seca, as dificuldades por falta de água, comida, moradia, e a vida ''nômade'' que se leva por conta disso.Podemos observar que a precariedade enfrentada no livro, faz com que muitos atos impensados venham a ocorrer, como quando Fabiano demonstra em varias passagens da história, vontade de abandonar os filhos pois a seca dificulta tudo, mas sempre lutava contra as oposições encontradas e no fim os filhos terminam em uma pretensa melhoria: começam a estudar.A seca ainda hoje independente das soluções propostas pelo governo, está por várias partes horrorizando famílias que não têm condições para fazer mudanças. Com isso, elas passam fome, pois o solo fica seco e dificulta o plantio, sede por conta que os rios que muito ajudam também desaparecem, os animais morrem com tudo isso.Muito se é feito para solucionara seca, como açudes, barragens, infra-estrutura nas regiões afetadas, distribuição de água em carros pipas e muitas outras medidas. Enfim o livro vidas secas do autor Graciliano Ramos é muito usado em vestibulares, Enem, pois explica uma realidade grande do Brasil, mostrando as características, meios de sobreviver dessas pessoas.

Livro 04: Vidas Secas

“ Vidas Secas é uma obra de ficção, porém, como todos os livros de Graciliano Ramos, tem traços bibliográficos, ou seja, traz um pouco de sua vida vivida na região nordeste do país. A família pregrinando pelo sertão em busca de comida, água, dignidade e pela própria vida, mostra um lado do país que na época não era muito veiculado. A miséria, a falta de condições mínimas de sobrevivência até parece que estamos falando realmente de uma obra de ficção. Infelizmente isso não mudou. No nordeste ainda temos períodos de grande seca e outros de grande inundação. Há ainda o descaso político e social e a imigração, principalmente para o estado de São Paulo a procura de trabalho, comida, saúde e sobrevivência.” - Desconhecido

Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das suas que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura

O autor: Graciliano Ramos

Isaura que nem chegou a conhecer a sua mãe biologica,mas ela foi criada pelos seus senhores,pois Isaura teve todas as suas mordomias como uma menina da Auta sociedade.Isaura nunca frequentou sequer uma escola,mas teve o ensinamento de sua senhora que acolheu e a educou na simplicidade e que quando ela crescesse se tornasse uma mulher de respeito.Malvina e seu marido Leôncio também há outros que apesar de terem importância em determinados momentos,não foram parte do núcleo que a exemplo de Henrique,irmão de Malvina pois este é o relato das ameaças,que são astorturas e outros problemas na vida da bela Isaura que teve o azar de entrar no coração do homem errado.Entre voltas e reviravoltas,a Isaura conhece Álvaro,que é um sonho para o público feminino e é quando tudo muda ou não!O que é mais interessante é a forma como a mulher é retratada neste romance de costumes:com endeusamento,como se fosse uma fada/anjo cuja beleza é admirada por todos,mas de longe,e só pode ser apreciada pelos poucos próximos.Mas Bernardo eleva a mulher à categoria mais sublime,exaltando seus dotes e sua beleza física e espiritual.Mas pelo outro ponto válido é avaliar o nível de desigualdade,mais que financeira,social,humanitária em que as pessoas já viviam naquela época.Mas afinal,num romance de costumes não pode ter ficção,mas sim um retrato da própria realidade.Com sua simplicidade a Isaura conseguiu aos poucos modificar o jeito de que a sociedade via a mulher e ao mesmo tempo Isaura conseguiu dar uma nova vida aos seus amigos escravizados

Livro 05: A Escrava Isaura

“ Para mim, é uma história romântica, triste que realça o preconceito de uma época onde ainda havia a escravidão. Além disso, é um romance bem ao gosto popular, cujo tema o amor à primeira vista é um deles. Ver e amar é um verbo só. E isso porque a narrativa não é a história de um amor, mas dos sofrimentos do amor. Até o vilão sofre demais, apesar das maldades que comete, por causa de Isaura. E Isaura, sendo escrava, não tem direito de amar, ou pelo menos de escolher a quem vai amar “- Desconhecido

Bernardo Guimarães (1825-1884) nasceu no dia 15 de agosto, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Estudou no seminário e aos 22 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Foi amigo de Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Formou-se em 1852.

O autor: Bernardo Guimarães

DOM CASMURRO é um clássico da literatura brasileira, conhecido mesmo por aqueles que não leram o livro. Com uma trama envolvente e misteriosa, o livro é considerado a obra mais reverenciada de Machado de Assis e um

dos mais aclamados da literatura nacional. A complexidade de sua narração e de sua história o tornam um grande mistério até hoje. Afinal, Capitu traia ou não Bentinho? A história se baseia no romance entre Bento e Capitu e num possível romance entre Capitu e Escobar, melhor amigo de Bentinho. Tudo o que sabemos deste suposto triângulo amoroso é através da visão de Bento, que é o narrador da história, e esse fato faz com que

não seja possível saber se a traição ocorreu ou não. O enredo começa no ano de 1857, na rua de Mata-Cavalos, quando Bentinho, com 15 anos, se apaixona por sua vizinha adolescente e grande amiga Capitu. Devido a uma promessa feita por Dona Glória, a mãe de Bento, os dois acabam separando-se. Ao perder o primeiro filho, a

mãe prometeu que se tivesse outro filho homem, ele seguiria carreira religiosa. Bento, mesmo contrariado, foi mandado para um seminário. Lá ele conhece Escobar, também seminarista e que vem a tornar-se seu melhor

amigo e futuro marido de Sacha, a melhor amiga de Capitu. A desconfiança de Bentinho se inicia quando Escobar morre devido à reação de Capitu no velório do amigo. A partir desse momento começa a paranoia: ele nota que seu filho se parece muito com Escobar e que já havia encontrado o amigo e a esposa algumas vezes

sozinhos em sua casa. Deste momento em diante o ciúme e as suspeitas de traição só crescem. A narração feita por Bentinho pode ser considerada questionável: ele tenta convencer a si mesmo e ao leitor de que suas

suspeitas são válidas. Mas o livro também nos fornece material para duvidar do narrador. Quando li o livro pela primeira vez, na adolescência, cheguei à conclusão de que Capitu tinha traído Bentinho. Entretanto, ao ler

novamente anos depois, já tive uma visão completamente diferente de Capitu. Apesar de achá-la dissimulada e muito mais inteligente do que aparenta, agora acho que ela não traiu Bentinho. Trata-se de um romance sobre o ciúme, não sobre traição. O interessante da obra é sua capacidade de enganar: a possível inocência de Capitu

permaneceu despercebida durante tanto tempo porque se acreditava que o que estava escrito era o real e esqueciam que era apenas a visão de um dos personagens. DOM CASMURRO É envolvente, misterioso, único e

brilhante! É uma obra que deve ser lida por todos

Livro 06: Dom Casmurro

Unanimente considerada como uma das obras-primas da ficção brasileira e colocada em destaque entre as cinco

principais obras de Machado de Assis - ao lado de Quincas Borba, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó e O

Alienista - Dom Casmurro nunca deixou de estar em evidência ao longo de quase um século de sua publicação, enfrentando, assim, as vissicitudes críticas comuns à obra

machadiana. - DESCONHECIDO

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.

O autor: Machado de Assis

Este livro rendeu à Mário Quintana o prêmio Fernando Chinaglia de melhor livro do ano em 1981. Aqui encontramos poemas curtos, alguns em versos livres, outros seguindo um modelo mais clássico. Mesmo percebendo que o autor está sempre falando de si mesmo, é possivel se identificar com muitos poemas, que tratam dos mais diversos assuntos, do amor até a morte.

Livro 07: Nova antologia poética

“Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de estar lendo a gente... e não a gente a ele. Mario Quintana”.

M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o Mario, para ter na cabeceira da cama, na rede de balanço, no banco de jardim. Para ler, reler

sempre…”-DESCONHECIDO

Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.

O Autor: Mario Quintana

Em Laços de Família, Clarice Lispector nos apresenta treze contos: Devaneio e Embriaguez duma Rapariga, Amor, Uma Galinha, A Imitação da Rosa, Feliz Aniversário, A Menor Mulher do Mundo, O Jantar, Preciosidade, Os Laços de Família, Começos de Uma Fortuna, Mistério em São Cristóvão, O Crime do Professor de Matemática e O Búfalo.

Contos que nos revelam a essência do ser humano, suas dúvidas, medos, ambições, anseios, limitações, segredos... Clarice, nesses contos, nos mostra o que há de mais íntimo no ser humano. E tudo pelos meios mais corriqueiros e banais. Através dos atos mais comuns, das palavras mais faladas. Do ir ao mercado a sair para jantar. Do preparo da comida ao limpar da casa. Clarice nos mostra que tudo que fazemos e falamos esta impregnado pela nossa essência, mas, estamos sempre com muita pressa para parar e perceber essas sutilezas.

Como sempre, a escrita de Clarice nos leva a reflexão. O que há por trás das palavras? O que há por trás desse gesto? E desse sorriso?... Após essa leitura você se vê mais suscetível a perceber essas pequenas coisas. A se questionar, a se interessar pelo comum, corriqueiro, pelo cotidiano; que está repleto de sentimentos e carregado de emoções prontas a serem desvendadas.

Livro 08: Laços de Família

“Parecia ter descoberto que tudo era possível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.” - Clarice Lispector

Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida.Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, Pinkouss e Mania Lispector. Sua família veio para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai, todos mudam de nome, e Haia passa a se chamar Clarice

A autora: Clarice Lispector

A ROSA DO POVO é uma obra de linguagem poética com participação social: está profundamente sintonizada com o contexto histórico do qual nasceu. O livro foi escrito durante os anos sombrios da 2°Guerra Mundial, os anos de ditadura de Getúlio Vargas, e nele encontramos a amargura, a indignação e a esperança mescladas de forma intensa. Em seus poemas Drummond procura compreender o sentimento, o sofrimento e a angústia existencial daquela época. O poeta testemunha e nos apresenta sua reação diante da dor coletiva e da miséria do mundo moderno, com seu materialismo e sua falta de humanidade. É interessante observar que o clima dos poemas parece acompanhar o movimento histórico do qual faz parte. Inicialmente é mais silencioso, porém apreensivo, como quem aguarda a tempestade, aí vem o medo, a sensação de impotência diante de tanta tragédia e sofrimento, vem a fragilidade humana, a hora sombria da morte e o momento de reflexão. E assim, o livro e a guerra seguem finalmente para o seu desfecho e, como todo esperado final, brilha a esperança, a força e o amor. A ROSA DO POVO é um livro único. Leitura obrigatória para amantes de poesia

Livro 09: A rosa do Povo

“ Drummond conseguiu transformar uma dura realidade, o materialismo de uma

época e a falta de humanidade em poesia. Realmente o livro é único “ - Reberth

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

O autor: Carlos Drummond de Andrade

"Sagarana" é um verdadeiro divisor de águas no âmbito da literatura lusófona, pois marca o início da profunda transformação verbal realizada na língua portuguesa pelo autor; Guimarães Rosa foi, além de escritor, notório poliglota ("Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio:

sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras."), homem inteligentíssimo, diplomata, médico. Acima de tudo, porém, foi um profundo amante da palavra, e essa paixão pelas letras é

claramente a característica mais latente de sua literatura.

Confesso que, embora este não tenha sido meu pórtico à obra de Guimarães Rosa (meu primeiro contato com ela foi o excelente volume de contos "Primeiras Estórias"), o livro foi, de início, uma leitura um tanto quanto

trabalhosa devido à escrita ímpar e inimitável do autor. No decorrer das páginas fui acostumando-me (ou melhor, reacostumando-me, dado que o mesmo embargo inicial marcou minha leitura de "Primeiras Estórias") à

prosa roseana.

No entanto, acredito que a singularidade linguística de Guimarães Rosa não seja novidade para ninguém, portanto, falemos um pouco das estórias. Os contos que compõem "Sagarana" são todos ambientados no sertão

mineiro e povoados pela sorte de gente que lá reside - consequentemente, o diálogo é permeado por regionalismos, nomes de fauna e flora e um português marcadamente coloquial. Os personagens apresentam os traços físicos típicos da região. Os enredos lidam com o cotidiano do sertanejo (entretanto, dois deles merecem

destaque por apresentá-lo da perspectiva de animais: "O burrinho pedrês" e "Conversa de bois").

Todavia, (e é nisto que, na humilde opinião deste leitor, reside a força da literatura roseana) percebe-se que, destituídas de maior especificidade, as tramas possuem uma certa universalidade: são casos que podem se

passar tanto no sertão mineiro quanto na Europa medieval ("O sertão é o mundo."). Guimarães Rosa, ao mesmo tempo em que retrata com fidelidade seu berço, tece contos cativantes e atemporais, e, mais

importantemente, ao fazê-lo, alcança o que é para mim o objetivo de todo escritor: capturar a essência da alma humana em palavras. Leitura obrigatória para a vida.

Texto 10: Sagarana

“ A obra Sagarana é a primeira publicação de um dos maiores escritores brasileiros “- INFO ESCOLA

João Guimarães Rosa

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.

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