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CURSO DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA PRMOÇÃO CURSO DE NECROPAPILOSCOPIA GOIÂNIA GO - 2014 POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE GOIÁS ACADEMIA DA POLÍCIA CIVIL CURSO DE NECROPAPILOSCOPIA Confrontos e Relatórios Técnicos (CERT) Extraído do Caderno Didáticos da DISCIPLINA: PAPILOSCOPIA FORENSE MODULO III PERÍCIA PAPILOSCÓPICA - 4ª Edição, da Academia Nacional de Policia: Para formação de Papiloscopista Policial Civil, em Goiânia (GO), em 2014.

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CURSO DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA PRMOÇÃO

CURSO DE NECROPAPILOSCOPIA – GOIÂNIA – GO - 2014

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE GOIÁS ACADEMIA DA POLÍCIA CIVIL

CURSO DE NECROPAPILOSCOPIA

Confrontos e Relatórios Técnicos (CERT)

Extraído do Caderno Didáticos da DISCIPLINA: PAPILOSCOPIA FORENSE –

MODULO III PERÍCIA PAPILOSCÓPICA - 4ª Edição, da Academia Nacional de Policia: Para formação de Papiloscopista Policial Civil, em Goiânia (GO), em 2014.

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UNIDADE I – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O trabalho do Papiloscopista, formalizado em seus relatórios técnicos, obedece a padrões técnicos que resultem na descrição, de forma minuciosa, de seus exames, elucidando as dúvidas, esclarecendo circunstâncias e fatos, e respondendo aos quesitos formulados pelas autoridades competentes.

A pericia possui algumas terminologias que sãos lhe são próprias, por isso aqui se faz necessário esclarecer alguns conceitos.

1.1.1 - PERÍCIA PAPILOSCÓPICA

É o conjunto de técnicas utilizadas na busca e exame de impressões papilares com a finalidade de estabelecer a identidade de quem as produziu.

Uma impressão papilar, tratando-se de vestígio enquanto não for identificada não terá nenhum valor prático. Por outro lado uma impressão papilar, mesmo que identificada, mas sem ter correlação segura com o objeto de onde foi localizada e sem contexto com os fatos investigados não poderá ser utilizada como elemento de prova. Estes dois aspectos são inseparáveis e igualmente importantes.

Por esse motivo nas Pericias papiloscópicas, assim como em todas as Pericias de micro-vestigios é

necessária a rigorosa observação e registro de seu manuseio, desde a sua localização até o encaminhamento a justiça. Ou seja, documentação da cadeia de custódia da impressão papilar, assim como os registro fotográfico, é fundamental para assegurar a confiabilidade da prova produzida.

1.1.2 - IMPRESSÃO QUESTIONADA E IMPRESSÃO PADRAO

Impressões questionadas aquelas de autoria desconhecida, cuja identidade se pretende estabelecer. Exemplos: 1 - Impressões levantadas em locais de crime; 2 - Impressões apostas em documentos em que seja suscitada dúvida quanto à identidade do autor.

Impressões Padrão são aquelas de origem certa, de autoria conhecida, cuja identidade não está sendo objeto de questionamento. Elas servem de base de comparação com a impressão questionada.

1.1.3. CONTROLE DE QUALIDADE

É etapa preliminar ao exame de confronto em que o perito terá que verificar se as impressões encaminhadas a exames possuem ou não condições técnicas de confronto.

A falta de condições técnicas podem ocorrer por dois motivos:

a) falta de nitidez da impressão – A pouca visibilidade das linhas que compõem a impressão não permite a analise dos contornos, das interrupções e encontros das linhas, ou a presença, localização e formato de poros e muitos outros elementos importantes para individualização da impressões. As razões são as mais diversas: tinta ou papel inadequados para a coleta, desgastes na pele, distorções, arrastos, excessos de pressão, etc.

b) incompatibilidade de região papilar – As regiões papilares devem ser correspondentes para se possível a identificação.

Quando não se sabe a que região papilar pertence se faz necessária a coleta das impressões padrão de forma completa.

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Impressões padrão sem qualidade suficiente ou estas são incompatíveis com o material questionado o Papiloscopista solicitará a coleta de novos padrões; Quando se tratar de impressões questionadas, será informada a impossibilidade da realização do exame.

1.1.9. CONFRONTO DE IMPRESSÕES

É o exame comparativo entre duas ou mais impressões papilares.

No confronto, inicialmente, são examinados elementos macro como o tipo fundamental o padrão do desenho formado pelas linhas ou a região papilar a que pertence.

Também serão levados em conta não somente as figuras formadas pelos pontos característicos mas a morfologia das linhas, suas contorções, falhas e acidente verificados pela presença dos poros sudorípados ao longo das mesmas. São elementos que ajudam a formar a convicção do técnico da identidade de duas ou mais impressões.

1.1.10. EXAMES PAPILOSCÓPICOS

De acordo com a complexidade e a natureza dos procedimentos adotados, podemos dividir as exames papiloscópicos dois grupos:

1) Exames de Confronto de Impressões.

Ocorre quando são apresentadas impressões questionadas e padrões para perícia a fim de que se determinar a identidade entre elas, ou seja, se foram ou não produzida pela mesma pessoa.

Para estabelecer a identidade as impressões questionadas podem ser confrontadas com um ou

vários suspeitos ou com um rol de candidatos apresentados por um sistema automático de impressões digitais (AFIS). Este contém impressões digitais e palmares.

2) Levantamento ou Processamento de impressões

É o caso em que não se tem impressões questionadas. Neste caso estas serão localizadas, fotografadas, modeladas ou reveladas, conforme o caso, e em, seguida serão confrontada com suspeitos ou pesquisadas em um banco de dados de um AFIS.

Nesta caso não basta a identificação é preciso também que se demonstre a origem da impressão e sua localização. Neste trabalho será necessário o conhecimento dos reveladores de impressões e as diversas técnicas de fotografia, modelagem e técnicas de revelação de impressões papilares.

Nesta categoria enquadram-se os laudos Papiloscópicos resultantes de exames em materiais, em veículos, locais. Incluem nesse grupo, ainda, os exames necropapiloscópicos, ou seja, os exames de impressões obtidas de cadáveres, situação em que normalmente se utilizam técnicas para o recondicionamento dérmico e epidérmico para a obtenção das impressões digitais.

1.1.11. LIMITAÇÕES DE UM EXAME PAPILOSCÓPICO.

Cientificamente o exame das impressões papilares não possibilita a determinação de características como raça, sexo ou idade de quem as produziu ou o tempo de existência das mesmas.

Estão, atualmente, sendo pesquisados com equipamentos de última geração para determinar o tempo aproximado de deposição de uma impressão latente e outras informações com base no teor dos elementos do suor. Porém os conhecimentos exigidos neste campo de pesquisa extrapolam ao campo da Papiloscopia, pois os objetos de estudo estão mais restritos à estrutura molecular de resíduos orgânicos do que propriamente a impressões papilares e as configurações assumidas pelas mesmas, conhecida como morfometria. O estudo é incipiente e sua validade científica é ainda discutida.

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UNIDADE II - EXAME DE CONFRONTO DE

IMPRESSÕES PAPILARES

1. CONCEITO DE EXAME DE CONFRONTO

É a análise comparativa de duas ou mais impressões papilares, com a finalidade de estabelecer a identidade entre ambas.

Inicia-se com o exame das impressões quanto à região a que pertencem e quanto ao

desenvolvimento de suas linhas. Este procedimento permite a eliminação de impressões morfologicamente incompatíveis, ou seja, aquelas sem chances de correspondência positiva.

As Impressões morfologicamente compatíveis são aquelas que têm desenvolvimento de linhas

semelhantes, independentes de terem ou não a mesma classificação.

Fig. 1 - Arco morfologicamente compatível com a presilha Fig. 2...

INI/DPF.

Quando se tratar de fragmentos de impressão, deve-se ter o cuidado de examinar as impressões padrões em partes correspondentes, morfologicamente semelhantes

Fig. 3 – Visão parcial da impressão digital Fig. 4 – Visão total da impressão digital

INI/DPF. INI/DPF.

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Especial atenção deve ser dada ao efeito provocado por cicatrizes.

Fig. 5 - Impressões idênticas colhidas antes e depois da cicatriz.

INI/DPF.

2. IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS CARACTERÍSTICOS

O confronto de impressões tem continuidade por meio da análise comparativa dos pontos característicos. Estes foram observados por diversos estudiosos e recebem variadas denominações. O Instituto Nacional de Identificação adotou os seguintes pontos característicos:

Fig. 6 – Pontos característicos utilizados pelo INI. INI/DPF.

Um ponto característico analisado individualmente, varia quanto: a - formato; b - direção; c – sentido; d - posição no campo papilar.

Além desses elementos, os relacionamentos entre dois ou mais pontos característicos são baseados: a - na posição relativa que ocupam entre si; b - o número de linhas que os separam.

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Fig. 7 - Algumas possibilidades de combinação de duas bifurcações. INI/DPF.

Duas impressões papilares serão coincidentes/convergentes se apresentarem pontos característicos de mesmo formato, direção, sentido, posição no campo papilar, posição relativa entre si e mesmo número de linhas separando-os. A identidade é estabelecida com base na análise destas variáveis, em conjunto.

3. TÉCNICA DE CONFRONTO DE IMPRESSÕES PAPILARES

• Inicialmente, observa-se a configuração geral e a classificação primária das impressões comparadas. Se possível, serão analisados outros elementos, como desenvolvimento das linhas diretrizes, contagem de linhas, etc.

• Ocorrendo divergências desses elementos será fornecido um parecer negativo de identidade.

• Persistindo as semelhanças, as regiões correspondentes serão analisadas por meio do exame de dois ou três pontos característicos mais definidos na impressão questionada.

• Procura-se, em seguida, os pontos correspondentes na impressão padrão. Tais pontos devem apresentar a mesma natureza e posição no campo papilar.

• Havendo coincidência desses pontos característicos, novos pontos serão selecionados e analisados na impressão questionada, para comparação com outros existentes na impressão padrão.

• Caso estes pontos não sejam localizados, serão feitas novas tentativas com outros pontos da impressão questionada.

• Igualmente, serão examinadas possíveis distorções ou erros quanto à correspondência de região papilar. Existindo discordâncias entre as impressões

que não tenham explicações nas possíveis distorções pela diferença na técnica de coleta, tipo de tinta empregada, ou papel de suporte, conclui-se que se tratam de impressões diferentes entre si.

• Sendo encontrados na impressão padrão, repete-se o processo até atingir um número de pontos suficientes para o convencimento técnico do perito.

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Ampliadores ópticos, transparências, réguas, escalas e compassos s ão recursos que podem auxiliar no exame de confronto.

Fig. 8 - Observação de ponto característico

na impressão questionada.

Foto: Eduardo Braz/INI

Fig. 9 - Busca do ponto correspondente na impressão padrão.

Foto: Eduardo Braz/INI

4. DEMONSTRAÇÃO DE ASSINALAMENTOS

E ENUMERAÇÕES Os assinalamentos de pontos característicos em fotografias e imagens digitalizadas das impressões

analisadas têm por finalidade a demonstração das afirmações contidas no laudo a respeito da individualização ali estabelecida.

Todas as fotografias ou imagens deverão ser carimbadas e rubricas, abrangendo parte da foto e

parte da folha do Laudo

Quanto à função do assinalamento dos pontos característicos citamos o eminente Professor Carlos Khedy, que no Livro “Manual de Locais de Crime”, 2ª Edição, 1959, assim descreve:

“O assinalamento tem apenas a função de ilustrar o laudo pericial, o que irá provar à justiça a identidade dessas impressões. A convicção a que ele chegou pelo simples cotejo ocular, deve ser, agora apresentada graficamente, de modo a convencer a justiça da verdade..“ (título 147, pag. 110)

“Diga-se de passagem que o assinalamento dos pontos característicos nas impressões papilares não tem finalidade de convencer o técnico; quando o técnico requisita a ampliação das fotografias, já está convencido da identidade das impressões, o assinalamento tem portanto a finalidade de ilustrar o laudo e fornecer uma prova material à Justiça.” (título 147, pag. 112).

Existem diversos métodos de assinalamento de pontos característicos em fotografias ou imagens digitalizadas. O INI adota o que descrevemos a seguir:

• Ampliação das impressões papilares entre 5 e 10 vezes, utilizando régua em escala milimétrica, a fim de que se possa aferir a ampliação realizada;

• As ampliações das impressões confrontadas guardarão as mesmas proporções; • As fotografias ou imagens das impressões confrontadas podem ser apresentadas na mesma

página ou em páginas separadas; • O assinalamento de pontos característicos coincidentes deverá ser demonstrado por meio de

linhas retas, em formato de raios; • Deve-se assinalar um ponto característico de cada vez em ambas as peças, primeiro na

impressão questionada e, em seguida, a correspondente na impressão padrão; • A enumeração é feita no sentido horário, contornando toda a fotografia; • Não é permitido o cruzamento de linhas indicadoras dos pontos característicos;

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• Não é necessário marcar todos os pontos característicos observados na fotografia ou imagem digitalizada.

Observação: É desaconselhável o contorno do ponto característico, especialmente no caso de haver distorções e pequenas diferenças provocadas por variação dos tipos de tinta, pressão, etc. Tratam-se de diferenças normais do ponto de vista técnico, que não interferem na individualização.

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09 08 07 Fig. 10 – Impressão digital com assinalamento de pontos característicos. Foto: Laudo

011/2001 NID/SETEC/SR/DPF/SC.

6. QUANTIDADE MÍNIMA DE PONTOS CARACTERÍSTICOS

Não existe um número mínimo de pontos característicos coincidentes, que permitam determinar a identidade da impressão papilar. Isto porque o Papiloscopista, ao fazer o confronto das impressões, não observa somente a quantidade de pontos, mas também a configuração do desenho quanto à raridade, o formato das linhas e até mesmo estrutura dos poros.

Todos esses elementos são igualmente importantes e gozam dos princípios da perenidade, imutabilidade e variabilidade. Na maioria dos casos, a partir da constatação do terceiro ponto de coincidência o perito já começa a conceber a identidade das impressões. Quanto mais sinalética for a impressão e maior grau de visibilidade de sua estrutura de linha menor será a quantidade de pontos característicos necessários à identificação.

Os doze pontos tradicionalmente assinalados é um padrão adotado para a individualização. Os Estados Unidos aceitam a quantidade mínima de 8 pontos, a Suíça 7 pontos, a França e a Inglaterra 18 pontos, e em outros países varia em torno de 12 pontos. Tratam-se de convenções jurídicas calcadas na tradição que remonta a época do criminalista Locard. Porém o próprio Locard, embora tivesse a opinião de que a quantidade de 12 pontos era suficiente, admitiu que um agrupamento de linhas de forma incomum é muito mais sinalético do que uma centena de pontas de linhas espalhadas pela impressão.

Do ponto de vista técnico não há empecilho algum. Se as impressões são idênticas não somente 12 pontos serão coincidentes, mas todos os pontos visíveis o serão. O único problema é quando for examinado um fragmento de impressão papilar em que todos os elementos técnicos tenham permitido a absoluta

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convicção da identidade do mesmo, porém alega falta de condições técnicas de exame, em razão da quantidade mínima dos doze pontos não terem sido atingidos. O que é um erro.

No âmbito da Polícia Federal, o Instituto Nacional de Identificação recomenda o assinalamento de pelo menos 12 (doze) pontos característicos.

7. PADRÕES PAPILOSCÓPICOS E COLETAS ESPECIAIS

Somente através do confronto com padrões papiloscópicos é que podemos esclarecer questionamentos acerca da autoria de impressões papilares objeto de exames. Para tanto faz-se necessário que estes padrões sejam produzidos obedecendo critérios técnicos.

COLETA DE PADRÃO DE EXCLUSÃO E DE CONFIRMAÇÃO

Sempre que existam fragmentos ou impressões papilares em condições técnicas para confronto, ou seja, que apresentem nitidez de seus caracteres individualizadores, realizar-se-á a coleta ou será solicitada a apresentação de impressões da(s) vítima e/ou testemunha(s) -PADRÕES DE ELIMINAÇÃO ou EXCLUSÃO - ou pessoas suspeitas de ligação com a autoria do fato delituoso - PADRÕES DE CONFIRMAÇÃO.

Quando não estiver perfeitamente clara para o técnico a definição de quem é ou não suspeito, considerará todos os padrões como impressões de confirmação, ou seja, de suspeitos.

UNIDADE II - RELATÓRIOS TÉCNICOS

1. CONCEITO Relatório Técnico é a peça escrita, fundamentada, na qual os peritos expõem suas

observações, estudos, registros e conclusões, formalizando o resultado de suas perícias. Esses relatórios são emitidos para evidenciar a identidade de quem as produziu. Os Relatórios Técnicos deverão apresentar, de modo objetivo, tudo aquilo que o técnico

julgar necessário para responder às indagações das autoridades competentes. Para isso são utilizadas duas modalidades principais de relatórios técnicos: A

Informação Técnica e o Laudo de Perícia Papiloscópica.

2. SITUAÇÕES PARA ELABAORAÇÃO DE INFORMAÇÃO TÉCNICA A Informação Técnica é elaborada quando:

• No levantamento de impressões papilares o material, veículo ou local apresenta-se inidôneo

ao exame de levantamento de impressões papilares; • No levantamento de impressões papilares nenhuma impressão for encontrada no material,

veículo ou local; • No levantamento de impressões papilares as impressões reveladas (material questionado) não

apresentarem qualidade suficiente ao exame de confronto; • Não for possível coletar nenhuma impressão digital do cadáver devido ao elevado grau de

putrefação ou estado de esqueletização ou estas não tiverem qualidade suficiente para o confronto ou pesquisa datiloscópica;

• Quando as impressões digitais do cadáver não se identificar com nenhuma daquelas constantes da lista de desaparecidos ou da base de dados do AFIS.

• Nos exames em documentos as impressões questionadas não possuírem condições técnicas para confronto;

• Em consultas técnicas nas quais, por sua natureza ou informalidade, se torne desnecessário a elaboração do Laudo;

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• Quando for necessário comunicar resultado parcial de uma perícia ainda em andamento, que quando concluída será objeto de laudo definitivo.

2 - SITUAÇÕES PARA ELABAORAÇÃO DE LAUDO

O Laudo será emitido sempre que: • Após as exclusões, for identificadas impressões de pessoas apresentadas para confronto

na qualidade de suspeitos; • Não havendo suspeitos, ocorrer identificação em uma lista de candidatos

apresentados numa pesquisa no AFIS; • Impressões armazenadas na base de dados do AFIS, forem positivadas com

impressões dedactilares recentemente lançada, em pesquisa TP / UL. • Quando houver requisição de autoridade policial ou judicial solicitando resultado de

exame de confronto de impressões digitais em documentos.

3. CONCEITO DE INFORMAÇÃO TÉCNICA

É o documento emitido pelo perito, informando o resultado de observações ou constatações de natureza técnica em que é dispensável a formalização do Laudo.

4. CONCEITO DE LAUDO PAPILOSCÓPICO

Laudo é o documento escrito, fundamentado e impessoal, onde se descrevem objetos ou fatos, relatando todas as fases e estudos realizados durante o exame de identificação de impressões papilares, com base no qual emitirá sua conclusão e responderá aos quesitos apresentados e formalizados pela autoridade solicitante.

O Laudo deve atender a sua finalidade básica de esclarecer, convencendo. Deste modo, terá as seguintes características: MÉTODO, CONCISÃO, CLAREZA, EXATIDÃO e CORREÇÃO.

A regra é “visum, repertum et interpretandum”. Escreva o que está vendo; diga somente o que pode constatar, nem mais, nem menos. Interprete com base no que estiver observando e puder reportar.

O Laudo não deverá ter divagações ou conjecturas, elogios, adjetivação dispensável ou referências desairosas a quem quer que seja, limitando-se sempre à constatação e análise dos fatos.

Não há normas processuais nem preceitos técnicos que determinem uma sistemática a ser observada na elaboração de Laudos, pois cada caso tem uma realidade própria. Entretanto, o INI adota uma estrutura que deve ser obedecida, visando padronização e uniformidade de procedimentos técnicos.

ESTRUTURA DO LAUDO NECROPAPILOSCÓPICO:

Seguirá a estrutura relacionada no “Procedimento Operacional Padrão – Perícia Criminal “, da Secretaria Nacional de Seguranças Pública, do Ministério da Justiça (Brasília – 2013), da forma como segue:

QUANTO AOS LAUDOS DE PERICIA PAPILOSCÓPICA, RELATIVOS A IDENTIFICAÇÃO DE CADÁVERES, RECOMENDA-SE OS SEGUINTES ITENS:

6.1. CABEÇALHO (identificação da unidade pericial);

6.2. TÍTULO e SUBTÍTULO: ”Laudo de Perícia Papiloscópica”, seguido abaixo do sub-título: “Exame

Necropapiloscópico“;

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6.3. PREÂMBULO (informações acerca do laudo - título, data de elaboração, unidade, nome dos papiloscopistas designados e/ou da equipe pericial, nome da autoridade que designou, informações sobre a requisição, quesitos, etc.);

6.4. HISTÓRICO (relato breve do fato que originou a requisição – quando, como, quem, onde, o quê, etc.);

6.5. OBJETIVO (são descritos os objetivos a serem buscados nos exames que devem estar alinhados com a requisição da perícia. Normalmente referem-se a obtenção e identificação de impressões);

6.6. DOS EXAMES (Descrição das técnicas empregadas, a relação de impressões aproveitadas. Mencionar se fase houve pesquisas no AFIS, sobre a identificação realizada, as ampliações e assinalamentos, etc.)

6.7. RESPOSTA AOS QUESITOS E CONCLUSÃO (Deve ser uma consequência natural do que foi argumentado, interpretado e discutido. Portanto contém o resultado das identificações com o nome das pessoas identificadas por meio dos confrontos realizados; A resposta aos quesitos deve ser realizada na sequência formulada, transcrevendo os quesitos – artigo 160 do CPP );

6.8. ENCERRAMENTO DO LAUDO: fechamento do Laudo constando o número de páginas do documento, nome dos peritos, número de fotografias, anexos, etc.);

6.9. ANEXOS (FOTOGRAFIAS, ASSINALAMENTOS, CROQUIS, DESENHOS ESQUEMÁTICOS, DIAGRAMAS, etc.): Relacione os anexos que fazem parte do laudo. Tamanho recomendado das fotos: 1) De ambiente e objetos 10 cm x 15 cm; 2) Impressões papilares para assinalamentos, com ampliação de 5 vezes para assinalamento

tamanho 8cm x 8 cm;

6.10. ENCERRAMENTO DO LAUDO (fechamento do laudo constando o número de páginas do

documento, nome dos peritos, número de fotografias, anexos, etc.).

GLOSSÁRIO NECROPAPILOSCÓPICO

A seguir foram extraídas do Manual de Procedimento Operacional Padrão – Pericia Criminal (SENASP-2013) , cujo objetivo é padronizar conceitos e terminologias a serem utilizados nos Laudos de Exames Necropapiloscópicos.

AUTÓLISE – Fenômeno transformativo que se caracteriza pela ausência inicial de ação bacteriana. Com a morte, a falta de oxigenação (anóxia) celular promove a acidificação do pH e a consequente ruptura de membranas lisossômicas. O derrame enzimático irá provocar a digestão da parte orgânica das células e consequentemente a sua destruição. Nesse estágio a menor quantidade de enzimas nos tecidos epiteliais podem possibilitar a coleta de impressões papilares com qualidade sem necessidade de recursos especiais;

BASE DE DADOS TP (Ten Print) – É uma base de dados que contém individuais decadactilares pesquisadas e identificadas pelo AFIS. São consideradas também TP todas as individuais decadactilares que são pesquisadas no AFIS;

BASE DE DADOS UL (Unsolved Latent). Base de dados do AFIS que contém fragmentos de

impressões com pendência de identificação; COLETA DE IMPRESSÕES DIGITAIS – Também chamada de tomada de impressões digitais (Kehdy). É a reprodução dos desenhos digitais sobre uma superfície de papel, de maneira intencional, objetivando a posterior identificação por meio de confrontos;

CONFRONTO – Exame comparativo de duas ou mais impressões papilares com objetivo de identificação. O resultado positivo resultará na identificação, enquanto o resultado negativo resultará em uma não identificação ou exclusão de identidade;

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CONTROLE DE QUALIDADE – Se refere a análise da qualidade das impressões coletadas a fim de verificar se permitem ou não o confronto e, consequentemente, a identificação. Neste trabalho é avaliado o conjunto das linhas, a fim de se determinar a classificação/subclassificação e região papilar. Também se analisa a estrutura de cada linha individualmente a fim de verificar se possibilitam a sua identificação. Nestas linhas são observados o grau de nitidez de elementos técnicos importantes para a individualização da digital, como os poros, pontos característicos e formatos e bordas das linhas papilares. Nessa análise avalia-se a presença/ausência, localização, posição e formato desses elementos individualizadores. Os resultados da análise podem ser: Qualidade para individualização (QI); Qualidade para exclusão (QE) ou Sem qualidade para confronto (SQC);

DATILOGRAMA – Ver impressão digital;

DATILOSCOPIA – Processo de identificação humana por meio das impressões digitais (INI). Divisão:

civil, criminal e clínica (Kehdy, p. 45); DESENHO DIGITAL – É o desenho natural observado diretamente na pele humana, que formam as impressões digitais. A coleta das impressões é a reprodução desses desenhos digitais sobre uma planilha datiloscópica. Segundo Kehdy (p. 49) “é o conjunto de cristas papilares e sulcos interpapilares que se encontram nas extremidades dos dedos (terceira falange dos dedos e segunda falange dos polegares) formando arabescos variados “. Manual do INI: “É a figura formada pelas cristas papilares da falangeta”.

FALANGE DISTAL – Corresponde à terceira falange dos indicadores, médios, anulares e mínimos, e à segunda dos polegares. É a falange na qual está localizada a unha, que contém os desenhos digitais estudados na datiloscopia. Falangeta (vulgo);

FALANGE MEDIAL – A segunda falange dos indicadores, médios, anulares e mínimos, exceto o

polegar; falanginha; FALANGE PROXIMAL – A primeira falange de todos os dedos da mão. É a que se encontra mais

próxima à palma; FICHA DATILOSCÓPICIA – Ver planilha datiloscópica. De acordo com Kehdy (p. 65): “As impressões digitais são tomadas numa ficha denominada Ficha Datiloscópica”;

FOTOGRAFIA DIRETA - Fotografia da impressão papilar contida no suporte primário, quando realizada diretamente sobre o suporte onde se encontra a impressão (Araújo, p. 202). A fotografia é utilizada quando os resultados das coletas com as técnicas conhecidas não têm qualidade técnica suficiente para identificação. Ela pode ser feita por reflexão de luz ou sob transparência;

GRUPO TÉCNICO DE DADOS ANTE MORTEM – Grupo ou equipe de pessoas encarregadas de levantar informações, dados e impressões papilares das pessoas consideradas desaparecidas, que servirão para confronto datiloscópico com material POST MORTEM de uma determinada ocorrência;

HIT – Confirmação no AFIS de uma identificação;

IDENTIFICAÇÃO PAPILOSCÓPICA – Afirmação de que duas impressões digitais foram produzidas por um mesmo dedo. Quando, pelo exame dos pontos característicos, o perito se convenceu de que se trata da mesma impressão papilar (Araújo, p. 225);

IMPRESSÃO DIGITAL – O mesmo que datilograma. Reprodução do desenho digital em um suporte (Kehdy, em ED, p. 49); Manual do INI: “datilograma ou impressão digital é a reprodução do desenho digital”;

INDIVIDUAL DATILOSCÓPICA – É a planilha depois de preenchida com o nome e apostas as impressões digitais do identificado. As individuais datiloscópicas compõem o arquivo datiloscópico;

LAUDO – É o documento oficial utilizado para a comunicação do resultado da perícia papiloscópica. Como regra geral, o documento necessita ser formalmente solicitado ao órgão de identificação. Quando não houver condições para a coleta das impressões PM, fica impossibilitada a realização da perícia papiloscópica pela ausência de confronto papiloscópico. O mesmo se dá quando o material PM não tem qualidade técnica suficiente;

LT (Latent) – Impressões ou fragmentos de impressões papilares sem identificação que serão submetidos ao AFIS;

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MACERAÇÃO – Fenômeno transformativo do tipo destrutivo, característico de corpos submersos em meio líquido. O líquido separa a derme da epiderme, facilitando o desprendimento da luva, que pode ser aproveitada na coleta de impressões papilares. É comum em corpos encontrados em lagos, rios e mar;

MÉTODO DE COLETA POR MICRO-ADESÃO – Técnica de reprodução dos desenhos papilares por meio de pós especiais, pincéis e um papel ou fita aderente. É comumente utilizado quando a coleta com tinta não apresenta resultados satisfatórios. Pode ser aplicado em substituição ou em conjunto com o método tradicional, principalmente nas ocasiões em que a coleta com tinta não surtiu bons resultados. É mais preciso que o método tradicional, porém apresenta maior custo por causa dos materiais (pincel, pós, etiquetas);

MÉTODO DE COLETA EM LUVA DE LÁTEX – Quando as falanges ficam endurecidas, por perda de líquidos ou outras causas, o método tradicional ( tinta e papel) não mais funciona. A solução é realizar uma pequena modificação no método tradicional, substituindo o papel e prancheta por um material flexível ou moldável. A superfície moldar-se-á à falange endurecida possibilitando, assim, a coleta. O recurso mais simples são as luvas de látex, utilizadas pelo operador papiloscopista no ato da coleta. Basta entintar o dedo normalmente, calçar uma luva extra e, em seguida, aplicar sobre a mesma a coleta do datilograma, na região tênar ou hipotênar da palma do próprio operador. A maleabilidade da luva, somada à maciez da própria palma da mão do identificador possibilitará a coleta das impressões papilares. Uma vez coletada a impressão, a luva de látex é marcada e acondicionada em sacos transparentes para futuros confrontos. O método é rápido e eficaz na maioria dos casos, e por essa razão foi utilizado amplamente por papiloscopistas paraguaios, chilenos e brasileiros na identificação de corpos carbonizados de vítimas de incêndio em Assunção, Paraguai, em agosto de 2004;

MÉTODO DE COLETA TRADICIONAL – Consiste na aposição do desenho papilar impregnado de tinta sobre uma superfície de papel. É o processo mais antigo de obtenção de datilogramas e continua ainda sendo a mais simples e mais rápida forma de coleta, não requerendo locais ou recursos especiais. Apesar de sua simplicidade, a qualidade do trabalho final está diretamente relacionada à habilidade de execução e de conhecimentos básicos de papiloscopia;

MÉTODO DO ESTIRAMENTO DA PELE – Procedimento que consiste em esticar e colocar o pedaço de tecido epitelial entre duas lâminas transparentes para fotografia do desenho papilar. Pode ser aplicado tanto na luva epidérmica como na estrutura dérmica. Quando é utilizada a derme faz-se necessário que previamente seja feito um recorte no tecido epitelial pouco abaixo desta camada, utilizando um bisturi, até que possa ser colocado entre lâminas. Para melhor visualização, o tecido deve ser colorido com pó, antes do estiramento;

MÉTODO ou TÉCNICA DA FERVURA (BOILLING TECHNIQUE) – Alternativa apresentada por Aaron J. Uhle e Richard L. Leas para identificação papiloscópica de corpos em estado transformativos. Consiste em por a mão do cadáver por cerca de 10 a 20 segundos em água fervente. De acordo com os pesquisadores o processo irá provocar uma resposta termodinâmica e osmótica sobre a pele que, além facilitar a limpeza, possibilita a re-hidratação da pele e assim favorece a coleta das impressões. Veja no Forensic Science Communication. July 2007, Volume 9, Number 3. Site: http://www.fbi.gov/about-us/lab/forensic-science- communications/fsc/july2007/technical/2007_07_technical01.htm;

MOLDAGEM – Reprodução dos desenhos papilares de forma tridimensional por meio de substância líquida. Recurso utilizado quando as técnicas de coleta bidimensionais não surtem efeito. Também é recurso utilizado para evitar a dissecção de falanges;

MUMIFICAÇÃO – Fenômeno transformativo, do tipo conservativo, caracterizado pela evaporação rápida da água a ponto de inibir o processo bacteriano responsável pela putrefação. São comuns em corpos encontrados em locais arenosos e bem ventilados, com ambientes secos e com temperatura elevada;

NECROPAPILOSCOPIA – É a identificação de cadáveres por meio das impressões papilares. Trata-se de uma das modalidades da perícia papiloscópica, cujo objeto de identificação são os corpos humanos sem vida;

NO HIT – Exclusão de identidade, realizada por Papiloscopista, após análise de uma relação de impressões papilares de candidatos apresentada pelo AFIS;

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PERÍCIA PAPILOSCÓPICA – Conjunto de técnicas utilizadas na busca e exame de impressões papilares com a finalidade de estabelecer a identidade das pessoas que as produziram. Inicia com a coleta e exame de qualidade das impressões e finaliza com o resultado do confronto das impressões papilares. Suas modalidades de exames se dividem conforme o objeto examinado: documentos, materiais, veículos, locais ou cadáveres;

PLANILHA DATILOSCÓPICA – O mesmo que ficha datiloscópica. Formulário de papel de cor branca, utilizado para a coleta de impressões digitais. Alguns Estados diferenciam impressões de planilhas entre gêneros, sendo cor preta para masculino e vermelho ou laranja para o sexo feminino. O tamanho é padronizado, em geral 19 cm x 8,5 cm, conforme o tamanho das gavetas ou bandejas dos arquivos datiloscópicos. Além do espaço destinado aos datilogramas, deve conter nome e número de registro do identificado. Depois de preenchida a planilha passa a chamar-se individual datiloscópica (II/PCDF, 2005, 199);

POLPA DIGITAL – Parte interna das extremidades digitais (oposto à unha) que contém os desenhos. Esses desenhos são responsáveis pela formação dos datilogramas;

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – São aqueles necessários para a coleta de impressões de corpos em a pele espessa (mãos e pés) passou por fenômenos abióticos ou estados transformativos em que a coleta pelo método tradicional não mais surte os resultados esperados. Também se referem aos casos de corpos que sofreram severos danos com a carbonização, a fragmentação e a calcinação. Os estados mais comuns são enrugamento de pele, rigidez, destacamento de luvas, putrefação, destruição epidérmica pelo calor, requerendo, em cada caso, de recursos e locais apropriados, como um laboratório, para correta limpeza, recondicionamento e coleta dos desenhos papilares. As técnicas e preparo do tecido são as mais diversas, incluindo injeção de líquidos, moldagens, excisões, secagem, hidratação. As técnicas de coleta podem ser micro-adesão, moldagem ou ainda fotografia direta. Os diversos procedimentos podem ser combinados visando o melhor resultado de coleta e, consequentemente, a mais rápida identificação;

PUTREFAÇÃO – Decomposição do corpo pela ação de bactérias e microorganismos. Surge logo após a autólise. Seu período de duração varia conforme as condições do corpo ou do meio em que ele se encontra. Sua ação pode, didaticamente, ser dividida em 4 fases – 1) fase cromática: surgimento de coloração verde na pele, na altura dos intestinos, além de um odor característico;

2) fase gasosa: a produção intensa de gases no corpo provocando distensão os tecidos e fazendo

o corpo aumentar o volume cutâneo seguidos de outros

fenômenos como prolapso uterino ou retal, distensão da língua, projeção do olhos, etc.; 3) fase

coliquativa: destruição completa dos tecidos moles, com proliferação

de insetos; 4) fase de esqueletização: corpo desprovido das partes moles restando apenas ossos,

dentes, cabelos e tendões; REGISTRO GERAL – É o numero de matrícula do indivíduo no II para efeito de identificação civil. Sua emissão é feita por cada Estado e pelo Distrito Federal, mas possui validade em todas as Unidades da Federação. Para efeito de identificação criminal, algumas UF adotam o mesmo RG, outros adotam um número diferenciado criminal (RC); outros adotam somente o Registro Federal (RF);

REGENERAÇÃO PLÁSTICA DAS EXTREMIDADES DIGITAIS – Esta técnica foi sugerida por estudiosos como Reuter, Heindl, De Rechter e Stokis para eliminar o estado de encarquilhamento das extremidades digitais do cadáver a fim de se coletar das impressões digitais com qualidade. Consiste na injeção de substância líquida sob a pele, na polpa digital. Xavier da Silva sugere a injeção de ar com uma seringa de 5 cc, bastando 1,5 cc para se obter o resultado almejado. (Carvalho, 1950);

SAPONIFICAÇÃO – Processo que se caracteriza pela formação de material esbranquiçado, untoso e mole, que lembra cera ou sabão, nas partes moles do cadáver. Durante a putrefação, a ação das bactérias sobre as gorduras produz ácidos graxos. Estes ácidos, combinados com determinados minerais contidos na argila geram os ésteres que, por sua vez, transformam gorduras em cera, que retardam a decomposição do corpo, o que pode facilitar a coleta das impressões papilares. São comuns em corpos obesos, encontrados em terrenos argilosos, em locais quentes, úmidos e fechados, com baixa oxigenação;

PESQUISA LT/TP – Modalidade de pesquisa para identificar fragmentos de impressões papilares por meio de pesquisa na base de dados contendo as individuais já identificadas pelo Sistema (BASE TP).

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Na necropapiloscopia ocorre quando existem impressões de alguns dedos ou alguns fragmentos destes de um cadáver e estes são pesquisados na base TP;

PESQUISA TP/TP – Modalidade de pesquisa para identificar uma individual datiloscópica decadactilar (TP) por meio de pesquisa na base de dados das individuais que já foram identificadas pelo sistema (base TP). Na necropapiloscopia ocorre quando se obtém a coleta de individual decadactilar completa, ou seja, com todos os datilogramas, sendo esta pesquisada na base TP.

BIBLIOGRAFIA: • AMARAL, Marcelo Ortega - Apostila de Assinalamento de Pontos Característicos utilizando o Software Adobe Photoshop 7.0 em Inglês - Brasília, Instituto Nacional de Identificação, 2003. • ASBHBAUGH, David R. - Rigeology, A modern evaluative of Rigde Identification - Polícia Real

Montada Canadense, reimpresso do FBI - 1996;

• CHATTERJEE, Salil Kumar. e HAGUE, Richard V. - Fingerprint Or Dactyloscopy And

Ridgeoscopy – M. K. Murkerjee Temple Press – Calcuta – India, 1988

• FBI - The Science of Fingerprints, Classification and Uses - Washington -DC, Ed. 12/84;

• IDENTIFICAÇÃO, INSTITUTO NACIONAL DE - Identificação Papiloscópica. Serviço Gráfico do

DPF, Brasília-DF, 1987;

• KEHDY, Carlos - Manual de Locais de Crime - Coletânea Acácio Nogueira, vol VIII. São Paulo, Serviço

Gráfico da SSP/SP, 1959;

• Procedimento Operacional Padrão – Pericia Criminal / Secretaria Nacional de Segurança Pública

Brasília – DF. Ministério da Justiça. 242 p. 2013;

• SIRCHIE, Catálogo da, - CA - USA, 1997;

• ZARZUELA, José Lopes; MATUNAGA, Minoru; THOMAZ, Pedro Lourenço – Laudo Pericial – Aspectos

Técnicos e Jurídicos – São Paulo, Ed.Revista dos Tribunais, 2000.