1 percepcao visual

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universidade federal rural do rio de janeiro instituto de tecnologia departamento de arquitetura e urbanismo IT 810 – Percepção e Estudo da Forma professor: Helio Herbst

porque algumas formas agradam e outras não? que fatores são determinantes para a legibilidade do que vemos? de que maneira estes fatores podem contribuir para a construção de uma comunicação satisfatória?

percepção visual

percepção visual

em 1910 a escola gestalt, como ficou conhecida, desenvolveu uma teoria da percepção com base em um rigoroso método experimental que possibilitou a compreensão da maneira como se ordenam ou se estruturam, no nosso cérebro, as formas que percebemos.

percepção visual inicialmente conceituada como um processo interativo sobre dados sensoriais a percepção distinguia-se em duas fases:

–  sensação: subordinada aos estímulos a impressão de dados se daria em termos isolados ou desconexos

–  percepção: sobre esses dados operariam processos

perceptuais que, mobilizando a experiência passada, os enriqueceriam dando-lhes sentido e organização

a psicologia contemporânea, sob a influência da gestalt, em lugar de considerar sensação e percepção como funções distintas, trata apenas da percepção como o processo mental que possibilitará a relação do homem com seu entorno. nesse contexto, a percepção visual talvez seja o principal sentido na interação do homem com o seu entorno.

percepção visual

olho funciona como uma câmara fotográfica: a córnea é uma lente que projeta uma imagem bidimensional, reduzida e invertida na retina. a área de projeção visual fica no cérebro – tem a função de receber os impulsos neurais que partem da retina. entretanto o que se projeta nessa área do cérebro não é uma cópia do que se passa na retina e sim uma interpretação.

percepção visual

princípios básicos da percepção da forma visual

segundo a gestalt, o fundamento básico da percepção visual é que qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto as condições dadas permitem.

não percebemos estruturas difusas e confusas, mas percebemos campos estrutural e funcionalmente organizados, constituídos de figura e fundo, de tema e campo temático ou, ainda, de formas e horizontes nos quais elas se recortam e em função dos quais se projetam como unidades ou totalidades figurais.

princípios básicos da percepção da forma visual

1.  No processo perceptivo a assimilação é realizada em função de um contexto (o que existe ao redor) ou sistema de referência (através de comparação com outras situações semelhantes), do qual se retiram algumas de suas propriedades

2.  Perceber pode implicar em decisão diante de uma situação marcada por um alto grau de complexidade

3.  A atividade perceptual fornece uma representação do mundo exterior empobrecida e orientada, é uma forma de “simplificação” onde só aparece claramente aquilo que interessa ao indivíduo em função de seu comportamento específico e de suas intenções

princípios básicos da percepção da forma visual

leitura

ENTRADA

SAÍDA

aspectos estruturais e funcionais do campo perceptivo

campos da força S

I

D E

aspectos estruturais e funcionais do campo perceptivo

pressão ou atmosfera a e d - em máxima oposição (tensão dramática) b e c - em oposição moderada (tensão lírica)

a

c

b

d

aspectos estruturais e funcionais do campo perceptivo

aspectos estruturais e funcionais do campo perceptivo

estrutura oculta

só a figura possui forma, sendo o fundo desprovido dela

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

as linhas de contorno que delimitam o componente figural do resto do campo pertencem à figura

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

mesmo encoberto pela figura, o fundo parece continuar por detrás dela, sem se interromper ou perder a unidade

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

a  figura  é  sempre  percebida  mais  próxima  do  observador  

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

a figura constitui-se em componente privilegiado para evocação, pois é a parte mais bem vista e dotada de maior

condição de estabilidade

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

no que concerne aos limites discricionários, as diferenças perceptíveis são maiores quando produzidas sobre a figura

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

na superposição de dois elementos de superfícies distintas e homogêneas e de tamanhos diferentes, geralmente

percebemos o menor elemento como figura

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

quando de dois campos de cores distintas e homogêneas, um é consideravelmente maior que o outro e o encerra, o campo

pequeno encerrado é geralmente percebido como figura

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

se um contorno divide um campo em parte superior e inferior, a parte inferior aparece mais prontamente como figura

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

fatos que ocorrem ao se dar uma percepção visual

as propriedades dos elementos figurais não são permanentes ou imutáveis

boa forma ou pregnância toda a atividade perceptiva se subordina a um fator básico designado boa forma ou pregnância. uma figura pregnante é aquela que exprime uma característica qualquer, forte o suficiente para destacar-se, impor-se e ser de fácil evocação.

organização de estruturas perceptuais

FORMA FORTE As partes não têm independência, são pregnantes, regulares e simétricas.

organização de estruturas perceptuais

FORMA FRACA Embora destacadas, as partes são indecisas e têm uma relativa autonomia.

organização de estruturas perceptuais

organização de estruturas perceptuais

forma potente e funcional

Elementos isolados inexpressivos

Elementos organizados numa estrutura Elementos impregnados de qualidade

fechamento  ou  clausura  

fatores complementares de coesão

seqüência ou boa continuidade

fatores complementares de coesão

proximidade

fatores complementares de coesão

semelhança  

fatores complementares de coesão

simetria

fatores complementares de coesão

destino comum

fatores complementares de coesão

fatores complementares de coesão

movimento

linhas estruturais

fatores complementares de coesão

a largura e altura são as principais dimensões de uma figura plana

ilusões ópticas (tamanho)

a linha vertical é tida como 2/8 mais longa que a linha horizontal

ilusões ópticas (tamanho)

figuras geométricas exatamente iguais podem ser visualmente diferentes devido ao contexto em que se inserem

ilusões ópticas (tamanho)

 duas diagonais iguais num paralelogramo dividido em duas

partes desiguais parecerão, visualmente, uma maior que a outra

A B

ilusões ópticas (tamanho)

linhas retas cruzadas por linhas oblíquas parecem se curvar para cima ou para baixo

ilusões ópticas (distorção)

 uma linha reta que parece inclinar-se formando trapézios

ilusões ópticas (distorção)

uma linha diagonal cortando ao meio linhas horizontais

parece quebrada

ilusões ópticas (distorção)

 conforme o tamanho dos outros círculos que o circundam o

círculo parecerá maior ou menor

ilusões ópticas (fisiológicas)

uma mancha cinza aparece no meio dos quadrados

ilusões ópticas (fisiológicas)

ilusões cromáticas

ilusões ópticas (fisiológicas)

ilusões fisiológicas de movimento causadas por processos

retinianos ou por problemas nos centros visuais.

ilusões ópticas (fisiológicas)

pós imagens visuais: após uma saturação de 40 segundos, olhando para a área branca veremos a bandeira nacional em suas cores reais

ilusões ópticas (fisiológicas)

impossíveis na realidade

ilusões ópticas (paradoxais)

ilusões ópticas (paradoxais)

ilusões ópticas psicológicas

ilusões ópticas (paradoxais)

ilusões ópticas psicológicas

ilusões ópticas (paradoxais)

ilusões ópticas  O que vemos é sempre, em certa medida, uma ilusão. A nossa imagem mental do mundo só vagamente tem por base a realidade. Porque a visão é um processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas memórias. Os nomes, as cores, as formas usuais e a outra informação sobre as coisas que nós vemos surgem instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e influenciam a representação da cena. As propriedades percebidas dos objetos, tais como o brilho, tamanho angular, e cor, são “determinadas” inconscientemente e não são propriedades físicas reais. As ilusões surgem quando os “julgamentos” implícitos na análise inconsciente da cena entram em conflito com a análise consciente e raciocinada sobre ela.

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