apostila do curso_atualizacao_em_tratamento_de_feridas_unlocked
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ATUALIZAÇÃO EM TRATAMENTO
DE FERIDAS
APRESENTAÇÃO
O tratamento de feridas é um assunto
importante no cotidiano da enfermagem. À
medida que a medicina avança os cuidados
no tratamento das feridas também evoluem.
Portanto, faze-se necessário a compreensão
do processo de cicatrização visto à vasta
gama de opções disponíveis para o
tratamento das feridas.
1.2. Objetivos
Atualizar o profissional de enfermagem
acerca do tratamento de feridas.
Explicar a fisiologia normal permitindo que
a (o) enfermeira (o) reconheça o anômalo.
Favorecer o reconhecimento dos estágios da
cicatrização permitindo selecionar o curativo
adequado.
Esclarecer dúvidas a cerca dos produtos mais
utilizado no tratamento de feridas.
1.3. Premissas
Cada conduta é específica para cada cliente
no tratamento de feridas.
Devemos sempre fazer, juntamente com o
médico, um estudo das causas da lesão.
Quem cicatriza uma ferida é o organismo,
uma lesão irrigada, sem infecção e sem
edema cura-se naturalmente.
Depois de cicatrizada uma lesão, o paciente
necessita continuar o tratamento daquilo que
levou àquela lesão.
Sempre devemos pensar no lado estético da
cicatrização
2. PELE: MAIOR ÓRGÃO DO
CORPO
Definição: A pele ou cútis é o manto
de revestimento do organismo,
indispensável à vida e que isola os
componentes orgânicos do meio
externo. A pele apresenta grandes
variações ao longo de sua extensão,
sendo ora mais elástica e flexível, ora
mais rígida.
Anatomia e Fisiologia: A transição da
vida embrionária para a vida fetal
ocorre no final do segundo mês do
primeiro trimestre. Este ponto é
definido pelo início do
funcionamento da medula óssea e da
estratificação da epiderme, que deixa
de possuir apenas duas camadas
(basal e epiderme), para apresentar
também camadas intermediárias.
Camadas da pele:
• Epiderme: é um epitélio
estratificado pavimentoso
queratinizado de origem ectodérmica.
Composta por cinco camadas:
- Camada Basal: É também chamada
germinativa, apresenta intensa
atividade mitótica, sendo responsável
pela constante renovação da
epiderme. Forma uma membrana que
separa a epiderme da derme.
- Camada Espinhosa: Suas células
possuem ramificações que saem do
citoplasma. Possui tonofibrilas e
desmossomas que tem função de na
manutenção da coesão das células da
epiderme e consequentemente na sua
resistência ao atrito. Quanto maior a
exposição ao atrito maior será esta
camada.
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- Camada granulosa: Célula em cujo
citoplasma são observados os
grânulos grosseiros e basófilos
(grânulos de querato-hialina que vão
contribuir para a constituição do
material interfilamento da camada
córnea.
- Camada Lúcida: Células achatadas,
hialinas e eosinófilos, cujo núcleo e
organelas desapareceram. O
citoplasma consiste em numerosos
filamentos compactados e envolvidos
por material elétron denso. Ainda se
podem ver desmossomas entre as
células.
Camada Córnea: Constituída por
células achatadas mortas e sem
núcleo. Citoplasma com grande
quantidade de substancias córnea,
uma escleroproteína chamada
queratina.
• Derme: É o tecido conjuntivo sobre o
qual se apóia a epiderme. Espessura
máxima de 3 mm na região plantar.
• Camada Papilar: Delgada, constituída
por tecido conjuntivo frouxo, ela
penetra nas papilas dérmicas. Nesta
camada foram descritas fibrilas
especiais de colágeno, que se inserem
na membrana basal e penetra
profundamente na derme com a
função de prender a derme a
epiderme.
• Camada Reticular: Mais espessa
constituída por tecido conjuntivo
denso. Apresenta menos células e
fibras colágenas mais abundantes e
espessas do que a camada papilar.
• Hipoderme (camada subcutánea): É
formada por tecido conjuntivo frouxo
que une de maneira pouco firme a
derme aos órgãos subjacentes. A
hipoderme poderá ter uma camada
variável de tecido adiposo,
dependendo da região e nutrição,
formando uma camada chamada
Panículo Adiposo o mesmo
proporciona isolamento térmico, com
isso confere proteção contra o frio.
Funções Vitais da pele
Proteção: barreira
Proteção: frio, calor, radiação
Proteção: pressão, fricção e traumas.
Proteção: contra substâncias químicas.
Proteção: contra penetração de germes,
sobremodo a formação do manto ácido
protetor.
Proteção: contra a perda de calor.
A importância da preservação da pele:
Preservar a integridade da pele é um fator
importante para a enfermagem ao longo da
estadia do paciente, sendo ainda mais
significativo, pois está é uma barreira natural
contra a entrada de microorganismos. O
profissional deve está atento aos riscos de
desenvolvimento de traumas e rupturas da
barreira da pele, decorrentes de cuidados
rotineiros como banho, desinfecção da pele e
remoção de adesivos.
3. CARACTERIZAÇÃO DAS
FERIDAS
Definição de Ferida
Toda e qualquer ruptura da integridade de
um tecido ou órgão, podendo atingir desde a
epiderme até estruturas mais profundas como
fáscias, músculos e órgãos cavitários.
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Classificação de Feridas de acordo
com a Etiologia
• Agudas: incisões cirúrgicas, traumas,
térmicas e infecciosas.
• Crônicas: - Feridas ulcerativas (úlcera por
pressão)
- Enfermidades dermatológicas
(psoríase)
• Drenantes: fístulas, drenos e
estomas.
Classificação de Feridas quanto ao
rompimento das Estruturas
• Abertas: sem aproximação de
bordas.
• Fechadas: com aproximação e sutura
de bordas
Classificação de Feridas
quanto à Profundidade:
Comprometimento Estrutural
• Superficial: até a derme
• Profunda Superficial: até o
subcutâneo
• Profunda Total: músculo e
estruturas adjacentes
Classificação geral de Feridas
• Feridas Abertas que cicatrizam por 2ª
intenção, são classificadas segundo
aparência em:
- Necrótica: presença de placa
necrótica dura (escara) ou tecida
necrosado.
- Infectada: presença de processo
inflamatório e exsudação supurativa
- Com crosta: exsudação que
solidificou.
- Granulada: formação de tecido novo
(angiogênese) e matriz do colágeno.
- Epitelizada: formação e migração de
células epiteliais sobre a superfície
durante o processo de cicatrização.
Classificação de Feridas: Presença ou
Ausência do Exsudato (Aspecto)
Exsudato fibrinoso: passagem de
proteínas plasmática pela parede do
vaso.
Fibrina: é uma proteína insolúvel, que
se forma durante o processo de
coagulação. Na ferida se apresenta
aderida aos tecidos e tem cor
esbranquiçada ou amarelada.
Padrões Mistos: serosanguinolento,
seropurulento, serofibrinoso e
fibrinopurulento.
Coloração: Esbranquiçada, amarelada
e esverdeada.
Odor: Inodoro, fétido e pútrido.
Derivados de fístulas: biliar, entérica,
urinária, pancreática e fecalóide.
Formato e Tamanho da Ferida
O formato e tamanho da ferida podem mudar
durante o processo de cicatrização. No início
quando retiram os tecidos necróticos e/ou
desvitalizado, a ferida parece aumentar de
tamanho. Isso ocorre porque a dimensão real
da ferida era mascarada pelo tecido
necrótico.
É importante realizar a monitorização do
formato e tamanho da ferida para definir o
curativo ideal.
Localização da Ferida
No exame físico do paciente se identifica a
localização da ferida e evidenciam-se áreas
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com grandes possibilidades para
contaminação, por exemplo, em região sacra.
Aparência da Ferida
A aparência da ferida está relacionada com a
etapa de cicatrização ou com uma
complicação. As feridas abertas podem ser
classificadas como: necróticas, infectadas,
com crosta, granuladas e epitelizadas.
Ressalta-se que algumas feridas podem
pertencer a mais de uma categoria
denominada ferida mista.
4. FISIOLOGIA DA
CICATRIZAÇÃO
O processo de cicatrização de feridas é
composto por várias etapas tais como:
inflamação, reconstrução, epitelização e
maturação.
• Inflação: A reação inflamatória é uma
reação local não-especificada a danos
no tecido e/ou invasão bacteriana. Ela
é uma parte importante dos
mecanismos de defesa do corpo e é a
parte fundamental no processo de
cicatrização. Os sinais de infamação
são: dor, rubor, calor e edema. Esta
etapa dura de quatro a cinco dias e
requer recursos energéticos e
nutricionais.
• Reconstrução: Nesta fase o oxigênio
tecidual estimula os macrófagos para
criar fatores de angiogênese que
instiga o processo de angiogênese. Os
capilares não danificados estimulam a
germinação de células que crescem
na direção da superfície formando
uma rede dentro da ferida fornecendo
nutrientes e oxigênio (tecido de
granulação).
• Epitelização: Trata-se da fase em que
a ferida é coberta por células
epiteliais. Nas feridas fechadas essa
fase começa logo no segundo dia. No
entanto, nas feridas abertas, é
necessário que a cavidade da ferida
seja preenchida com tecido de
granulação antes da epitelização
poder começar.
• Maturação: Durante a fase da
maturação, a ferida se torna menos
vascularizada. As fibras de colágeno
são reorganizadas de forma que
formam ângulos com as margens da
ferida. O tecido da cicatriz presente é
remodelado e lentamente fica igual
ao tecido normal.
Tipos de Cicatrização
Dependendo da maneira com foi produzida a
lesão, podemos classificar o processo
cicatricial em:
• Cicatrização por primeira intenção:
Ocorre quando há perda mínima de
tecido e as bordas são passiveis de
ajuste por sutura. Neste tipo de lesão
o curativo e utilizado apenas para
proteção não havendo necessidade de
manutenção do meio úmido. O
curativo pode ser removido ate apos
48 horas.
• Cicatrização por segunda intenção:
Ocorre quando há perda acentuada do
tecido e não há possibilidade de
fechamento dos bordos. O tempo de
cicatrização será invariavelmente
superior e o curativo deve ser
utilizado com tratamento da lesão,
havendo necessidade de manutenção
do meio úmido.
• Cicatrização por terceira intenção ou
mista: Ocorre quando há fatores que
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retardam o processo cicatricial por
primeira intenção e há necessidade de
deixar a lesão aberta para drenagem
ou para debelar uma Infecção.
Posterior ao tratamento a lesão
poderá ser fechada por primeira
intenção.
5. TRATAMENTO DE PACIENTES
COM FERIDAS
Na assistência ao paciente portador de
feridas se faz necessário uma abordagem
holística, com um levantamento do histórico
do paciente e a avaliação das condições
atuais, incluindo o físico, psicológico e o
espiritual.
Dentre os cuidados físicos estão
• Idade
• Estado Nutricional
• Patologias de base: diabetes,
hipertensão arterial, dislipidemia
• Infecções
• Mobilidade no leito
• Duração da internação hospitalar
• Incontinência urinária
• Higiene
Dentre os cuidados psicológicos estão
• Medo
• Estresse
• Impotência
Cuidados espirituais
A espiritualidade tem conceitos divergentes
no campo da saúde. Todavia ela pode ser
compreendida com um sentido dentro de nós
que responde a realidades infinitas da vida.
6. O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO
Atualmente, há uma vasta gama de curativos
utilizados no tratamento de feridas no
mercado. Esses curativos foram elaborados
para ter um efeito funcional possuindo
algumas características tais como: manter a
alta umidade da interface ferida/curativo,
permitir trocas gasosas, remover o excesso
de exsudato, impermeável a bactéria,
fornecer isolamento pérvio, ser isento de
partículas e tóxicos contaminadores das
feridas e permitir sua remoção sem causar
trauma na ferida.
Manter a umidade da ferida: Deve-se
manter o leito da ferida úmido,
permitindo assim que as células
epiteliais deslizem pela superfície da
ferida. Portanto na limpeza das
feridas abertas, não há a necessidade
de secar a superfície da ferida. Deve-
se secar a pela ao redor da ferida para
ajudar manter o novo curativo fixado.
Retirar o excesso de exsudato: O
curativo deve ter um pouco de
absorvência. Em algumas situações
serão necessários a utilização de
curativo secundário.
Permitir trocas gasosas: A hipóxia do
tecido é fundamental para estimular a
angiogênese na ferida em processo de
cicatrização. Pois, a falta de oxigênio
estimula o crescimento de arcos
capilares na ferida que trazem
oxigênio com eles.
Isolamento térmico: Pesquisas
evidenciaram que leva três horas para
a atividade mitótica retornar a sua
velocidade normal. Portanto, as
feridas não devem ser limpas com
soluções frias e sim mornas.
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Impermeável à bactéria: um dos
objetivos do curativo é criar uma
barreira entre a ferida e o ambiente.
Isento de partículas e tóxicos
contaminadores de feridas: AS
partículas prolongam a reação
inflamatória afetando a velocidade da
cicatrização.
Retirar sem traumas: a utilização de
curativos secos diretamente na
superfície da ferida é a causa
principal de trauma.
7. CURATIVOS
Por definição, curativo é todo material
colocado diretamente por sobre uma ferida,
cujos objetivos são: evitar a contaminação de
feridas limpas; facilitar a cicatrização;
reduzir a infecção nas lesões contaminadas;
absorver secreções, facilitar a drenagem de
secreções, promoverem a hemostasia com os
curativos compressivos, manter o contato de
medicamentos junto à ferida e promover
conforto ao paciente.
Os curativos podem ser abertos ou fechados,
sendo que os fechados ou oclusivos são
subdivididos em úmidos e secos. Os
curativos úmidos têm por finalidade: reduzir
o processo inflamatório por vaso-
constricção; limpar a pele dos exsudatos,
crostas e escamas; manter a drenagem das
áreas infectadas e promover a cicatrização
pela facilitação do movimento das células.
8. PRODUTOS MAIS UTILIZADOS
NO TRATAMENTO DAS
FERIDAS
As soluções mais utilizadas nos
curativos são:
• Soro fisiológico para limpeza e como
emoliente;
• Atualmente, a solução mais utilizada
para limpeza da ferida é o soro
fisiológico 0,9%.
Alginatos
São sais de polímero natural acido algínico
derivado de algas marinhas marrons. Estes
curativos apresentam-se em embalagens
individuais estéreis.
• Mecanismo de ação: o sódio presente
no exsudato e no sangue interage
com o cálcio presente no curativo
promovendo uma troca iônica que
auxilia no desbridamento autolítico,
tem alta capacidade de absorção e
resulta na formação de um gel que
mantêm o meio úmido para
cicatrização.
• Indicações: feridas abertas altamente
exsudativas com ou sem infecção e
lesões cavitárias com necessidade de
estimulo rápido de do tecido de
granulação.
• Contra-indicações: lesões por
queimaduras ou lesões superficiais e
feridas sem ou com pouca exsudação.
Papaína
É uma enzima proteolítica extraída do látex
da caricapapaya.
• Indicação: em todo tecido necrótico,
particularmente naqueles com crosta.
• Mecanismo de ação: ação
antiinflamatória, bactericida e
cicatricial; atua como desbridante.
• Modo de usar: preparar a solução em
frasco de vidro, irrigar a lesão e
deixar gaze embebida na solução.
• Observações: a diluição é feita de
acordo com a ferida: 10% em tecido
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necrosado, 6% nas com exsudato
purulento e 2% naquelas com pouco
exsudato.
Hidrocolóide
Partículas hidroativas em polímero inerte
impermeável.
• Indicação: lesões não infectadas com
ou sem exsudato, áreas doadoras e
incisões cirúrgicas.
• Mecanismo de ação: promove
barreira protetora, isolamento
térmico, meio úmido, prevenindo o
ressecamento, desbridamento
autolítico, granulação e epitelização.
• Modo de usar: irrigar a lesão com
soro fisiológico, secar as bordas e
aplicar hidrocolóide e fixar o curativo
à pele.
• Observações: não deve ser utilizado
para feridas infectadas.
Ácidos Graxos Essenciais (AGEs)
São óleos derivados dos vegetais poli-
insaturados. A composição do produto
comercializado para o tratamento de feridas
e: Acido Linoléico, Acido Caprilíco, Ácido
Capríco, Vitaminas 'A' e 'E' e Lecitina de
Soja.
• Indicações: Prevenção e tratamento
de ulceras de pressão e tratamento de
lesões abertas com ou sem infecção.
• Contra-Indicações: Lesões com
necrose tecidual sem desbridamento.
• Mecanismo de ação: Os AGEs
possuem ação quimiotática. São
precursores de substancias
farmacologicamente ativas
envolvidas no processo de divisão
celular e diferenciação epidérmica
(tromboxanes e prostaglandinas- e
possui capacidade de modificar
reações inflamatórias e imunológicas,
alterando funções leucocitárias e
acelerando o processo de granulação
tecidual.
Ácidos graxos essenciais, lipídios
insaturados ricos em ácido linoléico
• Indicação: todos os tipos de lesões,
infectadas ou não, desde que
desbridadas previamente.
• Mecanismo de ação: promove
quimiotaxia para leucócitos, facilita a
entrada de fatores de crescimento nas
células, promove proliferação e
mitose celular, acelerando as fases da
cicatrização.
• Modo de usar: irrigar a lesão com
soro fisiológico, aplicar AGE por
toda a área da ferida e cobrir.
• Observações: não é agente
desbridante, porém estimula o
desbridamento autolítico.
Curativo de Carvão Ativado
Uma cobertura estéril para ferimentos, de
baixa aderência, envolto por uma camada de
tecido selado em toda sua extensão, com uma
almofada impregnada por carvão ativado e
prata a 0,15%.
• Mecanismo de Ação: o carvão
ativado adsorve o exsudato e filtra o
odor enquanto a prata exerce poder
bactericida local pela liberação de
prata.
• Contra-Indicações: Não deve ser
utilizado em queimaduras, pois a
prata pode provocar dor. O curativo
não deve ser cortado para não ocorrer
liberação do carvão ativado na lesão.
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Sulfadiazina de Prata
É um composto solúvel e com ação
adstringente derivado de sais de prata com
propriedades anti-séptica local.
• Mecanismo de ação: o íon prata causa
precipitação de proteínas e age
diretamente na parede celular e
membrana citoplasmática da célula
bacteriana, exercendo ação
bactericida imediata e ação
bacteriostática residual pela liberação
de pequenas quantidades de prata
iônica.
• Indicações: prevenção de colonização
e tratamento de queimaduras.
Membranas ou Filmes
Semipermeáveis
É um material estéril com possibilidade de
uso como cobertura primaria ou secundaria
indicado principalmente para oclusão de
lesões planas pouco exsudativas. São
transparentes, facilitando a visualização das
características da lesão e permitindo maior
mobilidade ao paciente.
• Composição: filme de poliuretano,
transparente, elástico,
semipermeável, aderente a superfícies
secas.
• Mecanismo de ação: Proporciona
ambiente úmido, favorável a
cicatrização permeabilidade seletiva,
permitindo a difusão gasosa e
evaporação de
água. Impermeável a fluidos e
microorganismos.
• Indicação: Fixação de cateteres
vasculares; proteção de pele integra e
escoriações; prevenção de ulceras de
pressão por fricção, cobertura de
incisões cirúrgicas limpas com pouco
ou nenhum exsudato; cobertura de
queimaduras de 1 e 2 grau; cobertura
de áreas doadoras de enxerto.
• Contra indicações: Feridas com muito
exsudato; Feridas infectadas. Trocar
quando perder a transparência.
Hidrogel
É um composto de água, carboximetil-
celulose (CMC- e propileno-glicol (PPG-
que forma um hidrogel transparente e incolor
com função de remover tecidos necróticos
através do desbridamento autolítico.
• Mecanismo de ação: a água (77,7%)-
mantém o meio úmido, a CMC
(2,3%)- facilita as propriedades
reidratantes e de desbridamento e o
PPG (20%)- estimula a liberação do
exsudato.
• Indicação: remoção de tecido
necrótico em lesões cavitárias.
Protetores Cutâneos para Ostomias
Descrição: São compostos de gelatina,
pectina, carboximentilcelulose sódica e
polisobutileno de uso tópico com a mesma
função de proteger e regenerar a epiderme
Peri - ostomias e Peri - fístulas.
Apresentações:
• Pó - indicado em lesões úmidas e
escoriadas da pele Peri-ostomal. Sua
função é secar e forma uma película
protetora para fixação da placa.
• Pasta - indicada para correção de
imperfeições do estoma. Sua função é
de selante da pele com o estoma
através da formação de um anel ao
redor do estoma.
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• Placa - indicada para a proteção e
regeneração da pele Peri-ostomal e
fixação da bolsa.
Indicações: Peri-fístulas ou Peri-
ostomias.
Pomadas Enzimáticas
São compostos de enzimas especificas para
determinados substratos com o objetivo de
auxiliar no desbridamento da lesão,
entretanto não ha dados conclusivos sobre
sua ação como estimulador do processo
cicatricial.
• Composição: colagenase
lostridiopeptidase A e enzimas
proteolíticas.
• Mecanismo de ação: age
seletivamente degradando o colágeno
nativo da ferida.
• Indicação: desbridamento enzimático
suave e não invasivo de lesões.
• Contra-Indicação: Feridas com
cicatrização por primeira intenção.
Não utilizar por mais de 15 dias.
• Trocar o curativo a cada 8 horas.
Observações: há controvérsias quanto
à eficácia das pomadas enzimáticas
como estimulador da granulação e
epitelização, visto que com o
aumento dos níveis de ação das
proteinases, temos a degradação dos
fatores de crescimento e dos
receptores de membrana celular, que
são importantes para o processo de
cicatrização.
Curativo Adesivo com
Hidropolimeros
É um curativo altamente absorvente para
feridas com baixa a moderada exsudação e
que proporciona um ambiente úmido
facilitador do processo de granulação. Este
curativo é mais aderente devido à presença
de uma camada de hidropolímero com
capacidade de expansão e manutenção da
adesão do curativo a lesão.
• Mecanismo de ação: Proporciona um
ambiente úmido e estimula o
desbridamento autolítico. Absorve o
exsudato e expande-se delicadamente
à medida que absorve o exsudato.
• Indicações: Tratamento de feridas
abertas não infectadas.
• Contra-indicações: Queimadura de 3º
grau; lesões com vasculite ativa;
Feridas colonizadas e infectadas, com
tecido desvitalizado.
9. OXIGENOTERAPIA
HIPERBÁRICA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS
A medicina hiperbárica possui dois grandes
ramos de atividade:
Dedicado à atividade profissional de
mergulhadores, aeronautas e
trabalhadores sob ar-comprimido,
prevalecendo uma abordagem voltada
à saúde ocupacional;
Referente às aplicações clinicas da
oxigenoterapia hiperbárica (OHB). O
tratamento é efetuado em varias
sessões, cujo nível de pressão,
duração, intervalos e numero total de
aplicações são variáveis de acordo
com as enfermidades. A OHB
consiste na inalação de oxigênio puro
com a pressão do ambiente
aumentada de duas a três vezes acima
de seu valor normal, estando o cliente
no interior de uma câmara
hiperbárica. Durante as sessões
ocorre um aumento de 10 a 20 vezes
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na quantidade de oxigênio dissolvido
nos tecidos.
Aplicações Clínicas
Inúmeras são as indicações da OHB
determinadas por vários protocolos aceitos
internacionalmente:
• Embolias gasosas.
• Doença descompressiva.
• Embolia traumática pelo ar.
• Envenenamento por monóxido de
carbono ou intoxicação por fumaça.
• Envenenamento por cianeto ou
derivados cianídricos.
• Gangrena gasosa clostridiana.
• Doença de Fournier.
• Outras infecções necrotizantes de
tecidos moles: celulites, fasciíte e
miosites, deiscência de sutura.
• Isquemias agudas traumáticas: lesão
por esmagamento, síndrome
compartimental, re-implante de
extremidades amputadas e outras.
• Retalhos ou enxertos comprometidos
ou de risco.
• Vasculites agudas de etiologia
alérgica, medicamentosa ou por
toxinas biológicas (aracnídeos,
ofídios e insetos.
• Queimadura complexa.
• Lesões refratárias: úlceras de pressão,
vasculogênica, neuropática (pé
diabético e outras).
• Lesões por radiação: radiodermite,
osteorradionecrose e lesões actínicas
de mucosas.
• Osteomielite crônica.
• Hipoacusia por ototoxidade a agentes
quimioterápicos.
• Anemia aguda nos casos de
impossibilidade de transfusão
sanguínea.
10. ATENÇÃO DO ENFERMEIRO
AO PACIENTE COM VITILIGO
A assistência de enfermagem ao paciente
com vitiligo incluem alguns cuidados tais
como:
- É fundamental o atendimento ao
cliente portador de vitiligo com a
maior brevidade possível, avaliando
com a equipe do serviço a aplicação
de protocolos de atendimento,
buscando reduzir e recuperar a cor da
pele nas regiões detectadas.
- Conhecer as condições
socioeconômicas e culturais em que
vive o paciente observando para as
condições físicas, de sustento
financeiro da família, suas crenças,
seus hábitos culturais e valores
associados aos fatores afetivos-
culturais e sociais.
- Ter na família os elementos
facilitadores do processo de cuidar do
paciente, por isso envolvê-lo na
consulta favorecendo a promoção da
saúde ao paciente.
- Uma vez diagnosticado vitiligo,
(busque manter os pressupostos
teóricos, metodológicos e filosófico
que fundamentaram sua prática)
oferecendo suporte que garanta a
família e ao paciente, o atendimento,
acesso ao serviço de saúde, com um
sistema de referência que dê
respostas eficazes e eficientes à
família e ao paciente.
- Implementar Grupo Terapêuticos de
Auto- ajuda, estimulando e
incentivando o uso das terapêuticas
alternativas junto com uma equipe
multidisciplinar, para orientação e
apoio ao paciente com vitiligo e o uso
de fitoterapia, homeopatia,
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pseudocatalase, helioterapia, UVB,
extrato de placenta humana, kuva,
fenilalanina tópica e sistêmicas e
antioxidantes.
11. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
AO PACIENTE COM DOENÇA
FALCIFORME E PORTADOR
DE ÚLCERA DE PERNA
- As úlceras de perna estão presentes
em 8% a 10% das pessoas com
Doença Falciforme (DF),
principalmente nos adolescentes e
nos adultos jovens.
- Ocorrem em geral no terço inferior da
perna, sobre e ao redor dos maléolos
medial ou lateral e em algumas
ocasiões sobre a tíbia ou o dorso do
pé.
- Um percentual de 75% das pessoas
com úlcera de perna tem genótipo SS.
- Sua etiologia pode ser traumática, por
contusões ou picadas de inseto,
espontânea e por hipóxia tissular
devido a crise vaso-oclusiva crônicas.
- São lesões exsudativas, de tamanho
variável, com margem definida,
bordas em relevo, recoberta por
película amarela e susceptível a
infecção. São extremamente
dolorosas, de difícil tratamento e com
alto índice de recorrência.
- Deve-se fazer o diagnóstico
diferencial com úlcera venosa, úlcera
diabética, úlcera isquêmica, úlcera
neuropática, úlcera por pressão e
outras.
- O envolvimento da pessoa com o
estímulo do autocuidado é de
essencial importância, não somente
na prevenção, como no sucesso do
tratamento.
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ATUALIZAÇÃO EM TRATAMENTO
DE FERIDAS
Avaliação
1) A pele é composta por camadas.
Sobre essas estratificações assinale a
alternativa errada:
a) A epiderme é composta por cinco
camadas denominadas: basal,
espinhosa, granulosa, lúcida e córnea.
b) A derme é um epitélio estratificado,
pavimentoso, queratinizado de
origem ectodérmica.
c) A derme é composta pela camada
papilar e reticular.
d) A hipoderme é formada por tecidos
conjuntivos pouco frouxos que une
de maneira pouco firme a derme aos
órgãos subjacentes.
2) As feridas podem ser classificadas de
acordo com sua etiologia em:
a) Aberta
b) Fechada
c) Superficial
d) Crônicas
3) Quanto à presença de exsudato
assinale a alternativa errada:
a) Fibrina é a passagem de proteína
plasmática pela parede do vaso.
b) Exsudato fibrinoso é a passagem da
proteína plasmática pela parede do
vaso.
c) A fibrina na ferida se apresenta
aderida aos tecidos e tem cor
esbranquiçada ou amarelada.
d) Os padrões mistos incluem:
serosanguinolenta, seropurulenta,
serofibrinoso, fibrinopurulenta.
4) O processo de cicatrização de feridas
é composta por várias etapas, assinale
a alternativa errada:
a) Inflamação
b) Reconstrução
c) Epiderme
d) Maturação.
5) Dependendo da maneira com foi
produzida as lesões podem classificar
o processo cicatricial. Assinale a
alternativa errada:
a) Cicatrização por primeira intenção
b) Cicatrização por segunda intenção
c) Cicatrização por terceira intenção ou
mista
d) Cicatrização por quarta intenção
6) Sobre os tipos de cicatrização
assinale a alternativa verdadeira:
a) Cicatrização por segunda intenção:
ocorre quando há perda mínima de
tecido e as bordas são passiveis de
ajuste por sutura.
b) Na cicatrização por terceira intenção
o curativo e utilizado apenas para
proteção não havendo necessidade de
manutenção do meio úmido. O
curativo pode ser removido até após
48 horas.
c) Cicatrização por segunda intenção:
ocorre quando há perda acentuada do
tecido e não há possibilidade de
fechamento dos bordos.
d) Cicatrização por primeira intenção:
ocorre quando há fatores que
retardam o processo cicatricial por
primeira intenção e há necessidade de
deixar a lesão aberta para drenagem
ou para debelar uma Infecção.
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7) Na assistência ao paciente portador
de feridas se faz necessário uma
abordagem holística, com um
levantamento do histórico do
paciente e a avaliação das condições
atuais, incluindo o físico, psicológico
e o espiritual. Sobre os cuidados
psicológicos assinale a alternativa
verdadeira:
a) Idade
b) Estresse
c) Estado nutricional
d) Patologia de base
8) Os curativos foram elaborados para
ter um efeito funcional possuindo
algumas características assinale a
alternativa verdadeira:
a) Manter baixa umidade da interface
ferida/curativo,
b) Não permitir trocas gasosas,
c) Permeável a bactéria,
d) Permitir sua remoção sem causar
trauma na ferida.
9) Sobre os produtos mais utilizados no
tratamento das feridas, assinale a
alternativa errada:
a) Membranas ou Filme semipermeável:
são compostos de gelatina, pectina,
carboximentilcelulose sódica e
polisobutileno de uso tópico com a
mesma função de proteger e
regenerar a epiderme Peri-ostomias e
Peri-fístulas.
b) Alginatos: são sais de polímero
natural acido algínico derivado de
algas marinhas marrons.
c) Hidrocolóides: Partículas hidroativas
em polímero inerte impermeável.
Indicado para lesões não infectadas
com ou sem exsudato, áreas doadoras
e incisões cirúrgicas.
d) Curativo de carvão ativado é uma
cobertura estéril para ferimentos, de
baixa aderência, envolto por uma
camada de tecido selado em toda sua
extensão, com uma almofada
impregnada por carvão ativado e
prata a 0,15%.
10) Com relação à Sulfadiazina de prata,
assinale a alternativa verdadeira:
a) Mecanismo de ação: o íon prata causa
precipitação de proteínas e age
diretamente na parede celular e
membrana citoplasmática da célula
bacteriana, exercendo ação
bactericida imediata e ação
bacteriostática residual pela liberação
de pequenas quantidades de prata
iônica.
b) Contra- Indicações: prevenção de
colonização e tratamento de
queimaduras.
c) É um composto insolúvel e com ação
adstringente derivado de sais de prata
com propriedades anti-séptica local.
d) Mecanismo de Ação: o carvão
ativado adsorve o exsudato e filtra o
odor enquanto a prata exerce poder
bactericida local pela liberação de
prata.
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Referências
1- BARROS, Alba Lucia Bottura Leite
de e cols. Anamnese e exame físico:
avaliação diagnóstica de
enefermagem no adulto. 2 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2010.
2- BRUNNER/SUDDARTH. Tratado
Médico-Cirúrgico. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
3- CARPENITO, Lynda Jual. Manual
de Diagnósticos de Enfermagem.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul
Ltda, 2010.
4- CIANCIARULLO, Tâmara Wanow.
Instrumento Básicos para o cuidar:
Um desafio para a qualidade da
assistência, São Paulo: Atheneu,
2006.
5- CINTRA, Eliane Araújo e Cols.
Assistência de Enfermagem ao
paciente gravemente - enfermo. São
Paulo: Athneu, 2011.
6- DEALEY, Carol. Cuidando de
feridas: um guia para as enfermeiras.
Tradução: Eliane Kanner. São Paulo:
Atheneu Editora, 2006.
7- MALAGUTTI, William (org).
Curativo, estomias e dermatologia:
uma abordagem multiprofissional.
São Paulo: Martinari, 2010.
8- MOZACHI, N. O hospital: manual do
ambiente hospitalar. Curitiba:
Manual Real, 9ª Ed, 2007.
9- SILVA, R.C.L. da; FIGUEREDO,
N.M.A. de; MEIRELLES, I.B.
Feridas – Fundamentos e
Atualizações em Enfermagem. 2 ed.
São Caetano do Sul: Yendis, 2007.
10- WALDOW, Vera Regina. Cuidado
Humano: o resgate necessário. Porto
Alegre: Sagra Luzzato, 2007.
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