a participaÇÃo da mulher na gestÃo do esporte brasileiro: entraves e desafios ludmila mourão -...
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A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA GESTÃO DO ESPORTE BRASILEIRO: ENTRAVES E
DESAFIOS
Ludmila Mourão - UFJF/FAEFID
Euza Gomes – UNIVERSO
Contexto
• Participação feminina no espaço esportivo;
• Participação de mulheres atletas nos Jogos Olímpicos 20% em 1976, 38% em 2000, 49,5% em 2004 e 46,7% em 2008;
• Lacuna de informações sobre a participação da mulher brasileira na gestão do esporte de alto rendimento;
• Agenda políticas de Ação Afirmativa do COI - Obter em 2000 um mínimo de 10% de mulheres em todos os postos diretivos em 2000;
• Até 2005 dobrar estes percentuais (§5, Carta Olímpica, Regra 2, nº 5).
Onde atuam as mulheres gestoras no esporte de alto rendimento no Brasil?
Que desafios e barreiras as mulheres enfrentam para se inserir e permanecer no campo da gestão esportiva brasileira?
O que pensam sobre a participação feminina nesta postos de poder do esporte de alto rendimento nas diferentes instituições esportivas nacionais?
FederativasConfederativasSecretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério dos EsportesComitê Olímpico BrasileiroComitê Paraolímpico Brasileiro
Desafios
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NAS INSTITUIÇÕES ESPORTIVAS NOS PAÍSES SUL-AMERICANOS
País Órgão Máximo de Administração EsportivaEfetivo
do órgãoTotal de
Mulheres% de
Mulheres
Argentina Secretaria de Esportes – subordinada ao
Chefe do Gabinete dos Ministros20 1 5%
Bolívia Vice-Ministério Esportes - subordinado ao Ministério da Educação Cultura e Esporte
-- 1 --
Brasil Ministério dos Esportes 82 20 24,3%
ChileInstituto Nacional Esporte - subordinado à
Secretaria de Governo11 0 0%
ColômbiaInstituto Colombiano do Esporte –
subordinado à Secretaria de Cultura2 0 0%
EquadorMinistério da Educação e Cultura - Conselho
de Esportes44 27 61,30%
Guianna Ministério de Cultura e Esporte 4 2 50%
Guianna Francesa
Comissão Esporte e Cultura 7 2 28,50%
Paraguai Comitê Olímpico Paraguai 23 2 8,60%
Peru Instituto Peruano de Esporte 34 2 5,80%
Suriname Indisponível
Uruguai Comissão de Academia Olímpica Uruguaia 9 1 1%
VenezuelaMinistério Educação, Esportes – Instituto
Nacional do Esporte9 4 44%
Participação das mulheres no comando dos principais órgãos diretivos do Esporte Nacional
Órgãos Númerode cargos
Efetivo feminino
Porcentagem%
Gabinete do Ministério dos Esportes 6 1 16,7%
Secretaria Executiva 8 1 12,5%
Consultoria Jurídica 4 3 75,0%
Secretaria Nacional de Esporte Educacional 7 1 14,3%
Secretaria Nacional Desenvolvimento Esporte e Lazer
7 1 14,3%
Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento
7 1 14,3%
Conselho Nacional dos Esportes 22 2 9,1%
Comissão Nacional de Atletas 35 8 22,9%
Secretarias Estaduais Extraordinarias 16 1 6,3%
Comitê Paraolímpico Brasileiro 10 3 30,0%
Comitê Olímpico Brasileiro 50 2 4,0%
Confederações Vinculadas/Filiadas 57 1 1,8%
Federações Esportivas Nacionais 584 38 6,5%
Total 813 63 7,7%
Gestoras
Nomeadas
Nome Gestora Instituição Cargo Estado
1. Marly Teresa Rangel Licassali SNEAR - ME Coordenadora DF
2. Maristela Medeiros N. Gonçalves SNEAR - ME Coordenadora DF
3. Magic Paula SNEAR-ME Secretária Nacional SP
4. Christiane Paquelet Abeid COB Chefe Administrativo RJ
Eeleitas Cargo
5. Caroline Kessler Confederação Vice-Pres. Badminton RJ
6. Vicélia Ângelo Florenzano Confederação Presidente Ginástica PR
7. Andréa João Federação Presidente Ginástica RJ
8. Maria Aparecida de Oliveira Federação Presidente Boxe SP
9. Sarita Bacciotti Federação Presidente Ginástica MS
10. Rosilene de Araújo Gomes Federação Presidente Futebol PB
11. Vera Lúcia Mastrascusa Federação Presidente Badminton RS
12. Claudia Saliba Federação Desporto Aquático MS
13. Ieda Botelho Federação Presidente Ciclismo RJ
14. Maria Rosaídes Federação Presidente Handebol AC
Perfil das Gestoras do Esporte Brasileiro
Gestora Cargo Instituição Graduação Estado Civil Filhos Idade
1. Marly Coordenadora. SNEARMinistério dos Esportes
Educ. Física Casada 02 47
2. Maristela Coordenadora-Geral Excelência Esportiva - SNEAR - ME
Publicidade Casada 02 45
3. Magic Paula 1ª Secretária Nacional Esporte Alto Rendimento (SNEAR) ME.
Educ. Física Solteira - 42
4. Christiane Chefe AdministrativoMembro Eleito Assembléia - COB
Museóloga Casada 02 47
5. Caroline Vice Presidente Confederação Badminton
Educ. Física Solteira - 24
6. Vicélia Presidente Confederação Ginástica Educ. Física Solteira - 57
7. Andréa João Presidente Federação Carioca Ginástica
Educ. Física Solteira - 42
8. Maria Aparecida
Presidente Federação São Paulo Boxe
Educ. Física Divorciada - 48
9. Sarita Presidente Federação MG Sul Ginástica
Educ. Física Solteira - 27
10. Rosilene Presidente Federação Futebol Paraíba
Psicóloga Casada 05 60
11. Vera Presidente Federação e Diretora Técnica Confederação de Badminton, RS
Educ. Física Solteira - 41
12. Cláudia Presidente da Federação de Desportos Aquáticos , MS Sul
Engenheira Agrônoma
Casada 03 41
13. Ieda Presidente Federação Carioca Ciclismo
Programação Visual
Divorciada 02 41
14. Maria Rosaides
Presidente Federação Handebol Acre Educ. Física Solteira - 42
Qualidades para a Gestão
• A articulação entre o conhecimento e a capacidade de liderar com carisma e organização.
A função da federação é administrar o esporte, ela regulamenta, direciona, difunde, promove, desenvolve e incentiva os atletas, para tudo isso tem que ter paixão (Andréa João).
Motivações para a Gestão
• Dedicação integral ao cargo;
• São movidas pelo desafio de reestruturarem suas entidades esportivas;
• Sonham em poder levar seu esporte a ser praticado pelo maior número de pessoas;
• • Buscam reconhecimento social através da dedicação e
persistência no cotidiano de trabalho.
Sou insistente e gosto de desafios, enquanto puder lutarei pela evolução do esporte. (Ieda).
Entraves
Dificuldades econômicas que passam as federações;
Permanecer na gestão do negócio é a grande dificuldade (Vicélia).
Burocracia do serviço público e a troca constante dos dirigentes são geradoras de instabilidade dos cargos;
Nós que temos cargos de confiança estamos sujeitas a isso. Meu cargo era
de direção e o dirigente queria nomear outra pessoa da confiança dele, quando agente trabalha com esses cargos estamos sujeitas a essa instabilidade (Marly).
Pouca agilidade no planejamento e descontinuidade de projetos.
Desafios da Gestão
• Atingir excelência no trabalho;
• Romper com continuísmo no cargo (na direção, assessoramento e coordenação geral);
• Ascender a presidência de suas respectivas confederações;
• Trabalhar para o sucesso e a visibilidade de sua modalidade esportiva, conquista de pódios Olímpicos;
• Investir na formação profissional para a gerência do esporte.
Considerações • As mulheres que se inseriram na área da gestão esportiva de
alto rendimento, não encontraram resistências de gênero mais apontam a presença da metáfora do “Teto de Vidro” para ascenderem na área;
• Tendem a manter os cargos para os quais foram eleitas por sua persistência, dedicação e competência aliadas a paixão;
• A renovação dos cargos aparece como uma das principais críticas a estrutura das organizações esportivas que não oportunizam a entrada de novos dirigentes, tanto homens quanto mulheres;
Considerações
As tradicionais características atribuídas às mulheres como a sensibilidade, a emoção e o afeto são rearranjadas e combinadas com as qualidades do poder de negociar, identificando um novo perfil de liderança feminina;
Conhecem as dificuldades para ascender num meio predominantemente masculino, mais não desistem de ter sua competência reconhecida e não hesitam em se engajar na modernização de normas gerontocráticas que ainda barram a entrada do novo nas instituições.
Obrigada !
ludmila.mourao@terra.com.br
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