apostila da secretaria de educação básica de aratuba
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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARATUBA
Secretaria de Educação Básica
Orientação Técnico-Pedagógica para execução do Projeto Vida
Saudável no Nosso Semiárido.
Aratuba
2011
Coordenação
Secretária de Educação Básica
Maria Adiléia Farias Lima
Diretora do Ensino Fundamental I
Francisca de Paula Melo de Assis
Diretora do Ensino Fundamental II
Naãma Andrade Martins Colares
Assessora Pedagógica da Secretaria de Educação Básica
Maria Isaura Batista Barbosa
Elaboração e Organização
Prof. Francisco Evandro Alves da Silva – PCA de Linguagens e Códigos
Prof. Francisco Antônio Oliveira Monteiro – PCA de Ciências Humanas
Prof. Francisco Gildo Alves Gomes – PCA de Cultura e Sociedade
Colaboração
Rosângela Lopes Rocha – Coordenação de Atenção Básica da Secretaria de Saúde
Adriano Lopes Vasconcelos – Contador da Prefeitura Municipal de Aratuba
Márcia Freitas Leitão – Secretária de Banco de Dados da Secretaria de Educação
Cleto Santos Custódio – Departamento de Recursos Hídricos
Aurilene Borges Lourenço – Conselho Tutelar de Aratuba
Apoio
Prefeito Municipal de Aratuba – Júlio César Lima Batista
Diretores e Coordenadores Pedagógicos das Escolas Nucleadas do Município
Todos os Professores da Rede Pública do Município de Aratuba
SUMÁRIO
01.APRESENTAÇÃO.........................................................................................
02.Fundamentação Filosófica, Pedagógica e Histórica do Projeto Vida Saudável no Nosso
Semiárido....................................................................................................
03.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área de Linguagens e
Códigos.................................................................................................................
04.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Ciências da
Natureza ..............................................................................................................
05.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área da Cultura e
Sociedade................................................................................................................
06.Referências Bibliográficas.................................................................................
APRESENTAÇÃO
O presente projeto ―Vida Saudável no Nosso Semiárido‖ visa esclarecer sobre o significado do
semiárido e a influência que esse clima exerce sobre a vida das pessoas no dia-a-dia. É um estudo de cunho
predominantemente ambiental, mas inclui os aspectos sociais, políticos e econômicos existentes nessa
região. Apesar de moramos em Aratuba, município encravado no Maciço de Baturité e sermos privilegiados
pelo clima serrano ameno, mesmo assim tal realidade não se estende a todo o território aratubense. Somos
hoje 11.410 habitantes vivendo numa dimensão territorial de 115 Km2 segundo o IBGE de 2010 e nessa
dimensão várias localidades do município no todo ou em parte como Balança, Jardim, Pai João, Tope e
outros convivem diretamente com o semiárido. Sem contar que o estado do Ceará com uma área de
148.825,602Km2 e uma população em torno de 8.547.809 habitantes conforme dados do ultimo censo, tem
na sua quase totalidade a presença marcante do semiárido.
O projeto será desenvolvido nas Escolas Nucleadas do Município de Aratuba e tem o objetivo de
conscientizar professores e alunos sobre a realidade ampla do semi-árido brasileiro, regional, estadual e no
próprio município onde vivemos, e a partir dessa conscientização tomar uma nova postura frente às questões
problemáticas e a conseqüente busca de soluções. Seu lançamento acontecerá no dia 1º. de abril de 2011 e
sua culminância se dará em 06 de maio do mesmo ano em cada escola do nosso município.
A Geografia como disciplina eixo do projeto determina os temas e os tópicos a serem estudados que
por sua vez serão abordados nas demais disciplinas auxiliares que trabalharão o conteúdo de forma
interdisciplinar, criativa, crítica e acima de tudo, prática para que o aluno perceba e veja durante o estudo seu
―lugar‖ e sua ―vida‖. Para isso os temas integradores foram divididos por turmas conforme o nível e
complexidade dos mesmos nos seguintes tópicos estabelecidos junto com os Coordenadores Pedagógicas das
escolas.
Turma do Ensino Fundamental I e II Temas Integrados
1º. Ano A Fauna no Semiárido
2º. Ano A Flora no semiárido
3º. Ano Paisagens do semiárido
4º. Ano A Convivência no semiárido
5º. Ano Preservação ambiental no semiárido
6º. Ano A Preservação da água no semiárido
7º. Ano Características geográficas do município no
semiárido
8º. Ano A Política e economia no semiárido
9º. Ano A Cultura no semiárido
A Secretaria de Educação Básica designou os PCAs – Professores Coordenadores de Áreas para dar
suporte técnico-pedagógico aos professores da rede pública municipal de Aratuba. Um slide sobre o
semiárido foi apresentado aos docentes durante as visitas as escolas nucleadas com o auxílio tecnológico
do data-show. A presente apostila continua e aprofunda o material ali explicado. Mas além do enfoco
conceitual e geográfico do próprio assunto temático do projeto, o material que o professor tem em mãos
fornecerá sugestões pedagógicas para sua execução em sala de aula. Cada PCA contribuiu em sua área
para elaborar e organizar as informações sobre o semiárido envolvendo a compreensão teórica e a
metodologia pedagógica do tema integrador em cada disciplina tendo a Geografia como disciplina eixo
do projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido. Dessa forma o professor Evandro Alves organizou e
elaborou a orientação técnico-pedagógica na área de Linguagens e Códigos; o professor Francisco
Monteiro, elaborou e organizou na área das Ciências Naturais; e o professor Gildo Gomes procedeu de
igual forma na área de Cultura e Sociedade, sendo que o mesmo responsabilizou-se também pelo
designer, apresentação e fundamentação filosófica, pedagógica e histórica do presente material como
professor coordenador da disciplina eixo.
No final da apostila temos uma bibliografia por áreas para que cada professor possa aprofundar mais
ainda os conteúdos, conceitos e sugestões fornecidas aos educadores. Tanto as obras como os sites
serviram como fundamentação de tudo que aqui está exposto. Os PCAs ora elaboraram a partir dos dados
disponíveis no uso das próprias palavras e idéias, e ora transcreveram textos de material disponível nas
fontes consultadas e citadas no final da apostila. Além do acesso ao material impresso a apostila também
será disponibilizada em formato de PDF aos professores.
A Secretaria de Educação Básica também disponibiliza a direção de cada escola a cópia da apostila
do SENAR/CE de autoria do prof. Ricardo Léo Ramos Gomes, Engenheiro Agrônomo pela UFC. Esse
material será usado no próximo ano 2012 quando o Programa Agrinho trabalhará a temática
―Convivendo com o Semiárido‖.
Desejamos que o material atenda o propósito ao qual foi elaborado – servir de instrumental norteador
aos professores do ensino fundamental da escola pública de Aratuba para trabalharem com criticidade e
criatividade o projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido de forma contextualizada e prática conforme a
realidade de cada comunidade onde se insere a escola nucleada.
Aratuba-Ce, 25 de Março de 2011
Data do 54º. Ano da Emancipação Política do Município de Aratuba
FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA, PEDAGÓGICA E HISTÓRICA SOBRE O
PROJETO VIDA SAUDÁVEL NO NOSSO SEMIÁRIDO
O projeto ―Vida Saudável no Nosso Semiárido‖ foi desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica
do Município de Aratuba que procura viabilizar práticas educativas para uma convivência no semiárido
brasileiro, cearense e aratubense. O projeto é lançado no mesmo ano que a CNBB faz um apelo à sociedade
por uma mudança de relacionamento entre homem e natureza através da Campanha da Fraternidade de 2011.
E é praticamente impossível falarmos de semiárido sem frisarmos os problemas ambientais que nos atingem
e reclamam medidas de solução urgente.
Não é primeira vez que as escolas de município trabalham o semiárido, embora o seja de maneira
mais precisa e sistemática. Em 2010 as escolas nucleadas apresentaram experiências exitosas do projeto
Agrinho. Um trabalho belíssimo pela comunidade escolar das nucleadas da zona rural. Com o sucesso a
Secretaria de Educação, através de seu Departamento de Ensino, pela diretora Naãma Andrade, conseguiu
material de curso sobre mudanças climáticas para capacitação de professores pela Fundação Demócrito
Rocha. O objetivo é que o professor esteja mais preparado e entenda melhor os fenômenos climáticos do
mundo, principalmente o clima semiárido no qual estamos envolvidos diretamente.
O estudo da Geografia e sua relação com os temas transversais conforme estabelecido pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs), enfatiza que ―a compreensão das questões ambientais pressupõe
um trabalho interdisciplinar. A análise de problemas ambientais envolve questões políticas, históricas,
econômicas, ecológicas, geográficas, enfim envolve processos variados, portanto, não seria possível
compreendê-los pelo olhar de uma única ciência. Como o objetivo de estudo da Geografia, no entanto,
refere-se às interações entre a sociedade e a natureza, um grande leque de temáticas de meio ambiente está
necessariamente dentro de seu estudo‖. (PCN, Geografia p.46).
É com essa compreensão de uma Geografia que se relaciona com as demais ciências do saber que a
Secretaria de Educação Básica lançou ―Vida Saudável no Semiárido‖, tendo Geografia como disciplina eixo,
mas sem o isolamento dos demais conteúdos escolares. Cada professor em sala trabalhará a realidade global
e local do semiárido dentro das sugestões pedagógicas sugeridas na sua respectiva disciplina.
Para entender o semiárido brasileiro é preciso compreender um pouco do processo histórico de
exploração que fomos submetidos durante o período de colonização européia e as políticas públicas mal
empregadas pelo coronelismo brasileiro, principalmente na região nordeste onde o semiárido é mais
marcante. E os nordestinos viveram e ainda vivem em menor intensidade uma realidade de exclusão social
histórica.
Com a chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500 trazendo os primeiros colonizadores, a região
Nordeste do país foi a primeira a ser ocupada juntamente com a exploração de sua costa. Os interesses
portugueses em explorar os recursos naturais brasileiros, resultaram na divisão do território brasileiro em
capitanias e sesmarias. No blog www.blogdogemaia.com de Geraldo Maia ele afirma que ―A colonização
do Nordeste brasileiro deu-se pelo litoral, onde os portugueses encontraram condições ideais para o plantio
da cana-de-açúcar. O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa e alcançava um alto valor
comercial. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao
clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. E o litoral bastava para os colonizadores.
Toda parte não habitada era chamada de deserto, ou "desertão", palavra essa que posteriormente ficou
resumida a "Sertão". Surgiram então os engenhos para processar o açúcar, e para mover as moendas tiveram
que importar o gado para os trabalhos de tração. Com o crescimento do rebanho, começaram a surgir
problemas entre os senhores de engenho e os criadores de gado, de forma que em 1701 uma Carta-Régia
determinou a retirado do rebanho das terras litorâneas. As 10 primeiras léguas (aproximadamente 60km), a
partir da quebra do mar, estavam reservadas para a plantação de cana-de-açúcar. Restava, pois, aos criadores
o sertão. E foi no rastro do gado que o sertão foi colonizado. Os pecuaristas aproveitavam os leitos secos dos
rios como estradas para conduzirem as suas boiadas e quando chegavam num lugar plano, fora da faixa
proibida, construíam os seus currais, erguiam as suas cabanas, fixavam-se na terra‖. E com a divisão das
terras brasileiras em capitanias e sesmarias, a conseqüente exploração da cana-de-açúcar e a formação de
grandes fazendas nordestinas, montou-se um palco político de exploração da mão de obra e da consciência
do cidadão nordestino. Como disse o escritor e jornalista, Antônio Carlos Olivier:, ―As origens do
coronelismo se relacionam à própria colonização do território brasileiro: ao dividir o Brasil em capitanias
hereditárias e criar a figura do donatário, a Coroa portuguesa lançava, sem o saber, as bases do coronelismo.
O donatário, como depois os donos de sesmarias, eram proprietários de grandes extensões agrárias nas quais
exerciam o poder absoluto‖.
A exploração da terra, dos recursos naturais, da mão-de-obra e da consciência do povo,
empobreceram o Nordeste e enriqueceram muitos europeus lá fora e muitos brasileiros aqui dentro tanto no
nordeste como nas outras regiões brasileiras. Ainda hoje a dívida do governo no Brasil é enorme com o
povo brasileiro, especialmente com as populações do semiárido, especificamente no semiárido nordestino. A
própria Presidente da República Dilma Rouseff, reconheceu isso num discurso no XII Fórum dos
Governadores do Nordeste em Aracajus-SE, em 21 de fevereiro quando afirmou ―...Nós não podemos olhar o
Nordeste vendo todas as regiões como iguais porque, assim como não há solução para o Brasil sem solução para o
Nordeste, não há solução para o Nordeste sem solução para o semiárido nordestino. E isso significa que nós vamos ter
de regionalizar os nossos instrumentos, as nossas ações, e que vai ficar mais difícil fazer a política, porque ela vai ter
de ser mais precisa, ela vai ter de ser mais requintada, e nós teremos de ter uma parceria cada vez mais estreita.
Territórios ainda vulneráveis da região, eles devem ser incorporados ao ciclo virtuoso de crescimento que nós já vimos
surgir em várias áreas dos vários estados nordestinos. Nós vamos precisar, para que a gente de fato tenha um novo
Nordeste, espraiar o desenvolvimento por todo o território...‖ (grifo nosso).
É necessário portanto, no estudo do semiárido abordar sim as políticas públicas voltadas para essa região e
percebermos de forma ampla e crítica as diferenças entre os investimentos que respeitem a cidadania e o
desenvolvimento social sustentável sem jamais aceitarmos o clientelismo ou oportunismo eleitoreiro de governantes
que exploram os sentimentos do povo nordestino.
Por fim, tanto alunos quanto professores, ao final do projeto compreenderão o semiárido brasileiro e
suas complexidades ambientais, econômicas, sociais e políticas, numa visão crítica e contextualizada com a
vida cotidiana, destacando a realidade desafiadora(os problemas do semiárido); a realidade admiráveis(as
riquezas e belezas do semiárido); e ainda a realidade sonhadora(os desejos de um futuro melhor). Tudo isso
só será possível com uma conscientização geo-política e sócio-ambiental num constante processo educativo
transformador e renovador. E assim alcançaremos os objetivos específicos propostos no projeto que são:
Conscientizar sobre a importância da preservação ambiental do semiárido, principalmente a Caatinga
como bioma de exclusividade brasileira, e os problemas do desequilíbrio ecológico causado pelos
desmatamentos e queimadas;
Perceber as riquezas do semiárido em suas múltiplas formas na agricultura, alimentação, cultura,
arte, costumes, religiosidade dentre outros.
Desenvolver uma formação cidadã que diferencie as políticas públicas de soluções permanentes das
―políticas‖ de projetos ou programas superficiais de cunho politicamente eleitoral.
Entender que as diferenças climáticas entre o semiárido e as demais regiões brasileiras não justifica
as políticas públicas mal empregas, ou o subdesenvolvimento de um e o desenvolvimento de outra.
Os baixos índices na educação e saúde do semiárido, por exemplo, não é culpa do clima e, sim, de
políticas mal direcionadas e empregadas ao longo de nossa história.
Alimentar no educando o sentimento de afetividade pela sua terra, sua gente, seus costumes, sua
cultura, sua arte, sua história e a partir dessa perspectiva lutar por um semiárido mais justo,
sustentável, fraterno e igualitário.
Acreditamos que os objetivos propostos e alcançados resultarão numa mudança de postura de
educador e educando frente aos desafios do semiárido e assim, ambos, como cidadãos de sua
comunidade, experimentarão um melhor relacionamento ambiental, político e social com o semiárido
numa vida saudável para todos.
Departamento de Ensino da SEDUC - ARATUBA.
Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Linguagens e
Códigos.
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
Leitura e escrita são atividades que, desde quando o homem sentiu necessidade de ampliar suas formas de
comunicação, andaram juntas. Não se concebe na atualidade, atividades de leitura e escrita de forma dissociada. Assim, para
que o aluno seja um bom escritor é necessário que ele seja também um bom leitor. Bom leitor no sentido de interpretar de
forma coerente e critica algo lido. Desta forma, além das atividades de produção de textos propriamente ditas, é importante
que o professor tenha a preocupação de estar atento a quatro aspectos que o leitor atende quando lê: percepção da palavra,
compreensão, reação e integração. Isto quer dizer que, ao ler, nossos alunos além de RECONHECER a palavra escrita
devem COMPREENDER o que leu, isto é, ligar a palavra ao seu significado; REAGIR À LEITURA, o que significa gostar
ou não do que leu, o que denota subjetividade; INTEGRAR, ou seja, relacionar o que leu com outras partes do texto e com
as suas experiências anteriores sobre o assunto. Isto ocorrendo vai favorecer o desempenho do aluno enquanto produtor de
um texto.
Além das atividades de leitura, que envolvem situações de interpretação, desenvolvimento da linguagem oral (saber
ouvir e falar), quando trabalhamos produção de texto com nossos alunos devemos estar atentos a alguns aspectos
importantes para que eles sejam capazes de produzir textos originais, criativos, coesos, coerentes.
Dessa forma, para um bom desempenho do aluno em situações de leitura e produção de texto faz-se necessário
promover o desenvolvimento da sua capacidade de criação, de observação, de reflexão, de discriminação, de participação, de
coorperatividade, de decisão e de ação. Como sugestões para que isto ocorra apresentamos as seguintes atividades:
Dicas para montar uma oficina de leitura
Ao planejar uma oficina de leitura, tenha em mente que essa atividade implica em participação ativa e
construtiva das crianças nos procedimentos e resultados dela. Um preparativo importante é a triagem
preliminar dos livros, que devem ser escolhidos de acordo com a faixa etária, os conhecimentos e o interesse
dos alunos.
Outro item dos preparativos é o espaço em que se dará a oficina: tranquilo, confortável e alegre.
Resolvido o espaço, pense no tempo. Para a primeira oficina, reserve no mínimo uma hora. A duração, e sua
possível expansão em oficinas subseqüentes, vão depender da concentração das crianças, que deve ser
avaliada o tempo todo. Se notar impaciência na turma, abrevie a oficina. Assim as crianças não vão achar que
a atividade é alguma coisa chata que a professora faz.
Cumpridos os preparativos, defina uma proposta de trabalho. De que tipo de obras as crianças se ocupariam na
oficina? Uma categoria a considerar seria a temática. Digamos livros de aventura, de mistério, fábulas etc.
Outra opção é classificá-las pela forma: versos ou prosa. Ou por autores. Você pode ainda propor cruzamentos
simples de categorias. Por exemplo, fábulas em versos de certo autor. É também possível considerar a escolha
de livros de uma mesma coleção. Aliás, os próprios catálogos podem ser objetos de uma oficina de leitura.
Proponha que os alunos leiam, em grupos de dois ou três, diferentes livros do conjunto escolhido para
posterior comentário, discussão e crítica. Enquanto cada grupo lê seu livro, procure não interferir no trabalho,
a menos que solicitada a fazê-lo. Você também pode ler um ou mais livros enquanto os grupos fazem sua
leitura. Isso vai fazer a classe sentir em você uma atitude participativa. Uma vez concluída a leitura, você terá
diferentes propostas a apresentar. Uma delas é a de cada grupo discutir a obra lida: o enredo, as personagens, o
final. Depois que todos tiverem concluído essa etapa, cada um pode expor à classe sua crítica do livro, que,
claro, pode ser tanto favorável quanto desfavorável. Pode partilhar com outro grupo. Pode desenhar criar,
representar.
O IMPORTANTE FAZER DESSES MOMENTOS UMA POSSIBILIDADE DE EXPRESSÃO, DE FALA
E DE ESCUTA PARA CADA ALUNO:
OFICINA -01
TEXTO ILUSTRADO
Usando uma cartolina, revista para recorte, cola e tesoura o aluno pode criar um belo texto
ilustrado. O professor divide a sala em grupos e dá a cada um o material que irão precisar e o
tema para cada grupo. Eles colam as figuras de acordo ao tema e em seguida apresentam
oralmente seu texto ilustrado... É muito gratificante a dinâmica e desenvolve a oralidade dos
alunos
RECURSOS Livros, jornais revistas. Etc.
DURAÇÃO Média de duas aulas
LOCAL Biblioteca ou a própria sala de aula
OFICINA-02
TELEFONE SEM FIO
Consiste em um curto texto que o professor fala ao ouvido do primeiro aluno do
círculo; este se encarrega de contar ao ouvido do segundo e assim sucessivamente, até
que todos estejam sabendo do fato. O último aluno deve narrar como a história chegou
até ele e os colegas devem estabelecer comparações com o que ouviram. O professor
deve escolher o tipo de texto adequado ao seu objetivo. Após os comentários, pode-se
sugerir a proposta de produção: recontagem, relação com um fato semelhante,
mudança de final..
RECURSOS Um tema sobre o projeto
Duração
50 minutos
LOCAL A própria sala de aula ou ar livre, pátio da escola
OFICINA-03
TEXTO COLETIVO
O professor organiza grupos de quatro alunos, cada um deve iniciar um texto
qualquer. Ao sinal do professor, os alunos devem trocar as folhas e o colega continua
o texto que começou a escrever na folha que o colega lhe passou. O orientador deve
dar alguns sinais para que os alunos troquem as folhas. O resultado é que os textos
ficarão bastante engraçados e até ilógicos. Os alunos devem ler os textos em grupo e
escolher um para apresentar à classe toda. Os alunos depois devem organizar os
textos que iniciaram de forma coerente.
OBS: Essa dinâmica também pode ser feita com desenhos e no final o aluno verá se
foi realmente o que imaginou do seu desenho
RECURSOS
Papel Ofício, caderno, lápis etc.
DURAÇÃO
50 minutos
LOCAL A própria sala de aula ou ar livre, pátio da escola.
OFICINA-04
PARA DESENVOLVER A IMAGINAÇÃO
- Narre, para seus alunos, o final de um filme e peça que eles imaginem o início.
- Selecione gravuras de uma história completa. Retire uma das cenas para os alunos
- Peça seus alunos para: Recomporem de outras maneiras a história apresentada...
RECURSOS
Um tema sobre o projeto, objetos do semiárido fotos paisagens etc.
DURAÇÃO Médias duas aulas
LOCAL A própria sala de aula, ar livre ou pátio da escola
OFICINA-05
Criar :( escrevendo, desenhando, pintando etc. )um personagem fundamentado no real ou
na fantasia.
A professora (o) dá o Roteiro conforme achar conveniente.
Exemplo de roteiro: Peso e altura: Cor da pele e situação financeira, local de moradia etc.
RECURSOS Um tema sobre o projeto, objetos do semiáriodo fotos paisagens etc.
DURAÇÃO 50 minutos
LOCAL A própria sala de aula, o pátio da escola
OFICINA-06 Imaginar e escrever sobre:
Como as pessoas viveriam em casas só de vidro? Como seria o mundo se todas as coisas
fossem cinza?
O que aconteceria se os jumentos fossem os únicos meio transporte de uma cidade?
Como seria o mundo se os pássaros vivessem só em gaiolas?
RECURSOS
Papel oficio, caderno etc.
DURAÇÃO 50 minutos
LOCAL A própria sala de aula
OFICINA-07
Falando da comunidade
A partir do relato dos alunos sobre as características do lugar onde está localizada a escola,
levantar alguns problemas e tentar solucioná-los. Por exemplo, o lixo, a falta de água, as
queimadas etc.
Obs. os alunos podem escrever notícias e montar um pequeno jornal da escola
RECURSOS A internet, papel oficio figuras etc.
DURAÇÃO Média de duas aulas
LOCAL A própria sala de aula a comunidade, a biblioteca da escola
CONCURSOS PARA PRODUÇÃO DA ESCRITA DO SEMIÁRIDO:
Concurso de Cordel
1-Juventude produzindo e gerando renda na agroecologia do semiárido;
2-Educação contextualizada para a convivência com o Semiárido;
3-Juventude e suas expressões culturais; 4-Juventude e comunicação serra x sertão.
5-O os ―biomas‖ do semi-árido; 6- A convivência com o semi-árido;
7- A vida no sertão nordestino; 8- A diferença entre serra e sertão;
9-A escola do sertão e a escola da serra; 10-O meio ambiente no semi-árido.
Que tipo de produção pode ser feita: (Cordel)
CONCURSO DE CARICATURAS DO PATATIVA DO ASSARÉ:
PROMOVER NA ESCOLA O CONCURSO DA MELHOR (OS) CARICATURAS DO POETA
MAIOR DO NORDESTE BRASILEIRO;
OS ALUNOS PODEM VERIFICAR FOTOS E DESENHAR AS CARICATURAS EM
CARTOLINAS OU OUTRO MATERIAL.
CONCURSO DE PAISAGENS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO:
A ESCOLA PODE TRABALHAR AS PAISAGENS NORDESTINAS DO
SEMI-ÁRIDO ATRAVÉS DE DESENHO COM TINTAS, CARVÃO, LÁPIS DENTRE OUTROS.
COLETÂNEA DE TEXTOS PARA ESTUDO E PESQUISA:
Semiárido brasileiro
O Semi-Árido brasileiro representa 18% do território nacional e abriga 29% da população do País. Possui
uma extensão de 858.000 km2, representando cerca de 57% do território nordestino, sendo que a área
designada como Polígono das Secas (ocorrência de secas periódicas) é estimada em 1.083.790,7 km2. No
Semi-Árido, vivem 18,5 milhões de pessoas, com destaque para o fato de que 8,6 milhões pertencem à zona
rural, caracterizada por alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, com índices de
qualidade de vida muito abaixo da média nacional. Sua densidade demográfica de 20 hab/km2 não parece
alta quando comparada com a média nordestina que é de 28 hab/km2. Contudo, tomando por base outras
regiões semi-áridas no mundo, apresenta-se como uma das mais elevadas. Acresça-se a esse fato as próprias
características naturais ali predominantes. Longe de se caracterizar como um espaço homogêneo, o Semi-
Árido pode ser apresentado como um "grande mosaico".
Como principal característica climática, destaca-se as temperaturas médias elevadas e precipitações médias
anuais inferiores a 800 mm, extremamente concentradas, gerando os períodos de chuva e estiagens. Cerca de
50% dos terrenos do Semi-Árido são de origem cristalina, rocha dura que não favorece a acumulação de
água, sendo os outros 50% representados por terrenos sedimentares, com boa capacidade de armazenamento
de águas subterrâneas. Suas feições de relevo refletem a dinâmica climática e estrutural, mas, apesar de
dominar grandes extensões dissecadas, é possível registrar significativas áreas ocupadas por serras e vales
úmidos.
São apenas dois os rios permanentes que cortam o Semi-Árido: o São Francisco e o Parnaíba; sendo que os
demais aparecem de forma intermitente (apenas nos períodos de chuva), desempenhando, contudo, um papel
fundamental na dinâmica de ocupação dos espaços nessa região. Mas a disponibilidade de água existente e
potencial devem ser vista considerando, também, os açudes públicos e reservatórios privados, além das
alternativas crescentes de captação de água para o consumo doméstico.
Essa diversidade natural comporta práticas de manejo do território marcadas por relações sociais "arcaicas" e
"modernas", includentes e excludentes; por atividades econômicas tradicionais, de pouca inserção no
mercado, com baixo uso de tecnologia em contraste com setores de ponta oriundos da agricultura irrigada.
Em ambas as situações, as conseqüências ambientais são graves. Comporta, antes de tudo, uma alta
concentração de terras e uma estrutura sócio-política altamente paternalista. Na agricultura tradicional,
baseada no sistema de policultura (principalmente milho e feijão) e pecuária (rebanhos de bovinos, ovinos e
caprinos), a vulnerabilidade à existência das secas é elevada e a situação agrava-se quando o foco recai nos
pequenos agricultores ou nos trabalhadores sem-terra.
Palavras e expressões do semiárido:
Dicionário Sertanejo
Brasileirismos, archaismos e corruptelas coligidas por Cornélio Pires e empregadas
na ―Musa Caipira‖, ―Scenas e paisagens de minha terra‖, ―Quem conta um conto...", e em
muitas de suas obras literárias. A não manutenção da ortografia da época foi para facilitar a
compreensão aos nossos alunos.
A
Aááb! - Exclamação correspondente a "Ave Maria", "Aáááh!...Maria Credo".
Abancamos - Sentamo-nos em bancos.
Abancar - Correr fugindo ou em perseguição de alguém.
Abrir-o-pala - Fugir correndo.
Acauan - Ave que se alimenta de répteis. Seu canto prenuncia a chuva.
Acabritada - Amulatada - Mestiça de branco e preto.
Aceiro - Terreno capinado ao redor da roçada a ser queimada.
Afincar o pé - Caminhar com energia. Correr.
Afiniz - Doce - Alfenim.
Agarrar ou Garrar - Principiar. Segurar. Tomar um caminho -"Garrei a estrada".
Agregado - Indivíduo que vive parasitariamente em terra alheia.
Agua-de-assucar - Água com açúcar.
Aguado - Diz-se do cavalo que adoece vendo os outros comer ou beber tendo ele fome
e sede.
Aguia - Finório. Inteligente. Astuto.
Aiva - Desorientado. Fora de si. Misterioso. Esquisito. Sensação indefinível.
Alentado - Robusto. Forte.
Alimá - Animal cavalar ou muar.
Aluncio - Anúncio.
Amarrano - Cão negaceando a presa. Preando a perdiz.
A'me! - Exclamativo: "homem"!
Amiudá - Diz-se quando os galos vão diminuindo o canto ao amanhecer.
Amó-que - A modos que... Parece-me...
Amóde - Por causa de...
Andasso - Epidêmico.
Antónho Conseiêro - Pantomima extraída da grande tragédia baiana em que o governo
chacinou sem razão os sertanejos chefiados pelo caipira Antonio Conselheiro.
Anún - Pássaro preto insetívoro, que acompanha os animais no campo. Há também o
"anún branco".
Anún - ficar de - Nú.
Apalermado - Boquiaberto. Abobalhado.
Aparêio - Isqueiro, pedra de fogo de fuzil. Aparelho de fogo.
Após-as-aguas - Depois das chuvas. Águas, tem o sentido de "chuvas".
Aporrinhar - Cacetear. Amolar. "Ser pão". Vem de porrete.
Ara. . . se - O'ra. . . se. . . Vale a pena
Araponga ou Guaraponga - Ave cujo canto imita o retinir do martelo na bigorna,
entre sons semelhante aos produzidos por lima, ao se afiarem as grandes serras
"traçadeiras". Chamam-lhe por isso o "Ferreiro" ou "Serrador": "Gúiraponga", do tupy-
guarany.
Araribá - Arvore grande.
Arejar - Estupor no cavalo que apanha golpe de ar estando suado.
Arimbá - Vasilha de barro.
Arisca - Mulher fácil. Esposa infiel.
Arriba! - Acima! "Arriba o samba"! Sus!
Arrebentado - Falido. Empobrecido.
Arrendado - (animal) - Descadeirado. Animal de montaria que, forçado pela rédea e
espora, deixa o trote natural, para marcha, transformando-se assim um "trotão" em
"marchador". A definição dada noutros volumes está errada). -Nota do Autor.
Arrotar - Fazer-se valente. Provocar com arrotos e escarros. Gabolice.
Arrudado - Zangado. Impulsivo. Bravo
Arma-penada - Duende. Assombramento. Espírito que paira sem destino.
Arma do padre Aranha - Celebre assombração que perseguia os tropeiros.
Arvado - Parte em que se encaba a foice.
As-coisa-feito - Feitiçaria. Magia negra. Bruxaria.
Atiçar - Açular. Instigar. Compelir.
Atripeçar - Sentar-se em tripeça.
Atrodia - (istrodia - strudia - trodia - estrodia) - Noutro dia. Ha poucos dias.
Avacalhar-se - Desdizer-se. Retratar-se. Abandonar seus companheiros em política,
sem-vergonhamente, a pretexto de transigência.
Aviamento - Apetrecho para a caçada. Pólvora, chumbo e espoletas.
Azeite de carro - Óleo grosso de mamona.
Azeitinho - Óleo de recinto, purgativo.
Azoretado - Irritadiço. Nervoso. Zangado.
Azucrinado - A mesma coisa que "Azoretado".
B
Bacaiáu - (Bacalhau). Instrumento de tortura usado noutros tempos contra escravos.
Era um misto de relho e chicote, com quatro tiras de couro no extremo, em lugar da
tala.
Bacazio - Tiro forte, com grande estampido.
Baderna - Bebedeira acompanhada de desordem.
Bagre - Peixe de couro.
Baguá - Bagoal. Cavallo inteiro. Grande. Volumoso.
Bandeirantes - Desbravadores dos sertões brasileiros eram, geralmente, paulista de
tempera jamais igualada, pois sem estradas e bussolas, percorreram todo o Brasil á cata
de ouro e pedras preciosas. Levaram os espanhóis até o Rio da Prata e chegaram a
colocar marcos de posse em pleno centro do Peru. Os bandeirantes demarcaram as
fronteiras da Pátria, dilataram a Nação, e fizeram o Brasil.Muitos deles só se dedicavam
á escravização dos índios.
Bangué - Padiola em desuso, podendo transportar uma família. Tinha quatro cabeçalhos
para um animal em cada ponta, sendo carregada suspensa sobre dois animais.
Banzé - Desordem. Conflito. "Rolo".
Banzativo - Preocupado. Pensativo. Triste.
Bacapary - Deliciosa fruta silvestres, trepadeira, menor que a jabuticaba.
Barba-de-bode - Capim (gramínea) de terra esgotada. Marca de terra ruim.
Bardeado - Transportado.
Barróca - Despenhadeiro. Valle. Grota. Sulco profundo na terra.
Batuira - Ave ribeirinha, pernalta, a que também chamam "monjolinho" ou
"monjoleiro".
Bate-pé - Dança cabocla. O mesmo que "sapateado", "cateretê ou "catira".
Batê-bocca - Discussão. Altercação.
Batuque - Dança de pretos. Formam roda de sessenta e mais pessoas, que cantam em
coro os últimos versos do "cantador" e ao som dos tambús, - tubos de madeira com uma
pele numa das extremidades e que produz sons altos com diversas graduações, -
requebram e saltam homens e mulheres, dando violentas umbigadas uns contra os
outros. Usa-se também nessas danças, o quingengue - semelhante ao tambú, tendo
inteiriça a metade do volume. O compasso é marcado também com palmas. - Hoje
raramente dansa-se o batuque. Confundem-no com o jongo e este com o samba. . .
Batuque é dança de negros e o samba é dança de caboclos...
Bão-de-sá - Bem temperada (comida).
Bebudo - beudo - Alcoolizado. Embriagado.
Beicinho - Movimento de pouco caso com os lábios. Distensão do lábio inferior,
prenunciando chôro e desaponto.
Bentinho - Medalha com imagem benzida pelo padre romano.
Berne - Verme que se introduz na pelle das aves e no couro dos animais.
Bitatá - Fogo fatuo. Do tupy guarany: "Mboytatá" - mboy:cobra, - tatá: fogo. Diabo.
Espírito dos não batizados.
Birro - nome onomatopaico de um passaro que procura para habitação casas e igrejas
velhas.
Boava - Portuguez, no sentido pejorativo. Do tupy guarany "Amboabaê" - pessoa
estranha.
Bobagem - Tolice.
Bocage Palavriado insultuoso e depravado.
Bocó - Vasilha feita de couro ou crosta do tatú: sem tampo o bocó está sempre aberto,
d'ahi chamarem "bocó" ao "boca-aberta", palerma ou bobo, ou "bobó".
Bocó - Pateta.
Bodoque - Arma rustica de pau em arco, com cordas e malha para arremesso de pedras
ou pelote de barro.
Bolantim - Circo de cavalinhos. Artista eqüestre ou ginasta.
Bolo - Pancada com a mão, palmatória ou régua, na palma da mão.
Botá-a-cuié-torta - Intrometer-se onde não é chamado.
Bóto - (a faca) - Meto a faca.
Botá - Pôr. Colocar.
Braba - Bravia - (Sertania) - Inculta, desconhecida.
Branca - Aguardente de canna.
Bragado - Cavalo manchado de branco e zaino.
Brascuiá - Vasculhar. Remexer no fundo do bolso.
Broca - Ferida profunda que só ataca as mãos, não os pés, do cavalo ou burro.
Bruaca - Grandes bolsas de couro crú, para transporte em lombo de animal - Duas
bruacas formam o cargueiro.
Bruaca - (pejorativo) - Mulher velha, imprestavel.
Bufar - Dizer-se valente.
Bugio - Macaco barbado. Engenhoca para canna; produz sons na moagem iguaes ao
roncar do bugio.
Bugre - Silvícola - Índio do Brasil.
Buquinha - Beijo.
Buré - Sopa do caldo de milho verde.
Burcão - Bulcão - "Cummulus" prenunciadores de chuvas.
Burbuia - Bolhas de ar que sobem á tona d'água; bolhas de puz. Do tupy-guarany
"bubúi": sobre-nadar.
Buta - (comer) - Ser logrado, enganado. Butia, é um vegetal medicinal, muito amargo;
o estrangeiro, metido a sabichão, ao ver-lhe o fruto, colhe, elogia-lhe a doçura e. . .
mete-lhe os dentes. . . Comeu Buta. . . a fruta é amarga.
Buxa - Logro, velhacamente preparado num negocio ou barganha.
C
Cabeça seco - Soldado da policia.
Caboclo - Caipira cor de cuia ou cobre, descendente dos bugres.
Cabra - (bom, valente, sarado, etc.) - Individuo.
Cabra - Mulato, ou mulata.
Cabrita - Mulata nova.
Cabreúva - Madeira de lei também chamada Óleo ou balsamo.
Cabórge - Força misteriosa. Valentia sobrenatural. Força oculta protetora do valente.
Caça - Animais selvagens.
Caça foice - Vagabundo. Homem inútil.
Cadorna - Pequena perdiz - codorna.
Caguira - Azar. Caiporismo. Medo.
Cahidas - (mulheres). Apaixonadas.
Caieira - Monte de lenha que, logo depois de acessa, toma o nome de fogueira.
Caiçara - Caboclo ruim, incorreto. Não usam os caipiras do planalto a expressão
caiçara, como denominação de caipira da beira-mar. No tupy guarany, "caaiçá" quer
dizer "cerca de ramos a que se recolhem os peixes pescados". "Caí" tambem quer dizer
o gesto do macaco tapando o rosto. . . Gesto comum ás crianças, caipiras. . . Caiçára
também quer dizer trincheira, paliçada, arraial.
Caipira - Por mais que rebusque o "étimo" de "caipira", nada tenho deduzido com
firmeza. Caipira seria o aldeão; neste caso encontramos no tupy guarany
"Capiabiguára". Caipirismo é acanhamento, gesto de occultar o rosto; neste caso, temos
a raiz "caí" que quer dizer: "Gesto do macaco occultando o rosto". "Capipiara", quer
dizer o que é do mato. "Capia", de dentro do mato: faz lembrar o "capiáu mineiro.
"Caapi", - "trabalhar na terra, lavrar a terra" - "Caapiára", lavrador. E o "caipira" é
sempre lavrador. Creio ser este ultimo caso mais aceitável, pois, "caipira" quer dizer
"roceiro", isto é, lavrador.
Sinonimos de "caipira" conheço apenas os seguintes-"Capiáu", em Minas; "quejeiro",
em Goyaz; "matuto", Estado do Rio e parte de Minas; "mandy", sul de S. Paulo; guasca
ou gaúcho no Rio Grande do Sul; "tabaréo", Distrito Federal e alguns outros pontos do
paz; "caiçara", no litoral de S. Paulo e em todo o paz, "sertanejo".
Caipóra ou capóra - Infeliz - Do tupy-guarany: "Caapó" -mateiro. Pessoa do mato.
Duende sertanejo, protector das caças, anda montado num grande porco selvagem.
Calhambóla - V. canhimbóra.
Caimbra - (doença). Camaras.
Cambuquira - Grelos, brotos de aboboreira.
Campear - Procurar.
Cambetear - Andar tropegamente. Empurrado, correr sem querer batendo uma perna
na outra, quase caindo.
Cambaio - Perna torta. Que puxa por uma perna no andar.
Cambito - Pernil de porco. Peça para apertar correias e arreios.
Camera - Câmara Municipal.
Canelleira - Arvore imponentemente alta.
Canhimbóra ou Canhambóra - Escravo fugido, tornado selvagem nas matas. Do
tupy-guarany - "cañybó": o que foge muito.
Canfrô - Alcanfora.
Candimba - Lebre.
Comatio - Corda de viola.
Capêta - Diabo - Satanás.
Capoeira - Mata de foice, ou mata nova nascida depois de derrubada a mata virgem.
Do tupy-guarany: "Caa - mata- "poera" - que foi.
Capoeirão - Capoeira grossa quase como mata-virgem: "capoeira de machado".
Capim - Gramínea - Do tupy guarany "Caapim".
Carpir - Cortar cerce o pequeno mato. Tupy-guarany, "Caapi".
Carapina - Tupy-guarany Carpinteiro.
Carona - Peça de couro colocada sob o arreio e sobre os baixeiros. Gozar sem pagar
um divertimento.
Carpa - Capinação.
Capanga - Indivíduo assalariado para guarda de alguém, e que obedece quando o
pagante manda agredir ou matar. Em Minas, Goiás e Norte, também têm o nome de
"jagunço".
Capanga - Pequeno saco que se traz a tiracolo.
Cardume - (de peixe) - grande quantidade.
Cardósa - Feminino de Cardoso, como Ribeira o é de Ribeiro.
Carreiro - Trilho feito e seguido pelas caças.
Carreira - Rima obrigatória nas danças caipiras. Ha a carreira do "Sagrado" (toda a
rima em ado), ha a de S. João, do Itararé, do Marruá etc.
Carancho - Ave de rapina. O maior dos gaviões.
Carreação - Diarréia. Disenteria. "Destempero".
Carreador - Caminho improvisado na lavoura para se tirar em carros o produto da
lavoura.
Catingueiro - Variedade de capim. Pequeno veado.
Caugdo ou Cáudo - Cágado.
Cavorteiro - Velhaco.
Caraminguás - Miudezas. Dinheiro miúdo achado no fundo da algibeira ou da mala.
Tupy guarany: "Carameguá" -caixa ou cesto para miudezas.
Catira ou Cateretê - Dança de caboclos formando duas linhas de seis ou mais pessoas,
dois a dois, frente a frente, com violas. Cantam em dueto os cantadores seus amores ou
os fatos principais do bairro e redondezas, respondendo o coro, sapateando nos
intervalos sob compassos marcados a palmas. O som dos pés no chão e as palmas
formam variada musica.
Casaca de ferro - Empregados encasacados de circos de cavalinhos. Serventes
encasacados.
Cassununga - Pequena e bravíssima vespa.
Catirina - Prostituta.
Cavado - (amigo, dinheiro). Arranjado. Conquistado.
Cerne - Âmago da madeira. Pau que dentro d'agua não apodrece. Estar no cerne
(homem) resistir o tempo; não envelhecer.
Cêrto de boca - Cavalo adestrado e dócil ás rédeas.
Cerrado ou cerradão - Mata rachitica e escassa em terras que absolutamente nada
produzem; nem capim de bôa qualidade.
Cerigote - Arreio semelhante ao lombilho.
Ceriema - Ave pernalta dos campos.
Cerelepe - Espécie de esquilo. Canxinguelê, do Norte.
Chavié ou xavi - Desinchabido - Desapontado.
Chan-chan - Ave trepadora que com seu canto avisa a aproximação de alguém,
avisando o caipira. É nome onomatopaico. "Cão-cão", do Norte e "Can-can", dos
bugres.
Chabó - Andorinha grande de cabeça chata. Taperá-guassú.
Chapadão - Crapada - Rechã - Planalto. Araxá.
Charrôa - Remate de uma obra de couro trançado.
Chimbica - Jogo de cartas também chamado manilha.
Chimburé - Peixe de escamas, d'água doce.
Chico-lerê - Pássaro patéta. . . Paulo-pires; jucurêrê.
Chichica - Excrementos. Sujidade.
Chiqueirador - Grosso relho com cabo de madeira em forma de chicote.
Chimbéva (homem). Nariz chato, do tupy guarany: "Ti": nariz; "péva": chato.
Chilenas - Esporas grandes.
Chilipe - Cárcere.
Chilique - Desmaio.
Choren - Cão sarnento. Gafo.
Chuva - Bêbado - Alcoólico.
Chuãã - Cesto ponte agudo para transporte de frutas. É tupy guarany.
Chucro - Bêbado - Cavallo não domado ou amansado.
Chupim - Pássaro preto menor que o vira-bosta. Come os ovos do tico-tico e põe os
seus no lugar, criando o tico-tico os filhos do chupim, apesar da enorme diferença. O
tico- tico é rajado e o chupim é preto.
Chupim - Marido de professora quando sustentado por ella.
Chumbeado - Bêbado.
Cobre - Dinheiro mesmo em papel moeda.
Cócre - Pancada com os "nós dos dedos" na cabeça, tendo a mão fechada.
Cócre de - Cócoras. Sentado sobre os proprios calcanhares
Cogote - Toutiço, cangote.
Coivara - Galhos e ramos que resistiram o fogo das queimadas, ficando apenas com as
cascas queimadas ou chamuscadas. Geralmente os autores têm confundido "coivara"
com "encoivarar", que quer dizer reunir as "coivaras" para queimar, afim de
"destrancar" a roça.
Colondria - de ladrão - Quadrilha de ladrões.
Como que - Extremamente.
Comeu-chão - Venceu grande distancia, em marcha.
Consoante - De acordo. Conforme.
Convencido - Soberbo. Emproado. Vaidoso.
Coró - Verme. Bicho de pau podre.
Coróte - Ancorote. Vaso de madeira em forma de pequeno barril portátil a tiracolo.
Corymbatá - Peixe de escama, papa-terra.
Corpo. - Cadáver.
Corruira - Passarinho caseiro insetívoro. Carriça - Cambaxirra, do Norte. Ha a
"corruira d'agua" que faz seus ninhos labyrinthicos de milhares de pauzinhos,
impenetrável para as cobras e mais inimigos.
Criozena - Petroleo, Kerozene.
Cren-dós-padre - Creio em Deus, Pai.
Crioulinhos (Em desuso) - Pretinhos, filhos de escravos.
Cria - (estar com) - Filho novo de animal cavalar, caprino, ovino ou bovino.
Curupira - (No tupy guarany não ha r forte). Duende selvagem. do Norte, pouco
conhecida é a sua lenda em S. Paulo.
Cuzarruim ou Coiza-ruim - Satanás - Diabo.
Curió - Pássaro canoro dos pantanais.
Cuja - A metade de um porungo ou cabaça.
Cuitélo - Beija-flor. Colibry.
Cuipeva - Colher.
Cuipé - Pá de madeira para o forno.
Cuéra - Decidido. Valente. Bom. No tupy-guarany quer dizer convalescente.
Cuiára - Hábil no jogo. Velhaco. Espertalhão. Rato silvestre.
Cumieira - Parte mais elevada da casa.
Currução - Moléstia nervosa. Deita-se a vítima, sem dores, e não ha o que a faça deixar
o leito. Come se lhe dão comida, se não, pouco se incomoda. Há moléstia semelhante
que na França chamam "corru".
Cumerações - Cálculos.
Curtindo - Suportando, triste, uma paixão ou ciúme.
Curiango - Ave noturna.
Cururú - Dança em que tomam parte os poetas sertanejos, formando roda e cantando
cada um por sua vez, atirando os seus desafios mútuos. Os instrumentos usados são: a
"puyta", (Instrumento africano trazido pelos escravos), rouquenha, em forma de um
pequeno barril tendo o fundo de couro de cabra com uma varinha ao centro; a
trepidação produzida com um pano molhado empalmado pelo executante, produz o
som, um verdadeiro ronco; o "réqueréque" que é um gomo de bambu, de meio metro,
dentado, em que o tocador passa compassadamente uma palheta do mesmo vegetal,
seco; o "pandeiro", os "adufes", e a celebre "viola". Os "cururueiros" cantam sem
amostras de cansaço, desde o anoitecer até o amanhecer. É uma dança mista do africano
e do bugre.
D
Dante - Antigamente. N'outros tempos.
Dar-volta - Exterminar. Acabar. Matar.
Debruços - Em decúbito dorsal.
Decumê - Comida aos porcos. Comida.
Decuada - Extrato da cinza para aproveitamento da potassa.
De-já-hoje-já-hoje - Ainda pouco. Agora pouco. A poucos momentos.
De-mão - Auxilio gratuito no serviço.
Desgranhado - Desgraçado. "Maldito"!
Desguaritado - Extraviado. Desorientado. Sem guarida.
Despique - Acinte. Disputa. Represália. Desafio (de viola) -Vingança.
Desbronque - Grande desgraça. Mortandade em tiroteio. Dependurar - Pendurar.
Depindura - Na iminência de uma queda ou de empobrecimento.
Déstão - Dez tostões.
Destrocido - Ágil. Desembaraçado. Direito.
Descanhotar - Desnocar - Destroncar. Desengonçar. Desarticular.
Diá... - A crendice faz com que o caipira não pronuncie ou nunca complete a palavra
diabo. Ou diz: "Diá - Dianho
Tinhoso - Capeta - Malino - Bicho - Pé de pato - Bóde preto - Tentação - Cuizarruim -
Satanais - Cifé", etc.
Diagonal - Tecido de algodão, preto, em linhas diagonais.
Dór - Dó.
Dourado - Peixe de escamas, d'água doce - É o Piraju dos índios - "pira" peixe - "jú"
(ba) amarelo.
Douradilho - Cavallo meio dourado.
Duas e meia boa - Sempre que o caipira se refira a distancia, dirá légua quando em
numero inteiro; havendo o quebrado de meia légua, não pronuncia ele a palavra légua;
dirá: 2 1/2, "5 1/2 puxada" - "3 1/2 bôa", etc.
Dunga - Corresponde ao "Dégas!" Quer dizer, com embase, "cá eu!" "Quem venceu? O
Dégas! Sou mesmo um "Dunga!".
E
Eá! - Exclamação usada pelas mulheres, quando muito admiram. Montoya registra no
seu livro: "Língua Guarany" essa exclamação só usada pelas mulheres.
Eito (de tempo) - Extensão. Pedaço. Parte da lavoura entregue ao capinador.
É mão - Ocasião (de se ir embora). "É mão de trabaiá".
Embira - Resistente fibra da madeira chamada jangada.
Embira - (Estar na) Preso. Atado. Coberto de dividas.
Encamboiado - Ligado dois a dois. Encomboiados.
Encrenca - Embrulho. Desordem. Atrapalhada. Pendência.
Ençampar - Enganar. "Çampa", quer dizer mentira.
Encambitar (atrás dele) - Correr em perseguição de alguém.
Enfiar a agua no espeto - Vadiar.
Engrovinhada - Paralitica. Engrossamento de articulações. Mirrada.
Entojado - Cheio de si. Vaidoso. Emproado.
E... puca - Exclamação de gabolice.
Erpe - Expressão de gabola - Venci! ê cabra herpes na luta!"
Escórva - Exercício. Experiência de forças dos galos de briga.
Escorvar - (A espingarda). Fazer explodir a escórva para enxugar o "ouvido" da arma.
Exercitar-se para experimentar as forças.
Escopa - Jogo de cartas introduzido pelo italiano, no sul do Brasil.
Escorar - (um homem). Enfrentar o inimigo, fazendo-o parar.
Escóra - Pé direito. Apoio para que uma parede ou objeto não caia.
Esculpido - Muito parecido.
Espera - O mesmo que "ésse". Lugar onde se espera a caça. Pau em que se engancha o
cabeçalho de carro.
Espigão - Planalto.
Espigado - Rapaz de corpo direito. Desenvolto.
Esparrela - Armadilha para pássaros composta de lacinhos de cedenho sobre uma
tabua.
Esquentado - Impulsivo.
Esquesito - Fora do natural. Não comum.
Esquisitice - Sensação estranha. Excentricidade.
Ésse - Travessa no bocal do punhal ou faca, com a fornia da letra S
Essa ua - Expressão muito usada: "Este um" - "aquele um", em lugar de este ou aquele.
Estaqueô - Parou bruscamente.
Estanhados (olhos) - Fixos.
Estirão - Trecho de rio, em reta.
Estaca - Pau fincado na parede à guisa de cabide. Pau fincado na lavoura para marco de
lugar em que tem de ser plantado o café ou a vinha.
Estiada - Paragem momentânea da chuva no tempo das águas, prosseguindo logo a
chuva.
Estranja - Estrangeiro.
Estaqueá - Parar bruscamente. Cair morto.
Estrupicio - Grande quantidade. Asnice.
Esturdio - Esquisito. Fora do comum.
Esturdinario - Extraordinário.
E-vê - Parece-me. Parecido. Semelhante.
Envidado - Enganado. "Não sou eu; o sr. se envidou".
F
Facho - Vegetais secos facilmente inflamáveis, nas queimadas.
Famia - Filho ou filha.
Far-má - Não faz mal. Deixam de pronunciar o não.
Fazenda - Grande propriedade agrícola.
Fazendeiro - O dono da "fazenda".
Festa do Divino - a festa em honra do Espírito Santo, que se reveste de grande brilho,
na cidade de Tietê. Os caboclos têm como obrigação cumprir a promessa de seus
antepassados, que desciam em numero de sessenta ou mais, nos grandes batelões, pelo
rio Tietê, e subiam esmolando entre o povo ribeirinho, durante vinte e mais dias. As
casas, na passagem das canoas, são enfeitadas com palmas e arbustos, sendo oferecidas
lautas mesas aos canoeiros e ao povo do bairro, que aflui nessas ocasiões. Onde pousa o
Divino e toda a comitiva, organizam interessantíssimas diversões, reunindo-se no sitio
mais de mil pessoas.
Será esta festa uma reminiscência da partida dos bandeirantes?
Feiticeiro - Mago. Bruxo.
Fiapico - Pequeníssima quantidade.
Fôrgo - Fôlego.
Forgá - Dançar o batuque ou o samba.
Fôrra - Liberta. De alforria.
Fruita - Jabuticaba. Para o caipira só a jabuticaba silvestre é fruta.
Fruiteira - Jabuticabeira.
Frande - Facão.
Fula - Mulato. Zangado.
Fuá - Assustadiço. Desconfiado.
G
Gadeiúda - Cabeluda. Guedelhuda. Cabelos em desordem.
Gabiróba - Espécie de pitanga. Frutinha também chamada "Guabiroba".
Gafeira - Doença que derruba o pelo dos animais.
Garapa - Caldo de cana de açúcar.
Garrar - Tomar (um caminho). Começar (a pensar).
Garraio - Novilho enfezado e raquítico.
Garupa - A anca do animal arreado.
Gateado - Cavallo assinalado de branco e amarelado.
Gavião - Ave de rapina. A parte volteada interna da foice.
Gaúcho - Vivedor. Parasita. Filante. O caipira paulista chama o rio-grandense do sul:
sulista; paranaense: paranista; a todo o nortista, baiano; não fazendo referencias aos
catarinenses, que são raros nos outros Estados.
Geringonça - Qualquer machinismo complicado.
Geribita - Pinga. Aguardente.
Giráo - Tablado alto para deposito de algodão e cereais.
Górpe - Gole grande. Trago.
Golpeão - Idem. Serra grande, braçal.
Gróta - Valle. Furna. Despenhadeiro.
Guaiavada - Doce de goiabas. Pantomima sobre a vida em Campos, terra do açúcar,
cognominada "Terra da goiabada".
Guaiava - Goiaba. Fruta silvestre brasileira.
Guapé - Planta aquática trazida do Amazonas para o Tietê pelo grande brasileiro, mais
digno que qualquer outro de uma estátua, o general Couto de Magalhães, o maior dos
sertanistas brasileiros, um dos primeiros a descrever nossos sertões, registrando lendas e
brasileirismos. "Aguapé", no tupy-guarany, quer dizer "Aguá" - redondo, "pé" -chato.
Formato do vegetal de folhas chatas. A raiz do "Guapé" e igual a uma cabelleira, não
vem, pois, fora de propósito outro "étimo": "Água" - cabelos; "pé" -chato. Chato e
cabeludo.
Guarapa - Água com açúcar preto ou escuro.
Guariróva - Palmito amargo. Do tupy-guarany. "Iróba" -amargo.
Guaratan - Madeira própria para postes e cercados.
Guampa - Vazo de chifre em que o viajante toma água.
Guampudo - Cornu do. Gran p...
Guanhacy - Vespas que fazem casas crespas de barro, tubulares.
Guainxuma - Vegetal. Aramina própria para vassouras.
Guasca - Corrêa do relho. Açoite. Camponês riograndense do sul.
Guascadas ou guascaços - Relhadas.
Guaraiuva - Madeira própria para lenha.
I
Içá - Tanajura. Formiga saúva no tempo da reprodução da espécie. No tupy-guarany
quer dizer "formiga que se come".
Ichú - Casa de vespas cassununga, marimbondos e outras.
Impalamado - Pálido. Amarelado pela doença.
Incartar - Juntar-se um cão a outro em perseguição da caça.
Incarangada - Entrevada pelo reumatismo. Paralitica.
Indaguassú - Andaassú - Arvore grande que produz castanhas proprias para purgante
de cavalo.
Inficionado - Infeliz. Infeccionado.
Ingaeiro ou ingazeiro - Arvore de beira de rio que produz o "ingá"
Ingá - Fruta, em bainha, do ingazeiro.
Inguiçá - Açular. Estimular. Influir. Insinuar.
Inferno - Sorvedouro onde cai a água depois de mover uma roda ou monjolo.
Inorar - Criticar. Observar censurando o trajar da pessoa.
In-riba - Em cima.
Inquizila - Irrita. Dá quizilha.
Ingerizar - Irritar. De ogeriza.
Intojado - Cheio de si.
Invernada - Campo para engorda de animais.
Iissui - (corpo) entorpecido. Perna "iissui" - perna dormente. Tupy-guarany.
Isqueiro - Tubo de metal, bambu ou taquara em que se coloca a isca, algodão
queimado, para, ferindo a pedra de fogo, arranjar com que acender o cigarro.
J
Jacaré - Arvore de casca serriforme, semelhante á "serra" do jacaré, animal.
Jacú - Ave galinácea selvagem.
Jararaca - Variedade de cobra. Mulher velha enfurecida.
Jaguapéva - Cão chato. Do tupy-guarany - "Jaguá" - cão; "péba" - chato.
Jaguané - Typo de boi. Do tupy-guarany - yaguá - "onça", "tigre" - "né" - certo - "certo
é um tigre!" Tambem quer dizer ladrido de cães.
Jaguatirica - Gato do mato. Onça pequena, do tupy-guarany.
Jatahy - Variedade de abelha silvestre. Arvore também chamada játobá.
Javevó - Meio inchado. Encafifado. Desapontado com cara de tolo.
Javevó - Farinha de milho, crespa, bijuenta e grossa.
Jiquitivá ou Jequetibá - A mais frondosa e alta das nossas arvores. O gigante da mata.
Jerivá - Palmeira fina e altíssima.
Juquiá - Casinha labyrinthica para caça de aves que entram e não mais encontram a
sahida. É tupy-guarany.
Juruviá - Desapontadíssimo
Jurupóca - Peixe de couro. Tupy-guarany - "juruboia" -Bocca mediana.
Judiação - Mao tratamento desnecessário.
L
Lagarto - Réptil.
Lambedô - Adulador.
Lambancero - Arreliento. Embrulhão.
Lambuja - Vantagem. Lambujem.
Lameu - Bartolomeu.
Lambary - Pequeno peixe de escama, d'água doce, sendo da mesma família o "tambiú",
"piquirantan", "piquira" e "guarú-guaru"'.
Lapiana - Facão. Fabricada na Lapa?
Lavano-cachorro - (sem sabão). Vadiando.
Lavage - Lavagem de fressuras de porco, no rio, afim de atrair peixes.
Lazão - (cavalo). Alazão.
Levante - Descoberta do veado pelo cão que o faz saltar e o persegue com latidos
especiais que atraem outros cães.
Ligá - Peça de couro cru com que cobrem os cargueiros.
Liquidô - Matou.
Limá - Animal cavalar ou muar.
Livé - Nível.
Lixa - Arbusto de capoeira.
Liza - Aguardente.
Lobizóme - Duende representado por um grande cão preto comedor de estrume de
galinhas e que sai às sextas-feiras em procura de crianças, não batizadas, que devora,
tendo, por isso, fiapos de baeta vermelha dos cueiros entre os dentes.
Lombriga-assustada - Medo.
Lonca - Couro de cavalo.
M
Macaia - Fumo ruim.
Macho - Burro grande.
Macóta - Grande. Bom.
Mãe d'agua - Duende protetor dos peixes. Persegue rapazes e lavadeiras.
Mãe de oro - Duende que oculta o ouro. Crêem ser "Mãe de Ouro", qualquer bolide.
Male-e-má - Mais ou menos. Pouquíssimo. Feito por cima, sem capricho.
Malacara - Cavallo de cara branca.
Mamparra - Mangação. Preguiça. Manha.
Maman - Ama de leite. Ama seca. Aplicado ás negras velhas.
Mandy - Peixe de couro, da família do bagre.
Mandioca - Raiz feculenta, é o pão dos pobres. Tupy-guarany-"Mandiog".
Mangueira - Grande terreiro cercado para o gado.
Matungo - Cavallo forte, castrado.
Mãozinha preta - Assombramento. Era uma pequena mão que a tudo attendia com
grande rapidez, inclusive varrer casa, baldear agua e dar palmadas nas crianças
manhosas.
Mardade - Puz. Matéria pútrida das chagas.
Massapé - Terra de ótima qualidade para cultura: muita liga e muito húmus.
Mea - Minha.
Minhoca - Verme da terra semelhante a uma pequena cobra.
Moça - Barregã - Prostituta. Amasia.
Moçar - Prostituir-se.
Mocotó - Mão de vaca.
Moda - Poesia sertaneja.
Moquetear - Dar murros com a mão fechada. Dar com a "móca", cacete.
Morrudo - Grande. Bem criado e gordo.
Mumbava - Individuo que vive parasitariamente em casa alheia.
Munheca - Pulso.
Muchirão, puchirão ou mutirão - Do tupy-guarany "Apotyrõ" -
roçada? - É a aplicação do auxilio mutuo, belo exemplo de solidariedade. Os lavradores
da vizinhança, do bairro, determinam um dia e vão trabalhar gratuitamente para o mais
necessitado, e, nesse único dia, fazem grandes roças. Algumas vezes fazem além da
roçada, as capinações e colheita. Durante o trabalho é costume cantar em coro, numa
toada interessante e agradável. - o trabalho e a festa ao mesmo tempo.
Mundéo - Do tupy-guarany "Mundé" - Armadilha, com um peso para esmagar a caça
que passar descuidada pelo seu carreiro ou que vai procurar o milho que a attrahe.
N
Namby - Sem orelha - No tupy-guarany: "Namby" quer dizer sem orelha.
Namby-uvú - Moléstia que ataca as orelhas do cão.
Napéva - Galinha chata.
Negacear - Atacar sorrateiramente.
Nervosa - Preocupação de espírito.
Negra de cusinha - (Em desuso). Escrava estimada.
Ne (mim) - Em - "Em casa ninguém bate em mim
Negro atôa - Preto vadio.
Nhan-pan - Bobo.
Nhapindá - Arbusto espinhento também chamado "arranha-gato".
Nhato - Que tem o maxilar inferior muito saliente - Prognata.
Nhô - Senhor.
Nhô Pae - Senhor meu Pai.
Nhá - Senhora.
Nome-feio - Qualquer palavra contra a moral.
O
Ôta - Equivalente, entre os caipiras, da interjeição, "olá". Ao que parece, no tempo de
Camões, se pronunciava como hoje o caipira. Encontra-se no grande épico o conhecido
verso: "Oulá, Velloso amigo.
Ôta! - Equivalente á exclamação "O!" (Assisti o "aluito".
(espécie de luta romana) o Bastião venceu! "Ota" cabra sarado!" O caipira tanto
emprega ôta como "êta".
P
Paió - Depósito de milho.
Paineira - Arvore que produz a paina, fibra mais alva que o algodão.
Palmito - Parte da palmeira de onde saem as folhas, âmago, usado como ótimo
alimento.
Palanque - Pau roliço fincado no meio do terreiro onde se amarram animais xucros
para curar ou encilhar.
Pala - Chalé manto furado ao centro, para homem.
Pamonam - Abobarrado. Lerdo. Grosso excremento humano.
Pamonha - Bolo de extrato de milho verde. Pateta. Bobo. (azeda) Idiota.
Pampa - Cavallo com grandes manchas brancas pelo corpo.
Panca - Alavanca. (Dar -) Dar trabalho. "Venci mas deu panca".
Panquéca - Vadiação. "Dolce far niente".
Pangaré - Cavalo de cor entre alazão e zaino claro.
Papuan - Variedade de capim.
Paqueiro - Cão caçador de paca. Rufião.
Pareiada - Faca com cabo e bainha de prata.
Pareiado - Tudo que é trabalhado em prata. "Zarreio pareiado": Arreio prateado.
Parêlhas - Corrida de cavalos em raia reta para dois animais.
Passageira - Trem diurno de passageiros. Com o estabelecimento dos noturnos já os
caipiras não dizem a passageira, mas "urno" (diurno) e "turno" (noturno).
Passarinhar - Caçar pássaros com bodoque. Com espingarda é"matar passarinho".
Passarinheiro - Cavallo de vista curta que, se assustando, foge bruscamente
derrubando o cavaleiro.
Passando estreito - Vivendo com grande dificuldade.
Patrona - Bolsa de couro, a tiracolo, com chumbeiro, polvarinho, etc.
Patativa - Pássaro canoro dos banhados.
Patuá - Pequeno invólucro contendo orações, relíquias e pedras sagradas que os
caipiras caboclos e pretos trazem ao pescoço.
Pau-de-fumo - Pejorativo - Negro. Paula-Souza - o chumbo mais grosso que ha.
Perdigoto.
Pé de moleque - Rapadura com amendoim torrado.
Pé d'ouvido - Golpe de mão aberta sobre o ouvido do adversário.
Pelega - Cédula de papel moeda.
Peceta - Cavallo mau corredor.
Pengó - Capenga apalermado.
Pereréco - Briga cheia de peripécias.
Pereréca - Sem parada. Bater de azas do pássaro ferido -Do tupy-guarany pererég".
Certa busina de automóvel.
Perna-molle - Fracalhão. Medroso.
Piaba - Peixe d'água doce, de escama.
Pião - Domador de cavalos.
Piché - Do tupy-guarany - (Odor a chamusco). Leite piché-queimado.
Picuman - Fuligem.
Picada - Caminho improvisado nas matas.
Pica-pau - Ave trepadora. Espingarda de um só cano de carregar pela boca.
Picaço - (Cavalo) Pigarço.
Picaço - Carrapato estrela.
Pida - Do verbo pedir, corresponde a "peça-lhe".
Pileque - Bebedeira.
Pinho - Viola.
Pinga - Aguardente de cana.
Pinicão - Dentada do peixe na isca.
Pindacoema - Anzol de espera: isca-se á tarde ou á noite e vae-se visital-o cedo. Do
tupy-guarany: "Pinda", anzol -"Coe" amanhecer.
Pinduca - Rima para Juca. Brincam as crianças provocando os José: - "Juca, pinduca;
ladrão de açúcar".
Pinchum - pincham - Jogam fora. Desprezam.
Piquete - Pequeno pasto cercado.
Piquira - Cavallo pequeno e fino. Peixinho.
Piranha - Peixe de dentes aguçados e raivoso.
Piracanjuba - Peixe de escama, d'água doce. Do tupy-guarany: "Pira", peixe - "acã",
cabeça - "juba", amarela.
Piroá - Milho de pipoca não arrebentado. "Piruá", bexiga, no tupy-guarany.
Piririca - Pele áspera e trincada devido a falta de asseio.
Piracêma - Migração de peixes.
Pirapóra - Tupy-guarany; lugar onde o peixe pula.
Pitanga - Fruta do campo - "Guabirapitã", dos indios.
Pitiço - Cavallo pequeno e grosso.
Pisadêra - Pesadelo. Duende representado por uma velha esquelética de garras aduncas
que está sempre sobre o telhado pronto a pousar sobre o peito de quem dorme de costas.
Pito - Cachimbo. Descompostura.
Piuca - Pau podre.
Piuva - Pau próprio para porrete, por ser muito resistente.
Plomonia - Pneumonia.
Poáia - Individuo cacete. Planta medicinal - vomitório.
Poiá - Fogão.
Pórte - Tamanho.
Pola - Pela - Pela certa: "póla certa".
Potro - Poldro - Cavallo novo não castrado.
Porunga ou porungo - Cabaça.
Podão - Pequena foice para corte de cana.
Porquêra - Desordem. Briga.
Poleiro - Cavallo velho e magro. Poleiro de corvo.
Poita - Pedra ou qualquer peso que sirva de ancora.
Poitar - Ancorar.
Pontear - (a viola) Tirar acordes.
Ponche - Capa de roda inteira com abertura ao centro para a cabeça.
P'ros quinto - Para os 5º dos infernos.
P'ramóde - Por amor de...
Pulmonia - Pneumonia.
Puia - Mentira.
Puçaguá - Pano com uma redesinha ao centro para pescaria de arrasto, de peixe miúdo.
Punga - Cavallo magro e velho, ruim.
Pulador - Cepos colocados de cada lado da cerca para que o homem pule o cercado e
os animais não possam passar.
Pururuca - Quebradiço. O couro torrado de leitoa é "pururuca".
Q
Quatro-paus - Campeão. Invencível. Valentão. Sendo o "quatro de paus" a maior carta
no jogo de truco, a carta invencível, vem dai o dar-se o nome acima ao valentão
invencível.
Quen-quen - Formiga.
Que-nem - Semelhante. Parecido. Equivalente.
Quentão - Aguardente quente com gengibre e açúcar.
Querencia - Lugar predileto. "E, estando em casa da namorada está na sua querência."
"Procurou o animal na baixada, junto á figueira: é a querência dele".
Quibebe - Cosido de picadinho de abobora madura.
Quilombolá - V. Canhimbóra.
Quimjengue - Espécie de tambor usado no batuque.
Quinhentão - Quinhentos réis.
Quizano - Ha quanto tempo! - A que anos.
Quistan - Questão.
R
Rabacuada - Ralé - Escoria social.
Rabo de boi - Capim que estraga o pasto, verdadeira praga.
Rabo-de-tatu - Chicote com quatro tiras de couro no extremo.
Raleando - Escasseando. Tornando raro.
Rancho - Casa tosca de sapé.
Razôra - Grande destruição. De arrasar.
Redomão - Cavallo ou burro recém-domado.
Redoleiro - (Goiás) Carrapato estrela ou picaço.
Reducino - Idem.
Refugar - Vacilar para avançar. Recuar.
Relancina - Golpe rápido. Golpe de vista.
Rêngo - Que puxa uma perna. Descadeirado.
Reiúno - Sem dono. De "res-nulius".
Resorjo - Águas revoltas abaixo das pedras de rios corentosos.
Ressaca - Mau estar após a embriaguez alcoólica.
Resa - Função - Fandango. Festa de sitio a pretexto de orações.
Roça - Terra com culturas. Terra lavrada.
Roqueira - Espécie de morteiro. Cano de espingarda montado num cepo para salvas.
Roge - Valente - Invencível - Campeão. Vem da fama da cutelaria Joseph Rodgers &
Sons, da Inglaterra e suas celebres facas e canivetes.
S
Sabiá - Pássaro canoro.
Sacy - Duende representado por um negrinho, moleque de seus onze a doze anos, de
uma perna só, sempre risonho, de olhos vermelhos, dentes salientes, topete alevantado,
a arreliar quem passa, fazendo mil diabruras nas cruzes de estrada e encruzilhada, não
perdoando cavaleiro que passe á noite de sexta-feira: trepa-lhe na garupa a fazer-lhe
cócegas puxando o cavalo pelo rabo. À noite vai trançar a crina dos cavalos. Vêm-se
realmente crinas trançadas tosca-mente. . . por morcegos.
Safada (terra) - Improdutivas. Cansada.
Sahira - Pássaro. Espécie de sanhaço.
Sala-de-fóra - Sala de visitas.
Samba.- Dança de caboclos. Nada tem com o jongo africano hoje dançado em todo o
Brasil. O samba é dança de caboclos, com violas, adufes e pandeiros. Ao canto e coro
os dançarinos em trejeitos tiram as damas e estas aos cavalheiros, sem se tocarem,
dançam e voltam aos seus lugares.
Samambaia - Vegetal da família do feto. Praga das terras cansadas.
Sanhaço - Pássaro frugívoro.
Sanhaçuira - Pássaro da mesma família do "sanhaço"; menor que este.
Sangrador - Regos nas estradas para desvio de águas pluviais.
Santa Luzia - Palmatória para castigo (em desuso).
São Gonçalo - Pessoa que faz o pedido de casamento.
Sapé - Vegetal com que se cobrem casas toscas no campo.
Sapecar - Tupy-guarany "çapec" - Chamuscar.
Sapicuá - Dois pequenos sacos ligados pelas bocas para se pendurar ao ombro.
Sapieira - Sarapilheira - Sapé e vegetais secos nas capoeiras de terra ruim.
Sapituca - Soluço - Impulsividade - ímpeto.
Sapo - Espectador no jogo ou divertimento.
Sapuá - Pequena área de terra cultivada.
Sapiroca - Que tem os olhos inflamados. Do tupy-guarany "çapiron", chorar.
Sara-cura - Ave pernalta ribeirinha. "Siri-cóia" no Norte.
Sarambé - Bobo - Idiota.
Sarado - Invencivel. Bom para tudo.
Saúva - Grande formiga devastadora de lavouras. A maior praga do Brasil.
Sastifa - Dar confiança. Dar explicação de um gesto. Dar satisfação.
Secreta - Policia á paisana.
Sentenciado - Condenado pelo júri.
Serraia - Verdura nativa nas lavouras. Ótimo alimento.
Serigote - Arreio de montaria.
Serrar - (baralho) Misturar as cartas. Trançar.
Sinhá - (Em desuso) Antiga proprietária de escravos. Senhora.
Siá - Senhora.
Siô - Senhor.
Sô - Senhor.
Sôr - Senhor.
Sôres - Senhores.
Siriluia Formiga com azas, no tempo da procriação.
Siriri - A mesma cousa.
Sarará - A mesma cousa. Ave de Mato Grosso. Conta-se que o sarará macho morre de
paixão durante o choco da femea.
Siri-siri - Pássaro amarelo menor que o "bem-te-vi"!
Sitiante ou situante - Proprietário de pequena lavoura.
Sitio - Pequena lavoura.
Sirrino - Rindo com força.
Socado - Arreio parecido com o lombilho.
Sondá - Linha longa de pesca com chumbada para pesca em "poço", isto é, o lugar mais
profundo do rio.
Sopé - Dourado pequeno.
Sucia - Festa no sitio - Córja - Sociedade comercial.
Sucre - Açúcar.
Sunga-munga - Idiota meio paralitico.
Sufragante - Em flagrante.
Suguirá - Peixe da família dos papa-terra.
Supricante - Individuo. Pessoa. Vítima.
Surucuá - Ave da mata virgem.
Sururuca - Peneira grossa.
Suta - (Goiás) Surpresa por um grupo de famílias amigas chegando inesperadamente, á
noite, á casa do fazendeiro, formando uma festa.
T
Tabôa - Junco próprio para esteiras. "Piri", dos índios.
Tacáro - (o pau). Deram bordoadas. Puseram (na cadeia).
Tacar ou tocar - Atacar. Pôr em ação: "Tacar fogo".
Tacurú - Pedras para suporte de panelas e caldeirões, em cozinha improvisada. Vem do
tupy-guarany "Ytácurú".
Tala - Chicote.
Tambiu - Variedade de lambary.
Tambú - Tambor oblongo para o batuque. O mesmo que "tambaque".
Tan-tan - Bobo. Em tupy-guarany: "Tapaná".
Taquara - Cana ôca, silvestre, mais delicada que o "bambú". Do tupy-guarany:
"Taqua" cana ôca. "Taquaratin" ou "Taquaritinga" taquara massiça.
Tapéra - Casa velha abandonada. Do tupy-guarany: "Taba", casa povoada, "puêra", que
foi. "Tapé", "tabapuêra" que foi moradia.
Taperá - Variedade de andorinha. Faz ninho em buracos nos barrancos e taperas.
Taperá-guassú - Andorinha grande. Chabó.
Tapiara - Estradeiro. Aguia. Velhaco. Ligeiro de mão.
Tapururuca - Piçarra. Terra em estado quase de pedras quebradiças.
Tarecos - Objetos velhos. Miudezas estragadas.
Tassuira - Formiguinha cujas ferroadas são ardidas e dolorosas. Do tupy-guarany
"Tacin".
Tarasca - Mulher assanhada, irrequieta, dada a engraçada.
Telha-vã - Telhado simples, sem emboco.
Tenda - Parte do engenho de cana onde ficam os tachos para o açúcar.
Tento - Fita de couro com que se fazem obras trançadas.
Ter de seu - Possuir para viver sem grandes apertos.
Terereca - (Pião) Que tem a ponta rombuda e gira saltitando.
Tiguéra - Roça de milho depois de colhida. Talvez venha do tupy-guarany: "Abati"
milho - "coéra" ossos; pois as canas do milho dão impressão de ossos. Ossos do
milharal.
Tirá-cipó - Fugir pela mata com o pretexto de tirar cipó em época de guerra.
Tira-prosa - Afamado. Valentão.
Tiririca - Capim daninho que ataca as lavouras.
Tóca - Covil. Buraco em que se escondem as caças. A mesma cousa que "Lóca".
Toeira - Corda de viola.
Tolete - (de fumo ou de pau) Pedaço roliço, curto e grosso.
Tovaca - Ave da mata virgem.
Trabuco - Espingarda de um canno, de carregar pela bocca,-grosso calibre, para salvas.
Trama - Barganha. Negocio.
Tranqueira - Coivaras velhas em meio da capoeira, impedindo o transito pela mata.
Traira ou taraira - Peixe pequeno, de escama, de tanques e ribeirões, feroz, de dentes
aguçados.
Trapeira - Grande desordem.
Trem - Qualquer objeto. Individuo inútil.
Trenhera - Quantidade de objetos diversos misturados.
Trelente - Que mexe com alguém que passa. Intrometido.
Treze-de-maio - Pejorativo aplicado aos pretos por serem libertos naquela data.
Tropicão - (cavalo) Que tropeça ou dá topadas sobre objetos resistentes.
Trocer - Torcer.
Tripeça - Assento tosco composto de duas tabuas inclinadas para dentro e duas peças
laterais.
Truco - Jogo de cartas em que tomam parte quatro parceiros:a maior carta, o "zape" é o
"Quatro-páus"; jogado a dois recebe o nome de truco-de-mano.
Tú - Modo de tratar com grande desprezo. É um insulto, tanto que as crianças ao serem
chamadas por "tú" respondem: "tú turú tutú, parente do teu.
Tucura - (Goiás) - Gado selvagem que não toma sal.
Tuncun - Palmeira que produz uma fibra de grande resistência.
Turuna - Invencível.
Turtuviar - Atordoar-se. Vacilar. Titubear.
Tusta - Tostão - Cem réis.
Tuvira - Peixe. Enguia de tanques e ribeirões.
U
Ue'i-me! - Expressão usual que corresponde á exclamativa "O homem!"
Urú - Ave gallinacea.
Urucungo - Instrumento (em desuzo) composto de um arco, uma corda e uma cabaça,
fazendo o executante vibrar a corda á bocca da cabaça, graduando o som com sua
própria bocca junto ao orificio da cabaça. É instrumento introduzido pelos escravos
africanos.
Urucurana - Arbusto.
Urupé - Fungo.
Urutáu - Ave noturna cujo canto imita o gemer humano em prolongados e altos "aai. . .
aai. . . ai. . ." Brincam as crianças ao escurecer, dialogando com a ave. "Urutau, urutau. .
. seu pai morreu. (silencio) Urutau, urutau. seu irmão morreu! (silencio) Urutau, urutau.
. . sua avó morreu! áái. . . áái . . ái. . . coincide gritar gemente a ave, com grande sucesso
para as crianças. Com o desaparecimento das matas vai o urutau desaparecendo.
Urucubaca - Azar. Infelicidade. Febre eruptiva.
V
Vevuia - Fígado ou pulmão.
Virado - Farnel. Matula.
Virador - Ponto do rio de onde voltam os canoeiros.
Vira - Pássaro preto - Semelhante a graúna - Vira-bosta.
Vasqueiro - Raro.
Virar bicho - Zangar-se.
Vazio - Ilharga.
Vinrá? - (com o r brando) Virá; do verbo vir.
Veadeiro - Cão caçador de veado.
Váo - Ponto do rio que dá passagem sem ser preciso nadar.
Vendido - Enganado. "Não é por ahi o caminho, vancê tá vendido". De "invidado".
Você, vancê, vacê, voncê, acê, ocê, cê - Quer dizer vossa-mercê.
Y
Yaçanan - Ave do brejo
DICAS E ESTRATÉGIAS EM SALA
Caros colegas, as praticas em sala de aula são mais um desafio que o professor enfrenta hoje, No que diz respeito
à melhoria e qualidade da educação brasileira.
Uma companheira educadora me passou algumas idéias que a meu ver ajudarão a você a trabalhar melhor os
conteúdos de sua disciplina em sala; leia e a medida do possível e de acordo com sua realidade tente aplicá-las.... Bom
trabalho!!!!!
1-Leitura individual, coletiva e silenciosa;
2-Leitura paragrafada e sugerida pelo professor e os alunos;
3-Leitura espontânea com troca de parágrafos (passa a bola);
4-Turma em organizada em forma circular;
5-Turma organizada em pequenos grupos para trabalhos em sala; ( Dê nomes aos grupos);
6-Aprofundamento do conteúdo com o envolvimento do aluno, uso de dinâmicas ;
7-Resolução das atividades fora da sala de aula espaço ao ar livre;
8-Jogo das palavras para melhorias da escrita uso do dicionário ( ex: Uso de palavras com som de X e CH);
9-Palavras ditadas pelo professor e revisadas pelos alunos no quadro;
10- Reflexão e tira dúvidas em grupo de assuntos trabalhados em sala;
11-Acompanhamento individual dos alunos;
12-Pesquisa extra-sala na biblioteca, internet, (DVD, s),jornais, revistas etc.;
13- Tentar fazer o acompanhamento Nos cadernos dos alunos individualmente;
14-Trabalhar com agenda e diários dos alunos;
15-Montar dinâmicas em grupo para facilitar o aprendizado e a convivências em sala e fora dela;
16- fazer produções textuais com temas da atualidade;
17- promover debates em sala com temas da atualidade;
18- Fazer a predição das leituras em sala;
19-montar entrevistas orais e escritas com os alunos e a comunidade;
20- Fazer uso de equipamentos tecnológicos para as aulas de campo;
21-Adote o momento da leitura nas aulas pelo menos 30 minutos diários.
DICAS E CONCEITOS SOBRE LEITURA E ESCRITA EM SALA
DE AULA
LIVRO AMIGOLIVRO AMIGO
"O livro traz a vantagem "O livro traz a vantagem
de a gente poder estar de a gente poder estar
ssóó e ao mesmo tempo e ao mesmo tempo
acompanhado." acompanhado."
MMáário rio QuintanaQuintana
CONCEITOS
DE
LETRAMENTO
“(…) um conjunto de práticas de
uso da escrita que têm
modificado profundamente a
sociedade, mais amplo do que as
práticas escolares, incluindo-as,
porém.” Angela Kleiman (João
Pessoa, 2008)
• Mesmo vivendo em uma
sociedade letrada, existem
indivíduos que não são nem
mesmo alfabetizados.(Kleiman,
2008)
Podemos considerar iletrada
uma pessoa que é capaz de “ler”
a conta de luz de sua residência,
de identificar informações
contidas em um rótulo de um
produto na prateleira de um
supermercado ou de tomar um
ônibus?
Será que uma pessoa que foi
alfabetizada, mas que não faz
uso da leitura e da escrita no seu
cotidiano, pode ser considerada
letrada?
Aquisição e domínio do código; ler/escrever para aprender a ler/escrever
Situações comunicativas, socio-históricas, culturalmente determinadas, com finalidades específicas
Capacidade individual, competitiva Coletiva, cada um segundo sua capacidadedivisão do trabalho
Homogênea, segundo uma instituição dominante
Diversificada, segundo instituições, identidade dos participantes
Texto acadêmico e literário Todas as esferas: cotidiano, burocracia, comércio, jornalístico, publicitário, etc.
Texto como objeto de análise: atividades eminentemente analíticas
Texto como objeto cultural visando a construção de sentido
Preparo para transferência a outras atividades e contextos
Realização da tarefa específica: relação entre prática e instituição
Separação oral - escrito Oral-escrito integrados, nos textos multimodais produzidos na prática social
Alfabetização LetramentoDiferenciação
A alfabetização refere-se às
habilidades e conhecimentos que
constituem a leitura e a escrita, no
plano individual, ao passo que o
termo letramento refere-se às
práticas efetivas de leitura e
escrita no plano social. (Kleiman,
1995)
ALFABETIZAALFABETIZAÇÇÃO e ÃO e
LETRAMENTOLETRAMENTO
CONCEITOS SOBRE LEITURA E ESCRITA
1.LER1.LER A leitura é uma das ferramentas
imprescindíveis para apropriação de
novas aprendizagem.
Não é apenas decodificar.
É preciso interpretar, compreender,
construir o sentido e conhecer a
intencionalidade do texto.
2. ESCREVER2. ESCREVER
A escrita não é um dom: é algo que se
ensina e se aprende.
FUNFUNÇÇÃO DA ESCRITA: ÃO DA ESCRITA: age sobre o leitor
e é instrumento para dirigir, informar,
divertir, emocionar, persuadir o outro
interlocutor e argumentar com ele.
3. ACESSO 3. ACESSO ÀÀ AMBIENTES DA AMBIENTES DA CULTURA LETRADA.CULTURA LETRADA.
4. PAPEL DO PROFESSOR:4. PAPEL DO PROFESSOR:
a) Mediador da leitura.
b) Deve preparar o aluno para interagir na sociedade.
c) Intervir com criatividade, criticidade e funcionalidade.
5. OCORREM PARTE NO COTIDIANO E PARTE POR MEIO DE ATIVIDADES SISTEMÁTICA NA ESCOLA.
TRÊS PONTOS FUNDAMENTAIS NO TRÊS PONTOS FUNDAMENTAIS NO
TRABALHO COM LEITURATRABALHO COM LEITURA
a) O texto e o leitor como criadores de
significado(s).
b) Objetivo de cada leitura.
c) Conhecimentos prévios para
produção significado.
Estratégias de Leitura para a
Compreensão Leitora
“Era uma vez uma velha que morava nos arredores de um povoado.
Uma noite estava se aquecendo junto ao fogo com a única companhia
das ardentes chamas, quando, de repente, ouviu ruídos em cima, em
seu quarto.
Surpresa, disse:
- Eu diria que há ruídos lá em cima... ou será impressão minha?
Depois ouviu claramente passos que iam de um lado para o outro e
compreendeu que se tratava de ladrões que tinham ido roubá-la.
Como estava sozinha e ninguém podia acudir em sua ajuda, começou
a pensar:
- O que é que eu poderia fazer para esses ladrões irem embora? Ah,
já sei!”
Qual você acha que foi a idéia da velhinha para expulsar os
ladrões? Leia bem o texto antes de responder e preste atenção
no lugar em que ela mora, no fato de se encontrar sozinha e ser
velha. Escreva sua resposta, acabe a leitura e veja se adivinhou.
A Velha e os Ladrões
“E, decidida, dirigiu-se para o pé da escada e começou a gritar:
- Bernardo, suba para o terraço! Maria, pegue a espingarda!
- Juan, cace-os!
- E você, Pedro, bata neles!
- Ramón, conte quantos são!”
Ao ouvir os gritos da velha, os ladrões se assustaram muito e
disseram:
- Olhe que não tem pouca gente nesta casa ... É melhor ir embora,
porque entre todos, eles vão nos pegar...
Mais tarde a velha, sentada diante do fogo, começou a gargalhar ... e
contam que ainda continua rindo.”
Onde você acha que estavam Bernardo, Maria, Juan, Pedro e
Ramón? Onde é que os ladrões pensaram que eles estavam?
Por que a velha ria tanto?
• Durante a leitura, vá estimulando a participação dos alunos, por meio de questionamentos e comentários:
• levante os conhecimentos que eles têm sobre o assunto (Você já ouviu falar nesse autor ou nesse personagem?) e peça a eles que antecipem o que o texto trará (O que você acha que vai acontecer agora?, Como ele vai reagir?) –antecipação;
• estimule-os a relacionar esses conhecimentos com o que o texto traz, a compreender o que não está explícito no texto, a ler nas entrelinhas (Por que vocês acham que ele disse isso?, O que será que levou fulano a agir assim?, O que o autor quis dizer com...?) – inferência;
Desenvolvendo Estratégias de Leitura
• pergunte aos alunos se o que pensavam a respeito do texto se
confirmou ou não, após sua leitura-checagem;
• proponha que avaliem tanto os recursos do texto como as
situações ou fatos narrados (Você acha que a história seria
melhor se fosse contada pelo personagem tal...?, Essa gíria
ficou bem, aqui? Por quê?, O que você faria no lugar de fulano?,
O que responderia?) – crítica;
• incentive os alunos e exercitarem o raciocínio lógico, a
coerência, questionando sobre o que aconteceria se
determinado fato fosse alterado (E se fulano tivesse agido
assim?, O que mudaria na história, se beltrano tivesse
respondido isto...?) – transformação;
Desenvolvendo Estratégias de Leitura
Após a leitura, estimule outros comentários e
discussões a respeito de usos e costumes de outras
épocas e povos, bem como do comportamento dos
personagens.
Não se recuse a ler novamente um texto que tenha
feito sucesso; estimule os alunos a trazer outros para
serem lidos na classe; proponha atividades de
recriação das histórias por meio de dramatização,
desenho ou escrita.
Desenvolvendo Estratégias de Leitura
Leitura
Compreender o texto é, ao longo de sua descoberta (ouvindo ou lendo) quebrar a sua linearidade e organizar as informações recebidas em representações. O leitor deve desconstruir mentalmente a cadeia lingüística e reconstruir a informação de outra forma. Um procedimento que combina ao mesmo tempo a continuidade linear (plano lexical e sintático) e um movimento de antecipações e retomadas textuais progressivas. Esses processos ativos podem ser ensinados? Pode-se “aprender a compreender”?
Formação em leitura e produção de texto”
Finalidades da Leitura
Finalidade Procedimento Exemplos
Ler para obter uma informação precisa
Leitura seletiva Número de telefone numa lista;Jornal;Palavra no dicionário
Ler para seguir instruções
Leitura atenta. Ler tudo para garantir a compreensão, até as imagens.
Instruções de um jogo;Receitas;Manual de instruções
Ler para aprender Leitura eficaz e controladora, mais lenta e requer procedimentos de sublinhar, anotar, fazer esquemas, etc.
Enciclopédias;Livros de textos expositivos e informativos
Formação em leitura e produção de texto”
Finalidades da Leitura
Finalidade Procedimento Exemplos
Ler para revisar Leitura crítica, regulada.
Revisão dos próprios textos.
Ler por prazer Leitura guiada pela experiência do leitor sem compromisso.
Literatura
Ler para um público
A leitura requer a compreensão do texto, entonação e preparação
Bíblia;Discurso de orador
Procedimentos interpretativos manifestados
logo que a criança começa a falar:
• evocar o que conhece;
• imaginar a partir do que se conhece
• formular hipóteses mais fantasiosas
• associar idéias, imagens, para dar conta
de uma informação
• abandonar uma pista por outra com a
chegada de um novo dado
• reunir informações
Para ler e orientar as crianças na leitura é
necessário:
• Organizar uma progressão pedagógica;
• Determinar uma ordem de tratamento que
hierarquize as informações, integrar
progressivamente os elementos,
relacionando entre os diversos sentidos
possíveis de uma palavra ou expressão,
aquele que for mais compatível com o que se
sabe, deduzir a partir das informações mais
explicitas que permitam uma interpretação
global da mensagem.
Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Ciências da
Natureza
Parte Pedagógica: Sugestões para atividades com o semiárido
Disciplina: matemática
Leituras e interpretações de gráficos;
Análise de dados estatísticos;
Produção de textos: percentuais sócio-econômicos, educacionais, crescimento populacional, etc.;
Representar dados e informações através de gráficos;
Construções de gráficos (barras, setores, linhas e colunas);
Trabalhar com áreas ( extensão de território );
Situações-problemas envolvendo o preço, a compra e venda de produtos produzidos na região (EX: o
preço da arroba do caprino);
Trabalhar com volumes ( aumento e vazão das águas das chuvas, açudes e rios; precipitação
pluviométrica);
Geometria: formas, espaço físico, arquitetura e paisagens. (EX: maquetes, desenhos e etc.);
Trabalhar localização, vistas, mapas e escalas.
Disciplina: Ciências
Trabalhar a construção de vocabulário ( biomas, biodiversidade, ecossistemas ,queimadas, espécie,
desmatamento, desequilíbrio ecológico, ecologia, extinção, reciclagem, poluição, preservação,
biomassa, solar, biodiesel manejo, calor, energia, temperatura, renovável, e eólica.);
Trabalhos de pesquisas: animais do semiárido ameaçados de extinção ou extintos, alimentos
produzidos no semiárido, utilização de recursos renováveis do semiárido na produção de energias
alternativas, energias e combustíveis (biomassa,biodiesiel,solar,eólica e etc.) e utilização dos recursos
naturais da região como fonte de renda ( EX: mamona, carnaúba, etc. ).
Produções de textos: desmatamento do bioma caatinga, manejo e utilidade do solo, abastecimento e
tratamento de água, esgoto e aterro sanitário;
Exposição: vídeos, fotos, gravuras e desenhos do cotidiano do semiárido (vegetação, animais, rios,
riachos, açudes, e moradia.).
Parte Científica: Conteúdos nas Àreas das Ciências Naturais
PROBLEMAS NO SEMIÁRIDO
Apesar das dificuldades socioeconômicas do sertão e da imagem de solo e vida pobres, cientistas
brasileiros revelam o lado rico em biodiversidade da caatinga, único ecossistema totalmente compreendido
em território nacional. Biólogos listam as espécies de répteis, aves e mamíferos encontradas na região e
alertam: é preciso criar, o quanto antes, pelo menos oitenta áreas de preservação nos 800.000 km2 de
semiárido. A onça-pintada, encontrada na caatinga, está entre as espécies ameaçadas de extinção. A caatinga
é um ecossistema diferenciado dos demais pelo fato de ser o único que se situa totalmente dentro dos limites
territoriais brasileiros. A biodiversidade ali encontrada sempre foi considerada pobre, quando comparada à
de ecossistemas como o Pantanal Mato-grossense ou à Floresta Equatorial da Amazônia, que abrigam
milhares de espécies endêmicas da fauna e da flora. Mas um olhar um pouco mais apurado sobre a biologia
da caatinga revela surpresas no que diz respeito à riqueza de sua biodiversidade. Foi o que fez o herpetólogo
(estudioso de répteis e anfíbios) da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Trefaut Rodrigues, professor
de Biociências especialista em lagartos, que pesquisou espécies animais que vivem nas dunas do ―pequeno
Saara brasileiro‖. Rodrigues chegou à caatinga disposto a encontrar, principalmente nas dunas de areia,
novas espécies de lagartos e anfisbenídeos, um grupo de répteis de corpo alongado, sem cauda, cujos
representantes são popularmente chamados de cobra-de-duas-cabeças. O professor descobriu que a região
funciona como uma bomba de especiação, já que, em relação a esses animais, metade vive próximo à região
de Santo Inácio, situada na margem esquerda do rio São Francisco, enquanto 37% das espécies da caatinga
são endêmicas das dunas. É preciso lembrar que a área das dunas ocupa menos de um por cento de toda a
caatinga (7.000 km2 de região semiárida). As pesquisas nesse ecossistema ganharam impulso nos últimos
anos, principalmente a partir de 2000.
A literatura científica já registra 47 espécies de lagartos, 52 de serpentes, dez de anfisbenídeos e 48
anfíbios, sem contar grupos de invertebrados. Mas as pesquisas que visam à compreensão dos processos de
evolução e formação das espécies que ali vivem atualmente exigem estudos geomorfológicos sobre a região.
Por volta de doze mil anos atrás (final do último período de glaciação), o rio São Francisco não chegava até
o oceano Atlântico, como hoje. O rio desaguava em um grande lago natural, onde, em seu entorno, viviam
juntas diversas espécies de lagartos. Mais tarde, quando as águas transpuseram as serras do norte da Bahia e
o rio chegou ao oceano, as espécies que formavam uma única comunidade foram separadas, dando início ao
processo de especiação por isolamento geográfico. Isso fez com que, anos depois, herpetólogos
descobrissem que apesar de serem morfologicamente muito parecidas, havia diferenças genéticas entre
espécies irmãs de lagartos que viviam nas margens opostas do São Francisco.
PRESERVAÇÃO
O nível de importância de um ecossistema se dá, entre outros fatores, em função da biodiversidade
observada. E graças à riqueza da caatinga, organizações não-governamentais como a Conservação
Internacional defendem a criação urgente de parques nacionais de proteção ambiental na caatinga,
principalmente na região do Médio São Francisco, onde estão as dunas. "O número de áreas protegidas está
muito aquém das reais necessidades", afirma Mônica Fonseca, bióloga e pesquisadora da instituição, que, em
seu último estudo sobre o ecossistema, constatou que apenas dois por cento do semiárido está dentro de
parques. Segundo ela, esse percentual deveria subir para 59,4%. Mas não é apenas nas dunas da caatinga que
são encontradas espécies animais. Segundo o ictiólogo Ricardo Rosa, da Universidade Federal da Paraíba, já
foram descobertas 240 espécies de peixes de água doce. Entre as aves, a constatação da riqueza de vida do
semiárido não é diferente: são 510 espécies, sendo que mais de noventa por cento delas reproduzem-se na
própria região, o que descarta a possibilidade de estarem na caatinga apenas durante alguma migração. Na
lista de aves do ecossistema em processo de extinção aparecem espécies conhecidas, como o maracanã (Ara
maracana) e o pintassilgo-do-nordeste (Carduellis yarelli), o que reforça a necessidade de criação de áreas de
preservação ambiental.
Apesar das imagens de carcaças em processo de decomposição que povoam o imaginário brasileiro, a
caatinga também é berço de espécies de mamíferos, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e a
jaguatirica, que vivem na serra da Canastra. Das 143 espécies que ocorrem no ecossistema e que foram
listadas pelo zoólogo João Alves de Oliveira, do Museu Nacional, dezenove são endêmicas da região. Entre
os primatas, são encontrados duas variações de guaribas: o macaco-prego e o macaco-sauá, recém-
descoberto na região de Canudos. A aridez do sertão e as dificuldades encontradas pelo sertanejo foram
ricamente retratadas pelo jornalista e escritor Euclides da Cunha, principalmente em seu clássico Os Sertões,
no qual apresenta as maravilhas da caatinga. Aquele magnífico cenário, porém, está sendo degradado.
Segundo dados recentes, estima-se que trinta por cento de todas as caatingas tenham sofrido algum grau de
degradação pelo homem, o que leva à fragmentação das áreas intactas em ilhas de vegetação. Trata-se de um
problema para um ecossistema que, sabe-se agora, é rico em flora e fauna. É um tipo de vegetação cuja
localização é principalmente o nordeste brasileiro, mas ocorrendo também no norte de Minas Gerais. Esta
região é marcada pelo clima semi-árido, com chuvas irregulares. Apresenta duas estações não muito bem
definidas: Uma quente e seca, e outra quente e com chuvas. É comum a estação seca se prolongar, o que
provoca grande mal a população do local. Assim que começam as primeiras chuvas a vegetação ganha novos
ramos, aparecem várias gramíneas, e a caatinga toma um aspecto verde, bem diferente do marrom que se tem
como cor predominante na estação seca. A maior parte da população local sobrevive as custas de uma
agricultura insipiente, de um extrativismo vegetal pobre, e de uma pecuária irrisória. Existe a pecuária
bovina e a pecuária caprina, sendo esta mais importante que a outra. As cabras tiram seu sustento dos brotos
das plantas, e até de raízes que buscam cavando com seus cascos.
O solo é raso e pedregoso, o que torna a agricultura uma prática difícil na região. Existem algumas
manchas de solo que podem ser aproveitados pela agricultura, e hoje em dia, com uma forte irrigação e
correção do solo (o solo é básico, alcalino, o que causa salinização da água dos açudes, com a evaporação)
planta-se café, manga, e outras frutas com grande sucesso. É necessário estudar também a existência de
águas subterrâneas, como o imenso lençol que existe no Piauí e que poderia resolver o problema de escassez
de água de toda uma região, demonstrando que há uma questão de vontade política para esta solução. A
vegetação é ramificada, com um aspecto arbustivo, tendo folhas pequenas ou modificadas em espinhos.
Estas são algumas das soluções encontradas pelas plantas para evitar a evapotranspiração (perda de água
pela epiderme). Além disso, ocorre a perda de folhas na época seca (folhas caducas). Algumas espécies
armazenam água como adaptação para a época seca; por exemplo, bromélias e cactáceas. A vegetação é
distribuída de forma irregular, contrastando áreas que se assemelham a florestas, com áreas com solo quase
descoberto. A fauna de répteis é abundante, podendo ser encontrados um grande número de lagartos e
cobras. Além disso, existem alguns roedores, muitos insetos e, principalmente, aracnídeos. A dificuldade de
se encontrar água dificulta a existência de grandes mamíferos na região, mas são encontrados cachorros do
mato e outros animais que se alimentam principalmente de roedores. A área seca do nordeste é o que se
chama de depressões Inter planálticas, pois a região é cortada por serras e chapadas onde a vegetação nem
sempre é de caatinga, recebendo o nome local de "brejo". Brejo, portanto, não significa várzea, aqui, mas
área cuja umidade permite o crescimento de vegetação de mata. É nas encostas destas serras que as massas
de ar atlânticas vão depositar sua umidade. Outras formações de relevo características na depressão
nordestina são os 'inselbergs', blocos rochosos sobreviventes ao desgaste deste clima de estações marcadas
Biodiversidade e Vegetação do Semiárido
História ecológica de degradação
Estima-se que mais 36 milhões de pessoas habitem o semiárido brasileiro e dependam de forma
direta ou indireta dos recursos naturais da região, os quais, muitas vezes são explorados de forma não-
sustentável. O crescimento da população tem levado a uma pressão cada vez maior sobre os recursos
naturais, alterando ou suprimindo a presença de algumas espécies, modificando a estrutura das populações e
alterando os fatores abióticos, com interferências diretas na paisagem por meio de ações como irrigação e
terraplanagem. O desmatamento é principal causador da fragmentação da vegetação remanescente, deixando
essas áreas susceptíveis ao fogo, à colonização por espécies invasoras e consequentemente à redução da
biodiversidade endêmica. Entre os principais impactos atuais na vegetação nativa, está a agricultura baseada
em corte e na queima, a extração de produtos vegetais principalmente para fins energéticos, a pecuária
extensiva, a má utilização dos aquíferos, lençóis freáticos e da mata ciliar resultando em assoreamento e
contaminação ou poluição. Um bom exemplo é a contaminação dos lençóis freáticos causada por infiltração
de dejetos industriais no solo. Outra característica do semiárido é a alta salinização do solo devido à grande
evapotranspiração e precipitação pluviométrica insuficiente para lavar os sais que se acumulam na zona
agricultável do solo. A salinidade pode ter relações com a desertificação na medida em que resíduos de
dessalinização de águas salobras são despejados ao acaso no solo, elevando a salinidade dos mesmos a níveis
tão altos que impedem o crescimento de plantas cultivadas e nativas. Além das secas, as zonas semiáridas do
mundo caracterizam-se pela presença da desertificação, fenômeno natural cujas relações causais estão
referidas ao clima e ao uso inadequado dos recursos naturais (solo, água e vegetação). Significa dizer que a
semiaridez, a desertificação e as secas constituem fenômenos naturais associados, cujos efeitos são
potencializados pela ação do homem. A degradação ambiental nos espaços sujeitos a semiaridez alcança seu
limite com a desertificação.
Quadro atual de degradação
O principal bioma do semiárido, a Caatinga, já tem metade da sua vegetação original destruída. Em
2008, a vegetação remanescente da área era de 53,62%. Dados do monitoramento do desmatamento no
bioma realizado entre 2002 e 2008 revelam que, neste período, o território devastado foi de 16.576 km², o
equivalente a 2% de toda a Caatinga. A taxa anual média de desmatamento na mesma época ficou em torno
de 0,33% (2.763 km²). Com uma área total de 826.411 km², a Caatinga está presente nos estados da Bahia,
Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Os
dois primeiros desmataram, sozinhos, a metade do índice registrado em todos os estados. Em terceiro e
quarto lugar estão Piauí e Pernambuco. Já o estado de Alagoas, por exemplo, possui atualmente apenas
10.673 km² dos 13.000 km² de área de Caatinga originais. Os municípios que mais desmataram foram
Acopiara(CE), Tauá (CE), Bom Jesus da Lapa (BA), Campo Formoso (BA), Boa Viagem (CE), Tucano
(BA), Mucugê (BA) e Serra Talhada (PE)
Conservação
Ações necessárias para recuperação e conservação:
• Incentivar a criação de novas Unidades de Conservação que englobem as diversas fitofisionomias presentes
nos biomas, inclusive áreas destinadas à recuperação da vegetação, além de áreas que garantam a proteção
de encostas e corpos d’água;
• Criação de corredores ecológicos para interligar as áreas fragmentadas ou unidades de conservação;
• Investir no desenvolvimento de políticas públicas dirigidas à promoção de sistemas produtivos, atividades
extrativistas sustentáveis e investimento na educação básica voltada à valorização e ao respeito à riqueza
natural do semiárido;
• Fomentar a realização de estudos integrando diversos grupos biológicos para entendimento de processos
ecológicos, tais como reprodução de espécies vegetais e interações animais-plantas;
• Controlar a invasão da vegetação nativa por espécies exóticas.
Espécies ameaçadas presentes no semiárido
Um dos principais impactos ambientais que ocorrem no semiárido hoje é a extinção de várias
espécies nativas tanto de flora como de fauna. A extinção é um processo natural que vem acontecendo desde
a origem da vida, onde espécies se extinguem enquanto outras se especiam (processo de formação de novas
espécies). A interferência do homem promove um aceleramento nesses processos de extinção sem que as
espécies tenham chance de se adaptarem e, consequentemente, se especiarem.
Veja abaixo uma lista das principais espécies que se encontram ameaçadas de extinção no semiárido:
Flora
Gomphrena chrestoides, Myracrodruon urundeuva > Aroeira-do-sertãoSchino, psis brasiliensis > Brauna,
baraúna, Blepharodon hirsutum, Cynanchum morrenioides, Tabebuia selachidentata, Aechmea cariocae,
Aechmea eurycorymbus, Orthophytum amoenum, Brasilicereus markgrafii, Cipocereus pusilliflorus,
Coleocephalocereus purpureus, Discocactus horstii, Espostoopsis dybowskii, Facheiroa cephaliomelana ssp
estevesii, Melocactus azureus > Cacto, Melocactus deinacanthus > Cacto, Melocactus glaucescens > Cacto,
Melocactus pachyacanthus > Cacto, Micranthocereus auriazureus > Cacto, Rhynchospora warmingii,
Syngonanthus bahiensis, Syngonanthus harleyii, Syngonanthus mucugensis > Sempre-viva-de-mucugê,
Erythroxylum bezerrae > Pirunga, maçarenga, Erythroxylum pauferrense> Guarda-orvalho, pau-crioulo,
Erythroxylum tianguanum, Isoetes luetzelburgii, Hyptis carvalhoi, Hyptis pinheroi, Hyptis simulans,
Cattleya labiata > Catléia, parasita-roxa, orquídea, Cattleya tenuis > Orquídea, Thelyschista ghillanyi >
Orquídea, Lippia bromleyana, Xyris almae, Xyris morii
Invertebrados
Arachnida,Charinus troglobius > Aranha-chicote, Ianduba caxixe > Aranha, Ianduba paubrasil > Aranha,
Ianduba vatapá > Aranha, Giupponia chagasi > Opilião, Gastropoda, Tomigerus (Biotocus) turbinatus >
Caracol, Insecta, Coarazuphium cessaima > Besouro, Coarazuphium tessai >Besouro, Megasoma gyas
rumbucheri > Besouro-de-chifre
Anfíbios
Amphibia, Adelophryne baturitensis > Rãzinha, Adelophryne maranguapensis > Rãzinha
Répteis
Reptilia, Cnemidophorus abaetensis > Lagartixa-de-Abaeté, Bothrops pirajai > Jararaca
Aves
Phaethornis ochraceiventris camargoi > Besourão-de-bico-grande, Thalurania watertonii > Beija-flor-das-
costas-violetas, Thalasseus maximus > Trinta-réis-real, Picumnus limae > Pica-pau-anão-da-caatinga,
dontophorus capueira plumbeicollis > Uru-do-nordeste, Iodopleura pipra leucopygia > Anambezinho,
Procnias averano averano > Araponga-de-barbela, Dendrocincla fuliginosa taunayi > Arapaçu-pardo-do-
nordeste, Xiphorhynchus fuscus atlanticus > Arapaçu-de-garganta-amarela-do-nordeste, Caryothraustes
canadensis frontalis > Furriel-do-nordeste, Carduelis yarrellii > Pintassilgo-baiano, Automolus
leucophthalmus lammi > Barranqueiro-do-nordeste, Sclerurus scansor cearensis > Vira-folhas-cearense,
Synallaxis infuscata > Tatac, Xenops minutus alagoanus > Bico-virado-liso, Antilophia bokermanni >
Soldadinho-do-araripe, Schiffornis turdinus intermedius > Flautim-marrom, Cercomacra laeta sabinoi >
Chororó-didi, Herpsilochmus pectoralis > Chorozinho-de-papo-preto
Mamíferos
Mammalia Felinos Leopardus pardalis mitis > Jaguatirica, Leopardus tigrinus > Gato-do-mato, Puma
concolor greeni > Onça-vermelha, suçuarana, onça-parda, Morcego Platyrrhinus recifinus > Morcego
Primatas
Cebus xanthosternos > Macaco-prego-de-peito-amarelo, Callicebus barbarabrownae > Guigó, Callicebus
coimbrai > Guigó-de-Coimbra-Filho
Roedores
Callistomys pictus > Rato-do-cacau, Phyllomys unicolor > Rato-da-árvore, Chaetomys subspinosus >
Ouriço-preto, Xenarthra, Bradypus torquatus > Preguiça-de-coleira, Tolypeutes tricinctus > Tatu-bola,
Myrmecophaga tridactyla > Tamanduá-bandeira.
CONSERVAÇÃO DA CAATINGA
A Caatinga é uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo. O sistema vem sofrendo
historicamente drásticas modificações devido às ações humanas. O estudo "A Conservation Assessment of
the Terrestrial Ecoregions of Latin America and the Caribbean", realizado pelo Banco Mundial e a WWF,
define prioridades para a conservação da biodiversidade, as quais são estabelecidas em seis níveis por ordem
de relevância, assim estipulados: Prioridades I, I, II, III, IV e V. O ecossistema caatinga está classificado no
nível Iª. Esta alta prioridade é alcançada quando se considera que além da situação de vulnerabilidade do
ecossistema, deva ser acrescentada a sua representatividade para a biorregião. Com efeito, "os domínios de
caatinga" estão presentes em quase todo o Nordeste brasileiro, ou ainda, mais precisamente, na área
denominada de Polígono das Secas, que inclui parte do norte do estado de Minas Gerais. A essa
representatividade, somam-se os aspectos físicos e as formas de exploração econômica do ecossistema,
resultando daí a sua vulnerabilidade. Realmente, a forma de exploração adotada através dos tempos
contribuiu fortemente para que o Nordeste se tornasse, hoje, a área mais vulnerável do país à incidência da
degradação ambiental: meio ambiente frágil, fundamentado em grande parte sobre um embasamento
cristalino, com solos rasos, com amplas zonas tropicais semiáridas e forte pressão demográfica. Além disso,
a questão econômico-social da grande parcela da população nordestina, residente no semiárido de
dominação da caatinga é, sem dúvida, a causa principal de degradação do ecossistema. O uso dos recursos
da flora e da fauna pelas necessidades do homem nordestino é uma constante, já que ele não encontra formas
alternativas para o seu sustento. A lenha e o carvão vegetal, juntos, são a segunda fonte de energia na região,
perdendo somente para a eletricidade. Em 1992, a lenha e a estaca destacaram-se como os principais
produtos de origem florestal. No Ceará 91% das Unidades de Produção Rural (UPR) extraíram lenha,
enquanto 46% produziram estacas. A cobertura vegetal está reduzida a menos de 50% da área dos estados e
a taxa anual de desmatamento é de aproximadamente meio milhão de hectare. Por outro lado, o
desmatamento e a caça de subsistência são os principais responsáveis pela extinção da maioria dos animais
de médio e grande porte nativos do semiárido. O hábito de consumir animais da fauna autóctone é antigo,
vindo desde antes da colonização e, ainda hoje, é grande a importância social da fauna nativa nordestina. As
principais fontes de proteína animal das populações sertanejas continuam sendo a caça e a pesca predatórias.
Durante as grandes secas periódicas, quando as safras agrícolas são frustradas e os animais domésticos
dizimados pela fome e pela sede, a caça desempenha importante papel social na região, por fornecer carne de
alto valor biológico às famílias famintas do sertão. Mesmo com todas essas ameaças, o percentual de áreas
protegidas e/ou sob forma de unidades de conservação é insignificante. Embora ocupe 11% do território
nacional, apenas 0,45% desta eco região encontra-se em unidades de conservação, a maioria destas
protegendo hábitats de transição entre caatinga e outros sistemas, como o cerrado e a mata atlântica.
PERFIL DO ESTADO DO CEARÁ
A expectativa de vida do cearense foi de 71,0 anos em 2009, com uma das maiores diferenças do País
entre os homens (66,8 anos, 0,1 ano a menos que a média nordestina) e as mulheres (75,4 anos, 1,3 ano a
mais que a média nordestina). O valor atual representa uma melhora de 5,3% em relação à de 1999 (67,4
anos). Assim, o estado acompanhou e até superou o aumento geral da esperança de vida do brasileiro, que
foi de 4,4% (passando de 70,0 para 73,1 anos no mesmo período). Ainda assim, está muito inferior à maior
expectativa de vida do País, que é a do Distrito Federal(75,8 anos). O Ceará foi o estado que mais diminuiu
a mortalidade infantil de 1980 a 2006, atingindo 30,8 por mil a partir da altíssima taxa de 111,5 por mil de
1980. Houve, portanto, uma redução de 72,4%. Ainda assim, o Ceará em 2008 estava acima da taxa de
mortalidade nacional de 24,9 por mil. Por outro lado, dentre os estados nordestinos, só perde para
o Piauí (29,3 mortes por mil nascimentos). Seu desenvolvimento humano, contudo, ainda é muito incipiente,
embora tenha gradualmente avançado: de um IDH de 0,604 em 1991, passou a 0,723 em 2005. O
componente do IDH que mais avançou foi o da Educação, que passou de 0,604 para 0,808 no mesmo
período, sobretudo devido ao grande aumento da matrícula de jovens. Em 2008, o Ceará atingira índices
sociais mais altos que a média do Nordeste em diversos aspectos, como a expectativa de vida, escolaridade
média e analfabetismo funcional, e apresentava tendência à diminuição de sua disparidade com relação à
média do Brasil, superando já o índice nacional no tocante ao desemprego, ao índice de Gini e à razão entre
os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população, denotando uma desigualdade de renda que, outrora
maior que a brasileira, tornou-se ligeiramente menor a partir de 2006
Economia
Quase metade da economia cearense se concentra na
capital. Em 2008, o PIB cearense, em preços de mercado,
foi de R$ 60.098.877.000, dos quais 47,17% estão
concentrados na capital Fortaleza, segundo estudo do
Ipece.[126]
Há um suave processo de desconcentração da
riqueza no Estado, visto que em 2004 a capital
representava 47,80% do PIB estadual. Por outro lado, as
cidades mais ricas, no geral, seguem aumentando sua proporção em relação ao PIB total. Destacam-se além
da capital: Maracanaú (5,19%),Juazeiro do
Norte (3,31%), Caucaia (3,25%), Sobral (2,83%), Eusébio (1,56%), Horizonte (1,39%), Maranguape(1,07%)
, Crato (1,07%) e São Gonçalo do Amarante (1,02%). Os cinco municípios com PIB per capita mais altos no
Ceará são: Eusébio (R$ 23.205), Horizonte (R$ 15.947), Maracanaú (R$ 15.620), São Gonçalo do Amarante
(R$ 14.440) e Fortaleza (R$ 11.461), todos muito acima da média estadual, que é de R$ 7.112. Os dez
municípios de maior PIB abrangem 67,86% do PIB total. A partir da década de 1960 houve uma
progressiva industrialização e urbanização, que ganhou impulso a partir da década de 1980, em parte devido
à política de concessão de benefícios fiscais a empresas que se instalassem no estado. Atualmente, embora
sendo ainda uma economia sub-industrializada em relação a vários outros estados do Brasil, a economia
cearense não é mais baseada sobretudo nas atividades agropecuárias, sendo preponderante o setor terciário
de comércio e serviços, com grande destaque para o turismo. Apesar disso, aquelas ainda possuem grande
relevância na economia do estado, em especial a pecuária, mas há também crescente importância de cultivos
não-tradicionais no estado, como a produção de frutas e legumes no Vale do Rio Jaguaribe e de flores
na Serra da Ibiapaba e no Cariri.
Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5%
ao ano.[128]
Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média
brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da
agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e
do setor de serviços (5,21%). Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor
primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo
devido ao bom desempenho do setor de serviços.[3]
Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um
patamar de mais de 2% da produção nacional.[129]
Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do
Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010
com o ano de 2009.[130]
Em 2010 também foi registrado o recorde de participação da economia cearense na
economia nacional. Tal participação que era de 1,89% em 2007, subiu para 2,04% em 2010.
Setor primário
Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha
de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate,banana, laranja, coco e, mais recentemente,
a uva Recentemente tem crescido um pólo de agricultura irrigada dirigida principalmente à exportação, em
áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi.
Evolução do PIB (R$)
Ano PIB (R$ 1.000) Per Capita
2006 R$ 46.303.000 5.634
2007 R$ 50.331.383 6.149
2008 R$ 60.099.000 7.112
2009 R$ 64.713.000* 7.800*
2010 R$ 74.949.000* 8.900*
Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Cuesta
da Ibiapaba. Na pecuária os rebanhos de maior representatividade
são: bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos. Os principais
recursos minerais extraídos do solo cearense são: ferro, água
mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho,grafita, gipsita, urânio bruto. O
município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil.
Setor secundário
Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e
calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para
Fortaleza,Caucaia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um importante
complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará.[134]
Em Caucaia e São Gonçalo do
Amarante será instalada a ZPE do Ceará no Complexo Industrial e Portuário do Pecem onde serão instaladas
uma siderúrgica e uma refinaria de petróleo. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará é a entidade
sindical dos donos das empresas. A entidade congrega a maioria dos donos e dirigentes industriais. Algumas
das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de
Alimentos do Nordeste,Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson
Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca.
Setor terciário
O comércio é muito marcante na economia do Ceará compondo o PIB do estado com mais de 70%
A Associação Comercial do Ceará foi a primeira instituição classista cearense, fundada em 1866.
Atualmente a principal instituição comercial no estado é a Federação do Comércio do Estado do
Ceará(Fecomercio). Algumas redes de comércio varejista filiadas a Fecomercio com destaque no nacional
são Rede de Farmácias Pague Menos, Cone Pizza,Otoch e Esplanada. Em 2009 foi iniciada a construção da
segunda central de abastecimento do estado que ficará na região do Cariri e complementará a distribuição de
alimentos juntamente com a Ceasa da RMF.[136]
Complementando a atividade comercial da Ceasa, todas as
cidades mantêm mercados municipais. Em Fortaleza existem vários Shopping centers: Iguatemi
Fortaleza, North Shopping (Fortaleza), Shopping Aldeota, Shopping Benfica, Shopping Center
Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros dois shoppings ficam fora da
capital: o Maracanau Shopping Center, que fica em Maracanaú e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do
Norte
Ciência e Tecnologia
O Ceará mantém a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico como
principal instituição de fomento científico e tecnológicodo estado.[138]
Fazem parte ainda do sistema de C&T
do Ceará a Fundação Cearense de Meteorologia, a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará e as
universidades estaduais. O Governo federal tem duas unidades da Embrapa no estado: Embrapa
Agroindústria Tropical em Fortaleza e Embrapa Caprinos em Sobral. Instituições privadas de destaque são
o Instituto Atlântico e o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação.O principal espaço de
desenvolvimento científico do estado é o Campus do Pici, em Fortaleza, abrigando boa parte dos
laboratórios da Universidade Federal do Ceará e outras instituições como o Centro Nacional de
Processamento de Alto Desempenho no Nordeste e a sede da rede GigaFOR e vários cursos de pós-
graduação. Em todo o estado são ofertados 108 cursos de pós-graduação sendo 69 de mestrado e 29
de doutorado.
Ceará tem destaque na história e na pesquisa astronômica do Brasil. O Rádio-Observatório Espacial
do Nordeste do INPE instalado em Eusébio é o maiorradiotelescópio do Brasil. A Sociedade Brasileira dos
Amigos da Astronomia (SBAA), com sede em Fortaleza, é uma das principais instituições divulgadoras da
astronomia no país. Esqueleto do Anhanguera no "North American Museum of Ancient Life". Em 2009, Ano
Internacional da Astronomia, o Ceará passou e integrar a Rede Internacional de Centros para Astrofísica
Relativística (Icranet). Essa integração visa orientar os cursos de graduação em física das universidades
UVA e UECE, respectivamente em Sobral e Fortaleza, para estudos nas áreas de astrofísica, astronomia e
criar um programa de pós-graduação específico na UECE. O primeiro registro de fósseis no Brasil se deu
com o livro "Viagem pelo Brasil" (Reise in Brasilien), publicado entre 1823 e 1831, relatando a descoberta
de um peixe Rhacolepis na atual cidade de Jardim.] A bacia sedimentar da Chapada do Araripe conta com
uma formação muito rica em fósseis da flora e fauna do Cretáceo, boa parte em excelente estado de
preservação, sobretudo na cidade de Santana do Cariri. Os fósseis da região tem sido importantes para
comprovar a deriva dos continentes africano e sul-americano. Nessa área foi estabelecido o Geoparque
Araripe, o primeiro do gênero no Hemisfério Sul, visando a proteger sua significativa importância geológica
e paleontológica. O trecho mais importante do geoparque é a Formação Santana, que se destaca por conter os
primeiros registros de tecidos moles (não ósseos) de pterossauros e tiranossauros do mundo, as primeiras
fanerógamas fósseis da América do Sul e várias espécies de peixes fossilizados. Na cidade de Santana do
Cariri existe o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que ajuda no estudo e divulgação
científica paleontológica.
Educação
A primeira instituição de ensino do Ceará foi o Liceu do Ceará fundado em 1845 em Fortaleza. Fortaleza
concentra o maior número de escolas particulares do estado. O Centro Federal de Educação Tecnológica do
Ceará, transformado em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, que comanda as
unidades de ensino técnico em várias cidades do interior do estado e o Colégio Militar de Fortaleza são
importantes unidades de ensino federal no estado. No Ceará a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos
ou mais de idade em 2007 foi de 19,2% e de analfabetos funcionais foi de 30,7%, valores acima da média
nacional. A média de estudo dos cearenses acima de 10 anos é de 5,9 anos, acima da média nordestina, mas
bem abaixo da nacional, e a grande disparidade entre a capital e o interior fica clara, com a Região
Metropolitana de Fortaleza obtendo média muito superior, de 7,2 anos. Dados de 2008 demonstram que as
gerações mais antigas sofreram com o escasso acesso à educação comparado aos jovens: a média de anos de
estudo chega a 8,9 anos na faixa de 20-24 anos, mas cai abruptamente para só 2,8 anos na faixa de 60 anos
ou mais de idade. Quanto ao índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB), o Estado obteve em
2009 as melhoras notas da Região Nordeste em todas as categorias: para alunos da 4ª e 5ª séries do ensino
fundamental, 4,4 (11ª mais alta no ranking nacional), seguida por Pernambuco (4,1); para os da 8ª e 9ª séries,
a nota 3,9 (10ª melhor do País), seguida por Piauí (3,8); e para os do 3º ano do ensino médio, 3,6 (8ª melhor),
seguida por Paraíba (3,4).
A rede de ensino do
estado no ano de 2007 era
composta por 17.234 escolas
sendo 7.668 pré-escolares,
8.773 de ensino fundamental e
793 de ensino médio. Estas
escolas receberam 2.290.213
matriculas sendo 261.030 no
pré-escolar, 1.624.943 no
fundamental e 404.240 no
ensino médio Servindo a rede havia 92.636 docentes sendo 12.988 no pré-escolar, 63.651 no
fundamental e 15.997 no ensino médio. Em 2005 o Ceará abrigava 47 instituições de ensino superior
com 6.797 docentes e 99.597 alunos matriculados.]A Universidade Federal do Ceará foi a primeira do
estado, fundada em 1954. Atualmente existem além da UFC, mais 4 universidades: Universidade
Estadual do Ceará,Universidade Regional do Cariri e Universidade Estadual Vale do
Acaraú mantidas pelo governo do estado e a Universidade de Fortaleza particular. Futuramente é
prevista a criação da Universidade Federal de Integração Luso-Afrobrasileira na cidade de Redenção.
Saúde
Durante o século XIX somente oitenta cearenses foram diplomados pelas duas faculdades
de medicina existentes no Brasil. Desses, somente trinta voltaram para o Ceará. Em 1861 ficou
pronto o primeiro hospital do estado, Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, que foi o foco de
combate à várias pestes que assolaram o estado: varíola, febre amarela e cólera na década
anterior.[161]
Nos primeiros anos do século XX foi fundada a primeira entidade médica do
Ceará, Associação Médica Cearense, em 1913. Em 1925 iniciou-se as atividades da Santa Casa de
Misericórdia de Sobral, sendo até hoje o maior hospital do interior cearense. Durante toda a década
de 1930 houve um surto de malária no estado. Os principais hospitais públicos do estado estão
concentrados na Capital. Atualmente o sistema de saúde pública cearense é composto por hospitais
municipais e estaduais, totalizando 164 unidades hospitalares com internação e 2.198 sem internação
O Hospital Geral de Fortaleza é o maior hospital público. O Instituto Doutor José Frota é o maior
hospital de emergência. Dois hospitais de grande porte serão construídos durante o atual governo do
estado nas regiões do Cariri e Sobral para diminuir a superlotação do sistema de saúde cearense. O
sistema também é composto por centenas de postos de saúde e centenas de equipes do Programa de
Saúde da Família em quase todos os municípios. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência está
sendo implantado em todas as regiões do Ceará. O atendimento médico privado é bastante
desenvolvido com um total de 127 hospitais, destacando-se os hospitais São Mateus, Antônio
Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006
Média
34,74 (12º)
36,90
51,59 (10º)
52,08
2007
Média
46,73 (15º)
51,52
55,10 (14º)
55,99
2008
Média
38,13 (13º)
41,69
59,15 (9º)
59,35
Prudente, Unimed,Monte Klinikum. Há grande disparidade no acesso a médicos e a leitos
hospitalares. Os municípios com mais médicos por mil habitantes são Barbalha (3,6 por mil),
Guaramiranga (2,6) e Aracoiaba (2,3) — Fortaleza é a 9ª com mais médicos em termos proporcionais
(1,5 por mil) —, enquanto os que possuem menos são Varjota, Granja e Pires Ferreira, todos com
apenas 0,2 médico por mil. Barbalha também se destaca como a cidade com mais leitos por mil
habitantes (8,1), seguida por Brejo Santo (6,0), Jati (5,9) e Crato (5,4), enquanto as que apresentam
menos leitos possuem índices muito menores:Forquilha (0,1), Pacatuba (0,3) e Beberibe (0,5).
Caatinga Dentre os principais tipos de vegetação do semiárido, nenhum é mais característico do que a
caatinga. Ocupando uma área de aproximadamente 955.000 km2 , está presente em todos os estados
inseridos no semiárido. Vale a pena ressaltar que o bioma caatinga, no qual este tipo de vegetação está
inserida, não é compartilhado com nenhum outro país. A vegetação considerada mais típica
de caatinga encontra-se nas depressões sertanejas, uma ao norte e outra ao sul do bioma. Essa vegetação se
caracteriza por apresentar um estrato arbóreo de porte relativamente baixo, até 5 m. As árvores e arbustos
geralmente têm troncos finos, frequentemente armados, com folhas pequenas ou compostas e folhagem
decídua na estação seca. Cactos e bromélias terrestres são, também, elementos importantes da paisagem
da caatinga. O estrato herbáceo é efêmero e constituído principalmente por terófitas e geófitas que aparecem
apenas na curta estação chuvosa. Olhar para uma paisagem da caatinga em período seco pode fazer-nos
acreditar que este é um ambiente sofrido, pobre e deserto. Durante muito tempo se acreditou que a caatinga
seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a
Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota
pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterado desde o início da colonização do Brasil ou
ameaçado, tratamento este que permitiu a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de
várias espécies. Sabe-se hoje que a vegetação de caatinga é bastante heterogênea. Para se ter uma idéia,
somente no Ceará, ela pode apresentar-se na forma de caatinga arbórea (com árvores que chegam a alcançar
de 8 a 15 metros de altura), caatinga arbustiva (constituído significativamente por lianas e cactáceas),
carrasco (onde predomina um estrato arbustivo bastante fechado), mata seca (de fisionomia
arbóreoarbustiva, presente em locais de maior altitude) e cerradão (com árvores de grande porte e vegetação
densa e fechada).
A vegetação do bioma é extremamente diversificada, incluindo, além das caatingas, vários outros
ambiente associados. São reconhecidos 12 tipos diferentes de Caatingas, que chamam atenção especial pelos
exemplos fascinantes de adaptações aos hábitats semi-áridos. Tal situação pode explicar, parcialmente, a
grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma. Estima-se que pelo menos
932 espécies já foram registradas para a região, sendo 380 endêmicas. A caatinga é um tipo de formação
vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na
estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas cactáceas. A caatinga apresenta três estratos:
arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). Contraditoriamente, a
flora dos sertões é constituída por espécies com longa história de adaptação ao calor e à seca, é incapaz de
reestruturar-se naturalmente se máquinas forem usadas para alterar o solo. A degradação é, portanto,
irreversível na caatinga. O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e agreste. Algumas
poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Entre essas destaca-se o juazeiro, uma
das plantas mais típicas desse ecossistema. Ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a caatinga perde
seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, como Cereus (mandacaru e
facheiro) e Pilocereu (xiquexique), a caatinga também apresenta muitas leguminosas (mimosa, acácia,
emburana, etc.). Algumas das espécies mais comuns da região são a emburana, a aroeira, o umbu, a baraúna,
a maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro. No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com
suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições
físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas, é possível produzir quase todos os alimentos e frutas
peculiares aos trópicos. As espécies vegetais que habitam esta área são em geral dotadas de folhas pequenas,
uma adaptação para reduzir a transpiração. Gêneros de plantas da família das leguminosas, como Acacia e
Mimosa, são bastante comuns. A presença de cactáceas, notavelmente o cacto mandacaru (Cereus jamacaru),
caracterizam a vegetação de caatinga; especificamente na caatinga da região de Morro do Chapéu, é
característica a palmeira licuri (Syagrus coronata).
Quando chove na caatinga, no início do ano, a paisagem e seus habitantes se modificam. Lá vive a
ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros animais da região são o sapo-cururu, a asa-branca, a cotia, a
gambá, o preá, o veado-catingueiro, o tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre outros.A situação de
conservação dos peixes da Caatinga ainda é precariamente conhecida. Apenas quatros espécies que ocorrem
no bioma foram listadas preliminarmente como ameaçadas de extinção, porém se deve ponderar que grande
parte da ictiofauna não foi ainda avaliada. São conhecidas, em localidades com feição características da
caatinga semi-áridas, 44 espécies de lagartos, 9 espécies de anfisbenídeos, 47 de serpentes, quatro de
quelônios, três de crocolia, 47 de anfíbios - dessas espécies apenas 15% são endêmicas. Um conjunto de 15
espécies e de 45 subespécies foi identificado como endêmico. São 20 as espécies ameaçadas de extinção,
estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul
(Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Levantamentos de fauna na Caatinga
revelam a existência de 40 espécies de lagartos, 7 espécies de anfibenídeos (lagartos sem patas), 45 espécies
de serpentes, 4 de quelônios, 1 de crocodiliano, 44 anfíbios. Também constituída por diversos tipos de aves,
algumas endêmicas do Nordeste, como o patinho, chupa-dente, o fígado, além de outras espécies de animais,
como o tatu-peba, o gato-do-mato, o macaco prego e o bicho preguiça. Destaca-se também a ocorrência de
espécies em extinção, como o próprio gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a sucuri-bico-
de-jaca. A Caatinga possui extensas áreas degradadas, muitas delas incorrem, de certo modo, em rsico de
desertificação. A fauna da Caatinga sofre grande prejuízos tanto por causa da pressão e da perda de hábitat
como também em razão da caça e da pesca sem controle. Também há grande pressão da população regional
no que se refere à exploração dos recursos florestais da Caatinga. A Caatinga carece de planejamento
estratégico permanente e dinâmico com o qual se pretende evitar a perda da biodiversidade do seu bioma.
Biodiversidade Estudos recentes indicam que grande parte do patrimônio biológico da Caatinga não é encontrada em
nenhum outro lugar do mundo. Mesmo diante de tamanha importância, a Caatinga é o terceiro bioma mais
devastado do Brasil, numa lista encabeçada pela Amazônia, seguida pelo Cerrado. Porém, se considerarmos
o número de áreas protegidas nestes três biomas, a Caatinga possui o menor número de unidades de
conservação, sendo portando o bioma mais vulnerável. Cerca de 45% de sua área já foi desmatada. Somente
entre 2002 e 2008, a caatinga perdeu 16.500 km² de sua cobertura original. A taxa anual média de
desmatamento entre 2002 e 2008 foi de 2.763 km². Por ter essas especificidades, o Semiárido apresenta alto
grau de espécies endêmicas. Essas espécies apresentam suas adaptações ao semiárido, as plantas são
caducifólias (perdem suas folhas nas estações secas) e apresentam folhas modificadas em espinhos para
evitar a perda d’água. Os répteis e os anfíbios, por exemplo, tem hábitos noturnos, apresentam atividades
fortemente relacionadas ao período chuvoso, vivem próximos a locais úmidos, desovam em ninhos de
espuma e se enterram para sobreviver a períodos mais secos.
Algumas espécies endêmicas estão listadas abaixo:
Flora Copaifera mortii > Copaibarana
Cordia leucomalloides > Pau-d’óleo
Croton argirophyloides > Marmeleiro-branco
Hymenaca eriogyme > Jatobá
Mimosa caesalpinifolia > Sabiá
Auxemna oncocalyx > Pau-branco-preto
Zanthoxyllum stelligerum > Limãozinho
Mamíferos Kerodon rupestris > mocó
Wiedomys pyrrhorhinus > rato
Aves Caprimulgus hirundinaceus cearae > Bacurauzinho-da-caatinga
Paroaria dominicana > Galo-de-campina
Picumnus pygmaeus > Pato-de-asa-branca
Sakesphorus cristatus > Choca-do-nordeste
Hylopezus ochroleucus > Torom-do-nordeste
Gyalophylax hellmayri > João-chique-chique
Megaxenops parnaguae > Bico-virão-da-caatinga
BIODIVERSIDADE
Devido às condições tremendamente agrestes deste ecossistema, a biodiversidade não é muito grande, em se
comparando com outros.
FLORA
Entre as principais espécies vegetais estão:
Schinopsis brasiliensis;Baraúna
Copernicia prunifera;Carnaubeira
Tabebuia caraiba;Craibeira
Zizyphus joazeiro; Juazeiro
Hancornia speciosa;Mangabeira
Auxemma oncocalyx;Pau-branco
Spondiar tuberosa; Umbuzeiro
Insa e Embrapa apresentam alternativas econômicas para o Semiárido
Com uma extensão de 969.589 Km², distribuídos por 1.133 municípios, o Semiárido brasileiro (SAB)
oferece ao país grande potencial econômico, desde que respeitadas as condições climáticas da região, que
abriga mais de 23 milhões de brasileiros. Esta é a avaliação do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e da
Embrapa Semiárido de Petrolina (PE). Para o diretor-adjunto do Insa, Alberício Pereira de Andrade, para
estimular o desenvolvimento da região é imprescindível, primeiramente, desconstruir o conceito de que
irrigar a área é a única
alternativa viável. ―Nosso desafio requer um trabalho inovador, um rompimento de alguns conceitos
construídos ao longo dos anos.
Claro que água é fundamental, mas não é a única solução para o SAB‖, destacou durante a 4ª Conferência
Regional Nordeste de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada nos dias 15 e 16 deste mês, em Maceió
(AL). Já o chefe-geral da Embrapa, Natoniel Franklin de Melo, ressaltou que o Semiárido brasileiro é o mais
chuvoso do mundo e desta forma é fundamental intensificar os investimentos em soluções para o
armazenamento deste bem natural. ―Uma alternativa que já se estabeleceu como política pública e que tem
se mostrado eficiente é a construção de cisternas públicas‖, lembrou. Dentre as iniciativas que podem
modificar o cenário de pobreza comum a várias localidades do SAB apontadas pelos especialistas, destaque
para a substituição do cultivo de culturas tradicionais por organismos xerófilos (adaptado ao meio seco). Isto
significa trabalhar como cultivo regular as plantas nativas e as adaptadas às peculiaridades locais. São
plantações como imbuzeiro, maniçoba, umbu, caju, mamãozinho-de-veado, entre outros. ―Nós não
conhecemos a nossa diversidade. É fundamental investir em pesquisa, ciência e tecnologia para aproveitar
esse potencial‖, reforçou Natoniel de Melo. Para ele, o desenvolvimento de ações neste sentido fortalecerá o
comércio exterior e também garantirá a segurança alimentar da população, formada principalmente por
famílias de baixa renda. Exemplo é o município de Petrolina (PE), que tem apostado na agricultura irrigada e
se tornou um grande exportador de frutas, movimentando cerca de R$ 500 milhões por ano. ―Só no plantio e
colheita da uva são gerados cerca de 70 mil empregos‖, disse Natonielde Melo. Ele também lembrou que a
maior parte do solo do Semiárido se estende por rochas cristalinas e desta forma é preciso intensificar ações
de PD&I para viabilizar sistemas de produção agrícola nestes locais, além de incentivar o desenvolvimento
técnico para novos cultivos e melhoramento genético dessas espécies.
Outro nicho promissor apontado é o mercado de carbono. Para o Insa é fundamental maximizar o número de
pesquisas com foco no Semiárido, pensando sempre na economia de baixo carbono. ―Nós somos
relativamente uma região limpa, com poucas entradas de agrotóxicos e esse é o maior cartão de visitas do
SAB. É importante agregar valor aos produtos produzidos aqui, mostrando que eles têm qualidade e emitem
poucos gases de efeito estufa para a atmosfera‖, disse o diretor do Insa. Ainda segundo os pesquisadores,
devem ser priorizadas iniciativas para o manejo da água, conservação pós-colheita e mudanças nas
condições de educação, apostando na educação contextual. ―O estudante precisa reconhecer o seu espaço,
saber onde ele vive e o que pode fazer para conservar e viver bem naquelas condições naturais‖, explicou
Alberício Pereira. A Embrapa destacou que hoje o potencial de mercado do SAB está focado na bacia
leiteira, vinicultura, oleicultura, fruticultura irrigada e no artesanato. ―O que se deve fazer agora é agregar
valor a estes produtos, e isto elevará o potencial de geração de emprego e renda‖, completou.
Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área da Cultura e
Sociedade.
I. Parte Pedagógica: Sugestões para atividades com o semiárido
1.0. Aulas expositivas dialogadas com os alunos sobre a temática do semiárido
1.1. Uso do mapa múndi, país, região, estado e município;
1.2. Produção textual sobre o semi-árido no gênero narrativo, descritivo ou dissertativo sobre o
semiárido seus problemas, desafios e soluções;
1.3. Trabalho de pesquisa sobre o semi-árido (características, políticas públicas, fauna, flora,
solo, água, cultura, música, costumes, comidas e a influência do povo do semiárido no território
brasileiro);
1.4. Exposição em sala de fotos da realidade do semi-árido brasileiro;
1.5. Levantamento e exposição de gráficos estatísticos sobre a realidade sócio-econômica,
ambiental e educacional dos habitantes do semi-árido brasileiro, regional e cearense; bem como
estatísticas da população que vive no semiárido no município, Ceará, Nordeste e parte do
Sudeste.
1.6. Desenho ou pintura de quadros que retratem a paisagem e a vida no semi-árido;
1.7. Estudo e aprofundamento das questões sociais e econômicas do semi-árido (fome,
desnutrição, condição de vida, agricultura, pecuária, analfabetismo, programas sociais,
preconceito, etc); usar o dicionário das palavras usadas no semiárido nos conteúdos de
linguagens e códigos;
1.8. Identificação das regiões características de semi-árido no próprio município e suas
particularidades (transporte, comunicação, saúde, educação, emprego e renda, etc); usar o mapa
do slide ou da própria apostila;
1.9. Poesias, literatura de cordel e crônicas que retratam o semi-árido; os recursos fornecidos nas
linguagens e códigos ajudarão muito.
1.10. Pesquisar na internet, livros, revistas e jornais sobre personagens que viveram no semiárido
e se destacaram no cenário nacional e internacional na música, no esporte, nas ciências, na
política, pintura, arquitetura, arte, etc); o aluno perceberá que o fato de morar no semiárido não o
impede de crescer, sonhar e conquistar seus sonhos e ideais.
II. Parte Científica: Conteúdos nas Àreas da Cultura e Sociedade.
CERTAMENTE QUANDO FALAMOS DE SEMIÁRIDO
AS SEGUINTES IMAGENS VEEM EM NOSSA
MENTE...
Mapa Climático Global – O Clima Semiárido no Mundo
Clima no Mundo
A grande diversidade verificada na conjugação dos fatores climáticos pela superfície do planeta dá origem a vários tipos
de clima.
Os principais tipos de clima são:
Polares ou glaciais: ocorrem em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares árticos e Antártico,
onde há grande variação na duração do dia e da noite e, consequentemente na quantidade de radiação absorvida ao longo
do ano. São climas que se caracterizam por baixas temperaturas o ano inteiro, atingindo no máximo 10 ºC nos meses de
verão, em regiões onde a massa de neve e gelo que recobre o solo derrete e o dia é muito mais longo que a noite
Temperados: é apenas nas zonas climáticas temperadas que encontramos uma definição clara das quatro estações do
ano: primavera, verão, outono e inverno. Há uma nítida distinção entre as localidades que sofrem influência marítima, de
amplitude térmica menor, e no interior dos continentes, onde as variações de temperatura diária e anual são bastante
acentuadas.
Mediterrâneos: apresentam verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. Do ponto de vista de temperatura, são
bastante parecidos com os climas tropicais. Seus índices pluviométricos, no entanto, são um pouco menores e as chuvas
ocorrem no outono e no inverno.
Tropicais: São climas quentes o ano inteiro, apresentando apenas duas estações bem definidas: inverno ameno e seco,
verão quente e chuvoso. Nas localidades de clima tropical sob influência da maritimidade, a amplitude térmica diária e
anual é menor e o inverno não é tão seco, em comparação com as regiões que sofrem influência da continentalidade.
Áridos ou desérticos: devido à extrema falta de umidade, caracterizam-se por elevada amplitude térmica diária e
sazonal. Os índices pluviométricos são inferiores a 250 mm/ano.
Semi-áridos: são climas de transição, que se caracterizam por apresentar chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do
ano. São encontrados tanto em regiões tropicais (onde as temperaturas são elevadas o ano inteiro) quanto em zonas
temperadas (onde os invernos são frios).
Mapa Climático do Brasil – O Clima Semiárido no Brasil
A) CLIMA EQUATORIAL
Domina os cerca de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. Que corresponde a Amazônia: Acre, Amazonas, Amapá,
Rondônia, quase todo o estado do Pará ( menos a porção sudeste), o noroeste do Maranhão e do Mato Grosso e parte de
Roraima. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24ºC e 26ºC e sendo no mês mais frio superior a 18ºC , com
amplitude térmica anual de até 3 graus, chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribuídas. A ação da massa
equatorial continental (mEc) produz as chuvas locais (ou de convecção). No inverno, ocasionalmente, a região recebe
frentes frias originárias da massa polar atlântica (mPa), ocasionando as friagens. A umidade atmosférica é elevada,
geralmente superior a 80%.
B) CLIMA TROPICAL
O clima tropical abrange quase a totalidade da área correspondente ao planalto Brasileiro, domina extensas áreas do
planalto Central e das regiões Nordeste e Sudeste. Suas temperaturas são também elevadas, mas este tipo de clima se
diferencia do equatorial por apresentar duas estações bem delimitadas pelas chuvas: Apresenta inverno quente e seco e
verão quente e chuvoso. As temperaturas médias são superiores a 20ºC, com amplitude térmica anual de até 7ºC e
precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano. Mas para o Nordeste, a estação seca vai se tornando mais longa, efetuando-se a
transição para o clima semi-árido. No litoral oriental do Nordeste (do Rio Grande do Norte até o litoral baiano), as
chuvas tornam-se novamente abundantes, caindo predominantemente no outono e no inverno. Por influência da latitude
(mais alta) e do relevo, no Sudeste estas características sofrem algumas modificações, que dão origem ao clima tropical
de altitude.
C) CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE
Corresponde às áreas mais altas do relevo brasileiro, representado elevações das serras do Mar e da Mantiqueira, assim
como pelo planalto que se estende ao norte de São Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As médias mensais
de temperatura que caracterizam este clima estão entre 18º e 22ºC, com amplitudes térmicas anuais de 7 a 9ºC e
precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano, não existindo maiores diferenças entre o clima tropical de altitude e o
tropical, pois os meses mais chuvosos, nas áreas de ocorrência deste tipo de clima, coincidem com a primavera e o verão
(setembro a março) e os de estiagem, com o outono e inverno(abril a setembro) .O verão tem chuvas mais intensas,
devido à ação úmida da massa tropical atlântica (mTa). No inverno, as massas frias originárias da massa polar atlântica
(mPa) podem provocar geadas com temperaturas abaixo de 0ºC.
D) CLIMA TROPICAL ATLÂNTICO
Atua na fachada atlântica desde o sul do Rio Grande do Norte até o sul do Rio Grande do Sul. Temperaturas médias
entre 18º e 26ºC, com amplitudes térmicas crescentes à medida que aumenta a latitude. As chuvas abundantes superam
1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste, concentram-se no outono e inverno e mais ao sul
no verão.
E) CLIMA SEMIÁRIDO
O clima semi-árido caracteriza-se, predominantemente, pela escassez de chuva. Este tipo de clima domina o sertão
nordestino. Quando ocorrem anos normais as chuvas caídas no período próprio atendem às necessidades dos habitantes.
A situação torna-se calamitosa apenas quando elas deixam de cair na época devida, prolongando-se assim a estação seca.
Alias, as estiagens anormais não ocorrem somente na área compreendida pelo sertão nordestino, mas abrangem também
áreas mais distantes das influências do clima semi-árido. Caracteriza-se por médias térmicas elevadas, em torno de 27ºC,
com extremos, como Sobral, no Ceará, com uma média mensal de 28,9ºC ( em dezembro). Amplitude térmica anual em
torno de 5ºC. Chuvas poucas e irregulares (menos de 800 mm/ano).
F) CLIMA SUBTROPICAL
Ocorre na maior parte do planalto Meridional. Predomina na zona temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, exceto
no norte do Paraná. Caracteriza-se por temperaturas médias inferiores a 18ºC, com amplitude térmica anual entre 9 e
13ºC. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave e o inverno rigoroso, com geadas constantes e nevascas ocasionais.
Muitas chuvas (entre 1.500 e 2.000 mm/ano), e bem distribuídas.
http://noticias.uol.com.br
PRECIPITAÇÃO PLUVIÔMETRICA DO MUNICÍPIO DE ARATUBA – CHUVAS DE 1964 A 1999
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME
Município: ARATUBA
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
1964 321,0 383,0 387,7 415,7 336,1 162,1 192,1 66,9 81,0 44,9 3,3 25,0 2.418,8
1965 186,6 101,1 287,1 788,3 418,8 525,8 72,4 4,2 18,3 26,4 10,8 16,5 2.456,3
1966 12,8 80,1 221,2 154,0 307,9 231,2 484,2 34,5 18,8 3,4 7,1 17,0 1.572,2
1967 37,8 466,6 728,1 435,3 691,1 394,5 159,6 105,9 7,4 - 2,2 109,7 3.138,2
1968 150,4 101,4 700,8 330,7 445,1 134,0 146,4 32,9 - 14,8 14,3 75,0 2.145,8
1969 90,7 283,4 290,5 431,7 340,7 311,3 354,8 194,0 25,9 14,7 5,7 4,3 2.347,7
1970 122,4 71,9 323,1 399,2 65,3 169,0 133,4 28,0 4,2 1,4 21,4 16,6 1.355,9
1971 176,0 213,1 352,1 320,6 457,7 245,7 220,4 116,5 37,5 99,2 40,1 47,4 2.326,3
1972 126,6 135,8 401,6 297,5 438,1 230,9 174,9 40,5 1,2 1,5 8,8 112,0 1.969,4
1973 187,3 143,1 220,2 292,2 289,7 286,9 207,6 40,5 18,7 15,8 6,4 54,3 1.762,7
1974 320,0 190,3 358,5 490,8 582,7 232,3 107,4 13,5 93,3 10,4 9,0 71,8 2.480,0
1975 68,7 142,9 245,1 104,6 215,0 276,0 152,4 18,3 53,6 3,8 14,8 120,0 1.415,2
1976 72,8 144,4 202,9 187,0 31,6 71,2 10,8 31,8 3,2 101,8 40,2 38,3 936,0
1977 73,5 233,4 166,5 236,8 414,5 263,5 253,8 - - - 7,4 - 1.649,4
1978 47,2 213,4 249,0 270,4 141,5 208,1 79,7 98,3 36,2 44,5 40,8 101,0 1.530,1
1979 7,0 100,9 156,7 101,8 295,5 134,5 36,8 - 21,6 6,8 46,1 2,0 909,7
1980 85,3 325,6 225,6 90,3 43,0 120,1 36,2 - - 15,8 9,0 30,2 981,1
1981 109,0 67,0 406,0 181,4 180,0 101,0 16,0 - - - 5,0 107 1.065,4
1982 88,0 87,0 235,0 200,0 257,0 95,0 43,0 - - - - - 1.005,0
1983 2,0 235,0 219,0 161,0 76,0 - - - - - - - 693,0
1984 45,0 116,0 237,5 265,0 366,0 154,0 150,0 26,0 - 20,0 - - 1.379,5
1985 105,0 223,5 453,2 370,7 281,4 203,2 294,0 55,0 13,0 - - 70,0 2.069,0
1986 74,4 244,6 358,6 552,2 313,9 305,1 102,4 71,2 47,6 47,5 49,0 51,0 2.217,5
1987 27,8 86,9 261,5 248,6 48,6 466,5 48,4 35,0 - - - - 1.223,3
1988 86,7 75,5 204,5 395,1 226,7 141,0 36,0 14,0 17,0 - 14,0 51,0 1.261,5
1989 137,1 32,0 140,9 251,6 185,7 225,0 270,0 24,0 15,0 - - 67,0 1.348,3
1990 33,0 119,6 104,6 223,0 132,8 64,2 84,6 38,0 43,0 26,2 13,4 14,5 896,9
1991 39,0 75,8 234,0 122,0 260,5 52,1 17,4 22,5 1,0 16,0 3,2 5,0 848,5
1992 90,8 344,6 179,5 230,2 - 70,8 19,4 - 10,4 27,6 19,8 3,2 996,3
1993 29,7 36,4 112,2 78,6 36,2 41,0 62,0 3,0 2,0 15,2 - - 416,3
1994 89,6 101,0 173,8 175,3 164,3 316,9 71,1 9,4 4,1 1,0 6,5 72,0 1.185,0
1995 85,4 120,4 158,6 252,6 224,0 150,7 140,4 - 2,0 13,0 10,2 - 1.157,3
1996 192,6 96,6 180,3 263,1 107,7 47,5 68,5 80,8 15,0 66,3 37,7 15,5 1.171,6
1997 32,1 64,0 95,2 131,1 206,8 5,0 534,2
ANOS 34 34 34 34 34 34 33 33 33 33 33 33
MÉDIA 98,0 160,0 272,0 277,0 252,0 189,0 128,0 36,0 17,0 19,0 13,0 39,0
DesPad 76,0 104,0 144,0 150,0 164,0 125,0 110,0 43,0 23,0 26,0 14,0 39,0
MaxAbs 321,0 466,0 728,0 788,0 691,0 525,0 484,0 194,0 93,0 101,0 49,0 120,0 TOTAL
MinAbs 2,0 32,0 95,0 78,0 - - - - - - - - 50.863,4
A QUESTÃO DA ÁGUA
Disponibilidade Hídrica per capita
Unidade/Região Volume
(km3/ano)
População 2000 Disponibilidade per
capita m3/hab/ano
NORDESTE 186,2 47.741.711
3.900
Maranhão 84,7 5.651.475
14.987
Piauí 24,8 2.843.278
8.722
Ceará 15,5
7.430.661
2.086
Rio G. do Norte 4,3 2.776.782 1.549
Paraíba 4,6 3.443.825
1.336
Pernambuco 9,4 7.918.344 1.187
Alagoas 4,4 2.822.621 1.559
Sergipe 2,6 1.784.475
1.457
Bahia 35,9 13.070.250 2.747
BRASIL 5.732,8 169.799.170 33.762
Obs: Os valores de disponibilidade referem-se a vazões médias de longo período
A SOLUÇÃO PARA A ESCASSEZ DE CHUVAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Para conviver com a distribuição irregular das chuvas, uma das técnicas mais
utilizadas no semi-árido brasileiro é o armazenamento da água em açudes para utilização nos
períodos secos. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) tem utilizado
esta técnica há mais de um século, com a construção de grandes açudes públicos em todos os
Estados da região Nordeste.
PLANO DE CONVIVÊNCIA COM A SECA
• As doenças de veiculação hídrica são responsáveis pelas altas taxas de mortalidade infantil e
internações hospitalares.
• É possível mudar esse quadro, a curto e médio prazos, através de experiências simples, aplicando
métodos baratos e eficientes de captação e armazenamento de água das chuvas, por meio da construção
de Cisternas Rurais, Barragens Subterrâneas, Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água,
Dessalinizadores,integradas a um processo educativo para um adequado manejo e uso da água,
significando saúde para as famílias e convivência do homem com o seu ambiente.
• No mundo, a cada ano mais de 5 milhões de pessoas morrem acometidas por doenças relacionadas à
ingestão de água poluída ou contaminada, ambientes domésticos sujos e saneamento básico impróprio
ou inexistente (OMS- 1996
Doença transmitida pela água:
•Cólera, Febre Tifóide, Leptospirose, Giardíase,
Amebiase, Hepatite Infecciosa;
•
Doenças controladas pela limpeza com água
•Escabiose,sepsia Dérmica, Bouba, Lepra, Piolhos
e Tifo, racoma, Conjuntivite, Desinteria Bacilar,
Salmonelose, Diarréia Por Enterovírus, Febre
Paratifóide, Ascaridiáse, Tricurose, Enterobiose,
Doenças associadas a água:
•Esquistossomose Urinária, Esquistossomose
Retal, Dracunculose
Doenças cujos vetores se relacionam com a água
Febre Amarela, Dengue E Febre Hemorrádica Por
Dengue, Febre Do Oeste Do Nilo E Do Vale Do
Rift, Encefalite Por Arbovírus, Filiarose ,
Bancroft, Malária, Ancorcercose, Doenças Do
Sono
Doenças associadas ao destino de dejetos
Necatoriose, Clonorquíase, Difilobotríase,
Fascilose, Paragonimíase
PLANO DE CONVIVÊNCIA COM A SECA
• No contexto intertropical do Brasil, o Nordeste é a região que possui a maior
diversidade de quadros naturais.
• O semi-árido abrange uma área de cerca de 900.500 Km2 e caracteriza-se por curtas
estações chuvosas e elevado déficit anual. Normalmente assolado por secas cíclicas.
Abriga aproximadamente, 29% da população brasileira, dispondo apenas de 3,3 % dos
recursos hídricos nacionais.
• Dos cerca dos 3,3 milhões dos domicílios rurais existentes no Nordeste, apenas um
terço das famílias tem acesso à água de boa qualidade, cabendo à população restante, em
períodos críticos, aguardar dias seguidos pela chegadado carro-pipa ou fazer longas
caminhadas na busca de água quase sempre imprópria para o consumo humano,
acarretando danos à saúde.
O deslocamento médio diário para obtenção de
água é de 6 Km,
equivalente a 1 hora.
As famílias rurais,
principalmente mulheres e
crianças gastam em média
4 dias por mês para o
suprimento de água.
ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL DISPERSA
2.200.000DOMICÍLIOS RURAIS
DO NORDESTE NÃO
DISPÕEM DE ÁGUA
DE BOA QUALIDADE
1 HORA / DIA
(mulheres e crianças)
Deslocamento e tempo gasto na obtenção de água
FONTES
DE ÁGUA3 km média
Programa de Abastecimento de Água da População Rural Difusa do Nordeste
INDICADORES DE DEMANDAS
CONSUMO HUMANO
População Rural Difusa
• 70 A 100 litros/ per capita/ dia
DISCRIMINAÇÃO NECESSIDADE l/dia
ÁGUA DE BEBER 2A 3
PREPARO DE ALIMENTOS 3 A 4 3 A 5
.ASSEIO CORPORAL 25 A 32 25 A 32
.LAVAGE M DE ROUPA 20 A 30 20 A 30
.LIMPEZA DE CASA E
UTENSÍLIOS DE COZINHA 20 A 30 20 A 30
TOTAL DIÁRIO 70 A 100 70 A 100
CONSUMO ANIMAL
• BOVINO Boi Gado Vacum (45 a 50 litros/dia)
• EQUINO Cavalo/ Égua (45 a 50 litros/dia)
• ASININO Burro/ Jumento (45 a 50 litros/dia)
• OVINO Ovelha/ Carneiro (8 a 10 itros/dia)
• CAPRINO Cabra/ Bode (8 a 10 litros/dia)
• SUÍNO Porco (12 a 15 litros/dia)
• Galinha/Guine/Pato ( 100 cabeças) 15L/dia
• Peru (100 cabeças) 25L/dia
NORDESTE –SEMI-ÁRIDO - PLUVIOMETRIA E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
A Região Nordeste ocupa a posição norte-oriental do país, entre 1º e 18º30’ de latitude Sul e
34º30’ e 40º20’ de longitude Oeste de Greenwich. Sua área é de 1.219.021,50 Km2 e equivale
a, aproximadamente, um quinto de superfície total do Brasil, abrangendo nove Estados:
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e
Bahia. O Semi-Árido Brasileiro se estende por uma área que abrange a maior parte de todos os
estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrional do estado de Minas Gerais
(11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%), ocupando uma área total de 974.752 Km2.
Apenas uma pequena parcela da região tem uma Média Pluviométrica anual inferior a 400mm.
No semi-árido como um todo, essa média sobe para 750mm por ano. Elevado potencial de
perda de água por Evapotranspiração, que chega a 2.500mm ao ano;
MAPA DA VEGETAÇÃO/ BIOMAS DO BRASIL
Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se
originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Foi na mata atlântica nordestina que começou
o processo de extração do pau-brasil. Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semi-
árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, os estados abrangidos por esse
tipo de vegetação são o Maranhão, o Piauí, o Rio Grande do Norte, parte do Ceará e o Tocantins na Região
Norte.
Cerrado: no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão e o oeste da Bahia. Apresenta árvores de baixo
porte, com galhos retorcidos, no chão é coberto por gramíneas e apresenta um solo de alta acidez.
Caatinga: vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, o aveloz e as cactáceas.
É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.
Vegetação Litorânea: Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, que é um riquíssimo
ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios, lagoas;
também podemos incluir as restingas e as dunas que são cenários bem conhecidos do Nordeste
O Semiárido no Brasil
O clima semiárido é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume
pluviométrico, ou seja, escassez de chuvas. Na classificação mundial do clima, o clima semi-árido é aquele
que apresenta precipitação de chuvas média entre 300 mm e 800 mm. O clima semiárido está presente no
Brasil nas regiões Nordeste e Sudeste. Corresponde a uma área de 982.563,3 quilômetros quadrados e é a
região semiárida mais populosa do mundo, com 36 milhões de pessoas.
Características do Semiárido
Clima com temperaturas médias anuais entre 26 e 28ºC;
Insolação superior a 3.000 horas/ano;
Umidade relativa em torno de 65% e precipitação pluviométrica anual abaixo de 800
mm;
Solos com baixa profundidade e substrato predominantemente cristalino.
O Bioma Caatinga
O Bioma Caatinga localiza-se na Zona Semi-Árida brasileira,ocupando uma área de 1.037.517,80
km2, abrangendo 09 (nove) estados nordestinos (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), além da região norte do estado de Minas Gerais. A região abrange
70% da área do Nordeste e 13% do Brasil,com 63% da população nordestina e 18% da população brasileira.
Notícia sobre o Desmatamento da Caatinga
Hoje, com a utilização do sistema de monitoramento através de satélite, é possível ao MMA -
Ministério do Meio Ambiente acompanhar de que forma se dá o desmatamento da caatinga nordestina. Dados
recentemente divulgados pelo ministério indicam que num período de seis anos, entre 2002 e 2008, a caatinga
perdeu uma área equivalente a 16.576 km2 de vegetação nativa, e que o ritmo do desmatamento nesta região é
semelhante ao que ocorre na Amazônia. Ou seja, pelos dados do monitoramento, restam 54% da cobertura
vegetal original do semiárido do Nordeste. Dos estados nordestinos, Bahia e Ceará são as duas unidades da
federação onde o desmatamento está mais presente com, respectivamente, 4.527km2 e 4.132 km2 de área
devastada. Na sequência, aparecem o Piauí com 2.586 km2, Pernambuco com 2.204 km2 e o RN com 1.142
km2. Acopiara e Tauá no Ceará, Bom Jesus da Lapa e Campo Formoso, na Bahia, e Boa Viagem também no
Ceará são os municípios nordestinos que lideram o desmatamento na região. (Jornal Tribuna do Norte,
14/03/2010)
Mais informações sobre a Caatinga, principalmente sobre as espécies de animais e plantas que
habitam nessa região veja os conteúdos nas Áreas das Ciências da Natureza.
eu vive
A Região Nordeste é uma região do Brasil com 1.558.196 km² de área e 51.871.449 habitantes. No censo
de 2000 éramos 47.741.711 nordestinos É a região brasileira que possui a maior quantidade de estados:
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando
de Noronha), Rio Grande do Norte e Sergipe. http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php?uf=00
As quatro sub-regiões do Nordeste
1. Meio Norte
2. Sertão
3. Agreste
4. Zona da Mata
O meio-norte: corresponde à faixa de transição entre o sertão semi-árido do Nordeste e a região Amazônica,
inclui os estados do Maranhão e oeste do Piauí. A vegetação natural dessa área é a mata de cocais, carnaúbas
e babaçus, em sua maioria. As atividades econômicas de maior destaque são o extrativismo vegetal,
praticado na mata de cocais remanescente, a pecuária extensiva e o cultivo do arroz e do algodão.
O sertão: é uma extensa área de clima semi-árido, que compreende o centro da região Nordeste, está
presente em quase todos os estados da região. As chuvas são escassas e mal distribuídas. A vegetação típica
é a caatinga. A bacia do rio São Francisco é a maior da região e a única fonte de água perene para as
populações que habitam suas margens.
O agreste: é a área de transição entre a zona da mata, úmida e cheia de brejos, e o sertão semi-árido. A
principal atividade econômica nos trechos mais secos do agreste é a pecuária extensiva; nos trechos mais
úmidos é a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira.
Zona da mata: compreende uma faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura que se estende do Rio
Grande do Norte ao sul da Bahia. É a sub-região mais urbanizada e populosa. O clima é tropical úmido e o
solo é fértil em razão da regularidade de chuvas. A vegetação natural é a mata Atlântica, praticamente
extinta e substituída por cana de açúcar. Além da cana, do cacau, do fumo e da lavoura de subsistência,
destaca-se também a produção de sal marinho, principalmente no Rio Grande do Norte.
Semiárido Cearense
Com a nova delimitação em 2005 o Ceará passou a ter cento e cinqüenta municípios
pertencentes ao semi-árido ocupando uma área de 126.514,9 Km2, que representa 86,8% da área total do
estado.
Capital Fortaleza
Área (km²) 148.920,538
Número de Municípios 184
População 2010 8.448.055
IBGE - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm
MAPA DO CEARÁ – DESTAQUE PARA O CLIMA SEMIÁRID
MAPA DO CEARÁ DIVIDIDO EM MACRORREGIÕES
MAPAS COMPARATIVOS ENTRE MACRORREGIÕES E O CLIMA
SEMIÁRIDO NO CEARÁ
Na Área das Ciências da Natureza, há muitas informações sobre o Ceará incluindo o perfil do
estado sobre economia, trabalho, educação, saúde, energia dentre outros temas abordados. Consulte o
material e verá obterá maiores informações para trabalhar o semiárido. Ainda no slide apresentado durante as
visitas nas nucleadas, há também dados importantes sobre o estado do Ceará que você deve consultar e usar
caso seja necessário.
MAPA DO MUNICÍPIO DE ARATUBA
Serra Verde
Camará
Tope
Baixa Grande
do TopeOlho d ’Água
Oitis
Canoes
Cedro
Japão
Canabrava
Santa RitaCantinho
Silva
Souza
Outeiro
Serragem
Gameleira
Cajazeiros
Cabeça de
Onça
Santana
MatasPINDOBA
Cachoeira
Jacarandá
de Cima
Urucu
TamanduáParaiso
Pau d ’Arco
Bananal
Cardoso
Covico
Barreiros
Três Palmeiras MUNDO NOVO
São José
Brejo da Serra
Bbrejo de Ba ixo
Serrote do MeioJatobá
La jes
Boa Vista
da Sorte
Vazante
Quatro Bocas
Monte Serrado Flexeira
AningasSão Leopoldo
Veado SecoRégio
Caipora
CôcoBaixa Grande
Fernandes
Canabrava IPé de Serra
Serrotão
Belmonte II
Contendas
Buraco
Buraco
Acarape
Lameiro
Oriente
Limoeiro Flexeira
Santo Ângelo
Boa Água
Pau d ’öleo
Juriti
Urubu
São Bento
Vertente
Marés
Belmonte I
Aracaju
Pendangas
Barriguda
Lagôa do
Jard im
Jard im de
Baixo
Jard im
Jard im dos
melos
Jurema Serrinha de Cima
Serrinha de Baixo
PAI JOÃO
Tenete
Camarão
Salgado
Canto
Olho d ’Água
Balança
Água Boa
Limão
CAPISTRANO
CANINDÉ
MULUNGU
ITAPIÚNA
Sede
Dados Geográficos de Aratuba(Mapa do PAT/Plano de Ação Turístico - Maciço de Baturité)
Área: 165Km² (Mapa/IBGE, 2000) e 115 Km² (IBGE, 2010)
Microrregião; Serra de Baturité.
Altitude: 840m
Latitude: 4º 25’
Longitude: 39º 03’
Zona Eleitora: 89ª
Comarca de Mulungú
Distância de Fortaleza: 132 km
População: 12.357 (Censo, 2000) 11.410(Censo de 2010, IBGE).
Limites: ao Norte-Mulungú; ao Sul-Itapiúna; a Leste-Capistrano e a Oeste-Canindé.
POPULAÇÃO DE ARATUBA 1970 - 2010
ANOS 1970 1980 1991 1995 1996 2000 2007 2009 2010
População 10.558 12.430 10.578 9.813 11.523 12.359 12.129 12.478 11.410
Urbana 850 1.070 1.510 1.690 .......... 2.157 ........... ........... 3.769
Rural 9.708 11.360 9.68 8.123 .......... 10.202 .......... ........... 7.760
Homens 5.481 6.410 5.586 .......... ........... ........... ........... ........... 5.823
Mulheres 5.077 6.020 4.992 .......... ........... .......... ........... .......... 5.706
Fonte: IBGE – Instituto de Geografia e Estatística Brasileira (Censos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010)
Anos 1995, 1996, 2007, 2009 são estimativas. Funceme (http://www.ceara.gov.br/index.php/municipios-
cearenses/780-municipios-com-a-letra-a#munic-pio-aratuba)
Uol Notícias Censo 2010
A Cor da População em Aratuba Censo de 2000 Qte %
Branca 4.150 33,58%
Preta 1.066 8,63%
Amarela 45 0,36%
Parda 6.711 54,30%
Indígena 98 0,79%
Sem declaração 289 2,34%
População estimada de 2010 - Sexo e faixa etária
Faixa Etária Homem Mulher Total
0-4 727 689 1.416
5-9 697 652 1.349
10-14 693 641 1.334
15-19 726 636 1.362
20-29 1.184 1.111 2.295
30-39 695 676 1.371
40-49 624 610 1.234
50-59 446 460 906
60-69 314 308 622
70-79 203 204 407
80+ 86 100 186
Total 6.395 6.087 12.482
Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão
Informações da Funceme – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
Município de Aratuba
Geografia:
Área: 142,538 km²
Latitude: 4° 25' 06''
Longitude: 39° 02' 42''
Clima: Tropical subquente úmido com chuvas de janeiro a maio
Relevo: Maciços residuais
Vegetação: Caatinga arbustiva densa, Caatinga arbustiva aberta, Floresta subcaducifólia tropical pluvial e
Floresta subperenifólia tropical pluvio- nebular
Precipitação pluviométrica: 1.753,1 mm (média histórica)
Recursos hídricos (2007): 93 poços
Demografia:
População estimada (2007): 12.129
População (2000): 12.359
População Urbana (2000): 2.157
População Rural (2000): 10.202
Densidade Demográfica (2000): 86,71 hab/ km²
Taxa de urbanização (2000): 17,45%
Economia:
PIB (2005): R$ 37.145.000
Agropecuária: 34,06%
Indústria: 6,38%
Serviços: 59,56%
Receita Orçamentária (2007): R$ 12.810.294,3
(http://www.ceara.gov.br/index.php/municipios-cearenses/780-municipios-com-a-letra-a#munic-pio-
aratuba)
MAPA DOS RECURSOS HÍDRICOS DISPONÍVEIS NO MUNICÍPIO DE ARATUBA
DADOS EDUCACIONAIS DE ARATUBA
Rendimento Escolar - 1997
Nº DE ALUNOS %
MATRÍCULAS 2.094 100,00
Aprovados 1.329 63,47
Evadidos 475 22,68
Reprovados 273 13,04
Transferidos 17 0,81
Rendimento Escolar - 1998
Nº DE ALUNOS %
MATRÍCULAS 2.257 100,00
Aprovados 1.477 65,44
Evadidos 436 19,32
Reprovados 309 13,69
Transferidos 35 1,55
0
500
1000
1500
2000
2500
1
MATRÍCULASAprovadosEvadidos ReprovadosTransferidos
Rendimento Escolar - 1998
0
500
1000
1500
2000
2500
1
MATRÍCULAS
Aprovados
Evadidos
Reprovados
Transferidos
DADOS ESTATÍTISTICOS DA SAÚDE NO MUNICÍPIO
Dados Epidemiológicos
Mortalidade por grupos de causas, faixa etária e por residência ( Fonte: Portal DATASUS Tabnet/SIM - 2009 - Preliminar)
Mortalidade por Capítulo CID 10 Faixa Etária
Menor
1 1 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
80 e mais
Idade Ignorada
Total
Capítulo I Algumas doenças infecciosas e parasitárias
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Capítulo II Neoplasias (tumores) 0 0 0 0 0 0 0 2 0 3 2 2 0 9
Capítulo IV Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 1 2 0 7
Capítulo V Transtornos mentais e comportamentais
0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
Capítulo VI Doenças do sistema nervoso 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2
Capítulo IX Doenças do aparelho circulatório 0 0 0 0 0 0 0 1 2 6 6 3 0 18
Capítulo X Doenças do aparelho respiratório 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 2 0 5
Capítulo XI Doenças do aparelho digestivo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 3
Capítulo XVI Algumas afec originadas no período perinatal
3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Capítulo XVIIMalf cong deformid e anomalias cromossômicas
0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2
Capítulo XVIII Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 3
Capítulo XX Causas externas de morbidade e mortalidade
0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 7
TOTAL 3 0 0 1 1 1 3 5 6 15 15 12 0 62
Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão
Morbidade Hospitalar por grupos de causas, faixa etária e por residência ( Fonte: Portal DATASUS Tabnet/SIH - 2010 )
Internações por Capítulo CID-10 Faixa Etária
Menor
1 1 a 4
5 a 9
10 a 14
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 a 79
80 e mais
Total
Capítulo I Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4 6 0 4 1 4 1 8 9 6 12 8 63
Capítulo II Neoplasias (tumores) 0 0 1 0 0 9 5 2 4 7 6 1 35
Capítulo III Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár
0 0 0 2 0 3 0 0 0 2 0 0 7
Capítulo IV Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
0 0 0 0 0 1 1 3 1 1 5 3 15
Capítulo V Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0 0 1 4 4 0 1 0 0 0 10
Capítulo VI Doenças do sistema nervoso 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3
Capítulo VIIIDoenças do ouvido e da apófise mastóide
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Capítulo IX Doenças do aparelho circulatório 0 0 0 1 1 2 2 3 6 9 3 10 37
Capítulo X Doenças do aparelho respiratório 9 18 9 4 2 2 1 3 3 8 6 16 81
Capítulo XI Doenças do aparelho digestivo 2 1 3 3 5 9 9 7 11 11 8 7 76
Capítulo XII Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1 0 1 2 1 4 6 2 4 0 2 1 24
Capítulo XIII Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo
0 0 3 1 1 1 1 3 0 1 2 0 13
Capítulo XIV Doenças do aparelho geniturinário 1 0 0 2 5 11 3 0 4 2 7 3 38
Capítulo XV Gravidez parto e puerpério 0 0 0 2 47 113 40 5 0 0 0 0 207
Capítulo XVI Algumas afec originadas no período perinatal
12 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 13
Capítulo XVII Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
3 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 7
Capítulo XVIII Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat
0 2 1 0 0 6 1 0 3 0 2 3 18
Capítulo XIX Lesões enven e alg out conseq causas externas
1 1 6 4 6 18 18 2 4 7 2 2 71
Capítulo XXI Contatos com serviços de saúde 2 0 0 1 0 9 10 6 2 3 0 0 33
TOTAL 35 28 25 28 71 196 103 44 54 57 56 55 752
Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão
INDICADORES FINANCEIROS DO MUNICÍPIO – ANO 2009
Dados do TCM – Tribunal de Contas dos Municípios
Questões Sociais em Aratuba – Dados do Conselho Tutelar - Ano 2009
Denuncias Casos Apurados
219 219
Zona Urbana Zona Rural
105 114
A) Ameaça ou violação de direitos pela Família
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Abandono Familiar/familiar 06 Pai/mãe
Pai que nega pensão (Assistência) 02 Pai
Exploração no Trabalho 02 Pai/mãe
Maus tratos/ espancamento 06 Pai/mãe
Rapto de Menores 04 Pai
Molestamento Sexual (Pedofelia) 02
Utilização dos filhos para pedir Esmola 02 Mãe
Violência física e ou Psicológica 09 Pai/mãe
Negligência familiar 17 Pai/Mãe
Alcoolismo 15 Mãe
Adoção 04
(B) Ameaça ou violação de direitos pela ação da própria criança ou adolescente
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Evasão escolar 13 Adolescente
Furto com ou sem violência 04 Criança /adolescente
Alcoolismo 12
Agressão 19 Criança Sociedade
Adolescente
Prostituição 04 Criança
Desobediência 19 Adolescente
Vandalismo 12 Adolescente
Vexame e constrangimento 12 Sociedade
Porte de Arma 04 Adolescente
Acompanhamento Judiciário 03
Criança/Adolescente fugido de casa 04 Adolescente
C) Ameaça ou violação de Direitos pela Sociedade
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Agressão 05 Sociedade e Adolescente
Atentado Violento ao pudor
Molestamento Sexual
Vexame e Constrangimento 08 Membro da Sociedade
Lesão Corporal
Questões Sociais em Aratuba – Dados do Conselho Tutelar - Ano 2010
Denuncias 315 Casos Apurados 315
Zona urbana Zona rural
122 203
B) Ameaça ou violação de direitos pela Família
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Abandono Familiar 16 Pai/mãe
Pai que nega pensão 09 /
Exploração no Trabalho 03 /
Maus tratos 09 /
Vexame e constrangimento 11 /
Criança vitima de trafico de drogas 02 Pai
Espancamento 13 Pai / Mãe
Molestamento Sexual 04 Padrasto / tio
Violência física e ou Psicológica 29 Pai/mãe
Negligência familiar 42 /
Alcoolismo 20 pai
Rapto de Menores 01 pai
B)Ameaça ou violação de direitos pela ação da própria criança ou adolescente
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Adolescente Armado 04 Adolescente
Evasão escolar 22 Adolescente
Furto com ou sem violência 17 /
Alcoolismo 17 /
Agressão 20 /
Suspeita de Gravidez 02 /
Criança/Adolescente fugido de
casa 13 /
Vandalismo 30 /
Desobediência 06 Criança
Tentativa de homicídio 01 adolescente
C) Ameaça ou violação de Direitos pela Sociedade
Violação Agente Violador
Quantidade Violador
Sedução de menor 01 Sociedade
Agressão Física 05 Sociedade
Molestamento Sexual
Vexame e Constrangimento 07 Sopciedade
Lesão Corporal
A apostila de Orientação Técnico-Pedagógica para execução do Projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido
foi elaborada e organizada a partir das referências citadas a seguir. Gostaríamos que você consultasse para
aprofundamento ou checagem das informações. Caso haja algum erro de informação ou dados equivocados
informe-nos para que seja feito a devida correção. As sugestões para futuras apostilas de outros projetos
também serão bem vindas.
Fontes da Área de Linguagens e Códigos
PIRES, Cornélo Musa Caipira e as Estrambóticas Aventuras do Joaquim Bentinho, editado pela Prefeitura de
Tietê, em 1985.
www.desertdesmat.hpg.ig.com
www.editoramoderna.com
Fontes da Área de Ciências da Natureza
Ambiente Brasil. Disponível em www.ambientebrasil.com.br
Ministério do Meio Ambiente. Lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção
SILVA, J.M.C. et al (org), 2003: A Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a
conservação. Ministério do Meio Ambiente
www.aultimaarcadenoe.com
www.brazilnature.com
Fontes da Área de Cultura e Sociedade
Conselho Tutelar de Aratuba
Departamento de Recursos Hídricos
PAT/Plano de Ação Turístico – Maciço de Baturité.
Prefeitura Municipal de Aratuba.
Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Secretaria de Saúde de Aratuba -
Site da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - http://www.empraba.br
Site do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – www.ibge.com.br
Site do Ipece – Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará – www.ipece.ce.gov.br
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