apostilha do tripulante de ambulância

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Health & Medicine

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Todos nós sabemos como é dificil dar uma vista de olhos ao nosso manual de curso quando é necessário. Esta pode ser uma boa forma de ter o que é importante à mão. Espero que ajude

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Apostilha do Tripulante de Ambulância Resumo de manuais de primeiros socorros e de manuais para tripulantes de ambulância de transporte

DALILA MARCÃO

2014

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EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR Protocolo internacional de atendimento pré-hospitalar

Urgência – situação onde não há risco à vida

Emergência – situação onde há risco à vida

Aspectos legais do socorrismo

• Omissão de socorro (art. 135º do código penal.)

“a principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de

atendimento. a segunda é o socorro inadequado.”

Etapas básicas

Análise do cenário do evento

• Cuidados com a segurança

• Observação

• Sinalização

Abordagem da vítima

• Verificação da consciência

• Verificação dos sinais vitais – somente pode ser realizada em contato com a vítima

Sinais - são os indicativos que obtemos sem auxílio da vítima.

Sintomas - são os indicativos relatados pela vítima

Vítima inconsciente, necessita de vigilância mais próxima e verificação constante

dos sinais vitais.

Sinais vitais - “ver / ouvir / sentir”

♦ Respiração

♦ Pulso carotídeo (em adultos e crianças)

♦ Tensão arterial – precisa-se de instrumento específico (esfigmomanómetro)

♦ Temperatura – precisa-se de instrumento específico

Sinais de apoio

♦ Cor e humidade da pele – pode indicar problemas circulatórios

♦ Motilidade – procurar lesões musculares / neurológicas

♦ Sensibilidade

♦ Fotoreatividade pupilar (pupilas dilatadas chamam-se midríase e contraídas, miose) –

sua ausência pode ser indicativo de hipóxia cerebral, edema intra-craniano,

hipovolemia, hipotensão, envenenamento, intoxicação, TCE.

♦ Enchimento capilar – só em membros. Pelo tempo decorrido, estima-se a perfusão ou

se houve alguma lesão traumática que retarda o fluxo sanguíneo

Roteiro de prioridades no atendimento

A abertura das vias aéreas com controle cervical

B boa ventilação

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C circulação / controle das hemorragias

D distúrbios neurológicos

E exposição completa da vítima e controle térmico

Toda vítima de trauma possui lesão cervical até prova em contrário!

O estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações

obtidas pelo socorrista!

Não se administra nada via oral para vítimas inconscientes!

Exame físico

Cabeça/pescoço/tórax/abdómen/coluna vertebral/cintura pélvica/membros inferiores

/membros superiores

Observação

Esse é um roteiro didático, utilizado para treino do exame físico, partindo-se do

princípio que a vítima se encontra deitada de costas

Sempre que o socorrista desconfiar que há uma lesão, procederá como se houvesse

efetivamente

Prioridade absoluta (chamado de a b c da vida)

A abertura das vias aéreas com controle cervical

B boa ventilação

C circulação e controle das hemorragias

Reanimação cardiopulmonar (rcp)

• Paragem respiratória – interrupção brusca da função pulmonar

• Paragem cardiorrespiratória (P.C.R.) – suspensão imediata das funções pulmonar e

cardíaca

IMPORTANTE

Não há paragem somente cardíaca, pois essa situação é impossível de ocorrer. Parando

o coração, imediatamente ocorrerá paragem da função pulmonar, ou seja, paragem

cardiorrespiratória

Em adultos (de 8 anos em diante)

• 1 ou 2 socorristas

2 Insuflações x 30 Compressões

Em crianças (de 1 até 8 anos)

• 1 socorrista

1 insuflação x 15 Compressões

⇒ Verificação da respiração – vias aéreas

⇒ Verificação do pulso (vítima infantil e adulta) –carotídeo

♦ Inicia-se a manobra de RCP sempre pela insuflação!!

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Observação

Complicações na RCP (podem ocorrer mas não são indicativos obrigatórios de

interrupção da RCP)

Contra-indicações da RCP (são as situações que, quando encontradas, já são indicativos

para a não realização do procedimento de RCP, porém, em certos casos, a decisão de

continuar ou parar NÃO ficará a critério do socorrista)

♦ Surgimento de rigidez cadavérica

ATENÇÃO

Na abordagem da vítima, verificamos primeiro a respiração. Se ausente iniciamos RCP

porque quanto mais tempo estivermos sem agir, menores serão as probabilidades

de sobrevivência da vítima

1` → 98% 5` → 25% 10` → 1%

HEMORRAGIAS • Definição: perda aguda de sangue

Em geral, todas as hemorragias devem ser contidas

• Classificação:

Venosas - sangue mais escuro, que escorre.

Arteriais - sangue de cor viva, que sai em jatos.

Externas - são aquelas com origem na superfície corporal.

Internas - são aquelas que não ocorrem na superfície corporal podem ser divididas em

exteriorizadas ou não exteriorizadas. São exteriorizadas quando o sangramento é visível

no exterior do corpo

• Internas exteriorizadas

Otorragia – Saída de sangue pelo conduto da orelha. Não se faz tamponamento.

Epistaxis – sangramento pelas narinas. Fazemos compressão manual e, ao contrário do

que era preconizado antigamente, a cabeça posiciona-se da forma normal. Pode-se

utilizar gelo juntamente com a compressão nos casos de trauma. .

Estomatorragia – sangramento proveniente da cavidade oral, incluindo as hemorragias

dentárias. Usamos roletes de gaze sobre a lesão, fazendo compressão, similar ao

Procedimento que os dentistas utilizam.

Hemoptise – sangramento de origem do aparelho respiratório, em geral dos pulmões

e/ou árvore brônquica. Não utilizamos gelo nesse tipo de hemorragia. Posicionamos

A vítima recostada e calma. Esse sangramento tem característica de coloração vermelha

viva, espumante e é expelido por tosse. Em caso da vítima ficar inconsciente, adotar

posição lateral de segurança.

Hematemese – sangramento originário do sistema digestivo alto (esófago, estômago e

duodeno), que normalmente se manifesta por vómito, juntamente com restos

alimentares. Costuma ter coloração escura como bôrra de café. Utilizamos saco de gelo

sobre o epigástro, e, em casos de vómito, posicionamos a vítima lateralizada.

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Observação

Nunca utiliza-se gelo diretamente sobre a pele, nem sobre a genitália e mucosas!

• Hemostasia: ação de contenção das hemorragias

• Métodos de hemostasia:

Elevação do membro – usa-se a gravidade a nosso favor

Compressão direta – também chamada de compressão no local, é o método mais eficaz.

Garrote – é o recurso empregado quando os dois métodos anteriores não surtiram efeito.

utilizamos um pedaço de tecido, fita de borracha ou qualquer material semelhante para

envolver o membro, apertando firmemente, até cessar a hemorragia.

Torniquete - podemos dizer que consiste em um garrote mais firme, pois além do

material anterior, usamos um objeto como caneta ou graveto para aumentar a

compressão.

Cuidado

Garrote e torniquete são aplicados apenas em membros, e o torniquete é preferencial

para amputações traumáticas!

LESÕES TRAUMÁTICAS

♦ Classificação:

Feridas / entorses / luxações / fraturas

1 - Feridas

Perfurante - (por pressão)

Características: em geral, apresenta orifício pequeno, o que dificulta a antissepsia e a

avaliação da extensão da lesão. São causados por objetos pontiagudos como pregos,

Tachinhas, furadores de gelo, e podemos encontrá-los fixados no local da lesào.

Cortante - (por deslizamento)

Características: apresentam-se com bordos regulares, o que em princípio facilita a

cicatrização e a sutura. Podem possuir grande profundidade e os agentes causadores são,

Em geral, lâminas, como facas, cacos de vidros, etc...

Contusa (hematoma / equimose / escoriação) – (por trauma)

Características: são os ferimentos que normalmente não rompem a integridade da pele,

com exceção das escoriações.

Os hematomas e as equimoses são identificadas por manchas arroxeadas, sendo que as

equimoses são mais difusas e os hematomas mais concentrados. Considera-se que todas

as manchas azuladas e / ou arroxeadas no corpo são denominadas equimoses, mas onde

puder haver recolha de sangue, será classificado como hematoma .

Já as escoriações, são superficiais, sangram pouco, porém apresentam-se extremamente

dolorosas

Entorses – perda momentanea de contato das superfícies articulares

Luxações – perda definitiva de contato das superfícies articulares

Fraturas – solução de continuidade óssea

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- Fechadas – ocorre apenas a lesão óssea, sem rompimento da integridade da

pele. (verificar do pulso distal /estabilização óssea / imobilização)

- Abertas (com ou sem exposição óssea) – nesses casos, além da lesão óssea,

ocorre também a ruptura da pele, porém a espícula óssea pode estar

exteriorizada ou simplesmente ter causado a abertura na pele e retornado para o

interior.

Abertas sem exposição – hemostasia / verificação do pulso distal / proteção do

ferimento / estabilização óssea / imobilização

Abertas com exposição - hemostasia / verificação do pulso distal / proteção do

segmento exposto / redução (se dominar a técnica) / imobilização cuidadosa

Cuidados básicos com as feridas

→ antes de qualquer atitude, se a ferida apresenta sangramento, pare a hemorragia.

→ lave o ferimento com água e sabão neutro ou preferencialmente, soro fisiológico.

→ cubra a ferida com gaze esterilizada.

→ não use pomadas, nem qualquer outro produto que possa causar reação alérgica.

Uso do gelo

→ gelo não pode ser usado em feridas abertas, nem em mucosas, globo ocular e

genitália.

→ deve ser aplicado no local da contusão envolvido em saco plástico, por 20 minutos,

com intervalos de 20 minutos também, sendo repetida a aplicação até três vezes.

ALTERAÇÕES PSICO-MOTORAS

Distúrbios da consciência e do comportamento

Consciência – lucidez e orientação no tempo e no espaço

Comportamento – conduta de acordo com o padrão da sociedade

Causas de alterações da consciência

• Síncope - é a perda da consciência completa e breve, levando a um estado de morte

aparente, porém com a característica da retomada de consciência espontânea.

• Coma – geralmente as vítimas apresentam apenas as funções vegetativas, mas que

podem ainda estar reduzidas. O retorno da consciência só se dá por tratamento.

• Hipoglicemia – ↓ % de glicose circulante (em qualquer pessoa) - a administração de

açúcar por via oral é o procedimento clássico, contanto que a vítima esteja consciente.

Nos casos de inconsciência, o açúcar poderá ser posto no interior da bochecha, sem

haver deglutição.

• Hiperglicemia – ↑ % de glicose circulante (somente em diabéticos) - a conduta é a

administração de insulina, porém, durante muito tempo acreditou-se que se houvesse

Um erro de diagnóstico e fosse dado açúcar à vítima, o seu estado iria piorar. Hoje

sabemos que isso não corresponde à verdade, e que não há piora nem melhora, o que

Até seria a confirmação do estado de hiperglicemia. Portanto, se houver dúvida quanto

ao diagnóstico entre hipo ou hiperglicemia, a administração de açúcar é o procedimento

indicado.

• Convulsão – pode ocorrer diminuição de aporte sanguíneo cerebral com todos os

resultados já conhecidos.

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Atenção

Na convulsão, a vítima não enrola a língua nem a engole. A crise convulsiva é dividida

em duas fases distintas:

1 - Fase tónico-clónica - duração de 40 seg. A 1 min., onde a principal preocupação é

evitarmos outras lesões, principalmente TCE.

2 - Fase de relaxamento - não tem duração pré-determinada. É a fase onde há risco de

vida, pois estando geralmente em decúbito dorsal, a ação da gravidade ocasiona queda

da língua e provoca asfixia. Tomamos cuidado com a permeabilidade das vias aéreas, e

colocamos a vítima em decúbuto lateral, para escoamento das secreções da boca.

TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÕES

♦ As imobilizações de um segmento devem abranger as articulações adjacentes –

quando fazemos imobilização em segmentos, temos que estabilizar as articulações

Adjacentes pelo fato das mesmas criarem segmentos instáveis.

♦ A estabilização cervical é sempre prioridade – é claro que se temos uma vítima com

lesão traumática apenas em membros e o mecanismo não sugere trauma cervical, não

Haverá essa prioridade, porém, estabilizar a região cervical será sempre uma

preocupação, mesmo que seja por precaução.

• A escolha do método de transporte dependerá da gravidade da lesão, do nº de

socorristas disponíveis e do local do evento – antes de iniciarmos o transporte, temos

que verificar: peso, posição e lesões da vítima / percurso / local onde se encontra / ajuda

disponível.

• Toda a vítima que apresentar lesão de coluna, tem que ser transportada em decúbito

dorsal, sobre superfície plana e rígida – não é admissível pensarmos em transportar

vítimas com trauma de coluna vertebral utilizando material que permita flexibilidade,

destabilizando a coluna.

♦ O sentido do transporte, sempre que possível, deverá ser céfalo-caudal – precaução

para evitar-se aumento da “pressão intracraniana”.

• Em casos de lesões em um dos membros inferiores, utiliza-se o lado íntegro como

amparo ao lado lesado – esse procedimento só é possível nos membros inferiores, e,

normalmente utilizamos algum material, como colcha / cobertor / etc., na intenção de

aumentar a congruência entre os dois membros.

TÉCNICAS DE TRANSPORTES

♦ Transporte só passa a ser prioridade quando não há mais nada à fazer no local ou

quando dele depender a vida da vítima ou quando o local oferecer risco à vítima ou ao

Socorrista

♦ Métodos de transporte.

• A escolha do método de transporte dependerá da gravidade da lesão, do nº de

socorristas disponíveis e do local do evento – antes de iniciarmos o transporte, temos

que verificar: peso, posição e lesões da vítima / percurso / local onde se encontra / ajuda

disponível.

• Toda a vítima que apresentar lesão na coluna, tem que ser transportada em decúbito

dorsal, sobre superfície plana e rígida – não é admissível pensarmos em transportar

vítimas com trauma da coluna vertebral utilizando material que permita flexibilidade,

destabilizando a coluna.

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♦ O sentido do transporte, sempre que possível, deverá ser céfalo-caudal – precaução

para evitar-se aumento da “pressão intracraniana”.

• Se durante o transporte de uma vítima ocorrer PCR, todos os procedimentos são

interrompidos, para que sejam iniciadas as manobras de RCP – a regra de prioridade

mostra que a paragem cárdio-respiratória será sempre uma prioridade, portanto, se

ocorrida durante um transporte, todos os procedimentos serão interrompidos e a

reanimação cardiopulmonar será realizada.

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