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E SEUS IMPACTOS NO ÂMBITO
DO DIREITO EMPRESARIAL
C RONAVÍRUS
Comissão de Direito Empresarial
abril/20
A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, 8ª SUBSEÇÃO DE PIRACICABA/SP,
com a finalidade de defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de
direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela
rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas, sempre em defesa da cidadania, atenta às mudanças e necessidades
legislativas, pilar da democracia e dos cidadãos, através de suas comissões temáticas,
externa por seus estudos, trabalho em prol de um melhor entendimento e adequação a
fim do cumprimento das normas legais.
Assim, o trabalho desenvolvido vem de encontro com as necessidades por que todos
passamos.
A Ordem dos Advogados do Brasil é o Advogado em sua essência, e juntos, unidos,
pelo mesmo ideal, temos a certeza que venceremos esse momento jamais vivido por
nossa geração.
Jefferson Luiz Lopes GoulartePresidente da OAB Piracicaba/SP – 8ª Subseção
PREFÁCIO
02
abril/20
Caro(a) leitor(a),
É cediço que o avanço da pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19) em todo o
planeta vem trazendo grandes impactos nas relações comerciais.
Será que os países continuarão dependentes da China? Será que os hábitos de
consumo irão mudar? Como será o mundo pós COVID-19? De fato, são muitas
incertezas.
Dentre os especialistas no assunto, o discurso é quase unânime: não há como
mensurar, pelo menos por enquanto, a extensão dos efeitos econômicos do
Coronavírus no futuro.
Voltando à nossa realidade, nos deparamos com diversas medidas sendo anunciadas
pelo Governo para tentar conter esses efeitos em nosso país.
Diante disso, com o objetivo de trazer informação de qualidade, sendo esta uma forma
de reafirmar o compromisso da advocacia com a sociedade, principalmente em tempos
difíceis como o qual estamos vivendo atualmente, a Comissão de Direito Empresarial
da OAB Piracicaba/SP – 8ª Subseção, através de seus membros, resolveu compilar em
um único documento algumas dessas principais medidas anunciadas, bem como outros
assuntos que possam ser relevantes para as relações empresariais.
Que possamos manter a esperança de que tudo isso vai passar (e vai passar).
Excelente leitura a todos(as).
Felipe Fernando FranchiPresidente da Comissão de Direito Empresarial da OAB Piracicaba/SP – 8ª Subseção
APRESENTAÇÃO
empresarial@oabpiracicaba.com.br
03
SUMÁRIO
abril/20
A REDUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PAGAS AO “SISTEMA S” E A
POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DAS
CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A TERCEIROS.
Pág.
07
COMENTÁRIOS SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 948/2020.
Pág.
09
DIFERIMENTO/PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO NO
PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS E SUAS OBRIGAÇÕES
ACESSÓRIAS EM RAZÃO DO ESTADO DE EMERGÊNCIA CAUSADO PELA
COVID-19.
Pág.
10
GOVERNANÇA CORPORATIVA E GERENCIAMENTO DE CRISES
FRENTE AO COVID-19.
Pág.
14
OS EFEITOS DA PANDEMIA DO COVID-19 SOBRE OS CONTRATOS
BANCÁRIOS.
Pág.
16
OS IMPACTOS DA COVID-19 NAS RELAÇÕES LOCATÍCIAS
COMERCIAIS.
Pág.
18
O PROJETO DE LEI 1.397/2020 E AS ALTERAÇÕES
TRANSITÓRIAS NA LEI 11.101/2005: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
Pág.
21
O PROJETO PILOTO DO TJSP DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO PRÉ-
PROCESSUAIS DE DISPUTAS EMPRESARIAIS DECORRENTES DOS
EFEITOS DA COVID-19.
Pág.
24
A MP 959/20 E A PRORROGAÇÃO DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI
GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS “LGPD” PARA 03 DE MAIO DE
2021.
Pág.
05
04
abril/20
Por Ramon Sena de OliveiraOAB/SP 416.901
Diante do cenário pandêmico que estamos vivendo no Brasil, que
notadamente impulsiona a severa crise política, econômica e sanitária que
está assolando nossa nação, e em prestígio aos empresários que
arduamente trabalham para a manutenção de suas atividades econômicas,
bem como temendo pela aplicação imediata das severas sanções que a Lei
Geral de Proteção de Dados permite aplicar através de seus artigos 52 a 54,
por exemplo, multa simples de 2% (dois por cento) do faturamento da
pessoa jurídica, limitada a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões), foram
alguns dos fatores que motivaram a edição da MP (Medida Provisória) 959,
de 29 de abril de 2020, que prorrogou a entrada em vigor da Lei Geral de
Proteção de Dados para o dia 03 de maio de 2021.
Neste momento, necessário expor que a Medida Provisória (MP) 959 de 29
de abril de 2020, é um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente
da República, em casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos,
mas depende de aprovação do Congresso Nacional para transformação
definitiva em lei. Seu prazo de vigência é de sessenta dias, prorrogáveis uma
vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da
sua publicação, a MP tranca a pauta de votações da Casa em que se
encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada.
Ainda, com relação a alteração da entrada em vigor da LGPD, necessário
expor que foi aprovado no Senado Federal em 03/04/2020, o projeto de Lei
1179/2020, de autoria do Senador Antônio Anastasia, que dispõem de forma
global sobre o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das Relações
Jurídicas de Direito Privado no Período de Pandemia do Coronavírus
(COVID-19), que traz em seu bojo, dentre todas as disposições
concernentes ao mesmo, alterações à Lei Geral de Proteção de Dados –
LGPD (13.709/2018).
A solução intermediária adotada no Senado Federal foi a de postergar a
entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados até 1º de janeiro de
2021, com ressalva de que os artigos relativos às sanções administrativas só
entrarão em vigor em agosto de 2021. A matéria será ainda votada na
Câmara dos Deputados e naturalmente deverá, ainda, ser sancionada pelo
Presidente da República.
Independentemente da alteração da entrada em vigor da LGPD, a
preocupação das empresas naturalmente não poderá ser adiada ou
postergada. Independentemente da aprovação na Câmara dos Deputados,
ou mesmo de novas alterações para a entrada em vigor da Lei Geral de
Proteção de Dados, a cultura que efetivamente deve ser aderida pelas
empresas e organizações que trabalham com qualquer forma de tratamento
de dados pessoais, é de que a LGPD de fato é uma realidade.
A MP 959/20 E A PRORROGAÇÃO DA ENTRADA EM VIGOR DA
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS “LGPD” PARA 03 DE
MAIO DE 2021.
05
abril/20
Outras empresas, consumidores e órgãos que possuem competência e
legitimidade concorrente com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados,
por exemplo, Procon, BACEN, Ministério Público Federal e Estadual, dentre
outros, naturalmente exigirão que todos estejam em compliance com a lei,
quer porque cedo ou tarde a mesma entrará em vigor, quer seja pelo simples
fato, de por exemplo o próprio Superior Tribunal de Justiça já estar
sinalizando que as empresas deverão ter cautela com o tratamento e
compartilhamento de dados pessoais, sob pena de haver o dever de
indenizar o titular do dado pessoal.
De certo afirmo com certa cautela que todos ganhamos um “fôlego”,
verdadeiro balão de oxigênio para focarmos esforços e recursos no sentido
de trabalharmos com seriedade, ética e segurança jurídica nos programas de
adequação à Lei Geral de Proteção de Dados.
Destaco, por fim, que os principais aspectos positivos da alteração da
entrada em vigor da LGPD que até então era a data de 16/08/2020 para o
dia 03/05/2021, sendo eles: (I) Pesquisa realizada pela empresa ICTS
Protiviti, aponta que 84% das empresas no Brasil ainda não estão
preparadas ou adequadas para LGPD, neste aspecto, a prorrogação da
entrada em vigor proporciona maior qualidade de tempo e segurança para a
implementação dos Programas de Adequação; (II) Em decorrência da
Pandemia do COVID-19, as empresas estão com seu budget de 2020
comprometido, motivo pelo qual a prorrogação da entrada em vigor da
LGPD, trará, assim, condições para as empresas provisionarem seu fluxo de
caixa para a realização dos investimentos necessários para seu Programa
de Adequação; (III) A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) se
beneficiará deste alargamento do prazo, para que assim possa também
estruturar de forma sólida seu Conselho Diretor, O Conselho Nacional de
Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, bem como cumprir seu papel
de desenvolvimento consultivo e orientador da LGPD.
Por fim, deixo uma mensagem à todos os empresários, advogados,
contadores e entusiastas da área nos seguintes termos : “Com o adiamento
da entrada em vigor da LGPD, haverá obviamente mais tempo para que as
empresas possam se preparar, conscientizar, treinar seus colaboradores e
realizar auditorias em seu Programa de Adequação, eis que, a estruturação e
implementação de um Programa de adequação à LGPD revisitará todos os
processos internos das empresas e demandará uma análise jurídica e da
segurança da informação que notadamente exigirá tempo, por esta razão e
diante das novas perspectivas da entrada em vigor que surgem, o tempo se
revela cada vez mais curto diante das necessidades e extensas obrigações
que devem ser seguidas, segundo as diretrizes da Lei Geral de Proteção de
Dados.”
A MP 959/20 E A PRORROGAÇÃO DA ENTRADA EM VIGOR DA
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS “LGPD” PARA 03 DE
MAIO DE 2021.
06
abril/20
Por Júlio Cardoso HigashiOAB/SP 317.538
O anúncio do Governo sobre a redução das Contribuições do “SISTEMA S”,
que dependia de aprovação do Congresso, foi concretizado pela Medida
Provisória nº 932, publicada em 31 de março de 2020.
De acordo com a MP, no período de 1º de abril 2020 até 30 de junho de
2020, excepcionalmente, ficam reduzidas as alíquotas das contribuições
para os seguintes percentuais:
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP): um
inteiro e vinte e cinco centésimos por cento – 1,25%.
• Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Social do Comércio (SESC) e
Serviço Social do Transporte (SEST): setenta e cinco centésimos por cento –
0,75%.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte (SENAT): cinco décimos por cento – 0,5%.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR):
a) um inteiro e vinte e cinco centésimos por cento – 1,25% da
contribuição incidente sobre a folha de pagamento;
b) cento e vinte e cinco milésimos por cento – 0,125% da contribuição
incidente sobre a receita da comercialização da produção rural devida
pelo produtor rural pessoa jurídica e pela agroindústria; e
c) dez centésimos por cento – 0,10% da contribuição incidente sobre a
receita da comercialização da produção rural devida pelo produtor rural
pessoa física e segurado especial.
A taxa de retribuição à Receita Federal devida pela arrecadação das
contribuições será duplicada de 3,5% para 7%, ou seja, as entidades
parafiscais terão o ônus de repassar ao Fisco o dobro daquilo que arrecadar.
A única exceção das medidas de redução é o SEBRAE, que não terá corte
na receita, todavia, terá que destinar metade do que arrecada para o Fundo
de Aval às Micro e Pequenas Empresas.
Ainda, diante da crise de pandemia causada pelo novo Coronavírus,
algumas teses tributárias ganharam força, entre elas, destaca-se aquela que
limita a 20 (vinte) vezes o salário mínimo a base de cálculo das contribuições
parafiscais, em especial aos componentes do denominado Sistema S.
A REDUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PAGAS AO “SISTEMA S” E
A POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DAS
CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A TERCEIROS.
07
abril/20
Esta pode ser a solução para que muitas empresas consigam um “alívio
fiscal”, sendo muito vantajosa para contribuintes que têm uma onerosa folha
de pagamento, vez que a atual base de cálculo recai sobre o montante dos
salários de seus funcionários.
A tese em si, encontra-se respaldo no artigo 4º, da Lei nº 6.950/81, e, artigo
3º do Decreto-lei nº 2.318/86, aquele por estabelecer o limite legal na base
de cálculo a 20 (vinte) vezes o salário mínimo, e, este por retirar a limitação
tão somente sobre a contribuição para a previdência social, não
mencionando nada a respeito das entidades parafiscais.
O argumento em si é forte e tem ganhado relevância, já que o Superior
Tribunal de Justiça¹, recentemente, conferiu entendimento favorável ao
contribuinte, que poderá pleitear os últimos 5 (cinco) anos da diferença que
pagou a mais, bem como deixar de pagar contribuições futuras sobre a folha
de pagamento.
__________________________________¹ AgInt. no REsp 1570980/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em
17/02/2020, DJe 03/03/2020.
A REDUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PAGAS AO “SISTEMA S” E
A POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DAS
CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A TERCEIROS.
08
abril/20
Por Rafael Souza TeixeiraOAB/SP 358.445
A recém-publicada, a Medida Provisória nº 948/2020, dispõe sobre a
possibilidade de cancelamento de serviços, reservas e eventos dos setores
de turismo e cultura em razão do estado de calamidade pública decretado
em função da pandemia de COVID-19.
A referida Medida Provisória permite que as empresas com atividades nesse
ramo tenham alternativas diferentes das elencadas no Código de Defesa do
Consumidor para o trato com clientes.
À título de exemplo, o prestador de serviço poderá cancelar o evento ou
reserva que havia se obrigado com o consumidor e reter o valor pago, desde
que assegure a remarcação da prestação de serviços cancelada, bem como,
respeite a sazonalidade e valores dos serviços cancelados; disponibilize
créditos ao consumidor para uso ou abatimento na compra de outros
serviços, reservas e eventos; ou, realize algum outro acordo diretamente
com o consumidor.
Vale ressaltar que as remarcações serão realizadas sem custo ou taxa
adicional ao consumidor, e deverão ser realizadas no prazo de 12 meses a
contar da data do encerramento do estado de calamidade pública.
No que se refere a disponibilização do crédito ao consumidor, esse terá o
prazo de 12 meses contados da data do encerramento da calamidade
pública para utilizá-lo. Entretanto, caso nenhuma dessas opções se tornem
viáveis às partes, a empresa poderá restituir os valores pagos pelo
consumidor, atualizado monetariamente, no prazo de doze meses.
COMENTÁRIOS SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 948/2020.
09
abril/20
Por Rodrigo Schiavon RosattiOAB/SP 345.880
a) Relato histórico – Princípio da Legalidade:
Inicialmente, um breve relato histórico no sentido de que no ano de 2012, o
Governo Federal, através do Ministério da Fazenda, editou a Portaria nº 12,
de 20 de janeiro de 2012 cujo objeto é “Prorroga o prazo para pagamento
de tributos federais, inclusive quando objeto de parcelamento, e suspende
o prazo para a prática de atos processuais no âmbito da Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB) e da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN), na situação que especifica”.
Pois bem, prevê o artigo 1º da aludida portaria 12/2012 que “(...) as datas de
vencimento de tributos federais administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), devidos pelos sujeitos passivos domiciliados nos
municípios abrangidos por decreto estadual que tenha reconhecido estado
de calamidade pública, ficam prorrogadas para o último dia útil do 3º
(terceiro) mês subsequente”.
Portanto, ao contrário das dificuldades verificadas em outros ramos do
direito e que não havia previsão legal (salvo teórica “fato príncipe”)
para solucionar diversas questões controversas surgidas em razão da
Pandemia da COVID-19, A Fazenda Nacional e Receita Federal do Brasil
não tiveram dificuldade em atender ao princípio da legalidade para
determinar o diferimento do pagamento de tributos e suas obrigações
acessórias, uma vez que já se encontrava resguardada na legislação vigente
através da portaria em comento.
b) Simples Nacional - Resolução CGSN 154/2020 da Receita Federal –
Diferimento de Tributos:
Atendendo ao PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, a Receita Federal em
03/04/2020, publicou a Resolução CGSN 154/2020 no sentido de prorrogar o
vencimento de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil,
oriundos de fatos geradores oriundos do Simples Nacional.
DIFERIMENTO/PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO
NO PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS E SUAS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM RAZÃO DO ESTADO DE
EMERGÊNCIA CAUSADO PELA COVID-19.
10
abril/20
Art. 1º Em função dos impactos da pandemia da Covid-19, as datas de
vencimento dos tributos apurados no âmbito do Simples Nacional ficam
prorrogadas da seguinte forma:
I - quanto aos tributos de que tratam os incisos I a VI do caput do art. 13 e as
alíneas "a", "b" e "c" do inciso V do § 3º do art. 18-A, ambos da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006:
a) o Período de Apuração março de 2020, com vencimento original em 20 de
abril de 2020, vencerá em 20 de outubro de 2020;
b) o Período de Apuração abril de 2020, com vencimento original em 20 de
maio de 2020, vencerá em 20 de novembro de 2020; e
c) o Período de Apuração maio de 2020, com vencimento original em 22 de
junho de 2020, vencerá em 21 de dezembro de 2020;
II - quanto aos tributos de que tratam os incisos VII e VIII do caput do art. 13 da
Lei Complementar nº 123, de 2006:
a) o Período de Apuração março de 2020, com vencimento original em 20 de
abril de 2020, vencerá em 20 de julho de 2020;
b) o Período de Apuração abril de 2020, com vencimento original em 20 de
maio de 2020, vencerá em 20 de agosto de 2020; e
c) o Período de Apuração maio de 2020, com vencimento original em 22 de
junho de 2020, vencerá em 21 de setembro de 2020.
Parágrafo único. As prorrogações de prazo a que se referem os incisos I e II do
caput não implicam direito à restituição ou compensação de quantias
eventualmente já recolhidas.
Por fim, importante ressaltar que aludida portaria prevê que “as prorrogações
de prazo a que se referem os incisos I e II do caput não implicam direito à
restituição ou compensação de quantias eventualmente já recolhidas”.
c) Contribuições gerais à Previdência Social:
No que se refere as contribuições à Previdência Social, o Ministro da
Economia Paulo Guedes, subscreveu as Portarias 139/2020 e 150/2020, que
tem por objeto o diferimento do pagamento de PIS, COFINS,
contribuição cota patronal, SAT/RAT, CPRB e contribuição devida pelo
empregador doméstico.
PORTARIA Nº 139, DE 3 DE ABRIL DE 2020
Art. 1º As contribuições previdenciárias de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212,
de 24 de julho de 1991, devidas pelas empresas a que se refere o inciso I do
caput e o parágrafo único do art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991, e a contribuição
de que trata o art. 24 da Lei nº 8.212, de 1991, devida pelo empregador
doméstico, relativas às competências março e abril de 2020, deverão ser
pagas no prazo de vencimento das contribuições devidas nas
competências julho e setembro de 2020, respectivamente.
Art. 2º Os prazos de recolhimento da Contribuição para o PIS/PASEP e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS de que
tratam o art. 18 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, o
art. 10 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e o art. 11 da Lei nº
10.833, de 29 de dezembro de 2003, relativas às competências março e abril
de 2020, ficam postergadas para os prazos de vencimento dessas
contribuições devidas nas competências julho e setembro de 2020,
respectivamente.
DIFERIMENTO/PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO
NO PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS E SUAS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM RAZÃO DO ESTADO DE
EMERGÊNCIA CAUSADO PELA COVID-19.
11
abril/20
PORTARIA Nº 150, DE 7 DE ABRIL DE 2020
Art. 1º As contribuições previdenciárias de que tratam os arts. 22, 22-A e 25
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, o art. 25 da Lei nº 8.870, de 15 de abril
de 1994, e os arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
devidas pelas empresas a que se referem o inciso I do caput e o parágrafo
único do art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991, e a contribuição de que trata o art. 24
da Lei nº 8.212, de 1991, devida pelo empregador doméstico, relativas às
competências março e abril de 2020, deverão ser pagas no prazo de
vencimento das contribuições devidas nas competências julho e setembro
de 2020, respectivamente”
Por fim, importante ressaltar que aludida portaria prevê que “as prorrogações
de prazo a que se referem os incisos I e II do caput não implicam direito à
restituição ou compensação de quantias eventualmente já recolhidas”.
d) Contribuição do FGTS:
O Presidente Jair Bolsonaro publicou a Medida Provisória 927/2020, no
sentido de regular diversas questões controvertidas e imprevisíveis nas
relações de Trabalho em razão da Pandemia do COVID-19.
Sob o aspecto empresarial e tributário de que trata a Medida Provisória
927/2020, destaque para a obrigação da sociedade empresária depositar os
débitos de FGTS de seus colaboradores e que foi tratada pelo executivo
federal no artigo 19 no sentido de suspender as parcelas do FGTS pelos
empregadores referente às competências de março, abril e maio de 2020,
com vencimento em abril, maio e junho de 2020.
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 927, DE 22 DE MARÇO DE 2020:
Art. 19. Fica suspensa a exigibilidade do recolhimento do FGTS pelos
empregadores, referente às competências de março, abril e maio de 2020, com
vencimento em abril, maio e junho de 2020, respectivamente.
(...) Art. 20. O recolhimento das competências de março, abril e maio de 2020
poderá ser realizado de forma parcelada, sem a incidência da atualização, da
multa e dos encargos previstos no art. 22 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de
1990.
(...) § 1º O pagamento das obrigações referentes às competências
mencionadas no caput será quitado em até seis parcelas mensais, com
vencimento no sétimo dia de cada mês, a partir de julho de 2020, observado o
disposto no caput do art. 15 da Lei nº 8.036, de 1990.
Destaque para o parágrafo 1º no sentido de que a Sociedade Empresária
poderá optar pelo parcelamento dos débitos de FGTS com vencimento
em 6 parcelas março, abril e maio no 7º dia de cada mês à partir de
julho/2020.
DIFERIMENTO/PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO
NO PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS E SUAS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM RAZÃO DO ESTADO DE
EMERGÊNCIA CAUSADO PELA COVID-19.
12
abril/20
e) Judicialização – Tentativa de diferimento além daqueles já fixados
pela União:
Alguns contribuintes bateram às portas dos TRF’s a fim de buscar
prorrogações mais extensas de prazos para pagamentos de Tributos de
competência da União Federal.
Por sua vez, os tribunais Regionais Federais, até o momento, vêm afirmando
em sede de liminar, que se o Poder Judiciário concedesse prorrogação do
pagamento dos tributos federais, não só estaria atuando como legislador
positivo, uma vez que a moratória depende de lei (art. 153 do CTN), como
também usurparia competência dos outros poderes.
Segue destaque posicionamento do Egrégio TRF-4 ao julgar Agravo de
Instrumento oposto pela notória rede de lanchonetes MADERO e que
provavelmente servirão de leading case na nossa jurisprudência:
[...] Na concessão de prorrogação do pagamento dos tributos federais pelo
Poder Judiciário, não só estaria atuando como legislador positivo, uma
vez que a moratória depende de lei (art. 153 do CTN), como também
usurparia competência dos outros poderes, o que evidentemente não lhe é
dado. Inaplicável a Portaria MF 12/2012, mesmo porque, no seu art. 3º,
estabelece que a "RFB e a PGFN expedirão, nos limites de suas competências,
os atos necessários para a implementação do disposto nesta Portaria, inclusive
a definição dos municípios a que se refere o art. 1º". Essa regulamentação
inexiste. Não é inequívoca, portanto, a prova do direito alegado, não lhe
outorgando verossimilhança. Dispositivo. Pelo exposto, indefiro medida liminar
recursal, mantida a decisão recorrida até o exame deste recurso pelo colegiado.
Intimem-se, sendo a parte agravada para responder, querendo, nos termos do
inc. II do art. 1.019 do CPC. Após, retorne o processo concluso para
julgamento. (TRF-4 - AG: 50126443720204040000 5012644-
37.2020.4.04.0000, Relator: ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, Data de
Julgamento: 01/04/2020, PRIMEIRA TURMA)¹
Portanto, até a presente data demonstra-se sem efeito as tentativas dos
contribuintes de pleitear pela via judicial o diferimento de tributos da União
em prazos diversos daqueles já firmados na legislação vigente ou para
aquele contribuinte que não se adeque ao enquadramento fiscal previsto nas
legislações vigentes.
__________________________________¹ Confira a íntegra em: https://cutt.ly/1yh4VGB
DIFERIMENTO/PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO
NO PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS E SUAS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM RAZÃO DO ESTADO DE
EMERGÊNCIA CAUSADO PELA COVID-19.
13
abril/20
Por Evelin de Fátima SilvaOAB/SP 325.843
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou
que o surto da doença causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) se
constituía uma emergência de saúde pública de importância internacional.
Com o crescente número de casos ao redor do mundo, em 11 de março de
2020, foi declarada uma pandemia de Covid-19.¹
O Brasil é um dos países com transmissão comunitária da COVID-19 e
confirmou 78.162 casos e 5.466 mortes pela doença até a tarde do dia 29 de
abril de 2020.²
Em virtude do cenário atual causado pela pandemia da Covid-19, passamos
a refletir ainda mais sobre a importância da Governança Corporativa em
momentos de crise.
O impacto deste cenário catastrófico nas empresas é ainda impensado. No
entanto, os problemas que todos terão de enfrentar durante a crise já é certa
e qualquer empresa independente do tamanho e do seguimento está
exposta a eventuais crises.
Ainda, as notícias que diariamente são veiculadas na totalidade dos veículos
de imprensa permitem concluir que não haverá retomada da normalidade em
um curto espaço de tempo.
É neste ponto que entra a necessidade imediata das empresas se
adaptarem a um novo cenário, reverem planos estratégicos e direcionarem
esforços para novas frentes.
O IBGC, em seu Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa,
define governança corporativa como “o sistema pelo qual as empresas e
demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo
os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria,
órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.³
Assim, tornam-se perceptíveis as bases da Governança Corporativa: a
transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade
corporativa, fazendo com que o controle seja tão importante quanto à
gestão.
Nesse contexto, medidas podem ser avaliadas pelas empresas para debelar
este momento difícil, como, por exemplo, a criação de um comitê de Risco.
__________________________________¹ Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
² Idem.
³ IBGC, Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, op. cit., p. 20.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E GERENCIAMENTO DE CRISES
FRENTE AO COVID-19.
14
abril/20
Sobre a existência de um comitê específico, vale destacar que não se trata
de exigência regulatória4, mas está alinhada às melhores práticas de gestão
de riscos e controles internos. A existência desse comitê está associada ao
nível de maturidade da organização em relação às práticas de Governança
Corporativa.
Riscos até então considerados irrelevantes podem vir a ter especial
importância no cenário atual. A empresa pode estabelecer um Comitê
devendo ser chamada à discussão juntamente com os demais
departamentos.
Esse processo envolve todas as áreas da organização, tais como Jurídico,
RH, Comercial, para que as decisões considerem os impactos em cada setor
da empresa.
Frisa-se que quando a filosofia da empresa está adequadamente
desenvolvida para administrar riscos, entendida e aceita por todos da
organização, ela estará em condições de identificar e administrar riscos com
eficácia.
De forma prática, podemos dizer que o gerenciamento de riscos integra a
Governança de uma empresa, visto que o risco precisa ser identificado,
medido, tratado e monitorado e essas informações alimentam o processo de
tomada de decisão por parte de diferentes agentes (por exemplo, sócios,
conselho de administração, clientes, fornecedores, diretoria e etc.)
É necessária uma estrutura de governança clara. Referida estrutura definirá
atribuições e responsabilidades de cada agente, indicando, por exemplo,
quem identificará e avaliará os riscos, quem tomará as decisões sobre o
tratamento dos riscos, quem monitorará os riscos, e quem fiscalizará o
processo como um todo.
Portanto, Governança, Risco e Compliance de uma forma combinada agrega
valor superior à mera existência isolada desses três pilares dentro da
empresa.
A empresa deve adotar controles internos e extraordinários para monitorar os
programas/comitês e conduzir reportes periódicos à alta administração.
Fato é que a paralisação causada pelo período de quarentena traz reflexões
importantes, a princípio faz com que a visão se volte a implementação de
uma Governança mais efetiva dentro das empresas. É preciso ter um
trabalho integrado e em time. Somente com o esforço de todos, veremos a
melhora dos resultados.
__________________________________4 Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal devem instituir um comitê de governança, riscos
e controles. As empresas estatais federais devem implementar políticas de conformidade e
gerenciamento de riscos adequadas ao seu porte e consistentes com a natureza, complexidade e
risco das operações por elas realizadas. Art. 23 da Instrução Normativa Conjunta CGU/MP n. 001, de
10 de maio de 2016.
GOVERNANÇA CORPORATIVA E GERENCIAMENTO DE CRISES
FRENTE AO COVID-19.
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abril/20
Por Ana Maria Rodrigues JaneiroOAB/SP 337.218
A crise provocada pela pandemia do COVID-19 acarretou grande impacto na
economia global, notadamente na brasileira, razão pela qual as empresas,
em especial, vêm se deparando com a impossibilidade de cumprimento de
determinadas obrigações contratualmente assumidas com as instituições
bancárias.
Diante da excepcionalidade dessa situação, instituições bancárias
capitaneadas pela FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos passaram
a considerar a necessidade de serem tomadas medidas colaborativas, tendo
havido articulação por parte dos maiores bancos privados e públicos
atuantes no país no sentido de ser concedida, por exemplo, a prorrogação
de vencimento de algumas dívidas.
Dentre outras medidas adotadas pelas instituições bancárias, destaca-se,
igualmente, a redução de taxas de juros em linhas de crédito, bem como a
concessão de carência em algumas modalidades de contratos. A Caixa
Econômica Federal, por exemplo, vem concedendo forte apoio às micro e às
pequenas empresas, com redução de juros em linhas de capital de giro e
disponibilização de linhas de crédito especiais com até seis meses de
carência para empresas que atuam nos setores de comércio e prestação de
serviços, atividades essas mais afetadas pela crise.
Tratam-se, pois, de medidas que objetivam estimular a economia em um
momento crítico da economia brasileira, sendo certo que cada banco tem
definido critérios próprios e específicos para renegociação de dívidas com os
clientes afetados pelo caos do Coronavírus.
A verdade, no entanto, é que as medidas que vêm sendo adotadas pelos
bancos, apesar de oportunas, não poderão ser aplicadas indistintamente, de
modo que muitos conflitos surgirão em decorrência dos contratos bancários
em pleno vigor e que foram afetados pelos efeitos da pandemia do COVID-
19, daí porque certamente o Poder Judiciário será acionado, talvez em
grande escala, para solução desses litígios.
Isso porque, no tocante aos contratos bancários, enfatizamos
especificamente os de empréstimo e cédulas de crédito, sendo certo que a
maior parte desses contratos geralmente não prevê disposições específicas
relativas à força maior e, por consequência, de exclusão de responsabilidade
de tomadores e garantidores.
Nesse sentido, é oportuno destacar alguns institutos previstos em nosso
ordenamento jurídico pátrio que cuidam justamente das questões relativas à
alteração superveniente das circunstâncias contratuais e seus efeitos sobre
a relação contratual - como forma de minimizar a rigidez do princípio
tradicional conhecido como pacta sunt servanda -, sendo eles vinculados,
pois, aos conceitos da teoria da imprevisão, de onerosidade excessiva, de
caso fortuito e força maior.
OS EFEITOS DA PANDEMIA DO COVID-19 SOBRE OS
CONTRATOS BANCÁRIOS.
16
abril/20
As obrigações inseridas em alguns pactos bancários possuem caráter
objetivo, de forma que, em tese, não seriam afetadas por circunstâncias
excepcionais, como a atual pandemia do COVID-19. Certo, ainda, que o
conceito de força maior não pode ter sua aplicação generalizada, razão pela
qual será necessária muita cautela, devendo ser feita uma análise criteriosa
de cada caso concreto.
Fato é que as empresas, sejam elas de maior ou menor porte, já estão
suportando impactos financeiros relevantes, de modo que o Judiciário já vem
sendo acionado para solucionar questões relacionadas ao pagamento de
contratos bancários.
Tomemos como exemplo recente decisão proferida da 22ª Vara Cível de São
Paulo/SP, que suspendeu, por 90 (noventa) dias, os pagamentos das
prestações ajustadas em cédulas de crédito bancário entre um restaurante e
uma instituição financeira. No caso concreto, o restaurante firmou duas
cédulas de crédito bancário num total equivalente a R$ 3.000.000,00 (três
milhões de reais), sendo que, em razão da crise econômica decorrente da
pandemia do Coronavírus, o restaurante teve que fechar as portas, ficando
sem faturamento e sem condições de continuar com o pagamento das
parcelas que vinham sendo adimplidas corretamente, de modo que pediu a
suspensão temporária dos pagamentos das prestações ao banco, sem
cobrança de multa.
O juiz então acolheu o pedido, argumentando que o caso fortuito ou força
maior excluiria a responsabilidade da parte que não deu causa ao seu
advento, consoante preceitua o artigo 393 do Código Civil, destacando,
ainda, que no momento da assinatura dos contratos com o banco, o
restaurante não tinha como prever o surgimento de uma pandemia que
atingiria justamente a sua atividade econômica, praticamente paralisando-a.
(TJSP, processo nº 1027465-60.2020.8.26.0100, julgado em 31/03/2020).
Por todo o exposto, tem-se que, no que diz respeito aos contratos bancários
nesse cenário de incerteza e caos ocasionado pelo COVID-19, o que
certamente deverá imperar é a aplicação dos princípios do direito
obrigacional e contratual que norteiam toda a relação em sociedade em
nosso país, com especial destaque para os princípios da boa-fé objetiva, da
conservação dos contratos, da função social do contrato e do equilíbrio
econômico.
O Estado, por seu Poder Judiciário, deverá atuar para equilibrar as relações
jurídicas em geral, notadamente aquelas a envolver as instituições
bancárias, de modo a salvaguardar não apenas o interesse das partes, mas
também o interesse público, evitando maiores e profundos prejuízos a todos,
mormente àqueles que se mostram mais vulneráveis na relação jurídica
estabelecida.
OS EFEITOS DA PANDEMIA DO COVID-19 SOBRE OS
CONTRATOS BANCÁRIOS.
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abril/20
Por Ana Maria Rodrigues JaneiroOAB/SP 337.218
O atual cenário de crise instituído pela pandemia do novo Coronavírus tem
impactado drasticamente diversos setores da sociedade, causando
preocupação dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de modo que
medidas protetivas, muitas delas em caráter de urgência e/ou emergência,
têm sido buscadas como forma de atenuar os conflitos surgidos.
A intervenção estatal no momento, portanto, tenciona, prioritariamente,
garantir uma segurança à sociedade civil, todavia, muitos têm sido os
questionamentos acerca dos reais impactos de toda a situação nas relações
contratuais, notadamente quanto aos contratos de execução continuada, a
exemplo dos contratos de locação comercial.
É possível verificar o esforço de planejamento por parte dos poderes estatais
no sentido de amenizar o impacto de possíveis inadimplências contratuais no
âmbito das relações locatícias, por meio de regulações temporárias que
possam servir para evitar a sobrecarga do Judiciário, apresentando-se como
alternativas para solução de litígios. No entanto, no tocante às relações
locatícias comerciais, o que se vê no cenário caótico de pandemia do
COVID-19 é que a problemática apresenta-se não muito bem delimitada, o
que pode ensejar inúmeras discussões perante o Judiciário.
Senão vejamos, por exemplo, o Projeto de Lei nº 1.179/2020, já aprovado
pelo Senado Federal, que possui como escopo instituir normas de caráter
provisório para regulação de relações jurídicas privadas enquanto
perdurarem os efeitos da pandemia no país. Quando da apresentação do
referido projeto, esperava-se que a normativa viesse a regular também as
relações locatícias comerciais, tendo em vista, fundamentalmente, o prejuízo
já experimentado por locatários que sofreram quedas bruscas em suas
receitas em razão das medidas de fechamento do comércio e paralisação de
determinadas atividades.
No entanto, a redação original do projeto contemplou apenas a locação
residencial, no intuito de proteger o locatário pessoa física que viesse a ter
sua renda impactada, permanecendo no texto tão somente dispositivo que
limita a concessão de liminar de despejo para desocupação de imóvel
urbano residencial ou não, no período compreendido entre 20 de março e 30
de outubro de 2020.
Na falta de um amparo legislativo para resolução dos conflitos no contexto
das relações locatícias comerciais, a solução, então, deverá ser buscada
perante o Judiciário, que poderá impor a revisão ou a restituição do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos, levando-se em conta, possivelmente, a
ocorrência de força maior, seja pelo “fato do príncipe”, seja pela
impossibilidade da prestação/obrigação contratual, havida assim como
consequência direta do evento imprevisto e necessário.
OS IMPACTOS DA COVID-19 NAS RELAÇÕES LOCATÍCIAS
COMERCIAIS.
18
abril/20
Diversas decisões judiciais já vêm sendo proferidas em todo o país nesse
sentido, tendo sido deferidos pedidos de redução ou mesmo suspensão de
aluguel, pleitos esses formulados por pessoas jurídicas impactadas em suas
atividades pelas medidas de combate ao COVID-19.
No entanto, é preciso cautela, porquanto a aplicação do conceito de força
maior não é automática e genérica, não ocorrendo indistintamente a toda e
qualquer relação contratual. Nesse contexto é que, mesmo diante do cenário
de pandemia do novo Coronavírus, também nos deparamos com decisões
judiciais que não permitiram a suspensão do pagamento do aluguel, como,
por exemplo, entendimento da 36ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de
Justiça de São Paulo, ao julgar caso de uma concessionária de veículos que
solicitou que o pagamento do aluguel fosse suspenso pelo prazo mínimo de
quatro meses, já que a empresa teve que suspender suas atividades por
causa da quarentena.
Na hipótese, o desembargador relator da ação argumentou que, nos casos
de força maior ou caso fortuito, o direito positivo autorizaria a parte a resolver
o contrato ou postular a readequação do “valor real da prestação”, mas não a
simplesmente suspender o cumprimento da obrigação, afirmando que o fato
de as atividades comerciais da parte autora terem sido interrompidas por
força da quarentena decorrente da pandemia de COVID-19 não autorizaria o
juiz a suspender o pagamento dos aluguéis (TJSP, Agravo de Instrumento nº
2063701-03.2020.8.26.0000, julgado em 06/04/2020).
Importante, ademais, destacar a situação de lojistas de shopping centers, a
qual pode ser ainda mais alarmante, tendo em vista o quanto disposto na Lei
do Inquilinato – Lei nº 8.245/1991 a permitir ao locador da relação lojistas-
empreendedores de shopping centers fazer prevalecer as condições
livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos, além de
possibilitar a convenção de renúncia ao direito de revisão do valor dos
aluguéis.
Os contratos de locação em shopping centers, possuem, portanto, condições
bastante peculiares, no entanto, será necessário bom-senso, porquanto
mesmo a possibilidade de renúncia à força maior ou à revisão do aluguel não
pode ser capaz de afastar o direito ao abatimento de aluguéis quando o
empreendimento simplesmente não puder operar. Deste modo, ao não ser
possível o cumprimento da obrigação básica contratual, qual seja,
disponibilização do imóvel e seu uso ao fim que se destina, de forma mansa
e pacífica, poderá ser invocado não o conceito de força maior, mas sim e na
realidade, a noção de exceção contratual, disposta no artigo 476 do Código
Civil, gerando o direito ao locatário de suspensão e/ou abatimento
proporcional no aluguel.
OS IMPACTOS DA COVID-19 NAS RELAÇÕES LOCATÍCIAS
COMERCIAIS.
19
abril/20
Por todo o exposto, no que tange às relações locatícias comerciais,
inegáveis são os impactos danosos causados pela pandemia do COVID-19,
de modo que, em que pesem as previsões reguladoras que vêm sendo
discutidas pelos poderes Legislativo e Executivo, também será necessário
um olhar atento pelo Judiciário, com base não apenas nas disposições da
Lei do Inquilinato, como também nas especificidades do Código Civil,
permitindo-se as renegociações de contratos de contratos de locações
comerciais nesse período crítico, com base numa posição de flexibilização,
diálogo e sensatez de todos, objetivando a potencialização da recuperação
gradativa da economia.
OS IMPACTOS DA COVID-19 NAS RELAÇÕES LOCATÍCIAS
COMERCIAIS.
20
abril/20
Por Felipe Fernando FranchiOAB/SP 370.727
De autoria do Deputado Federal Hugo Leal (PSD-RJ), o Projeto de Lei nº
1.397/2020, que trâmite sob regime de urgência na Câmara dos Deputados,
prevê a criação de medidas, bem como a realização de mudanças na
legislação falimentar, como forma de tentar reduzir os impactos econômicos
gerados pela pandemia do Novo Coronavírus.
As alterações previstas no projeto possuem caráter transitório, com validade
até 31 de dezembro 2020 (conforme o Decreto Legislativo nº 6 de 20 de
março de 2020) ou até o término de eventual prorrogação do estado de
calamidade pública.
De maneira muito breve e didática, o projeto é divido em duas partes:
A primeira parte, prevê a criação de 2 (dois) institutos que permitam uma
espécie de “reestruturação preventiva”, a fim de se evitar o estado de
insolvência e o fechamento de postos de trabalho, conforme explicado
abaixo:
■ Suspensão Legal: Consiste na suspensão por 60 dias, a partir da
publicação do referido projeto, das ações judiciais de natureza executiva,
que envolvam a discussão ou cumprimento de obrigações vencidas após a
data de 20 de março de 2020, bem como ações revisionais de contrato,
sendo vedado durante esse período: (i) a excussão judicial ou extrajudicial
de garantias, (ii) a decretação de falência, (iii) o despejo por falta de
pagamento, (iv) a resolução unilateral de contratos bilaterais, declarando,
inclusive, a nulidade de cláusula de vencimento antecipado; e (v) a cobrança
de multas de qualquer natureza durante o prazo mencionado.
■ Negociação Preventiva: Consiste na criação de um procedimento de
Jurisdição Voluntária, que poderá ser ajuizado uma única vez pelo devedor
após o término do prazo da “Suspensão Legal”, desde que demonstrado por
profissional contábil, a redução de faturamento igual ou superior 30% de seu
faturamento, em comparação com a média do último trimestre
correspondente de atividade no exercício anterior.
O PROJETO DE LEI 1.397/2020 E AS ALTERAÇÕES
TRANSITÓRIAS NA LEI 11.101/2005: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
21
abril/20
O juízo competente será aquele do local do principal estabelecimento do
devedor, seguindo a regra do Art. 3º da Lei 11.101/2005, cabendo a este,
apenas a análise formal dos requisitos necessários para o pedido, sendo o
deferimento consistirá na prorrogação da suspensão das execuções contra o
devedor pelo prazo improrrogável de mais 60 dias, com as mesmas
proteções previstas no instituto da “Suspensão Legal”.
Poderá ainda o devedor, sob suas expensas, requerer a nomeação de um
negociador (pessoa natural ou jurídica) com notória idoneidade e capacidade
profissional.
De outro lado, aos credores, não caberá resposta, manifestação ou qualquer
tipo de averiguação ou perícia sobre o pedido de negociação preventiva.
Ao final do prazo de negociação, o devedor ou o negociador, se for o caso,
deverá apresentar um relatório sobre o resultado das negociações, cabendo
ao juiz determinar o arquivamento dos autos.
Caso o devedor opte pelo pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, o
período de 60 dias que compreende a suspensão das ações judiciais em
razão da “Negociação Preventiva” será deduzido do prazo de 180 dias,
conhecido como “stay period”, previsto no Art. 6º, § 4º da Lei 11.101/2005.
Já a segunda parte do projeto traz algumas alterações na Lei nº
11.101/2005 (Lei de Recuperação Judicial de Empresas e Falência) durante
o período transitório do projeto de lei. São elas:
■ Independentemente de deliberação através de assembleia geral de
credores, não serão consideradas exigíveis as obrigações previstas nos
planos de Recuperação Judicial ou Extrajudicial já homologados pelo prazo
de 120 dias, afastando a possibilidade de convolação em falência em razão
do descumprimento do plano.
■ Autorização de apresentação de um novo plano pelo devedor que já estiver
com o seu plano de Recuperação Judicial ou Extrajudicial homologado em
juízo, o qual poderá ainda abranger créditos posteriores ao anterior pedido
anterior. Neste caso, haverá um novo período de suspensão das ações pelo
prazo de 180 dias (“stay period”).
■ Suspensão dos direitos e privilégios dos credores do devedor em
Recuperação Judicial com relação aos coobrigados, fiadores e obrigados de
regresso.
■ Aumento do limite mínimo para a decretação da falência nos termos do Art.
94, inciso I, da Lei nº 11.101/2005, passando de 40 salários-mínimos para
R$ 100.000,00.
O PROJETO DE LEI 1.397/2020 E AS ALTERAÇÕES
TRANSITÓRIAS NA LEI 11.101/2005: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
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abril/20
■ Desnecessidade do devedor não ter pedido Recuperação Judicial nos
últimos 5 anos ou ter o plano de Recuperação Extrajudicial homologado nos
últimos 2 anos, para realização de um novo pedido.
■ Liberação em favor do devedor do montante de 50% do valor ou do
recebível anterior ou posterior ao pedido, independentemente da natureza da
garantia, sendo que tal garantia deverá ser recomposta de forma gradual a
partir do sexto mês, contado da apresentação do novo pedido, atingindo até
o máximo de 36 (trinta e seis) meses.
■ Com relação à Recuperação Extrajudicial, haverá a ampliação da
abrangência para os mesmos créditos sujeitos ao processo de Recuperação
Judicial, com exceção aos de natureza tributária.
■ O quórum de anuência dos credores para o pedido de Recuperação
Extrajudicial será reduzido para pelo menos 1/3 dos créditos por ele
abrangidos e para aprovação do plano, dentro do prazo improrrogável de 90
dias, o quórum será reduzido para metade mais um de todos os créditos de
cada espécie abrangidos pelo referido plano.
■ Por fim, será aplicado à Recuperação Extrajudicial, excepcionalmente, o
instituto do “stay period” às espécies de crédito por ele abrangidas na Lei nº
11.101/2005.
Assim como outros projetos já apresentados por parlamentares em razão do
Coronavírus, o Projeto de Lei nº 1.397/2020 possui o intuito de preservar as
atividades econômicas que foram atingidas pela crise gerada pela pandemia
e que estejam enfrentando dificuldades financeiras momentâneas.
Embora possa trazer uma maior segurança jurídica, face às inúmeras
decisões divergentes em relação aos temas tratados, principalmente, nos
casos que envolvam o procedimento da Recuperação Judicial ou da
Extrajudicial, o projeto divide opiniões entre os profissionais da área de
insolvência.
Vale lembrar que o projeto ainda deverá ser votado pelo plenário da Câmara
do Deputados, que poderá aprovar, rejeitar ou até incluir novos trechos.
Terminada essa fase, o projeto seguirá para o Senado Federal, onde passará
por um novo trâmite, até seguir, finalmente, para a sanção do Presidente da
República.
O PROJETO DE LEI 1.397/2020 E AS ALTERAÇÕES
TRANSITÓRIAS NA LEI 11.101/2005: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
23
abril/20
Por Thiago de Alencar RamosOAB/SP 388.591
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, através do Provimento CG N°
11/2020, no dia 17 de abril de 2020, tornou pública a criação de projeto-piloto
de conciliação e mediação pré-processuais para disputas empresariais
decorrentes dos efeitos da Covid-19, destinado a empresários e sociedades
empresárias, nos termos do art. 966 do Código Civil, e demais agentes
econômicos, desde que envolvidos em negócios jurídicos relacionados à
produção e circulação de bens e serviços.
Em suas justificativas tem como destaque os impactos da pandemia de
Covid-19, nas atividades empresariais de produção e circulação de bens e
serviços e as consequências negativas que se desencadearão para a
economia, tais como perda dos postos de trabalho, inadimplemento de
obrigações contratadas e redução de arrecadação de tributos.
Da mesma forma, temos os efeitos da judicialização em massa das disputas
envolvendo contratos empresarias e demandas societárias diretamente
relacionadas à pandemia, prudentemente observado, face ao potencial risco
de levar o judiciário ao colapso.
Assim sendo, faz-se de suma importância a utilização da via pré-processual
de autocomposição em tais demandas.
Ainda, destaca a importância do Poder Judiciário no resguardo à segurança
jurídica, à estabilidade do mercado e à força vinculante dos contratos.
A excelente iniciativa do TJSP merece destaque, na medida em que está em
linha com cenário, sem precedentes, instalado não só em nosso país, mas
como em todo mundo, onde, diante da paralização de várias atividades
econômicas, trem trazido instabilidade e incerteza ao mercado.
O que também chama a atenção no projeto é a praticidade para se fazer o
requerimento, que será formulado pela parte interessada por e-mail
institucional (cerde@tjsp.jus.br) e a proposta de agilidade, já que, segundo
consta no provimento, a audiência de conciliação será designada no prazo
máximo de 7 (sete) dias, contados a partir do protocolo do pedido.
O requerimento deverá conter o pedido e a causa de pedir, relacionados às
consequências da pandemia da COVID-19, devendo ser observada, a
competência das Varas Empresarias e de Conflitos de Arbitragem da Capital
do Estado de São Paulo, e, também, ser acompanhado da qualificação
completa das partes, dos documentos pessoais e/ou constitutivos
atualizados da parte-autora, dos e-mails de contato e dos demais
documentos essenciais ao conhecimento da demanda.
O PROJETO PILOTO DO TJSP DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
PRÉ-PROCESSUAIS DE DISPUTAS EMPRESARIAIS
DECORRENTES DOS EFEITOS DA COVID-19.
24
abril/20
Recebido o pedido, será designada a audiência de conciliação, intimando-se
as partes pelos e-mails indicados no requerimento inicial, cabendo à parte
autora providenciar o devido encaminhamento e ciência à parte contrária.
A audiência será instalada por juiz de direito participante do projeto, que
identificará individualmente cada uma das partes, apresentará o objetivo do
procedimento pré-processual e iniciará o procedimento de conciliação.
Se infrutífera a conciliação, o expediente será encaminhado a um mediador,
escolhido de comum acordo pelas partes, ou designado pelo magistrado,
caso não obtido consenso. A nomeação observará os termos dos artigos 165
a 175 do Código de Processo Civil e o disposto no artigo 5º da Lei nº
13.140/2015.
Outro fato importante é que o mediador designado para o ato, além de ter
que estar devidamente cadastrado e habilitado para a função e integrar o
Cadastro de Mediadores e Conciliadores de 1ª Instância do Portal dos
Auxiliares da Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo , deverá
ter experiência na matéria objeto do litígio empresarial.
O procedimento de mediação observará o disposto nos artigos 14 e
seguintes da Lei nº 13.140/2015, bem como a Resolução nº 809/2019 do
Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A audiência de conciliação ou sessão de mediação serão realizadas por
meio do sistema Microsoft Teams, uma plataforma de comunicação onde é
possível realizar videoconferências, disponibilizado pelo Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, em linha com as medidas implantadas pela
Resolução CNJ nº 313, de 19 de março de 2020, e o Provimento CSM nº
2.549/2020, de 23 de março de 2020, que estabeleceram a suspensão do
trabalho presencial e dos prazos processuais, instituindo o Sistema Remoto
de Trabalho.
Da realização da audiência ou sessão será lavrada ata, assinada de forma
digital pelo juiz responsável, pelo mediador designado, se for o caso, bem
como pelos procuradores das partes. O acordo será homologado pelo juiz,
constituindo título executivo judicial, que será disponibilizado às partes, no
prazo de até 3 dias da realização da audiência.
O projeto-piloto funcionará até 120 (cento e vinte) dias após o encerramento
do “Sistema Remoto de Trabalho”, instituído no Provimento CSM nº
2.549/2020. Encerrado tal período, será avaliada por esta Corregedoria
Geral da Justiça a viabilidade de sua prorrogação, com integração e
submissão ao sistema já existente do NUPEMEC, conforme as regras
vigentes deste.
O PROJETO PILOTO DO TJSP DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
PRÉ-PROCESSUAIS DE DISPUTAS EMPRESARIAIS
DECORRENTES DOS EFEITOS DA COVID-19.
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Comissão de Direito Empresarial
OAB Piracicaba/SP – 8ª Subseção
Presidente
FELIPE FERNANDO FRANCHI
Membros
ANA MARIA RODRIGUES JANEIRO
EVELIN DE FÁTIMA SILVA
FRANCISCO DE PAULA ATAÍDE GONZALEZ
JÚLIO CARDOSO HIGASHI
RAFAEL SOUZA TEIXEIRA
RAMON SENA DE OLIVEIRA
RODRIGO SCHIAVON ROSATTI
THIAGO DE ALENCAR RAMOS
Piracicaba/SP - maio/2020
DIRETORIA da OAB Piracicaba/SP – 8ª Subseção
Triênio 2019/2021
PresidenteJEFFERSON LUIZ LOPES GOULARTE
Vice-PresidenteFERNANDA DAL PICOLO
Secretário GeralMARCELO COSTA DE SOUZA
Secretária AdjuntaDANIELA COIMBRA
TesoureiroMARCELO GOMES DE MORAES
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