arthur da costa e silva - prof. altair aguilar
Post on 16-Jul-2015
148 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Arthur da Costa Silva1967-1969.
Arthur da Costa e Silva nasceu no dia 3 de outubro de 1902
em Taquari, Rio Grande do Sul. Filho de portugueses,
estudou no colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar
do Realengo, no Rio de Janeiro, na Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada e na Escola de
Estado-Maior do Exército. Fez parte do movimento tenentista
em 1922, quando foi preso e anistiado, e dez anos mais
tarde, em 1932, participou da Revolução Constitucionalista
que aconteceu em São Paulo.
Já envolvido na política, fez parte do grupo do exército na
embaixada do Brasil, na Argentina (1950-1952). Foi
promovido a general de divisão em 1961 e liderou o comando
do 4º Exército, em Recife (1961-1962). Ao lado de Castello
Branco, Costa e Silva foi um dos principais articuladores do
golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart, e fez
parte da junta batizada de Comando Supremo da Revolução,
formada pelo brigadeiro Correia de Melo e do almirante
Augusto Rademaker.
Nomeado para o ministério da Guerra
durante a gestão de Castello Branco
(1964-1966), afastou-se do cargo para
candidatar-se às eleições indiretas pelo
Arena (Aliança Renovadora Nacional).
Foi eleito presidente da República em 3
de outubro, mediante abstenção de
toda a bancada da oposição composta
por políticos do MDB (Movimento
Democrático Brasileiro).
Tomou posse no dia 15 de março
de 1967. O período de seu governo
foi marcado por forte agitação
política, com importantes
movimentos populares e políticos
de oposição, como a Frente Ampla,
liderada por Carlos Lacerda e
apoiada por Juscelino Kubitschek e
João Goulart. Este movimento tinha
como proposta a redemocratização,
anistia, eleições diretas para
presidente e uma nova constituinte.
O presidente Artur da Costa e Silva e o então prefeito de São Paulo,
brigadeiro Faria Lima
Nos dois primeiros anos de seu governo, a atividade política foi muita enérgica. Surgiu a Frente Ampla, criada por políticos de diversas inclinações, tendo como chefe Carlos Lacerda e o assentimento de Juscelino Kubitschek e de João Goulart. A Frente Ampla apoiava a luta pelo retorno da democracia, perdão por crimes políticos, a escolha de presidente por meio de eleições diretas e a formação de uma nova Constituinte.
Os protestos populares foram
intensificados em 1968, com
manifestações estudantis denunciando
falta de verbas e oposições contra a
privatização do ensino público. Como
resposta às críticas, Costa e Silva
instituiu o polêmico AI-5, que conferia
ao presidente da República poder para
fechar o Parlamento, cassar políticos e
professores, indicar governadores e
prefeitos.
A fase mais crítica para o governo deu-se com a
passeata dos cem mil – ato ocorrido no Rio de Janeiro –
, a tensão política aumentou e no mês de abril o
governo coibiu a Frente Ampla – as reuniões, as
expressões públicas e qualquer espécie de divulgação
tornaram-se contrárias à lei. Ocorreram greves em
Contagem, no estado de Minas Gerais e Osasco, em
São Paulo, local no qual ocorreu uma intervenção do
Governo no Sindicato dos Metalúrgicos.
No mês de outubro a UNE – União Nacional dos
Estudantes - efetuou em Ibiúna, São Paulo, uma reunião
secreta. Apesar de todo cuidado tomado, os estudantes
foram descobertos e presos. Surgem os primeiros atos
guerrilheiros na cidade de São Paulo, o Consulado
americano é alvo de uma bomba, ocorre o famoso
assalto ao trem pagador na cidade de Jundiaí, o hospital
militar do Cambuci é alvo de um ataque armado.
Um deputado do MDB, de nome Márcio Moreira Alves,
fez um discurso na Câmara dos Deputados culpando os
militares pelas atrocidades perpetradas em oposição aos
estudantes. Suas palavras foram consideradas um
afronto às forças armadas, e teve como consequência o
pedido de cassação de seu mandato pelo governo, o
qual foi negado pela Câmara dos Deputados.
Humberto de Alencar Castelo Branco, ao centro,
transmitiu a Presidência ao general Artur Costa
O governo, sentindo-se derrotado e tendo que se defender dos atos
contrários ao regime militar, tornou oficialmente público, por meio de
seu ministro da Justiça, Gama e Silva, o AI-5, cujas principais
características foram: aumento dos poderes do Presidente - os quais
permitiam a este encerrar os trabalhos do Legislativo no momento
que lhe aprouvesse, aproveitando para formalizar a cassação de
vários parlamentares -, a paralisação dos direitos políticos e a perda
dos privilégios proporcionados pela Constituição, a intercessão da
Federação nos estados e municípios, a destituição e aposentadoria
de trabalhadores públicos, entre outras providências.
Paralelamente a este caos social que o governo
enfrentava, havia coisas boas acontecendo na área
econômica, sob o comando do ministro Delfim Neto.
Houve a reconciliação entre o desenvolvimento
industrial e a concessão de crédito, a política salarial
encontrava-se sob controle, assim como a inflação, que
girava em torno de 23% ao ano.
Antônio Dias Leite, presidente da Vale, cumprimenta o então
presidente da ditadura militar, Artur da Costa e Silva Vale
Criou-se o MOBRAL - Movimento brasileiro de
Alfabetização. O Serviço de Proteção ao Índio – antigo
SPI – passou a se chamar FUNAI – Fundação Nacional
do Índio. Nesta mesma época surgiram também a
EMBRAER e a CPRM.
Reunião que aprovou o AI-5, com o presidente Artur da
Costa e Silva à cabeceira da mesa
A economia apresentou crescimento durante o
período, tanto na área industrial quanto na
facilidade de crédito, política salarial e
estabilidade na inflação. Delfim Netto foi o
Ministro da Fazenda.
Em agosto de 1969, Costa e Silva sofreu uma trombose
cerebral e foi afastado do cargo, sendo substituído por
uma junta militar. Faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de
dezembro de 1969
Prof. Altair Aguilar
top related