amigos, clientes, inspiradores: sócios da milk®

Post on 22-May-2015

706 Views

Category:

Business

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Na matéria de capa da Revista GOL/127 "ELES TIRAM LEITE DO ASFALTO, tudo sobre os sócios da MILK®, Ricardo Santos e Rodrigo Raso. MILK® é uma das agências de comunicação que mais entendem de esporte no país e que transformaram a rotina de pedalar e correr no maior trunfo da empresa. Matéria de Anna Paula Alfano, fotos de Carol Quintanilha.

TRANSCRIPT

126 REVISTA GOL

EXECUTIVA

POR ANA PAULA ALFANO FOTOS CAROL QUINTANILHA

Sócios da Milk, uma das agências de comunicação que mais entendem de esporte no país, transformaram a rotina de pedalar e correr no maior trunfo da empresa

ELES TIRAM LEITE DO ASFALTO

GOL_135_EXECUTIVA.indd 126 25/04/13 14:22

127REVISTA GOL

Rodrigo Raso e Ricardo Santos no escritório, em São Paulo. Eles são procurados para conectar marcas a pessoas saudáveis

GOL_135_EXECUTIVA.indd 127 25/04/13 14:23

128 REVISTA GOL

EXECUTIVA

O Brasil é um país que corre. Também no sentido fi gurado, claro, mas estamos falando do sentido literal mesmo. Cal-çar um par de tênis e suar a camisa no asfalto faz parte da rotina de cerca de 4,5 milhões de brasileiros, o que coloca a corrida de rua como o segundo espor-te mais praticado do país – atrás apenas do futebol. Os dados fazem crescer os olhos de diversas empresas, que vislum-bram nesse exército de gente saudável muitas oportunidades de negócios. Várias delas quebram a cabeça para entender como atingir pessoas capazes de sair da cama às cinco da manhã para correr alguns quilômetros, três a quatro vezes por semana, faça sol ou chuva, antes de vestir o terno ou o tailleur e en-carar suas jornadas de trabalho. Outras contratam a Milk, agência de comu-nicação dos sócios Ricardo Santos, 39 anos, e Rodrigo Raso, 37. Eleita pelo jor-nal especializado Meio & Mensagem um dos 18 principais players de marketing esportivo do Brasil (2010), é uma das que mais entendem do ramo. A explica-ção está nas dezenas de medalhas que os sócios, que trabalham de bermudas e tênis, têm penduradas em seus escri-tórios. Ali ninguém precisa estudar os hábitos de um corredor – basta obser-var os próprios.

Ex-fumante, Santos começou a correr em 2005, tem sete meias maratonas e uma maratona no currículo e desde 2010, quando trocou seu carro por uma bicicleta, se tornou cicloativista urbano. Todas as manhãs coloca os dois fi lhos, Felipe, 4, e Malu, 2, na garupa e os leva até a escola antes de seguir para o traba-lho. O sócio, Raso, sua ainda mais: come-

çou a nadar aos 3 anos, incentivado pelo pai judoca. Chegou a nadar profi ssio-nalmente, foi lutador de judô e jiu-jítsu, surfi sta, skatista e esquiador, até cair no triatlo. Tem entre suas medalhas a do Ironman, mais tradicional e cobiçada prova do esporte, em que o atleta nada 3,8 quilômetros, pedala 180 e corre uma maratona (42 quilômetros). Ele também vendeu o carro recentemente e montou uma ofi cina na varanda do próprio apar-tamento para cuidar das cinco bicicletas – uma de triatlo, duas de speed, uma dobrável e uma mountain bike.

“Minha mãe é meio holística e brinca que com a Milk eu enfi m encontrei o meu darma [espécie de “caminho para a verdade espiritual”]. Minha vida toda eu transpirei esporte, e consegui transformar isso em trabalho”, diz. “Um dos principais diferenciais da Milk é exatamente esse. Tudo o que a gente propõe ao cliente é absolutamente legí-timo, porque a gente pratica, não apenas

A partir da foto ao lado: a equipe

da empresa na tradicional

corrida de sexta-feira; identifi cação

do banheiro feminino; copos personalizados;

rack de medalhas ganhas pelos

sócios; detalhe de uma mesa

de trabalho; e a turma em torno da

mesa de reuniões

estuda o mercado”, continua Santos.Aberta em 2003, a agência nem sem-

pre investiu em esporte. No início seu negócio era o marketing direto. “Traba-lhávamos para diferentes clientes, com bancos de dados, CRM [softwares que aproximam empresas e consumidores], organização de mailing e estatística”, conta Santos, que na época tinha outros sócios. O primeiro passo em direção à corrida veio em 2006, com um trabalho para a marca Tylenol, que era, na ver-dade, cliente de Rodrigo Raso. Ele tinha sido diretor de atendimento na agência Salem e havia pouco menos de um ano abrira sua própria empresa, a Raso. Santos o conhecia da época em que atendia a conta do Itaú e Raso estava no marketing do banco. Entraram em con-tato e trabalharam juntos na criação do

GOL_135_EXECUTIVA.indd 128 25/04/13 14:23

“MINHA VIDA TODA EU TRANSPIREI ESPORTE, E CONSEGUI TRANSFORMAR ISSO EM TRABALHO”RODRIGO RASO, SÓCIO DA MILK

129REVISTA GOL

clube de corrida para médicos bancado pela Tylenol. Deu tão certo que Raso se uniu defi nitivamente à Milk.

Em 2006, esse foi o único cliente de running da agência, com ações em duas provas de corrida de rua. Três anos mais tarde eles tinham 14 clientes e 47 provas. “Começamos a fazer ativação de marcas em provas quando o mercado de corrida de rua ainda era muito ama-dor no país. Então tudo o que inventáva-mos era novidade”, diz Rodrigo. “E era fácil ter ideias porque a gente sugeria

aos clientes coisas que nós, como corre-dores, gostaríamos de ter, como massa-gem e teste de pisada nas provas. Só que, algum tempo depois, nada disso era no-vidade. E os organizadores dos eventos perceberam que eles próprios podiam lucrar com isso”, explica Santos.

Era hora de se reinventar. “Nessa épo-ca a gente já fazia algumas ações além da corrida, em provas de ciclismo ou triatlo, levando os produtos dos clientes a quem praticava esporte. Era só repen-sar onde mais essa gente estava”, conta Santos. Foi assim que chegaram à ciclo-faixa aos domingos em São Paulo, aos clubes e às academias. “Nosso negócio deixou de ser apenas em torno da cor-rida e passou a ser a conexão com gente saudável. Um outro mundo se abriu.”

Hoje a Milk faz ações em provas e passeios esportivos e até fi ncou um pé fora da comunicação – a agência é representante comercial no Brasil da marca inglesa de bicicletas Brompton, considerada a Ferrari das dobráveis no mundo. Seus maiores clientes, no entan-to, ainda estão na área de corrida, como a Nike e a água mineral Frescca. “O grande diferencial da Milk é o entendimento

GOL_135_EXECUTIVA.indd 129 25/04/13 14:24

Quase todos os funcionários praticam atividades físicas, que aparecem até nas paredes do ambiente de trabalho

nesse nicho depois de nós e não conse-guiram, porque já estávamos consolida-dos nas assessorias.”

Beatriz Bottesi, diretora de running da Nike, que desde 2009 trabalha com a Milk, acredita que eles funcionam porque “a agência tem o esporte no san-gue. Conversar de esporte com quem não pratica é complicado.” E continua: “Quando você de fato vive o que faz as ideias aparecem com muito mais siner-gia e afi nidade. A Milk criou com a Nike uma plataforma maravilhosa de cone-xão com os jovens através da corrida, o #coisadaboa, uma agenda de treinos que chegou a reunir 250 pessoas e teve 5 mil pessoas envolvidas no Facebook”.

Os sócios afi rmam que o suor derra-mado nos treinos se transformou no conhecimento que é a “moeda número um” da Milk. “É isso que a maioria dos clientes busca aqui. Sou publicitário de formação, mas não fazemos mais publi-cidade. Tanto que a agência, desde 2010, não tem mais departamento de criação. Quando precisamos de um, a gente ter-

ceiriza. Criatividade é fundamental, mas ela funciona muito melhor se você tiver profundo conhecimento do mercado.”

Para seguir respirando esporte, uma das principais regras da agência é que todos ali pratiquem. A única liberada é Rita, a secretária. O resto da equipe calça seu par de tênis – Nike, claro – todas as sextas-feiras, às 17 horas, e sai junto do escritório, que fi ca na esquina das movimentadas avenidas Faria Lima e Cidade Jardim, em São Paulo, para uma hora de corrida no vizinho Parque do Povo. “Tem escritórios que promovem o Casual Friday. Aqui temos o Running Friday”, diz Nathalia Gonçalves, ana-lista de comunicação da agência há um ano. Nathalia, que corre desde 2006, é socióloga e nunca tinha trabalhado com propaganda ou marketing na vida. “Sou tão apaixonada pela corrida que estava decidida a transformá-la também em ganha-pão. Hoje minha vida não tem mais divisão entre hobby e trabalho, e isso poucos conseguem.” Prova de que, na Milk, suor acumulado vale muito.

CONHEÇA A MILK

ANO DE FUNDAÇÃO: 2003

FATURAMENTO ESTIMADO EM 2012:

R$ 2,5 MILHÕES

PRINCIPAIS CLIENTES: NIKE, NESTLÉ, FRESCCA, BRF

AÇÕES DE ATIVAÇÃO DE MARCA: CERCA DE 500

Distância percorrida

“QUANDO VOCÊ DE FATO VIVE O QUE FAZ AS IDEIAS APARECEM COM MUITO MAIS SINERGIA” BEATRIZ BOTTESI, DIRETORA DE RUNNING DA NIKE

131REVISTA GOL

GOL_135_EXECUTIVA.indd 131 25/04/13 14:27

FOTO

S A

RQ

UIV

O P

ESS

OA

L

130 REVISTA GOL

EXECUTIVA

das reais necessidades do cliente, sem perder o foco no objetivo traçado”, diz Alexandre Biem, diretor da Frescca. A marca procurou a Milk em 2010 porque queria entrar no mercado esportivo pa-trocinando provas de corrida de rua. “Eu já era corredor e sabia que era inviável distribuir nas provas as garrafas de 510 mililitros, que são as menores que eles produzem. O corredor passa pelos pos-

tos de hidratação e quer a praticidade do copinho. Fura a tampa com o dedo, bebe e joga fora. Também seria um desper-dício, porque ninguém toma meio litro de água durante uma prova de 5 ou 10 quilômetros”, explica Santos. A experiên-cia do dono da agência como corredor e os treinos dele, todo sábado no campus da Universidade de São Paulo, levaram à sugestão de que a marca investisse nas

cerca de 150 assessorias esportivas que lotam a Cidade Universitária no fi m de semana. “Pedi 80 mil garrafas de água por mês para patrocinarmos o maior número possível de assessorias. Hoje a Frescca chega às mãos de cerca de 15 mil corredores, que já se acostumaram às garrafas e, o mais importante, ao rótulo delas. Não podíamos ter encontrado maneira melhor de ativar a marca”, diz Santos. Biem, da Frescca, diz que o sucesso da ação não pode ser provado apenas com números. “Junto com a ativação da Milk houve um trabalho co-mercial grande. Mas posso garantir que, no meio esportivo, a Frescca passou de ilustre desconhecida a marca referência. Alguns concorrentes já tentaram entrar

A partir da foto acima: Ricardo Santos leva os

fi lhos à escola; o escritório dele; Santos com a bike dobrável que usou para

descer a Serra do Mar, em 2012; Rodrigo Raso logo após concluir o Ironman

2011; em prova da Nike; e suas medalhas, entre elas

a do Cruce de Los Andes, corrida pela cordilheira.

Abaixo, ação da plataforma #coisadaboa

GOL_135_EXECUTIVA.indd 130 25/04/13 14:25

top related