apostila rsa e drs nov 2008

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Programa Cert i f icação Interna em Conhec imentos

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (RSA) E

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL (DRS)

Brasília, novembro de 2008

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (RSA) E DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL (DRS)

S1. Contextualização....................................................................................................................... 11. 1.1..Histórico.evolutivo.de.RSA................................................................................................... 13. . Atividades.humanas.e.impactos.socioambientais................................................................ 13. 1.2..Conceitos............................................................................................................................. 15. . Sustentabilidade.–.caminhos.para.a.construção.de.um.conceito........................................ 15. . Desenvolvimento.sustentável.............................................................................................. 18. . Responsabilidade.socioambiental........................................................................................ 25

2. RSA no mundo empresarial e no setor financeiro................................................................. 29. 2.1..RSA.no.mundo.empresarial................................................................................................. 31. . RSA.Empresarial.no.Brasil................................................................................................... 33 2.2.RSAnasinstituiçõesfinanceiras.......................................................................................... 36. . Risco.socioambiental........................................................................................................... 36 2.3.Novosdesafiosetendências............................................................................................... 40

3. RSA no Banco do Brasil........................................................................................................... 43. 3.1..Histórico............................................................................................................................... 45. 3.2..Conceito.e.carta.de.princípios.de.RSA.do.BB...................................................................... 45. 3.3..RSA.na.estratégia.corporativa.............................................................................................. 48. 3.4..Principais.compromissos.públicos.do.BB.com.a.sustentabilidade....................................... 52. . Protocolo.Verde.................................................................................................................... 52. . Pacto.Global......................................................................................................................... 53. . Pacto.pela.Erradicação.do.Trabalho.Escravo...................................................................... 54. . Princípios.do.Equador.......................................................................................................... 54. . Agenda.21.Empresarial........................................................................................................ 55

4. Gestão da RSA no BB............................................................................................................... 57. 4.1..Ferramentas.de.avaliação.e.monitoramento........................................................................ 59. . Plano.Diretor.(BSC.–.Balanced Scorecard)......................................................................... 59. . Acordo.de.Trabalho.–.ATB.–.Perspectiva.Sociedade.......................................................... 59. . GRS.–.Gerenciador.de.Recursos.Sociais............................................................................ 59. 4.2..Prestação.de.contas.em.sustentabilidade............................................................................ 60. . Relatórios.do.BB.................................................................................................................. 60. . GRI.–.Global Report Initiative.............................................................................................. 60. . Modelo.Ibase........................................................................................................................ 61

5. RSA na prática: Agenda 21 do BB........................................................................................... 65. 5.1..Negocios.com.foco.no.desenvolvimento.sustentável........................................................... 67. . Estratégia.Desenvolvimento.Regional.Sustentável............................................................. 68. . Produtos.e.serviços.socioambientais................................................................................... 68. 5.2..Práticas.administrativas.e.negociais.com.RSA.................................................................... 71. . Relações.com.público.interno.............................................................................................. 71. . Relações.com.público.externo............................................................................................. 74 Ecoeficiência........................................................................................................................ 76

Sumário

. 5.3.Investimento.social.privado................................................................................................... 77

. . Cidadania.empresarial......................................................................................................... 77

. . Programa.Voluntariado........................................................................................................ 78

6. Estratégia Negocial de Desenvolvimento Regional Sustentável.......................................... 81. 6.1. Histórico............................................................................................................................... 83. 6.2. Desenvolvimento.territorial................................................................................................... 86. 6.3..Desenvolvimento.regional.sustentável................................................................................. 88. . Desenvolvimento.sustentável.como.estratégia.................................................................... 90. 6.4. Documentos.estratégicos..................................................................................................... 91

7. Visões da Estratégia.DRS......................................................................................................... 93. 7.1..Visão.negocial...................................................................................................................... 95. 7.2. Visão.de.futuro..................................................................................................................... 97 7.3 Visãodeabrangência........................................................................................................... 98. 7.4. Visão.de.cadeira.de.valor.....................................................................................................100. 7.5. Visão.participativa................................................................................................................103

8. Pilares da Sustentabilidade.......................................................................................................105. 8.1. Pilar.econômico....................................................................................................................107.

Vocações.e.potencialidades.................................................................................................108. . Análise.de.mercado.............................................................................................................108. . Oportunidades.negociais.....................................................................................................108. 8.2..Pilar.ambiental......................................................................................................................109. . Legislação.ambiental...........................................................................................................110. . Educação.ambiental.............................................................................................................113. . Uso.racional.dos.recursos.ambientais.................................................................................114. . Oportunidades.negociais.....................................................................................................115. 8.3. Pilar.social............................................................................................................................116. . Agenda.21.Local..................................................................................................................118. . Diversidade.cultural..............................................................................................................119. . Associativismo.e.cooperativismo.........................................................................................120. . Oportunidades.negociais.....................................................................................................123

9. Alianças, Parcerias e Redes de Cooperação..........................................................................125. 9.1..Conceitos.............................................................................................................................127. 9.2..Concertação.........................................................................................................................130. 9.3..Atores.sociais.......................................................................................................................131. . Empresas,.governos,.organizações.da.sociedade.civil.e.outras.entidades.que.atuam. . com.visão.de.RSA................................................................................................................132. . Papéis.institucionais.............................................................................................................133. . Pactos.e.compromissos.......................................................................................................134. 9.4..Dinâmicas.sociais:.lideranças,.legitimidade.e.poder............................................................135

10. Metodologia da Estratégia DRS..............................................................................................137. 10.1...Noções.de.projeto.-.um.apoio.à.metodologia....................................................................139. . . Conceito............................................................................................................................139. . . Elaboração........................................................................................................................140

. 10.2.. Etapas.da.metodogia.DRS................................................................................................143

. . . Sensibilização.e.capacitação............................................................................................144

. . . Escolha.de.atividades.produtivas......................................................................................145

. . . Equipe.de.trabalho.DRS....................................................................................................147

. . . Diagnóstico.DRS...............................................................................................................148

. . . Plano.de.Negócios.DRS....................................................................................................149

. . . Análises.e.pareceres.........................................................................................................150

. . . Implementação..................................................................................................................152

. . . Monitoramento.e.avaliação...............................................................................................152

. 10.3.. Outras.metodologias.para.o.desenvolvimento.sustentável...............................................153

11. Gestão da Estratégia DRS.......................................................................................................159. 11.1.. Normativos........................................................................................................................161. 11.2...Conhecimentos.e.atuação.................................................................................................161. 11.3...DRS.integrado...................................................................................................................163. 11.4.. Acordo.de.trabalho............................................................................................................165. 11.5...Ferramentas:.aplicativos.ATB,.ORC,.DRS........................................................................166

Referências.....................................................................................................................................169

Reconhecer.os.princípios.e.conceitos.de.responsa-bilidade.socioambiental.(RSA).e.a.Estratégia.de.De-senvolvimento. Regional. Sustentável. (DRS). adota-dos.pelo.Banco.do.Brasil.e.suas.implicações.para.a.sustentabilidade.dos.negócios.e.o.desenvolvimento.sustentável.do.país.

O objetivo Geral

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

▪Descreveraevoluçãohistóricadoconceitodesustentabilidade.

▪ Conceituardesenvolvimentosustentável.

▪ DefiniraAgenda21eseusdesdobramentos(global,nacional,locais,empresariais).

▪ Identificar,naAgenda21,ocompromissoemproldasustentabilidade.

▪ Conceituarresponsabilidadesocioambiental.

▪ Relacionarosfundamentosteóricosdasustentabilidadecomosprincípios.da.responsabilidade.socioambiental.

1Contextualização

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 13

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1.1. HISTÓRICO EVOLUTIVO DE RSA

Para.conceituarmos.responsabilidade.socioambiental.–.a.resposta.empresa-rial.para.a.sustentabilidade.dos.negócios,.do.planeta,.dos.países.e.das.comu-nidades. locais.–,.percorreremos.alguns. fatos.históricos.que.nos.ajudarão.a.compreender.o.mundo.em.que.vivemos.hoje.

Atividades humanas e impactos socioambientais

Desde.o.tempo.das.cavernas,.a.humanidade,.para.sobreviver,.precisou.trans-formaranatureza.Noinício,praticavaumaeconomiadesubsistência,explo-rando.o.seu. território.para.satisfazer.as.suas.necessidades.básicas:.colhia.os. frutos.das.árvores,.pescava.os.peixes.dos. rios.e.caçava.os.animais.da.floresta.

Em.8.000.a.C.,.inventou.a.agricultura.e.começou.a.criar.animais..A.partir.des-sas tarefassentiuanecessidadedesefixarnumdeterminado lugar,geral-mente.às.margens.de.rios.e.lagos..Abandonou.as.cavernas.e.passou.a.cons-truir.sua.própria.moradia..Surgiram.as.primeiras.comunidades.organizadas:.as.aldeias.

Nessa fase,ahumanidadecomeçoua influenciaroequilíbriodosecossis-temas1..A.descoberta.do.plantio.como.nova.fonte.de.alimento.desencadeou.um.crescimento.populacional.que.ocasionou.a.conquista.de.novas.áreas.de.florestaparaocultivo.

Quando.a.produção.de.alimentos.foi.maior.do.que.as.necessidades.das.an-tigas.aldeias,.surgiu.o.comércio..Supõe-se.que.nesse.momento.apareceram.também.as.noções.de.propriedade.e.de.produto.excedente.

As.aldeias. transformaram-se.em.cidades.e.a. riqueza.originada.do. trabalho.sobre.a.terra.incentivou.o.aparecimento.do.trabalho.artesanal..O.comércio.se.intensificou,dadaaexistênciadeexcedentesnaagricultura,nacriaçãodeanimais,.no.artesanato,.e.passou.a.operar.mediado.pela.moeda.

E.se.anteriormente.a.produção.girava.em.torno.do.consumo.do.dia-a-dia.das.

1.Ecossistema:.conjunto.de.relacionamentos.entre.um.determinado.ambiente.e.os.organismos.que.nele.habitam.(fauna,flora,microorganismos,minerais,etc.).Naabordagemholística,outrocomponentedoecossistemaéacultura.humana.

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famílias,.agora.atendia.àqueles.que.tinham.dinheiro.para.comprar.o.exceden-te.de.quem.produzia.

No.decorrer.do.século.XV,.surgem.os.estados.nacionais.e.o.que.antes.era.pensado.em.nível.local,.passa.a.ser.considerado.em.um.patamar.mais.com-plexo.Oreideixadeserumafiguraemblemáticaepassaagovernarcomosuportefinanceirodaburguesianascente.

Manter.uma.nação.exige.mais.recursos.e.esse.será.um.dos.fatores.que.impul-sionará.países.como.Portugal.e.Espanha.a.buscar.novas.rotas.para.expansão.comercial.. Nesse. movimento,. terminam. por. estabelecer. colônias. em. áreas.que.hoje.formam.os.países.da.América.do.Sul.

Esse.processo.de.colonização.estabelecido.pelos.países.europeus.teve.um.caráter.de.exploração.das. reservas.naturais.e.ocasionou.a.extinção.de.di-versas.civilizações.nativas..As.matérias-primas.extraídas.das.colônias.eram.transformadas.em.capital,.mas.não.em.capital.localmente.aproveitado.

Depois.de.alguns.séculos.em.que.a.colonização.dos.novos.mundos.desco-bertos. gerou. riquezas. substanciais. para. as. metrópoles. européias. e. com. o.empregodaCiênciaàprodução,chegamosàRevoluçãoIndustrial.

Na.segunda.metade.do.século.XVIII,.um.conjunto.de.grandes.transformações.ocorreunomododeproduçãoinglês,queatéentãoeraapenasartesanalemanufatureiro..O.ritmo.das.mudanças.foi.vertiginoso,.afetou.todo.o.mundo,.e.se.tornou.conhecido.como.a.primeira.Revolução.Industrial,.que.pode.ser.ca-racterizada.pela.substituição:

▪. das.ferramentas.pelas.máquinas;▪. da.energia.humana.pela.energia.motriz.–.inicialmente.o.vapor;▪. do.modo.de.produção.doméstico.pela.produção.em.fábricas.

A.produção.nas.fábricas.alterou.a.relação.da.humanidade.com.o.produto.do.seutrabalho,intensificouaexploraçãodosbensnaturaiseocasionouoau-mento.da.população.em.grandes.centros.industriais.

NofinaldoséculoXIX,autilizaçãodaenergiaelétricaedomotoracombustãoproporcionou.a.segunda.Revolução.Industrial.do.mundo,.o.que.gerou.aumen-to.de.produtividade.seguido.de.impactos.sociais.e.ambientais,.sem.considerar.alterações.no.equilíbrio.do.ecossistema.planetário.

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OséculoXXintensificouomodelodedesenvolvimentocriadoapartirdaRe-volução.Industrial..Surgiu.uma.nova.lógica,.via.diferenciação.de.produtos.para.atender.a.um.mercado.de.consumo.cada.vez.maior.e.mais.exigente.

Uma.característica.marcante.do.novo.modo.de.produção.é.a.diminuição.da.vida.útil.dos.bens.que,.com.a.rapidez.do.surgimento.de.novas.tecnologias,.tor-nam-serapidamenteobsoletos.Conseqüentemente,verifica-seumaumentoexpressivo.da.produção.de.resíduos2,.sem.o.tratamento.adequado.para.reab-sorção.pela.natureza.

Chegamos.ao.início.do.século.XXI.com.o.seguinte.cenário:▪. avanço.econômico.expressivo;▪. concentração.de.riquezas.nas.mãos.de.poucos;▪ crescimentodemográficodesmedido;▪. destruição.do.patrimônio.ecológico.mundial;▪ mudançassignificativasnasrelaçõesdetrabalho;▪. estímulo.ao.consumo.inconseqüente;▪. diminuição.da.mortalidade.infantil;▪. aumento.da.expectativa.de.vida;▪. avanços.tecnológicos;▪. políticas.ambientais.de.preservação.do.planeta.

1.2. CONCEITOS

Sustentabilidade – caminhos para a construção de um conceito

Ao.longo.da.história.da.humanidade,.as.preocupações.com.o.processo.de.de-senvolvimento.e.a.degradação.do.meio.ambiente.sempre.estiveram.presen-tes..Embora.a.idéia.dos.recursos.naturais.serem.considerados.inesgotáveis.por.grande.parte.dos. “propulsores.do.desenvolvimento”,.vários.pensadores.perceberamoconflitoentreprogressoemeioambiente.

2..Resíduo:.qualquer.material.considerado.inútil.e/ou.sem.valor,.gerado.pela.atividade.humana,.e.que.precisa.ser.eliminado..Podem.ser:. industriais,.domésticos,.hospitalares,.comerciais.ou.agrícolas..Muitos. resíduos.podem.ser.reutilizados,.por.meio.da.reciclagem,.desde.que.adequadamente.tratados,.gerando.fonte.de.emprego.e.renda,.além.de.contribuir.contra.a.poluição.ambiental..Outros,.porém,.não.podem.ser.reutilizados.de.nenhuma.forma,.como,.por.exemplo,.o.lixo.hospitalar.ou.nuclear.

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▪. 1972: um marco

A.década.de.70.foi.marcada.pela.criação.de.diversas.organizações.interna-cionais.–.com.o.objetivo.de.discutir.os.problemas.ambientais.em.âmbito.mun-dial.–.e.dos.primeiros.movimentos.ambientalistas.organizados..Também.se.registrou.o.começo.da.preocupação.ambiental.por.parte.do.sistema.político.–.governos.e.partidos.

Em.1972,.o.Clube.de.Roma3.publicou.o.estudo.Os Limites do Crescimento,.com.a.seguinte.conclusão:.mantidos.os.mesmos.níveis.de. industrialização,.poluição,.produção.de.alimentos.e.exploração.dos.recursos.naturais.vigentes.na.época,.o.limite.de.desenvolvimento.do.planeta.seria.atingido,.no.máximo,.em.100.anos,.provocando.uma.repentina.diminuição.da.população.mundial.e.da.capacidade.industrial.

Nomesmoano, representantesde113paísesse reuniramnaConferênciadas.Nações.Unidas.sobre.o.Ambiente.Humano.ou.Conferência de Estocol-mo,naSuécia.Esseencontrotevecomoobjetivodefinirprincípioscomunsde.preservação.e.de.melhoria.do.meio.ambiente.humano.entre.os.113.países.participantes.

Desse.evento.resultou.a.Declaração de Estocolmo.sobre o Meio Ambiente Humano..Seus.princípios.constituíram.o.primeiro.conjunto.de.“soft.laws”.(leis.internacionais.apenas.intencionais,.sem.aplicação.obrigatória).para.questões.ambientais.internacionais,.que.inspiraram.várias.iniciativas,.desde.políticas.e.estratégias.governamentais.até.projetos.e.intervenções.de.organizações.não-governamentais.(ONG).

Veja.no.Quadro.1.os.Princípios.da.Declaração.de.Estocolmo..

3...O.Clube.de.Roma.foi.fundado.em.1968..Instigados.pelo.economista.e.industrial.Aurélio.Peccei,.trinta.especialis-tas.de.diversas.áreas.reuniram-se.para.debater.a.crise.e.o.futuro.da.humanidade..O.Clube.de.Roma.foi.pioneiro.nocaminhoparaaconsciênciainternacionaldosgravesproblemasmundiais.

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1.. Os.direitos.humanos.devem.ser.defendidos;.o.apartheid.e.o.colo-nialismo.devem.ser.condenados.

2.. Os.recursos.naturais.devem.ser.preservados.3.. A.capacidade.da.Terra.de.produzir. recursos. renováveis.deve.ser.

mantida.4. Afaunaeaflorasilvestresdevemserpreservadas.5.. Os.recursos.não-renováveis.devem.ser.compartilhados,.não.esgo-

tados.6.. A.poluição.não.deve.exceder.à.capacidade.do.meio.ambiente.de.

neutralizá-la.7.. A.poluição.danosa.aos.oceanos.deve.ser.evitada.8.. O.desenvolvimento.é.necessário.à.melhoria.do.meio.ambiente.9.. Os.países.em.desenvolvimento.requerem.ajuda..10.. Os.países.em.desenvolvimento.necessitam.de.preços.justos.para.

as.suas.exportações,.para.que.realizem.a.gestão.do.meio.ambien-te.

11.. As.políticas.ambientais.não.devem.comprometer.o.desenvolvimen-to.

12.. Os.países.em.desenvolvimento.necessitam.de.recursos.para.de-senvolver.medidas.de.proteção.ambiental.

13.. É.necessário.estabelecer.um.planejamento. integrado.para.o.de-senvolvimento..

14. Umplanejamentoracionaldeveresolverconflitosentremeioam-biente.e.desenvolvimento.

15.. Assentamentos.humanos.devem.ser.planejados.de.forma.a.elimi-nar.problemas.ambientais.

16.. Os.governos.devem.planejar.suas.próprias.políticas.populacionais.de.maneira.adequada.

17.. As. instituições. nacionais. devem. planejar. o. desenvolvimento. dos.recursos.naturais.dos.Estados.

18. Aciênciaeatecnologiadevemserusadasparamelhoraromeioambiente..

19.. A.educação.ambiental.é.essencial.20.. Deve-se.promover.pesquisas.ambientais,.principalmente.em.paí-

ses.em.desenvolvimento.21.. Os.Estados.podem.explorar.seus.recursos.como.quiserem,.desde.

que.não.causem.danos.a.outros.22.. Os.Estados.que.sofrerem.danos.dessa.forma.devem.ser.indeniza-

dos.23.. Cada.país.deve.estabelecer.suas.próprias.normas.24.. Deve.haver.cooperação.em.questões.internacionais.25.. Organizações.internacionais.devem.ajudar.a.melhorar.o.meio.am-

biente.26.. Armas.de.destruição.em.massa.devem.ser.eliminadas.

Fonte:.IBAMA,.2007.

Quadro.1

Princípios da Declaração de Estocolmo (1972)

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Aindaem1972,porrecomendaçãodaConferênciadeEstocolmo,foicriadoo.Programa.das.Nações.Unidas.para.o.Meio.Ambiente.(PNUMA).para.ação.e.coordenação.de.questões.ambientais.no.âmbito.das.Organizações.das.Na-ções.Unidas.-.ONU.

A.missão.do.PNUMA.é.“prover.liderança.e.encorajar.parcerias.no.cuidado.com.o.ambiente,.inspirando,.informando.e.capacitando.nações.e.povos.a.aumen-tar.sua.qualidade.de.vida.sem.comprometer.a.das.futuras.gerações”.(ONU,.2007).

Desenvolvimento sustentável

▪. A década de 80: definindo o desenvolvimento sustentável

Nadécadade80,intensificaram-se,aindamais,osdebatessobreasques-tõessociaiseambientais,comênfasenosaspectossociais.

Lidarcomapobrezatornou-seumdesafiofundamental,umavezqueocresci-mento.populacional.nos.países.em.desenvolvimento.não.só.continuou.como,.também,.um.número.cada.vez.maior.de.pessoas.carentes.passou.a.residir.em.centros.urbanos,.comprometendo.a.infra-estrutura.física.das.cidades..

Essa.década.também.presenciou.uma.série.de.desastres.ambientais.como,.por.exemplo,.o.vazamento.de.gases. letais.na. Índia,.o.desastre.nuclear.em.Chernobyl,.o.derramamento.de.milhões.de.litros.de.petróleo.no.Alasca..Esses.acontecimentos.alertaram.os.estudiosos.sobre.a.necessidade.de.repensar.o.modo.de.tratar.o.planeta.e.seus.ecossistemas,.ressaltando.a.irresponsabilida-de.e.a.fragilidade.humana.

Em1982,comoa interdependênciaentreomeioambienteeodesenvolvi-mento.se.tornava.cada.vez.mais.óbvia,.a.Assembléia.Geral.das.Nações.Uni-das.adotou.a.Carta Mundial da Natureza,.divulgando.o.princípio.segundo.o.qual.cada.forma.de.vida.é.única.e.deve.ser.respeitada,.independentemente.de.seu.valor.para.a.humanidade.

Esse.documento.também.chamou.a.atenção.para.a.importância.de.compre-endermosnossadependênciaemrelaçãoaosecossistemasnaturaisepara

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a.necessidade.de.controlarmos.a.exploração.danosa.do.ambiente.pelo.ser.humano.

Esseseoutroseventosconfirmaramque:► asquestõesambientaissãosistêmicas;►. lidar.com.elas. requer.a.adoção.de.estratégias.e.ações. integradas.em.

longo.prazo.e.a.participação.de.todos.os.países.e.de.todos.os.membros.da.sociedade.

Em.1983,.o.PNUMA.criou.a.Comissão.Mundial.sobre.Meio.Ambiente.e.Desen-volvimento.(CMMAD),.também.conhecida.como.Comissão.Brundtland,.com.o.objetivo.de.reexaminar.os.problemas.críticos.do.meio.ambiente.e.do.desen-volvimento.do.planeta.e.formular.propostas.realistas.para.solucioná-los.

Em.1985,.foram.publicadas,.pela.primeira.vez,.as.medições.relativas.ao.tama-nho.do.buraco.na.camada.de.ozônio,.realizadas.por.pesquisadores.britânicos,.causandosurpresatantoparaosrepresentantesdocampocientíficoquantopara.o.político.

Em.1987,.como.resultado.da.Assembléia.Geral.das.Nações.Unidas,.o.relató-rioNossoFuturoComum,queficouconhecidocomoRelatório Brundtland,.traduziu.as.preocupações.com.o.meio.ambiente.que.já.se.instalavam.na.so-ciedade..Nele.foi.expresso,.pela.primeira.vez,.o.seguinte.conceito.de.desen-volvimento sustentável.utilizado.até.os.dias.atuais:

“Desenvolvimento.sustentável.é.aquele.que.satisfaz.as.necessidades.presen-tes,.sem.comprometer.a.capacidade.das.gerações.futuras.de.suprir.suas.pró-prias.necessidades”.

Mais que um conceito, o termodesenvolvimento sustentável é umdesafiolançado.à.humanidade,.pois.sua.busca.requer.um.sistema:

►. político.–.que.assegure.a.efetiva.participação.dos.cidadãos.no.processo.decisório;

►. econômico.–.capaz.de.gerar.excedentes.e know how.técnico.em.bases.confiáveiseconstantes;

►. social.–.que.possa.resolver.as. tensões.causadas.por.um.desenvolvi-mento.não.equilibrado;

►. produtivo.–.que.respeite.a.obrigação.de.preservar.a.base.ecológica.do.desenvolvimento;

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►. tecnológico.–.que.busque.constantemente.novas.soluções;►. internacional–queestimulepadrõessustentáveisdecomércioefinan-

ciamento;►. administrativo–flexívelecapazdeseautocorrigir.

A.sustentabilidade.do.desenvolvimento. implica.uma.mudança.nas. relações.econômicas,.político-sociais,.culturais.e.ecológicas,.nos.níveis.local.e.global...Dessemodo,oprocessodedesenvolvimentosustentávelcompatibilizatrêsdimensões.intrínsecas._.a.conservação.ambiental,.a.inclusão.social.e.o.cres-cimento.econômico._.articuladas.a.partir.da.diversidade.cultural.

Vejanoesquemaaseguiressastrêsdimensões(Figura1).

Figura.1Dimensões do Desenvolvimento Sustentável

Economicamenteviável

Diversidadecultural

Ambientalmente correto

Socialmentejusto

Então,.sustentabilidade.é.a.propriedade.de.um.processo.continuar.existindo.no.tempo,.conservando.qualidade.e.autonomia.na.sua.manutenção,.interagin-do.com.todas.as.suas.dimensões.sem.privilegiar.uma.em.detrimento.da.outra..Na.perspectiva.do.desenvolvimento,.esse.processo.deve.ocorrer.sustentando.a.vida.da.espécie.humana.e.das.demais.que.habitam.o.planeta,.desde.que.isso.assegure.à.Terra.continuar.a.sua.trajetória.com.garantia.da.integridade.planetária.

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▪Os anos 90: Rio-92 e Agenda 21.

Omovimentoderesistênciaàscatástrofesambientaisdosanos80,agregadoàconsciênciaemergentedoagravamentodapobrezaedafomenomundo,exerceufortepressãoparaqueserealizasseaConferênciadasNaçõesUni-das.para.o.Meio.Ambiente.e.o.Desenvolvimento.(CNUMAD).

Essaconferência,tambémconhecidacomoCúpula da Terra,.Eco-92.ou.Rio-92,.ocorreu.no.Rio.de.Janeiro,.em.junho.de.1992,.com.representantes.de.179.paíseseéconsideradaamaiorreuniãodogênerojárealizada.

Embora.o.conceito.de.desenvolvimento.sustentável.tenha.sido.divulgado.em.1987,noRelatórioBrundtland,queoreconheceuoficialmenteedeclarouomeioambientecomoumautênticolimitedecrescimento,somentenaEco-92esse.termo.foi.consolidado.

Nesse.evento.foram.estabelecidas,.pela.primeira.vez,.as.bases.para.alcançar.odesenvolvimentosustentávelemescalaglobal,fixando-sedireitoseobriga-ções,.individuais.e.coletivos,.no.âmbito.do.meio.ambiente.e.desenvolvimento.

Osdocumentosoficiaisaprovadosforam:Agenda21,DeclaraçãodoRiodeJaneiro.sobre.o.Meio.Ambiente.e.o.Desenvolvimento,.Convenção.sobre.Mu-danças.Climáticas.e.Declaração.de.Princípios.sobre.Florestas.

A.Agenda 21 Global se.destaca.como.um.guia,.uma.agenda.de.trabalho.para.o.século.XXI,.visando.a.promoção.de.ações.que.integrem.o.crescimento.eco-nômico,.a.justiça.social.e.a.proteção.ao.meio.ambiente.

A.Agenda.21.não.é.apenas.um.documento..Nem.é.um.receituário.mágico,.com.

fórmulas.para.resolver.todos.os.problemas.ambientais.e.sociais..É.um.processo.

de. participação. em. que. a. sociedade,. os. governos,. os. setores. econômicos. e.

sociais. sentam-se. à. mesa. para. diagnosticar. os. problemas,. entender. os. con-

flitos envolvidos e pactuar formas de resolvê-los, demodo a construir o que

tem.sido.chamado.de.sustentabilidade.ampliada.e.progressiva.(Novaes,.2003).

Como.desdobramento.da.Agenda.21.Global,.o.Brasil,.assim.como.outras.na-ções,.também.elaborou.a.sua.Agenda.21..Esse.processo,.que.aconteceu.de.1996.a.2002,.teve.o.envolvimento.de.cerca.de.quarenta.mil.pessoas.de.todo.o.país.

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A.Agenda 21 Brasileira.é.um.compromisso.da.sociedade.em.termos.de.esco-lha.de.cenários.futuros.sobre.o.papel.ambiental,.econômico,.social.e.político,.contendo.as.seguintes.áreas.temáticas:

►. agricultura.sustentável;►. cidades.sustentáveis;► ciênciaetecnologiaparaodesenvolvimentosustentável;►. gestão.dos.recursos.naturais;►. infra-estrutura.e.integração.regional;►. redução.das.desigualdades.sociais.

Como.desdobramento.dos.compromissos.estabelecidos.na.Agenda.21,.pode.ser.criada.a.Agenda 21 Local,.em.diversos.níveis:.num.estado,.num.muni-cípio,.num.bairro,.numa.escola.ou.mesmo.numa.empresa,.como.veremos.no.tópico.que.aborda.a.Agenda.21.do.BB.

▪.O novo milênio

Iniciamos.os.anos.2000.com.números.estarrecedores:►. mais.de.um.bilhão.de.pessoas.no.mundo.vivem.com.menos.de.um.dólar.

por.dia;►. cerca.de.2,7.bilhões.lutam.para.sobreviver.com.menos.de.dois.dólares.

por.dia;.►. a.cada.ano,.morrem.onze.milhões.de.crianças,.a.maioria.das.quais.com.

menos.de.cinco.anos;►. mais.de.seis.milhões.morrem.devido.a.causas.totalmente.evitáveis.como.

a.malária,.a.diarréia.e.a.pneumonia.

Emsetembrode2000,apartirdaurgênciadesefazeralgoarespeitodessegravequadrosocial,aONUpromoveuaCúpuladoMilênio,emquelíderesde189paísesfirmaramumpacto,cujofocoprincipalfoiocompromissodecombater.a.pobreza.e.a.fome.no.mundo.

Desse.pacto,.nasceu.a.Declaração do Milênio,.documento.que.estabelece.como.prioridade.eliminar.a.extrema.pobreza.e.a. fome.do.mundo.até.2015..Foram.acordados.oito.objetivos,.chamados.Objetivos.de.Desenvolvimento.do.Milênio,cadaqualcomsuasmetaseindicadores(Figura2).

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Figura.2Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Fonte:.Disponível.em.<http://www.pnud.org.br/odm/.Acesso.em.25.de.setembro.2008.

AAgenda21eosObjetivosdeDesenvolvimentodoMilêniosãoinstrumentosque.se.conjugam.para.a.realização.do.desenvolvimento.sustentável,.aprova-dos.e.adotados.pelos.estados-membros.da.Organização.das.Nações.Unidas.

Em.2002,.em.Johannesburgo,.na.África.do.Sul,.ocorre.a.Cúpula Mundial so-bre Desenvolvimento Sustentável (CMDS),. também.denominada.Rio+10, umavezquepretendeuverificarosavançosnasmetasenosacordosfixadosnaRio-92,tendocomoreferênciaaAgenda21.

A.Declaração de Johannesburgo.elegeu.cinco.prioridades:.água.e.sanea-mento,.biodiversidade,.energia,.saúde.e.agricultura.

Eis.algumas.metas.relacionadas.com.essas.prioridades:►. saneamento e saúde.–.até.2015,.reduzir.à.metade.o.número.de.pesso-

as.sem.acesso.a.serviços.básicos.(água.e.esgotos.tratados);►. biodiversidade–até2010,reduzirsignificativamenteasperdasembio-

diversidade;►. estoque pesqueiro.–.até.2015,.restaurar.a.produção.máxima;►. energia.–.aumentar.urgentemente.o.uso.de.energias.de.fontes.renová-

veis,.conforme.Dias.(2004).

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▪.A mudança necessária

Dada. a. gravidade. dos. problemas. ambientais. e. sociais,. faz-se. necessário.construir. novos. padrões. de. relacionamento,. em. todas. as. nossas. áreas. de.atuação..É.preciso.mudar:.seja.na.família,.no.lazer,.no.trabalho,.seja.na.inte-ração.com.a.natureza.

Embora.o.esforço. individual.seja.o.elemento.catalisador.desse.processo,.a.mudança.deve.traduzir-se.e.concretizar-se.coletivamente.

Na.base.desse.novo.padrão.de.relacionamento.está.a.ética,.palavra.que.tem.origem.no.vocábulo.grego.ethosquesignificaomododeser,ocaráter.Eumaconduta.ética.é.antes.de.tudo.uma.tomada.de.posição,.uma.atitude.

Os.nossos.comportamentos.são.construídos.social.e.historicamente.por.meio.das.relações.estabelecidas.no.nosso.ambiente.durante.a.vida..Em.períodos.de.transformações.profundas.da.sociedade,.como.o.que.vivenciamos.agora,.certamente.ocorrerão.transformações.dos.valores.éticos.vigentes.

Nas.empresas.essas.transformações.ganham.espaço..Até.pouco.tempo,.se.uma.empresa.ao.se.estabelecer.em.determinado.local.derrubasse.parte.da.mata.nativa,.desalojasse.pessoas,.construísse.instalações.que.comprovada-mente.trouxessem.problemas.de.saúde.para.a.população.com.possível.au-mento.da.poluição.ambiental,.mas.tivesse.a.perspectiva.de.trazer.emprego.e.crescimento.para.a.comunidade,.não.só.não.estaria.enfrentando.um.dilema.ético.como.também.seria.aplaudida.pela.comunidade.local.e.poderia,.inclusi-ve,obterfinanciamentonacionaleinternacional.

E.o.que.aconteceria.hoje.em.dia?

Não.estaria.essa.mesma.opinião.baseada.numa.nova.ética.de. respeito.ao.meio.ambiente,.aos.direitos.humanos,.à.participação.na.e.da.comunidade,.na.conquista.da.cidadania,.na.busca.do.desenvolvimento.sustentável,.que.se.firmaacadadia?

Nas.relações.desse.novo.paradigma.é.urgente.o.repensar.de.nossas.condu-tas.diante.do.outro,.desses.diferentes.outros.em.que.nós.nos.reconhecemos,.ou.não,.tendo.em.vista.a.diversidade.humana.

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A.revitalização.e.a.melhoria.do.meio.ambiente.e.da.qualidade.de.vida.de.todos.passa.pela.inclusão.com.justiça.social.e.ambiental.dos.seres.vivos,.humanos.ou.não,.em.toda.a.sua.diversidade.

Em.2004,.no.IV.Fórum.de.Autoridades.Locais.para.a.Inclusão.Social.de.Porto.Alegre,.foi.instituída.a.Agenda.21.da.Cultura..O.documento.proclama.a.diver-sidade.cultural.como.necessidade.social.básica..Logo,.a.diversidade cultural é.relevante.no.debate.do.desenvolvimento.sustentável,.como.veremos.mais.adiante..

Em.todo.o.mundo,.o.patrimônio.cultural.deve.ser.considerado.um.fator.inte-grante.do.modelo.de.desenvolvimento.sustentável,.ou.seja,.seu.uso.não.deve.comprometer.a.habilidade.das.futuras.gerações.de.satisfazerem.as.suas.ne-cessidades.

Responsabilidade socioambiental

▪.A sustentabilidade no mundo empresarial

Até o final da década de 80, o êxito da administração de umnegócio eraavaliado.exclusivamente.pelo.seu.balanço.patrimonial,.um.retrato.estático.da.geração.de.valor.para.os.acionistas..Sob.essa.visão.os.únicos.públicos.rele-vantes.para.a.gestão.de.uma.empresa.eram.os.acionistas.e.os.clientes.

Entretanto,.a.redução.da.participação.do.Estado.na.economia.e.a.conseqüen-te. restrição. de. sua. capacidade. de. gestão. das. questões. sociais. passam. a.conferir.ao.setor.privado.parte.dessa.responsabilidade.

Além.disso,.as.empresas.constatam.que,.para.garantirem.o.crescimento.de.seus.negócios,.necessitam.se.envolver.diretamente.com.a.educação.e.o.bem-estar.social.de.sua.força.de.trabalho,.atividades.essas.antes.de.responsabili-dade.única.do.Estado.

Esse.diagnóstico.introduz.nos.sistemas.de.gestão.empresarial.o.mapeamento.dos.públicos.de. relacionamento.ou.stakeholders4. . e. fomenta.o.desenvolvi-mentodeplanosdeaçãoparaadministrardeformaeficienteasnecessidadesdesses.atores.

4.Stakeholderscompreendemossegmentosqueinfluenciamousãoinfluenciadospelasaçõesdaempresa:acionis-tas,.clientes,.fornecedores,.governo,.funcionários,.prestadores.de.serviço,.comunidade.e.meio.ambiente.

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Surge.um.conceito.formal.de.responsabilidade.empresarial,.que.inclui,.nos.pú-blicos.de.relacionamento,.funcionários,.prestadores.de.serviço,.fornecedores,.comunidade,.governo.e.meio.ambiente.

Essa.visão.exige.repensar.o.planejamento.estratégico.das.empresas,.direcio-nando.parte.do.valor.agregado.para.esses.públicos.

A.crescente.discussão.sobre.o.tema.responsabilidade.empresarial.indica.que.não.só.o.setor.privado.deveria.incorporar.esse.novo.formato.de.planejamento.e.de.gestão..Empresas.estatais.ou.de.capital.misto.com.foco.e.desempenho.si-milar.ao.do.setor.privado.também.deveriam.atualizar.sua.forma.de.administrar.

Paralelamenteaessadiscussão,aampliaçãodaconsciênciaambiental,frutoda.constatação.da. crescente. redução.de.disponibilidade. de. recursos.natu-rais,precipitaumademandacadavezmaiorportransparênciaemrelaçãoaoimpactoambientaldomundoempresariale,porconseqüência,pormedidasminimizadoras.desse.impacto.

Anoçãodecidadaniaeosdireitoscoletivos foramredefinidoseganharamnovas. formas.de.expressão,. tendo.como.principal.agente.a.sociedade.civil.organizada5.

A. fusão.desses.dois.novos.elementos.estratégicos.-.o.social.e.o.ambiental.–.surge.como.evolução.natural,.uma.vez.que.potenciais.riscos.ambientais.em.sua.grande.maioria.podem.representar.ameaças.diretas.a.ecossistemas,.bem.como.a.comunidades.deles.dependentes.

Não.é.possível.avaliar.impactos.ambientais.adversos,.sem.questionar.as.suas.conseqüênciassociais.Damesmaforma,acorretagestãoambientalrepre-sentará.um.valor.agregado.para.grande.parte.dos.públicos.de.relacionamento.de.qualquer.negócio.

Nonovocontexto,abuscadaexcelênciapelasempresasprecisatercomoobjetivos.a.qualidade.nas.relações.e.a.sustentabilidade.nos.negócios.consi-derando.os.aspectos.econômicos,.sociais.e.ambientais.

5.Sociedade.civil.organizada:.associações.e.organizações.não.governamentais,.geralmente.voltadas.à.defesa.da.promoção.social.e.à.proteção.ambiental.

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Assim,.chegamos.ao.conceito.de.responsabilidade socioambiental (RSA),.também.denominado.pelo.Instituto.Ethos6.como.responsabilidade.social.em-presarial.(RSE).

Éaformadegestãoquesedefinepelarelaçãoéticaetransparentedaempresa

com.todos.os.públicos.com.os.quais.ela.se.relaciona.e.pelo.estabelecimento.de.

metas.empresariais.compatíveis.com.o.desenvolvimento.sustentável.da.socie-

dade,. preservando. recursos. ambientais. e. culturais. para. as. gerações. futuras,.

respeitando.a.diversidade.e.promovendo.a.redução.das.desigualdades.sociais.

(INSTITUTO.ETHOS,.2007).

6.O. Instituto.Ethos.de.Empresas.e.Responsabilidade.Social.é.uma.organização.não-governamental.criada.com.a.missão.de.mobilizar,.sensibilizar.e.ajudar.as.empresas.a.gerir.seus.negócios.de.forma.socialmente.responsável,.tornando-as.parceiras.na.construção.de.uma.sociedade.sustentável.e.justa.

EqualéadiferençaentreosconceitosdeRSAedefilantropiaempresarial?Filantropia.empresarial.é,.basicamente,.uma.ação.social.externa.da.empresa,.quetemcomobeneficiáriaprincipalacomunidadeemsuasdiversasformas–. conselhos. comunitários,. organizações. não-governamentais,. associações.comunitárias.

Por.sua.vez,.responsabilidade.socioambiental.é.um.conceito.mais.amplo,.fo-cado.na.cadeia.de.negócios.da.empresa.e.que.engloba.preocupações.com.um.público.de.relacionamento.maior,.cujas.demandas.e.necessidades.a.em-presa.deve.buscar.entender.e.incorporar.aos.negócios.

Portanto,afilantropiaempresarialestácontidanoconceitoderesponsabilida-desocioambiental,masestálongedeesgotá-lo,poisseafilantropiaenvolvea.relação.entre.empresa.e.comunidade,.a.responsabilidade.socioambiental,.além.da.comunidade,.também.diz.respeito.a.uma.relação.ética.da.empresa.com.os.seus.públicos.de.relacionamento.

Veja.alguns.pontos.fundamentais.para.a.atuação.de.uma.empresa.socioam-bientalmente.responsável:

►. zelar.para.que.seus.produtos.e.serviços,.além.de.atenderem.às.expec-tativas.dos.clientes,.dos.colaboradores.e.dos.acionistas,.não.agridam.o.meio.ambiente.ou.a.saúde.de.seus.consumidores;

►. evitar,.em.sua.produção,.o.consumo.descontrolado.e.exagerado.de.re-cursos.naturais.e.a.exploração.da.mão-de-obra.infantil.ou.forçada;

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►. valorizar.os.seus.trabalhadores.e.colaboradores,.inclusive.com.políticas.deeqüidadedegêneroede inclusãodepessoas comdeficiêncianomundo.do.trabalho;

►. incentivar.parceiros.e.fornecedores.a.assumirem.compromissos.socio-ambientais;

► relacionar-secomaconcorrênciatendopresentealealdadenacompeti-ção.

Desse.modo,.a.organização.desperta.para.a.necessidade.de.se.engajar,.junto.com.os.demais.atores.sociais7.–.sociedade.civil,.governos,.outras.empresas.–,.na.busca.de.soluções.em.prol.do.desenvolvimento.sustentável.das.comu-nidades.onde.atua,.tanto.em.função.da.sua.responsabilidade.como.membro.dessas.comunidades,.quanto.em.função.da.saúde.de.seus.negócios.

Portanto,. falar.em.sustentabilidade.no.meio.empresarial.é. falar.na.geração.de. negócios. em. um. mundo. cada. vez. mais. exigente,. com. pessoas. que. se.conscientizam.de.que.o.planeta.precisa.ser.conservado.e.de.que.é.necessária.mais.justiça.social.e.que.o.respeito.à.diversidade.cultural.é.parte.fundamental.nas.ações.de.desenvolvimento.e.implementação.dos.negócios.

7..Atores.sociais:.alguém.(pessoa,.classe.social,.grupo).que.representa,.que.encarna.um.papel.dentro.de.um.enre-do,.de.uma.trama.de.relações..Um.determinado.indivíduo.é.um.ator.social.quando.ele.representa.algo.para.uma.sociedade.(para.o.grupo,.a.classe,.o.país),.encarna.uma.idéia,.uma.reivindicação,.um.projeto,.uma.promessa,.uma.denuncia.(SOUZA,.2004).

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

▪Apontarosavançosdomovimentoderesponsabilidadesocioambientalnomeioempresarialemgeralenosetorfinanceiroem.particular.

▪ ExemplificaraçõescomRSAdesenvolvidasnomundoempresarialenosetorfinanceiro.

▪ IdentificaroportunidadesdenegóciosapartirdasaçõescomRSA.

2 rSa no mundo empreSarial e no Setor finanCeiro

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2.1. RSA NO MUNDO EMPRESARIAL

UmmarconadiscussãosobreresponsabilidadesocioambientalfoiodesafiolançadopeloSecretário-GeraldasNaçõesUnidas,KofiA.Annan.Poroca-sião.do.Fórum.Econômico.Mundial,.realizado.em.Davos,.em.31.de.janeiro.de.1999,KofiAnnanexortouoslíderesempresariaismundiaisaadotaremoPac-to.Global8.(Global Compact),.tanto.em.suas.práticas.corporativas.individuais,.quanto.no.apoio.a.políticas.públicas.apropriadas.

O.referido.pacto.tem.por.objetivo.mobilizar.a.comunidade.empresarial.interna-cional.para.a.promoção.de.valores.fundamentais.nas.áreas.de.direitos.huma-nos,.trabalho.e.meio.ambiente..Defende.dez.princípios.universais.(Quadro.2),.que.são.derivados:

▪ daDeclaraçãoUniversaldeDireitosHumanos;▪ daDeclaração daOrganização Internacional doTrabalho (OIT) sobre

Princípios.e.Direitos.Fundamentais.no.Trabalho;▪ daDeclaraçãodoRiosobreMeioAmbienteeDesenvolvimentoe▪ daConvençãodasNaçõesUnidasContraaCorrupção.

Quadro.2Os Dez Princípios do Pacto Global

Princípios de Direitos Humanos1..Respeitar.e.proteger.os.direitos.humanos..2..Impedir.violações.de.direitos.humanos.Princípios de Direitos do Trabalho3..Apoiar.a.liberdade.de.associação.no.trabalho.4..Abolir.o.trabalho.forçado.5..Abolir.o.trabalho.infantil.6..Eliminar.a.discriminação.no.ambiente.de.trabalho.Princípios de Proteção Ambiental7.Apoiarumaabordagempreventivaaosdesafiosambientais.8..Promover.a.responsabilidade.ambiental.9..Encorajar.tecnologias.que.não.agridem.o.meio.ambiente.Princípio contra a Corrupção10..Combater.a.corrupção.em.todas.as.suas.formas.inclusive.extorsão.e.propina.

8.Pacto.Global:.uma.iniciativa.voluntária.de.cidadania.empresarial,.que.tem.como.objetivo.mobilizar.a.comunidade.empresarialinternacionalcomalgumasagênciasdasNaçõesUnidaseatoressociaisparaapromoçãodapráticade.responsabilidade.socioambiental.corporativa,.na.busca.de.uma.economia.global.mais.sustentável.e.inclusiva.(THE.GLOBAL.COMPACT,.2007).

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Nesse.contexto,.a.responsabilidade.socioambiental.empresarial.torna-se.tema.de.grande.relevância.nos.principais.centros.da.economia.mundial.e.passa.a.exigir. uma. nova. postura. das. empresas.. Nos. Estados. Unidos. e. na. Europa.proliferam.os.fundos.de.investimento.formados.por.ações.de.empresas.socio-ambientalmente.responsáveis.

Por.exemplo,.o.Índice.Dow.Jones.de.Sustentabilidade9.(Dow Jones Sustaina-bility Index – DJSI),.da.Bolsa.de.Valores.de.Nova.Iorque,.enfatiza.a.necessi-dade.de.integração.dos.fatores.econômicos,.ambientais.e.sociais.nas.estraté-gias.de.negócios.das.empresas.

Referências,normasecertificaçõessocioambientaiscomoAA1000(diálogocom.as.partes.interessadas),.ISO.14000.(sistema.de.gestão.ambiental),.Selo.FSC.(selo.verde.para.conservação.ambiental.e.desenvolvimento.sustentável.dasflorestasmundiais,queverificaomanejoflorestalsustentável),SA8000(observância.de.direitos.humanos.e.direitos.do.trabalho),.entre.outros,.pas-sam.a.fazer.parte.da.realidade.empresarial.

AscertificaçõessocioambientaiscomoaSA8000eoSeloFSCsãopré-requi-sitos.para.a.entrada.de.produtos.e.serviços.no.mercado.europeu.

▪Ecoeficiência

De.acordo.com.o.Conselho.Empresarial.Mundial.para.o.Desenvolvimento.Sus-tentável.(World Business Council for Sustainable Development - WBCSD),.a.ecoeficiênciaéalcançadamedianteofornecimentodebenseserviçosapre-ços.competitivos,.que.satisfaçam.às.necessidades.humanas.e.tragam.quali-dade.de.vida,.ao.mesmo.tempo.em.que.reduz.progressivamente.o. impacto.ambiental.e.o.consumo.de.recursos.ao.longo.do.ciclo.de.vida,.a.um.nível,.no.mínimo,.equivalente.à.capacidade.de.sustentação.estimada.da.Terra.

Esseconceitosugereumasignificativaligaçãoentreeficiênciadosrecursos(que. leva. à. produtividade. e. à. lucratividade). e. responsabilidade. ambiental..Portanto,ecoeficiênciaéousomaiseficientedemateriaisedeenergia,afimde.reduzir.os.custos.econômicos.e.os.impactos.ambientais.

9.Índice.Dow.Jones.de.Sustentabilidade.(Dow Jones Sustainability Index - DJSI):.lançado.em.setembro.de.1999,.é.o.primeiro.índice.global.do.mercado.de.capitais.que.considera,.para.a.formação.de.sua.carteira.teórica,.a.performan-ce.socioambiental.das.empresas.

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Tambémsepodedizerqueecoeficiênciaésabercombinardesempenhoeco-nômico.e.ambiental,. reduzindo. impactos.ambientais;.usando.mais. racional-mente.matérias-primas.e.energia;.reduzindo.os.riscos.de.acidentes.e.melho-rando.a.relação.da.organização.consigo.mesma.e.com.a.sociedade.

OscritériosestabelecidospelaONU,naRio-92,definemecoeficiêncianasempresas.como.o.resultado.da.implantação.de.um.sistema.de.gestão.ambien-tal,queadotaapolíticadostrês“erres”.

►. Reduzir.–.repensar.a.vida,.ver.realmente.o.que.é.essencial.para.a.“mi-nha.vida”.e.diminuir.o.consumo.

►. Reutilizar.–.ser.criativo,.inovador,.usar.um.produto.de.várias.maneiras.e.várias.vezes.

►. Reciclar.–.transformar,.ter.capacidade.de.imaginar,.criar.e.renovar.

RSA Empresarial no Brasil

Asenormescarênciasedesigualdadessociaisexistentesempaísesemde-senvolvimento.dão.à.responsabilidade.socioambiental.empresarial.relevância.ainda.maior.

Nos.anos.80.e.90,.o.Brasil.registrava.baixíssimo.crescimento,.acompanhado.dedesempregoeinflaçãocrescentes,aprofundandoamádistribuiçãoderen-da.do.planeta..Na.questão.ambiental,.o.desmatamento.na.região.amazônica.atingiu.índices.recordes..No.campo.político,.houve.o.encerramento.do.período.da.ditadura.e.a.consolidação.do.processo.de.redemocratização.

Opaís passaa ter umperfil cada vezmais ativista, comprojetos focadosem.temas.sociais,.ambientais.e.de.cidadania..A.sociedade.reivindica.que.as.empresas.cumpram.um.novo.papel.no.processo.de.desenvolvimento.como:.agentes.de.uma.nova.cultura,.atores.de.mudança.social.e.construtores.de.uma.sociedade.melhor.

Nesse.contexto,.o.movimento.de.valorização.da.responsabilidade.socioam-biental.empresarial.ganhou.forte.impulso.na.década.de.90,.por.meio.da.ação.de.organizações.não-governamentais,.institutos.de.pesquisa.e.empresas.sen-sibilizadasparaaquestão.Algumasreferências:

▪ otrabalhodoInstitutoBrasileirodeAnálisesSociaiseEconômicas(IBA-SE).na.promoção.do.Balanço.Social;

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▪ aobtençãodecertificadosdepadrãodequalidadeedeadequaçãoam-biental,.como.as.normas.ISO.14000,.por.diversas.empresas.brasileiras;

▪ aatuaçãodaFundaçãoABRINQpelosdireitosdacriançaepelaerra-dicação.do. trabalho. infantil.com.a.adoção.do.selo.Empresa.Amiga.da.Criança;

▪ acriaçãodoConselhoEmpresarialBrasileiroparaoDesenvolvimentoSustentável. (CEBDS).e.do. Instituto.Ethos.de.Responsabilidade.Social.Empresarial,referênciasnadisseminaçãoenofomentodomovimentode.responsabilidade.socioambiental.junto.ao.empresariado.

▪Indicadores Ethos10.

Esses.indicadores.–.criados.pelo.Instituto.Ethos.de.Empresas.e.Responsa-bilidade.Social.–.compõem.um. instrumento.de.diagnóstico.da.empresa,. in-dicando.o.grau.de.efetivação.da. responsabilidade.socioambiental. em.suas.atividades,. além. de. serem. uma. ferramenta. de. gestão. e. planejamento. que.indica.prospectivamente.-.a.partir.da.situação.da.empresa.-.políticas.e.ações.voltadas.para.o.aprofundamento.de.seus.compromissos.socioambientais.

Ao.mesmo.tempo.em.que.servem.de.instrumento.de.avaliação.para.as.em-presas,reforçamatomadadeconsciênciadosempresáriosedasociedadebrasileira.sobre.o.tema.

A.seguir,.os.temas.que.os.indicadores.abrangem.

►.Valores e transparência

Valores.e.princípios.éticos.formam.a.base.da.cultura.de.uma.empresa,.orien-tando. sua. conduta.e. fundamentando. sua.missão. social..A.adoção.de.uma.postura.clara.e.transparente.no.que.diz.respeito.aos.objetivos.e.compromis-sos.éticos.da.empresa.fortalece.a.legitimidade.social.de.suas.atividades,.re-fletindo-sepositivamentenoconjuntodesuasrelações.

►.Público interno

A.empresa.socialmente.responsável.não.se.limita.a.respeitar.os.direitos.dos.trabalhadores,.consolidados.na.legislação.trabalhista.e.nos.padrões.da.OIT.

10..Fonte:.http://www.uniethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp..Acesso.em.02.out.2008.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 35

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(Organização.Internacional.do.Trabalho),.ainda.que.esse.seja.um.pressuposto.indispensável.

Aempresadeveiralémeinvestirnodesenvolvimentopessoaleprofissionalde.seus.empregados,.bem.como.na.melhoria.das.condições.de.trabalho.e.no.estreitamento.de.suas.relações.com.os.empregados.

Também.deve.estar.atenta.para.o.respeito.às.culturas.locais,.revelado.por.um.relacionamento.ético.e.responsável.com.as.minorias.e.instituições.que.repre-sentam.seus.interesses.

►.Meio ambiente

A. empresa. relaciona-se. com. o. meio. ambiente. causando. impactos. de. dife-rentes.tipos.e.intensidades..Uma.empresa.ambientalmente.responsável.deve.gerenciarsuasatividadesdemaneiraaidentificarestesimpactos,buscandominimizaraquelesquesãonegativoseamplificarospositivos,disseminandopara.outras.empresas.as.práticas.e.conhecimentos.adquiridos.nesse.sentido.

►.Fornecedores

A.empresa.socialmente.responsável.envolve-se.com.seus.fornecedores.e.par-ceiros,. cumprindo. os. contratos. estabelecidos. e. trabalhando. pelo. aprimora-mento.de.suas.relações.de.parceria.

►.Consumidores e clientes

A.responsabilidade.social.em.relação.aos.clientes.e.consumidores.exige.da.empresa.o.investimento.permanente.no.desenvolvimento.de.produtos.e.ser-viçosconfiáveis,queminimizemosriscosdedanosàsaúdedosusuáriosedas.pessoas.em.geral..A.publicidade.de.produtos.e.serviços.deve.garantir.seu.uso.adequado.

►.Comunidade

A.comunidade.em.que.a.empresa.está.inserida.fornece-lhe.infra-estrutura.e.o.capital.social.representado.por.seus.empregados.e.parceiros,.contribuindo.decisivamente.para.a.viabilização.de.seus.negócios.

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O.investimento.pela.empresa.em.ações.que.tragam.benefícios.para.a.comuni-dade.é.uma.contrapartida.justa,.além.de.reverter.em.ganhos.para.o.ambiente.internoenapercepçãoqueosclientestêmdaprópriaempresa.

O.respeito.aos.costumes.e.culturas. locais.e.o.empenho.na.educação.e.na.disseminação.de.valores.sociais.devem.fazer.parte.de.uma.política.de.envol-vimento.comunitário.da.empresa,.resultado.da.compreensão.de.seu.papel.de.agente.de.melhorias.sociais.

►.Governo e sociedade

A.empresa.deve.relacionar-se.de.forma.ética.e.responsável.com.os.poderes.públicos,.cumprindo.as. leis.e.mantendo. interações.dinâmicas.com.seus.re-presentantes,.visando.a.constante.melhoria.das.condições.sociais.e.políticas.do.país.O.comportamento.ético.pressupõe.que.as.relações.entre.empresa.e.governos.sejam.transparentes.para.a.sociedade,.acionistas,.empregados,.clientes,.for-necedores.e.distribuidores.Cabe.à.empresa.manter.uma.atuação.política.coerente.com.seus.princípios.éticos.e.que.evidencie.seu.alinhamento.com.os.interesses.da.sociedade.

2.2. RSA NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Risco socioambiental

Inicialmente,apreocupaçãodasinstituiçõesfinanceirascomasquestõesam-bientais.ocorreu.como. forma.de.evitar.a. responsabilização. legal.por.danos.ambientais.produzidos.por.bens.que.eram.recebidos.como.garantia.de.em-préstimos.

Comoaadministraçãoderiscoséaessênciadonegóciofinanceiro,aincor-poração.da.análise.socioambiental.como.ferramenta.de.redução.de.incertezas.começaatomarcontornosdeumsegmentodentrodasinstituiçõesfinanceiras.

As.mais.avançadas.nesse.processo.são.as.seguradoras..A.razão.é.simples:.osdesafiosrepresentadospeloaumentodaincidênciadedesastresnaturais,emsuamaioriadevidoàsmudançasclimáticasglobais,têmimpactofinancei-

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ro.direto.para.elas11..

Norestantedosetorfinanceiro,sobretudonosbancoscomerciais,oproces-so.de. incorporação.da.sustentabilidade.é,.em.grande.parte,.estimulado.por.pressões.da.sociedade.civil.ou.por.perdas.associadas.a.questões.socioam-bientais.

Assim,.os.riscos.ambientais.tornaram-se.cada.vez.mais.determinantes.para.o.negócio,.tendo.em.vista.que.a.gestão.inadequada.das.questões.ambientais.podecausarperdasfinanceirasirreparáveisàempresa,riscosnasuaimagem.

Gradativamente,.os.bancos.começaram.a.acreditar.que.o.que.é.bom.para.o.meio.ambiente.também.é.bom.para.os.negócios.

Em.2003,.são.estabelecidos.os.Princípios.do.Equador,.um.conjunto.de.com-promissos.voluntários.que.preconizam.uma.minuciosa.análise.socioambiental,.seguindo.parâmetros.da.International Finance Corporation.(IFC),.para.opera-çõesdeprojectfinance-grandesprojetosfinanciados.

Apesar. de. seu. caráter. voluntário,. esse. conjunto. de. compromissos. tem-se.mostrado.um.guia.importante.para.a.implantação.de.melhores.práticas..Es-ses. parâmetros. deixam. transparecer. o. interesse. dos. bancos. mundiais. em.termos. de. incorporação. de. novas. tecnologias. e. de. engajamento. socioam-biental,alémdeprocuraremgarantirquegrandesprojetosfinanciadossejamdesenvolvidosdeformasocialmenteresponsávelereflitamboaspráticasdegestão.ambiental.

Atualmente, a discussão sobre finanças sustentáveis não se restringe aosPrincípios.do.Equador.ou.ao.mercado.de.investimentos.socialmente.respon-sáveis. (SRI – Socially Responsible Investments12).. Inicia-se.um.movimento.quebuscapromoveraatuaçãodosistemafinanceirode formaeconomica-mente.viável,.socialmente.justa.e.ambientalmente.correta.

11.Os.custos.dos.desastres.naturais.para.seguradoras.elevaram-se.de.forma.surpreendente,.saindo.de.um.patamar.de.US$.10.bilhões.nos.anos.60.para.US$.60.bilhões.no.início.de.2000,.segundo.Evan Mills, do Lawrence Berkeley National Laboratory..Disponível.em:.http://insurance.lbl.gov/..Acesso.em.02.out.2008.

12Adécadade60inauguraomovimentodeusodopoderfiduciário-formadealocaçãodecapital-comoumamanei-ra.de.ativismo..O.movimento.começa.com.a.criação.de.fundos.de.investimentos.que,.associados.às.organizações.religiosas,.buscam.administrar.recursos.de.forma.a.colocar.em.prática.valores.éticos..A.exclusão.de.aplicações.em.indústrias.com.investimentos.na.África.do.Sul.(na.época.sob.uma.política.de.apartheid),.foi.uma.das.primeiras.modalidadesdefiltro(screening).inaugurando.o.que.chamamos.hoje.de.investimentos.socialmente.responsáveis.ou.SRI.

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Seja.nos.impactos.diretos.de.sua.atuação.–.tais.como.revisão.de.princípios.de. compras.e.de. relacionamento. com.públicos. internos,. redução.de.pega-da.ecológica.e.criação.de.códigos.de.conduta.–,.seja.nos.impactos.indiretos.–.administração.de. impactos.potenciais.de.seus.clientes.e.oportunidade.de.inovação.

E.como.está.acontecendo.a.incorporação.da.responsabilidade.socioambiental.pelosetorfinanceirobrasileiro?

O.movimento.de.ampliação.da.visibilidade.do.conceito.de.responsabilidade.so-cioambientalnosetorfinanceirobrasileirotemcomopartedesuasraízesadi-nâmica.de.conscientização.em.relação.ao.tema,.destacada.no.tópico.anterior..Alémdisso,essesetorsofreuoutrasinfluênciasqueaceleraramoprocessodeincorporação.da.temática.socioambiental.ao.seu.contexto,.como.por.exemplo:

▪ Necessidadedereduçãoderiscos►. De. imagem.–.associação.da. instituição.a. impactos.socioambientais.

adversos.causados.por.clientes,.empresas.e/ou.projetos..►. De.Crédito.e.Garantias.

▪ Constataçãodasociedadecivildequeosetorfinanceirotemumpapelimportante.no.movimento.de.responsabilidade.socioambiental.

▪ PublicaçãocrescentedeRelatóriosSociais,aumentandoademandaportransparência.

▪ ExpansãodecampanhasdeONGinternacionais,antesfocalizadasape-nasem instituiçõesmultilaterais – durante décadasosmaiores finan-ciadores.de.infra-estrutura,.projetos.com.maior.impacto.socioambiental.potencial. -.para.bancos.privados,.que.aumentam.sua.participação.em.grandes.projetos.

▪ Identificaçãodeoportunidadesdenegócios► Acessoarecursosdebancosedeagênciasmultilaterais(FMI,BIRD,

BID,.etc.).–.a.gestão.de.riscos.socioambientais.é.hoje.um.condicio-nante.para.acesso.a.recursos.internacionais.

►. Necessidade. de. diferenciação. –. bancos. podem. se. diferenciar. ao.demonstrarem. conhecimento. e. capacidade. de. desenvolvimento. de.produtos.associados.a.necessidades.de.adequação.socioambiental.por.parte.de.seus.clientes..O.banco.passa.a.ser.um.consultor.para.o.cliente,.difundindo.melhores.práticas.e.desenhando.produtos.especí-ficosparaadequaçãosocioambiental,comoreusodeágua,eficiênciaenergéticaeinclusãodecomunidades,pormeiodefinanciamentosafornecedores.de.menor.porte.garantidos.por.grandes.empresas.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 39

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►. Desenvolvimento.de.novos.produtos.–.a.avaliação.socioambiental.pode.auxiliar.na.detectação.de.oportunidades.de.negócios.

►. Bancarização.–.ampliação.do.acesso.a.serviços.bancários.para.popula-ções.de.baixa.renda..Exemplos:.microcrédito.e.crédito.imobiliário.comu-nitário.

►. Acesso.a.novos.mercados.(mercado.de.carbono,.energia.renovável13).–projetos.estruturados.com.vistas.à.redução.de.impacto.ambiental,.como.o.desenvolvimento.de.tecnologias.limpas..Veja.o.que.se.segue.

Um. dos. mais. graves. problemas. ambientais. deste. século. é. o. aquecimento.global..O.Protocolo.de.Kyoto14.é.o.instrumento.legal.que.estabelece.metas.de.redução.de.emissão.de.gases.de.efeito.estufa15.(GEE).para.os.países.que,.historicamente,.contribuíram.de.forma.mais.intensa.para.o.aumento.da.con-centração.atmosférica.de.GEE,.em.função.do.seu.nível.de.industrialização.

Além.das.ações.de.caráter.nacional,.os.países.signatários.do.protocolo.po-derão.utilizar.algumas.alternativas.para.auxiliá-los.no.cumprimento.de.suas.metas,chamadasdemecanismosdeflexibilização:comérciodeemissões;implementação.conjunta;.mecanismo.de.desenvolvimento.limpo.(MDL).

Para.o.Brasil16,omecanismodeflexibilizaçãomaisimportanteéoMDL,queviabiliza.projetos.que.reduzam.emissões.de.GEE.

Como?.O.MDL.possibilita.aos.países.desenvolvidos.que.não.atingirem.suas.metas.a. liberdade.para. investir.em.projetos.MDL.de.países.em.desenvolvi-mento..Assim,.países.desenvolvidos.podem.comprar.créditos.de.carbono17,.equivalentes.em.tonelada.de.CO2,.de.países.em.desenvolvimento.responsá-veis.por.tais.projetos.

13.Embora.as.atividades.humanas.provoquem.inúmeras.alterações.no.meio.ambiente,.as.fontes.renováveis.de.ener-gia(energiasolar,gravitacional,associadasounãoaomovimentodoscorpos,fluidos-energiadasondas,hidráu-lica.-.e.gases.-.energia.eólica.-,.ou.à.temperatura.das.substâncias.-.energia.geotérmica.-,.cuja.transformação.em.outras.formas.de.energia.pode.ser.realizada.em.larga.escala).parecem.melhores.opções.para.o.futuro.da.humani-dade..É.importante.que.essas.fontes.renováveis.de.energia.sejam.fontes.de.energia.limpa..A.principal.característica.da.energia.limpa.é.a.baixa.ou.nenhuma.emissão.de.gás.carbono.e.metano.na.atmosfera.

14.Um.instrumento.legal.da.Convenção.sobre.Mudanças.Climáticas,.criada.na.Rio-92.15.Efeito.estufa.é.o.aquecimento.da.superfície.terrestre.provocado.pelo.aumento.da.concentração.de.certos.gases.na.

atmosfera.(gás.carbônico.e.metano.–.emitido.basicamente.nas.plantações.de.arroz,.nas.pastagens.de.gados.e.nos.lixões.urbanos),.o.que.altera.o.equilíbrio.termodinâmico.do.planeta.

16.O.país,.signatário.do.Protocolo.de.Kyoto.desde.2002,.tem.evitado.a.emissão.de.grandes.quantidades.de.gases.de.efeito.estufa.na.atmosfera,.tendo.em.vista.o.elevado.peso.de.fontes.renováveis.na.sua.matriz.energética,.com.destaque.para.a.participação.predominante.de.geração.hidrelétrica,.considerada.mais.limpa,.e.de.programas.como.o.Pró-álcool.

17Créditosdecarbonosãocertificadosemitidosquandoocorrea reduçãodeemissãodegasesdoefeitoestufa(GEE)..Por.convenção,.uma.tonelada.de.dióxido.de.carbono.(CO2).equivalente.corresponde.a.um.crédito.de.carbo-no..no.mercado.nacional.ou.internacional..Disponível.em.http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A9ditos_de_carbono..Acesso.em.02.out..de.2008.

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Onossopaíssebeneficiadestecenáriocomovendedordecréditosdecar-bono.e. também.como.alvo.de. investimentos.em.projetos.engajados.com.a.redução.da.emissão.de.gases.poluentes.

Em.2007,.com.o.reconhecimento.internacional.dos.riscos.associados.às.mu-dançasclimáticas,osetorfinanceirobrasileiropassaabuscarformasdeam-pliar.seu.entendimento.dos.riscos.e.oportunidades,.participando,.sobretudo,.de.projetos.associados.à.geração.de.energia.de.menor.impacto.e..à.amplia-çãodepráticasdeecoeficiência.

2.3. NOVOS DESAFIOS E TENDÊNCIAS

Sãoinúmerososdesafiosenfrentadospelosetorfinanceironotocanteàsus-tentabilidade..Nesse.sentido,.para.ampliar.a.incorporação.de.melhores.práti-cas.em.responsabilidade.socioambiental.e.garantir.que.esse.processo.traga.novasoportunidadesdenegócios,aindústriafinanceiraprecisamanterinves-timentos.e.foco..A.seguir,.temas.estratégicos.para.o.segmento.

▪Inovação e reposicionamento.–.redução.do.consumo.de.energia;.inclusão.de.minorias;.incentivar.seu.público.interno.no.que.tange.à.inovação.

▪Fundos de investimentos socialmente responsáveis (SRI) segmenta-dos.–.fundos.setoriais.e.de.inovação.(energia,.construção.sustentável).

▪Produtos socioambientais.–.estruturação.de.projetos.de.menor. impacto.ambiental,.crédito.imobiliário.para.projetos.sustentáveis.

▪Private equity.–.produtos.de.investimentos.diretos.de.longo.prazo.em.pro-jetos.com.grande.potencial.de.rentabilidade.-.etanol,.renováveis,.novos.ma-teriais,.biodiversidade.

▪Venture capital.–.investimentos.diretos.institucionais.de.longo.prazo.em.negócios.sustentáveis,.projetos.com.grande.potencial.de.rentabilidade.-.eta-nol,.renováveis,.novos.materiais,.biodiversidade.

▪Project finance–definiçãoestratégicademercadocompotencialreduçãoderiscosouespecializaçãoemgestãodeprojetosespecíficos,compoten-cial.de.geração.de.negócios.adicionais,.como.inclusão.de.comunidades.e.integraçãolocalcomnegóciosfinanciadosgerandonovasnecessidadesfi-nanceiras.

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▪Negócios na base da pirâmide.►. Microfinanças.–.ampliação.de.atuação.para.mercados.de.menor.renda.

comcrescentesnecessidadesdeserviçosfinanceiros.Ressaltamos:•. a economia solidária.–.uma.forma.de.produção,.consumo.e.distribui-

ção.de.riqueza.(economia).centrada.na.valorização.do.ser.humano.e.não.no.capital..De.base.associativista.e.cooperativista,.é.voltada.para.a.produção,.consumo.e.comercialização.de.bens.e.serviços,.de.modo.autogerido,tendocomofinalidadeasustentabilidade18.e

•. o comércio justo.–.um.dos.pilares.da.sustentabilidade...Trata-se.de.um.movimento.social.e.de.uma.modalidade.de.comércio.internacional.que.busca.o.estabelecimento.de.preços.justos,.bem.como.de.padrões.sociais. e. ambientais. nas. cadeias. produtivas. de. vários. produtos.. O.movimento.dá.especial.atenção.às.exportações.de.países.em.desen-volvimento.para.países.desenvolvidos,.como.artesanato,.café,.cacau,.chá,.banana,.mel,.algodão,.vinho,. frutas. in.natura,.e.muitos.outros..Nesse.comércio.eliminam-se.os.intermedíários.ao.mínimo.necessário.

►. Crédito imobiliário.–.ampliação.de.acesso.à.casa.própria,.ampliando.mercados.para.serviços.

18.O.Ministério.do.Trabalho.e.Emprego.possui.a.Secretaria.Nacional.de.Economia.Solidária..Para.saber.mais.consul-te:.http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/prog_default.asp..

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

▪ConceituarresponsabilidadesocioambientalapartirdavisãodoBanco.do.Brasil.

▪ Identificarosprincípioseaspolíticasderesponsabilidadesocioambiental.do.Banco.

▪ Listaroscompromissospúblicosassumidospelaempresaemproldasustentabilidade.

▪ IdentificaraspráticasdoBB,alinhadasaosseusprincípios,políticase.compromissos.públicos.de.RSA.

3 rSa no banCo do braSil

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3.1. HISTÓRICO

O.compromisso.do.Banco.do.Brasil.com.o.país.faz.parte.de.sua.tradição.bi-centenária.ao. impulsionar.a.economia.e.o.desenvolvimento.dos.municípios.ondeatua,financiandooagronegócio,ocomércioexterior,asmicroepeque-nas.empresas,.entre.outros.

Como. as. mudanças. no. cenário. mundial. e. as. necessidades. das. empresas.precisam.estar.alinhadas.aos.preceitos.do.tripé.da.sustentabilidade,.o.tema.responsabilidade.socioambiental.passou.a.permear.as.discussões.institucio-nais.de.forma.mais.sistemática.e.orgânica.

Emfevereirode2003,oassuntopassouaserdefinitivamentepautadasde-cisões.estratégicas.e.operacionais,.com.a.criação.de.uma.Unidade.Relações.com.Funcionários.e.Responsabilidade.Socioambiental,.a.qual.foi.transforma-da.em.Diretoria.de.Relações.com.Funcionários.e.Responsabilidade.Socioam-biental.(DIRES),.em.maio.de.2004.

Paralelamente.à.criação.da.Diretoria,.foi.instituída.uma.equipe.interdisciplinar,.denominada.Grupo.RSA,.formada.por.representantes.de.todas.as.áreas.da.empresa.

3.2. CONCEITO E CARTA DE PRINCÍPIOS DE RSA DO BB

Duas. das. primeiras. iniciativas. fundamentais. para. embasar. e. direcionar. as.ações.e.os.movimentos.voltados.à.incorporação.da.cultura.de.responsabilida-desocioambientalnoConglomeradoforamadefiniçãodoconceitoedacartade.princípios.de.responsabilidade.socioambiental,.em.2003.

Para.o.Banco.do.Brasil..responsabilidade.socioambiental.é.ter.a.ética.como.compromisso.e.o.respeito.como.atitude.nas.relações.com.funcionários,.cola-boradores,.fornecedores,.parceiros,.clientes,.credores,.acionistas,.concorren-tes,.comunidade,.governo.e.meio.ambiente.(Figura.3).

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Figura.3Responsabilidade socioambiental no BB

Responsabilidade socioambiental

ÉTICA

RESPEITO

Governo

Clientes

Meio ambienteConcorrentes

Fornecedores Parceiros

Comunidade

Funcionários ColaboradoresAcionistas

Credores

A.responsabilidade.socioambiental.no.BB.é.um.processo.de.aprendizado.e.de.construção.coletiva,.que.envolve.todas.as.áreas.da.empresa.e.cada.um.de.seuspúblicosderelacionamentoequereconhecequeasuasobrevivênciaeo.seu.sucesso.dependem.dessa.interação.

A.Carta.de.Princípios.de.RSA,.reproduzida.a.seguir.(Quadro.3),.manifesta.os.compromissos.do.Banco.em.contribuir.para.o.desenvolvimento.de.um.novo.sistema.de.valores.para.a.sociedade,.que.tem.como.referencial.maior.o.res-peito.à.vida.humana.e.ao.meio.ambiente,.condição.indispensável.à.sustenta-bilidade.da.empresa.e.da.humanidade..Atualmente.tais.princípios.fazem.parte.do.cotidiano.organizacional,.das.políticas.e.dos.documentos.estratégicos.do.Banco.do.Brasil..

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Quadro.3Carta de Princípios de Responsabilidade Socioambiental

O.BB.se.compromete.a:1.. Atuar.em.consonância.com.Valores.Universais,. tais.como:.direitos.

humanos,.princípios.e.direitos.fundamentais.do.trabalho,.princípios.sobre.meio.ambiente.e.desenvolvimento.

2.. Reconhecer. que. todos. os. seres. são. interligados. e. toda. forma. de.vida.é.importante.

3. Repelirpreconceitosediscriminaçõesdegênero,orientaçãosexual,etnia,.raça,.credo.ou.de.qualquer.espécie.

4.. Fortalecer.a.visão.da.responsabilidade.socioambiental.como.investi-mento.permanente.e.necessário.para.o.futuro.da.humanidade.

5.. Perceber.e.valer-se.da.posição.estratégica.da.corporação.BB,.nas.relações.com.o.governo,.o.mercado.e.a.sociedade.civil,.para.adotar.modelo.próprio.de.gestão.da.responsabilidade.socioambiental.à.al-turadacorporaçãoedosdesafiosdoBrasilcontemporâneo.

6. Teratransparência,aéticaeorespeitoaomeioambientecomoba-lizadores.das.práticas.administrativas.e.negociais.da.empresa.

7.. Pautar.relacionamentos.com.terceiros.a.partir.de.critérios.que.obser-vem.os.princípios.de.responsabilidade.socioambiental.e.promovam.o.desenvolvimento.econômico.e.social.

8.. Estimular,.difundir.e.implementar.práticas.de.desenvolvimento.sus-tentável..

9.. Enxergar.clientes.e.potenciais.clientes,.antes.de. tudo,.como.cida-dãos.

10..Estabelecer.e.difundir.boas.práticas.de.governança.corporativa,.pre-servando.os.compromissos.com.acionistas.e.investidores.

11.Contribuirparaqueopotencialintelectual,profissional,artístico,éti-co.e.espiritual.dos.funcionários.e.colaboradores.possa.ser.aprovei-tado,.em.sua.plenitude,.pela.sociedade.

12..Fundamentar.o.relacionamento.com.os.funcionários.e.colaboradores.na.ética.e.no.respeito.

13..Contribuir.para.a.universalização.dos.direitos.sociais.e.da.cidada-nia.

14.Contribuirparaainclusãodepessoascomdeficiência.

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ComadefiniçãodoconceitoderesponsabilidadesocioambientaledaCartadePrin-cípios.de.RSA,.evidenciou-se.a.intenção.estratégica.do.Banco.em.conciliar.o.desen-volvimento.de.negócios.social.e.ambientalmente.sustentáveis.com.o.atendimento.aos.interesses.dos.seus.acionistas,.mediante.a.incorporação.daqueles.princípios.a.seus.produtos,.serviços,.negócios.e.rotinas.administrativas.

3.3. RSA NA ESTRATÉGIA CORPORATIVA

No.documento.Políticas,.um.dos.mais.importantes.da.arquitetura.de.governança.cor-porativa19doBB,tambémficouexplícitoointeressedaempresaemcontribuirparao.desenvolvimento.de.um.novo.sistema.de.valores.para.a. sociedade,. tendo.como.referencial.o.respeito.à.vida.humana.e.ao.meio.ambiente,.condição.indispensável.à.sustentabilidade.da.própria.humanidade.

Alémdeconteritemespecíficosobreéticaempresarialeresponsabilidadesocioam-biental,. reproduzindo. o. conceito. e. a. Carta. de. Princípios. de. Responsabilidade. So-cioambiental,. o. citado. documento. sofreu. alterações. em. seu. texto. para. contemplar.referênciasapreceitosrelacionadoscomdireitoshumanos, trabalhoepreservaçãoambiental.VejacomoficouaredaçãodealgunsitensdodocumentoPolíticas(otextoincluído.está.sublinhado):

Escopo Organizacional■ Paradefinirestruturaseprocessos,observamosasfinalidadesdaOrganização,

as.mudanças.do.ambiente.social.e.negocial,.os.impactos.sociais.e.ambientais.de.nossa.atuação.e.os.imperativos.da.inovação.e.do.aperfeiçoamento.contínuo.

Escopo Negocial■. Buscamos.negócios.pelo.seu.potencial.de.geração.de.resultados,.sob.a.forma.de.

lucros.e.participação.no.mercado.e,.para.a.sociedade,.sob.a.forma.de.inclusão.social,.geração.de.trabalho.e.renda.e.respeito.ao.meio.ambiente.

Escopo de Participação Societária■. Não.adquirimos.participação.em.empresas.que.infrinjam.os.preceitos.relativos.a.

direitos.humanos,.de.trabalho.e.de.preservação.ambiental.Produtos e Serviços

■. Contemplamos,.na.criação,.desenvolvimento.e.ajuste.de.produtos.e.serviços,.tendênciasdemercado,necessidadeseexpectativasdosclientes,posiciona-

19.Governança.Corporativa:.Práticas.e.relacionamentos.entre.os.acionistas/cotistas,.Conselho.de.Administração,.Diretoria,.Audi-toriaIndependenteeConselhoFiscal,comafinalidadedeotimizarodesempenhodaempresaefacilitaroacessoaocapital.A.expressão.é.designada.para.abranger.os.assuntos.relativos.ao.poder.de.controle.e.direção.de.uma.empresa,.bem.como.as.diferentes.formas.e.esferas.de.seu.exercício.e.os.diversos.interesses.que,.de.alguma.forma,.estão.ligados.à.vida.das.socieda-des.comerciais.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 49

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mento institucional,avaliaçãoeconômico-financeira,avaliação.dos. im-pactos.sociais.e.ambientais,.logística.de.distribuição,.riscos.e.inserção.na.programação.orçamentária.

■. Consideramos.a.satisfação.de.nossos.clientes,.os.resultados.econômi-co-financeiros,os.impactos.sociais.e.ambientais.e.as.ofertas.da.concor-rêncianaavaliaçãodoportfoliodeprodutoseserviços.

■. Descontinuamos.ou.suspendemos.produtos.e.serviços.nos.casos.de.não.atendimento.de.expectativas.dos.clientes,.de.retorno.abaixo.do.espera-do,.de.restrições.governamentais.ou.legais,.de.agressão.aos.princípios.de.responsabilidade.socioambiental.ou.de.alterações.de.cenários.eco-nômicos.e.políticos.

Retorno■. Observamos.questões.relativas.ao.retorno.e.aos.princípios.de.responsa-

bilidade.socioambiental.no.desenvolvimento.de.negócios,.investimentos.e.participações.societárias,.considerados.o.custo.de.oportunidade,.o.ris-co.e.a.possibilidade.de.realização.

O.passo.seguinte.foi.a.descrição.dos.princípios.socioambientais,.aprovados.pelo.Conselho.Diretor,.em.julho.de.2003,.como.direcionadores.para.o.dia-a-dia.da.organização.(Quadro.4)..

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Quadro.4Princípios Socioambientais e Direcionadores

Princípios Socioambientais

•.Incorporar.os.princípios.de.respon-sabilidade. socioambiental. na. prá-tica.administrativa.e.negocial.e.no.discurso. institucional.do.Banco.do.Brasil.

•.Implementar.visão.articulada.e.inte-gradora.de.responsabilidade.socio-ambiental.no.Banco.

•. Ouvir. e. considerar. a. diversidade.dos.interesses.dos.públicos.de.re-lacionamento.

•.Disseminar.os.princípios.e.criar.cul-tura.de.responsabilidade.socioam-biental.na.comunidade.BB.

•Influenciaraincorporaçãodosprin-cípios. de. responsabilidade. socio-ambiental.no.País.

Direcionadores

-OBancodoBrasilpretende,emprimeirolu-gar,.permear.sua.cultura.organizacional.com.os. princípios. da. responsabilidade. socioam-biental.tornando-os.efetivos.no.quotidiano.or-ganizacional..Trata-se.de.uma.postura.que,.para. ser. coerente. e. ter. credibilidade,. deve.ocorrer.de.dentro.para.fora.da.Organização,.conciliando. suas. práticas. administrativas. e.negociais.com.seu.discurso.institucional.

-Abuscadeumaposturaderesponsabilida-de.socioambiental.é.um.processo.contínuo,.compromisso.de. todas.as.áreas.do.Banco.do.Brasil..Cabe.à.Diretoria.de.Relações.com.Funcionários.e.Responsabilidade.Socioam-biental. articular-se. com. as. diversas. áreas.paraqueoprocessosedêdeformacoesae.integrada.

- Para se considerar uma empresa social eambientalmente. responsável. o. Banco. do.Brasil. deverá. ter. suas. ações. e. resultados.legitimados.por.seus.públicos.de.relaciona-mento.

-. O.Banco.do.Brasil. deseja.ser. foco. irradia-dor. de. uma. postura. empresarial. social. e.ambientalmente. responsável.. Para. tanto,.envidará.esforços.para.que.os.públicos.da.comunidade. BB. envolvidos. em. sua. esfera.de.atuação.também.sejam.estimulados.a.se.engajar.no.movimento..Por.comunidade.BB.entende-se:.funcionários.da.ativa.e.aposen-tados,.colaboradores,.entidades.representa-tivas.de.funcionários,.coligadas,.controladas.e.patrocinadas.

-.O.Banco.do.Brasil.deseja.utilizar.de.sua.re-levâncianacionalparase tornar referênciaem. responsabilidade. socioambiental,. in-fluenciando a incorporação dos princípiossocioambientais. nas. cadeias. de. valor. em.que.participa.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 51

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Ainda.em.2003,.foi.elaborado.um.plano.de.ação.em.responsabilidade.socio-ambiental.do.Banco.do.Brasil,.objetivando.garantir.o.comprometimento.e.em-penho.de.todo.o.Conglomerado.na.sua.implementação.

Acomposiçãodoscomitêsecomissõesestratégicas tambémfoi revistadeforma.a.prever.a.participação.de.representante.da.Diretoria.de.Relações.com.Funcionários.e.Responsabilidade.Socioambiental.-.DIRES,.o.que.permite.que.a.cultura.de.responsabilidade.socioambiental.seja.constantemente.dissemina-da.junto.aos.executivos.da.organização.

A.perspectiva.“sociedade”.foi.incorporada.nos.painéis.de.avaliação.da.perfor-mance.estratégica.e.operacional.com.vistas.a.abrigar.indicadores.relaciona-dos.à.contribuição.da.empresa.ao.desenvolvimento.sustentável.nacional,.por.meio.de.investimento.social.privado20,.de.negócios.voltados.para.o.fomento.do.desenvolvimento. regional. sustentável. e.de.práticas.administrativas. com.visão.de.RSA.

A. incorporação.gradual.de. indicadores. relacionados.à.sustentabilidade.nos.negócios,.nas.demais.perspectivas.do.Painel.Estratégico.e.do.Acordo.de.Tra-balhoéumdesafioconstante.

Nesse.mesmo.ano.(2003),.o.Banco.instituiu.um.Grupo.Técnico.visando.de-senvolver.soluções.e.estratégias.para.o.incentivo.do.desenvolvimento.regio-nal.sustentável.de.regiões.e.municípios.

O.resultado.foi.a.elaboração.de.metodologia.para.a.implementação.de.estra-tégia.de.estruturação.de.cadeias.produtivas,.vislumbrando.aspectos.sociais,.econômicos.e.ambientais,.ponderadas.as.peculiaridades.locais.e.a.diversida-de.cultural,.denominada.de.Estratégia.Negocial.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentável. do. BB,. conhecida. como. DRS,. a. qual. será. abordada. de. forma.mais.detalhada.a.partir.do.capítulo.6.desta.apostila.

20.Investimento.social.privado.é.o.repasse.voluntário.de.recursos.privados.de.forma.planejada,.monitorada.e.sistemá-tica.para.projetos.sociais,.ambientais.e.culturais.de.interesse.público.

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3.4. PRINCIPAIS COMPROMISSOS PÚBLICOS DO BB COM A SUSTEN-TABILIDADE

Uma.série.de.compromissos.públicos.amplia.e.reforça.a.responsabilidade.so-cioambiental.do.BB..A.seguir,.alguns.exemplos.relacionados.ao.tema.

Protocolo Verde21

Uma.ação.relevante.foi.o.lançamento.de.um.compromisso.público.pioneiro:.o.ProtocoloVerde,em1995.Emdecorrênciadaassinaturadessedocumento,oBanco.do.Brasil.estabeleceu.algumas.medidas,.como.por.exemplo:

■ Vetouarealizaçãodeoperaçõesdestinadasafinanciaratividadesquepossam.causar.impacto.ambiental.

■. Tornou.obrigatória.a.apresentação.de.documentação.do.órgão.ambiental.competenteparafinanciamentode:

■. desmatamento,.destoca.ou.custeio.agropecuário,.objetivando.a.incorpo-ração.de.novas.áreas.no.processo.produtivo;

■. comercialização.de.produtos.extrativos.de.origem.vegetal.e.pescado.in.natura;

■. operações.de.investimento.em.atividades.que.utilizam.recursos.ambien-tais.ou.empreendimentos.capazes.de.causar.degradação.ambiental;

■. operações.de.investimentos.em.atividades.que.requerem.Estudo.Prévio.de. Impacto.Ambiental. (EIA).e.Relatório.de. Impacto.ao.Meio.Ambiente.(RIMA);

■. operações.de.investimento.em.atividades.que.utilizam.recursos.hídricos,.inclusive,.agricultura.irrigada.(outorga.de.água).

Em.maio.de.2008,.a.partir.de.discussões.sobre.os.impactos.do.desmatamento.na.Amazônia.envolvendo.órgãos.governamentais.e.bancos.públicos.federais,.foi.constituído.grupo.de.trabalho.informal.para.avaliação.e.revisão.do.Proto-colo.Verde..O.grupo.foi.constituído.por.representantes.do.Ministério.do.Meio.Ambiente,.Ministério.da. Integração.Nacional,.Ministério.da.Fazenda,.Banco.do.Nordeste.do.Brasil,.Banco.Nacional.do.Desenvolvimento.Econômico.e.So-cial,.Banco.da.Amazônia,.Caixa.Econômica.Federal.e.Banco.do.Brasil.

21OProtocoloVerdeéumacartadeprincípiosparaodesenvolvimentosustentável,firmada,em1995,peloBancodoBrasil,.Banco.do.Nordeste,.Banco.da.Amazônia,.BNDES,.Caixa.Econômica.Federal.e.Banco.Central.do.Brasil,.em.que.se.obrigam.a.empreender.políticas.e.práticas.em.harmonia.com.o.objetivo.de.promover.um.desenvolvimento.que.não.comprometa.as.necessidades.das.gerações.futuras.

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O.resultado.deste.esforço.foi.a.proposição.de.uma.nova.redação,.defendendo.que.os.bancos.podem.cumprir.um.papel.indutor.fundamental.na.busca.de.um.desenvolvimento.sustentável,.pressupondo.a.responsabilidade.com.a.preser-vação.ambiental.e.uma.contínua.melhoria.no.bem.estar.social..Para.tanto,.são.previstos.princípios.que.envolvem.o.compromisso.dos.bancos.com:

■. o.fomento.ao.desenvolvimento.sustentável;■ aavaliaçãosocioambientaldosempreendimentosaseremfinanciados;■ aecoeficiênciadaspráticasadministrativas;■. a.evolução.das.políticas.e.práticas.voltadas.à.sustentabilidade;.e■. a.previsão.de.mecanismos.de.monitoramento.e.governança.dos.com-

promissos.assumidos.pelos.signatários.

Em.agosto.de.2008,.durante.solenidade.conduzida.pelo.Presidente.Lula,.na.sededoBNDES,noRiodeJaneiro,ospresidentesdosbancosoficiaisaderi-ram.ao.novo.Protocolo.Verde.

Pacto Global

Conforme.vimos.anteriormente,.o.Pacto.Global.é.uma.iniciativa.que.tem.como.objetivo.mobilizar.a.comunidade.empresarial. internacional.para.a.promoção.de.valores.fundamentais.nas.áreas.de.direitos.humanos,.trabalho,.meio.am-biente.e.combate.à.corrupção..O.Pacto.Global. foi.criado.para.ajudar.as.or-ganizaçõesa redefiniremsuasestratégiaseações, a fimdeque todasaspessoas.possam.compartilhar.dos.benefícios.da.globalização,.evitando.que.esses.sejam.aproveitados.por.poucos.

Em.2000,.o.Instituto.Ethos.conduziu.um.processo.que.resultou.na.adesão.ao.PactoGlobalde206empresasbrasileiras.Em2003,foicriadooComitêBra-sileiro.do.Pacto.Global.(CBPG),.integrando.o.setor.privado,.a.sociedade.civil.organizada,.a.academia.e.as.Organizações.das.Nações.Unidas.

Em.novembro.de.2003,.o.Conselho.de.Administração.do.Banco.do.Brasil.autorizou.a.adesão.do.Banco.ao.Pacto.Global,.por.reconhecer.a.sua.impor-tância.ética.

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Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo22

Desde.agosto.de.2004,.utilizando. relação.divulgada.pelo.Ministério.do.Tra-balho.e.Emprego,.o.Banco.do.Brasil.não.concede.novos.créditos.a.clientes.que.submetem.seus.trabalhadores.a.formas.degradantes.de.trabalho.ou.os.mantêmemcondiçõesanálogasaotrabalhoescravo.

Adecisãoabrangeutambémvedaçõesafinanciamentosaclientesenvolvidoscom.exploração.sexual.de.crianças.e.com.o.uso.do.trabalho.infantil.

Apartirdaconsciênciadequeaeliminaçãodotrabalhoescravoconstituicon-dição.básica.para.o.Estado.Democrático.de.Direito,.o.BB,.juntamente.com.ou-tras.cinqüenta.e.quatro.empresas,.aderiu.ao.Pacto.pelo.Combate.ao.Trabalho.Escravo,.em.maio.de.2005.

Princípios do Equador

Conforme.vimos.no.Capítulo.2,.os.Princípios.do.Equador.são.um.conjunto.de.políticas.e.diretrizes.(salvaguardas).a.serem.observadas.na.análise.de.proje-tos.de.investimento.da.modalidade.project finance,.de.valor.igual.ou.superior.a.US$.10.milhões..Tendo.por.base.critérios.estabelecidos.pelo.International Fi-nance Corporation,.braço.do.Banco.Mundial,.as.salvaguardas.versam.sobre:

■. avaliações.ambientais;■. proteção.a.habitats.naturais;■. gerenciamento.de.pragas;■. segurança.de.barragens;■. populações.indígenas;■. reassentamento.involuntário.de.populações;■. propriedade.cultural;■. trabalho.infantil,.forçado.ou.escravo;■. projetos.em.águas.internacionais.e.saúde.e.segurança.no.trabalho.

Em.fevereiro.de.2005,.diante.da.preocupação.com.o.impacto.socioambiental.degrandesprojetosfinanciadoscomrecursoscreditícios,oBancodoBrasilfoioprimeirobancooficialaintegrarogrupodeinstituiçõesfinanceirasbrasi-leiras.que.aderiu.aos.Princípios.do.Equador.

22.Pacto.pelo.Combate.ao.Trabalho.Escravo:.documento.proposto.pelo.Instituto.Ethos,.onde.os.signatários.acordam.emincrementaresforçosvisandodignificaremodernizarasrelaçõesdetrabalhonascadeiasprodutivasdosse-tores.comprometidos.no.“Cadastro.de.empregadores.Portaria.MTE.540/2004”.que.tenham.mantido.trabalhadores.em.condições.análogas.à.escravidão.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 55

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Agenda 21 Empresarial

Em.junho.de.2005,.para.fortalecer.as.iniciativas.e.apoiar.a.disseminação.da.sustentabilidadenosnegócios,foirealizadaaprimeiraOficinadeResponsabi-lidade.Socioambiental.do.Banco.do.Brasil,.reunindo.62.altos.executivos.

OresultadodessaoficinafoiaatualizaçãodoPlanodeAçãoemResponsa-bilidade.Socioambiental,.que.a.partir.desse.evento.passou.a.ser.denominado.de.Agenda.21.do.BB.

Comosepodeverificar,oaprofundamentodaposturaderesponsabilidadeso-cioambiental.do.Banco.do.Brasil.está.em.todas.as.suas.áreas.e.na.criação.de.novos.produtos/serviços,.mas.realiza-se,.principalmente,.pela.mudança.nas.premissas.que.embasam.a.tomada.de.decisão.e.a.realização.dos.negócios.e.demais.atividades.administrativas.do.Conglomerado.

Espera-sequeaofinaldoestudodestecapítulovocêpossa:

▪Identificarasferramentasdeavaliaçãoemonitoramentodaspráticasde.RSA.e.as.formas.de.relato.de.sustentabilidade.utilizadas.pelo.Banco.do.Brasil.

4 GeStão da rSa no bb

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4.1. FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

No.processo.de.gestão,.o.Banco.do.Brasil.utiliza.instrumentos.que.o.auxiliam.no.acompanhamento.do.cumprimento.do.estabelecido.em.sua.estratégia.cor-porativa.

Dessa.forma,.temas.relevantes.como.a.sustentabilidade.são.geridos,.avalia-dos.e.monitorados.em.sua.performance,.para.a.elaboração.de.relatos.e.apoio.ao.processo.de.respostas.a.consultas.e.pesquisas.sobre.o.assunto.

Plano Diretor (BSC – Balanced Scorecard)

É.o. instrumento.pelo.qual.a.estratégia.corporativa.se.materializa,.por.meio.de.objetivos,.indicadores.e.metas,.ou.seja,.é.o.documento.em.que.o.direcio-namento.estratégico.da.empresa.se.desdobra.em. indicadores.passíveis.de.acompanhamento.para.o.curto.prazo.

Acordo de Trabalho – ATB – Perspectiva Sociedade

O.Acordo.de.Trabalho.é.um.instrumento.utilizado.para.avaliar.o.desempenho.dagestãodecadadependência.

A.Perspectiva.Sociedade,.incorporada.nos.painéis.de.avaliação.da.performan-ce.estratégica.e.operacional,.é.um.conjunto.de.objetivos.e.de.indicadores.que.dizem.respeito:

■. à.condução.ética.dos.negócios;■. ao. compromisso. com. o. desenvolvimento. social. das. comunidades. em.

que.o.BB.se.insere;■. ao.esforço.em.conscientizar.e.envolver.os.públicos.de.relacionamento.

em.questões.voltadas.à.responsabilidade.socioambiental.

Inclui.temas.como.negócios.sustentáveis,.ações.com.a.comunidade.e.proces-sos.com.responsabilidade.socioambiental.

GRS – Gerenciador de Recursos Sociais

Aplicativo.eletrônico.desenvolvido.pelo.Banco.do.Brasil.que.permite.o.geren-ciamento.de.dados.e.informações.sobre.as.ações.socioambientais.desenvol-

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vidas.na.empresa.por.meio.de:■. dados.estatísticos.e.registros.de.acompanhamento;■ subsídio sobre o desempenhodas dependências emações socioam-

bientais,.inclusive.como.base.de.dados.para.o.Acordo.de.Trabalho.-.ATB.-.Perspectiva.Sociedade.

4.2. PRESTAÇÃO DE CONTAS EM SUSTENTABILIDADE

OBancodoBrasiltemcompromissocomatransparênciaqueserefletenadisposição.em.prestar.contas.aos.seus.diversos.públicos.de.relacionamento,.sobre.a.sustentabilidade.das.suas.práticas.administrativas.e.negociais.

Relatórios do BB

Tradicionalmente,alémdosrelatóriosfinanceiros,oBancodoBrasilpublicao.Relatório.Anual,.que.consolida. todas.as. informações.do.desempenho.da.empresa.durante.o.ano.Desde.1997,.o.Banco.do.Brasil.divulga,.também,.o.Balanço.Social.de.forma.espontânea.e,.em.1998,.incorpora.o.modelo.e.critérios.propostos.pelo.Instituto.Brasileiro.de.Análises.Sociais.e.Econômicas.(Ibase),.que.passa.a.compor.o.Relatório.de.Sustentabilidade.BB,.publicado.em.jornais.de.grande.circulação.Em. 2001,. reforçando. seu. posicionamento. de. empresa. responsável. social-mente,.o.BB.alterou.o.Estatuto,.incluindo.a.institucionalização.da.publicação.anual.do.Balanço.Social,.juntamente.com.as.Demonstrações.Financeiras.Para.conhecer.os.relatórios,.visite.o.site:.www.bb.com.br/ri.

GRI – Global Report Initiative23

A.Global Reporting Initiative (GRI).é.uma.instituição.global.independente.que.desenvolve.uma.estrutura.mundialmente.aceita.para.relato.de.sustentabilida-de..Essa.estrutura,.chamada.Diretrizes.GRI,.permite.às.empresas.e.outras.or-ganizações.preparar.relatórios.sobre.seu.desempenho.econômico,.ambiental.e.social,.comparáveis.entre.si.

A.última.década.viu.surgir.uma.proliferação.de.ferramentas.para.ajudar.orga-nizações,.especialmente.de.negócios,.a.gerenciar.seu.desempenho.econômi-

23..Fonte:.http://www.bsd-net.com/bsd_brasil/gri.html.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 61

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co,.ambiental.e.social..Essas.ferramentas.surgiram.em.várias.formas,.desde.códigos.de.conduta.a.sistemas.de.gestão.e.metodologias.de.avaliação.interna.de.desempenho..A.GRI,.em.contraste,.é.uma.estrutura.externa.de.relato.que.permite.às.organizações.comunicar:

■. as. ações. desenvolvidas. para. melhorar. desempenho. econômico,. am-biental.e.social;

■. os.resultados.de.tais.ações;■. as.estratégias.futuras.para.melhoria.

■.GRI no BB

Coerentecomosprincípiosderesponsabilidadesocioambiental,quetêmatransparênciacomoumdosseuspilares,oBancodoBrasiladotou,apartirdeseu.Relatório.Anual.de.2006,.as.diretrizes.internacionais.da.Global Reporting Initiative.–.GRI,.que.elevam.as.práticas.de. relatórios.de.sustentabilidade.a.umnívelequivalenteàsderelatóriosfinanceiros,buscandocomparabilidade,credibilidade,.rigor,.periodicidade.e.legitimidade.da.informação.

A.partir.do.Relatório.Anual.2007,.o.BB.também.passa.a.adotar.os.indicadores.da.terceira.geração.do.GRI,.com.vistas.a.mensurar.seu.desempenho.socio-ambiental..Com.isso,.a.empresa.pretende.adequar.sua.publicação.às.práticas.de.mercado.mais.recorrentes.e.proporcionar.ao.leitor.o.melhor.entendimento.possível.de.seu.resultado.

Foi.com.este.primeiro.Relatório,.elaborado.no.padrão.GRI,.que.o.BB.foi.des-tacadocomofinalistado“PrêmioGRIEscolhadoLeitor”,ficandoemsegundolugar.entre.as.800.organizações.de.todo.o.mundo,.inscritas.na.premiação..O.prêmiodestacaosrelatóriosquemaissãoúteisparaosinvestidores,clientes,comunidades.e.organizações.não.governamentais.

Em.2007,.o.Relatório.foi.disponibilizado.apenas.em.meio.eletrônico,.conver-gindoparaosconceitosdeecoeficiência.

Modelo Ibase24

O.balanço.social,.segundo.o.modelo.proposto.pelo.Instituto.Brasileiro.de.Aná-lises.Sociais.e.Econômicas.(Ibase),.é.um.demonstrativo.publicado.anualmen-

24..Fonte:.http://www.balancosocial.org.br/.

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te.pelas.empresas,.que.reúne.informações.sobre.projetos,.benefícios.e.ações.sociais.dirigidas.aos.empregados,. investidores,.analistas.de.mercado,.acio-nistas.e.à.comunidade..É,.também,.um.instrumento.estratégico.para.avaliar.e.expandir.o.exercício.da.responsabilidade.social.corporativa.

Nobalançosocialaempresamostraoquefazporseusprofissionais,depen-dentes,colaboradoresepelacomunidade,dandotransparênciaàsatividadesque.buscam.melhorar.a.qualidade.de.vida.para.todos..Sua.função.principal.é,.portanto,.tornar.pública.a.responsabilidade.social.empresarial,.construindo.maiores.vínculos.entre.a.empresa,.a.sociedade.e.o.meio.ambiente.

O.balanço.social.é.uma.ferramenta.que,.quando.construída.por.múltiplos.pro-fissionais,temacapacidadedeexplicitaremedirapreocupaçãodaempresacom.as.pessoas.e.a.vida.no.planeta.

Por.que.fazer?■. Porque.é.ético.■. Porque.agrega.valor.–.o.balanço.social.traz.um.diferencial.para.a.ima-

gem.da.empresa.porque.vem.sendo.cada.vez.mais.valorizado.por.inves-tidores.e.consumidores.no.Brasil.e.no.mundo.

■. Porque.diminui.os.riscos.–.no.mundo.globalizado.como.é.o.de.hoje,.onde.informações.sobre.empresas.circulam.nos.mercados.internacionais.em.minutos,.uma.conduta.ética.e.transparente.tem.de.fazer.parte.da.estra-tégia.de.qualquer.organização.

■. Porque.é.um.moderno.instrumento.de.gestão.–.o.balanço.social.é.uma.valiosa.ferramenta.para.a.empresa.gerir,.medir.e.divulgar.o.exercício.da.responsabilidade.social.em.seus.empreendimentos.

■. Porque.é.instrumento.de.avaliação.–.os.analistas.de.mercado,.investi-doreseórgãosdefinanciamento(comoBNDES–BancoNacionaldeDesenvolvimento.Econômico.e.Social,.BID.-.Banco. Interamericano.de.Desenvolvimento.e.IFC.-.International Finance Corporation).já.incluem.o.balanço.social.na.lista.dos.documentos.necessários.para.se.conhecer.e.avaliar.os.riscos.e.as.projeções.de.uma.empresa.

■. Porque.é.inovador.e.transformador.–.realizar.e.publicar.balanço.social.anualmente.é.mudar.a.antiga.visão,.indiferente.à.satisfação.e.ao.bem-estar.dos.funcionários.e.clientes,.para.uma.visão.moderna.em.que.os.objetivos.da.empresa.incorporam.as.práticas.de.responsabilidade.social.e.ambiental.

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 63

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■.Os beneficiários

O.balanço.social.favorece.a.todos.os.grupos.que.interagem.com.a.empresa..Aos.dirigentes.fornece.informações.úteis.à.tomada.de.decisões.relativas.aos.programas.sociais.que.a.empresa.desenvolve..Seu.processo.de.realização.estimula.a.participação.dos.funcionários.e.funcionárias.na.escolha.das.ações.e.projetos.sociais,.gerando.um.grau.mais.elevado.de.comunicação.interna.e.integração.nas.relações.entre.dirigentes.e.corpo.funcional.

Aos.fornecedores.e.investidores,.informa.como.a.empresa.encara.suas.res-ponsabilidades.em.relação.aos.recursos.humanos.e.à.natureza,.o.que.é.um.bom.indicador.da.forma.como.a.empresa.é.administrada.

Para.os.consumidores,.dá.uma.idéia.de.qual.é.a.postura.dos.dirigentes.e.a.qualidade.do.produto.ou.serviço.oferecido,.demonstrando.o.caminho.que.a.empresa.escolheu.para.construir.sua.marca.

EaoEstado,ajudanaidentificaçãoenaformulaçãodepolíticaspúblicas.Enfim,comodiziaosociólogoHerbertdeSouza,oBetinho:“obalançosocialnãotemdonos,sóbeneficiários”.

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

▪Identificaraaplicaçãodosprincípiosderesponsabilidadesocioambiental.nas.dimensões.da.Agenda.21.do.Banco.do.Brasil:.práticas.administrativas.e.negociais,.desenvolvimento.sustentável.e.investimento.social.privado.

▪ ReconheceraAgenda21Empresarialcomocompromissoe.instrumento.para.apoiar.a.incorporação.de.princípios.de.responsabilidade.socioambiental.na.atuação.do.BB.

▪ IdentificarasaçõesdoBancoapartirdosprincípiosedasdimensõesda.Agenda.21.

5 rSa na prátiCa: aGenda 21 do bb

Responsabilidade socioambiental (Rsa) e desenvolvimento Regional sustentável (dRs) 67

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5.1. NEGÓCIOS COM FOCO NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Como.já.foi.dito.anteriormente,.a.Agenda.21.Empresarial.é.um.compromisso.do.Banco.do.Brasil.com.o.desenvolvimento.sustentável.do.País,.materializa-do.em.um.conjunto.de.ações.que.visam.à.responsabilidade.socioambiental.(Figura.4).

Figura.4Sustentabilidade nos Negócios do BB

Consolidadaemjunhode2005,aAgenda21doBBfoiestruturadaemtrêsdimensões.(Figura.5):

■. negócios.com.foco.no.desenvolvimento.sustentável;■. práticas.administrativas.e.negociais.com.RSA;.e■. investimento.social.privado.

pRogRama ceRtificação inteRna em conhecimentos68

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Figura.5Agenda 21 e Painel do Desenvolvimento Sustentável

D IRETOR IA RELAÇÕES CO M F UNCIONÁRIOS E RESPONSA BILIDADE S OCIOA MBIENTAL

PrP ráá tic astica sAdm inist rativa sAdm inistrat ivas

e N egociaise Nego cia isc om RSAcom RSA

Inve stim ento Social P riva doInve stim ento Social P riva doInv est im ento Soc ial P rivado

Negócios com foco no Desenvolvim en to Su sten táv elNegN eg óó cios com foco no Desen volvim ento Sus ten tc ios com foco no Des envolvim ento Sustentááve lvel

Contr ib uir pa r a ame lh or ia da q ua li dad ed e v ida d a po pul ação

b ras il e ir a

C ontri bui r pa r a aCon tri bui r pa ra am e lh or ia d a qu al id ademe lho ri a da qua l ida dede v id a da pop ulade v ida da p opul aççãoão

br as il e irabras i le i ra

Apoi a r pr ogr amasr e la c io nados àco nsc iênc i a e

conse r vação ambienta l

Ap oi ar p ro gram asApo ia r pr ogr amasre l ac ion adosre la c ionado s ààconsc i ênc ia econsc iên c ia e

co nse rvaconse r vaçção am bien talão am bienta l

Ap oia r p rog ramasr e la c io nados à de fesa e

à p rom oção dosdi re i tos h um an os

Apo ia r pr ogr amasAp oia r pro gram asre l ac ion ad osr e la c ionado s àà de fesa ed e fesa e

àà pr om opro mo çção dosão d osdi re ito s hu man osd ir e itos hum ano s

Cap ta r r e curso s pa r aap oia r açõesv incul adas ao

desenvo lv imento soc ia l

Capta r r ecu rsos pa raC apta r re cur sos p a raapoi a r aapoi ar a çç õesõ esv incul ad as aov in cu ladas ao

desenvolv im en to soc i a ldesenv olv imento soc ia l

I ncenti v a r a a tuaçãodo s fun c ion á rio s em

tr aba lh os v olu ntár io s eações so c ia is

I ncentiv a r a a tu aIncen ti v a r a a tua çç ãoãodos fu nc iond os fu nc io náá r ios emrios e m

trab a lho s volunttraba lhos voluntáá r ios eri os eaa çç ões soc i a isõ es soc ia i s

Contr ibu ir pa r a odesenv olv imentosu s ten táv el d eco mu nid ades

Co ntri bui r pa ra oCon tr ib uir p a ra odesenvo lv im entod esen volv imen tosus tentsus tentááve l deve l decom un ida descom unidad es

Financ i a r ati v id ades dege ração de tr aba lh o e

r en da

Fin anc ia r a tiv idad es deF inan c ia r a tiv i dades deg er age r açção d e trab a lho eão de traba lho e

rend ar enda

Financ i a r ati v id ades etecnologi as

ambienta lmenteadeq uadas

Financ ia r a tiv idad es eF inan c ia r a tiv i dades etecno log ia ste cnologi a s

am bien ta lmenteamb ien ta lm en teadequ adasadequadas

For ta le ce r a inte r açãocom os pú bli cos d e

re la c ionam ento

F or ta l e cer a i nte raFo rta le ce r a in te r a ççãoãoco m os pcom o s p úú b li co s debl icos de

r e la c io nament ore l a c ion amento

Man te r P r ocessosAd min is tra tiv oscoe rentes co m osP rinc ípio s de RSA

Mante r P ro cesso sM ante r Pr ocessosAd mini s tr a tivo sAdm inis tr ati voscoe r entes com oscoe r en tes com osP rincP r inc íí pi os de R SApios de RSA

Man te r P r ocessosNeg oc ia i s coe r en tescom os P rinc íp ios de

RSA

Mante r P ro cesso sM ante r Pr ocessosNegoc i a is coe rentesN egoc ia i s coe r entescom os P r in ccom o s P rinc íí pi os d epio s de

R SARSA

Dissemin a r osP r in c ípi os e For ta le ce ra Cu ltur a de RSA naCom un id ade B B

Dissem ina r osD issemina r osP r incP ri nc íí pio s e F or ta l e cerp ios e Fo rta le ce ra Cul tura de R SA n aa C ultu ra d e RSA naC om unidad e BBCo mu nidade BB

In fl uenc i a r ain corp oração dos

pri nc ípio s de RSA noP a ís

Infl uenc ia r aI nfluen c ia r ainco rpo raincor por açção dosão d os

p ri ncpr inc íí pi os de R SA n opios de RSA noP aP a íí ss

A genda 21 eAgenda 21 ePa inel do Desenvolvim ento SustentPain el do Desenvolvimen to Sustent áá velvel

A.seguir,.as.principais.ações.desenvolvidas.em.cada.um.dos.eixos.da.Agenda.21.do.BB.

O.Banco.do.Brasil.oferece.ao.mercado.abordagens.negociais.e.uma.série.de.produtos.e.serviços.que.estimulam.a.realização.de.negócios.que.apóiem.dire-tamente.o.desenvolvimento.sustentável.do.país.

Estratégia Desenvolvimento Regional Sustentável

Dentre.essas.iniciativas,.destaca-se.a.Estratégia.Negocial.Desenvolvimento.Regional.Sustentável.(DRS)..Trata-se.de.uma.estratégia.de.negócios.que.con-sidera.a.viabilidade.das.atividades.produtivas.em.suas.dimensões.econômica,.social.e.ambiental,.respeitada.a.diversidade.cultural..Nos.próximos.capítulos.desta.apostila,.a.Estratégia.Negocial.Desenvolvimento.Regional.Sustentável.será.estudada.de.modo.aprofundado.

Produtos e serviços socioambientais

Além.da.Estratégia.DRS,.o.Banco.do.Brasil.disponibiliza.uma.série.de.linhas de financiamento.e.de.fundos de investimento.que.apóiam.diretamente.o.desenvolvimento.sustentável.do.país.

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■..BB Biodiesel

O.Programa.BB.de.Apoio.à.Produção.e.Uso.de.Biodiesel.visa.apoiar.a.produ-ção,.a.comercialização.e.o.uso.do.biodiesel.como.fonte.de.energia.renovável.e.atividade.geradora.de.emprego.e.renda.

Aassistência ao setor produtivoé feita pormeiodaoferta de linhasde fi-nanciamento.de.custeio,. investimento.e.comercialização,. colaborando.para.a.expansão.do.processamento.de.biodiesel.no.país,.a.partir.do. incentivo.à.produção.de.matéria-prima,.à.instalação.de.plantas.agroindustriais.e.à.comer-cialização.

■.BB Produção Orgânica

Desde.1999,.a.empresa.apóia.o.segmento.de.alimentos.orgânicos.no.Brasil.com.o.Programa.para.o.Financiamento.da.Produção.Orgânica,.que.oferece.aosprodutores rurais acessodiferenciadoao financiamentode custeio, deinvestimento.e.de.comercialização.da.produção.orgânica.

■.BB Florestal

O.Programa.de.Investimento,.Custeio.e.Comercialização.Florestal.é.uma.par-ceria.do.Banco.com.o.Governo.Federal,.governos.estaduais,.prefeituras.mu-nicipaiseempresasdosegmentoflorestaleprevêapoioaosprodutoresqueinvestirãonaimplantação,manejoecomercializaçãoflorestal.

■.Fundos éticos.

Em. novembro. de. 2005,. o. Conselho. Diretor. do. Banco. do. Brasil. aprovou. a.criação.do.BB.Ações.Índice.de.Sustentabilidade.Empresarial.o.primeiro.fundo.ético.do.BB.

Esse.foi.o.primeiro.fundo.do.Brasil.a.ser.referenciado.no.Índice.de.Sustenta-bilidade.Empresarial.da.Bolsa.de.Valores.de.São.Paulo.(ISE25),.lançado.em.dezembro.de.2005.

25.A.carteira.do.ISE.é.composta.por.empresas.que.evidenciam.as.questões.sociais.e.ambientais.em.suas.práticas.administrativas.e.negociais..

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Outro. fundo. de. investimento. do. BB. com. atributos. socioambientais. é. o. BB.Referenciado.DI.Social.200,.que.destina.50%.da.taxa.de.administração.para.projetos.sociais.desenvolvidos.pela.Fundação.Banco.do.Brasil,.alinhados.às.políticas.sociais.do.Governo.

■.Mercado de créditos de carbono (Protocolo de Kyoto)

O.Banco.do.Brasil.decidiu.por.uma.atuação.efetiva.no.sentido.de.se.posicionar.comoreferêncianestemercado,pormeiododesenvolvimentodepolíticas,di-retrizesesoluçõesespecíficasparaomercadodecréditosdecarbono,agru-padas.de.acordo.com.o.tempo.previsto.para.implementação:

►. no.curto.prazo,.com.ações.que.não.requerem.a.criação.de.novos.produ-tos.e.serviços.e.não.envolvem.mudanças.de.estrutura.do.mercado;

►. no.médio.e.longo.prazo,.com.a.avaliação.da.necessidade.de.ações.que.requeremodesenvolvimentodeprodutoseserviçosespecíficos.

■ Incentivo à eficiência energética

OProgramadeIncentivoàEficiênciaEnergéticadoBBéorientadoparaes-timular.a.realização.de.negócios.com.empresas.que.forneçam,.desenvolvam.ou.necessitem.de.produtos.e.serviços.voltados.para.a.racionalização.e.a.oti-mização.do.uso.de.energia.

■.Comércio justo

Emjulhode2007,aorganizaçãofirmouparceriacomaempresaÉtica–Co-mércio.Solidário26,.vinculada.à.ONG.Visão.Mundial,.abrindo.a.oportunidade.de.utilização.do.Balcão.de.Comércio.Exterior27.por.importadores.europeus,.além.de.ampliar.os.negócios.realizados.por.cooperativas.e.associações.vinculadas.ao.DRS.e.às.ações.de.geração.de.renda.da.Fundação.Banco.do.Brasil.

■.Democratização do acesso ao crédito

Para.incentivar.a.inclusão.bancária.da.população.brasileira.informal.e.de.me-nor.renda,.o.Banco.do.Brasil.investiu.na.criação.de.uma.diretoria.e.uma.sub-

26.A.Ética.–.Comércio.Solidário.foi.criada.pela.Visão.Mundial,.ONG.presente.em.cerca.de.100.países,.para.apoiar.projetossociaisnasáreasdedesenvolvimentolocal,direitoshumanosesituaçõesdeemergência.

27.Balcão.de.Comércio.Exterior.é.uma.solução.de.comércio.eletrônico.que.o.BB.oferece.às.empresas.que.realizarem.todosospassosdaexportação.Funcionacomoumcanalinterativodecompraevenda,quesimplificaedinamizaas.negociações.entre.exportadores.brasileiros.e.importadores.em.todo.o.mundo,.com.rapidez.e.segurança.

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sidiária.integral:►. Diretoria.Menor.Renda,.que.incorporou.as.atividades.do.Banco.Popular.

doBrasil,daGerênciadeDRSedosCorrespondentesBancários,am-pliando.a.atuação.da.empresa.no.segmento.situado.na.base.da.pirâmide.econômica;

►. BB.Administradora.de.Consórcios,.que.oferece.aos.atuais.e.potenciais.clientes.mais.uma.opção.para.aquisição.de.bens.móveis.duráveis.e.ser-viços.

5.2. PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS E NEGOCIAIS COM RSA

Para.que.uma.organização.atue.de.acordo.com.os.princípios.de.responsabi-lidade.socioambiental.por.ela.adotados,.todos.os.seus.processos.necessitam.ser.desenhados.e.avaliados.à. luz.desses.princípios:. sejam.os.diretamente.relacionados.ao.negócio.–.como.o.de.crédito;.no.caso.do.BB.–,.sejam.os.de.apoio.ao.negócio.–.como.o.de.relações.com.fornecedores.–;.sejam,.até.mes-mo,.os.institucionais.–.como.os.de.comunicação.

As.ações.a.seguir.mostram.o.caminho.percorrido.pelo.Banco.do.Brasil.para.o.aprimoramento.dos.seus.processos.internos.nessa.direção.

Relações com público interno

■.Equidade de gênero

Em.março.de.2006,.o.Banco.do.Brasil.aderiu.ao.Programa.Pró-Equidade.de.Gênero,comoobjetivodedesenvolvernovasconcepçõesnagestãodepes-soasenaculturaorganizacionalparaalcançaraequidadedegêneronomun-do.do.trabalho..Ainda.assim,.as.estatísticas.internas.revelam.um.percentual.reduzido.de.mulheres.exercendo.cargos.de.primeira.gestora.

■.Atenção a pessoas com deficiência

Apartirde1999,emrazãodeexigência legal,oBancodoBrasilpassouadestinar5%dasvagasdecadaseleçãoexternaàspessoascomdeficiência.No. seu. processo. admissional. são. registradas. as. recomendações. médicas.condizentescomasnecessidadesespecíficasapresentadaspelocandidatoe

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são.realizadas.a.análise.ergonômica.e.as.adequações.necessárias.do.posto.de.trabalho..Essas.ações.objetivam.assegurar.a.igualdade.de.condições.para.aexpressãodascompetênciasprofissionaisnoambientedetrabalho.

■.Inclusão de companheiro ou companheira do mesmo sexo na CASSI e na PREVI

Um.dos.compromissos.estabelecidos.nas.políticas.de.responsabilidade.socio-ambiental.é.considerar.a.diversidade.como.um.escopo.da.empresa..

Em2005,àluzdesseprincípio,aCaixadeAssistênciadosFuncionáriosdoBanco.do.Brasil.(CASSI).passou.a.incluir.pessoas.homoafetivas,.companhei-rosoucompanheirasdemesmosexo,comobeneficiárias-dependentesnosplanos.de.saúde.daquela.instituição.

Domesmomodo,aCaixadePrevidênciadosFuncionáriosdoBB(PREVI)passouaincluirdependentesdomesmosexoparaseusfiliados.

■.Investimento na formação dos funcionários

O.Banco.reconhece.a.importância.da.educação.do.indivíduo.para.sua.inser-ção.na.sociedade.e.busca.capacitar.seus.funcionários.além.das.necessidades.do.negócio..A.oferta.de.formação.é.voltada.para.todos.os.segmentos.do.corpo.funcional.

■.Gestão do desempenho profissional

Omodelodegestãododesempenhoprofissionaladotado tem foconode-senvolvimento de competências, que representam combinações sinérgicasde.conhecimentos,.habilidades.e.atitudes.dentro.de.determinado.contexto.ou.estratégia.organizacional..São.objetivos.do.modelo:

►. sistematizar.informações.para.a.gestão.do.desempenho;►. vincular.esse.desempenho.aos.objetivos.da.empresa;►. direcionar.ações.de.capacitação;► aprimorarascompetênciasnecessáriasparaocrescimentoprofissional

do.funcionário.e.para.a.melhoria.dos.resultados.do.BB;►. democratizar.as.relações.de.trabalho.

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■.Programa de reinserção funcional

No.início.de.2007,.a.organização.lançou.o.Programa.de.Reinserção.de.Fun-cionários.Afastados.por.Licença-Saúde.–.Acidentes.de.Trabalho..A.iniciativa.oferta.melhores.condições.de.acolhimento.ao.funcionário.que.retorna.às.ati-vidades.após. longo.período.de.afastamento,. considerando.os.aspectos.do.ambiente.de.trabalho.e.de.seu.relacionamento.com.os.demais.colegas.

■.Programa de Assistência a Vítimas de Assalto e Seqüestro (PAVAS)

Em.2005,.atento.aos.aspectos.de.saúde.e.de.qualidade.de.vida.de.seus.fun-cionáriosnotrabalho,oBBaprimorouseuProgramadeAssistênciaaVítimasde.Assalto.e.Seqüestro.(PAVAS).

As.principais.alterações.foram:► descentralização do acompanhamento pelas Gerências Regionais de

Gestão.de.Pessoas.no.cumprimento.das.ações.de.atendimento.às.víti-mas.de.assalto/seqüestro.e.ameaças.ou.tentativas,.que.implicam.risco.para.a.segurança.dos.funcionários;

► estabelecimentodeumfluxodecomunicaçãoentreosintervenientesnomomentoemergencialdasocorrências;

►. ampliação.das.possibilidades.de. ressarcimentos.das.despesas.com.a.criação.de.novos.eventos.orçamentários;

►. revisão.dos.valores.referentes.a.hospedagens.e.deslocamentos;► garantiadeassistência,peloPrograma,atodososfuncionários.

■.Ouvidoria Interna

A.Ouvidoria.Interna.do.BB.é.um.canal.de.comunicação.criado.para.acolher.de-núncias,.reclamações.e.elogios.dos.funcionários,.além.de.buscar.a.melhoria.contínua.dos.processos,.programas.e.políticas.da.área.de.Gestão.de.Pessoas.e.Responsabilidade.Socioambiental.

Tem.como.premissas.humanizar.o.relacionamento.do.Banco.com.o.seu.pú-blico.interno,.atender.o.funcionalismo.com.cortesia.e.respeito.e.afastar-se.de.qualquer.preconceito.e.pré-julgamento..Pauta-se.pela.imparcialidade.em.suas.ações,.porquanto.não.faz.juízo.de.valor.e.seu.papel.é.mediar.e.buscar.solução.paraosconflitos,garantindosigilodasinformações.

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■.Qualidade de Vida no Trabalho - QVT

O. Programa. QVT,. lançado. em. julho. de. 2007,. visa. promover. qualidade. de.vida.no.trabalho.dos.funcionários.e.colaboradores.(estagiários,.adolescentes.trabalhadores),.com.foco.no.estímulo.aos.cuidados.com.a.saúde.e.na.adoção.de.hábitos.saudáveis.

A partir de agosto de 2007, foi disponibilizada verba específica para cadadependênciadaorganizaçãorealizarpráticascomoginásticalaboral,relaxa-mento,.alongamento,.ioga.no.trabalho,.tai.chi.chuan,.massagem,.bem.como.contratar.serviços.especializados.de.terceiros.

■.Relações com colaboradores

A.postura.de.responsabilidade.socioambiental.do.Banco.não.se.restringe.a.seus.funcionários..A.preocupação.em.oferecer.melhores.condições.de.traba-lho.também.abrange.os.colaboradores.do.Banco.(estagiários,.adolescentes.trabalhadores,.contratados).

O. programa. de. aprendizagem. do. Banco. do. Brasil. –. Programa.Adolescen-teTrabalhador,baseadonaLeidaAprendizagem(Lei10.097),jábeneficioumais.de.16.mil.jovens,.desde.que.foi.criado.em.2001..O.principal.objetivo.do.Programa.é.preparar.o.adolescente.para.atuar.como.sujeito.na.vida.social,.política.e.cultural,.dando-lhe.oportunidade.de.construir.sua.trajetória.educa-cionaleprofissionalesuarelaçãocomomundodotrabalhoemcondiçõesadequadas..Para.participar,.os.jovens.devem.estar.inscritos.em.entidades.as-sistenciais.e.devem.pertencer.a. famílias.com.renda.per.capita.de.até.meio.salário.mínimo.

Relações com público externo

■ Ouvidoria ExternaLançada.em.abril.de.2005,.a.Ouvidoria.Externa.possui.os.mesmos.princípios.que.a.Interna.e.é.destinada.aos.clientes.e.cidadãos..Ouvir.clientes,.acionistas,.sociedade,.colaboradores,.parceiros,.funcionários.é.razão.de.existir.de.qual-quer.empresa.que.tenha.responsabilidade.socioambiental.como.princípio.

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■.Crédito responsável.

O.Banco.do.Brasil.reformula.permanentemente.sua.postura.frente.ao.crédito.responsável,.alinhado.às.políticas.do.Ministério.do.Trabalho,.aos.Princípios.do.Equador.e.às.leis.da.responsabilidade.socioambiental.

■.Relações com fornecedores

Nas.práticas.de.responsabilidade.socioambiental.da.organização,.há.o.apri-moramento.da.sua.relação.com.fornecedores,.ao.estabelecer.uma.política.de.relacionamento.clara.e. transparente..Assim,.o.Banco.considera,.no.relacio-namento.com.fornecedores,.o.atendimento.aos.requisitos.de.RSA,.além.dos.critérios.relacionados:

►. à.economicidade;►. ao.atendimento.à.legislação;► àsespecificaçõesdequalidadedosprodutoseserviços;► àconfiabilidadenosprazosdesuprimentos.

Podemos.citar.como.resultados.dessa.medida:►. a.adoção.de.Acordos.de.Nível.de.Serviços,.documento.que.visa.assegu-

rar.o.comprometimento.mútuo.em.relação.às.obrigações.estabelecidas.nos.contratos;

►. o.lançamento.de.um.canal.direto.entre.o.BB.e.seus.parceiros.no.Portal.Internet.

■.Relações com concorrentes

Em.seu.relacionamento.com.concorrentes.o.Banco.do.Brasil.pratica.a.ética.e.acivilidade,medianteintercâmbiodeinformaçõeseexperiênciasrealizadasde.maneira.lícita.e.transparente..Como.exemplos,.participa.ativamente:

►. de.comissões.na.Federação.Brasileira.de.Bancos.-.FEBRABAN;.e►. ao.lado.dos.principais.bancos.e.empresas.brasileiras,.de.Câmaras.Téc-

nicas.do.Conselho.Empresarial.Brasileiro.para.o.Desenvolvimento.Sus-tentável(CEBDS),quetêmcomoobjetivointegrarosprincípiosepráti-cas.do.desenvolvimento.sustentável.no.contexto.de.negócio,.conciliando.as.dimensões.econômica,.social.e.ambiental.

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■.Acionistas

Em.sua.estratégia.corporativa,.o.Banco. tem.como.meta.adotar.padrões.de.governançaquesejamreferênciasparaomercado.Dessaforma,oseuesta-tutoprevêpráticasquegarantamoequilíbriodedireitosentreosacionistas,atransparênciaeaprestaçãodecontasdonegócio.

Cominformaçõescorporativasconfiáveisetempestivas,aempresabuscaamelhoria.da.percepção.de.sua.imagem.no.mercado.de.capitais,.valorizando.suas.ações..Um.exemplo.é.a.Sala.do.Acionista,.canal.virtual.de.relacionamen-to,.onde.o.investidor,.mediante.informação.de.senha,.pode.consultar:

►. sua.posição.acionária;►. o.histórico.de.rendimentos;►. a.compra.e.venda.de.ações;►. além.de.outras.informações.relativas.ao.mercado.de.capitais.e.ao.pró-

prio.Banco.

■.Combate à lavagem de dinheiro

O.processo.de.prevenção.e.combate.à. lavagem.de.dinheiro.é.considerado.importantepeloBB,nãosópelaexigêncialegal,mastambémporseuaspectosocial,.dado.que,.por.meio.do.combate.a.esse.tipo.de.crime,.atua-se.direta.ou.indiretamente.na.prevenção.de.outros.ilícitos.

Nessa.perspectiva,.a.empresa.investe.permanentemente.em.iniciativas.para.evitar.que.produtos.e.serviços.sejam.alvo.desse.crime.e.promove.ações.abran-gentesparaconsolidaraculturainternadeprevençãonassuasdependênciase.nos.países.onde.atua.

Ecoeficiência

OProgramadeEcoeficiênciadoBancodoBrasilobjetiva:■. rever.processos.em.andamento.para.reduzir.o.consumo.e.o.desperdício.

de.insumos;■. destinar. adequadamente.os. resíduos. sólidos,. líquidos,. gasosos.e. lixo.

tóxico.gerados.no.BB,.inclusive.os.passíveis.de.reciclagem;■ criarsistemaintegradodeecoeficiênciaquecoordeneasaçõeseinicia-

tivas.de.diversas.áreas.e.regiões.do.país;

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■. desenvolver.ferramentas.de.acompanhamento.e.monitoramento;■ disseminaraculturadeecoeficiênciaentreosfuncionáriosepúblicosde

relacionamento.

Esse.programa.integra.e.aprimora.as.diversas.ações.de.redução.de.consumo,.reutilizaçãoe reciclagem já realizados nas dependências da empresa, taiscomo:

■. o.Programa.de.Racionalização.do.Consumo.de.Energia.Elétrica.(PROCEN);

■. o.Programa.de.Redução.do.Consumo.de.Água.(PURÁGUA);■. o.Programa.de.Recondicionamento.de.Cartuchos.e.Toner;■. o.Programa.Nacional.de.Racionalização.de.Impressão.(PRONARI).

5.3 INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO

A.terceira.dimensão.da.estratégia.socioambiental.contém.as.ações.de.cunho.social.que.reforçam.o.caráter.de.empresa.cidadã.do.Banco.do.Brasil..Além.dasaçõesmencionadasnasoutrasduasdimensões,queinfluenciamomodode.gestão.do.BB,.outras.iniciativas,.já.tradicionais,.continuam.a.apoiar.o.de-senvolvimento.do.país.

Cidadania empresarial

Em1985,oBancocriouaFundaçãoBancodoBrasil(FBB),paraintensificarereforçar.seu.apoio.às.iniciativas.voltadas.para.a.inclusão.social.e.a.promoção.da.cidadania.

Entre.as.ações.em.curso.do.Banco.do.Brasil.e.da.FBB.destacam-se:■. alfabetização.de.jovens.e.adultos;■. inclusão.digital;■. disseminação.de.tecnologias.sociais;■. fortalecimento.da.agricultura.familiar;■. melhoria.das.condições.de.vida.em.comunidades.quilombolas.e.indíge-

nas;■. ampliação.do.acesso.à.leitura.e.à.cultura;■. estímulo.e.apoio.ao.voluntariado.

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Programa Voluntariado

O.Banco.do.Brasil.conta.com.voluntários.que.estão.se.capacitando.em.diver-sas.áreas.de.conhecimento.para.atuação.nas.comunidades.e.em.organiza-ções.não-governamentais.(ONG).

Com.o.propósito.de.favorecer.a.execução.das.ações.voluntárias.e.possibilitar.à.empresa.o.gerenciamento.desse.público,.foi.lançado.na.intranet.corporativa.o.site.Voluntariado,.que.disponibiliza. informativos,.bancos.de.projetos.e.de.oportunidades,dadosdevoluntáriosedecomitêsdecidadania.

Dentro.do.Programa.Voluntariado.do.BB.destaca-se.também.o.Projeto.Volun-tários.BB..Esse.projeto,.realizado.por.meio.da.parceria.entre.o.Banco.do.Brasil.e.a.Fundação.Banco.do.Brasil28,.tem.o.propósito.de.reconhecer.as.iniciativas.que.envolvam.o. trabalho.voluntário.de. funcionários.em.atividades.voltadas.para.a.geração.de.trabalho.e.renda.nas.comunidades.assistidas.

■.Fundo da Infância e Adolescência

Desde.2003,.o.Banco.do.Brasil.destina,.anualmente,.ao.Fundo.da.Infância.e.Adolescência(FIA),umporcentodoseuImpostodeRendadevido.

OFIAéumfundoespecialcriadoparaofinanciamentodepolíticassociais,programas.e.ações.voltadas.para.a.promoção.e.a.defesa.dos.direitos.da.crian-ça.e.do.adolescente,.cujos.recursos.são.investidos.a.partir.de.deliberação.dos.Conselhos.de.Direitos.da.Criança.e.do.Adolescente.

■.Centros culturais e circuito cultural

OBancodoBrasilcontribuiparaaculturapormeiodeapoiofinanceiroàsvariadasformasartísticasnostrêscentrosculturais:CentroCulturalBancodoBrasil.(CCBB).de.Brasília,.do.Rio.de.Janeiro.e.de.São.Paulo.

O.Circuito.Cultural.é.um.projeto. itinerante.que.percorre.cidades.brasileiras,.levando.variadas.manifestações.de.arte.e.cultura.

28.A.FBB.apóia,.com.recursos,.os.projetos.desenvolvidos.pelos.voluntários.

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■ Incentivo ao esporte

O.Banco.do.Brasil.mantém.apoio.às.seleções.brasileiras.de.vôlei.feminino.e.masculino,.organiza.o.Circuito.Banco.do.Brasil.de.Vôlei.de.Praia.e.desenvolve.oProjetoTênisBrasil.Vocêpodeacompanharessasaçõesnorelatórioanualdo.BB.

■.Neutralização da emissão de gases efeito estufa

Com.vistas.a.combater.o.efeito.estufa.ou.o.aquecimento.global.a.organização.desenvolve.algumas.iniciativas.

Em2007,umadasexperiênciasfoiaversãocarbon free.do.Circuito.Banco.do.Brasil.Vôlei.de.Praia.(CBBVP),.em.que.os.atletas.são.chamados.a.plantar.árvores.para.neutralizar.as.emissões.de.carbono.decorrentes.de.cada.eta-pa.–.transporte.de.atletas,.torcedores.e.trabalhadores,.além.do.consumo.de.energia.elétrica.e.da.própria.emissão.de.CO2.pelos.participantes.do.evento.

Estudantes.de.escolas.públicas.ou.ligadas.a.projetos.sociais.promovidos.pelo.BB,.bem.como.torcedores.também.ajudam.no.plantio.das.mudas..Dessa.for-ma,.além.de.conscientizar.os.presentes.sobre.a.importância.de.uma.cidada-nia.ambiental.ativa,.promove.a.visibilidade.às.políticas.e.práticas.de.RSA.em.curso.na.empresa.

■.Apoio a eventos relacionados ao tema RSA

Além.de.buscar.relacionar.sua.marca.ao.movimento.de.responsabilidade.so-cial.corporativa.–.RSC,.a.política.de.patrocínio.do.BB.para.eventos.relaciona-dosàresponsabilidadesocioambientaldefinecomofundamentalqueoapoiodaorganizaçãosedêaeventosqueefetivamentecontribuamparaofortaleci-mento.do.movimento.nacional.de.RSC..Dessa.forma,.são.patrocinados:

► desde2003,oprêmioEthosValor;► desde2004,aConferênciaNacionaldoEthos;►. desde.2006,.o.“Seminário.Nacional.Nós.Podemos”,.em.parceria.com.a.

Caixa.Econômica.Federal.

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

•. Situar.a.Estratégia.DRS.na.atuação.do.Banco.do.Brasil.

• IdentificarosobjetivosdaEstratégiaNegocialDesenvolvimentoRegional.Sustentável.

•. Conceituar.desenvolvimento.territorial.e.relacioná-lo.com.desenvolvimento.regional.sustentável.

• Identificarconceitosligadosadesenvolvimentoregionalsustentável.

•. Distinguir.crescimento.econômico.de.desenvolvimento.sustentável.

•. Explicar.o.caráter.estratégico.e.negocial.da.Estratégia.DRS.

6 eStratéGia neGoCial de deSenvolvimento reGional SuStentável

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Como. já. foi. dito. anteriormente,. dentre.as. iniciativas.do.Banco.que.apóiam.o. desenvolvimento. sustentável. do. Brasil,. destaca-se. a. Estratégia. Negocial.Desenvolvimento.Regional.Sustentável.(DRS)..A.partir.deste.capítulo,.estuda-remos.o.DRS.de.modo.aprofundado.

6.1 HISTÓRICO

Ahistóriade200anosdoBancodoBrasilcontémsignificativosexemplosdeiniciativas.voltadas.ao.desenvolvimento.e.à.redução.das.desigualdades.so-ciais.ComoagentefinanceirodoGoverno,oBBtemapoiadoedesenvolvidoprogramas.na.busca.de.caminhos.para.a.construção.de.um.País.socialmente.mais.justo,.incentivando.e.promovendo.a.divulgação.de.conhecimentos,.me-todologias,.tecnologias.sociais.e.práticas.de.promoção.de.cidadania.

Todasasiniciativasguardamamarcadoseutempo:refletemavisãodaIns-tituição. e. do. seu. quadro. funcional. sobre. a. sociedade. no. momento. da. sua.concepção..Como.exemplos,.merecem.destaque.alguns.acontecimentos.que.marcaram.a.história.da.Instituição.nas.últimas.décadas..

■Décadade80:► desenvolvimentodeprogramasespecíficoscomooFundodeDesenvol-

vimento.Comunitário.-.FUNDEC,.o.Fundo.de.Incentivo.à.Pesquisa.–.FI-PEC.e.o.Programa.de.Apoio.à.Micro.e.Pequenas.Empresas.–.MIPEM;

►. criação.da.Fundação.Banco.do.Brasil;►. inauguração.do.1º.Centro.Cultural.BB,.no.Rio.de.Janeiro.

■Décadade90:►. criação.do.PRONAF.-.Programa.Nacional.de.Fortalecimento.da.Agricul-

tura.Familiar,.pelo.Governo.Federal,.do.qual.o.BB.passa.a.ser.o.principal.agentefinanceiro;

► criação de produtos específicos voltados para o desenvolvimento domeio rural,comooBBRURALRÁPIDO,oPRONAFAGREGAR quealterou.totalmente.o.crédito.rural;.passando.a.permitir.a.“exploração”.de.todo.o.potencial.da.propriedade.rural.familiar.e.a.agregação.de.valor.aos.produtos.e.serviços.e.o.BB.AGRICULTURA.ORGÂNICA;

►. desenvolvimento.de.novos.mecanismos.de.comercialização.de.produtos.agropecuários,.como.o.Leilão.Eletrônico,.o.Balcão.de.Agronegócios.(in-

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formatizado).e.a.CPR.-.Cédula.de.Produto.Rural.(BB.já.atuando.com.a.visão.de.cadeia.produtiva).

■IníciodoséculoXXI:►. revisão. da. estrutura. organizacional. com. a. criação. dos. pilares. nego-

ciais.►. criação,.em.2003,.dentro.de.um.contexto.de.uma.política.pública.de.ban-

carização.e.de.democratização.do.acesso.ao.crédito,.do.Banco.Popular.do.Brasil.e.da.Estratégia.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentável.

A.Estratégia.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentável.surgiu.a.partir.da.ne-cessidade.de.se.trabalhar.uma.série.de.questões.que.estavam.na.pauta.das.discussões. nacionais. e. mundiais,. como. o. crescente. passivo. ambiental. em.nível.mundial.e.as.desigualdades.sociais.

O.momento.político.era.favorável,.com.a.priorização.do.Programa.Fome.Zero,.pelo.Governo.Federal,.o.apoio.à.agricultura.familiar.e.à.reforma.agrária.e.o.desenvolvimento. de. ações. voltadas. para. a. inclusão. social. e. a. geração. de.trabalho.e.renda..Nesse.contexto,.aumentou.a.cobrança,.por.parte.do.Gover-no.Federal,.por.atuações.mais.efetivas.das.empresas.estatais.nessas.áreas,.com.foco.em.trabalhos.que.contribuíssem.para.o.desenvolvimento.de.regiões.menos.assistidas.

Havia.orientações.no.sentido.de.se.ampliar.a.carteira.de.crédito.para.investi-mento.produtivo.em.todo.o.País,.a.necessidade.de.aumentar.a.base.de.clien-tes.do.BB.(inclusão.bancária).e.a.preocupação.com.a.possibilidade.de.eleva-çãodainadimplência.

Nesse.contexto,.surge.a.Estratégia.Negocial.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentávelcomodesafiodemobilizaragenteseconômicos,políticoseso-ciais,.de.forma.a.impulsionar.o.desenvolvimento.sustentável,.primeiramente,.nas.regiões.menos.assistidas.dos.estados.do.Norte,.do.Nordeste.e.dos.Vales.do.Jequitinhonha.e.do.Mucuri,.priorizados.em.função.dos.seus.baixos.indica-dores.sócio-econômicos.

Em.2005,.como.forma.de.incrementar.e.expandir.a.implementação.da.Estra-tégiaNegocialDRS,foicriadaaGerênciaExecutivadeDesenvolvimentoRe-gionalSustentável,vinculadadiretamenteàPresidênciadoBancodoBrasil,demonstrando.a.relevância.e.o.interesse.da.Organização.pelo.tema.

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Em.2007,.foi.aprovada.a.criação.dos.Segmentos.de.Mercado.DRS.nas.Su-perintendências,comoobjetivodeaumentaraatuaçãodoBBnodesenvol-vimento. regional.sustentável,.gerando.oportunidades.negociais.e.buscando.potencializar.a.utilização.dos.recursos. locais.(naturais,.humanos.e.sociais),.em.sintonia.com.os.direcionamentos.estratégicos.da.Empresa.

Em.2008,. visando.ampliar. o. foco.estratégico.da.empresa.no. segmento.da.“base.da.pirâmide”,.o.Conselho.de.Administração.do.Banco.do.Brasil.aprovou.a. criação.da.Diretoria.Menor.Renda. (Diren)..Ao. integrar. as.operações.dos.Correspondentes.Bancários,.do.Banco.Popular.do.Brasil.e.da.Estratégia.DRS,.a.Diren.além.de.buscar.maior.sinergia.na.implementação.das.estratégias.de.relacionamentodefinidasparaosegmentomenorrenda,temporobjetivode-senvolver.produtos.e.serviços.e. realizar.ofertas.adequadas.a.esse.público.

Como.veremos.no.decorrer.dos.próximos.capítulos,.com.a.Estratégia.DRS,.o.Banco.do.Brasil.visa.contribuir.para.a.dinamização.das.economias.locais.e.regionais,.com.foco.na.estruturação.de.cadeias.produtivas.e.visão.de.cadeia.de.valor..Dessa.forma,.objetiva.promover.ações.voltadas.para.a.viabilidade.econômica.das.atividades,.que.contribuam.para.aumento.de.produção.e.pro-dutividade,.melhoria.na.qualidade.de.produtos,.acesso.a.novas.tecnologias.e.técnicas.de.produção,.ampliação.dos.mercados.interno.e.externo.e.maior.integração.entre.os.elos.da.cadeia.

Porém,.para.que.o.desenvolvimento.possa.ser.considerado.sustentável,.há.que. se. considerar. não.apenas.o. seu.aspecto.econômico,.mas. também.os.aspectos.ambientais.e.sócio-culturais..

Por.meio.de.sua.atuação.junto.aos.mini.e.pequenos.empreendedores.rurais.e.urbanos,.a.Estratégia.DRS.contribui.para.a. inclusão.social.deste.público,.promovendo.geração.de. trabalho.e.renda,. fortalecimento.do.associativismo.e.do.cooperativismo,.democratização.do.acesso.ao.crédito,.valorização.das.vocações,valores,tradiçõesculturaisecompetênciaslocais.Alémdisso,in-centiva.o.desenvolvimento.de.ações.que.propiciem.a.melhoria.da.educação,.da.saúde,.do.acesso.à.documentação.básica.e.da.habitação.

Sob.o.aspecto.ambiental,.por.sua.vez,.as.ações.propostas.visam.à.conserva-ção.do.meio.ambiente,.com.incentivo.ao.desenvolvimento.e.à.implementação.de.tecnologias.limpas,.à.inclusão.de.técnicas.para.utilização.racional.de.re-cursosnaturais,aoaproveitamentoderesíduos,aoflorestamentoereflores-

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tamento,.à.reciclagem.e.à.recuperação.de.áreas.degradadas.

Aabrangênciaregionaldodesenvolvimentosustentável,pretendidapelaEs-tratégia.DRS,.extrapola.os.limites.de.uma.propriedade,.de.um.produtor.ou.de.uma.atividade,.para.que.se.considere.o.“território”,.como.veremos.no.tópico.a.seguir.

6.2 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

As.primeiras.propostas.de.intervenção.deliberada.do.poder.público.para.in-duzir.o.desenvolvimento.de.atividades.produtivas.de.forma.direcionada,.isto.é,.para.ordenar.o.território,.datam.de.meados.do.século.XX..Eram.motivadas,.principalmente,pelopropósitodosgovernosemdiversificarsuaspolíticasemfunçãodasnecessidadesespecíficasdedeterminadasregiões.

Hoje,.praticamente.em.todos.os.países,.o.ordenamento.territorial.tem.um.sen-tido.bem.mais.preciso..Visa.organizar. o.processo.de.desenvolvimento.nos.territórios.como.alternativa.ao.comportamento.dos.mercados,.que.levam.as.pessoas.a.se.deslocarem.para.os.grandes.centros.urbanos.em.busca.de.opor-tunidades.de.trabalho.e.de.geração.de.renda.

Renovar.a.concepção.de.território.para.uma.política.de.ordenamento.exige,.contudo,.que.ele.seja.entendido.como.ator.de.um.esforço.constante.de.de-senvolvimento,.no.qual.a.coesão.social.é.simultaneamente.uma.aposta.e.uma.alavanca..Nesse.sentido,.tem.sido.cada.vez.mais.enfatizada.a.necessidade.de.combinar:

■ concorrênciacomcooperação;■ conflitocomparticipação;e■ conhecimentoempírico(localeprático)comconhecimentocientífico.

Acondiçãoquepermiteaemergênciadeinstituiçõesmaisfavoráveisaessastrêscombinaçõesconsistenaafirmaçãodequeodesenvolvimentodepen-de,.essencialmente,.do.papel.catalisador.que.desempenha.um.plano.de.de-senvolvimento,.que.tenha.sido.elaborado.com.ampla.participação.dos.atores.locaisempreendedoresprivados,públicosesociaisquese identificamcomdeterminada.região.

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A.Secretaria.de.Desenvolvimento.Territorial.do.Ministério.de.Desenvolvimen-to.Agrário.(SDT.-.MDA).concebe.o.território.como.“projeção.e.expressão.de.uma.identidade.de.uma.população.–.com.características.sócio-culturais,.am-bientais,.político-institucionais.e.econômicas.peculiares,.de.tal.forma.que.todo.o.processo.de.desenvolvimento.interage.com.estes.elementos”.(CONDRAF/MDA/SDT,.2004).

Asdiversasdefiniçõesdeterritórioressaltamaidéiadeumsistemacomplexoque.organiza.e.integra.as.múltiplas.dimensões.da.realidade,.formando.uma.totalidade.com.características.próprias..Tendem.a.destacar.também.a.identi-dade.das.características.sociais,.econômicas.e.ambientais.e.o.sentimento.de.pertencimento.da.sociedade..

Por.exemplo:.há.situações.nas.quais.a.simples.menção.do.local.de.origem.de.determinadaspessoasouprodutosésuficienteparaseidentificarcaracterís-ticasprópriasdestaspessoasouprodutos.ReferênciascomoartesanatodoVale.do.Jequitinhonha,.vinho.do.Vale.do.São.Francisco.ou.da.Serra.Gaúcha,.no.caso.de.produtos,.e.casos.como.fulano.é.do.Sertão.do.Cariri.(NE).e.o.ou-tro.é.do.Pantanal.(CO),.apontam.para.características.comuns..Esses.lugares.possuem.singularidades.que.os.distinguem.dos.demais,.as.quais.são.constru-ídas.por.identidades.históricas,.econômicas,.socioambientais.e.culturais.

Aexistênciadeumsentimentodepertencimentoe,maisainda,deumplanoterritorial.assumido.pelos.atores.sociais,.representa.um.nível.elevado.de.orga-nização.do.território.que.tende.a.favorecer.o.seu.desenvolvimento.

Tal. nível. de. organização. amplia. a. autonomia. do. território. na. construção. e.negociação. de. seus. próprios. projetos,. gerando. resultados. mais. rápidos. e.consistentes,.mas.que,.apesar.disso,.podem.prescindir.de.um.trabalho.dos.órgãos.e.programas.de.desenvolvimento.

Se.por.um.lado.o.bom.nível.de.organização.dos.territórios.facilita.o.desenvolvi-mento.de.iniciativas.de.desenvolvimento.regional,.como.a.Estratégia.Negocial.DRS,.por.exemplo,.por.outro,.são.precisamente.os.territórios.com.baixo.nível.de. organização. social,. que. necessitam. de. iniciativas. que. estimulem. a. sua.organização.e.a.formulação.de.estratégias.ou.planos.de.desenvolvimento,.de.forma.a.contribuir.para.a.construção.desse.sentimento.de.pertencimento.

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O.território.constitui,.portanto,.uma.âncora.para.articulação.e.integração.de.di-ferentes.iniciativas.e.projetos.de.órgãos,.instituições.e.governos,.que.atuando.deformasinérgicatendemaelevaraeficiênciaeaeficáciadasaçõesedosrecursos.investidos.no.local,.em.prol.do.desenvolvimento.

6.3. DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

O.conceito.de.desenvolvimento.ainda.é.utilizado.por.muitos,.inclusive.gover-nos,.como.sinônimo.de.crescimento.econômico..Contudo,.nas.últimas.déca-das,.o.conceito.de.desenvolvimento.vem.sendo.relacionado.cada.vez.mais.com.os.conceitos.de.sustentabilidade.e.de.desenvolvimento.humano.

Atualmente,.um.dos.principais.indicadores.utilizados.para.medir.o.“desenvol-vimento”.de.um.lugar.é.o.PIB.-.Produto.Interno.Bruto,.que.representa.a.soma,.emvaloresmonetários(dinheiro),detodososbenseserviçosfinaisproduzi-dos.em.uma.determinada.região.durante.um.certo.período.de.tempo..

A.fórmula.para.calcular.o.PIB.contempla.a.soma.do.consumo.privado,.inves-timentos. realizados,.gastos.governamentais.e.volume.de.exportações,.me-nos.o.volume.de.importações.feitas.pelo.país..O.PIB,.portanto,.não.trata.de.questões.sociais,.ambientais.ou.culturais,.apenas.de.questões.econômicas,.ou.seja,.indica.o.crescimento.econômico,.mas.não.necessariamente.o.desen-volvimento.

Cadavezmais,governos,empresasesociedadeciviltêmseconscientizadode.que.para.que.o.crescimento.econômico.possa. representar.efetivamente.desenvolvimento.deve.vir.acompanhado.de.melhorias.na.qualidade.de.vida.das.pessoas,.com.redução.de.desigualdades.sociais.e.maior.respeito.ao.meio.ambiente.

Como.visto.anteriormente,.a.evolução.do.conceito.de.desenvolvimento.levou.aONUaumadefiniçãodedesenvolvimentosustentável,constantedoRela-tório.Brundtland,.que.é.a.seguinte:.“aquele.que.atende.às.necessidades.do.presente.sem.comprometer.a.possibilidade.de.as.gerações.futuras.atenderem.às.suas.próprias.necessidades”.

Para.Sérgio.Buarque.(2002),.o.desenvolvimento.sustentável.é.um.processo.

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que.leva.a.um.contínuo.aumento.da.qualidade.de.vida.com.base.numa.eco-nomiaeficienteecompetitiva,comrelativaautonomiadasfinançaspúblicas,combinado.com.a.conservação.dos.recursos.naturais.e.do.meio.ambiente.Para.Tânia.Zapata.(2007),.o.desenvolvimento.regional.representa.uma.estra-tégia.intencional.dos.atores.de.uma.localidade.no.sentido.de.promover.mu-danças.para.melhorar.a.qualidade.de.vida.da.população..Busca.construir.um.modelo.de.desenvolvimento.com.mais.participação,.protagonismo,.eqüidade.social.e.sustentabilidade.ambiental,.a.partir.das.potencialidades.e.vocações.produtivas.locais.

Assim,.pode-se.concluir.que.o.fato.de.uma.região.produzir.muita.riqueza,.ou.seja,.ter.um.PIB.elevado,.não.quer.dizer.necessariamente.que.ela.é.desen-volvida.

Paraseavaliarodesenvolvimentohumano têmsidoutilizadoso ÍndicedeDesenvolvimentoHumano–IDHeoÍndicedeGini(ouCoeficientedeGini).

O.IDH.mede.o.nível.de.bem-estar.de.uma.população..No.seu.cálculo.estão.contempladas.a.expectativa.de.vida,.a.alfabetização,.a.escolarização.e.a.ren-daporpessoa.Emsíntese,busca-serefletirsobreaqualidadedevidaemumpaís.ou.município,.analisando-se.as.condições.de.saúde,.educação.e.geração.de.renda.

O IDHpassou a ser adotado pelaONU, em1993, para classificar os paí-sesmembros.Essaclassificaçãoobedeceaoscritériosabaixo(Quadro5),deacordo.com.os.valores.auferidos.no.IDH,.que.variam.de.zero.a.um.

Quadro.5Índice de Desenvolvimento Humano – Classificação

IDH Classificação.de.0.até.0,4999. Baixo.de.0,5.até.0,799. Médio.de.0,8.até.1,00. Alto

Em.2005,.o. IDH.do.Brasil.atingiu.o. índice.de.0,8,. fazendo.com.que.o.país.passasse. a. ocupar. a. 70ª. posição. no. ranking. mundial. de. desenvolvimento.humano,.composto.por.uma.lista.de.177.países.e.territórios..Com.este.índice,.oBrasilpassouafigurarentreospaísescomaltoIDH,emboraemdetermina-

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das.regiões,.principalmente.no.norte.e.no.nordeste.do.País,.tenhamos.muitos.municípios.com.IDH.entre.0,4.e.0,6.

OCoeficientedeGiniéutilizadoparacalcularadesigualdadenadistribuiçãode.renda.de.uma.região..Sua.escala.também.varia.de.zero.a.um..Ao.contrário.doqueocorrenoIDH,quantomaispróximodezeroestiveroCoeficientedeGini.melhor.estará.a.situação.da.região,.ou.seja,.sua.distribuição.da.renda.

Em2006,oCoeficientedeGinidoBrasilfoide0,580,conformeapontaoRe-latório.de.Desenvolvimento.Humano.do.Programa.das.Nações.Unidas.para.o.Desenvolvimento.–.PNUD..Esse. índice. coloca.o.Brasil. como.o.10º.mais.desigual.em.termos.de.distribuição.de.renda,.numa.lista.de.126.países.e.ter-ritórios.

Pelaanálisedos três indicadorescitados–PIB, IDHeCoeficientedeGini–.pode-se.concluir.que.o.Brasil.tem.apresentado.índices.positivos.de.cresci-mento.econômico..Entretanto,.persistem.sérios.problemas.de.distribuição.de.renda.e.a.necessidade.de.melhorar.a.performance.nas.questões.associadas.ao.desenvolvimento.humano.(saúde,.educação.e.geração.de.trabalho.e.renda).

Desenvolvimento sustentável como estratégia

Para.melhor.compreensão.de.um.processo.de.desenvolvimento.sustentável.é.importante.distinguir.“projeto”.e.“programa”.de.“estratégia”.

Um.projeto.ou.um.programa.é.um.esforço.temporário.empreendido.para.criar.um.produto,.serviço.ou.resultado.

Já.estratégia.é.uma.arte..Segundo.o.dicionário.Aurélio,.“.estratégia.é.a.arte.de.aplicar.os.meios.disponíveis.com.vista.à.consecução.de.objetivos.especí-ficos”,ou“aartedeexplorarcondiçõesfavoráveiscomofimdealcançarob-jetivosespecíficos”.Ouseja,umaestratégiapressupõeumolharmaisamploem.direção.ao.futuro.

Projetos.e.programas,.portanto,.diferem.de.estratégias,.principalmente,.pelo.fato.de.que.os.primeiros. são. temporários.e.exclusivos,.enquanto.as.estra-tégias definem “rumos” para um empreendimento ou para uma instituição,entidade.ou.região.

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Nesse.ponto.é.importante.ressaltar.que.iniciativas.voltadas.para.o.desenvol-vimento.sustentável.não.podem.se.restringir.a.programas.ou.projetos..Devem.estar.inseridas.em.uma.estratégia.maior..

O. desenvolvimento. sustentável. possui,. portanto,. caráter. estratégico,. com.perspectiva.de.médio.e.longo.prazo..Trabalha.com.a.estruturação.de.ativida-des.produtivas,.com.a.visão.de.cadeia.de.valor,.ou.seja,.pressupõe.constante.retroalimentação.em.seus.processos,.visando.atingir.patamares.crescentes.de.desenvolvimento.sustentável.

6.4 DOCUMENTOS ESTRATÉGICOS

A.Estratégia.Negocial.DRS.está.inserida.na.cultura.organizacional.do.Banco.do.Brasil..Sua.proposta.de.atuação.com.a.missão,.crenças.e.visão.de.futuro,.presentes.na.Estratégia Corporativa,.com.as.orientações.gerais.que.balizam.a.elaboração.dos.objetivos.e.indicadores.do.Plano Diretor.e.com.os.objetivos.traçados.no.Plano de Mercados.

Descrevemos. abaixo. as. premissas. que. balizaram. a. estratégia. corporativa.para.o.período.2008-2012,.com.o.destaque.para.o.segmento.de.varejo:

Missão.

“Serasoluçãoemserviçoseintermediaçãofinanceira,atenderàsexpectati-vas.de.clientes.e.acionistas,.fortalecer.o.compromisso.entre.os.funcionários.e.a.Empresa.e.contribuir.para.o.desenvolvimento.do.País.”

Crenças....

■. Compromisso.com.o.desenvolvimento.das.comunidades.e.do.País;■. Responsabilidade.sociambiental¨.

...Visão de Futuro

“Sermos.o.primeiro.banco.dos.brasileiros,.no.Brasil.e.no.exterior,.o.melhor.bancoparasetrabalharereferênciaemdesempenho,negóciossustentáveise.responsabilidade.socioambiental.”

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Orientações Gerais....8..ampliar.o.acesso.ao.crédito,.estimulando.seu.uso.responsável....14..Fortalecer.a.atuação.em.cadeias.de.valor....16..Ampliar.e.fortalecer.a.atuação.negocial.como.agente.de.desenvolvimento.do.País.em.bases.sustentáveis.

Plano de Mercado – Varejo...Promover.a.concessão.de.microcrédito.Fortalecer.a.atuação.como.agente.de.desenvolvimento.sustentável.Criar.relacionamentos.duradouros.com.os.clientes.menor.renda....

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

• IdentificarasvisõesdaEstratégiaDRSeseusprincipaisaspectos.

•. Conceituar.Cadeia.de.Valor.

•. Discorrer.sobre.a.importância.da.concertação.para.a.Estratégia.DRS.

•. Conceituar.Aglomerados,.Arranjos.Produtivos.Locais.e.Cadeias.ou.Sistemas.Produtivos.

7 viSõeS da eStratéGia drS

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Todo.o.processo.metodológico.de.implementação.da.Estratégia.Negocial.DRS,.na.estruturação.das.atividades.produtivas,.baseia-se.em.cinco.visões:

■. Visão.Negocial;■. Visão.de.Futuro;■ VisãodeAbrangência;■. Visão.de.Cadeia.de.Valor;■. Visão.Participativa.

7.1. VISÃO NEGOCIAL

Grandesproblemas,emnívelmundial,têmabsorvidoaatençãodegovernose.instituições.internacionais,.como.as.Nações.Unidas.e.o.Banco.Mundial,.que.juntostêmtrabalhadonabuscadesoluções.Nessecontexto,empresasdomundo.todo.estão.cada.vez.mais.conscientes.da.sua.responsabilidade.e.da.necessidade.de.mudar.suas.estratégias.corporativas.no.sentido.de,.igualmen-te,.contribuir.para.a.sustentabilidade.do.planeta.e,.conseqüentemente,.garan-tir.a.sua.própria.sustentabilidade..

Comojáfoidito,enxergaroportunidadesnaadversidadeéumdosdesafiosqueasempresastêmenfrentado.Exemplossimplespodemtornarmaisclaroeste.movimento:

■. o.impacto.do.aquecimento.global.e.das.mudanças.climáticas.representa.uma.oportunidade.de.expansão.para.as.empresas.de.consultoria.e.de.desenvolvimento. de. novas. tecnologias,. conhecidas. como. tecnologias.limpas.para.a.geração.de.energia;.

■. o. impacto.da.pandemia.mundial.de.HIV/AIDS.e.a.alta.mortalidade.em.nívelmundialdecorrentesdedoençasevitáveisrepresentamdesafioseoportunidades.para.as.empresas.do.ramo.farmacológico;

■. os.altos.índices.de.pobreza.no.mundo.motivam.as.empresas.a.criar.es-tratégias.voltadas.para.o.público.situado.na.“base.da.pirâmide”,.por.meio.do.desenvolvimento.de.produtos.e.serviços.próprios.para.este.segmento.

O.Banco.procura,.por.meio.da.estratégia.DRS,.além.de.materializar.compro-missos.assumidos.em.sua.Estratégia.Corporativa,.estabelecer.um.novo.pata-marderelacionamentocomasociedade,disponibilizandosuacompetênciaorganizacional,.desenvolvendo,.mobilizando.e.integrando.recursos.humanos,.

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físicosefinanceiros,deformaacolaborarparaodesenvolvimentodopaís,auxiliando.na.dinamização.da.economia.das.regiões.onde.atua.e.na.estrutu-ração/abertura.de.novos.mercados.

Em.estudo.realizado.no.cenário.econômico.mundial.no.início.dos.anos.2000,.observou-se.que.existem.quatro.camadas.de.consumidores.(Quadro.6)..Bem.no.topo.da.pirâmide.estão.os.75.a.100.milhões.de.consumidores.mais.ricos:.faixa.composta.por.pessoas.de. renda.alta.e.média.dos.países.desenvolvi-dos.e.pelas.poucas.elites.do.mundo.em.desenvolvimento..No.meio.da.pirâ-mide,nascamadasdoise três,estãoosconsumidorespobresdasnaçõesdesenvolvidas.e.a.classe.média.emergente.dos.países.em.desenvolvimento,.principais.alvos.das.antigas.estratégias.para.mercados.emergentes..Na.base.da.pirâmide,.existem.quatro.bilhões.de.pessoas,.com.renda.inferior.ao.valor.considerado.mínimo.para.sustentar.uma.vida.decente.

Quadro.6Pirâmide Econômica Mundial*

Renda.per.capita.anual..Camada

. População.. em.dólares*. . em.milhões

. Mais.de.$.20.000. 1. 75.–.100

. $.1.500.-.$.20.000. 2.&.3. 1.500.–.1750

. Menos.de.$.1.500. 4. 4.000

Fonte:.U.N.World.Reports.(*baseado.na.paridade.do.poder.de.compra.nos.EUA).

Como.já.foi.dito.no.capítulo.2,.as.pessoas.situadas.na.base.da.pirâmide.re-presentam.uma.grande.oportunidade..De.acordo.com.o.Banco.Mundial,.a.po-pulação.dessa.camada.poderá.aumentar.para.mais.de.6.bilhões.de.pessoas.nos.próximos.40.anos..

Ou.seja,.a.percepção.de.que.a.base.da.pirâmide.não.é.um.mercado.viável.é.equivocada.porque.não.valoriza.a.crescente. importância.da.economia. in-formal,.que.em.algumas.estimativas.corresponde.de.40.a.60%.da.atividade.econômica.dos.países.em.desenvolvimento..A.maioria.das.pessoas.que.re-presentam.essa.camada.mora.em.áreas.rurais,.em.bairros.urbanos.pobres.ou.em.favelas..O.BB,.por.meio.da.Estratégia.DRS,.incentiva.o.desenvolvimento.de.ações.voltadas.para.a.capacitação.dessas.pessoas.de.forma.a.torná-los.entes.ativos.no.processo.de.desenvolvimento.

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Trabalhar.com.visão.negocial,.numa.empresa.cidadã.que.acredita.no.desen-volvimento.regional.sustentável.exige,.porém,.uma.nova.postura..A.visão.ime-diatista.do.resultado.no.curto.prazo.deve.ceder.lugar.a.um.planejamento.de.oferta.de.produtos.e.serviços,.no.médio.e.longo.prazos,.pois.as.oportunidades.de.negócio.podem.estar.exatamente.em.acompanhar.a.trajetória.do.cliente,.seu.crescimento.e.conseqüente.superação.de.obstáculos.

Assim,naatuaçãoemDRS,otradicionalpapeldeagentefinanceirodoBancodoBrasilamplia-separaconsiderar,alémdasvariáveiseconômico-financei-ras,.as.variáveis.sociais,.ambientais.e.culturais.na.decisão.de.apoio.a.toda.a.cadeia.de.valor.de.determinada.atividade.produtiva.

7.2 VISÃO DE FUTURO

A.visão.de.futuro.é.normalmente.apresentada.como.um.enunciado.que.des-creve.em.detalhe.como.organização.deseja.estar.no.futuro.e.quer.ser.reco-nhecida..Sendo.uma.projeção.das.oportunidades.futuras.do.negócio.da.orga-nização,.pressupõe.uma.concentração.de.esforços.na.sua.busca.

NaEstratégiaNegocialDRS,agircomvisãodefuturosignificaestimularto-dososenvolvidosnoprocesso,especialmenteosbeneficiárioseparceirosdaatividade,adefiniremondequeremchegar(quesituaçãoprojetamparaaatividade.produtiva),.procurando,.nessa.construção,.ter.presente.o.ambiente.em.que.vivem.(relações.sociais.e.ambiente.natural).

Éimportanteressaltarqueavisãodefuturodeverárepresentarumdesafioque.os.estimule.no.sentido.de.empreender.os.esforços.necessários.para.que.os.objetivos.almejados.sejam.atingidos,.com.foco.na.sustentabilidade.da.ati-vidadeprodutivaenasuamaiorcompetitividadesistêmica.

É.forçoso.reconhecer,.entretanto,.que.o.Desenvolvimento.Sustentável,.pela.sua. complexidade. no. tocante. ao. necessário. equilíbrio. entre. as. dimensões.econômicas,.sociais.e.ambientais,.precisa.ser.visto.numa.perspectiva.de.lon-go.prazo..Assim,.qualquer.estratégia.que.tenha.por.objetivo.o.desenvolvimen-to.sustentável.de.determinada.região.exige.um.planejamento.onde.coexistam.objetivos.e.ações,.interdependentes.ou.não,.com.perspectivas.de.curto,.mé-dio.e.longo.prazos.

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7.3 VISÃO DE ABRANGÊNCIA

Asdiversasdefiniçõesdeterritóriovistasanteriormenteressaltamaidéiadeum.sistema.complexo.que.organiza.e.integra.as.múltiplas.dimensões.da.rea-lidade,.formando.uma.totalidade.com.características.socioeconômicas.e.am-bientais.próprias.

Dentre.as.múltiplas.dimensões.está.a.dimensão.econômica.representada.pe-las.atividades.produtivas.predominantes..Apesar.da.concepção.multidiscipli-nar.do.território,.operacionalmente.pode.ser.feita.uma.delimitação.do.mesmo.a.partir.da.base.produtiva.dominante.e.dos.fatores.que.predominam.na.sua.respectiva.cadeia,.nas.perspectivas.horizontal.e.vertical..Este.é.o.parâmetro.adotado.na.estratégia.Negocial.DRS.por.constituir.fator.relevante.de.identida-de.territorial.

Para.facilitar.a.operacionalização.da.Estratégia.Negocial.DRS.estabeleceu-se,comoregrageral,a jurisdiçãodaagênciacomoomenorterritórioaserconsideradoparaabrangênciadosPlanosdeNegóciosDRS.

Quando.a.atividade.transcende.as.fronteiras.da.jurisdição,.o.trabalho.de.im-plementação.do.DRS.poderá.ser. realizado.de. forma. integrada,.envolvendo.váriasagênciascircunvizinhas,noapoioaumadeterminadacadeiaprodutiva.Tal.situação.é.comum.em.grandes.centros.urbanos.ou.municípios.onde.há.maisdeumaagência.

Nessassituações,emqueasagênciasatuamnoDRSde forma integrada(Figura 6), aSuperintendência e aGerênciaRegional deVarejo assumemopapeldecoordenaçãopara integrarestesprocessosedefinira formadeatuaçãoeopapeldecadaagêncianodesenvolvimentodasatividadesiden-tificadas.

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Figura.6Atuação integrada da Estratégia Negocial DRS

Outra. situação. possível,. que. foge. à. regra. da. jurisdição. como. sinônimo. de.território,asertrabalhadanoDRS,ocorrenocasodajurisdiçãodaagênciaabranger.uma.área.territorial.muito.grande,.como.nos.estados.do.norte.e.do.centro-oeste.. Nesses. casos,. admite-se. que. a. área. atendida. pelo. Plano. de.NegóciosDRSsejainferioràjurisdiçãodadependência.

Omesmoseaplicaàssituaçõesemquebarreirasgeográficas,sócio-cultu-rais,.políticas.ou. institucionais. impeçam.a. formação.de. laços.de. identidade.entre.os.diferentes.públicos.envolvidos..

Entretanto, sempre serão determinantes para se definir a abrangência daação.em.DRS:

■. a.capacidade.de.gerar. impacto.sobre.os.indicadores.socioeconômicos.da.região.em.que.se.atua;

■. a.capacidade.de.promover.a.dinamização.da.economia.local;.e■. a.capacidade.de.geração.de.resultados.que.permitam.uma.relação.cus-

to-benefício.favorável.para.a.intervenção.na.localidade.

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7.4 VISÃO DE CADEIA DE VALOR

Até.meados.do.século.passado,.a.visão.de.competitividade.era.bastante.seg-mentada.Produtorespreocupavam-seemproduzirmaisemelhor.Beneficia-dores.limitavam-se.a.aprimorar.os.seus.processos.industriais,.em.busca.de.maioreficiênciaequalidadedeseusprodutos.Comercianteslimitavam-seacomprar.bem.e.vender.melhor,.de.forma.a.auferir.maiores.lucros..Clientes.e.consumidoresnãoeramrespeitadosnemindagadossobresuaspreferências.

O.fenômeno.da.globalização,.com.a.abertura.dos.mercados.e.o.aumento.da.competitividade.em.nível.mundial,.fez.com.que.os.velhos.paradigmas.de.com-petitividade.se.tornassem.obsoletos.e.a.visão,.antes.segmentada,.se.tornasse.insustentável.

Aospoucos,verificou-sequeaineficiênciadeuns,contribuíaparaoinsuces-so.dos.outros..A.má.qualidade.dos.produtos.tornava.a.indústria.de.derivados.pouco.competitiva.quando.exposta.ao.mercado.internacional..As.margens.de.lucrodocomercianteficavamtambémcomprometidas,emvirtudedaprecáriaagregação.de.valor.no.processo.industrial..Como.diz.o.ditado.popular:.“Da.má.uva.não.se.faz.bom.vinho”.

A.partir.dessa.percepção,.observa-se.que.os.processo.de.organização.dos.agentes. do. processo. produtivo. começam. a. evoluir. e,. em. função. da. forma.como.se.organizam.esses.agentes,.surgem.os.“Aglomerados.Produtivos”,.os.“Arranjos.Produtivos.Locais.(APL).ou.somente.Arranjos.Produtivos”.e.as.“Ca-deias.Produtivas.ou.Sistemas.Produtivos”.(Figura.7).

■ Aglomerados. –. são. agrupamentos. de. agentes. econômicos,. políticos. e.sociais,.que.atuam.em.diferentes.fases.do.processo.produtivo.de.uma.ati-vidade. produtiva,. numa. comunidade,. com. vínculos. frágeis. de. interação,.cooperação,.aprendizagem.e.pouca.sinergia.

■ Arranjos Produtivos Locais.–.são.agrupamentos.de.agentes.econômi-cos,.políticos.e.sociais,.localizados.em.um.mesmo.território,.que.atuam.em.diferentes.fases.do.processo.produtivo,.operando.em.atividades.produtivas.correlacionadas,.e.que.apresentam.vínculos.expressivos.de.interação,.co-operação.e.aprendizagem.

■ Cadeias ou Sistemas Produtivos.–.são.conjuntos.de.todas.as.etapas.do.processo.produtivo.de.um.determinado.produto.ou.serviço,.realizadas.por.agentes.de.aglomerados.econômicos.e/ou.arranjos.produtivos.locais,.for-

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mando.redes complexas com altos índices de articulação, cooperação e aprendizagem,.sem.limitação.territorial..

Figura.7Organização dos agentes do processo produtivo

Aglomerados

Arranjos ProdutivosLocais

Cadeias ouSistemas Produtivos

Aglomerados

Arranjos ProdutivosLocais

Cadeias ouSistemas Produtivos

A.visão.de.competitividade.passou.a.conviver,.assim,.com.uma.visão.mais.integrada.e.holística.da.cadeia.produtiva.em.que.a.atividade.se.insere..Com-preendeu-seainterdependênciaentreosdiferenteselosdessacadeia–pro-dução, armazenagem, transporte, beneficiamento, comercialização – e anecessidade.de.estreita.articulação.entre.eles.para.o.sucesso.no.mercado.global.. Surgiram. câmaras. setoriais. e. assemelhadas. e. as. próprias. políticas.públicas.passaram.a.incidir.sobre.as.necessidades.da.cadeia,.ao.invés.de.se.dirigiremespecificamenteàindústriaouàprodução.

Nessa. linha,. outros. fatores. do. entorno. das. cadeias. produtivas. mostraram-se capazes de contribuir para umamaior competitividade sistêmica, comoo. crédito,. o. sistema. tributário,. o. sistema. regulatório,. o. sistema. inovativo. e.deformação(pesquisa,desenvolvimento,capacitaçãoeassistênciatécnica),osistemadecertificações,a redede fornecedoresdebens,equipamentose.serviços,.os.sistemas.de.comunicação,.a.malha.de.laboratórios.e.centros.tecnológicos,.o.sistema.de.difusão.do.conhecimento.(universidades.e.escolas.técnicas),.dentre.outros,.ou.seja,.os.ambientes.institucional.e.organizacional.que.envolvem.a.atividade.

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Damesmaforma,foramobservadososimpactoseinfluênciasqueascarac-terísticas.constitutivas.da.cadeia.de.distribuição.(empresas.de.logística,.redes.de.atacadistas.e.varejistas,.redes.de.consumidores.etc.).causavam.no.desem-penho.das.cadeias.produtivas.

Com.isso,.chegou-se.ao.conceito.de.cadeia.de.valor.da.atividade.(Figura.8),.como.forma.de.entender.esse.conjunto.de.fatores.com.vistas.a.atingir-se.ele-vadosgrausdecompetitividadesistêmica.

O.conceito.de.cadeia.de.valor.pode.ser.compreendido,.portanto,.como.sendo.um.conjunto.articulado.de.atividades/operações.econômicas,.técnicas,.comer-ciais.e.logísticas.que.se.inicia.com.o.fornecimento.de.insumos.(matéria.prima).para.a.produção.de.determinado.produto.até.a.sua.entrega.ao.consumidor.final(Figura8).

Abrange,.assim,.a.cadeia.produtiva.(da.matéria-prima.ao.produto/serviço),.a.cadeiadedistribuição(doproduto/serviçoaoconsumidorfinal),bemcomoto-dos.os.elementos,.não.descritos.na.forma.de.atividades,.situados.no.entorno.dascadeiasequeinfluenciamdiretaeindiretamenteacompetitividadesistê-mica.da.mesma,.ou.seja,.todo.o.ambiente.institucional.e.organizacional.que.envolve.a.atividade..Exemplos:.governos,.agentes.de.regulação,.instituições.depesquisa,dedesenvolvimento,decapacitaçãoedeassistência técnica,instituiçõesfinanceiras,agênciascertificadoras,centrostecnológicos,sistematributário,.rede.de.fornecedores.de.bens,.equipamentos.e.serviços,.sistemas.de.comunicação,.universidades.e.escolas.técnicas,.empresas.públicas.e.pro-vadas,.cooperativas..

Com.a.cadeia.de.valor.totalmente.articulada,.decisões.estratégicas.fundamen-tais.tornam-se.mais.nítidas.e.as.decisões.de.investimentos.podem.ser.vistas.da.perspectiva.do.seu.impacto.na.cadeia.global,.ampliando.a.competitividade.sistêmicadamesma.

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Figura.8Cadeia de Valor

Em.vista.disso,.a.Estratégia.Negocial.DRS.visa.à.estruturação.das.ativida-des. produtivas. com. visão. de. cadeia. de. valor,. independentemente. do. nível.de.organização.em.que.se.encontram._.aglomerado,.APL.ou.sistema.(cadeia.produtiva).

7.5 VISÃO PARTICIPATIVA

Para.a.Estratégia.DRS,.a.promoção.do.desenvolvimento.regional.sustentável.não.é.tarefa.exclusiva.de.governos,.empresas.ou.qualquer.outra.organização,.de.forma.individual,.mas.sim.do.conjunto.da.sociedade.em.todas.as.suas.for-mas.de.manifestação.

Reconhecer.esse.fato.implica.a.compreensão.e.a.aceitação.de.que.as.forças.da.sociedade,.unidas,.terão.maiores.possibilidades.de.mudar.a.realidade.dos.espaços.em.que.as.pessoas.vivem.e.se.desenvolvem.

Essaéaessênciadoconceitode“concertação”propostopelametodologiadeDRS,.por.meio.da.qual.o.Banco.do.Brasil.se.posiciona.no.processo.de.desen-volvimento.do.país.como.parceiro.que.quer.somar.esforços,.contribuir.com.as.iniciativas.já.existentes.e.fazer.parte.de.novas.iniciativas.de.desenvolvimento.sustentável.que.possam.ser.construídas.coletivamente.

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A.idéia.nos.remete.a.um.concerto.musical,.onde.uma.grande.obra.só.pode.ser.executada.com.maestria.se.cada.um.dos.músicos.desempenhar.o.seu.papel.de forma eficiente e sintonizada/harmonizada comos demais.O resultadofinalrepresentaráasomadosesforços individuais,daparceriadoscompo-nentes.da.orquestra.e.do.foco.de.todos.em.um.objetivo.comum.

A.concertação,.com.o.sentido.de.orquestração,.portanto,.pressupõe.parceria,.articulação.e.mobilização.de.atores.socioeconômicos,.intervenientes.diretos.ou.indiretos.da.atividade.produtiva,.da.área.governamental,.da.iniciativa.pri-vadae/ousociedadecivil,comousemfinslucrativos,emproldeumobjetivocomum.que.é.o.desenvolvimento.sustentável.de.determinada.região,.como.demonstrado.na.Figura.9.

Figura.9Concertação

Umdosdesafiosdesteprocessoestáembuscaraconvergênciadeinteressesreais,.aparentemente.antagônicos,.de.forma.a.harmonizá-los..O.papel.do.Ban-co.do.Brasil.na.Estratégia.DRS.não.se.limita,.portanto,.a.sua.vocação.como.agente. de. crédito,. mas,. também,. como. catalisador. de. ações,. fomentando,.articulando.e.mobilizando.agentes.econômicos,.sociais.e.ambientais.para.a.construção.conjunta.e.participativa.de.um.Plano.de.Desenvolvimento.Susten-tável,ondetodossebeneficiem.

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

• IdentificarospilaresdasustentabilidadeesuarelaçãocomaEstratégia.Negocial.DRS.

• Identificarasoportunidadesnegociais,decorrentesdaatuaçãodoBanco.com.foco.nos.pilares.da.sustentabilidade..

• IdentificarosprincipaisórgãosquecompõemoSistemaNacionaldeMeio.Ambiente.–.SISNAMA.e.suas.respectivas.atribuições.

• DiscorrersobreaimportânciadaAgenda21Localeseusdesafios.

•. Conceituar.cooperativa,.empresa.e.associação.

• Identificarosprincípiosuniversaisdocooperativismo.

8 pilareS da SuStentabilidade

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O.conceito.de.sustentabilidade.nos.remete.ao.já.visto.triple bottom line.que,.no.meio.empresarial,.se.traduz.na.preocupação.das.empresas.em.incorporar.em.suas.estratégias.de.gestão.não.somente.ações.que.visem.resultado.econô-mico,.ou.a.geração.de.valor.para.os.acionistas,.mas,.também,.ações.voltadas.para.a.preservação.do.meio.ambiente.e.para.a.melhoria.dos.indicadores.so-ciais,.com.respeito.às.diversidades.culturais,.ou.seja,.aos.saberes,.tradições,.patrimônio. e. ativos. culturais. existentes. nas. diversas. localidades. e. que,. de.certa.forma,.contribuem.para.a.identidade.de.cada.território.

Falar.em.desenvolvimento.sustentável.no.meio.empresarial.é.falar.na.geração.de.negócios.num.mundo.cada.vez.mais.exigente,.onde.se.observa.um.nível.crescente.de.conscientização.pela.conservação.do.planeta,.pelo.aumento.da.justiça.social.e.pelo.respeito.à.diversidade.cultural.

AEstratégiaDRStemestedesafio:estruturarcadeiasprodutivasdeformaatorná-las.economicamente.viáveis,.socialmente.justas.e.ambientalmente.cor-retas,.respeitando.e.valorizando.a.cultura.local.

Didaticamente,.veremos.como.isto.se.dá,.por.meio.da.análise.de.cada.um.dos.pilares.da.sustentabilidade.de.forma.isolada,.lembrando.que.a.sustentabilida-depressupõeaatuaçãonostrêspilaresdeformacoordenadaeconcomitante.

8.1 PILAR ECONÔMICO

O.Pilar.econômico.do. tripé.da.sustentabilidade.representa.o.mercado,.com.sua.dinâmica.e.infra-estrutura.para.a.produção.de.bens.e.serviços.

Para.a.implementação.de.processos.de.dinamização.de.economias,.como.a.EstratégiaDRS,portanto,éimportanteidentificarasvocaçõeslocais,omer-cado.e.as.potenciais.oportunidades.que.possam.ser.desenvolvidas.de. for-ma.sustentável,.visando.o.aumento.da.produção,.melhoria.da.produtividade,.agregação.de.valor.aos.produtos,.ampliação.do.mercado,.entre.outras.possi-bilidades.que.permitam.uma.melhoria.nos.indicadores.econômicos.da.região.e.conseqüentemente.um.aumento.na.renda.dos.micro.e.pequenos.empreen-dedores.envolvidos.no.processo.

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Vocações e potencialidades

As.vocações.estão.diretamente.relacionadas.às.tradições,.às.atividades.que.as.pessoas.sabem.desempenhar.e.efetivamente.o.fazem,.de.forma.a.gerar.renda.para.o.sustento.pessoal.e.de.suas.famílias.

Para. que. uma. região. se. torne. competitiva,. porém,. não. basta. ter. vocação.para.determinada.atividade,.não.basta.saber.fazer,.é.preciso.que.os.produ-tos.e.serviços.produzidos.atendam.aos.parâmetros.requeridos.pelo.mercado.consumidor.e,.mais,.que.apresentem.alguma.vantagem.competitiva,.ou.seja,.que.tenham.algum.diferencial.em.relação.aos.produtos.similares.ofertados.no.mesmo.mercado..Para.tanto,.todo.o.ambiente.no.qual.essas.atividades.são.desenvolvidasdevemcriarcondiçõesparaqueissosedê.

Avisãoampla(holística,sistêmica)dasforçasquemodelamomacroambien-te,comaidentificaçãodosdiferentesatoresqueocompõemeoreconheci-mentodassuasrespectivasconexõeseinterdependênciasfavoreceaarticu-lação.e.o.desenvolvimento.de.estratégias.conjuntas.com.este.foco:.busca.de.alternativas.sustentáveis.de.competitividade.

Análise de mercado

O. mercado. consiste,. basicamente,. na. esfera. das. relações. econômicas. de.compra.e.venda.de.produtos.e.serviços,.de.cujo.ajuste.resulta.o.preço.

UmdospontoscentraislevantadospeloDiagnósticoDRSéaidentificaçãodomercado.real.e.potencial.do.produto.ou.serviço.com.o.qual.se.está.trabalhan-do,.com.a.respectiva.analise.da.dinâmica.social,.do.tamanho,.das.formas.de.distribuição.e.de.comercialização,.dos.principais.compradores.e.dos.principais.concorrentes,.dos.níveis.de.concentração,.dentre.outros..A.compreensão.do.mercado.é.de.suma.importância.quando.da.elaboração.do.Plano.de.Negócios.DRS,.que.nada.mais.é.do.que.o.Plano.de.Desenvolvimento.da.cadeia.de.valor.da.atividade.que.se.pretende.estruturar.

Oportunidades negociais

É. fundamental.perceber,.que,.por.meio.do.DRS,.ao.se.ampliar.o.papel.do.Banco,.ampliam-se,.igualmente,.as.oportunidades.negociais.com.os.diversos.mercados.relacionados..Assim,.o.relacionamento. freqüente.com.o.Mercado.

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de.Governo,.buscando.estabelecer.parcerias.para.o.desenvolvimento.das.ati-vidadesprodutivasselecionadaspelasagências,permitedivulgaraestratégiade.atuação.do.Banco,.estabelecendo. representativo.diferencial. em. relação.aos.concorrentes.e.favorecendo,.desta.forma,.a.negociação.de.diversos.pro-dutos.e.serviços.direcionados.à.este.mercado.

No.Mercado.de.Pessoa.Jurídica,.a.visão.de.cadeia.de.valor,.que.deve.ser.buscada.na.atuação.em.Desenvolvimento.Regional.Sustentável,. possibilita.organizarmelhoroselosdacadeiaprodutivaeidentificarasempresaseins-tituiçõesqueatuamouquevenhamaatuarnosegmento.Oobjetivoéfirmarparcerias.e.contribuir.para.o.crescimento.e.organização.das.mesmas,.por.meio.da.oferta.de.produtos.e.serviços,.que.atendam.às.suas.necessidades,.como.convênios,folhasdepagamento,cobrança,financiamentos,entreoutros.

No.Mercado.de.Pessoa.Física,.as.oportunidades.negociais.se.ampliam.à.me-dida.que.aumenta.a.aproximação.do.Banco.com.as.entidades.representativas.das.diversas.categorias.(associações,.cooperativas,.sindicatos,.entidades.de.classe),.que.congregam.número.elevado.de.participantes.

Ao.integrar.as.ações.de.diversos.parceiros,.como.forma.de.dar.sustentabilida-de.à.atividade.apoiada.e.elevar.a.renda.dos.mini.e.pequenos.empreendedores.rurais.e.urbanos.(premissa.do.DRS),.os.riscos.individuais.são.minimizados,.o.que.favorece.a.análise.de.limites.de.crédito.e.a.oferta.de.outros.produtos.e.serviços.voltados.para.o.segmento.menor.renda,.constituído.por.uma.grande.fatia.da.população.situada.na.“base.da.pirâmide”.econômica.

8.2. PILAR AMBIENTAL

Em.processos.de.desenvolvimento.regional.sustentável.a.variável.ambiental.envolve.todas.as.questões.relacionadas.ao.meio.ambiente,.com.suas.terras,.águas.e.ar.

O.meio.ambiente.representa.a.fonte.natural.dos.recursos.direcionados.para.a.produção.e.para.a.garantia.do.bem-estar.da.população..Em.contrapartida.recebe,devolta,osresíduoseefluentes29.,.tanto.domésticos.quanto.aqueles.

29..Resíduo.ou.rejeito.(de.atividade.industrial,.esgotos.sanitários,.etc).lançado.no.meio.ambiente..Dicionário.Eletrôni-co.Aurélio..Acesso.em.28.07.2008.

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provenientes.do.processo.produtivo..A.manutenção.da.boa.qualidade.desta.fonte.seja.na.exploração.de.seus. recursos,.seja.no.descarte.dos. resíduos,.é.o.que.vai.garantir.a.viabilidade.econômica.dos.empreendimentos.que.dela.necessitam.e.a.qualidade.de.vida.das.pessoas.

Essa. assertiva,. porém,. só. passou. a. fazer. parte. do. consciente. coletivo. em.meados.do.século.XX,.a.partir.da.percepção.dos.perigos.advindos.do.avanço.tecnológico, levandopesquisadores a refletir sobre omodelo de desenvol-vimento.adotado.desde.a.Revolução. Industrial..Com.os.acidentes.ambien-tais.acontecendo.e.a.percepção.dos.problemas.evidenciados,.foram.surgindo.os.primeiros.movimentos.ecológicos.e.a.formação.de.organizações.em.nível.mundial,.aumentando.a.pressão.social.por.um.maior.compromisso.com.a.pre-servação.do.meio.ambiente.e.o.controle.dos.riscos.

A.atenção.em.relação.ao.meio.ambiente.não.surgiu,.portanto,.repentinamente,.e.sim.paulatinamente,.por.força,.inclusive,.da.legislação.ambiental..Além.da.necessidadedeadequar-seàsexigênciasdasociedade,expressaspelale-gislação,.a.adoção.de.práticas.ambientalmente.responsáveis.pelas.empresas.passou.a.representar.vantagem.competitiva.no.meio.empresarial,.agregando.valor.à.imagem.corporativa.

O.conceito.de.racionalidade.ambiental.circunscreve-se.assim,.nesse.momen-to,.ao.campo.da.produção..Emerge.de.uma.crítica.da.economia.política.do.ambiente,.que.tem.como.objetivo.a.transformação.da.racionalidade.produtiva..Rompe.com.a.concepção.reducionista.do.homem.na.sua.função.de.força.de.trabalho.e.com.a.racionalidade.econômica.dominante,.para.trazer.as.poten-cialidades.da.natureza.e.da.cultura.para.os.processos.produtivos..O.conceito.de.racionalidade.ambiental.tem.um.sentido.mais.amplo,.no.que.se.refere.aos.valoresdademocracia,àsrelaçõesdepodereaosentidodaexistênciahu-mana.”.(LEFF,.2000,.p..150.-151).

Legislação ambiental

A.questão.ambiental.passou.a.fazer.parte.da.pauta.política.do.país.em.1973,.com.a.criação.da.Secretaria.de.Meio.Ambiente.(SEMA),.no.âmbito.do.Minis-tério. do. Interior. (MINTER)..À.época,. a. nova. secretaria. elegeu. como.áreas.prioritárias.de.atuação.o.combate.aos.problemas.da.poluição.industrial,.a.cria-ção.de.unidades.de.conservação.e.o.desenvolvimento.de.ações.de.educação.

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ambiental,. com.a. respectiva.estruturação.de.uma.base. legal.para.amparar.suas.ações,.como.será.visto.a.seguir.

■.Política ambiental brasileira

Oiníciodeformulaçãodeumarcabouço legaldirecionadoespecificamentepara.a.questão.ambiental.só.veio.a.ocorrer.a.partir.de.1975,.quando.o.Gover-no.aprovou.as.seguintes.normas.legais:1975... Decreto-Lei.1.413,.de.14/08/1975.–.dispõe.sobre.o.controle.da.polui-

ção.do.meio.ambiente.provocada.por.atividades.industriais;. Decreto.76.389,.de.03/10/1975.–.dispõe.sobre.as.medidas.de.preven-

ção.e.controle.da.poluição.industrial;1976. Portaria.MINTER.n..231,.de.27/04/1976.–.estabelece.padrões.de.qua-

lidade.do.ar;1979. Portaria.MINTER.n..53,.de.01/03/1979.–.estabelece.normas.a.proje-

tosespecíficosdetratamentoedisposiçãofinalderesíduossólidos,bemcomoafiscalizaçãodesuaimplantação;

1980. Lei.6.803,.de.02/07/1980.–.dispõe.sobre.as.diretrizes.básicas.para.o.zoneamento.industrial.nas.áreas.críticas.de.poluição.

No.início.da.década.de.80.foi.formulada.a.Política.Nacional.do.Meio.Ambiente.(PNMA),.com.base.nos.princípios.da.prevenção.e.do.poluidor-pagador;.nas.orientaçõesemanadasdaConferênciadeEstocolmo,de1972;nasexperiên-cias.de.gestão.pública.descentralizada.de.outros.países;.nos.subsídios.obtidos.de.representantes.dos.estados..Essa.política,.aprovada.pela.Lei.6.938/1981,.dispõesobreosseusfinsemecanismosdeformulaçãoeaplicação;instituiuo. Sistema. Nacional. do. Meio.Ambiente. (SISNAMA),. o. Cadastro. de. Defesa.Ambiental. (redação.dada.pela.Lei. 8.028,.de.1990),. bem.como.o.Conselho.Nacional.do.Meio.Ambiente.(CONAMA).

■ Instrumentos legais e institucionais de gestão ambiental

A.implementação.da.Política.Nacional.do.Meio.Ambiente.foi.concebida.a.partir.da.criação.de.um.Sistema.Nacional.de.Meio.Ambiente.que.congrega.um.con-junto.de.órgãos.e.entidades.com.atribuições.diferenciadas.e/ou.complementa-res..Alguns.órgãos.estão.encarregados.diretamente.da.execução.da.política..Outros,comoosórgãossetoriais,participamdoSistemacomafinalidadedeencontrar.uma.forma.de.inserir.a.variável.ambiental.nas.suas.ações,.pois.es-tas.afetam.diretamente.a.qualidade.do.meio.ambiente..Já.o.CONAMA,.que.é.o.

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órgão.colegiado.do.sistema,.tem.atribuições.consultivas.e.deliberativas,.cujas.decisões.e.determinações.devem.ser.cumpridas.por.todos.os.participantes.do.SISNAMA.

OSISNAMAtemcomofinalidadeestabelecer,noPaís,umagestãoambientaldescentralizada.e.de.repartição.de.responsabilidades.entre.os.entes.federa-dos,.pelo.cuidado.com.o.patrimônio.ambiental.da.sociedade.brasileira,.que.é.omeioambiente.EsseSistemaconstitui-seemumarededeagênciasam-bientais,envolvendoastrêsesferasgovernamentais,querepartementresiacompetênciaadministrativaemmatériaambiental,visandoassegurarumaimplementaçãoeficazdapolíticaambiental.

Atualmente,.o.SISNAMA.possui.a.seguinte.estrutura:.órgão.superior,.órgão.consultivo.e.deliberativo,.órgão.central,.órgão.executor,.órgãos.setoriais,.ór-gãos.seccionais,.conforme.abaixo:

► ÓrgãoSuperior:ConselhodeGoverno–criadoem1989comafinalida-de.de.assessorar.o.Presidente.da.República.na.formulação.de.diretrizes.de.ação.governamental;

►. Órgão.Consultivo.e.Deliberativo:.Conselho.Nacional.de.Meio.Ambiente.(CONAMA).–.reúne.em.sua.Plenária.representantes.de.diferentes.insti-tuições.públicas.–.federais,.estaduais,.do.Distrito.Federal.e.dos.municí-pios,.do.setor.produtivo.e.da.sociedade.civil;

►. Órgão.Central:.Ministério.do.Meio.Ambiente.(MMA).–.responsável.por:•. formulação.das.políticas.de.meio.ambiente;.dos.recursos.hídricos;.de.

preservação,.conservação.e.utilização.sustentável.de.ecossistemas,.biodiversidadeeflorestas;

•. políticas.para.integração.do.meio.ambiente.e.produção;•. políticas.e.programas.integrados.para.a.Amazônia.Legal;•. proposição.de.estratégias,.mecanismos.e.instrumentos.econômicos.e.

sociais.para.a.melhoria.da.qualidade.ambiental.e.do.uso.sustentável.dos.recursos.naturais.(art..14,.inciso.XIII,.da.MP.1.795/1999).

Nota:. Em. atendimento. à. demanda. da. sociedade. civil. organizada,. do. setor.florestaleemfunçãoda importânciaestratégicadasquestõesflorestaisnoBrasil,.foi.criado,.em.2006,.na.estrutura.básica.do.Ministério.do.Meio.Ambien-te,.o.Serviço.Florestal.Brasileiro.–.SFB,.com.poder.de.gestor.federal.e.atuação.exclusivanagestãodasflorestaspúblicas.

►. Órgão.Executor:. Instituto.Brasileiro.do.Meio.Ambiente.e.dos.Recursos.

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Naturais.Renováveis.(Ibama),.criado.pela.Lei.7.735,.de.1989.–.é.o.en-carregado.de.“executar.as.políticas.nacionais.de.meio.ambiente”.no.que.se.refere.à.preservação,.à.conservação,.ao.uso.sustentável.dos.recur-sosambientais,fiscalizaçãoecontrole;e,ainda,executarasaçõessu-pletivas.da.União,.de.conformidade.com.a.legislação.em.vigor.e.as.dire-trizes.do.MMA”.(incisos.I.e.II,.do.art..1º,.do.Anexo.I,.do.Decreto.3.059,.de.14/05/1999).

. Em.abril.de.2007,.houve.a.reestruturação.do.Ibama.e.a.criação.do.Insti-tuto.Chico.Mendes.de.Conservação.da.Biodiversidade.–.Instituto.Chico.Mendes,.sob.a.forma.de.autarquia.vinculada.ao.Ministério.do.Meio.Am-biente..O.Instituto.Chico.Mendes.foi.constituído.mediante.desmembra-mento.das.unidades.do.Ibama,.até.então.incumbidas.das.ações.federais.de.conservação.da.natureza.e,.em.especial,.da.proteção.das.unidades.de.conservação.instituídas.e.mantidas.pela.União.

►. Órgãos.Setoriais:.todos.os.órgãos.da.administração.federal.direta,.indi-reta.ou.fundacional.–.voltadas.para.a.proteção.ambiental.ou.disciplina-mento.de.atividades.utilizadoras.de.recursos.ambientais.

►. Órgãos.Seccionais:.todos.os.órgãos.ou.entidades.estaduais.–.responsá-veispelaexecuçãodeprogramas,projetosepelocontroleefiscalizaçãode.atividades.capazes.de.provocar.degradação.ambiental.

►. Órgãos.Locais:.órgãos.ou.entidades.municipais.–.responsáveis.por.pro-gramasambientaisoupelafiscalizaçãodeatividadesutilizadorasdere-cursos.ambientais..(art..6º,.da.Lei.6.938/1981.e.Decretos.de.regulamen-tação).

Educação ambiental

O.processo.de.industrialização.da.produção,.iniciado.com.a.revolução.indus-trial,.o.avanço.tecnológico.e.a.concentração.populacional.nos.centros.urbanos.foram.alguns.dos.fatores.responsáveis.pela.alteração.nos.padrões.de.consu-mo.das.pessoas,.em.nível.mundial,.exigindo.maior.volume.de.recursos.natu-rais.para.a.produção.de.bens.duráveis.e.não-duráveis.e.gerando.crescente.volume.de.resíduos

Nãofoiprecisomuitotempoparaqueanaturezasofresseasconseqüênciasdessa.alteração.no.padrão.de.consumo..O.surgimento.dos.problemas.ambien-tais.como.a.perda.da.biodiversidade,.a.escassez.de.água.potável,.a.poluição.do.ar.e.dos.rios,.a.degradação.dos.solos.e.o.desmatamento,.passaram.a.fazer.

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parte.da.pauta.de.preocupações.dos.movimentos.ecológicos.que.surgiram.a.partir.de.meados.do.século.XX,.com.o.objetivo.de.difundir.conceitos.e.postu-ras.relacionadas.à.Educação.Ambiental....

Assim,.a.educação.ambiental.aparece.como.resposta.à.crescente.preocupa-ção.dos.homens.com.a.qualidade.de.vida.das.gerações.atuais.e.das.futuras.gerações.

O. tema. educação. ambiental. teve. como. proposta. principal. a. superação. da.dicotomia.entre.natureza.e.sociedade,.por.meio.da.formação.de.uma.atitude.ecológica.nas.pessoas..Um.dos.seus.fundamentos.é.a.visão.socioambiental,.onde.o.meio.ambiente.se.constitui.em.um.espaço.de.interações.culturais,.so-ciais.e.naturais.

Uso racional dos recursos ambientais

À.medida.que.os.problemas.ambientais.passaram.a.afetar.a.qualidade.de.vida.das.pessoas,.aumentou.a.pressão.social.por.um.maior.compromisso.com.a.preservação.do.meio.ambiente.e.com.o.controle.dos.riscos.

Com.isso,.empresas,.governo.e.representantes.da.sociedade.civil.passaram.a.desenvolver.alternativas.voltadas.para.o.aprimoramento.do.controle.da.produ-ção,.visando.atender.aos.novos.requisitos.dos.consumidores.e.à.legislação.Os.acidentes.como.os.vazamentos.de.petróleo,.explosões,.deslizamentos.de.terra,.entre.outros,. tornaram.evidente.a.necessidade.de.as.empresas.ado-tarem.uma.postura.ética.e.responsável.quanto.às.condições.de.trabalho.e.à.qualidade.do.meio.ambiente,.independentemente.de.possuírem.sistemas.de.gestãodaqualidadeimplementadosecertificados.

Como.já.vimos,.a.atenção.em.relação.ao.meio.ambiente.não.surgiu.repenti-namente.e.sim.a.partir.da.necessidade.das.empresas.adequarem-se.às.exi-gênciasdacomunidade,expressaspelalegislação,eposteriormentecomanoção.de.vantagem.competitiva,.ou.seja,.aquela.vantagem.advinda.de.uma.produção.que.não.gere.impacto.ambiental.negativo,.levando.a.empresa.a.ter.uma.imagem.corporativa.responsável.

O.conceito.de.racionalidade.ambiental.circunscreve-se.assim,.ao.campo.da.produção..Emerge.de.uma.crítica.da.economia.política.do.ambiente,.que.tem.

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como.objetivo.a.transformação.da.racionalidade.produtiva..Rompe.com.a.con-cepção.reducionista.do.homem.na.sua.função.de.força.de.trabalho.e.com.a.racionalidade.econômica.dominante,.para.trazer.as.potencialidades.da.natu-reza.e.da.cultura.para.os.processos.produtivos.

Sobre.programas.e.ações.que.buscam.a.qualidade.ambiental,.o.Ibama.dispo-nibilizaumlinkcomprojetosespecíficos:<http://www.ibama.gov.br/qualidade-ambiental/conqual/controle.htm>.

Oportunidades negociais

Os.estudos.mais.modernos.sobre.as.questões.ambientais.atribuem.valores.aos.bens.e.serviços.ambientais,.da.mesma.forma.como.são.atribuídos.aos.bens.e.serviços.econômicos,.que.derivam.do.processo.produtivo.e.são.comer-cializados.no.mercado..

A.indústria.ambiental.representa.um.segmento.em.franca.expansão,.abrindo.significativasoportunidadesdenegócios.Conceitoscomotecnologiaslimpas,prevençãoàpoluição,ecoeficiência,análisedociclodevidadoproduto,seloambiental,.segurança.alimentar,.alimentação.saudável.e.agricultura.orgânica,.começam.a.direcionar.o.planejamento.das.empresas.e.administrações.públicas.

Além.dos.produtos.e. serviços. socioambientias. citados.nesta.apostila.–.BB.Biodiesel,.o.BB.Agricultura.Orgânica.e.o.BB.Florestal.–.diversos.são.conside-rados.“moedas.ambientais”,.como.é.o.caso.dos.créditos.de.carbonos.

Os.créditos.de.carbono,.conforme.visto.no.item.2.2,.foram.criados.em.1997,.quandoseaprovouotextofinaldoProtocolodeKyoto,cujoobjetivoéaredu-ção.da.emissão.de.gases.de.efeito.estufa.na.atmosfera,.pelos.países.desen-volvidos..Os.que.não.conseguirem.atingir.as.suas.metas.podem.compensar.comprando.créditos.de.carbono,.correspondentes.a.redução.de.emissões.em.outros.países.

O.mercado.de.crédito.de.carbono.movimentou.US$.30.bilhões.em.2006,.o.triplo. do. ano. anterior,. segundo. relatório. do. Banco. Mundial.. Cerca. de. 83%.desse.valor.(quase.US$.25.bilhões).foi.originado.de.programas.implantados.na.União.Européia,.e.US$.5.bilhões.vieram.de.países.em.desenvolvimento..(PNUD.BRASIL.15.05.2007,.em.www.pnud.org.br/noticias).

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8.3 PILAR SOCIAL

A.questão.social.está. relacionada.com.pessoas.das.mais.diferentes. raças,.gêneroseclassessociais,comseusconhecimentos,habilidades,competên-cias.e.assuntos.afetos.ao.seu.bem-estar.como.educação,.saúde,.habitação.e.lazer..Diz.respeito.também.à.forma.de.organização.dessas.pessoas.em.seus.territórios.

Um.dos.objetivos.da.Estratégia.DRS.é.a.valorização.da.cultura.local,.repre-sentada.pelos. fatores.acima. relacionados,.de. forma.a.promover.a. inclusão.social,.por.meio.do.incentivo.à.participação.e.à.organização.dos.membros.de.uma.comunidade.

As.desigualdades,.que.geram.o.processo.de.exclusão.social,.sempre.existi-ram.Oquefoimodificadoaolongodostemposforamosparâmetrosdessaexclusão.

Assim,.podemos.fazer.uma.análise.a.partir.de.dois.tipos.de.manifestação.da.desigualdade,identificadospelopensadorfrancêsJean-JacquesRousseau,em.1755.(“Discurso.sobre.a.origem.e.os.fundamentos.da.desigualdade.entre.oshomens”).Aprimeira,dotiponatural,eraidentificadaapartirdascaracte-rísticas.naturais.das.pessoas.como.sexo,.raça,.idade,.saúde,.entre.outras,.que.determinavam.o.nível.de.participação.das.mesmas.na.sociedade..A.segunda,.do. tipo.política,. se.dava.a.partir.das. formas.de.organização.da.sociedade,.onde.o.exercício.do.poder.político.e.econômico.estava.condicionado.à.posse.ou.não.de.riquezas.

Com.a.crescente.valorização.da.riqueza.e.com.a.evolução.de.um.estágio.de.vida.mais.simples.para.situações.mais.complexas.de.organização.social,.o.antagonismoentreasclassessociaisficoumaisaparente.

Teóricos.contemporâneos.associam.o.fenômeno.da.desigualdade.e.da.exclu-sãosocialàmassificaçãododesempregoedasocupaçõesprecárias(subem-prego),.resultante.da.força.de.trabalho.excedente.no.interior.das.economias.A.exclusão.do.mercado.de.trabalho.leva.a.uma.ruptura.da.relação.entre.os.indivíduoseoconjuntodasociedade,acarretandodéficitsdecidadaniarela-cionados.à.segurança,.saúde,.emprego,.educação,.moradia,.entre.outros.

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Nesse.contexto,.entra.o.papel.do.Estado.na.tentativa.de.minimizar.os.efeitos.maléficosdomercado.Apesardenãoseremsuficientes,aspolíticaspúblicasbuscam.favorecer.a.inclusão.social.de.segmentos.excluídos.do.processo.pro-dutivo.

No.Brasil,.os.avanços.na.legislação.trabalhista.–.observados.a.partir.da.Revo-lução.de.1930.–.e.na.industrialização.proporcionaram.um.processo.lento.de.inclusão,.pela.via.do.trabalho,.e.uma.maior.proteção,.valorização.e.integração.da.mão-de-obra.nacional..Entretanto,.mesmo.com.esses.avanços,.uma.par-cela.representativa.da.força.de.trabalho.não.foi.incorporada.ao.padrão.de.em-prego,.com.carteira.assinada,.protegido.pela.legislação.social.e.trabalhista.

Essa.parcela.excluída.era.composta,.principalmente,.de. indivíduos.que.mi-graram.do.campo.para.a.cidade,.do.interior.do.país.para.os.grandes.centros.e.das.regiões.não.desenvolvidas.para.os.principais.pólos.de.industrialização..Aintensificaçãodoêxodorural,oinsuficientenúmerodepostosdetrabalhoeaineficiênciadoEstadoemgarantirobem-estarsocialparaapopulaçãoexcluída.do.mercado.de.trabalho.contribuíram,.nessa.época,.para.o.aumento.daviolência,dafavelizaçãoedocaosurbano.

Como.se.essa.situação.por.si.só.não.bastasse,.as.diversas.crises.econômicas.queopaísatravessounasegundametadedoséculopassadofizeramcomque.um.novo.processo.de.desintegração.social.ocorresse,.com.a.estagnação.da.renda.per.capita.e.a.elevação.dos.índices.de.desemprego,.levando.muitos.trabalhadoresaengrossarasfileirasdomercadoinformaleincerto,quandonão.da.marginalidade.

Os.avanços.tecnológicos.e.os.novos.métodos.de.produção,.por.sua.vez,.con-tribuíram.para.o.crescimento.econômico,.mas.acabaram.contribuindo,. tam-bém,.para.a.geração.de.contingentes.cada.vez.maiores.de.excluídos,.seja.pela.substituição.quantitativa.de.homens.por.máquinas,.seja.pelos.novos.ní-veis.de.capacitação.exigidos.pelo.mercado.de.trabalho.para.decifrar.as.novas.linguagens.tecnológicas.e.informacionais.

Podem-se.considerar,.assim,.duas.formas.de.exclusão.social.no.Brasil..Uma.delasrelacionadaaodéficitdebem-estarsocialdeparceladasociedade,ca-bendo. ao. Estado,. enquanto. disseminador. da. universalidade. das. atenções.básicas.à.saúde,.educação,.aposentadoria,.moradia,.entre.outros,.adotar.po-

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líticas.que.visem.à.diminuição.dessas.desigualdades..E.a.outra.relacionada.aumconjuntodedéficitsdecapacidadesnãodesenvolvidas,sejaemvirtudedeumaeducaçãoformalineficiente,sejaporfaltadecompetênciastécnicas,gerando.desigualdade.de.oportunidades.e.de.acessos.ao.mercado.de.traba-lho.e.ao.sistema.de.proteção.social.existente.

Agenda 21 Local

O.capítulo.28.da.Agenda.21.Global.estabelece.que.cada.autoridade.em.cada.país.implemente.uma.Agenda.21.Local,.tendo.como.base.de.ação.a.constru-ção,.a.operacionalização.e.a.manutenção.da.infra-estrutura.econômica,.social.e.ambiental.local,.estabelecendo.políticas.ambientais.locais.e.prestando.as-sistêncianaimplementaçãodepolíticasambientaisnacionais.

A.Agenda.21.Local.é.um.instrumento.de.planejamento.de.políticas.públicas,.que.envolve.a.sociedade.civil.e.o.governo.em.um.processo.amplo.e.partici-pativo.de.discussão. sobre.os.problemas.ambientais,. sociais. e.econômicos.locais,bemcomoa identificaçãoe implementaçãodeaçõesconcretasquevisem.a.soluções.para.esses.problemas.e.contribuam.para.o.desenvolvimento.sustentável.local.

OsprincipaisdesafiosnaconstruçãodaAgenda21Local consistem justa-mente.no.planejamento.voltado.para.a.ação.compartilhada,.na.pactuação.de.propostas.voltadas.para.a.elaboração.de.uma.visão.de.futuro.entre.os.diferen-tes.atores.envolvidos,.na.condução.de.um.processo.contínuo.e.sustentável,.na.descentralização.e.controle.social.e.na.incorporação.de.uma.visão.multi-disciplinar.em.todas.as.etapas.do.processo..

Quandosuperadosessesdesafios,aAgenda21Localsetransformaemumvalioso.instrumento.de.planejamento.estratégico.participativo.para.a.constru-ção.de.cenários,.em.regime.de.co-responsabilidade,.que.devem.servir.de.sub-sídios.à.elaboração.de.políticas.públicas.sustentáveis,.orientadas.para.harmo-nizar.desenvolvimento.econômico,.justiça.social.e.equilíbrio.ambiental.

A.Agenda.21.Local.pode.ser.desenvolvida,.inclusive,.por.comunidades.rurais.eemdiferentesterritorialidades,bairros,áreasprotegidasebaciashidrográfi-cas,.por.iniciativa.tanto.do.poder.público.quanto.da.sociedade.civil..

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Reforçando.ações.de.setores.relevantes,.a.Agenda.21,.também,.nas.escolas,.empresasenosbiomasbrasileirostêm-semostrado,emmuitoscasos,umaexperiênciabemsucedida.

Diversidade cultural

O.Brasil,.país.de.dimensões.continentais.e.multiplicidade.de.raças.e.etnias,.apresenta.uma.das.maiores.diversidades.culturais.de.todo.o.mundo.

A.diversidade.cultural.brasileira.além.de.ser.um.ativo.estratégico.é,.também,.a. identidade.de.nosso.povo..Respeitar.essa.diversidade,.além.de.ser.uma.atitude.ética,. é. imprescindível. para.a.obtenção.de. resultados. legítimos.em.qualquer.iniciativa.de.intervenção.que.se.pretenda.empreender.

Não. seria. razoável. utilizar. uma.mesma.estratégia.de.desenvolvimento. nos.pampas.gaúchos.(RS),.no.Vale.do.Jequitinhonha.(MG),.no.semi-árido.nordes-tino.e.no.Alto.Solimões.(AM),.por.exemplo.

Conforme.Araújo.(2006),.as.políticas.de.desenvolvimento.regional.no.Brasil.precisam.lidar.com.duas.faces.de.uma.mesma.realidade:.a.grande.desigual-daderegional,queéumproblema,eamagníficadiversidaderegional,queéum.enorme.potencial.

Para.Zapata. (2006),.o.conceito.de.desenvolvimento. local/regional.se.apóia.na.idéia.de.que.as.localidades.e.territórios.dispõem.de.recursos.econômicos,.humanos,.institucionais,.ambientais.e.culturais,.além.de.economias.de.esca-las.não.exploradas,.que.constituem.seu.potencial.de.desenvolvimento..É.esse.potencial.de.desenvolvimento.que.deve.ser.trabalhado.pela.Estratégia.DRS.

A idéia de desenvolvimento não pode ser imposta, ela precisa ser assi-milada pela cultura dessas pessoas.

É.preciso.reconhecer.a.complexidade.do.ambiente.e.construir.estratégias.de.ação. que. respeitem. as. diversas. condições. sociais,. econômicas. e. culturais.de.cada.região..Fortalecendo.esta.última.noção,.podemos.aqui. resgatar.as.premissas.do.tripé.da.sustentabilidade,.que.fornecem.o.marco.conceitual.do.desenvolvimento. regional. sustentável:. desenvolver atividades economi-camente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas, respei-

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tando os padrões culturais de cada local..Em.outras.palavras,.trabalhar.a.sustentabilidadesignificanecessariamentereconheceradiversidadesejaelacultural,.ambiental,.social.ou.econômica.

Como.ensina.Celso.Furtado.(1968),.o.desenvolvimento.não.é.uma.simples.questão.de.aumento.de.oferta.de.bens.ou.de.acumulação.de.capital..O.de-senvolvimento.possui.um.sentido,.é.um.conjunto.de.respostas.a.um.projeto.de.autotransformação.de.uma.coletividade.humana..Mesmo.quando.se.trata.deumfenômenoinduzido–comoacontecemuitasvezesnaEstratégiaDRS,isto.é,.quando.o.fator.dinâmico.vem.do.exterior,.o.sentido.do.desenvolvimento.decorrerá.do.projeto.de.autotransformação.que.se.crie.na.coletividade..O.fator.externonãoserá,jamais,condiçãosuficienteparaodesenvolvimento.

Associativismo e cooperativismo

Aintensificaçãodaaçãocompetitivanomundoglobalizadorecriaumpapelmuito.importante.para.os.movimentos.associativista.e.cooperativista,.sobre-tudo.porque.se.mostra.relevante,.ainda,.em.todo.o.mundo,.o.crescimento.da.misériaedamarginalizaçãodaspopulações,emdecorrênciadedificuldadesna.geração.de.trabalho.e.renda,.principalmente.em.países.com.desequilíbrios.econômicos.e.sociais,.como.o.Brasil.

Aglobalizaçãodaeconomiamundialpodeserdefinidacomoorompimentodasfronteirasnacionais,noqueserefereaofluxodecomérciodeprodutose.serviços.e.aos. investimentos.diretos.de.empresas.multinacionais..As.mu-danças.tecnológicas.associadas.a.transporte,.armazenamento.e.conservação.de.produtos.possibilitaram.a.ampliação.do.volume.de.negócios.com.trânsito.demercadoriasacustosmenores,oquedeterminaacirradaconcorrênciain-ternacional..Em.paralelo.à.globalização,.a. formação.de.blocos.econômicos.constitui.importante.característica.do.cenário.econômico.mundial.

O.cooperativismo,.por.sua.prática.e.princípios,.propõe.melhorar.o.social.por.meio. do. econômico.. Não. se. apresenta. mais. na. condição. de. “terceira. via”,.como.ocorria.na.época.em.que.era.colocado.entre.o.capitalismo.e.o.socialis-mo.no.conjunto.de.idéias.e.de.alternativas.para.a.economia.mundial..Passou.a.ser.uma.alternativa.diferenciada.ao.modelo.capitalista..Criam-se,.pois,.condi-çõesparaumanova“ondadecooperativismo”,quemantémfilosofiadiferentedapraticadapelasempresasdecapital,mascultivaoprofissionalismoea

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competênciaparaalcançaroêxito.Ganhamimportância,nocooperativismovoltado.para.o.mercado.globalizado,.a.capacitação.técnica,.tanto.do.quadro.funcionalquantodospróprioscooperados,agestãoágileacapitalizaçãoefi-ciente,.com.foco.nos.negócios.

Paraclarificaresseentendimento, vamosdefinir cooperativa, associaçãoeempresa,.todos.atores.sociais.importantes.nas.cadeias.de.valor.trabalhadas.pela.Estratégia.DRS:

■. Cooperativa.–.sociedade.de.pessoas,.de.natureza.civil.com.caracterís-ticasprópriasefinseconômicos,nãosujeitaàfalência,quesededicaàprodução.de.bens.e.serviços.para.o.mercado.e.à.prestação.de.serviços,.fornecimentodebenserepassederecursosfinanceirosaoscooperados;

■. Empresa–pessoajurídicaqueexerceprofissionalmenteatividadeeco-nômica,comfinalidadelucrativa,organizadaparaaproduçãoe/oucircu-lação.de.bens.e.serviços;

■. Associação.–.toda.união.de.pessoas.físicas.ou.jurídicas,.que.tenha.por.finalidadeprincipalatividadenãoeconômicaecujoobjetivosejaodealcançar.benefícios.e.interesses.comuns.de.seus.associados..

Estudiososemtodoomundoprocuramumadefiniçãoidealparaassocieda-des.cooperativas,.a.partir.de.suas.características.básicas.e.da.multiplicidade.de.papéis.atribuídos.aos.cooperados,.que.assumem,.concomitantemente,.o.papeldeproprietário,fiscal,administrador,usuário,clienteefornecedor.

As.cooperativas.diferenciam-se.das.demais.organizações.pelas.peculiarida-des. de. sua. organização. e. pelos. princípios. que. regem. seu. funcionamento..Esses. princípios. foram. inicialmente. sistematizados. pelos. pioneiros. de. Ro-chdale30emodificadosnosCongressosdaAliançaCooperativaInternacional–.ACI.–.em.1937.(Paris),.em.1966.(Viena).e,.mais.recentemente,.no.Congres-so.do.Centenário.da.ACI.em.Manchester.(Inglaterra),.em.1995..Os.princípios.deRochdale,observadoshámaisde150anosedevidamentemodificadosna.história.contemporânea,.reúnem.preceitos.que.caracterizam.as.socieda-descooperativasedefinemlinhasorientadorasdapráticacooperativista.Sãoprincípios.universais.do.cooperativismo:

■. Adesão voluntária e livre.–.as.portas.da.cooperativa.estão.abertas.a.

30..O.movimento.Cooperativista.Mundial.surgiu.em.21.de.dezembro.de.1884,.quando.28.tecelões.ingleses.fundaram.a.Sociedade.dos.Pioneiros.de.Rochdale.-.Inglaterra,.considerada.a.primeira.cooperativa.formada.na.história,.isto.emdecorrência das profundasmudanças ocasionadas pelaRevolução Industrial, que teve início por volta de1760,.sendo.o.trabalho.manufatureiro.substituído.pelas.máquinas.Disponível.em.http://www.unimedmossoro.com.br/?main=historia..Acesso.em.20.outubro.2008.

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todos.os.interessados.que.preencham.os.requisitos.estatutários.e.este-jam.de.acordo.com.os.propósitos.da.cooperativa,.sem.nenhum.tipo.de.discriminação;

■. Gestão democrática–asassembléiasgeraistêmtodaautoridadeso-bre.a.cooperativa.e.determinam.as.regras.gerais.de.funcionamento.da.entidade..Cada.cooperado.tem.direito.a.um.voto,.independentemente.do.valor.do.capital.aplicado;

■. Participação econômica dos membros.–.todos.devem.contribuir.para.a.formação.do.capital.da.cooperativa..As.sobras.(valor.das.receitas.maior.que.as.despesas).constituem.rendimentos.que.serão.rateados.aos.asso-ciados,.de.forma.proporcional.às.operações.por.eles.realizadas.(contri-buição.de.cada.um)..Se.houver.remuneração.desse.capital,.será.limitada.a.12%.ao.ano..Os.prejuízos.serão.cobertos.com.recursos.provenientes.do.FundodeReservae,seinsuficiente,serãorateadosentreosassociados;

■. Autonomia e independência.–.asseguram.a.organização.autônoma.de.ajuda.mútua,.sob.o.controle.exclusivo.dos.cooperados,.que.são.os.do-nosdonegócio.Qualqueracordofirmadocomoutrasorganizaçõesdevegarantir.e.manter.essa.condição;

■. Educação, formação e informação.–.é.objetivo.permanente.da.coope-rativa.destinar.ações.e.recursos.para.formar.seus.associados,.capacitá-los.para.a.prática.cooperativista.e.para.o.uso.de.equipamentos.e.técnicas.no.processo.produtivo.e.comercial..Ela.deve.ainda.informar.ao.público.sobre.as.vantagens.da.cooperação.organizada.e.estimular.o.ensino.do.cooperativismo.nas.escolas.de.ensino.fundamental.e.ensino.médio;

■. Intercooperação.–.para.o. fortalecimento.do.cooperativismo,.é. impor-tantequehajaintercâmbiodeinformações,produtoseserviços,afimdeviabilizar.o.setor.como.atividade.socioeconômica..As.cooperativas,.orga-nizadas.em.entidades.representativas,.devem.buscar.desenvolvimento,.avanços.e.conquistas.para.o.movimento.cooperativista,.nos.níveis.local,.nacional.e.internacional.

■. Interesse pela comunidade.–.as.cooperativas.devem.trabalhar.para.o.bem-estar.de.suas.comunidades,.por.meio.da.execução.de.programas.socioculturais.em.parceria.com.o.governo.e.entidades.civis,.na.defesa.do.meio.ambiente.e.do.desenvolvimento.sustentável.

Esse roldeprincípiosésuficienteparacaracterizarocooperativismo–embusca.de.sua.universalidade.–.pelo.que.ele.tem.de.mais.típico.e.de.mais.im-portante.Odesempenhoglobaldacooperativadependesignificativamentede

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sua.gestão..A.avaliação.da.capacidade.gerencial.dos.dirigentes.pode.centra-lizar-seemtrêsvariáveis:

■. Liderança da diretoria–identificadapormeiodoníveldeaceitaçãodadiretoria.pelos.associados;

■. Capacidade empresarial–identificadaatravésdoplanejamento,dade-cisãosobreinvestimentosedaprestaçãodeserviçoseassistênciaaosassociados;

■. Capacidade de organização–identificadapelaformacomosãoadmi-nistrados.os.recursos.humanos.e.materiais.

Nosúltimosanos,agestãodascooperativastem-seprofissionalizado,comoforma.de.as.manter.competitivas.no.mercado.e.presentes.no.atendimento.às.necessidades.de.seus.associados..Por.outro.lado,.o.próprio.princípio.da.co-operação.faz.com.que.a.participação.efetiva.dos.cooperados.torne-se.ponto.crucial.para.o.sucesso.do.empreendimento.comum.

Oportunidades negociais

No.tripé.da.sustentabilidade,.o.pilar.social.assume.importante.papel.quando.o.assunto.é.oportunidade.no.mundo.dos.negócios.

“O.empreendedor.sempre.busca.a.mudança.e.a.explora.como.uma.oportu-nidade”,afirmaPeterDrucker(2000).Nascidonomundoempresarial,oter-mo.empreendedor.hoje.é.aplicado.a.qualquer.atividade.humana..Em.outras.palavras,.hoje. também.se.consideram.empreendedores.os.empregados.de.empresas,empregadosdogovernoedoterceirosetor,profissionaisdaáreade.ensino.e.pesquisa,.entre.outros..Os.empreendedores.são.todos.aqueles.quetêmamenteprogramadaparavermaisaspossibilidadesdoqueospro-blemas.criados.pelas.mudanças.

O. termo. empreendedor. passou. a. ser. visto. como. uma. forma. de. ser,. cujas.origens.são.os.valores,.visão.de.mundo,.práticas.e.relações.sociais.em.uma.dadacomunidade.Essetransbordamentoconceitualpossibilitouaidentifica-ção.de.uma.outra.forma.de.empreender,.que.é.a.base.de.todas.as.demais.ma-nifestações.empreendedoras:.o.empreendedorismo.coletivo,.cujo.resultado.é.a.geração.do.capital.social.

Uma.estratégia.de.desenvolvimento.regional.pode.criar.instrumentos.de.apoio,.

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empregoseinvestimentosenãoconseguirêxitodiantedosdesafiospostospelo.mercado..Entretanto,.pode.posicionar-se.para.transformar.um.ambiente.percebidocomodefracassoedeestagnaçãoemumambientedeconfiança,de.novas.iniciativas.e.de.luta.ativa.pelo.futuro,.por.meio.do.estabelecimento.de.mecanismos.para.associar.pessoas.e.desenvolver.o.consenso,.fomentar.parcerias.sólidas,.reduzir.a.competição.desnecessária.e.enfatizar.a.obtenção.de.resultados.concretos.

Com.as.crescentes.e.constantes.mudanças.no.cenário.econômico,.a.competi-çãonosetorfinanceiroseacirracadavezmaiseocorreajustamentodosetor,com.alianças.e.fusões.estratégicas.entre.bancos.e.busca.cada.vez.maior.por.fatiasdomercado,principalmentepormeiodaampliaçãoedafidelizaçãodabase.de.clientes.

Enquantoamaiorpartedosagentesfinanceiros,noBrasil,“briga”porfatiadomercado.composta.por.pessoas.já.bancarizadas,.o.BB,.em.sintonia.com.a.ten-dênciamundial,desenvolveuaEstratégiaDRS,quebuscaodesenvolvimentodemercado,comainclusãosocialeconseqüentefidelizaçãodapopulaçãosituada.na.“base.de.pirâmide”,.por.meio.da.estruturação.de.atividades.produ-tivas.e.dinamização.das.economias.microrregionais.

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

•. Indicar.a.diferença.entre.parceria.e.aliança.

• Definirredesdecooperação.

• Identificarosdiversosatoressociaisenvolvidosnodesenvolvimentoregional.sustentável.e.os.respectivos.papéis.institucionais.

• Discorrersobreaimportânciadeseidentificarasliderançaslocaisenvolvidas.nos.processos.de.desenvolvimento.regional.sustentável.

9 aliançaS, parCeriaS e redeS de Cooperação

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9.1. CONCEITOS

O.mundo.dos.negócios.vem.passando,.e.vai.continuar.a.passar,.por.um.pe-ríododeprofundasmudanças.Epormaisóbviaecorriqueiraqueestaafir-mação possa parecer, é importante refletir sobre os impactos decorrentesdessas.mudanças.na.vida.dos.empreendimentos.de.menor.porte:.inovações.na tecnologia, novas descobertas científicas, segmentações crescentes nomercado,.progressiva.“comoditização”.de.produtos.e.tecnologias,.aumento.da.concorrência,diminuiçãodociclodevidadosprodutos,aumentodoscustosdevendasedistribuição,altocustofinanceiro.

Tais.mudanças.exigem.dos.empreendedores.criatividade,.maior.nível.de.orga-nização.e.busca.constante.de.formas.alternativas.que.lhes.garanta.competiti-vidade.e.sustentabilidade.dos.negócios,.ao.longo.do.tempo.

Recentemente,.houve.revalorização.das.empresas.de.menor.porte.dentro.do.contextoprodutivo.Sãováriososexemplosemnívelmundialdeexperiênciasde.industrialização.local.baseadas.em.pequenas.e.médias.empresas..Os.dis-tritos.industriais.italianos,.os.sistemas.industriais.localizados.na.França.e.Ale-manha,assimcomoexperiênciassul-americanasebrasileiras,demonstramaimportância.de.uma.estrutura.de.micro,.pequenas.e.médias.empresas.dentro.de. um. processo. de. desenvolvimento. econômico. sustentado. e. socialmente.autônomo..Nesses.exemplos,.a.chave.do.sucesso.está.diretamente.relacio-nada.aos.ganhos.de.competitividade.das.empresas,.os.quais,.em.todos.os.exemplos.observados,.somente.foram.possíveis.por.meio.de.estratégias.de.cooperação.

Os.temas.“alianças”.e.“parcerias”.evidenciam-se,.nesse.contexto,.cotidiana-mente,.na.pauta.relativa.à.implementação.das.políticas.de.desenvolvimento.no.Brasil,.sendo.comum.sua.alusão,.por.parte.dos.diferentes.protagonistas.estatais,. do. mercado. e. da. sociedade. civil,. para. apontar. a. necessidade. de.gerir,.conjuntamente,.ações.em.diferentes.campos.de.atuação.social,.política.e.econômica.(ARAÚJO,.2006)..Entendidas.como.propostas.“inovadoras”.de.articulação,.junção.de.esforços,.ação.colaborativa.pelo.desenvolvimento,.tais.palavras.muitas.vezes.tornaram-se.modismos,.sendo.utilizadas.para.designar.diferentes.práticas.(SOUSA,.1997;.FISCHER,.FALCONER,.1998).

O.termo.aliança.estratégica.tem.sido.utilizado.para.designar.o.movimento.de.

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formação.de.alianças.por.empresas.que.concorrem.em.um.mesmo.mercado..Na.área.do.desenvolvimento,.a.aliança.estratégica.surge.como.mecanismo.intra.e.interinstitucional.para.a.ampliação.da.cobertura.e.do.oferecimento.de.serviços.sociais,.geração.de.capital.social,.fortalecimento.dos.bens.públicos.entre. entidades. com. habilidades. institucionais. similares,. além. do. fortaleci-mento.de.atividades.sócio-produtivas.

As.alianças.estratégicas.são.estabelecidas,.portanto,.entre.organizações.com.similaridades.e.capacidades.centrais,.tendo.como.objetivos:

■. compartilhar.riscos.e.sucessos;■. obter.economia.de.escala;■. acessar.novas.frentes.de.atuação;■. acessar.novas.tecnologias.e.conhecimento;■. ampliar.a.capilaridade.(ampliar.a.atuação.territorial);■ resolverlimitaçõesfinanceiras;■. alavancar.habilidades.(quando.uma.organização.precisar.de.um.conhe-

cimentoespecíficoqueoutraorganizaçãodetém).

Já.o.termo.parceria,.embora.diga.respeito.ao.compartilhamento de interes-ses comuns por parceiros,.o.que.de.certa.forma.se.assemelha.ao.conceito.de.aliança,.uma.vez.que.ambos.giram.em.torno.da.colaboração.e.cooperação.inter.e. intra-setorial,.autores.como.Noleto. (2000).e.Fontes. (2001).mostram.que.há.sutis.diferenças.entre.os.dois.movimentos.

■. Parceria. –. “é. a. atuação. conjunta. de. dois. ou. mais. atores. sociais,. de.maneira.que.a.atuação.de.um.deles.complemente.a.atuação.do.outro.(habilidades.institucionais.distintas)..Desse.modo,.ele.pode.concatenar.suasações,afimdeatingirumobjetivocomum”.

■. Aliança Estratégica. –. “se. dá. entre. atores. sociais. que. poderiam. atu-arisoladamente,ou,atémesmo,deformaconcorrentecomocostumaacontecer..Porém,.motivados.pelo. fato.de.compartilharem.um.mesmo.conjuntodeprincípiosético-políticosepor teremconsciênciadamag-nitudeecomplexidadedodesafioaserenfrentado,taisatoresdecidematuar.conjuntamente”.(FONTES,.2001).

Pelos.conceitos.pode-se.compreender.que.nas.parcerias.busca-se.superar.necessidades.de.modo.a.promover.a.intercomplementaridade.de.recursos.e.

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capacidades. entre. organizações. parceiras.. Já. nas. alianças. busca-se. fazer.mais.e.melhor,.considerando.que.organizações.que.poderiam.atuar.indepen-dentemente,.decidem.estrategicamente.trabalhar.em.conjunto,.motivadas.pela.“consciênciadamagnitudeecomplexidadedaaçãoaserempreendidae,prin-cipalmente,.pela.constatação.de.que.as.organizações.aliadas.compartilham.crenças.e.valores,.pontos.de.vista.e.interesses.que.levam.a.ter.um.posiciona-mento.estratégico.comum.diante.de.uma.dada.realidade”.(NOLETO,.2001).

Emumambiente globalizado, alianças permitem a flexibilidade necessáriapara.competir.em.diferentes.mercados.e.promover.inovações..É.muitas.vezes.uma.opção.de.competitividade.para.micro.e.pequenas.empresas,.cooperati-vas.e.associações.civis.de.caráter.sócio-produtivo.

Estudos.voltados.ao.desenvolvimento.centralizam.seu.foco.nos.agrupamen-tos.locais.ou.na.constituição.de.“clusters”.industriais..Sem.desmerecer.a.im-portância.destas.estruturas.locais.em.processos.dinâmicos.e.sustentados.de.crescimento,.deve-se.salientar.que.políticas.e.estratégias.de.cooperação.en-tre. empresas. não. podem. estar. voltadas. somente. para. a. esfera. local,. mas.também.para.os.espaços.regionais.

Uma.das.possíveis.alternativas.para.garantir.a.sustentabilidade.de.pequenas.e.médias.empresas.é.a.organização.das.redes de cooperação..Estruturas.organizacionais.em.rede.são.sistemas.organizacionais.capazes.de.reunir.in-divíduos.e.instituições,.de.forma.democrática.e.participativa,.em.torno.de.ob-jetivos.e/ou.temáticas.comuns.

As.redes.de.cooperação.consistem,.portanto,.em.uma.administração.integra-da. das. unidades. produtivas,. via. planejamento. do. composto. mercadológico.da.produção.que.gera.o.aumento.da.produtividade.e.conseqüentemente.seu.lucro..As.redes.de.cooperação.reúnem.empresas.que.possuem.objetivos.co-muns,.em.uma.entidade.juridicamente.estabelecida,.mantendo,.no.entanto,.a.independênciaeaindividualidadedecadaparticipante.

A.formação.de.uma.rede.de.cooperação.permite.a.realização.de.ações.con-juntas,.facilitando.a.solução.de.problemas.comuns.e.viabilizando.novas.opor-tunidades,. que. isoladamente. não. seriam. possíveis..As. empresas. que. inte-gram. uma. rede. conseguem. reduzir. custos,. dividir. riscos,. conquistar. novos.mercados,qualificarprodutoseserviçose teracessoanovas tecnologias,

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comprovando.a.idéia.de.que.o.todo.é.maior.que.a.soma.das.partes..As.Redes.constituídas.são.administradas.democraticamente,.permitindo.a.participação.direta.de. todos.nas.decisões.estratégicas.e.distribuindo. simetricamente.os.benefícios.entre.os.participantes.

As.redes.de.cooperação.atuam,.nesse.contexto,.com.ferramentas.coletivas,.como.central.de.negócios,.que.permite.conquistar.condições.mais.vantajosas.de.compra;.marketing.compartilhado,.que.possibilita.desenvolver.campanhas.publicitárias,fortalecendomarcasefirmandoumconceitocomum;centralparaalianças,.que.estabelece.parcerias.com.fornecedores,.distribuidores,.presta-dores. de. serviços,. consultorias,. etc..Todas. estas. e. as. demais. ferramentas.coletivas.possíveis.devem.ser.operacionalizadas.com.base.no.planejamento.estratégico.de.atuação.desenvolvido.pelo.grupo.

O.que.une.os.diferentes.membros.de.uma.rede.é.o.conjunto.de.valores.e.obje-tivos.que.eles.estabelecem.como.comuns,.interconectando.ações.e.projetos..Paraseconstituirumarede,contudo,nãobastaaexistênciadeobjetivosco-muns,.mas.uma.orientação.comum.em.relação.a.determinados.objetivos.

9.2. CONCERTAÇÃO.

Conforme.já.foi.estudado.no.capítulo.sobre.as.visões.da.Estratégia.DRS,.con-certação.é.uma.forma.de.promover.articulação.entre.pessoas.e.grupos..É.a.dinâmica.por.meio.da.qual.diferentes.atores.de.uma.atividade.produtiva.com.a.visãosistêmicadonegócio,localizadosemumdeterminadoterritório(comu-nidade.ou.região),.propõem-se,.em.parceria,.a.atuar.e.alcançar.o.desenvolvi-mento.regional.sustentável.de.forma.integrada,.harmônica,.compartilhada.e.com.a.desejada.sinergia.

É.importante.que.todos.os.participantes.da.concertação.tenham.clareza.da.di-reção.a.seguir,.saibam.o.que.querem.e.onde.desejam.chegar,.sempre.buscan-do.a.sintonia.entre.os.propósitos.individuais.e.os.do.grupo,.fazendo.escolhas.que.observem.o.mais.amplamente.possível.as.possibilidades.do.momento.

Entidades.que.atuam.com.foco.em.desenvolvimento.regional.sustentável.pro-curam.desenvolver.suas.atividades.fazendo.concertação.em.torno.de.objeti-vos.comuns.com.parceiros.pertencentes.aos.diversos.segmentos.da.socie-

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dade,.tais.como:.governo,.empresas,.sindicatos,.associações,.cooperativas,.ONG’s,.universidades,.organismos.internacionais,.entre.outros.

9.3. ATORES SOCIAIS

Oconceitodedesenvolvimentoregionalremeteapráticasquetêmcomopal-co.a.localidade.–.região,.cidade.ou.outra.unidade.menor.–.e.como.atores.ou.empreendedores.as.organizações,.estejam.elas.situadas.nas.esferas.pública,.privada.ou.do.terceiro.setor.

Otermoempreendedorpassouaserutilizado,nomeioacadêmico,apartirdadécada.de.1970,.para.designar.o.ator.econômico.capaz.de.ser.protagonista.doprópriodestino,deagirintencionalmenteparamodificarsuarelaçãocomooutroecomanatureza,deserecriaredemodificarconstantementeasimesmo.

Tal.conceito.está.diretamente.vinculado.à.inovação..Inovar.exige.capacidade.de.adaptação.a.processos.dinâmicos..Corresponde.à.criação.de.novos.produ-tos.e.serviços,.métodos.ou.formas.de.organização..No.contexto.do.desenvol-vimentosustentávelcorrespondeàcapacidadedeenfrentarnovosdesafios,deprevermudançaseadaptar-serapidamenteaelas,dediversificarasvan-tagens.comparativas,.de.reforçar.as.redes.e.os.espaços.coletivos.de.decisão,.de. renovar.as.estruturas.de.gestão.e.de.organização.sócio-econômica,. de.valorizar.o.patrimônio.e.a.cultura.locais.

O. espírito. empreendedor. pode. fazer. a. diferença. na. economia,. por. seu. di-namismo,.capacidade.de.inovar,.de.organizar,.de.comunicar,.de.dominar.as.circunstâncias.novas..Por.esse.motivo,.as.políticas.de.desenvolvimento.regio-nal.devem.favorecer.a.criação.de.ambientes.propícios.à.difusão.dos.valores.empreendedores.

Estudos mostram como tendência a incorporação da sociedade civil e do“local”.como.elementos.fundamentais.para.se.construir.um.desenvolvimento.sustentável.

O.avanço.da.democratização.no.País.e.a.nova.abordagem.que,.no.contexto.internacional,.enfatiza.a.importância.da.participação.da.sociedade.civil.e.da.

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articulação. de. atores. sociais. para. as. ações. relacionadas. com. a. promoção.do.desenvolvimento.regional,.com.sustentabilidade,.tem.favorecido.a.criação.crescente.de.mecanismos.que.possibilitem.a.participação.mais.direta.da.co-munidade.na.formulação,.no.detalhamento.e.na.implementação.das.políticas.públicas.

Comoconseqüênciadessadifusão, já se tornoupráticacorrentepromoverconsultas.aos.segmentos.diretamente.ou.indiretamente.interessados,.quando.daelaboraçãodeprojetoseprogramasespecíficos.Damesmaforma, jáéusual.adotar.mecanismos.participativos.na.implementação.e.no.acompanha-mento.de.ações.setoriais,.especialmente.na.área.social..Prova.disso.é.a.mul-tiplicidade.de.comissões.criadas.para.acompanhar.a.execução.de.programas.específicos,emnívelmunicipal,estadualefederal,compresençaderepre-sentantes.de.vários.segmentos.da.sociedade.civil.

Empresas, governos, organizações da sociedade civil e outras entida-des que atuam com visão de RSA

Além.das.teorias.econômicas,.as.teorias.administrativas.sofreram.importantes.alterações,duranteoséculopassado.Asempresasevoluíramnodesafiodeproduzirbenscadavezmaisdiversificados,incorporandofatorescomopreço,qualidade,.serviços.e.inovação.tecnológica.aos.produtos,.reforçando,.assim,.os.vínculos.com.os.consumidores.

Os.consumidores,.porém,.passam.a.sinalizar.que.valores.humanos,.bem-es-tar.social.e.preservação.do.meio-ambiente.também.estão.sendo.considerados.em. suas. opções. de. escolhas.. Embora. sob. a. marca. de. uma. sociedade. de.consumo,.o.século.XXI.traz.consigo.novos.valores..Em.pesquisa.realizada.em.2001pelo InstitutoEthos,verificou-sequemaisde60%dosconsumidoresentrevistados.consideravam.que.é.papel.das.grandes.empresas.“ajudar.ativa-mente.a.construir.uma.sociedade.melhor.para.todos”..Assim,.os.consumidores.passam.a.considerar.as.empresas.como.agentes.sociais.cuja.responsabilida-de.vai.além.da.geração.de.produtos,.empregos.e.impostos.

Há.uma.cobrança.cada.vez.maior,.por.parte.da.sociedade,.com.relação.à.for-ma.de.atuação.das.empresas.e.das.instâncias.governamentais.

Nesta.época,.em.que.todo.comportamento.organizacional,.seja.público,.priva-

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do.ou.do.terceiro.setor,.se.torna.visível,.as.organizações.serão.reconhecidas,.menos.por.suas.declarações.e.mais.pelo.que.falam.dela.seus.funcionários,.clientes,.fornecedores,.a.comunidade.em.que.se.insere.e.seus.consumidores.

A sobrevivência das empresas estará cada vezmais ligada à sua capaci-dade.de.criar.vínculos.permanentes.de. identidade.com.os.consumidores.e,.por. essa. via,. criar. as. condições. de. sustentabilidade. para. suas. marcas.. .A.responsabilidadesocioambientalsurgecomonecessidadedesobrevivência.Os.consumidores,.por.sua.vez,.conscientes.de.que.seus.atos.de.compra.são.atos.de.cidadania,.indicarão.ativamente.às.empresas.os.principais.atributos.para.que.se.estabeleçam.esses.vínculos,.através.dos.quais.eles.praticam.e.exercitam.suas. identidades..O.consumo,.cada.vez.mais,.é.um.exercício.de.identidade.—.e.a.responsabilidade.socioambiental.das.empresas,.o.critério.para.conquistar.o.consumidor.

Papéis institucionais

Em.vista.da.responsabilidade.crescente.das.diversas.organizações.presentes.em.uma. localidade,.espera-se.que,.por.meio.de.um.processo.concertação,.como. já. visto.anteriormente,. seja. criado.um.espaço.onde.são.discutidos.e.“vividos”.os.papéis.institucionais.dos.mais.variados.atores.sociais,.com.toda.a.sua.diversidade.e.complementaridade,.pois.é.exatamente.na.diversidade.e.na.complementaridade.que.reside.uma.das.maiores.riquezas.de.um.processo.de.desenvolvimento.regional.participativo,.como.proposto.pela.Estratégia.DRS.

Paralelamente,.para.se.atingir.o.sucesso.nas.Estratégias.DRS,.deve-se.aten-tar.para.a.construção.e.fortalecimento.de.novas.institucionalidades.e.interor-ganizações,. como.no.caso.das. redes..Zapata. (2006).entende.como.novas.institucionalidades:.novas.estruturas.organizacionais.que. facilitam.a.gestão.dos. interesses.coletivos.da.região..Elas.devem.ser.resultado.do.avanço.da.consciênciaorganizativadasociedade.Parapossibilitarumaintervençãocrí-tica,.criativa.e.propositiva.na.determinação.dos.rumos.da.mudança.para.um.novo.modelo.de.desenvolvimento.

Essas.novas.institucionalidades.concretizam-se.como.interorganizações,.tais.como:. alianças. estratégicas,. parcerias,. conselhos,. fóruns,. consórcios. (joint ventures),oficinasdedesenvolvimento regional, redesdecooperação,pla-nos,.pactos.e.agendas.de.desenvolvimento,.entre.outras..Cabe.também.des-

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tacar. que. no. âmbito. sócio-produtivo,. além. destas. citadas,. destacam-se. os.aglomerados,.os.Arranjos.Produtivos.Locais.(APL).e.as.cadeias.ou.sistemas.produtivos,.como.já.visto.anteriormente.

Pactos e compromissos

Osaspectos culturais e psicossociais do ambiente regional se refletemnoâmbito.empresarial..As.alianças.necessitam.de.aspirações.mútuas,.práticas.compatíveis.e.entendimentos.claros..Quanto.mais.próximas.as.culturas,.mais.fácil.a.construção.dessas.pontes.

Existem.amplas.possibilidades.de.atuação.direta,.não.apenas.da.administra-ção.pública,.mas.de.qualquer.agente.social,.na.alavancagem.da.cooperação.entre.empresas.regionalmente.localizadas..O.ponto.inicial.do.processo.são.os.esforçosdedisseminaçãodaidéiadeeficiênciacoletiva.

E.aqui,.mais.uma.vez,.entra.a. importância.do.processo.de.concertação..É.pertinente.relacionar.“concertação”.com.o.termo.“pacto”,.aqui.entendido.como.acordosfirmadosparaasuperaçãodedesafioscomuns,comoresultadodeuma.conjugação.de.esforços,.onde.cada.ator.social.desempenha.um.papel.diferente,.porém.complementar..Não.são,.portanto,.sinônimos:.a.concertação.é.o.processo,.o.pacto.é.o.resultado.

Nesse.sentido,.a.sociedade.de.uma.determinada.região,.com.suas.institucio-nalidades.sócio-territoriais,.pode.democraticamente.construir.consensos.míni-mos.que.representem.as.decisões.acordadas.naquele.momento.histórico,.no.queserefereàsuperaçãodosseusdesafios.Issoimplicaparticipaçãocidadãdos.diferentes.atores.sociais,.econômicos.e.institucionais,.como.protagonistas.do.processo.

Para.tanto,.deve-se.estabelecer.uma.relação.de.igualdade.no.que.diz.respeito.às.oportunidades.de.participação.no.processo,.mas.considerando,.sempre,.as.diferentes.visões.desses.participantes.com.o.objetivo.de.fortalecer.as.relações.deconfiançaentreosenvolvidos,facilitandoacomunicaçãoeoentendimentoentre.eles.e.contribuindo.para.uma.boa.governança.democrática.territorial.De.forma.resumida.pode-se.dizer.que.onde.houver.pessoas.envolvidas,.dialo-gando,conciliandointeresses,resolvendoconflitosepactuandocompromis-sos,.de.forma.participativa.e.democrática,.a.concertação.está.realmente.sen-

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do.a.mola.propulsora.do.processo.e.as.chances.de.se.atingirem.os.objetivos.são.muito.maiores.

9.4. DINÂMICAS SOCIAIS: LIDERANÇAS, LEGITIMIDADE E PODER

As.lideranças.locais.envolvidas.nos.processos.de.desenvolvimento.regional,.quando.representantes.legítimos.dos.atores.sociais,.que.compõem.o.territó-rio,agemcomoempreendedoresidentificandooportunidadesemobilizandorecursos.em.prol.de.um.objetivo.comum...Trabalham.com.foco.no.desenvolvi-mento.das.pessoas,.com.as.pessoas.e.para.as.pessoas.

Agindo.de. forma.cooperativa,.essas. lideranças.mobilizam.os.atores.sociais.para.que.estes.atuem.como.agentes.de.mudanças.

Antes,.portanto,.de.se.iniciar.qualquer.processo.de.desenvolvimento.regional.sustentável.é.importante.conhecer.a.dinâmica.social.e.as.relações.de.forças.existentes.na.comunidade.em.que.se.pretende.atuar.

A.análise.dos.poderes.locais.remete.às.relações.de.força,.por.meio.das.quais.seprocessamaliançaseconflitosentreosatoressociais.Refere-setambémàformaçãodeidentidadeseàspráticasdegestãoespecíficas.Opoderlocalémanifestado.diante.dos.diferentes.interesses.individuais,.coletivos.e.organiza-cionais.Asconvergênciasedivergênciasemespaçosterritoriaiscomuns,sobreas.formas.de.planejar.e.gerir.propostas.e.recursos.voltados.para.o.desenvol-vimento.local,.também.são.formas.de.expressão.de.poder.(FISCHER,.2002).

O.poder.local.pode.ter.várias.expressões,.tanto.no.âmbito.econômico,.quanto.no.social/cultural.além,.naturalmente,.do.âmbito. institucional,.ou.seja,.o.po-der.institucionalizado.nas.formas.da.lei.e.das.estruturas.governamentais..Isso.quer.dizer.que.o.poder.local.é.algo.complexo,.permeado.por.interesses.diver-sosquetêmdeserlevadosemconsideraçãoemqualqueranáliseoupolíticade.intervenção,.como.no.caso.da.Estratégia.DRS.

Assim,.mais.que.conhecer.os.atores.do.desenvolvimento.deve-se.atentar.para.a.diversidade.de.poderes.existentes.nas.regiões.

10

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

• IdentificarasetapasdametodologiaDRSesuasprincipaiscaracterísticas.

•. Citar.outras.metodologias.para.o.desenvolvimento.sustentável.

10 metodoloGia da eStratéGia drS

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10.1. NOÇÕES DE PROJETO - UM APOIO À METODOLOGIA

Conceito

A.palavra.projeto.tem.sido.muito.utilizada.em.diversas.áreas.de.atuação.pes-soaleprofissional,emdiferentescontextos:

■. Projeto.pode.ser. intenção,.pretensão,.sonho.–.meu.projeto.é.comprar.um.barco.à.vela.e.ir.nele.até.a.Nova.Zelândia.visitar.meus.amigos;

■ Projetopodeserfilosofia,diretriz–meuprojetodepaísémuitodiferen-te;

■. Projeto.pode.ser.idéia.ou.concepção.de.produto.ou.serviço.–.estas.duas.casas.são.projetos.muito.semelhantes;.

■ Projetopodeseresboçoouproposta–todostêmdireitoaapresentarumprojeto.de.lei.ao.Congresso.Nacional;

■. Projeto.pode.ser.desenho.que.orienta.construção.–.já.aprovei.e.solicitei.ao.arquiteto.que.detalhasse.o.projeto.do.apartamento;

■ Projetopodeserempreendimentocominvestimento–qualagentefinan-ceiroiráfinanciaronovoprojetohabitacional?

■. Projeto.pode.ser.uma.atividade.organizada.com.o.objetivo.de.resolver.um.problema.–.precisamos.iniciar.o.projeto.de.criação.de.uma.nova.linha.de.crédito.para.artesãos,.menos.burocrática,.com.maior. rentabilidade,.menorriscoequepossagerarmenorinadimplência;

■. Projeto.pode.ser.um.tipo.de.organização.temporária,.criada.para.realizar.umaatividadeespecíficaefinita–“estoumuitosatisfeitaporintegraraequipe.do.Projeto.BB.200.anos”.

No.caso.da.atividade.bancária,.vamos.nos.ater.às.duas.últimas.assertivas,.quedefinemprojetocomaóticadogerenciamentoedaadministração.Nessecontexto,podemserresgatadasdefiniçõesutilizadasnestaapostila,quandose.ressaltou.que.a.Estratégia.DRS.não.pode.ser.chamada.de.projeto.nem.de.programa:

■. “Um.projeto.é.um.esforço.temporário.empreendido.para.criar.um.produ-to,.serviço.ou.resultado.exclusivo”;

■. “Um.projeto.é.um.esforço.único.e.não.repetitivo,.de.duração.determina-da,.formalmente.organizado.e.que.congrega.e.aplica.recursos.visando.ao.cumprimento.de.objetivos.preestabelecidos.”

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Os.projetos.são.normalmente.autorizados.como.resultado.de.considerações.estratégicas,.que.podem.ser.uma.demanda.de.mercado,.uma.necessidade.organizacional,.uma.solicitação.de.cliente,.um.avanço.tecnológico.ou.um.re-quisito.legal.

Os.projetos.são:■ temporários,possuindouminícioeumfimdefinidos;■. planejados,.executados.e.controlados;■. entregam.produtos,.serviços.ou.resultados.exclusivos;■. desenvolvidos.em.etapas.e.continuam,.por.incremento,.com.uma.elabo-

ração.progressiva;■. realizados.por.pessoas;.e.■. com.recursos.limitados.

Elaboração

■.Diagnóstico do macroambiente

O.macroambiente,.como.o.próprio.nome.indica,.é.o.ambiente.geral,.mais.am-plo,.que.envolve.toda.a.cadeia.de.valor.da.atividade.produtiva.que.está.sendo.trabalhada. (a. sociedade,. as. organizações,. as. empresas,. as. comunidades,.com.sua.dinâmica.social,.relações.de.forças.etc.).

Todas.as.organizações/empreendimentos.operam.em.um.macroambiente,.o.qual é definidopor elementosmais gerais noambienteexterno, comoéocaso.da.cultura,.dos.recursos.naturais,.do.ambiente.legal,.político,.econômico,.social, tecnológicoetc.,quepodeminfluenciaremdecisõesestratégicasnoprocesso.de.desenvolvimento.

Odiagnóstico domacroambiente pode ser definido como umprocesso deconstante.investigação.das.forças.internas.e.externas,.tanto.positivas.como.negativas,queinfluenciamdeterminadoempreendimento.

A.análise.do.macroambiente.é,.em.geral,.realizada.por.meio.de.análises.de.cenários.e.de.conjuntura.e.oferece.aos.envolvidos.uma.“previsão”.de.situa-ções futuraseas respectivasprobabilidadesdeocorrênciademudançaseconfirmaçãodetendências.

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Estaanálisedomacroambientedevepermitiraidentificaçãodetendências,oportunidadese/ouameaçasapartirdeinovaçõesoudesafios,quepodemser.causados.por.fatores.positivos.ou.negativos.no.meio.ambiente..No.caso.dasameaças,poderialevar,naausênciadeumacorretaadministraçãodode-safioaoretrocesso,aodeclínioouàeliminaçãodoempreendimentoe,mes-mo,.da.atividade.produtiva.ou.de.algum(s).dos.elos.de.sua.cadeia.de.valor.O.modelo.dos.Planos.DRS.desenvolvido.pelo.BB.se.inicia.com.a.descrição.dos.cenários..A.orientação.é.fazer.uma.“análise.de.conjuntura”.e.descrever.o.cenário.em.que.está.inserida.a.atividade,.assim.como.as.“condições.reais.e.atuais”.da.cadeia.de.valor.daquela.atividade.produtiva,.naquela.região,.ressal-tando.as.perspectivas.de.mudanças/transformações.na.realidade.das.pesso-as.envolvidas.em.direção.a.um.quadro.desejado.da.atividade.

■.Objetivos

Objetivos.são.os.resultados.esperados.em.um.determinado.processo,.projeto,.plano.ou.programa..Os.objetivos.consistem.em.alvos.“perseguidos”.por.inter-médio.da.canalização.de.esforços.e.recursos,.ou,.como.registra.Ansoff.(1983),.são.padrões.(qualitativos).de.desempenho.presente.e.futuro.que.possam.ser.medidos.e.que.a.organização.deseja.alcançar..Quando.esses.padrões.são.quantitativos.

■.Ações

As.ações.devem.ser.estabelecidas.visando.ao.atingimento.dos.objetivos.e.de-vem.estar.coerentes/aderentes.a.eles..No.caso.dos.Planos.de.Negócios.DRS,.as.ações.são.elaboradas/construídas.pelos.integrantes.da.Equipe.DRS.e.re-presentam,.na.maioria.das.vezes,.a. forma.de.participação.desses.diversos.atores.no.processo..Devem.ser.incluídas.no.Plano.DRS.todas.as.ações.pre-vistas,.tanto.as.que.são.de.responsabilidade.do.BB.quanto.às.dos.parceiros.

Serãodefinidastantasaçõesquantassejamnecessáriasparaquecadaobje-tivo.seja.alcançado,.não.havendo.limitação.de.ações.por.objetivo..Caso.uma.ação.contribua.para.o.atendimento.de.mais.de.um.objetivo,.ela.deve.ser.re-gistradanaquelequetenhamaioraderência;oupodeserregistradanaqueleobjetivo.que.tenha.maior.impacto.nas.metas.a.serem.alcançadas.

Por.exemplo:.se.uma.ação.de.treinamento.englobar.orientações.que.possam.

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contribuir.para.o.atingimento.de.dois.objetivos.-.o.primeiro.de.elevar.a.produ-tividade.e.o.segundo.de.reduzir.custos.de.produção.–.ela.deve.ser.vinculada.àquelequetenhamaioraderência,dentrodaestratégiaprevista.As.ações.interdependentes.indicam.as.condicionantes.para.a.sua.realização,.conforme.demonstrado.na.Figura.10.

Figura.10Plano de Negócios DRS – interdependência das ações

■.Indicadores e metas para objetivos e ações

Váriassãoasdefiniçõesparaindicadoresencontradasnaliteratura:■. indicadores.são.unidades.de.medida.que.permitem.aferir.resultados,.im-

pactos,.qualidade,.etc..dos.processos.e.das.intervenções.(projetos,.pro-gramas.ou.políticas).na.realidade;

■. .indicadores.são.instrumentos.de.gestão,.essenciais.nas.atividades.de.monitoramento.e.avaliação.de.projetos,.programas.e.políticas,.porque.permitemacompanharabuscadasmetas,identificaravanços,ganhosdequalidade,.problemas.a.ser.corrigidos,.necessidades.de.mudança,.etc.;

■. indicadores.não.são.simplesmente.dados..Referem-se.à.atribuição.de.valor.a.objetos,.acontecimentos.ou.situações,.de.acordo.com.certas.re-gras,paraquepossamseraplicadoscritériosdeavaliaçãocomoeficá-cia,efetividade,eficiênciaeoutros;e

■ enquantomedidas,osindicadoresdevemserdefinidosemtermosope-racionais:.por.meio.das.categorias.pelas.quais.se.manifestam.e.podem.sermensurados;epormeiodassuasevidênciasfísicasedocumentais.

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Um.grande.avanço.na.modelo.metodológico.desenvolvido.pelo.Banco.do.Bra-silparaosPlanosDRSéadefiniçãodemetaseindicadoresjuntamentecomobjetivos.e.ações..Dessa.forma.é.possível.monitorar.e.avaliar.o.alcance.do.trabalho.. Esse. tipo. de. olhar. é. muito. importante. quando. se. quer. realmente.atingirobjetivos,poissenãohádefinições,omonitoramentoeaavaliaçãoficamprejudicados.

Na. elaboração. dos. Planos. de. Negócios. DRS. são. registradas. as. ações. e,.além.de.outros.dados,.são.também.registrados.a.data.prevista.para.início,.o.número.de.dias.previstos.para.sua.duração.e.a.meta,.representada.pela.situa-çãoatual,situaçãofinaleasuaunidadedemedida.Asmetasrepresentamodetalhamento.quantitativo.dos.objetivos.e.das.ações.e.devem.ser.informadas.em.números.absolutos.

10.2 ETAPAS DA METODOLOGIA DRS

Para.colocar.a.Estratégia.DRS.em.movimento,.foi.desenvolvida.uma.metodo-logia.própria,.representada.na.Figura.11.

Figura.11Etapas da metodologia DRS

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Como.já.visto.anteriormente,.a.concertação.é.considerada.a.força.motriz.da.metodologia.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentável..Permeia.todas.as.fa-ses.do.processo,.fazendo.com.que.o.processo.de.desenvolvimento.seja.dinâ-mico.e.sempre.realimentado.

Sensibilização e capacitação

Para.a.implementação.de.uma.estratégia.de.desenvolvimento.sustentável,.os.atores.sociais.devem.estar.sensibilizados.e.dispostos.a.participar,.com.seus.conhecimentos,habilidadesecompetênciasespecíficas,deumprocessodeconcertação,identificando-sedesafioscomunsepactuando-secompromissos.

Umdossignificadosdoverbosensibilizaré“tornar-sesensívelàaçãodaluzoudeoutroagentequalquer”(DicionárioAurélio,1999).Essadefiniçãocon-templa.o.espírito.da.Estratégia.DRS,.pois,.mais.do.que.se.comover,.como.o.termo.pode.sugerir,.é.preciso.reagir.às.situações.que.de.alguma.forma.impe-dem.o.desenvolvimento.sustentável.

Busca-se,.nesta. fase.do.processo,. chamar.a.atenção.de. todos.os.envolvi-dos.para.o.contexto.das.atividades.produtivas.em.uma.determinada. região.-.seus.pontos.fortes,.pontos.fracos,.ameaças.e.oportunidades.-,.de.forma.a.motivá-los.para.a.ação,.buscando.alternativas.para.as.ameaças.ou.problemas.identificados,bemcomoformasdeaproveitarasoportunidadesquepodemtransformar.essa.realidade.

Paralidar,porém,comosdesafiosdodesenvolvimento,comoadesigualdadesocial,osimpactosambientais,bemcomoidentificarasoportunidadesnego-ciais.que.permeiam.esse.contexto,.é.preciso.estar.situado.historicamente.em.relaçãoaessesfatos,conhecê-losecapacitar-separaaação.

A.capacitação.aqui.tratada.não.se.limita.ao.conhecimento.e.manejo.da.Meto-dologia.DRS..Ela.vai.além,.pois,.envolve.o.conhecimento.da.realidade.e.o.de-senvolvimentodecompetênciasquepossibilitemimplementaraçõesdeinter-venção.nessa.realidade..Além.de.saber.o.que.e.como.fazer,.o.que.pressupõe.conhecimentos.e.habilidades,.é.preciso.querer.fazer,.o.que.envolve.atitudes..E,.como.visto.até.aqui,.este.deve.ser.um.processo.de.aprendizagem.coletiva..O.papel.do.indivíduo.é.importante.e.necessário.(capital.humano),.mas.precisa.estar.articulado.com.o.todo.(capital.social).

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Para.apoiar.o.processo.de.capacitação.e.instrumentalizar.a.ação.em.Desen-volvimento.Regional.Sustentável,.a.Universidade.Corporativa.Banco.do.Brasil.(UniBB).desenvolve.treinamentos.presenciais.e.a.distância,.acessíveis.ao.públi-co.interno.e.externo..Com.isso.busca.sensibilizar.funcionários.e.parceiros.para.que,.juntos,.possam.ajudar.a.construir.uma.nova.página.na.história.deste.País.

A.capacitação.dos.funcionários,.porém,.não.se.encerra.nesses.cursos,.uma.vez.que.o.DRS.atrai.para.si.uma.série.de.temas.correlatos.que.necessitam.ser.apreendidos.

Escolha de atividades produtivas

Uma.vez.sensibilizados.e.capacitados.para.a.ação,.os.diversos.atores.envol-vidos.na.Estratégia.DRS.devem.escolher.um.ponto.de.partida.para.atuar.Aescolhadaatividadeprodutivaéfundamentalparaoêxitodaestratégia.Poressa.razão.deve.estar.coerente.com.o.objetivo.da.Estratégia.Negocial.DRS.de.impulsionar.o.desenvolvimento.sustentável.das.regiões.onde.a.empresa.está.presente,.para.apoio.àquelas.atividades.que.sejam.ou.que.tenham.potencial.para.se.tornar.economicamente.viáveis,.socialmente.justas.e.ambientalmente.corretas,.observada.e.respeitada.a.diversidade.cultural.

Toda.a.cadeia.de.valor.da.atividade.produtiva.deve.ser.considerada.no.mo-mento da sua escolha. Ser eficiente apenas na produção não é suficienteparagarantirsobrevivênciaemummercadoaltamentecompetitivo,comoob-servado.nos.tempos.atuais..O.foco.restrito.na.produção.pode.gerar.desequi-líbrios. entre. oferta. e. demanda,. qualidade. oferecida. e. satisfação. percebida.pelos.consumidores,.benefícios.gerados.e.impactos.nos.meios.de.produção,.não.raramente.comprometendo.os.resultados.futuros.pelo.esgotamento.dos.recursos.antes.disponíveis.

Há.que.se.considerar,. portanto,.além.da.produção,.os.processos.de.distri-buição,.o.mercado,.as. limitações.ambientais,.o.fornecimento.de.insumos,.a.legislação.vigente,.a.infraestrutura.existente,.ou.seja,.numa.proposta.de.de-senvolvimento.sustentável.não.é.possível.considerar.apenas.a.produção.sem.viabilizar.a.comercialização,.nem.tampouco.será.possível.pensar.em.comer-cialização.sem.que.se.tenha.clara.noção.do.processo.de.distribuição,.e.assim.por.diante.

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Nofinaldacadeiaestáoconsumidor,queigualmentedeveserconsideradopara.que.se.saiba.quais.são.as.suas.expectativas,.o.preço.que.estará.disposto.a.pagar.pelos.produtos.provenientes.da.atividade,.os.valores.agregados.que.aprecia,.etc.

Em.suma,.o.processo.é.complexo.e.precisa.ser.analisado.e.entendido.para.que.se.possa.construir.um.plano.de.desenvolvimento.que.contribua.para.a.melhoria.da.competitividade.de.toda.a.cadeia.

Logicamente,.o.tecido.produtivo.local.é.formado.por.diversas.atividades.pro-dutivas.Trabalharapenasumacadeiacertamentenãoésuficienteparatornaro.desenvolvimento.de.uma.região.sustentável..Porém,.como.esse.não.é.um.processo.de. curto.prazo,. a.proposta. consiste.em.estruturar. cada.uma.das.cadeiasidentificadasnolocal,deformagradativa,paraqueosganhossejamconstantes.e.crescentes.

É.importante.ressaltar.que.a.escolha.de.atividades.produtivas,.a.serem.tra-balhadas.com.foco.em.DRS,.é. feita.com.a.participação.de. todos.os.atores.envolvidos,.ou.seja,.não.é.uma.decisão.só.do.BB..Todo.o.processo.de.desen-volvimento.regional.sustentável.só.atingirá.seus.objetivos.se.for.construído.de.forma.participativa.

Outra.característica.da.proposta.de.DRS.do.BB.é.considerar.o.desenvolvi-mento.como.sendo.um.movimento.endógeno,.possível.de.ser.empreendido.pelos.atores.locais.a.partir.de.seu.“empoderamento”,.ou.seja,.os.atores.locais.devem.ser.os.protagonistas.do.processo.de.mudança.

“Trata-se. de. uma. estratégia. e. de. um. processo. intencional. dos. atores,. das.pessoas.de.um.determinado.território,.para,.a.partir.de.seus.ativos,.de.suas.potencialidades. e. vocações,. construir. um. projeto. de. desenvolvimento. com.mais.participação.social,.mais.eqüidade.e.sustentabilidade”.(Zapata,.2007).

Nesse.sentido,.o.foco.das.ações.de.DRS.está.nas.atividades.produtivas.exis-tentes.ou.latentes,.na.capacidade.de.mobilização.e.de.organização.dos.ato-res,.na.utilização.dos.recursos.disponíveis.e.na.valorização.dos.saberes.das.pessoas.do.lugar..Por.certo,.as.soluções.para.a.maioria.dos.problemas.que.dificultamodesenvolvimentolocalestãoaoalcancedaspessoasquealivi-vem.e.que,.no.momento.em.que.se.unem,.abrindo.mão.de.comportamentos.

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individualistas,passamaperceberopoderquetêmdetransformarasuapró-pria.realidade.

Não.se.trata,.portanto,.necessariamente,.de.buscar.soluções.de.fora.ou.de.in-troduzir.novas.atividades,.mas.de.repensar,.sob.a.ótica.da.cadeia.de.valor,.com.visão.de.futuro,.visão.participativa.e.visão.negocial,.as.atividades.existentes..

Nãosignifica,também,ignorarasaçõesjádesenvolvidas,massimidentificaroportunidades.de.aperfeiçoamentos.e.de.agregação.de.valor.em.cada.etapa.dos.processos.envolvidos,.observadas.a.vocação.e.a.cultura.local.

Equipe de trabalho DRS

A.formação.de.equipes.é. fator. importante.para.o.sucesso.da.Estratégia.de.DesenvolvimentoRegionalSustentável.Essaequipedeveserdiversificada,representativa.e.atuante..O.interesse.comum.da.sociedade.e.o.comprometi-mento.de.seus.representantes,.atuando.efetivamente.no.processo,.é.que.irá.possibilitar.o.alcance.dos.objetivos.

ConstituirumaEquipeDRSsignifica,paraosparceiros,legitimaroseupapelna.busca.do.desenvolvimento.sustentável,.garantindo-lhes.o.empoderamento.necessário.para.transformar.sua.realidade..Para.o.Banco.é.fator.crítico.para.a.continuidade.dos.trabalhos.e.reconhecimento.de.que.o.DRS.só.faz.sentido.se.acolhido.pelos.atores.locais.

A.Equipe.DRS.é.formada.por.todos.os.atores.da.concertação,.principalmente.por liderançase representantesdasdiversasclassesdebeneficiários (pro-dutores,beneficiadores,comerciantes,consumidoresetc.).Essaequipenãotem.um.número.limitado.de.participantes..Prevalece.o.critério.de.representa-tividade.e.a.participação.nos.trabalhos..Além.disso,.sua.composição.é.dinâ-mica,.com.a.possibilidade.de.inclusão.de.outros.atores.ao.longo.do.processo.ou.participação.em.determinados.momentos.como.consultores,.palestrantes,.orientadores.ou.mesmo.na.condição.de.novos.parceiros.

AEquipeDRSpodeaindaevoluirparaumFórumouComitêGestordoDRS,reforçando.com.isso.seu.caráter.permanente.e.contribuindo.para.a.consolida-ção.da.governança.democrática.territorial..

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Diagnóstico DRS

O.diagnóstico.em.DRS.é.utilizado.para.retratar.essa.realidade.utilizando.da-dosestatísticosoficiaiseconsiderandoavisãoempíricadoscidadãosdolu-gar.e.daqueles.representantes.de.entidades/organizações.que,.de.uma.for-maououtra,influenciamodesenvolvimentodaquelaatividadeprodutiva.Aspercepçõesqueaspessoasdolugartêmnormalmenterefletemarealidade,mas,comoafinalidadeéutilizaressasinformaçõesparaembasaratomadade.decisões.num.processo.de.planejamento,.os.dados.devem.ser.precisos.

Entende-se.que,.para.intervir.na.realidade.de.uma.localidade,.faz-se.neces-sário.conhecer:

■. a. sua.dinâmica,. ou.seja,. como.ocorrem.as. relações.sociais,. qual. é.a.sua.cultura,.como.são.os.seus.processos.econômicos,.o.que.se.produz,.comoseproduz,paraquemseproduz,deondevêmosprodutosconsu-midos.no.lugar;

■ asrelaçõesdeforçaseidentificarosaspectossociopolíticosqueinfluen-ciam.essas.relações.

Esse.processo.deve.ser.planejado.e,.embora.seja.um.“retrato”.da.realidade,.deve.caracterizar.também.essas.relações.e.não.apenas.os.dados.estatísticos.que.elas.produzem..O.modelo.de.diagnóstico.DRS.desenvolvido.pelo.BB.está.estruturado.da.seguinte.forma:

■. Identificação da atividade.–. informações.sobre.os.produtos.gerados,.agentesintervenienteseabrangênciadaatividade;

■. Aspectos econômico-financeiros.–.dados.quantitativos.sobre.produ-ção/produtividade,.preços.praticados,.receitas.e.despesas,.informações.sobreinsumoserecursosfinanceirosutilizadosnaatividade;

■. Aspectos técnicos–informaçõessobrefluxodosprocessosprodutivose.tecnologias.utilizadas;

■. Infra-estrutura.–.informações.sobre.meios.utilizados.no.processo,.com-preendendo,. dentre.outros,. energia,. recursos.hídricos,. armazenagem,.transporte;

■. Mercado.–.descrição.da.dinâmica,. tamanho,. formas.de.distribuição.e.comercialização,identificandoprincipaiscompradoreseconcorrenteseníveis.de.concentração;

■. Aspectos sociais– informações relacionadascoma identificaçãodedemandas.por.ações.ligadas,.dentre.outras,.à.educação,.saúde,.mão-de-obra.e.instituições.direta.ou.indiretamente.envolvidas.na.atividade;

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■. Aspectos ambientais. –. informações. relacionadas. com. eventuais. im-pactos.ambientais,.positivos.e/ou.negativos,.provocados.pela.atividade.produtiva;

■. Identificação de ameaças.–.são.os.fatores.externos.e.desfavoráveis.à.atividadesobreosquaisosagentesprodutivosnãotêminfluência;

■. Identificação de oportunidades.–.são.os.fatores.externos.favoráveis.à.atividadesobreosquaisosagentesprodutivosnãotêminfluência;

■. Identificação de pontos fortes. –. são.os. fatores. internos.à.atividade.sobreosquaisosagentesprodutivospodemexercerinfluênciaerepre-sentam.diferenciais.favoráveis;

■. Identificação de pontos fracos.–.são.os. fatores. internos.à.atividade.sobreosquaisosagentesprodutivospodemexercerinfluênciaerepre-sentam.diferenciais.desfavoráveis;

■. Identificação das fontes consultadas.–.fontes.onde.foram.obtidas.as.informações.para.realização.do.diagnóstico.

Plano de Negócios DRS

Nessa. fase,. embasados. no. diagnóstico. realizado,. os. atores. sociais. com. a.coordenaçãodaEquipedeTrabalhoDRStêmaoportunidadederepensarasatividades.produtivas.e.projetar.ações.de.desenvolvimento.daquela.atividade,.sob.a.ótica.da.sustentabilidade.e.com.visão.de.cadeia.de.valor.

O.Plano.de.Negócios.DRS.precisa.contemplar.ações.para.as.dimensões.eco-nômicas,.sociais.e.ambientais,.de.modo.a.criar.sinergia,.onde.uma.dimensão.possa.alimentar.a.outra.continuamente.gerando.um.círculo.de.realimentação.em.constante.movimento..Naturalmente,.sempre.observando.e.respeitando.a.cultura.local..

A.sinergia.é.relevante.em.todo.o.processo.de.DRS,.pois.indica.uma.associa-ção.simultânea.de.vários.fatores.(pessoas,.instituições,.governos,.empresas.e.recursos).que.contribuam.para.a.implantação.de.ações.coordenadas.e.dire-cionadas.para.objetivos.comuns.

Os.atores.locais.também.precisam.estar.atentos.às.variáveis.ambientais,.só-cio-culturais,.econômicas,.tecnológicas.e.organizacionais,.para.que.se.possa.estabelecer.mecanismos.de.equilíbrio.e.controle.sobre.essas.que.são.as.cha-madas.variáveis.do.desenvolvimento.

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O.Plano.DRS.deve.propor.ações.que.visem:■ superarascarênciassociais,econômicaseambientaisidentificadasuti-

lizando.recursos.do.próprio.lugar;.■ identificarasfragilidadesdotecidoprodutivoeformasdefortalecê-los;■. avaliar.o.nível.de.mobilização.e.de.articulação.das.pessoas.e. institui-

ções,.contemplando,.ainda,.os.níveis.de.formação.dos.capitais.humanos.esociais,vislumbrandopossibilidadesdeenriquecê-los;e

■ aproveitaraspotencialidadesidentificadas.

Enfim,éomomentoparaosparceirosexpressaremseussentimentos,dese-jos,.vontades.e.de.pensarem.em.meios.viáveis.de.contemplá-los,. tomando.decisões,definindoobjetivos,metaseaçõeseresponsabilidadesparamate-rializar.as.possíveis.visões.sobre.o.desenvolvimento.local.

Trata-se.de.escolher.ações.que.permitam.intervir.na.realidade..Mas,.uma.“in-tervenção”.com.o.sentido.de.tomar.parte.voluntariamente.para.executar.uma.ação,queserácoletivaenãoumainterferênciaexterna,umaintromissão.Porisso,.se.o.objetivo.é.a.transformação,.a.melhoria.do.estado.atual.em.que.as.coisas.se.encontram,.não.se.pode.(e.não.se.deve).agir.de.forma.unilateral.

Antes,énecessárioenvolverosatoresqueserãobeneficiadospelasaçõesparaqueelesreconheçamaexistênciadosproblemaseomaisimportante,sedisponhamafazeralgopararesolvê-los.Ouseja,éprecisovalidarasinforma-ções.obtidas.com.a.aplicação.do.diagnóstico.bem.como.as.ações.sugeridas.para.o.Plano.de.Negócios.DRS.

Isso.tudo.somente.será.possível.mediante.efetiva.e.organizada.participação.das.pessoas.e.entidades/instituições.da.região.

Análises e pareceres

Uma.vez.elaborado.o.Plano.de.Negócios.DRS,.o.Banco.do.Brasil.disponibili-za,aosparceiros,análisestécnicas,emtrêsníveis:

■. Análise técnica da atividade.quando.esta.estiver.vinculada.ao.agro-negócio,.na.qual.será.considerada.a.viabilidade.técnica.do.plano.de.ne-góciosDRS,apartirdaverificaçãodeaspectosrelacionadosàcompa-tibilidade.entre.as. tecnologias.utilizadas.e.os. índices.de.produtividade.

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esperados,.a.adequação.da.infra-estrutura.existente,.a.adequação.dos.custos.de.produção.e.orçamentos,.as.condições.de.mercado.previstas.e.adequação.dos.preços,.as.premissas.adotadas.para.a.projeção.de.re-ceitas,aexistênciaeadequaçãodeassistênciatécnicaeanecessidadeou.não.de.licenciamento.ambiental;

Parecerdaagência,fundamentadoeconclusivo,àsemelhançadopro-cedimento.rotineiro.adotado.no.encaminhamento.de.propostas.a.instân-ciassuperiores,manifestando-searespeitodapertinência/consistênciadas.informações.prestadas,.do.comprometimento.dos.parceiros.com.as.ações.propostas,.da.viabilidade.e.capacidade.de.execução.das.ações,.dasperspectivasdenegócios,daaderênciaaosobjetivosdoDRS,acres-centando.outras.informações/ações.julgadas.relevantes.e.que.ainda.não.tenham.sido.abordadas.

■. Análise de aderência.do.Plano.de.Negócios.às.premissas.da.Estratégia.DRSeaosrequisitosexpressospelasvisõesparticipativa,deabrangên-cia,.da.cadeia.de.valor,.de.futuro.e.negocial,.bem.como.a.consonância.com.a.estratégia.de.atuação.do.Banco.na.região.

■. Análise de risco.da.atividade.e.do.Plano.de.Negócios.na.estruturação.da.cadeia.de.valor.da.atividade.escolhida,.a.partir.da.análise.dos.aspec-tosformais,sociais,ambientais,econômicosefinanceirosrelacionados.

.

. Parecer.da.Super,.com.o.direcionamento.estratégico.para.a.implementa-ção.do.Plano.de.Negócio,.reforçando-se.a.necessidade.de.que.as.ações.sejam.cumpridas.nos.prazos.pactuados.

Se.necessário,.poderá.ser.indicada.a.apresentação.do.processo.para.reaná-lise,.quando.houver.o.entendimento.de.que.poderão.ser. tomadas.medidas/ações,.que.possam.mitigar.o.risco.da.atividade,.haja.vista.que.o.relatório.de.análiseapresentaasjustificativasparaoriscoatribuído.

Recomendações. estratégicas. poderão. ser. formalizadas. para. condução. da.implementação.do.Plano.de.Negócios.DRS,.a.partir.de.uma.visão.em.nível.estadualdaatividadenosentidodealinharasaçõesdaagênciaàestratégiada.Super.para.o.desenvolvimento.da.atividade.nesta.dimensão.

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Essa.etapa.da.metodologia.visa,.ainda,.contribuir.para.a.avaliação.do.estado.geral.da.atividade,.tal.como.apresentado.no.Diagnóstico.e.no.Plano.de.Negó-cios.DRS,.e.auxiliar.no.estabelecimento.de.parâmetros.que.tornem.a.ativida-de.viável,.por.meio.de.ações.que.minimizem.os.riscos.e/ou.potencializem.as.oportunidades.

Implementação

A.etapa.de.implementação.corresponde.à.materialização.de.tudo.o.quanto.foi.planejado.nas.etapas.anteriores.do.processo.

ParaqueaimplementaçãodoPlanodeNegóciosDRStenhaêxitoéfunda-mental.a.mobilização.e.o.comprometimento.dos.componentes.da.Equipe.DRS.paragarantirarealizaçãodasaçõesqueforamplanejadase,porconseqüên-cia,.o.atingimento.dos.objetivos.

Oprocessodeimplementaçãonãotemmomentopré-definidoparacomeçar,uma.vez.que.as.ações.podem.ser.iniciadas.mesmo.antes.da.conclusão.do.Pla-no.de.Negócios.DRS..Por.exemplo,.na.fase.de.diagnóstico.os.parceiros.identi-ficamanecessidadedealfabetizaçãodeadultosedecapacitaçãoparaelabo-ração.de.projetos..A.Equipe.de.Trabalho.DRS.pode.buscar.formas.de.viabilizar.os.treinamentos.necessários.antes.mesmo.que.o.Plano.DRS.esteja.concluído.

Paraaexecuçãodasações,aEquipedeTrabalhoDRSdevedefiniraformadeacompanhamento.e.avaliação,.a.partir.de.parâmetros.por.ela.estabelecidos..Esse.acompanhamento.é.de.suma.importância.para.que.a.metodologia.DRS.possa.ser.ajustada,.aprimorada.e.realimentada,.dentro.de.seu.pressuposto.básico,.que.é.o.de.ser.um.processo.de.atuação.dinâmico.e.construtivista.

Monitoramento e avaliação

Durante.a.implementação,.o.Plano.de.Negócios.DRS.deve.ser.monitorado.e.avaliado.constantemente..É.importante.estabelecer.pontos.de.controle.perió-dicos.para.que.os.rumos.possam.ser.redirecionados,.caso.necessário.

O.monitoramento.objetiva.acompanhar.a.aplicação.da.Estratégia.DRS.sob.as.diversas.perspectivas.que.a.envolvem,.considerando.o.seu.gerenciamento,.sua.operacionalização,.execução.das.ações.programadas.e.planejamento.de.

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novas.ações,.bem.como.o.relacionamento.entre.os.parceiros.e.alterações.nas.conjunturas.interna.e.externa.

Aavaliação,porsuavez,visaaumentaraeficiênciaeeficáciadosPlanosdeNegócios.DRS.em.qualquer.de.suas.fases.(diagnóstico,.planejamento,.imple-mentação. e. gerenciamento. das. atividades)..A. confrontação. dos. resultados.obtidosemcadaumadasfasescomoquefoiplanejadopermite identificaracertos.e.erros.e.processar.eventuais.ajustes.na.Estratégia.de.DRS,.com.o.objetivo.de.alcançar.os.resultados.esperados.

10.3. OUTRAS METODOLOGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Apartirdemeadosdadécadade90,verificou-senoBrasilumgrandeimpul-so.ao.desenvolvimento.local/regional,.vindo.de.diversas.frentes..Ampliou-se.o.debate.sobre.o.tema,.criaram-se.programas.de.apoio.ao.desenvolvimento.locale,sobretudo,começaramaproliferarexperiênciasconcretasemdiferen-tes.lugares.do.País.

Um.aspecto.a.destacar,.nesse.processo,.é.a.construção.do.desenvolvimen-to.regional.como.perspectiva.consciente.para.os.atores.sociais.diretamente.envolvidos.e.atuantes,.e.não.como.característica.que.um.observador.externo.atribui.a.determinadas.ações.

As.abordagens.sobre.o.desenvolvimento.regional.passaram.a.apresentar,.por-tanto,umdiferencialsignificativoqueéabuscadeumaaçãoterritorializadaem.que.não.se.trata.apenas.de.realizar.um.projeto,.no.sentido.usual,.mas.de.criar.estratégias.de.atuação,.com.ações.continuadas,.a.partir.da.mobilização.dos.diferentes.atores.atuantes.e.presentes.nos.territórios..É.nesse.contexto.que.a.discussão.do.tema.sustentabilidade.passa.a.ser.inserido.ao.tema.de-senvolvimento.local/regional/territorial.

Apesar. de. essas. características. estarem. presentes. em. diversos. casos,. as.iniciativas.de.desenvolvimento.regional.sustentável.em.curso,.no.Brasil,.são.bastante diferenciadas quanto às metodologias, às ênfases temáticas e àabrangênciageográfica.Háexperiênciasemandamentotantoemcomunida-des.rurais.ou.urbanas.com.menos.de.mil.moradores.quanto.em.regiões.com.

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400.mil.habitantes.ou.grandes.capitais,.como.São.Paulo.(SP),.Rio.de.Janeiro.(RJ).e.Belo.Horizonte.(MG).

Há.também.uma.variada.gama.de.termos.e.designações.em.uso,.segundo.diversos.enfoques.ou.núcleos.de.fomento.institucional..Fala-se.em.metodolo-gias.participativas.para.desenvolvimento.socioeconômicos,.GESPAR-Gestão.Participativa.para.o.Desenvolvimento.Local,.DEL-Desenvolvimento.Econômi-co.Local.(DEL),.DLIS-Desenvolvimento.Local.Integrado.e.Sustentável,.ZOPP,.Agendas.21.locais,.em.Arranjos.Produtivos.Locais,.em.redes.de.sócio-econo-mia.solidária.sob.bases.locais.etc.

As.várias.metodologias.utilizadas.não.diferem.muito.umas.das.outras.e.se.definem,namaiorpartedasvezes,comodeinduçãoouapoio:suaimplemen-tação.não.é.“em.si.mesmo”.o.desenvolvimento.local,.mas.um.fator.visto.como.facilitador.de.processos.de.mudança.cuja.condução.caberia.aos.atores.locais..das.comunidades,.das.organizações.da.sociedade.civil,.do.setor.produtivo,.das.instâncias.de.governo.(SILVEIRA,.1997).

A.seguir.algumas.metodologias.de.desenvolvimento.sustentável.utilizadas.no.Brasil,.muitas.das.quais.serviram.para.embasar.o.desenvolvimento.da.meto-dologia.DRS.

■ DLIS - Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável

O.enfoque.do.Desenvolvimento.Local.Integrado.e.Sustentável.(DLIS).foi.ado-tadonoBrasil,quandoaexperiênciadaComunidadeSolidária, iniciadaem1995,.evidenciou.que.políticas.governamentais.de.cunho.assistencialista.não.seriam,.isoladamente,.capazes.de.reduzir.a.pobreza.e.promover.o.desenvolvi-mento.das.comunidades.carentes..Com.tais.políticas.não.seria.possível.que.a.comunidade,.altamente.dependente.de.ações.governamentais,.passasse.gra-dativamente.a.ser.a.principal.responsável.pelo.seu.próprio.desenvolvimento,.apoiada.pelas.políticas.públicas.tradicionais.

Promovendo ou fortalecendo parcerias entre as três esferas de governo edestas.com.as.organizações.da.sociedade.civil,.a.idéia.do.DLIS.consiste.em.despertar.os.membros.de.uma.dada.coletividade.para.que.descubram.seus.potenciais.e.construam.seu.próprio.desenvolvimento.sustentável.com.base.em.sistemas.de.cooperação,. rede.e.democracia..As.etapas. indispensáveis.

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paratantosãoaidentificaçãoeofortalecimentodaspotencialidadesprodu-tivas.dos.municípios-alvo,.a.organização.da.sociedade.em.torno.de.objetivos.comunseosuprimentodesuascarênciasmais imediatasparacolocaremmarcha.o.processo.de.desenvolvimento.

Esse.novo.enfoque.orientador.da.atuação.do.Estado.busca.conjugar.esforços.e.recursos.em.torno.de.um.objetivo.comum,.qual.seja,.o.desenvolvimento.das.comunidades.deprimidas.ou.em.processo.de.evolução.para.esse.estágio..As-sim,.ações.na.área.de.saúde.são.implementadas.juntamente.com.outras.de.educação,.saneamento.básico,.infra-estrutura,.estímulo.à.produção.e,.assim,.sucessivamente,semnecessidadedesecriaremagênciasdefomento,comoocorreu.no.passado.com.a.SUDAM,.SUDENE,.SUDECO.e.outras.

■.GESPAR - Gestão Participativa para o Desenvolvimento Local

A.Metodologia.GESPAR.teve.como.ambiente.de.construção.o.Projeto.Banco.do.Nordeste-PNUD,.iniciado.em.1993,.que.em.sua.primeira.fase.buscava.a.capacitação. das. organizações. associativas. de. produtores. rurais. e. urbanos.e,.a.partir.de.1996,.passou.a.assumir.a.estratégia.de.desenvolvimento.local.como.seu.eixo.

Éconsideradapor algunsautores comoaexperiência sistemática emcur-so. que. apresenta. o. maior. acúmulo. de. conhecimento,. mesmo. sendo. auto-concebida.como.uma.proposta.em.construção..A.GESPAR.abrange.o.desen-volvimento.empresarial,. institucional.e.comunitário..Os.principais.processos.desenvolvidos.são:.mobilização.e.sensibilização;.elaboração.de.pré-diagnós-ticos.e.planos.referenciais.participativos;.capacitação.organizacional,.desen-volvimento.empresarial.e.desenvolvimento.institucional;.formação.de.facilita-dores/multiplicadores.e.estímulo.ao.surgimento.de.novas.institucionalidades,.quereflitamoempoderamentodosatoreslocais.

■.ZOPP – Planejamento de Projetos Orientados por Objetivos

A.metodologia.ZOPP,.sigla.alemã.de.Ziel.orientierte.Projekt.Planun.-.Planeja-mentodeProjetosorientadoporObjetivos-foicriadapelaAgênciaAlemãdeCooperação.Técnica.(GTZ),.com.sede.em.Eschborn,.na.Alemanha,.entre.as.décadas.de.70.e.80..A.criação.do.ZOPP.veio.preencher.uma.lacuna.em.termos.de.uma.metodologia.que.privilegiasse.a.participação.social.nos.processos.de.

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planejamento.e.gestão.de.projetos.voltados.ao.desenvolvimento..

Oprocessoparticipativo,iniciadoemfinsde1940,sócomeçouaocorrerdefatoaofinaldadécadade60,comoenvolvimentodascomunidadeslocais,nos.paises.do.terceiro.mundo,.com.os.esforços.para.o.desenvolvimento.des-sas localidades.As primeiras experiências nesse sentido se voltaramparao.desenvolvimento.da. infra-estrutura. rural. e.urbana.e.a.participação.social.se.restringia,.então,.no.encorajamento.dos.interessados.em.tomar.parte.no.trabalho.braçal.desenvolvido.na.comunidade..Houve,.além.disso,.alguns.es-forços.para.que.as.pessoas.tomassem.para.si.algumas.pequenas.responsa-bilidades.e.se.organizassem.para.criar.uma.corrente.de.solidariedade.entre.seus.membros.

Entretanto,.com.o.passar.do.tempo,.foi.sendo.percebido.que.essa.forma.de.participaçãonãoeraeficienteparareduzirosproblemaseaexclusãosocial,principalmente.nos.projetos.desenvolvidos.na.África.e.Ásia..O.distanciamento.da.comunidade.do.centro.de.poder.de.tomada.de.decisão.era,.sem.dúvida,.uma. das. principais. causas.. O. controle. dos. projetos. era. sempre. externo. à.comunidadeeficavadetidonasmãosdogovernoedasinstituiçõesinterna-cionais.Asescolhasdofocoedasaçõesdoprojetoetambémficavamforadequalquerdiscussãopelosinteressados.Somentenofinaldadécadade70,einíciodade80,équecomeçouaocorrerumamudançanafilosofiadapartici-pação.popular.e.nas.estratégias.de.abordagem.e.inclusão.da.população.nos.processos.de.desenvolvimento.

Foi.nessa.época,.que.a.GTZ.constituiu.um.grupo.de.especialistas.para.que.criassem.uma.metodologia.de.planejamento.que.se.inserisse.num.processo.participativo.de.gestão.de.projetos.de.desenvolvimento..Com.base.em.meto-dologia.criada.e.adotada.pela.USAID.(USA),.ao.início.dos.anos.70,.o.“Logical Framework Approach”.(LFA),.a.GTZ. introduziu.a.participação.dos.envolvi-dos.como.premissa.básica.do.planejamento.de.projetos..Foi.criada.então.a.metodologia.ZOPP,testadaemfase-pilotonoiníciodadécadade80edefini-tivamente.implantada.a.partir.de.1987.

A.ZOOP.é.constituída.de.duas.etapas.que.se.sucedem.de.forma.interligada.e.integrada..A.primeira.etapa,.chamada.de.etapa de análises,.é.a.fase.em.que.são.realizados.os.diagnósticos da situação existente,.os.prognósticos da situação futura,.a.análise dos envolvidos.e.a.seleção da estratégia.mais.

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adequada.a.ser.adotada.na. fase.seguinte,.A.etapa.seguinte,.direcionada.à.concepção do plano do projeto.se.caracteriza.por.sumarizar.numa.matriz.lógica.toda.a.estratégia.do.projeto.

A.despeito.da.diversidade,.há.elementos.que,.em.maior.ou.menor.grau,.estão.presentes.em.todas.as.formulações.e.iniciativas.em.torno.do.desenvolvimento.local.Pode-sedestacar:aênfasenacooperaçãoemancipadoraenaapren-dizagem.(formação.de.capital.social.e.humano);.o. foco.nos.microempreen-dimentos. e. seus. suportes. (microcrédito,. capacitação,. integração. a. cadeias.produtivas);.a.gestação.de.novos.arranjos.socioprodutivos.ancorados.no.terri-tório;.a.articulação.intersetorial.de.políticas.públicas;.a.constituição.de.esferas.decisórias.com.participação.direta.de.atores.sociais.e,.mais.amplamente,.a.perspectiva.do.protagonismo.local.

Espera-sequeaofinaldoestudodestetemavocêpossa:

▪DiscorrersobreaimportânciadosprocessosdegestãodaEstratégiaDRS.

▪ IdentificarosaspectosrelevantesdametodologiaDRSintegrada.

11GeStão da eStratéGia drS

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O.processo.de.gestão.deve.abrigar.obrigatoriamente.um.conjunto.de.tarefas.queprocuremgarantiraaplicaçãoeficazdetodososrecursosdisponibiliza-dos.pela.organização,.visando.atingir.os.objetivos.e.metas.estabelecidos.

Em.outras.palavras,.cabe.à.gestão.a.otimização.do.funcionamento.das.organi-zações.por.meio.da.tomada.de.decisões.racionais.e.fundamentadas.na.coleta.e.tratamento.de.dados.e.informação.relevante.

O.conceito.de.gestão.está,.portanto,.diretamente,. relacionado.à.arte,.ação,.ciênciaouprocessodeadministrarougerenciar.Agestãopodeserconside-rada.como.sendo.a.arte.de.pensar,.de.decidir.e.de.agir,.de.fazer.acontecer,.de.obter.resultados.

Assim,.o.processo.de.gestão.da.Estratégia.DRS.consiste.no.acompanhamento.dos.Planos.de.Negócios.DRS,.de.forma.a.garantir.a.preservação.dos.capitais.investidos,.o.equilíbrio.entre.as.dimensões.da.sustentabilidade,.a.promoção.da.geração.de.trabalho.e.renda.de.forma.sustentável,.inclusiva.e.participativa,.o.respeito.ao.meio.ambiente.e.às.diversidades.culturais..Em.suma,.visa.ga-rantiraimplementaçãodasaçõesprogramadas,deformaefetivaeeficiente,contribuindo,assim,paraaqualificaçãodaestratégia,paraaminimizaçãodosriscos.e.para.a.maximização.dos.resultados.tanto.para.o.BB.como.para.os.parceiros,beneficiários,meioambienteeasociedadecomoumtodo.

11.1. NORMATIVOS

As.instruções.normativas.referentes.à.Estratégia.Negocial.DRS,.normas,.pro-cedimentos.e.documentos.estão.contidas.no.LIC.440.15.

11.2. CONHECIMENTOS E ATUAÇÃO

■ Planejamento

Para.que.os.objetivos.propostos.pelo.DRS.sejam.alcançados.e.produzam.os.resultados.pretendidos,.é.preciso.organizar.e.mobilizar.os.parceiros.para.a.aplicação.da.Metodologia.do.DRS..Isso.se.dá.mediante.processo.de.articu-lação.e.harmonização.de. interesses,.à. luz.de.um.planejamento.estratégico.participativo.

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O.planejamento.estratégico.participativo.é.uma.ferramenta.de.trabalho.utiliza-daparatomardecisõeseorganizarasaçõesdeformalógicaeracional,afimde.garantir.os.melhores.resultados.e.a.concretização.dos.objetivos.de.uma.so-ciedade,.com.os.menores.custos.e.no.menor.prazo.possível..O.planejamento.representa.uma.forma.de.a.sociedade.exercer.o.poder.sobre.o.seu.futuro,.re-jeitandoaresignaçãoepartindoparainiciativasquedefinamoseudestino.

Esse. exercício. de. planejamento. coletivo. estimula. a. aprendizagem. social. e.requer.novas.habilidades.gerenciais.e.de.interação.social..Uma.vez.iniciado.o.processo.de.implementação.do.DRS,.os.atores.sociais.deverão.ocupar.o.seu.espaço,.tomar.decisões.e.planejar.ações.prioritárias..Nesse.espaço,.o.Banco.passa.a.ser.“mais.um”.parceiro,.com.suas.responsabilidades.de.articulador.e.animador,.papel.que.pode.e.deve.ser.alternado.entre.os.demais.parceiros.e.agentes.do.desenvolvimento.regional.

OpapeldoBancoédegranderelevância,afinal,cabeaeleapresentarame-todologia,.despertar.o.interesse.e.mobilizar.a.sociedade..Isso.implica.manter.postura. ética. e. segura. na. condução. dos. trabalhos,. evitando. sob. todas. as.formas.o.risco.de.imagem.que.uma.eventual.descontinuidade.da.Estratégia.Negocial.DRS.pode.acarretar..Nesse. sentido,. somente. será.possível. obter.resultados.efetivos.sob.a.ótica.da.sustentabilidade,.com.a.aplicação.da.Meto-dologia.DRS,.mediante.o.compromisso.de.permanente.concertação.com.os.parceiros.

O. planejamento. participativo. implica. co-responsabilidade,. compromisso. e.sentimento.de.pertencimento..Se.a.Estratégia.Negocial.DRS. for.conduzida.sob.essa.premissa.desde.o.seu.início,.a.probabilidade.de.acerto.e.de.sucesso.torna-se.grande.e.o.risco.de.fracasso,.além.de.pequeno,.será.suportado.cole-tivamente,.permitindo.aprendizado,.correções.e.recomeço.

■Governança

Como.já.foi.dito,.governança.corporativa.é.um.conceito.de.gestão.das.organi-zações.que.abrange.assuntos.relativos.ao.poder.de.controle.e.de.direção.de.uma.empresa,.bem.como.as.formas.e.esferas.de.seu.exercício.e.aos.diversos.interesses.de.natureza.empresarial..Envolve.os.relacionamentos.entre.acio-nistas.e.cotistas,.conselho.de.administração,.diretoria,.auditoria.independente.econselhofiscal.

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Ao.adotar.boas.práticas.de.governança.corporativa,. o.Banco.do.Brasil. de-monstraquesuaadministraçãosecomprometecomatransparência,apres-tação.de.contas,.a.equidade.e.a.responsabilidade.socioambiental,.suportadas.pela.utilização.de. ferramentas.de.monitoramento.que.alinham.o. comporta-mento.dos.executivos.aos.interesses.dos.acionistas.e.da.sociedade.

Comopropósitodeenvolvertodososexecutivosnadefiniçãodeestratégiase.na.aprovação.de.propostas.para.os.diferentes.negócios.do.BB,.as.decisões,.em.qualquer.nível.da.empresa,.são.tomadas.de.forma.colegiada..Na.Estraté-gia.DRS.não.é.diferente.

Dentro.da.mesma.lógica,.ações.voltadas.para.o.desenvolvimento.de.uma.re-gião,.para.que.sejam.legítimas,.devem.contar.com.o.envolvimento.das.pesso-as.que.vivem.e.trabalham,.desde.a.elaboração.das.propostas,.passando.pela.implementação.e.acompanhamento.dos.resultados.

Para.construir.o.desenvolvimento,.portanto,.é.necessário.o.desenvolvimento.do.capital.social. local,.com.a.participação.efetiva.dos.seus.atores,.aliada.à.confluênciadefatoresquecontemplamasquestõespolíticas,social,econô-micas,.ambientais.e.culturais..

O.Capital.Social. representa.a. inter-relação.de.pessoas.(Capital.Humano).e.Instituições.organizadas.no.território..Uma.região.possui.um.bom.nível.de.Ca-pital.Social.quando.seus.membros.são.atuantes,.integrados,.se.comunicam.e.articulam.para.agir.sobre.sua.própria.realidade.

11.3. DRS INTEGRADO

Como.visto.anteriormente,.quando.da.abordagem.referente.à.visão.de.abran-gênciadaEstratégiaDRS,osplanosdenegóciospodemserdesenvolvidosdeformaintegrada,ouseja,váriasagênciassituadasemummesmoterritó-rio.podem.se.unir.para,.juntamente.com.os.parceiros.locais,.desenvolverem.ações.conjuntas.em.prol.do.desenvolvimento.sustentável.

Por.ser.uma.Estratégia.Negocial,.o.DRS.deve.ser.desenvolvido.na.jurisdição.dasagências,ondesãoefetivamenteefetuadososseusnegócios,indepen-dentementedonúmerodemunicípiosquecompõemestajurisdição,verifican-

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do.sempre.a.cadeia.de.valor.da.atividade,.seus.agentes.e.intervenientes.A.integração.de.Planos.de.Negócios.DRS.obedece.à.mesma.lógica,.só.que.neste.caso.a.região.abrangida.pelo.plano.extrapola.a.jurisdição.de.uma.única.agência.Ametodologiadeveseadaptaràrealidadeenãooinverso,umavezque.a.dinâmica.das.atividades.não.está,.necessariamente,.circunscrita.esses.limites.Ajurisdiçãodeumaagênciapodesercomparadaaomenorterritórioonde.a.metodologia.deve.ser.aplicada,.uma.vez.que.ela.funciona.como.um.fator.de.logística.da.implementação.da.Estratégia.Negocial.DRS.

Asituaçãoinversasedánoscentrosurbanos,ondehámaisdeumaagênciaatuando.em.uma.mesma.região..Nesses.casos,.o. raciocínio.é.semelhante,.visto. que,. se. para. realizarmos. nossos. negócios. num. município. temos. que.contarcommaisdeumaagênciaéplausíveldizerqueessefracionamentoéuma.necessidade.para.que.toda.a.praça.seja.coberta.pela.nossa.atuação.ban-cária..Logo,.a.implementação.da.Estratégia.DRS.também.deverá.obedecer.a.essa.lógica.

A.integração.de.Planos.de.Negócios.DRS.corresponde,.portanto,.a.ações.co-ordenadas.para.que.planos.em.implementação.ou.em.desenvolvimento,.rela-tivosaumamesmaatividadeouatividadesafins,possamserarticuladosentreagências,definindo-seaçõescomunseindividuais.Asaçõescomunspodem,assim,serrealizadascomganhossignificativosdeescala,avisãosistêmicadas.atividades.produtivas.é.ampliada.e.o.risco.de.insucesso.é.reduzido.

Na.prática,.a.metodologia.de.integração.já.foi.construída.e.está.disponível.nas.SuperintendênciasdeVarejoaquemcompeteidentificar,estimularecoorde-nar.essas.integrações.e.o.processo.de.concertação.global.

A.seguir.alguns.aspectos.relevantes.da.metodologia.DRS.integrada:■ Abrangência_nãoexistelimiteparaestaabrangência,umavezquepo-

derão.ser.integradas.tantas.jurisdições.quantas.forem.necessárias.para.o.desenvolvimento.sustentável.de.uma. região.ou.micro. região,.sendo.que.esses.limites.são.estabelecidos.a.partir.de.fatores.como.os.abaixo.descritos, para posterior avaliação da configuração organizacional darededeagênciasdoBB:► territóriodeabrangênciadasrelaçõesentreasdiferentesetapasdas

cadeias produtiva (produção, armazenagem, transporte, beneficia-mento, comercialização)ededistribuição (distribuição, consumofi-

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nal);►. área.de.atuação.das.entidades.parceiras.mais.relevantes,.especial-

mente.as.de.âmbito.regional;►. território.com.laços.de.identidade.cultural,.ambiental,.político-institu-

cionaloueconômica,configurandopólosdeproduçãoouarticulaçãoregional;

■ CriaçãodeequipesdetrabalhoDRSGlobalelocais;■ Identificaçãodeumaagêncialíderquefaráainterlocuçãocomospar-

ceiros.globais;■ ImpostaçãodedadosdeDiagnósticoePlanodeNegóciosDRS,defor-

ma. global. e. individual,. de. maneira. que. determinadas. informações. só.sejamregistradaspelaagêncialíder,ficandoparaasdemaisagênciasvinculadas.ao.processo.de.integração,.os.registros.daquilo.que.for.local.(sua.jurisdição);.

■ Unificaçãodosprocessosdeanálise(técnica,aderênciaederisco).

EmborasejamatribuiçõesdasSuperintendênciasdeVarejoedasGerênciasRegionais.de.Varejo.a.proposição.e.a.coordenação.dessas. integrações,.as.agênciaspoderãomobilizar-seedemandaraimplementaçãodestametodo-logia.em.suas.jurisdições.

11.4. ACORDO DE TRABALHO

Como.visto.anteriormente,.a.Estratégia.Negocial.DRS,.apesar.de.estar.em-basada.em.uma.Visão.de.Futuro.de.longo.prazo,.tem.grande.potencial.para.a.geração.de.resultados.tanto.no.curto,.no.médio,.quanto.no.longo.prazo.

O.objetivo.maior.que.é.o.desenvolvimento.sustentável.de.uma.região,.que.se.pretende.alcançar.com.a.implementação.da.Estratégia.DRS,.só.se.viabilizará.no.longo.prazo..Entretanto,.por.se.tratar.de.um.processo,.as.várias.ações.de-finidasparaseatingiroobjetivopropostoapresentarãoresultadosàmedidaque. forem.sendo.executadas..Em.outras.palavras,.a.estratégia.é.de. longo.prazo,.mas.as.ações.podem.ser.de.curto,.médio.ou.longo.prazo.

Como.a.estratégia.não.busca.resultados.apenas.econômicos,.resultados.so-ciais.e.ambientais.são.igualmente.valorizados.e.mapeados.de.forma.a.garantir.o.equilíbrio.entre.os.pilares.da.sustentabilidade.

pRogRama ceRtificação inteRna em conhecimentos166

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Quantidade.de.famílias.atendidas,.percentual.de.ações.concluídas,.número.de. objetivos. e. ações. por. Plano. de. Negócios,. percentual. de. ações. por. na-tureza.(econômico,.social,.ambiental),.número.de.parceiros.envolvidos,.são.exemplos.de.indicadores.que.são.acompanhados.para.compor.o.Acordo.de.Trabalhodasagências.

AEstratégiaDRSfazpartedodia-a-diadasdependênciasdoBanco,aoladodos.demais.negócios.e.atividades..Entretanto,.em.razão.de.suas.particula-ridades,. tem. sido. percebida. como. um. diferencial. para. a. atuação. negocial,.ampliação.da.base.de.clientes,.rentabilização.de.carteiras,.mitigação.de.riscos.efidelizaçãodeclientes,contribuindo,assim,nãoapenasparaqueadepen-dênciapontuenositensrelativosàEstratégia,comotambémnosdemaisitensdo.Acordo.de.Trabalho.

11.5. FERRAMENTAS: Aplicativos ATB, ORC, DRS

A.gestão.da.Estratégia.DRS.pode.se.dar.por.meio.do.monitoramento.das.in-formações.constantes.no.aplicativo.DRS..Esse.monitoramento.pode.ser.aces-sado.por.qualquer.unidade.do.Conglomerado.BB,.por.meio.de.concessão.de.acesso.ao.aplicativo.

As consultas podem ser acessadas em filtros diretos pelas seguintes op-ções:

■ RegiõesGeográficas;■ RegiõesDRS(delimitaçãogeográficacriadaespecificamenteparaacom-

panhar.as.ações.de.Desenvolvimento.Regional.Sustentável..Exemplo:.Municípios.dos.Vale.do.Jequitinhonha.em.Minas.Gerais);

■ SuperVarejo;■ Gerev;■ Agências;■ PostosdeAtendimentoAvançado-PAA.

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Os.itens.monitorados.são:■ GestãodosProcessos;■ GestãodasAçõesdoPlanodeNegóciosDRS;■ GestãodasAtividades;■ GestãodaCapacitaçãoeHabilitaçãodeAgências;■ GestãodaCarteira.

Os.aplicativos.ATB.–.Acordo.de.Trabalho.e.ORC.–.Orçamento.auxiliam.as.agênciasesuperintendênciasnomonitoramentodosresultadosalcançadosfrente.às.metas.estabelecidas.para.os.diversos. indicadores,.acordados.se-mestralmente...

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