anÁlise das condiÇÕes higiÊnico- sanitÁria e …
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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-
SANITÁRIA E APLICAÇÃO DO PROGRAMA 5SS
NAS COPAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO
MUNICÍPIO DE CASTANHAL-PA.
Bruna Fernandes dos Santos Corecha (UEPA)
brunaf689@gmail.com
Juliana Sousa Sales (UEPA)
Jusalles0471@gmail.com
Henrique Martim de Moura (UFPel)
henriquemdemoura@gmail.com
No Brasil, a alimentação escolar é um direito constitucional dos alunos de
escolas públicas que frequentam desde a pré-escola ao ensino fundamental,
devem ser de boa qualidade em valores nutricionais e principalmente no
aspecto higiênico sanitário. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as
condições higiênico-sanitárias de manipuladores de alimentos, além da
aplicação da ferramenta 5Ss nas escolas públicas municipais na cidade de
Castanhal-PA, no qual foram avaliadas 2 escolas, utilizando o check list
baseado na RDC nº 275 de 21 de Outubro de 2002 da ANVISA. Como
resultado as escolas apresentaram um alto nível de não conformidade em
todas as variáveis analisadas, porém a Escola B obteve um maior nível de não
conformidade com relação à Escola A.
Palavras-chave: Escolas públicas; Boas Práticas de Manipulação; Programa
5S.
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
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1.Introdução
Os hábitos alimentares de um indivíduo refletem sua imagem, não só o corpo, como também a
mente que se desenvolve de acordo com a sua alimentação, por esse motivo é de extrema
importância ter uma alimentação saudável e adequada com cada fase do desenvolvimento
humano, para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância diferente, mas é essencial
em todas elas. Por isso, uma boa alimentação pode ser a melhor forma de prevenir e combater
doenças, para a promoção de uma qualidade de vida melhor (BRASIL, 1999).
Porém, produzir alimentos seguros e de qualidade requer cuidados e todo profissional
necessita de conhecimentos relacionados às boas práticas de manipulação e higiene adequada
durante o processamento, armazenamento e distribuição, além de informações necessárias
para a prevenção da contaminação dos alimentos e também da organização do ambiente de
manipulação para manter equilibradas as tarefas do dia a dia dos manipuladores e a
organização dos alimentos (CORREA, 2008).
A ANVISA (2004) define Boas Práticas como procedimentos que devem ser adotados por
serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos
alimentos com a legislação sanitária, portanto, a adoção de boas práticas de manipulação é
fundamental para prevenção das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), pois a falta de
cuidados no preparo dos alimentos, utilização de utensílios mal higienizados e falta de
organização do espaço para a manipulação, dentre outros fatores, são as principais causas de
contaminação.
Sabe-se que a atual situação dos espaços em que são preparados os alimentos, muitas vezes
não são adequados e estão em péssimas condições para uso e armazenagem de alimentos,
deste modo, é fundamental a supervisão e se necessário, a reparação do ambiente de
manipulação de alimentos, visando manter a higiene sanitária, a fim de se evitar doenças e
garantir a segurança dos alimentos e dos funcionários; e a organização do ambiente, fazendo-
se necessária a aplicação do programa 5S, o qual é uma ferramenta que usa métodos e
técnicas de organização do espaço e que será usada na metodologia do trabalho.
Deste modo o presente trabalho deve contribuir para o conhecimento dos manipuladores e
para a promoção de alimentos seguros através da implementação da ferramenta 5Ss e analise
por meio da ferramenta check list afim de aprimorar as condições de trabalho.
O Programa 5S tem por seu principal objetivo buscar melhorias no ambiente de trabalho,
tanto no contexto físico quanto mental. Por meio da implementação do Processo de Qualidade
5S, buscar-se-á solucionar a problemática quanto a questão higiênico-sanitária em nas copas
de escolas públicas no município de Castanhal-PA.
2.Referencial Teórico
Segundo Accioly (2009), a escola pode ser considerada espaço privilegiado para
implementação de ações de promoção da saúde e desempenha papel fundamental na formação
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de valores, hábitos e estilos de vida, entre eles, o da alimentação saudável e esses são os
papeis da alimentação na promoção da saúde e proteção contra doenças.
As doenças transmitidas por alimentos (DTAs) são causadas por agentes biológicos, químicos
ou físicos, os quais penetram no organismo humano pela ingestão de água ou alimentos
contaminados que por falta de conhecimento na área de higiene podem se perpetuar pelo
ambiente causando a chama contaminação cruzada (SILVA, 2007).
No brasil, no período de 1999 e 2008, de acordo com a secretaria de Vigilância Sanitária em
Saúde, do Ministério da Saúde, ocorreram 6.062 surtos de DTAs, responsáveis por 177.330
doentes e 64 óbitos. A contaminação ocorre sobretudo pelas mãos dos manipuladores e dos
utensílios de cozinha. Assim, tábuas para cortes, facas, cortadores, moedores, recipientes e
panos de limpeza constituem veículos comuns para a transmissão de agentes de toxinfecção
alimentar (GERMANO, 2011).
Segundo Silva (2015, p.799 apud RAMOS, 2008) uma das estratégias para se atingir um alto
padrão de qualidade é a implementação das Boas Práticas de Manipulação dos alimentos, que
têm como objetivo estabelecer procedimentos adequados para contribuir com as condições
higiênico-sanitárias dos alimentos preparados em serviços de alimentação.
De acordo com Marshall et al (2007), o Programa 5S nasceu no pós-guerra do Japão, no final
da década de 1960, como parte do esforço empreendido para reconstruir o país, e muito
contribui, em conjunto com outros métodos e técnicas, para o reconhecimento da poderá
inscrição made in Japan.
2.1 Recipientes de estocagem
Todos os alimentos, de origem animal ou vegetal, podem apresentar, desde a origem,
contaminação pelos mais diversos tipos de microrganismos, os quais fazem parte de suas
floras habituais. Para manter o processo de multiplicação, também referida com crescimento,
esses microrganismos necessitam de condições favoráveis, representadas por múltiplos
fatores. Assim, a grande preocupação é impedir que os microrganismos se multipliquem e que
outros tipos sejam acrescentados as matérias-primas com consequências de contaminação
ambiental ou por manipulação inadequada (GERMANO, 2011).
Os alimentos estocados em depósitos precisam acompanhar as normas da ANVISA para que
tenha uma durabilidade e não possam acumular micro organismos, o que acontece muito em
copas escolares no qual chegam a perder alimentos por não armazenar corretamente.
Os alimentos entregues em sacos ou recipientes frágeis devem ser transferidos para
convenientes recipientes de estocagem. Estes recipientes devem ser fáceis de lavar e dotados
de tampa com ajuste firme. Recipientes em vidro ou plástico são adequados para muitos
alimentos, como especiarias e ervas, pois tem a vantagem de serem transparentes, facilitando
ver com uma olhada quanto aquele mantimento tem de estoque (KINTON et al, 1995).
As mercadorias secas e a granel (legumes, açúcar, sal e etc.) devem ser estocadas em caixas
adequadas com tampas e fechamento firme. Estas caixas devem ter rodas para facilitar a
movimentação e a limpeza e todas deverão ser rotuladas ou numeradas com clareza. Sacos ou
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caixas de gêneros alimentícios não podem ser estocados no chão; devem ser levantados sobre
pallets que permitam livremente a circulação de ar, alguns pontos de armazenamento e modo
de estocagem de alguns alimentos podem ser citados abaixo (ACCIOLY, 2009):
2.1.1 Pontos Especiais de Armazenamento
a) Obedeça sempre as datas ‘melhor consumir até’ ou ‘melhor usar até’;
b) A cada nova entrega, todos os estoques antigos devem ser trazidos para frente;
c) Mercadorias com cheiros ou aromas fortes devem ser estocadas tão longe quanto
possível daquelas que logo absorvem os aromas; queijo com cheiro forte não deve ser
guardado perto de ovos;
d) Pão deve ser mantido em recipiente bem ventilado com tampa. a falta de ventilação
causa a condensação que favorece o bolor. Bolos e biscoitos devem ser guardados em
caixas com fechamento à prova de ar;
e) Os estoques, particularmente os cereais e produtos com cereais, devem ser inspecionados
regularmente, a fim de controlar sinais de camundongos ou gorgulhos(carunchos);
f) Produtos enlatados devem ser desembrulhados, inspecionados e empilhados em
prateleiras. Ao inspecionar as latas, devem ser observados estes pontos: latas inchadas –
isto acontece quando as extremidades das latas formam bojos, devido a formação de
gases, seja pela multiplicação de bactérias sobre o alimento, seja porque o alimento está
corroendo a chapa da lata; todas as latas inchadas devem ser jogadas fora, pois o
conteúdo é perigoso e o uso deste conteúdo pode causar intoxicação alimentar.
2.1.2 Acomodação dos estoques
Para fins de armazenamento, os alimentos são divididos em três grupos: alimentos perecíveis,
alimentos secos e alimentos congelados.
a) Alimentos perecíveis incluem: carnes, aves, caça, pescados; laticínios e gorduras,
vegetais e frutas
b) Alimentos secos incluem: cereais, legumes, açúcar, farinha, pão, bolos, geleias, picles e
outros alimentos engarrafados; alimentos enlatados; materiais de limpeza
Limpeza e segurança das áreas de estocagem as áreas do almoxarifado é essencial um alto
padrão de higiene, por isso o profissional deve:
a) Vestir roupas limpas;
b) Ser limpo por si mesmo;
c) Ser meticuloso com relação à lavagem das mãos;
d) Materiais de limpeza devem ser afastados dos alimentos;
e) Panos de limpeza devem ser do tipo descartáveis;
f) As superfícies devem ser limpas com um limpador bactericida.
No brasil, no período de 1999 e 2008, de acordo com a secretaria de Vigilância Sanitária em
Saúde, do Ministério da Saúde, ocorreram 6.062 surtos de DTAs, responsáveis por 177.330
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doentes e 64 óbitos (GERMANO, 2011).
A contaminação ocorre sobretudo pelas mãos dos manipuladores e dos utensílios de cozinha.
Assim, tábuas para cortes, facas, cortadores, moedores, recipientes e panos de limpeza
constituem veículos comuns para a transmissão de agentes de toxinfecção alimentares
(GERMANO, 2011).
Nesse contexto enquadram-se todos os procedimentos em que há risco de contaminação dos
alimentos, os processos que permitem a sobrevivência de microrganismos patogênicos e as
práticas de armazenamento que possibilitam a multiplicação microbiana.
3. Organização do Espaço (Programa 5Ss).
O Programa 5Ss é um grande propulsor de gestão de qualidade, visto que essa ferramenta
surgiu no Japão para reparar o grande caos após a segunda guerra mundial. Com estudos na
área de gestão, os japoneses foram aprimorando seus conhecimentos e criaram a Total Quality
Control (TQC).
O objetivo do programa é focar na base, facilitar o aprendizado e a pratica de conceitos, no
qual inclui cuidar do ambiente, equipamentos, materiais, métodos, medidas e pessoas, o que é
essencial para evitar desperdícios e para a efetividade da gestão, no caso das copas escolares o
ambiente precisa ser organizado de tal modo a evitar as contaminações cruzadas. O 5Ss
oferece conhecimento e integração entre o grupo organizacional, o que torna a mudança mais
completa e qualitativa para todos. O conhecimento adquirido durante a fase de implantação é
extremamente importante para a manutenção do programa. Então, faz-se necessário um
ambiente saudável, estimulante e harmonioso entre os indivíduos, para que estes venham a
produzir mais e melhor, obtendo resultados com qualidade (Calliari 2011).
Segundo Silva et al (2001), o Programa 5Ss tem como objetivo básico a melhoria do ambiente
de trabalho, nos sentidos físico (layout da organização) e mental (mudança de paradigmas das
pessoas). O programa proporciona adequar, da melhor maneira possível, e de forma
organizada, o espaço físico da empresa, otimizando espaços, melhorando o ambiente e
evitando desperdícios. São as pessoas que mantêm uma organização em pleno funcionamento
produzindo, vendendo, servindo ao cliente, tomando decisões, liderando, se comunicando,
supervisionando, gerenciando e dirigindo os negócios da empresa.
3.1 O Significado dos 5Ss.
Os cinco sensos é a base para qualquer empresa que busque implantar um Programa de
Qualidade Total e tem um importante efeito sobre a motivação para a qualidade, visto que
seus resultados são rápidos, práticos e visíveis. O termo 5Ss é derivado de cinco palavras, em
japonês, que tem por início a letra “S”.
O 5S tem um de baixo custo e apresenta resultados a curto prazo, é um programa que pode ser
aplicado em qualquer instituição, inclusive em escolas, que é o caso deste estudo.
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Seiri, Seiton, Seison, Seiketsu e Shitsuke são interpretados como os 5 sensos que tem os
respectivos significados postos na Tabela 1.
Tabela 1 Significados dos 5 Sensos
SENSOS NECESSÁRSIGNIFICADOS
SEIRI Senso da Utilização, que faz analise o que vai
ser útil ou não para o ambiente de trabalho.
SEITON
Senso de Organização, o que deve ser feito após
descartar o inútil e procurar um lugar adequado
para cada item.
SEISON
Senso de Limpeza, a limpeza deve ser mantida
para que o ambiente fique mais propenso e
harmonioso, além de evitar futuros problemas.
SEIKETSU
Senso de Padronização, serão direcionadas
especialmente ás pessoas para que mantenham o
espaço limpo e organizado e sigam sempre um,
padrão.
SHITSUKE
Senso de Autodisciplina, o senso que irá dar
qualidade a toda ação feita pelos outros sensos,
e que torna padrão para cada colaborador da
organização.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
A ferramenta possui 5 passos para obter a qualidade necessária para o ambiente, os três
primeiros passos são direcionados aos materiais, através da análise do útil, menos útil e do
inutilizado, o ultimo deve ser descartado para que a limpeza seja efetuada. Os outros passos
estão direcionados à educação dos membros da organização e para que a implantação ocorra
corretamente é preciso que haja uma mudança de comportamento nos mesmos.
4. Procedimentos Metodológicos
O município de Castanhal-PA apresenta um vasto grupo escolar, distribuídas na área urbana.
Para o estudo, foram selecionadas duas escolas municipais (Escola A e Escola B), com uma
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faixa etária de alunos de ensino infantil e fundamental, respectivamente. Além de que a
Escola B abrange um público de crianças com determinados tipos de deficiências. As escolhas
das escolas foram feitas a partir de fatores determinantes como, menor número de alunos,
quando referidos a crianças de ensino infantil e maior número de alunos e infraestrutura
irregular, quanto à de ensino fundamental.
Para desenvolvimento das atividades, inicialmente buscou-se autorização da direção das
escolas para liberação de visitas e fazer o convite informal para a capacitação, onde as
avaliações foram realizadas referente as escolas A e B, a partir da coleta de dados, a qual foi
feita pela aplicação do check list baseado na RDC nº 275 de 21 de Outubro de 2002 da
ANVISA. O seguinte check list é composto por 164 itens onde cada item possui três possíveis
respostas: sim, não e não se aplica, no qual os resultados serão expressos em conforme e não
conforme.
Para a classificação das copas, a lista utilizada para a análise, é considerada de acordo com o
grau de conformidade, três grupos, sendo o grupo 1 (Bom): os estabelecimentos que atendem
entre 76 e 100% dos itens avaliados; Grupo 2 (Regular): os estabelecimentos que atendem
entre 51 e 75%; e Grupo 3 (Deficiente): os estabelecimentos que atendem entre 0 e 50%.
Foram elaborados materiais como Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s),
minicursos, com auxílio de slides, para a Escola A, com aprimoramento de capacitação para
as responsáveis pelas merendas, expostos de maneira clara e de fácil compreensão, além de
conversas informais sobre a forma de manipulação correta dos alimentos, higiene do ambiente
e pessoal. Já na Escola B, devido algumas complicações com relação à conciliação de
horários disponíveis para a aplicação do minicurso, foram elaboradas cartilhas expondo os
principais assuntos a serem abordados para dar finalidade do trabalho.
Buscou-se junto à Instituição de ensino UEPA (Universidade do Estado do Pará) a aquisição
de materiais como lixeira apropriada para o descarte do lixo nas cozinhas, além de EPI’s –
Equipamento de Proteção Individual como toucas, com objetivo de amenizar as ameaças
externas.
5. Resultados e Discussão
O resultado dos itens, como condições higiênico-sanitárias das cozinhas em estudo que
tratavam de verificações quanto à edificações e instalações, higiene pessoal, higiene do
ambiente e área física, bem como manipulação e armazenamento de alimentos e local e
segurança no trabalho, encontram-se no Gráfico 1 e Gráfico 2, com os resultados da Escola A
e B, respectivamente.
Gráfico 1 Percentual de conformidade da Escola A para as variáveis do check list
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Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
Gráfico 2: Percentual de conformidade da Escola B para as variáveis do check list.
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Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
O Gráfico 1, referente à escola A, mostrou resultado eficiente para “conformidade” com um
percentual de 35,82%, já para “não conformidade” apresentou um percentual de 64,18% o que
ressalta que a escola não está em boas condições, por isso faz-se necessário corrigir as
irregularidades. Já o Gráfico 2, referente à escola B, mostrou resultado eficiente para
“conformidade” com um percentual de 25,5%, para “não conformidade” apresentou um
percentual de 74,5% o que ressalta que a escola está em condições inferiores à Escola A, por
isso faz-se necessário a correção de irregularidades.
Os itens apresentaram níveis de conformidade próximos em ambas as escolas com relação a
quase todos os itens, exceto no de Edificações e Instalações e Equipamentos e Utensílios da
escola B, quando comparado à escola A.
Evidenciaram-se alguns requisitos que não estavam de acordo com as normas da ferramenta.
Como exposto no Gráfico 1 e 2, o fator em maior deficiência foi o relacionado a
documentação, pois as mesmas não possuíam algum tipo de operação operacional que
auxiliasse no controle das atividades a qual devem ser subordinados. Porém, é de extrema
importância ressaltar que a carência à qual essa escola está submetida deve-se,
principalmente, ao fato de não haver investimentos do governo para atentar com as normas
estabelecidas a fim de evitar possíveis contaminações para quem usufrui.
O item que atendeu em maior porcentagem com relação à legislação foi o de produção e
transporte dos alimentos, visto que as merendeiras buscavam seguir corretamente as
condições do Manual de Boas Práticas, tendo como principal problema o descarte do lixo, que
é feito em uma lixeira que fica constantemente sob a pia de manipulação, apesar de esse
descarte ser feito diariamente, ademais a questão da tabua de corte que se apresentava em
péssimas condições, além de ser madeira. Com relação ao item que se refere a equipamentos e
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utensílios, alguns itens como ventiladores, não tinham limpeza adequada, por isso foi
necessário a aplicação de POP’s para limpeza dos equipamentos, já que estes não os
possuíam.
O item relacionado a higiene dos manipuladores, apresentou um nível de conformidade
regular, pois questões como uso de toucas e outros EPI’s não estavam de acordo com o que
estabelece o Manual de Boas Práticas, bem como uso de uniforme de trabalho de cor clara,
adequado a atividade a ser realizada, além de ausência de cartazes de orientação aos
manipuladores sobre a correta lavagem das mãos e demais hábitos de higiene, por isso foi
necessário a implantação de POP’s de lavagem das mãos (ANEXO 2). Segundo Xavier, et al
(2009), as condições higiênico-sanitárias insuficientes podem dar origem à contaminação
cruzada entre alimentos frescos e processados e a má qualidade da água podendo interferir na
lavagem dos alimentos, utensílios e higienização dos manipuladores
Com relação a Equipamentos e Utensílios e Edificações e Instalações, estes possuíam
disposição adequada na área de manipulação, porém alguns quesitos como conservação e
existência de planilhas para o controle da temperatura não podiam ser atendidos já que a
disposição de equipamentos é responsabilidade do Governo do Estado.
Tais dados evidenciam a necessidade da capacitação desses servidores, para lhes
proporcionarem melhores cuidados com os alimentos, ambiente e higiene pessoal.
Observando-se os resultados por bloco de avaliação do check list e comparando-se as duas
escolas, de modo geral, houve melhora no percentual de conformidade dos quesitos avaliados,
com diferença estatística significante apenas no bloco higiene operacional pois haviam muitos
quesitos que não estavam em conformidade com o que a legislação estabelece, como por
exemplo o alto índice
5.1 Programa 5Ss
Mediante aos mini cursos ofertados para as merendeiras sobre o programa 5Ss, foi aplicado
no ambiente de trabalho (cozinha) os métodos e técnicas dos sensos oriundos da lean
manufacturing que tem por objetivo a padronização e autodisciplina dos colaboradores.
5.1.1 Aplicação nas Escolas
Segundo o senso de utilização, foi feita a analise referente a utilização de objetos e separados
de acordo com a importância de cada um e alocados no local adequado, senso este também
reconhecido como a arte de saber jogar fora. Foram colados Pop’s (Procedimento de
Operação Padrão) que auxiliam na limpeza correta do local, esses locais são: geladeira,
freezer, piso.
Após a aplicação do programa na escola A, aguardou se 2 semanas para verificar a mudança
no ambiente de trabalho das merendeiras, a qual foi a agilidade com que elas realizam as
atividades, a organização na área de utensílios e alimentos que permitiu uma melhor
visualização para a utilização, a limpeza frequente no local e dos eletrodomésticos, o cesto de
lixo que ficava sobre a pia, foi retirado. Trabalhou se também, em relação a autodisciplina de
todos que transitavam pela cozinha os quais ficam em contato diariamente com o local de
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armazenamento de alimentos e que ficaram expostos a esta s e mais informações através dos
POPs (lavagem das mãos, limpeza do ambiente e eletrodomésticos).
Na escola B, quando foi aplicado o programa de qualidade total (5Ss) também foram
separados os objetos mais uteis para ficar mais próximo a quem vai realizar as atividades,
afim de evitar o tempo ocioso. Com o deposito menor em relação a escola A os materiais
alocados são de quantidade menor, o que dificulta mais a desorganização desses, porém o
local de armazenamento possui algumas irregularidades que a padronização melhora.
6. Conclusão
Os resultados gerados pelo presente estudo concluem que as escolas devem aderir às Boas
Práticas de Manipulação , já que as escolas tratam diretamente da elaboração e distribuição
de alimentos prontos para o consumo, como nas copas de escolas, torna-se indispensável a
fim de evitar que quem o consome não faça a ingestão de um alimento contaminado,
prevenindo assim as Doenças Transmitidas por alimentos (DTA’s). A implantação de
métodos organizacionais, como o programa 5S, dentro dessas instalações torna-se
imprescindível para melhores resultados quanto à organização, bem como para a prevenção de
possíveis contaminações que podem ocorrer através da manipulação inadequada desses
alimentos, tendo como finalidade a manutenção da boa saúde dos alunos.
Conclui-se que todas as ações só foram possíveis devido ao envolvimento dos colaboradores
de ambas as instituições, e de que a formação de hábitos relacionados ao 5S é a principal
barreira do programa neste estudo. O programa exerce seu papel, de melhorar o ambiente de
trabalho, de forma simplória e eficaz.
7. Referencias
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<http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2016/03/A-escola-como-promotora-
da-alimentacao-saudavel.pdf> Acesso em: 13/03/2017.
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Varela Editora e Livraria LTDA. SÃO PAULO – SP. V.8 1999.
MARSHALL JUNIOR, I. et al. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: FGV Management,
2007. 196p.
SILVA JÚNIOR, Eneo Alves da. Manual de controle higiênico-sanitário em alimentos.
6.ed. São Paulo: Varela, 2007. 623p.
SILVA, C.E.S.; SILVA, D.C.; NETO, M.F. & SOUSA, L.G.M. 5S – Um programa
passageiro ou permanente. XXI ENEGEP, 2001.
SILVA, L. C.; SANTOS, D. B.; BRILHANTE, J. F.; SILVA, E. M. M. Boas práticas na
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XAVIER, A. Z. P.; VIEIRA, G. D. G.; RODRIGUES, L. O. M.; VALVERDE, L. O.;
PEREIRA, V. S. Condições higiênico sanitárias das feiras livres do município de
Governador Valadares, 2009. Disponível em: Acesso em: 27/04/2017.
ANEXO I
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