adin 1351 cláusula de barreira partidos políticos
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19n-7 -> /T^nc07/12/200S
Republicado no DJ 29.06.2007 p.31 ____________ ^ AO DIRETA DE ^ TRIBONAL PLENO 1.351-3 DISTRITO
COORD. DE ANLISE DE JURISPRUDNCIA 30.03.2007 EMENTRIO N 2 2 7 0 - 1
IJ. J.
IMCONBTITUCIONALIDADE
RELATOR
REQUERENTE ADVOGADO REQUERENTE ADVOGADO REQUERIDO REQUERIDO INTERESSADO (A/S) ADVOGADO(A/S)
FEDERAL MIN. MARCO AUBEItIO
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL - PC DO B E OUTROS PAULO MACHADO GUIMARAES E OUTROS PARTIDO DEMOCRTICO TRABALHISTA - PDT RONALDO JORGE ARAJO VIEIRA JUNIOR E OUTRO PRESIDENTE DA REPBLICA CONGRESSO NACIONAL PARTIDO POPULAR SOCIALISTA CESAR SILVESTRI FILHO E OUTRO
PARTIDO POLTICO FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR PROPAGANDA PARTIDRIA GRATUITA - FUNDO PARTIDRIO. SUrgc conflitante corn a Constituio Federal lei gue, em face da gradaSo de votos obtidos por partido poltico, afasta o funcionamento parlamentar e reduz, substancia 1 mente, o tempo de propaganda, partidria gratuita e a participao no rateio do Fundo Partidrio. NORMATIZAO - INCONSTITUC TONALIDADE - VCUO. Ante a declarao de inconstitucionalidade de leis, incumbe atentar para a inconvenincia do vcuo normativo, projetando-se, no tempo, a vigncia de preceito transitrio, isso visando a aguardar nova atuao das Casas do Congresso Nacional.
A C R D OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do Supremo Tribunal Federal, ein sesso plenria, sob a presidncia da ministra Ellen Gracie, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigrficas, por unanimidade, em julgar procedente a a3o direta para declarar a inconstituci onalidade dos seguintes dispositivos da Lei n 9.096, de 19 de setembro de\1995: artigo 13; a expresso
"obedecendo aos seguintes critrios", na cabea do artigo 41; incisos I e II do mesmo artigo 41
AX) I 1.3 51 / DF
2048; a expresso "que atenda ao disposto no art. 13", contida na cabea do artigo 49, com reduo de texto; tais cabea dos artigos as 5 6 e 57, com
interpretao
que
elimina
de
dispsitivos
limitaes
temporais
neles constantes, at que sobrevenha disposio legislativa a respeito; e a expresso "no art. 13", constante no
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AAO DIRETA DE INCONSTITUCIONAL!PAPE 1.351-3 DISTRITO FEDERAL
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MIN. MARCO AURLIO RELATOR
REQUERENTE ADVOGADO REQUERENTE ADVOGADO REQUERIDO REQUERIDO INTERESSADO(A/S) ADVOGADO(A/S)
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL - PC DO B OUTROS PAULO MACHADO GUIMARAES E OUTROS PARTIDO DEMOCRTICO TRABALHISTA PDT RONALDO JORGE ARAJO VIEIRA JUNIOR E OUTRO PRESIDENTE DA REPBLICA CONGRESSO NACIONAL PARTIDO POPULAR SOCIALISTA CESAR SILVESTRI FILHO E OUTRO R E L A T O R I O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO - Inicialmente, consigno que o relatrio e o voto referem-se s Aes Diretas de
Inconstitucionalidade ns 1.351-3/DF e 1.354-8/DF, estando esta ap ens a que1a. No julgamento da medida cautelar na segunda ao, o
ministro Maurcio Corra formalizou o relatrio de folha 115 a 12 0, o qual adoto parcialmente, contendo o seguinte teor:
O SR. MINISTRO MAURCIO CORRA: - O Partido Social Cristo - P SC ajuiza a presente Ao Direta de Inconstitucionalidade do art. 13, bem como das expresses que fazem remisses, contidas no inciso II do art. 41, do caput dos arts. 48 e 49 e ainda no inciso II do art. 57, todos da Lei n2 9.096, de 19 de setembro de 1995, que "dispe sobre partidos polticos, regulamenta os arts. 17 e 14, 32, inciso V, da Constituio Federal".
Eis o teor do primeiro dos dispositivos impunados\ "Art. 13 - Tem direito a fukcionarrtento parlamentar, em todas as Casas Legislativas par as
ADI 1.351 / DF
22quais tenha elegido representante, o partido que, em cada e 1 e amara do s Deputado s ob t enha o apoio de, no mnimo, cinco por apurados, no computados os brancos e os nulos, distribudos em, tero dos Estados, com um mnimo de dois por cento do total de cada i o para a C cento dos votos pelo menos, um um deles."
0 Autor entende que esse dispositivo incompatvel com o art. 51, caput e seu inciso XXXVI, da Carta Magna, assim fundamentado: "O art. 17, da Constituio Federal, consagra a liberdade para a criao dos partidos polticos. O seu Is, assegura-lhes autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento, entre outras atribuies. Em nenhum momento a Letra Constitucional estabelece partidos de Ia e 2a categorias. Ao contrrio, determina em seu art. 52 , que todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza. Portanto, quando o legislador infra- constitucional cria normas dspares para iguais perante a lei, ele fere frontalmente a Lei Maior, com a agravante de ser em benefcio prprio e de seus partidos polticos, com manifesto desrespeito s minorias e flagrante inteno de se eternizarem no poder. O registro definitivo dos partidos polticos perante o Colendo Tribunal Superior Eleitoral, coloca- os em igualdade de condies perante a lei, assegurando-lhes o direito adquirido atravs de ato jurdico perfeito, com a obteno de seu registro definitivo na Justia Eleitoral." A impugnao a determinadas expresses insertas no inciso II do art. 41, nos arts. 48 e 49 e no inciso II do art. 57 da Lei nfi 9.096/95, conseqncia da inquinada inconstitucionalidade do art. 13, a saber: a) a expresso " que tenham preenchido as condies do art. 13", contida no inciso II do art. 41, que tem a seguinte redao: "Art. 41. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a contar da data do depsito a que se refere o Is do artigo anterior, far a respectiva distribuio aos rgos nacionais dos partidos,/ obedecendo aos seguintes critrios: [ \ I - (omissis) II \Partidrio \
- noventa e\ nove \ por cento do total do Fundo
1
...... . _ ____ _____________ ADI 1.351 / DF ****sero distribudos aos partidos que tenham preenchido as condies do art. 13, na proporo dos votos obtidos na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados." b) a expresso "que no atenda ao disposto no art. 13", constante da seguinte redao do caput do art. 48: "Art 48 - O partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral, que no atenda ao disposto no art. 13, tem assegurada a realizao de um programa em cadeia nacional, em cada semestre, com a durao de dois minutos." c) a expresso "que atenda ao disposto no art. 13", includa na redao do caput do art. 49: "Art 49 - O Partido que atenda ao disposto no art. 13 tem assegurado: I - (omissis) II - (omissis) d) a expresso "que cumpram o disposto no art. 13 ou no inciso anterior", contida no inciso II do art. 57, assim disposto: "Art. 57 - No perodo entre o incio da prxima Legislatura e a proclamao dos resultados da segunda eleio geral subseqente para a Cmara dos Deputados, ser observado o seguinte: I - {omissis) II - vinte e nove por cento do Fundo Partidrio ser destacado para distribuio, aos Partidos que cumpram o disposto no art. 13 ou no inciso anterior, na prepbro dos votos obtidos na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados." Coube-me a distribuio do presente feitp por &er o relator da ADI ne 1.351-3, proposta por outros oito parVidos
ADI 1,351 / DF
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^^
3polticos, que tambm ataca o art. 13, partes do inciso li art. 41, do art. 48, e do art. 49 e do inciso II do art. 57, mesma Lei ora impugnada. [Os processos foram apensados 14]. do da no despacho de folha
Solicitadas as informaes, prestou-as o Senhor Presidente da Repblica, louvandose na manifestao da Advocacia-Geral da Unio que, ao sustentar a inexistncia de incompatibilidade do citado art. 13 com a liberdade de criao dos partidos contida no art. 17 da Constituio, acrescenta: "10. E no se diga que a verificao do carter nacional, no art. 13, era desnecessria porque j teria sido feita de acordo com o Ia do art. 7 a da mesma lei. No. Embora ambos os artigos tenham a mesma finalidade, a verificao se d em momentos diferentes. A comprovao prevista no art. 7a, l2, se faz necessria para que o partido possa registrar-se no Tribunal Superior Eleitoral. Mas, para cumprir o mandamento constitucional h de o partido comprovar que nacional no ato de registrar seus estatutos e continua nacional ao longo de sua existncia. A exigncia do art. 13 serve precisamente a isso. verificao peridica e automtica do cumprimento do dispositivo constitucional. Portanto, no apenas ele pleno de constitucionalidade como ainda exerce papel verificador da observncia de preceito constitucional. 11. Uma das razes de insurgncia do requerente contra o art. 13 consiste em que, na sua viso, a norma estaria em confronto com o caput do art. 17, que dispe sobre a liberdade de criao dos partidos. Equivoca-se o PSC. A norma s versa, propriamente, sobre o funcionamento parlamentar. S indiretamente, com propiciar a verificao do "carter nacional" do partido, evidencia a incidncia do inc. X do art. 17 da Constituio que, esse sim, limita a criao de partidos que no tenham mbito nacional. Portanto, a vedao de criao de minipartidos no est no art. 13 da lei, mas no art. 17, I, da Constituio. 12. Entende ainda o requerente, que as disposies impugnadas ferem o 12 do art. 17 da Lei Magna. outro equvoco. Esse dispositivo constitucional assegura " aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento". Ora, nenhuma das normas tidas por inconstitucionais sequer de leve toca nessas matrias. A alegao , pois, destituda de qualquer fundamento. 13. A igualdade de todos perante a/ lei\- outra das increpaes do PSC contra as normas assinaladas - supe, necessariamente, certas igualdades de fat?c>. No v o pequeno partido, com apoio nessa garantia constitucional, pretender dispor, por exemplo, do Ymesmo tempo diante dos meios de comunicao de massa mie os grandes partidos. E, assim, podem multiplicar-se aos milhares os exemplos de desigualdades que no atentam contra a Carta Magna.'* Por sua vez, o Congresso Nacional tambm prestou as informaes que lhe foram solicitadas, argindo a constitucional idade dos disps i ti vos impugnados e acostando documentao relativa tramitao do respectivo pro j eto de lei nas duas Casas do Legislativo (fls. 32/113).
Naquela assentada, o Tribunal, por unanimidade, indeferiu o pedido de medida cautelar. O Advogado-Geral da Unio manifestou-se, folha 147 153 da Ao Direta de Inconstitucionalidade n2 1.354-8/DF, pela improcedncia do
pedido. Aponta ADI 1.3 51 / DF que, do exame dos dispositivos atacados, depreende-se que a anlise 25 da constitucionalidade restringe-se ao artigo 13 da Lei ns 9.096/95,
tendo em conta a referncia a este nas demais normas impugnadas. Busca demonstrar que a no-incluso da matria na Constituio de 1988, embora contida nas Cartas anteriores, no veda o legislador ordinrio a adot-la novamente sob a gide da ordem atual. A limitao aos partidos polticos estaria em consonncia com a adequao da lei ordinria para disciplinar o "carter nacional" previsto no inciso I do artigo 17 do texto
constitucional. O legislador apenas fixou critrios para evitar a criao e a atuao de partidos excessivamente pequenos, no dotados de expressiva representatividade, Refuta o /argumento segundo o qual o carter nacional est totalmente conceituado pelo Is do artigo 7S da mesma lei, asseverando aludir cada dispositivo a um momento distinto de verificao de
regularidade, sendo\este a\ do
V /
ADI 1.351 / DF
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registro e a do artigo 13, de natureza peridica. Menciona a dou t r i na s obre o t ema e o que dec i di do no j ul gamen t o da medi da cautelar. Vieram-me, ento, os processos em razo de o relator ter ascendido Presidncia do Tribunal, conforme pea de folha 154. O Procurador-Geral da Repblica, no parecer de folha 158 a 160 - da ao de ns 1.354-8/DF -, tambm consigna resumir-se a questo ao exame da constitucionalidade do artigo 13 . Ante a ptica externada, a organizao dos partidos polticos, apesar de livre, no limitada, tendo em vista o requisito do "carter nacional" contido no inciso I do artigo 17 da Carta Federal. Afirma caber a determinao deste conceito lei
ordinria. Esta, restringindo a atuao parlamentar, guarda relao lgica com o fundamento cons titucional. Considera observado o princpio da
isonomia, levando em conta atriburem as normas questionadas tempo nos meios de comunicao de massa e valor no rateio do fundo partidrio
conforme a proporo do partido. A discriminao de forma diversa seria inconstitucional. Cita a doutrina autori zada e pugna pela improcedncia do pedido. Na Ao Direta de Inconstitucionalidade ns 1.351-3/DF, cuja inicial no encerrou pedido de suspenso de preceitos, mas
no artigo 13 [...]", do artigo 49, tambm da Lei ne 9.096, de 19 de setembro de 1995.
28ADI 1.351 / DF
Relativamente ao inciso II do artigo 56, prevendo que "a Mesa Diretora da Cmara dos Deputados dispor sobre o funcionamento da representao partidria conferida, nesse perodo, ao partido que possua representao eleita ou filiada em nmero inferior ao disposto no inciso anterior", a razo de ser est na restrio decorrente do artigo 13, logo, a glosa a este ltimo o alcana.
O artigo 57 tem o seguinte teor:
Art. 57. No perodo entre o incio da prxima Legislatura e a proclamao dos resultados da segunda eleio geral subseqente para a Cmara dos Deputados, ser observado o seguinte: I - direito a funcionamento parlamentar ao partido com registro definitivo de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral at a data da publicao desta Lei que, a partir de sua fundao tenha concorrido ou venha a concorrer s eleies gerais para a Cmara dos Deputados, elegendo representante em duas eleies consecutivas: a) na Cmara dos Deputados, toda vez que eleger representante em, no mnimo, cinco Estados e obtiver um por cento dos votos apurados no Pas, no computados os brancos e os nulos; b) nas Assemblias Legislatives e nas Cmaras de Vereadores, toda vez que, atendida a exigncia do inciso anterior, \ eleger representante para a respectiva Cc.sa e obtiver um total de um por cento dos votos apurados na Circunscrio, no computados os brancos e os nu1o s; \ \
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29ADI 1.351 / DFII - vinte e nove por cento do Fundo Partidrio ser destacado para distribuio, aos Partidos que cumpram o disposto no art. 13 ou no inciso anterior, na proporo dos votos obtidos na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados; III - assegurada, aos Partidos a que se refere o inciso I, observadas, no que couber, as disposies do Ttulo IV: a) a realizao de um programa, em cadeia nacional, com durao de dez minutos por semestre; b) a utilizao do tempo total de vinte minutos por semestre em inseres de trinta segundos ou um minuto, nas redes nacionais e de igual tempo nas emissoras dos Estados onde hajam atendido ao disposto no inciso I, b.
Ante as peculiaridades apresentadas, o Advogado-Geral da Unio, folha 231 23 9 da Ao Direta de Inconstitucionalidade ti1.351-3/DF, defende que o principio da plenitude partidria resguarda
somente a existncia de partidos autnticos, assim entendidos aqueles que se amparam em parcela razovel da populao e no numa individualidade forte, capaz de obter a adeso de apenas alguns seguidores. Diz no versar o artigo 13 sob anlise a liberdade de criao de partidos mas o
funcionamento parlamentar, apenas evidenciando, indiretamente, a incidncia do inciso I do artigo 17 da Constituio da Repblica. Logo, o bice criao de partidos pequenos estaria neste dispositivo constitucional, no no questionado. Aduz, alfim, inexistir ofensa princpio da
igualdade, tendo em conta justamente o tratamento desigual dispensado aos partidos relevantes e pequenos, l4mitai[uio a. atuao destes ltimos.
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30ADI 1.351 / DF
O Procurador-Geral da Repblica, s folhas 241 e 242 da
segunda ao, pronuncia-se contrariamente ao pleito dos requerentes, rati ficando os termos da manifestao exarada na primeira, mediante a oferta de cpia do parecer. Na Ao Direta de Inconstitucionalidade n1.351-3/DF,
neguei seguimento, nas folhas 22 7 e 2 58, aos pedidos formulados na inicial quanto aos PSD, requerentes Partido Partido Liberal PL, PPS Partido e Social dos
Democrtico
Popular
Socialista
Partido
Trabalhadores - PT, ante o no-atendimento . regularizao processual referente aos instrumentos de mandato com finalidade especfica para a propositura de ao direta. s folhas 284 e 285, tambm da Ao n* 1.351-3/DF, acolhi o pleito de interveno, no processo, /^Q Partido Popular Socialista - PPS, condicionando a admisso do P/l Partido Socialista Brasileiro - PSB e do Liberdade processual, sendo 291L. - PSOL ao saneamento da representa que s este ltimo atendeu determinao (folh o relatrio. ) Verde - PV, do Partidb Socialismo e o
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31ADI 1.351 / DF
V O T O
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Compem a relao processual, na Ao Direta de Inconstitucionalidade ns 1.3 51-3/DF, o Partido Comunista do Brasil - PC do B, o Partido Democrtico Trabalhista - PDT, o Partido Socialista Brasileiro - PSB e o Partido Verde - PV, e, na Ao Direta de Inconstitucionalidade ne 1.354-8/DF, o Partido Social Cristo - PSC, havendo sido admitidos naquela como terceiros o Partido Popular Socialista - PPS e o Partido Socialismo e Liberdade - PSOL. Friso que no est em mesa para julgamento a Ao Direta de Inconstitucionalidade ne 2.677-1/DF, ajuizada pelo Partido Trabalhista Brasileiro PTB, pelo
Partido Popular Socialista - PPS e pelo Partido Democrtico Trabalhista PDT. A discusso bsica estampada nos processos em apreciao diz respeito harmonia ou no do artigo 13 da Lei dos Partidos Polticos - Lei ns 9.096, de 19 de setembro de 1995 - com a Constituio Federal. Os demais dispositivos atacados, consideradas expresses a
remeterem ao citado artigo - nos incisos II do artigo 41 e II do artigo 56, na cabea dos artigos 48 e 49 e na cabea e incisos do artigo 57 alcanados pelo critrio da so
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conseqncia,ADI 1.351 / DF
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por arrastamento. Eis o preceito em jogoArt. 13 - Tem direito a funcionament todas as Casas Legislativas para as quai representante, o partido que, em cada eleio =ntar, em elegido amara dos
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ADI 1.3 51 / DF
33Deputados, obtenha o apoio de, no mnimo, cinco por cento dos votos apurados, no computados os brancos e os nulos, distribudos em, pelo menos, um tero dos Estados, com o mnimo de dois por cento do total de cada um deles.
V-se funcionamento poltico deve
que
o nas dois
artigo Casas
13
em
questo,
relativamente que o
ao
parlamentar preencher
Legislativas, O
prev
partido
requisitos.
primeiro
deles
refere-se
quantidade dos votos vlidos atinentes s cadeiras da Cmara dos Deputados. Ento, h de se ter o mnimo de cinco por cento da totalidade dos votos apurados, no computados os brancos e os nulos. Atendida essa condio, surge novo obstculo a ser ultrapassado. preciso que os cinco por cento dos votos estejam distribudos em nove Unidades da Federao, exigida ainda a quantidade mnima de dois por cento em cada uma delas. Eis, ento, os pressupostos para que o partido poltico, em verdadeira corrida de
obstculos, alcance o funcionamento parlamentar:
a) obteno de cinco por cento dos votos vlidos para a Cmara dos Deputados, considerada a votao em todo o territrio nacional, afastados os brancos e os nulos;
ADX 1.351 / DF
34A exigncia,r
alm
de
estar
ligada
ao
funcionamento
parlamentar, repercute
ainda, no fundo partidrio e no tempo disponvel
para a propaganda partidria. Sob o ngulo econmico- financeiro, ante o disposto no artigo 41 do diploma analisado, a diviso do fundo, no tocante aos partidos que lograram votao mnima e aos demais, h de se fazer mediante equaes extremadas:
a) noventa e nove por cento do fundo partidrio devem ser rateados entre os partidos que atenderam s condies previstas no artigo 13 em comento;
b) entre todos os
a percentagem nfima de um por cento ser distribuda que tenham estatutos registrados no Tribunal
partidos
Superior Eleitoral.
Vale dizer: os partidos que atendam ao disposto no citado artigo 13 participam que no do rateio os de cem por cento do fundo partidrio, em do partes valor
enquanto iguais e
os
atinjam com os
patamares -
versados friso -,
concorrem diviso
juntamente
primeiros
resultante do percentual de um por cento do fundo
35ADI 1.351 / DF
, em cada semestre, espao de dois minutos para a propaganda eleitoral, limitado cadeia nacional. J os demais partidos, aqueles que conseguiram cumprir as exigncias do artigo 13, podero realizar um programa em rede nacional e outro em rede estadual, em cada semestre, com durao dez vezes maior, ou seja, de vinte minutos cada qual, gozando ainda do direito a inseres de trinta segundos ou um minuto, em mbito nacional e estadual, perfazendo, por semestre, quarenta minutos - artigo 49 da Lei nfi 9.096/95. Tem-se a plena procedncia do que apontado como extremos quer sob o ngulo do funcionamento parlamentar, excludo no que no
alcanados os patamares do artigo 13, quer quanto participao no fundo partidrio, praticamente neutralizada em face das percentagens de noventa e nove por cento e de um por cento para rateio geral, quer em relao propaganda partidria, tendo certos partidos o direito de veicul-la
apenas em cadeia nacional e por dois minutos em cada semestre, dispondo outros, para tanto, em rede nacional e estadual, de tempo dez vezes maior, alm de contarem com as inseres a totalizarem, por semestre, tambm nos dois mbitos, quarenta minutos em cada qual. Explicando melhor, ante a qualificao dos partidos
considerados os votos obtidos - o que resulta em dualidade toda imprpria
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ADI 1.351 / DF
17votao a atender ao disposto na. leY para difundir sobre a o programa do
- em majoritrios e minoritrios, cabe aos primeiros - assim entendidos os de
partidrio,
transmitir
mensagens
laos
riliados
execuo
programa partidrio, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido e divulgar a respectiva posio quanto a temas politico-comunitrios, vinte minutos corridos em cada semestre, para
transmisses em cadeia nacional e estadual, e quarenta minutos semestrais, com inseres Os de trinta segundos ou um para minuto as nas redes nacional e
estadual.
partidos
minoritrios,
mesmas
finalidades,
tm
direito a somente dois minutos por semestre e apenas em cadeia nacional, no contando com tempo algum para inseres. As regras de repercusso avassaladora quanto
sobrevivncia e ao crescimento dos partidos polticos tiveram a eficcia projetada no tempo, presentes os artigos 56 e 57 das Disposies Finais e Transitrias da Lei ns 9.096/95 e a mitigao das exigncias previstas, tambm minimizadas as conseqncias. Em outras palavras, a plena eficcia dos artigos atacados nestas aes far-se- a partir da legislatura que ter incio em 2007, consideradas as eleies gerais ocorridas neste ano. So vinte e nove os partidos registrados no Tribunal
Superior Eleitoral, a saber: Partido Republicano Brasileiro - PRB, ne 10; Partido Progressista - PPf na 11; Partido Democrtico Trabalhista - PDT, n2 12; Partido dos Trabalhadores - PT, n9 13; Partido Trabalhista Brasileiro PTB, ne 14; Partido do Movimento
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Partido Liberal - PL, n2 22; Partido Popular Socialista - PPS, n2 23; Partido da Frente Liberal - PFL, n2 25; Partido dos Aposentados da Nao PAN, ne 26; Partido Social Democrata Cr is to - PSDC, n9 27; Partido Renovador Trabalhista Brasileiro - PRTB, ns 28; Partido da Causa Operria - PCO, n2 29; Partido Humanista da Solidariedade - PHS, n2 31; Partido da Mobilizao Nacional - PMN, n9 33; Partido Trabalhista Cristo - PTC, n2 36; Partido Socialista Brasileiro - PSB, n2 40; Partido Verde - PV, n2 43; Partido Republicano Progressista PRP, n2 44,Partido da Social
Democracia Brasileira - PSDB, ne 45; Partido Socialismo e Liberdade PSOL, ne 50; Partido de Reedif icao da Ordem Nacional - PRONA, n2 56; Partido Comunista do do Brasil PT do PC B, do n2 B, 70. ns 65, Sem e, por e fim, fatos Partido no h
Trabalhista
Brasil
normas
julgamento. Pois bem, qual foi o desempenho desses partidos, considerada a votao eleies para preenchimento Dos das e cadeiras nove da Cmara dos Deputados, apenas nas sete
ltimas?
vinte
partidos
existentes,
alcanaram e suplantaram o patamar de cinco por cento dos votos para a Cmara dos Deputados em todo o territrio nacional, distribudos de tal forma a perfazer pelo menos dois por cento em cada qual de nove Estados.
ADI 1.351 / DF
19
Ante a ordem de classificao, s e e partidos
que desta podemos cogi tar, eis os
ADI 1,351 / DF
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^^
oitocentos e cinqenta e nove votos, cobrindo, presente a percentagera mnima de dois por cento, todas as unidades da Federao, elegendo 83 deputados federais;
b) Partido do Movimento Democrtico Brasileiro - PMDBt com 14,51% dos votos, totalizando treze milhes, quinhentos e oitenta mil, quinhentos e dezessete votos, abrangendo, com relao ao patamar de dois por cento, todos os Estados, elegendo 8 9 deputados federais;
c) Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, com 13,76% dos votos, totalizando doze milhes, oitocentos e oitenta e trs mil, cento e quarenta e sete votos, no alcanando a percentagem de dois por cento no Rio Grande do Norte e no Amazonas, elegendo 66 deputados federais;
d)
Partido da Frente Liberal - PFL, com 10,88% dos votos,
totalizando dez milhes, cento e oitenta e dois mil, trezentos e oito votos, deixando de atingir a percentagem de dois por cento no Cear, no Esprito Santo, em Rondnia e no Acre,
ADI 1.351 / DF
cinqenta e um votos, no chegando percentagem de dois por cento apenas no Distrito Federal, elegendo 41 deputados federais;
f) Partido
Socialista
Brasileiro
-
PSB,
com
6,21%
dos
votos, totalizando cinco milhes, oitocentos e treze mil, quatrocentos e noventa e quatro votos, no obtendo o patamar de dois por cento em Gois, no Par, no Paran e em Mato Grosso do Sul, elegendo 27 deputados federais;
g)
Partido Democrtico Trabalhista - PDT, que, passando
rente trave, logrou 5,19% dos votos no Pas, totalizando quatro milhes, oitocentos e sessenta e dois mil e setenta e quatro votos, deixando de alcanar a percentagem mnima de dois por cento em Gois, no Rio Grande do Norte, em Mato Grosso, no Distrito Federal, no Amazonas e em Sergipe, elegendo 24 deputados federais;
Em
sntese,
a
prevalecer,
sob
o
ngulo
da
constitucionalidade, o disposto no artigo 13 da Lei n2 9.096/95, somente esses partidos tero funcionamento parlamentar, participaro do rateio de cem por cento do saldo do fundo partidrio, gozaro, em cada semestre e em cadeias nacional e estadual, de espao de vinte minutos para a propaganda eleitoral e desfrutaro de i sermes, inta \segundos por
semestre e tambm em redes nacional e estadual, de tr
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ADI 1,351 / DF
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^^
ou um minuto, totalizando oitenta minutos no ano. Os demais \ficaro mngua, vale dizer, no contaro com o funcionamento Vparlalnentar,
ADI 1.351 / DF
dividiro,
com
todos
os
demais
partidos
registrados
junto
ao
Tribunal
Superior Eleitoral, a percentagem de um por cento do fundo partidrio e, no tocante propaganda partidria, tero, por semestre, apenas dois minutos restritos cadeia nacional. Eis a quantidade de votos obtidos por esses partidos:
a) Partido
Trabalhista
Brasileiro
-
PTB,
com
4,72%
dos
votos, alcanando quatro milhes, quatrocentos e dezesseis mil, quinhentos e sessenta e seis votos, deixando de atingir o patamar de dois por cento em nove Estados - Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia, Paraba, Amap, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Acre, elegendo 22
deputados;
b)
Partido Liberal - PL, com 4,3 5% dos votos, alcanando
quatro milhes, setenta e quatro mil, trezentos e noventa e trs votos, no logrando a percentagem de dois por cento em cinco Estados - Maranho, Rio Grande do Sul, Piau, Mato Grosso do Sul e Tocantins, elegendo 23
deputados;
39
ADI 1,351 / DF
40
^^
c)
Partido Popular Socialista - PPS, com 3,99% dos votos, iguais a trs milhes, setecentos e quarenta mil e cinco
d) Partido Verde - PV, com 3,65% dos votos, significando trs milhes, quatrocentos e vinte e um mil e sete votos, alcanando a meta de dois por cento apenas em oito Estados Minas Gerais, So Paulo,
Maranho, Rondnia, Roraima, Rio de Janeiro, Alagoas e Paran, elegendo 13 deputados;
e) Partido Comunista do Brasil - PC do B, com 2, 12% dos votos, significando um milho, novecentos e oitenta e dois mil, trezentos e vinte e trs votos, obtendo os dois por cento apenas em nove Estados Acre, Amazonas, Piau, Rio Grande do Sul, Cear, Maranho, Amap, Bahia e Pernambuco, elegendo 13 deputados;
f) Partido
Social
Cristo
-
PSC,
com
1,86%
dos
votos,
percentagem a revelar um milho, setecentos e quarenta e cinco mil, cento e trinta e dois votos, ultrapassando os dois por cento em sete Estados -
41 Sergipe,
Rio de Janeiro, Par, Esprito Santo, Amap, So Paulo e Maranho,
ADI 1.351 / DF
elegendo 9 deputados;
g) Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, com 1,23% dos votos, a revelar um milho, cento e quarenta / e move mil, seiscentos e dezenove votos, tendo alcanado os dois! por cento em quatro Estados - Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Cear e Distrito Federal, elegendo 3
deputados;
\ |\
42
42ADI 1.351 / DF
h) Partido da Reedificao da Ordem Nacional - PRONA, com
0,97% dos votos, ou seja, novecentos e seis mil, trezentos e quarenta e sete votos, ultrapassando a meta de dois por cento em cinco Estados Amazonas, Distrito Federal, Rio de Janeiro, So Paulo e Alagoas, elegendo 2 deputados;
i) Partido da Mobilizao Nacional - PMN, com 0,94% dos votos, logrando oitocentos e setenta e cinco mil, seiscentos e dezesseis votos, chegando aos dois por cento em quatro Estados - Rio Grande do Norte, Acre, Alagoas e Amazonas, elegendo 3 deputados
j) Partido Trabalhista Cristo - PTC, com 0,8 6% dos votos, isto , oitocentos e quatro mil, duzentos e vinte e seis votos, alcanando os dois por cento nos Estados de Roraima e So Paulo, elegendo 3 deputados;
1) Partido Humanista da Solidariedade - PHS, com 0,4 6% dos votos, ou seja, quatrocentos e trinta e cinco mil e dezenove votos, no logrando os dois por cento em nenhum "dos Estados, elegendo 2 deputados;
m) Partido Social Democrata Cristo dos votos, logrando trezentos e cinqenta e cinco votos, no obtendo os dois por cento em nenhum elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
- P mil dos
42
ADI 1.351 / DF
23
n) Partido Trabalhista do Brasil - PT do B, com 0,32% dos votos, alcanando, assim, trezentos e dois mil, quinhentos e vinte votos, conseguindo os dois por cento somente no Estado do Rio de Janeiro, elegendo 1 deputado;
o) Partido dos Aposentados da Nao - PAN, com 0,32% dos votos, perfazendo trezentos e um mil, duzentos e sessenta e seis votos, ultrapassando os dois por cento no Estado do Maranho, elegendo 1 deputado;
p)
Partido
Republicano
Brasileiro
-
PRB,
com
0,25%
dos
votos, tendo com isso duzentos e trinta e dois mil e novecentos e setenta e sete votos, no logrando os dois por cento em nenhum dos Estados, elegendo 1 deputado;
q) Partido Republicano Progressista - PRP, com 0,25% dos votos, logrando duzentos e trinta e um mil, cento e sessenta e um votos, no obtendo dois por cento em nenhum Estado, no elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
r) Partido Social Liberal - PSL, com Q,0% ^Xos votos, alcanando cento e oitenta e sete mil, trezentos e qmarenra votos,\
no logrando dois por cento em nenhum dos Estados, Vo elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
\
ADI 1,351 / DF
42
^^
s) Partido Renovador Trabalhista Brasileiro - PRTB, com 0,18% dos votos, isto , cento e setenta mil, quatrocentos e trinta e seis votos, no chegando aos dois por cento em nenhum dos Estados, no elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
t) Partido Trabalhista Nacional - PTN, com 0,16% dos votos, ou seja, cento e cinqenta e um mil, duzentos e noventa e dois votos, conseguindo dois por cento em dois Estados: Rondnia e Roraima, no
elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
u) Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU, com 0,11% dos votos, significando cem mil, quinhentos e setenta e quatro votos, no logrando dois por cento em nenhum dos Estados, no elegendo, ante o quociente eleitoral, deputado;
v) Partido Comunista Brasileiro - PCB, com 0,05% dos votos, percentual igual a quarenta e trs mil, setecentos e dezenove votos, no obtendo dois por cento em nenhum dos Estados, no elegendo, ante o
quociente eleitoral, deputado;
x) Partido da Causa Operria - PCO, com 0, 03% do total, significando /e\nove vinte e seis mil e novecentos e quarenta s, \nao
votos, no logrando dois por cento em nenhum dos Estadc elegendo,
43ADI 1.351 / DF
ante o quociente eleitoral, deputado;
42
ADX 1.351 / DF
O registro desses dados servir ao exame da razoabilidade
das exigncias legais. Sob o aspecto constitucional, somente a Carta outorgada de 1967 versou a matria alusiva clusula de barreira. F-lo no quanto ao funcionamento tocante a parlamentar em si, a exis tncia de partido mas cerceado no
prerrogativas
normalmente
existentes,
relativamente
extino. O artigo 149 da Constituio Federal de 19 67, ao dispor sobre a organizao, o funcionamento e a extino dos partidos polticos, alm de remeter a lei federal, assentou na como princpio eleio a necessidade para a de as dos
agremiaes
haverem
obtido,
ltima
geral
Cmara
Deputados, dez por cento do eleitorado - atualmente cinco pelo menos em sete
distribudos
Estados - e no em nove como agora - com um mnimo de sete por cento - hoje dois - em cada um deles. Eis o preceito regedor da matria:
Art. 149. A organizao, o funcionamento e a extino dos partidos polticos sero regulados em lei federal, observados os seguintes princpios:
I [ - - . ] [ . . . ]VII - exigncia de dez por cent do eleitorado que haja votado na ltima eleio geral para\a Cmara dos Deputados, distribudos em dois teros dos\Estados, com o mnimo de sete por cento em cada\ um detLes, bem assim dez por cento de Deputados, em, pelo menos, um tero dos Estados, e dez por cento de Senadoresjl
44
45ADI 1.351 / DF
a
44
A Emenda Constitucional n- 1, de 17 de outubro de 19 69, tambm disps sobre o tema, flexibilizando a exigncia anterior. Esta a disciplina verificada:
Art. 152 - A organizao, o funcionamento e a extino dos partidos polticos sero regulados em lei federal observados os seguintes princpios:
X [.. .][ . . ]
VII - exigncia de cinco por cento do eleitorado que haja votado na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados, distribudos, pelo menos, em sete Estados, com o mnimo de sete por cento em cada um deles; e
[ - . . 1 A Emenda Constitucional n 11, de 13 de outubro de 1978, ao dar nova redao ao artigo 152 mencionado, modificou a previso:
Art. 152 A organizao e o funcionamento dos partidos polticos, de acordo com o disposto neste artigo, sero regulados em lei federal.
1* [ . . . )[. - .)
2* [. . . ] [- . . JII - apoio, expresso em votos, de 5% (cin do eleitorado que haja votado na ltima eleio Cmara dos Deputados, distribudos, pelo menos Estados, com o mnimo de 3% (trs por cento) em cada\[. . .}
cento) para a PO! nove de es;
42
ADX 1.351 / DF
Com a promulgao da Emenda Constitucional ne 25, de 15 de maio de 1985, houve nova alterao do artigo 152 em anlise. O 1- do citado artigo ganhou a seguinte redao:
Ia No ter direito a representao no Senado Federal e na Cmara dos Deputados o partido que no obtiver o apoio, expresso em votos, de 3% (trs por cento) do eleitorado, apurados em eleio geral para a Cmara dos Deputados e distribudos em, pelo menos, 5 (cinco) Estados com o mnimo de 2% (dois por cento) do eleitorado de cada um deles.
Ento, dado concluir que, sob a regncia da Carta de 1967, tanto na redao primitiva, quanto nas resultantes das Emendas
Constitucionais n2 1/69 e 11/78, as exigncias ligadas representatividade de partido poltico alcanaram, com gradao maior, cons titucional, a prpria organi zao, funcionamento e extino das agremiaes. Com a
Emenda Constitucional nfi 2 5/85, disps-se de forma precisa quanto s conseqncias de no ter o partido atingido os patamares fixados, versando o novo 2a do aludido artigo 152 sobre a conseqncia de no ser alcanada a votao exigida, considerados os mandatos polticos:
2 a Os eleitos por partidos que n percentuais exigidos pelo pargrafo anterior te preservados, desde que optem, no prazo de 6 0 por qualquer dos partidos remanescentes.
obtiverem os o seus mandatos (sessenta dias),
problemtica da
O
32
do
mesmo
dispositivo
cuidou
da
criao, fuso, incorporao, extino e fiscalizao f^nance|ira dos
46
ADI 1,351 / DF
47
^^
partidos
polticos,
remetendo
a
lei
federal,
guardados,
certo,
os
princpios constitucionais. Conclui-se, portanto, que, anteriormente, a matria tinha disciplina constitucional. Sob o ngulo da votao obtida, a prpria Carta dispunha no s sobre a representao nas Casas Legislativas como tambm sobre a vida ou a morte civil do partido poltico. O que aconteceu, considerados os novos ares
constitucionais, os benfazejos ares democrticos, ao menos assim se quer e se proclama a todos os ventos, consagrados na Lei Fundamental de 1988? O artigo Is revela como um dos fundamentos da prpria Repblica o pluralismo poltico - inciso V. J o pargrafo nico do citado artigo estabelece que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos do Diploma Maior. Este, ao fixar as condies de elegibilidade, menciona a necessria filiao partidria, ou seja, no
existe a possibilidade de o cidado, sem respaldo de partido poltico, lograr mandato eletivo, presente o sufrgio universal, o voto direto e secreto. O Captulo V de Ttulo compreendido em parte bsica da Constituio Federal o XX, porque trata dos direitos e garantias
fundamentais -
encerra como medula a
1 iberdade f(opartidos polticos,
predicado inafastvel quanto a essas pessoas jurdicas de direito privado. Pedagogicamente consigna a liberdade\ na criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos, \revelWndo a
ADI 1,351 / DF
48
^^
necessidade de se resguardar a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. V-se o relevo maior atribudo multiplicidade poltica. Relembrem: como
fundamento da Repblica, versou-se o pluralismo poltico e, quanto aos partidos polticos, previu-se a livre criao, fazendo-se referncia, de maneira clara, ao pluripartidarismo. Tratou-se do carter nacional das entidades para, a seguir, dispor-se que os partidos adquirem personalidade jurdica na forma da lei civil, devendo ter os estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral. O que se contm no artigo 17 da Carta Federal diz respeito a todo e qualquer partido poltico legitimamente constitudo, no encerrando a norma maior a possibilidade de haver partidos de primeira e segunda classes, partidos de sonhos inimaginveis em termos de
fortalecimento e partidos fadados a morrer de inanio, quer sob o ngulo da atividade concreta no quer Parlamento, da sem a qual do injustificvel perfil junto a ao
existncia
jurdica,
necessria
difuso
eleitorado em geral, dado indispensvel ao desenvolvimento relativo adeso quando do sufrgio, quer visando, via fundo partidrio, a recursos para fazer frente impiedosa vida econmico-financeira. Em s ntese, tudo quanto venha balha em conf1i to com os di tames maiores, os
constitucionais, h de merecer a excomunho maior, o rechao por aqueles comprometidos com a ordem constitucional, com a busca do aprimoramento cultural. Transcrevo, para de documentao, a ntegra do citado artigo:
\
ADI 1,351 / DF
49
^^
Art. 17. livre a criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - carter nacional; II proibio de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinao a estes; III - prestao de contas Justia Eleitoral; lei. IV - funcionamento parlamentar de acordo com a
12 assegurada aos partidos polticos autonomia para def inir sua estrutura interna, organizao e funcionamento e para adotar os critrios de escolha e o regime de suas coligaes eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculao entre as candidaturas em mbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidria. 22 Os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil, registraro seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 3a Os partidos polticos tm direito a recursos do fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e a televiso, na forma da lei. 42 vedada a utilizao pelos partidos polticos de organizao paramilitar.
Ainda
sob
o
ngulo
do
pluripartidarismo,
da
representatividade dos diversos segmentos nacionais, dado perceber a nfase atribuda pela Carta Federal s minorias. No tocante s comisses permanentes e temporrias da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, o 1- do artigo 58 do Diploma Maior assegura sem distinguir, considerada a votao obtida, o nmero de ieleinos, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
ADI 1,351 / DF
50
^^
que participam da respectiva Casa. Alis, na cabea do artigo, h a remessa aos Regimentos Internos do Congresso bem como das duas Casas, e versa o preceito algo compreendido no gnero funcionamento parlamentar, disciplina em sintonia com a independncia dos Poder es. No processo legislativo, no aperfeioamento da lei em sentido formal e material, nesse ato complexo, atua, ao trmino da linha, o Executivo, sancionando ou vetando o que aprovado pelas Casas Legislativas. Fica no ar: existentes partidos com deputados eleitos, dado a Poder diverso - o Executivo compor e balizar o funcionamento interno, embora de forma conjunta com Senado e Cmara? Di-lo que no o jurista e ex-ministro Clio Borja. Endosso a ptica por Sua Excelncia externado. Da mesma forma que ao Judicirio cumpre reger rgos internos - artigo 96, inciso I, alneaH
a",
da Constituio Federal - via regimento interno, tem-se, preservado o sistema como nico, idntico enfoque quanto vida interna de cada Casa Legislativa - artigos 51, incisos III e IV, 52, incisos XII e XIII, e 58 da Carta da Repblica. Vale repetir o que consignado pelo parecista em pea elaborada a pedido da Mesa da Cmara dos Deputados, considerada transcrio contida em memorial:
Da independncia do rgo colegiado Legislativo e da inviolabilidade dos seus membros, do mandato, resulta a do Poder impossibilidade de lhes regu parlamentar por lei formal, exerccio a dado que assim fac intromisso de outra Casa e do conduta se-ia Presidente da a Repblica em assunto entregue autonomia de cada uma das Cmaras;"
w
29
V..
ADI 1,351 / DF
51
As bancadas so instituies de direito parlamentar ^^ exclusivamente. Constituem-se, nos corpos legislativos, pela reunio dos representantes que se identificam pela unidade de propsito e pela uniformidade da atuao. Agrupam-se sob a liderana que designam"
Sim, certo partido, sejam cuja
presentes existncia
deputados civil a e
necessariamente registro so no
vinculados
a
Tribunal em
Superior de
Eleitoral
incontestveis,
eles
aplicveis,
termos
atividade parlamentar, as normas constantes do Regimento Interno. Fora isso menosprezar a independncia funcional da Casa Legislativa. Estabelece o 3 do mesmo artigo 58 que a criao de comisso parlamentar de inqurito se faz mediante requerimento de um tero dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal ou, se comisso mista, de ambas aos as Casas. A Constituio para Federal provocarem atribui a ainda
legitimidade
partidos
polticos
jurisdio
constitucional concentrada, sendo suficiente, contar, para tanto, com um nico representante em qualquer das Casas do Congresso. Em ltima anlise, as previses constitucionais encerram a neutralizao da ditadura da
maioria,
afastando do cenrio nacional ptica hegemnica e, portanto,
totalitria. Concretizam, em termos de garantias, o pluralismo poltico to inerente ao sistema proporcional, sendo com elas incompatvel
regramento estritamente legal a resultar em condies de exerccio e gozo a partir da gradao dos votos obtidos. Alis, surge incongruente
acunitxo: que partido sem funcionamento parlamentar seja, a um si tempo,
3 0
ADI 1.351 / DF
c^^W?/
52legitimado para a propositura das aes direta de inconstitucionalidade e declaratoria Legislativa, de mas constitucionalidade, agindo via no tendo atuao no na mbito Casa do
credenciamento
popular
Judicirio, tudo acontecendo - repito - sem que existente a restrio constitucional. V-se que a Lei Bsica de 1988 no manteve a vinculao surgida com a Constituio de 19 67, para o desenvolvimento da atividade poltica pelo partido, aos votos obtidos em determinado certame. Nem se diga que o inciso IV do artigo 17 remete o funcionamento parlamentar disciplina mediante lei, podendo esta ltima dispor sobre algo de
fundamental relevncia, ou seja, sobre a criao de partidos polticos de primeira previso e segunda categorias, competncia considerado do o desempenho ordinrio nas urnas. tratar A do
quanto
legislador
para
funcionamento parlamentar h de ser tomada sem esvaziar-se os princpios constitucionais, pluripartidarismo. destacando-se Vale dizer com que real se importncia o revelador legal do os
deixaram
disciplina
parmetros do funcionamento parlamentar sem, no entanto, viabilizar que norma estritamente legal determinasse a vida soberba de alguns partidos polticos e a morte humilhante de outros. Verificada a existncia jurdica do partido, a participao em certas eleies, o xito quanto a mandatos polticos em dis^mta, no h como afastar do cenrio a vontade dos
cidados que e\egeram candidatos, que vieram a preencher cadeiras em Casas Legislativas,
\desvinculando-os, em quase um passe de funesta mgica, o pitprio
a
\
31
\
ADX 1,351 / DF
53partido que respaldou a candidatura. Surge incongruente assentar a necessidade de o candidato ter, em um primeiro passo, o aval de certo partido e, a seguir eleito, olvidar a agremiao na vida parlamentar. O casamento no passvel desse divrcio. Alis, para aqueles preocupados com a proliferao dos partidos polticos, h de levar-se em conta que o enxugamento do rol automtico, presente a vontade do povo, de quem emana o poder. Se o partido poltico no eleger representante, bvio que no se poder cogitar de funcionamento parlamentar. Considerada a ordem natural das
coisas, cuja fora insuplantvel, a conveniente representatividade dos partidos verificado quociente polticos nas no parlamento entendendo elegendo fica como jungida tanto to-somente haver sido ao xito o
urnas,
atingido o
eleitoral,
candidatos,
pouco
importando
nmero
destes. S assim ter-se- como atendido o fundamento da Repblica, ou seja, o pluralismo poltico, valendo notar que o verdadeiro equilbrio decorre do somatrio de foras que revelem a viso dos diversos segmentos que perfazem a sociedade. Em sntese, no elegendo candidato, o partido fica automaticamente fora do contexto parlamentar. Esto enquadrados nessa situao, porquanto no alcanaram o coeficiente eleitoral, os seguintes partidos: Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU, Partido Social Liberal PSL, Partido PCB, Trabalhista Social Nacional Democrata PTN/ Partido PSDC,
Comunista Partido
Brasileiro Renovador
Partido
Cristo PRTB,
Trabalhista
Brasileiro
Partido
cV"usa
ADI 1,351 / DF
54
^^
Operria - PCO e Partido Republicano Progressista - PRP.
32
ADX 1,351 / DF
55Resumindo, surge com extravagncia maior interpretar- se os preceitos constitucionais a ponto de esvaziarse o pluripartidarismo, cerceando, por meio de atos que se mostram pobres em razoabilidade e exorbitantes em concepo de foras, a atuao deste ou daquele partido poltico. Tenham presente que a necessidade do trato constitucional da matria, conforme a tradio, conforme a assegurada liberdade de
criao dos partidos, foi percebida quando dos trabalhos de reviso da Carta de 1988. O ento relator da reviso, deputado Nelson Jobim,
apresentou, em 1994, substitutivo ao Parecer n- 36. Neste ressaltou que a chamada "clusula de barreira" no teria sido tratada na Constituio, aspecto que vinha dando margem a "perplexidades interpretativas por parte do legislador". O substitutivo acrescentava, ao 22
do artigo 17 da
Constituio Federal, relativizando-o, a necessidade de o partido poltico comprovar o apoiamento de eleitores exigido em lei. Acrescentava os 5 2 e 62 ao citado artigo e revogava o inciso IV nele contido, a versar sobre a remessa, lei, do funcionamento parlamentar. Eis o teor dos preceitos que, caso aprovada a emenda constitucional de reviso, estariam hoje em vigor, afastando a celeuma que deu margem a este julgamento pelo Supremo, guarda maior da Constituio:
52 Somente ter direito a representao na Cmara dos Deputados o partido que obtiver o apoio mnimo de cinco por cento dos votos vlidos, excludos os brancos e |os nylos, apurados em eleio geral e distribudos em pelo menoip um tiero dos Estados, atingindo dois por cento em cada um deles.\
33
ADX 1*351 / DF
56
6- Somente o partido que cumprir o disposto no pargrafo anterior poder registrar candidato a Presidente da Repblica. O substitutivo data de 1994. No houve o consenso indispensvel aprovao da emenda em que pesem aos parmetros
flexibilizados, para alterar-se a Carta da Repblica, previstos no artigo 32 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sesso unicameral. Pois bem, aps histrico e disciplina a revelarem a necessidade do trato da matria com envergadura maior - constitucional -, o legislador comum veio a aprovar o texto do que seria o 52 do artigo 17 da Constituio Federal, alteradau
olvidando mediante
a lei
natureza
rgida
desse
diploma. -
A sem
Carta o
acabou
ordinrial
Transportou-se
advrbio
somente", certo -, para o estatuto dos partidos polticos aprovado no
ano seguinte, as regras submetidas ao Congresso Nacional e rejeitadas para insero no Documento Maior da Repblica. No houve sequer alterao quanto s percentagens. Est-se a ver que o disposto no artigo 13 da Lei n- 9.096/95 veio a mitigar o que garantido aos partidos polticos pela Constituio Federal, asfixiando-os sobremaneira, a ponto de alij- los do campo poltico, com isso ferindo de morte, sob o ngulo politicoideolgico, certos segmentos, certa parcela de brasileiros. E tudo
ocorreu a partir da ptica da sempre ilustrada Sob o ngulo da razoabilidade, instituto diploma legal que, apesar da liberdade
d o d e
34
ADI 1,351 / DF
57
^^
partidos polticos prevista na Constituio Federal, admite a exis tncia respectiva e, em passo seguinte, inviabiliza o crescimento em termos de representao. A exigncia de cinco por cento dos votos vlidos para a Cmara dos Deputados implica, considerados os dados da ltima eleio, a necessidade de o partido haver alcanado quatro milhes, seiscentos e oitenta e um mil, duzentos e noventa e trs votos em um universo de noventa e trs milhes, seiscentos e vinte e cinco mil, oitocentos e cinqenta e oito votos. Alis, assentada, em relao a todos os partidos hoje registrados no Tribunal Superior Eleitoral, a necessidade de alcanar cinco por cento dos votos, ter-se-ia que contar no com cem por cento correspondentes totalidade dos sufrgios mas com cento e quarenta e cinco por cento[ Ainda no tocante razoabilidade, mostra-se imprpria a existncia de partidos polticos com deputados elei tos e sem o
desempenho parlamentar cabvel, cumprindo ter presente que, a persistirem partidos e parlamentares a eles integrados, haver, em termos de
funcionamento parlamentar, o esvaziamento da atuao das minorias. A clusula constitucional a remeter o funcionamento
parlamentar, as balizas deste, a preceito legal - o que, no entendimento do ministro Clio Borja, constante de parecer^x leva k disciplina
mediante regimento interno - no pode ser tomac.a a Vponto de admitir-se que a lei inviabilize, por completo, \ o \dito funcionamento, acabando com as bancadas dos partidos minoritrias e
35 impedindo os respectivos deputados de comporem a Mesa Diretiva e as
comisses, em flagrante contrariedade disposio do le do artigo 58 da Constituio Federal, no que sinaliza, em bom vernculo, a necessidade de ambas Mesa e comisses serem integradas, se houver possibilidade
fsica, de forma proporcional, pelos partidos e blocos parlamentares exis tentes na Casa, vale dizer, que tenham deputados eleitos. Nos dias de hoje, tem-se exemplo marcante da extravagncia da disciplina legal. O histrico e fidedigno Partido Comunista do Brasil
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^^
logrou obter 2,12% da totalidade dos votos para a Cmara dos Deputados, significando esta percentagem substancial votao - um milho, novecentos e oitenta e dois mil, trezentos e vinte e trs votos em noventa e trs milhes, seiscentos e vinte e cinco mil, oitocentos e cinqenta e oito votos perfazendo a
percentagem de dois por cento dos votos em nove Estados - Acre, Amazonas, Piau, Rio Grande do Sul, Cear, Maranho, Bahia, Pernambuco e Amap - e elegendo 13 deputados. Conta hoj e com integrante a presidir a Cmara dos Deputados - o deputado Aldo Rebelo. Pois bem, ante a incidncia do artigo 13, na prxima legislatura, de duas, uma: ou o deputado Aldo Rebelo migra para outro partido, em condenvel polivalncia politico-ideolgica, ou ter que desistir de concorrer reeleio, esta ltima admitida pelo Supremo desde que se trate de nova legislatura - muifcoXembora o 49 do artigo 57 da Carta contenha clusula vedando "a rlecoraduo para o mesmo cargo na eleio imediatamente subseqente" . \Mais \ T
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ainda: o atual Vice-Presidente da Repblica, Jos Alencar, do Partido Republicano Brasileiro - PRB. Foi reeleito. O Partido no veio a atender s exigncias legais nas ltimas eleies, elegendo 1 deputado. Contar com integrante Vice-Presidente da Repblica, mas com deputado rfo, sem
endosso partidrio, na Cmara dos Deputados. Quanto ao rateio do fundo partidrio, a circunstncia de ter-se a diviso inicial considerados os percentuais de noventa e nove por cento e de um por cento, concorrendo ao primeiro os partidos ditos, sob o ngulo da representao, majoritrios - com aumento da fatia de cada qual e, percentagem nfima de um por cento, todos os 29 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, haver situaes concretas em que a reduo de valor a ser recebido alcanar percentagem superior a noventa e nove por cento. Levem em conta a situao do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, que elegeu 22 deputados e obteve quatro milhes, quatrocentos e dezesseis mil, quinhentos e sessenta e seis votos, o que, a toda evidncia, no pouco em termos de representatividade. Considerada a eleio de 2002, teve jus, em 2 006, cota de seis milhes, setecentos e quarenta e seis mil, cento e vinte e cinco reais, sessenta e quatro centavos. Com a nova disciplina, Partidrio, seiscentos assim e repetido o PTB em 2007 o valor a arrecadado de em 2006 mil, para o Fundo
ficar reais mesmo
com e se
quota
quarenta
quareiV de
setenta diga em
centavos, relao
verificada ao Partido
diminuio
Liberal - PL, cuVjos
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61
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chegaram a quatro milhes, setenta e quatro mil, trezentos e noventa e trs, elegendo 23 deputados. Ante a eleio de 2002 e considerado o Fundo Partidrio relativo a 2 006, alcanou seis milhes, setecentos e oito mil, noventa e trs reais e treze centavos. Incidentes as novas regras e
mantida a arrecadao de 2 006 relativamente a 2007, caber a ele quarenta mil, seiscentos e quarenta e seis reais e setenta centavos, ocorrendo decrscimo de 99,3 9%. Enquanto isso, todos os sete partidos que lograram atender s exigncias legais, com cinco por cento dos votos nacionais distribudos em nove Estados, obtendo em cada qual dois por cento dos votos, tero majorao, a saber: Partido Progressista - PP, de 0,54%; Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, de 17,08%; Partido do Movimento Democrtico Brasileiro - PMDB, de 34,29%; Partido da Frente Liberal - PFL, de 1,59%; Partido dos Trabalhadores - PT, de 12, 68%; Partido Socialista Brasileiro - PSB, de 43,53%; e Partido Democrtico Trabalhista alcanados PDT de que 25,25%. vo de Ocorrendo alterao a positiva e sendo No
valores
8.408.598,08
24.158.085,91.
aceitvel, sob o ngulo da razoabilidade, tal equao, dividindo sete partidos o grande bolo de 99% do que vier a ser arrecadado para o Fundo Partidrio e os vinte e nove partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, inclusive esses sete, um por cento. O mesmo enfoque dado verificar em termos de horrio reservado propaganda partidria. I Os \ sete partidos que conseguiram atender aos requisitos legais tero, \ por semestre, cada qual, vinte minutos em rede nacional e vinte \minu\tos
62ADI 1.351 / DF
em rede estadual bem como inseres nas duas cadeias, a totalizarem, em relao a cada uma, por semestre, quarenta minutos. J os vinte e dois partidos de representao menor, aqum das rigorosas exigncias legais, tero, cada qual, dois minutos por semestre e unicamente em rede nacional, no contando com o tempo para inseres. Esta Corte chamada a pronunciar-se sobre a matria a partir da Constituio Federal. Descabe empunhar a bandeira leiga da
condenao dos chamados partidos de aluguel, o preconceito, mesmo porque no se pode ter como a revel-los partidos, para exemplificar, como o Partido Popular Socialista - PPS, o Partido Comunista do Brasil - PC do B, o Partido Verde - PV e o Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, sendo que este ltimo, alis, condenado a no subsistir sem que tenha
experimentado espao de tempo indispensvel a lograr grau de acatamento maior frente ao eleitorado. Se, impossibilitado de figurar junto Casa para a qual elegeu deputados, tendo substancialmente mitigada a
participao no fundo partidrio e no horrio de propaganda eleitoral, no deixar jamais a situao embrionria, prpria ao surgimento de uma nova sigla. Permanecer, se tanto, em plano secundrio, inviabilizado o acesso eficaz a eleitores, o que somente ocorre em virtude da atuao parlamentar e da divulgao de metas partidrias. A dose cavalar, implicando a potencializao do objeto visado em ^erimento de princpios
constitucionais. Possveis circunstncias reinantes, possveis desvios de finalidade ho de ser combatidos\ de forma razovel, sem a colocao em segundo plano de valores inerentes democracia, a um Estado Democrtico
42
ADI 1,351 / DF
63
^^
de Direito. Levem em conta ainda que o funcionamento parlamentar no o apenas nas Assemblias e Cmaras, alcanando o Senado da Repblica e neste os seguintes partidos, da ala excluda, elegeram nas ltimas eleies senadores sem contar aqueles que se encontram em meio ao mandato:
Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, 3 senadores; Partido Comunista do Brasil - PC do B, 1 senador; Partido Renovador Trabalhista Brasileiro PRTB, 1 senador; Partido Popular Socialista - PPS, 1 senador; e Partido Liberal - PL, 1 senador. Indaga-se: funcionamento Legislativas? parlamentar Se positiva ter-se- no a dois e pesos e duas nas medidas demais com Casas
Senado
ausncia o sistema
resposta,
estar
capenga,
distinguindo-se onde o legislador no distinguiu. Que fique ressaltado, em verdadeira profisso de f, em verdadeiro discusso alerta o a desavisados, nevrlgico encontrar-se subjacente proteo a dos toda esta
ponto
concernente
direitos
individuais e das minorias, que no se contrape aos princpios que regem o governo da maioria - cuja finalidade o alcance do bem-estar pblico, a partir da vontade da maioria, desde que respeitados os direitos dos
setores minoritrios, no se constituindo, de forma alguma, em via de opresso destes ltimos. No Estado Democrtico de Direito, a nenhuma/'mSLioria,
organizada em torno de qualquer iderio ou finalidade - por\ mais louvvel que se mostre -, dado tirar ou restringir os direitios e liberdades fundamentais dos grupos minoritrios dentre ys q\iais
ADI 1,351 / DF
64
^^
\4 0 esto a liberdade de se expressar, de se organizar, de V. denunciar, de discordar e de se fazer representar nas decises que influem nos destinos da sociedade como um todo, enfim, de participar plenamente da vida pblica, inclusive fiscalizando os atos determinados pela maioria. Ao reverso, dos governos democrati prpria cos espera-se que, que resguardem as prerrogativas em e a
identidade
daqueles
at
numericamente
desvantagem,
porventura requeiram mais da fora do Estado como anteparo para que lhe esteja preservada a identidade cultural ou, no limite, para que continue existindo. Alis, a diversidade deve ser entendida no como ameaa mas como fator de crescimento, como vantagem adicional para qualquer comunidade que tende a enriquecer-se com essas diferenas. O desafio do Estado
moderno, de organizao das mais complexas, no elidir as minorias, mas reconhec-las e, assim o fazendo, viabilizar meios para assegurar-lhes os direitos constitucionais. Para tanto, entre outros procedimentos, h de fomentar diuturnamente o aprendizado da tolerncia como valor maior, de modo a possibilitar a convivncia harmnica entre desiguais. Nesse aspecto, importante sublinhar, o Brasil se afigura como exemplo para o mundo.
65ADI 1.351 / DF
Democracia que no legitima esse convvio no merece tal status, pois, na verdade, revela a face desptica da
Alfirn, no Estado Democrtico de Direito, paradoxal no admitir e no acolher a desigualdade, o direito de ser diferente, de no formar com a maioria. Mais: o Estado Democrtico de Direito constitui-se, em si mesmo - e, sob certo ponto de vista, principalmente -, instrumento de defesa das minorias. Esse foi o entendimento adotado, levando o Supremo a garantir a criao de Comisso Parlamentar de Inqurito pela vontade de um tero - e no da maioria - dos parlamentares, no julgamento do Mandado de Segurana nQ 24.831-9/DF, relatado pelo ministro Celso de Mello e cujo acrdo foi publicado no Dirio da Justia de 4 de agosto de 2006 . de repetir at a exausto, se preciso for: Democracia no a ditadura da maioria De to bvio, pode haver o risco de passar despercebido o fato de no subsistir o regime democrtico sem a manuteno das minorias, sem a garantia da existncia destas, preservados os direitos fundamentais assegurados constitucionalmente.
42
66ADI 1.351 / DF
Ento, encerro este voto, no julgamento conjunto das
42
ADX 1.351 / DF
^^
b) da expresso "obedecendo aos seguintes critrios" na cabea do artigo 41, e dos incisos I e II do mesmo preceito;
c) do artigo 48;
d) da expresso "que atenda ao disposto no artigo 13", no artigo 49;
/e) da expresso "no artigo 13" dd inci 57 . i E o voto. so II do artigo
43
64Estado
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
Senhora
07/12/2006 TRIBUNAL PLENO Presidente, DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.3 histrico, tendo em AO DIRETA reputo este julgamento 51-3 DISTRITO FEDERAL
conta o prprio pelo povo a
Democrtico
de
Direito,
a
transferncia
de
poder
mandatrios, a transferncia de poder pelo povo a representantes. Por isso - no sou de me estendeivauito em votos -, peo a pacincia dos colegas e tambm da assistncia para o que tenho a assinalar e deixar registrado nos anais Go Supremo.
65
/r/Y/
07/12/2006 TRIBUNAL PLENO AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.351-3 DISTRITO FEDERAL
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
-
Senhora Presidente, tenho
uma preocupao, porque o artigo 48 estabelece que:
"A rt. 48. O partido ..registrado no Tribunal Superior Eleitoral gue no atenda ao disposto no art. 13 tem assegurada, a realizao de um programa em cadeia n&ci onal, em cada semes tre, com a durao de dois minutos."
Essa questo j foi amplamente discutida pelos requerentes e, agora, no voto do Relator. Salvo engano, es t-se declarando a expresso "que no atenda ao dispsto no artigo 13" , no Ministro Marco Aurlio?
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - De incio, das expresses "que no atenda ao disposto no artigo 13" e "com a durao de dois minutos".
O SENHOR MINISTRO SEPXJZj VEDA PERTENCE - Se Vossa Excelncia vai
eliminar
esses
dois
minutos,
ento
fica
o
dispositivo
todo;
fica
sem
sentido; pois iria conceder mais dois minutos a todos os partidos.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - .
A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - E fica pior, O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Estou falando do artigo 48 prejudica, no ajuda.
da Lei ns 9.096.
66
A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Sim: "... que no
atenda ao disposto no artigo (. . .) em cada semestre, com a durao de dois minutos".
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - A nica dvida que poderamos ter, sob o ngulo da extenso, diz respeito a vinculao ao pedido formulado, ao objeto da prpria ao direta de
inconstitucionalidade, porque a impugnao se fez nesse sentido. Concordo com o ministro SeplvedaU
Pertence
no
que
Sua
Excelncia
afirma
que,
retiradas as expresses
que no atenda ao disposto no artigo 13" e tambm
"com a durao de dois minutos", o artigo perde contedo.
O
SENHOR
MINISTRO
SEPLVEDA
PERTENCE
-
Realmente,
a,
o
dispositivo inconstitucional por arras tamento. Ele perde o sentido.
2
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
Se
for
o
pensamento do Colegiado, adiro declarao, na totalidade, da pecha de inconstitucional do artigo 48.
67O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O artigo 57, III.
A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - No, O artigo 57 s tem dois incisos.
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
Ministro
Gilmar Mendes, na Ao Direta de Inconstitucionalidade na 1.354- 8/DF, esse dispositivo foi atacado, o inciso II.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - ISSO quanto ao fundo,
mas a minha observao quanto ao tempo de TV. A minha pergunta : assente a inconstitucionalidade do artigo 48 - para ficar ainda na questo da distribuio do tempo de TV no se
deveria manter, quer dizer, deixar explicita a aplicao do artigo 57,III?
SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Artigo 57,III?
3
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) Precisaramos retocar - e, talvez, atussemos como legi sladores positivos - a cabea do artigo, porque o que nele previsto o foi para viger por perodo determinado.
68O SENHOR MINISTRO SEP L VEDA PERTENCE - ISSO no um problema. de declarao. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Mas, pelo menos uma
clusula provisria at que o Congresso delibere sobre isso.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - H uma sada.
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Vai ficar uma lacuna, e ela pode ser preenchida pelo 57.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Essa a proposta.
O SENHOR MINISTRO SEP L VEDA PERTENCE - umadeclarao de incons ti tucionalidade r ao mesmo tempo, com um tipo de interpretao conforme,
4
O
SENHOR
MINISTRO
SEPLVEDA
PERTENCE
-
No
final,
Vossa
Excelncia, em tese, est tendendo a propor a preservao da disciplina transitria at que o legislador edite uma legislao que atenda aos
princpios constitucionais.
69
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - H uma forma aceita pelo Tribunal, que ao a procedncia 57. parcial da pecha do de
inconstitucionalidade
quanto
artigo
Afastaramos
cenrio
normativo apenas a limitao constante da cabea do dispositivo, porque, nela, o que temos? Um balizamento de vigncia:Art. 57. No perodo en tre o incio da prxima Legislatura e a proclamao dos resultados da segunda eleio geral subseqente para a Cmara dos Deputados, ser observado o seguinte [...]
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Esse um dispositivo que,
a rigor, j teria perdido a eficcia. Ns estamos tentando revitaliz-lo, tendo em vista a lacuna que se vislumbra.
O
SENHOR
MINISTRO
SEPLVEDA
PERTENCE
-
uma
forma
de
declarao de inconstitucionalidade evitando cair num vazio normativo.O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Houve, ao trmino do diploma, a revogao explcita, e no tcita. Se fosse a revogao tcita, ocorreria o restabelecimento da redao anterior.
706
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
Senhora
Presidente, evoluo para acolher a ponderao feita pelo ministro Gilmar Mendes. Assento, ento, que, no tocante ao artigo 57, a interpretao para preencher o que seria o vcuo normativo mediante o afastamento desses limites, dessas balizas temporais que esto na cabea do artigo. Conseqncia prtica: com isso, restabelecemos o que se mostrou de incio norma transitria, at que o legislador venha e atue.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
-
E
que
regulou
essa
situao transitria durante todo este perodo: dez anos de vigncia da lei.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Ento, no art.
57, Ministro Marco Aurlio, ser observado o seguinte: tiramos a baliza temporal.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - No uma
declarao de inconstitucionalidade do art. 57. declarar inconstitucional o art. 13 e suas repercusses, de acordo com >^\oto do Relator e com outros fundamentos que venham a ser aventacLos, ipas declarando que, enquanto o legislador no edite norma que atenda/ ao princpio do pluralismo, da liberdade de criao de partddos etc. ,
STF 102.002
continua em vigor a disposio transitria do art. 57, para evitar o vazio normativo. ADI 1.351 / DF71
A
SRA.
MINISTRA
ELLEN
GRACIE
(PRESIDENTE)
-
Sem
as
limitaes temporais que so fixadas no art. 57.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - S em as
limitaes.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
- Porque, em relao ao a impresso de que a o
fundo
partidrio, de
que
outra
questo,
tenho
declarao problema.
inconstitucionalidade
parcial
resolveu
integralmente
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
s
no
tocante expresso contida no inciso II do artigo 57: "que cumpram o disposto no artigo 13".O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
-
Tenham
preenchido
as
condies do art. 13:
"XX - ... na proporo dos votos obtidos na ltima eleiogeral para . . . " . O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - " . . . qrue cumpram
o disposto no . . . inciso anterior .. . " .A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Esse O
art. 49? O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - /Evoluo
/para restringir o voto, quanto inconstitucionalidade do art/igo 5j7,
continua em vigor a disposio transitria do art. 57, para evitar o vazio normativo. ADI 1.351 / DF72
STF 102.002
73 expresso contida no inciso II do artigo 57: "o disposto no artigo 13" . C^edewaJ ADI 1.351 / DF
O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - E fica: "que cumpram
o disposto"; tira-se: "no art. 13 ou", e continua.: "no inciso anterior" . O que se declara inconstitucional a referncia ao art. 13, permanecendo essa discriminao, que razovel e no impugnada. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - No regime anterior, o que tnhamos em relao ao fundo partidrio? Vinte por cento eram rateados em partes iguais, e os outros oitenta por cento, consoante a representao do partido na Cmara. No podemos ter como restabelecido o quadro normativo anterior, porque houve revogao expressa.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - S uma pergunta: esta era
uma clusula transitria, o inciso II do art. 57. No contexto atual, o art. 41, com a declarao pro forma... O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Mas, segundo o ponto de vista externado, ela deixaria de ser transitria. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - No, ela voltaria a ser trans itria.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Vejamos O art
"Art. 41. O Tribunal Superior El eitoral, cinco dias, a contar data do depsito a que
da
STF 102.002
wmoE^M/M^MO/ C^r/era/ ADI 1.351 / DF
74
o _ 1Q do art, anterior, far a respectiva distribuio aos rgos nacionais dos partidos, obedecendo aos seguintes critrios." Esta a regra permanente.
"X - um por cento do total do Fundo Partidrio ser des tacado para entrega, em partes iguais, a toclos os partidos fue tenham seus es tatu tos registrados no Tribunal Superior Eleitoral."
Portanto, estariam abrangidos todos esses partidos. E:
"II - noventa e nove por cento do total do Fundo... "
O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Esse fica sem sentido; sem
o art. 13 , que o fator dif erenciador, a totalidade deste art. fica sem sentido.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE < PRESIDENTE) - Porque, sem o art.
13, no tem base.A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Sem o fator do discriminumr
teria que sair.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE)
-
Deveria
sair,
acompanhando, por arrastamento do art. 13.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Esse regula uma distino
entre os que atenderam, os que alcanaram ou no o patamar do art. 13. Ora, declarado inconstitucional o art, 13, toda essa disciplina do tratamento
diferencial entre os que tenham alcanado e
STF 102.002
4
ADI 1,351 / DF
75
^^
no alcanaram os patamares dele cai por terra; a revitaliza-se o art. 57, no que reserva aos partidos de melhor desempenho: vinte e nove por cento do Fundo.A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Porque o art. 13 apresentava o
fator de discriminao que deixou de acontecer. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - At porque o art. 57 deixou de operar no pressuposto da operacionalidade do art. 13; como o art. 13 j no opera, volta o art. 57. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Muito embora no haja pleito quanto ao inciso I do artigo 41, ele cai por arrastamento.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - No tem
sentido tambm.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE
-
Eu
acho, que
porque
ele a
regulamenta
o
tratamento
di
ferenciado
conforme
um
critrio
estamos
declarar inconstitucional; logo, no sobra nada dele. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - . Por arrastamento, nada sobra. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - E a regncia fica a do artigo 57.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Por
interpretao e com apelo ao legislador, adotamos a frmul^ que existe, e vem funcionando, que a do art. 57.
positiva
STF 102.002
ADI 1.351 / DF A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Que era a
76
frmula transitria. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Esperemos que o legislador seja sensvel ao apelo do Supremo. O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - A, ao invs da reserva de noventa e nove por cento para os partidos de melhor desempenho, ficam vinte e nove por cento. E isso, ningum impugna. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - Como vigorou por dez anos . O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Mesmo porque se observou que, na 1.354-8/DF, no houve nenhum ataque sob esse ngulo. Ocorreu impugnao mais abrangente, mais linear, na 1.351-3/DF, o que demonstra que essa norma, para os partidos em geral, palatvel. A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Ento, no art. 41, tanto o inciso I quanto o inciso II declaram-se inconstitucionais? O prprio caput? Mas ele define um prazo de cinco dias. Acho que isso permanece. O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - , Fundo Partidrio. "... far a respectiva, distribuio aos rgos nacionais dos partidos ...". O que cai so os critrios. A SRA* MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) o caput.
STF 102.002
6
ADX 1.351 / DF A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Mas, do caput, cai a
77seguinte expresso: "obedecendo aos seguintes critrios". 0 artigo termina aqui: "partidos".O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Sim. At "rgos nacionais
dos partidos".O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - A
expresso "obedecendo aos seguintes critrios" que cai. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - A expresso sucumbe. O SENHORMINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - E, por interpretao do Tribunal, ressurge
provisoriamente o art. 57.O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - , revitaliza, ressurge. Na verdade, uma repristinao. O disciplina... A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Aqueles critrios do SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES At o advento de nova
art. 57. Muito bem. Quanto ao art. 48 e 49, no h dvida? O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - A no temos mais dvidas.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - E o art. 57 no obj eto
da argio, salvo naquela referncia ao art. 13.A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - No art. expresso: "no art. 13 ou". S isso que cai. s a
STF 102.002
ADI 1,351 / DF
78
^^
O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
(RELATOR)
-
Senhora
Presidente, apenas para facilitar depois a redao do acrdo, consigno que retifico o meu voto. Fao-o para, no tocante ao artigo 41, declarar a inconstitucionalidade, na cabea do artigo, da expresso "obedecendo a.os seguintes cri trios" , e tambm para declarar a incons titucionalidade dos dois incisos. Relativamente restrinjo ao a artigo 57, declarao
inciso II, de
inconstitucionalidade, objetivando to-somente evitar o vcuo normativo, expresso wo disposto no artigo 13".O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - No,w
o
disposto" fica.A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA
- Ministro, "O disposto"
ficaria, no ? O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - No artigo 13?O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - "O disposto no art.
13 ou". Ou Vossa Excelncia quer manter?A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA -
art. 13 OU".
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - E deixo o "ou" apenas para documentar que houve corte.
ADI 1,351 / DF
79
^^
STF 102.002O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
-
Na que
verdade, essa
estamos seja
fazendo
uma
interpretao
conforme,
autorizando
norma
aplicada provisoriamente.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Isso no um objeto
do dispositivo da deciso, seno nesse sentido. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR)- No chego a isso justamente para evitar o vcuo, porque o Tribunal Superior Eleitoral tem pela frente o problema da distribuio do fundo j agora em janeiro.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE
- Ai O TSE tem que
regular isso. Ele rearrumar esse problema, com base no art, 57. O precisaramos SENHOR de um MINISTRO novo MARCO AURLIO nos (RELATOR) No j
sequer
programa
computadores,
porque
vnhamos observando isso.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - O art. 13 nunca se
aplicou porque no estava eficaz.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Como ficou o art. 49?
Suprime-se a expresso wgue atenda ao disposto no art. 13"? O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - Sim, s a expresso "que atenda ao disposto no art. 13".O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE
- Creio que suprime e |uma categoria de
tudo,
porque
o
artigo
tambm
regula
a
situao
partidos, que estamos declarando inconstitucionais. j
ADI 1,351 / DF
80
^^
S T F 102.002
ADI 1.351 / DF
62
/t^t^e/mo ^ptt&na/ ^dewce/
80
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - E tudo tairfom por conta da clusula.
A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - O art. 49 na integra. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - A razo de ser cio art. 49 era a vigncia do art. 13. Ento, o pressuposto lgico cai tambm. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) Relativamente ao que se contm no artigo 49, considerado o critrio do arrastamento, porque no h pedido abrangente, tambm declaro a inconstitucionalidade total.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) - Tanto quanto o
art. 48? O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Em relao ao artigo 56, inciso II, vejamos se h algum ajuste a fazer. No se atacou o artigo 56.O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Havia uma reduo do
tempo.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - O art. 5 6 no est
sendo
atacado.
Ento,
ele
tambm
tem
que
entrar
nessa
declarao
interpretativa.A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA
- Por causa do O SENHOR MINISTRO MARCO ue
AURLIO (RELATOR) - | sentido, ministro Seplveda Pertence?
STF 102.002
10
ADI 1,351 / DF
^^
81SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE
O
-
No
sentido
de
que
continua aplicvel, em termos, no s o art. 56 como o art. 57 . O SR, MINISTRO CARLOS BRITTO - Pelo vnculo funcional com o art. 13. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - O inciso I do artigo 5 6, que no foi atacado, limita o funcionamento parlamentar,
exigindo que o partido tenha eleito deputados.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Es tabelece:
"trs representantes de diferentes Estados". Essa diferenciao gradativa no foi atacada. Ela permanece.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE
(PRESIDENTE) - Ento permanece o
art. 56 apenas sem a limitao temporal.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Permanece O programa,
em cadeia nacional, com dez minutos de durao. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - E deixamos o inciso II. Julgamos improcedente quanto ao inciso II, para que a Cmara, ento...O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES
-
Porque
era
objeto
da
argio de inconstitucionalidade.O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Inciso II de qual
art. ? O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Inc I
do artigo 56.
STF 102.002
11
ADI 1.351 / DF
82
O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Mas o art. 5 6
no foi atacado. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - O inciso II do artigo 56 foi atacado. E o mais interessante que, se o fulminssemos, no teramos a disciplina quanto ao inciso I.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Mantm-se o inciso I e
elimina-se o inciso II... O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Es s e o problema. Creio que temos de deixar o inciso II.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Temos que deixar o art.
56.A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE
(PRESIDENTE} - S com essa
interpretao conforme. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Retifico, no particular, o voto para julgar improcedente o pedido quanto ao inciso II do artigo 56.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - No h referncia ao
art. 13. essa a distino. Mantm a legislao e isso deve corresponder s resolues do TSE nesse perodo de vacncia. O SR. MINISTRO CARLOS BRITTO - Nesse perodo, agora,
/tt^iwewvQ C^fidewz/ADI 1.3 51 / DF
83aqui, se aplicaram as
nunca
foi
aplicada
pelo
TSE,
at
agora,
porque,
at
disposies transitrias. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) Ve j o uma
impropriedade no ataque formalizado. Surge o problema: o inciso I do artigo 56, a rigor, limita o funcionamento parlamentar porquanto a norma exige, para que ocorra esse funcionamento parlamentar, a eleio, pelo partido, no mnimo, de trs representantes, considerados diferentes Estados e, portanto, trs Estados.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Veja Vossa Excelncia que, se
atendermos
a
impugnao
e
subtrairmos
o
inciso
II,
s
tero
funcionamento
parlamentar os partidos do inciso I. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - A minha preocupao no essa. A premissa de meu voto se mostrou como sendo a impossibilidade de cercear o funcionamento parlamentar relativamente a partido que logrou eleger candidato. Aqui a exigncia maior, porque, em meu voto, contento-me com a eleio de um nico deputado, e aqui se exigem trs e que no podem ter sido eleitos no mesmo Estado. No posso ir alm do pedido.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - O problema a subtrao do
inciso II. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - Quntd ao inciso II, julgo improcedente o pedido e paro aqui . No o / adenjtro I mais . \
STF 102.002
13
ADI 1.351 / DF
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O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Dispensada a exigncia fixada no
inciso I, "a" do art. 57.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Mas is S o no
entra. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) - No posso, porque no h o pedido. E aqui no seria por arras tamento. Devemos aguardar.O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Estabelece o inciso I do art.
56: I - fica. assegurado o direi to ao funcionamento parlamentar na Cmara dos Deputados ao partido que tenha elei to e mantenha fi 1 iados, no mnimo, trs representantes de dlferentes Estados;" Fica a questo da Mesa Diretora da Cmara dos Deputados. Se a Mesa, ao regular isso, infringir os princpios constitucionais em que est
fundamentado, o voto de Vossa Excelncia ser outro problema.O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO (RELATOR) V'Vulgo
improcedente,
portanto, o pedido formulado quanto ao incisp I!: do artigo 5 6, tout court. No vou adiante.
STF 102.002
14
85D E B A T E SO SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Senhora Presidente, j me havia
manifestado
inicialmente
no
sentido
da
concordncia
com
o
voto
do
eminente
Ministro-Relator. Gostaria apenas de destacar dois aspectos que me parecem
decisivos - e vou fazer juntada de voto. Na verdade, a discusso que se colocou aqui a possibilidade, ou no, de se estabelecer o que se tem chamado entre ns, num certo eufemismo, de "clusula de barreira" ou "clusula de desempenho".
O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - No caso, mais propriamente
clusula de desempenho. No mata: deixa morrer.
O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Essa di sposi o encontrou base
no
Texto
Constitucional,
no
prprio
artigo
17,
que
tratou
do
funcionamento
parlamentar nos termos da lei. Isso fica evidente e, a partir da, tambm o legislador tirou outras conseqncias no que concerne aos programas de televiso e ao acesso ao fundo partidrio, reduzindo, significativamente, esse acesso para os tais partidos que no lograrem preencher ou satisfazer essa clusula de
barreira. Como sabemos, essa frmula tem paradigmas no Direito Comparado. No Direito alemo, consagra-se que o partido poltico que no obtiver 5% (cinco por cento) dos votos, na votao proporcional, no obter mandato algum, ou, pelo menos, trs mandatos diretos, tambm na eleio, portanto, para o chamado "primeiro voto". E, nesse caso, desprezase a votao dada ao partido. Todavia, nunca se atribuiu conseqncia no que concerne quilo que chamamos de "igualdade de oportunidades" ou "igualdade de
chances". A legislao at tentou esta
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