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MODIFICAÇÃO DO CONTRATO ADMINSTRATIVO

Segundo o dicionário Houaiss, álea é um termo jurídico que tem seu significado literalmente como a possibilidade de prejuízo simultâneo ao do lucro, ou seja, o risco. Ainda, segundo verbete na Enciclopédia Saraiva de Direito, álea é um risco, evento incerto quanto a sua verificação

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Em um contrato administrativo existe a álea ordinária e álea extraordinária. Álea corresponde a risco.Áleas ordinárias: são os riscos inerentes à atividade econômica. Pouco importam ao Estado pois são suportados pelo particular contratante;Áleas extraordinárias: são as onerações imprevisíveis e supervenientes que impedem a continuidade do contrato. A álea extraordinária se divide em:

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Álea administrativa: são atos oriundos do Poder Público que manifestam-se sobre o contrato. Melhor dizendo, a Administração Pública pratica atos para a melhor adequação ao interesse público. A álea administrativa abrange as modalidades: a) alteração unilateral do contrato; b) fato do príncipe (v); e c) fato da Administração (v).

Álea econômica: são atos externos, imprevisíveis ou inevitáveis que repercutem no contrato. Como exemplo tem-se as crises econômicas. Neste caso, aplica-se a teoria da imprevisão para que o equilíbrio econômico-financeiro seja mantido. 3

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1. FORÇA MAIORA força maior é um evento humano, imprevisível e inevitável, que impede absolutamente a execução do contrato.A consequência da força maior é a liberação de ambas as partes do cumprimento do contrato, ensejando sua rescisão, conforme art. 78, XVII, da LLCA.

2. CASO FORTUITOÉ o evento da natureza, imprevisto e inevitável, que impede absolutamente a execução do contrato.Um extenso período de chuvas torrenciais, como é cediço, impede que muitas obras sejam realizadas.

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HELY LOPES MEIRELLES salienta que não basta a imprevisibilidade para a caracterização do caso fortuito, mas também a absoluta intransponibilidade do obstáculo surgido.Como consequência deste evento, a LLCA admite a rescisão contratual.

3. FATO DO PRÍNCIPEÉ definido como "toda determinação estatal, geral, imprevista e imprevisível, positiva ou negativa, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo" (MEIRELLES)

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CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO refere-se a ele como "agravos econômicos resultantes de medidas tomadas sob titulação jurídica diversa da contratual, isto é, no exercício de outra competência, cujo desempenho vem a ter repercussão direta na economia contratual".A criação de determinado tributo, normalmente é citada como exemplo deste instituto.

4. FATO DA ADMINISTRAÇÃOEnquanto o fato do príncipe decorre de ato geral, o fato da administração é praticado pela própria contratante e afeta determinado contrato (MEIRELLES). 6

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Pode-se citar, por exemplo, o disposto nos incisos XV e XVI do art. 78 da LLCA, ou seja, quando a Administração atrasa por mais de 90 dias os pagamentos devidos ou quando não deixa disponível área, local ou objeto para a execução do contrato.

5. INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS"São ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do contrato, mas que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional, dificultando e onerando extraordinariamente o prosseguimento e a conclusão dos trabalhos." (MEIRELLES).

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Exemplifica MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO: "é o caso de empreiteiro de obra pública que, no curso da execução do contrato, esbarra em terreno de natureza imprevista que onera ou torna impossível a execução do contrato."

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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

DIREITO DE PROPRIEDADE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:Art. 5.º, inc. XXII: é garantido o direito à propriedade.Art. 5.º, inc. XXIII: a propriedade atenderá a sua função social.DIREITO INDIVIDUAL – CLÁUSULA PÉTREA.Art. 170, II: a ordem econômica deve observar o princípio da propriedade privada 9

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O direito à propriedade tem natureza jurídica de Direito de ORDENAÇÃO SOCIAL (ligado ao interesse da sociedade)Atividade estatal que tem por fim ajustar, conciliar o uso da propriedade particular com os interesses da coletividade

O USO DA PROPRIEDADE PARTICULAR CONDICIONADO PELOS INTERESSES DA COLETIVIDADE

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O QUE É PROPRIEDADE:Art. 1228 do Código Civil: Propriedade é o direito de USAR, GOZAR, FRUIR E DISPOR de um determinado BEM, e de REAVÊ-LO, de quem quer que injustamente o esteja possuindo.

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADEArt. 182, § 2.º (URBANA) e art. 186 (RURAL) da Constituição Federal.Para propiciar o bem-estar social, o Estado poderá intervir tanto na propriedade privada quanto nas atividades econômicas das empresas.

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Se o imóvel tem ou não função social, vai influenciar no TIPO DE INTERVENÇÃO QUE O ESTADO FARÁ.

FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO:FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO

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REQUISITOS:Respeite os limites constitucionais que: amparam o interesse público garantem os direitos individuais

Para garantir a função social da propriedade privada, o Estado intervém:

1) Uso seguro: leis (Código de obras) e fiscalização2) Uso organizado: leis de zoneamento3) Uso legítimo: silêncio após determinado horário4) Uso social: que atenda ao interesse público – requisição, servidão, por ex.5) Preservação do meio ambiente: tombamento

PORTANTO, A INTERVANÇÃO ESTATAL NA PROPRIEDADE PRIVADA REALIAZA-SE COM VISTAS A ADEQUAR O USO DE BENS PARTICULARES AOS IMPERATIVOS DO INTERESSE PÚBLICO.

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ROL CONSTITUCIONAL (TAXATIVO):RequisiçãoOcupação temporáriaLimitação administrativaTombamentoServidão* DESAPROPRIAÇÃO

RR OO LILI TOTO S, S, DE

Competência para legislar:Competência para legislar:PRIVATIVA DA UNIÃO: art. 22, I, II e III DA CFDiferente da competência administrativa: todos os entes tem.

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1º) REQUISIÇÃO (bens ou serviços)Ao pelo qual o Estado determina o UTILIZAÇÃO DE BENS (MÓVEIS OU IMÓVEIS) OU SERVIÇOS PARTICULARES, para atender necessidades públicas URGENTES E TRANSITÓRIASURGENTES E TRANSITÓRIAS, diante da hipótese de IMINENTE PERIGO PÚBLICO. IMINENTE PERIGO PÚBLICO. Art. 5.º, inc. XXV da Constituição Federal: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.Exemplos: inundação, incêndio, sonegação de gêneros de primeira necessidade - alimentos, comoção etc. Na prova: escada para combate a incêndio, veículo para perseguir criminoso, barco para salvamento, terreno para socorrer vítimas de acidente.

IMINENTE PERIGO PÚBLICO: não está caracterizando o perigo em si, mas sim o perigo em vias de acontecer.

INDENIZAÇÃO ULTERIOR: caso EXISTA DANO DECORRENTE DA UTILIZAÇÃO por parte da Administração Pública. 

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2º) OCUPAÇÃO TEMPORÁRIAOcupação temporária ou provisória: modalidade de intervenção para APOIO À REALIZAÇÃO APOIO À REALIZAÇÃO de obras públicas, serviços públicos, atividades públicas ou de interesse público

REQUISITOS:DISCRICIONÁRIAAUTOEXECUTÁVELTRANSITÓRIAREMUNERADA OU GRATUITA.

Também diz respeito ao USO.

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TIPOS DE OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA:ART. 36 DA LEI DE DESAPROPRIAÇÕES (DEC-LEI 3365/41)  Art. 36.  É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.O expropriante prestará caução, quando exigida.

SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E PRÉ-HISTÓRICOSArt. 13. A União, bem como os Estados e Municípios mediante autorização federal, poderão proceder a escavações e pesquisas, no interesse da arqueologia e da pré-história em terrenos de propriedade particular, com exceção das áreas muradas que envolvem construções domiciliares.Parágrafo único. À falta de acordo amigável com o proprietário da área onde situar-se a jazida, será esta declarada de utilidade pública e autorizada a sua ocupação pelo período necessário à execução dos estudos, nos termos do art. 36 do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941.

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (8666/93)Art. 58, V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens

móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

CONCESSÕES (8987/95)Art. 35, § 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e

a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.

A ocupação gera indenização, caso exista prejuízo decorrente do uso do bem pela Administração Pública.

Essa prerrogativa estatal pode ser transferida a concessionários e empreiteiros, desde que autorizados pela Administração.

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3º) SERVIDÃO ADMINISTRATIVAÉ um DIREITO REAL PÚBLICO SOBRE PROPRIEDADE ALHEIA, restringindo seu uso em favor do interesse público. Celso Antônio Bandeira de Mello “servidão administrativa é o direito real que sujeita um bem a suportar uma utilidade pública, por força da qual ficam afetados parcialmente os poderes do proprietário quanto ao seu uso ou gozo”. É SOMENTE UMA RESTRIÇÃO, NÃO ALTERA A PROPRIEDADE DO BEM. Transfere a faculdade de uso e gozo.

Três características:Ônus realBem particularPermitir a utilização pública

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Exemplos: obrigação, imposta a determinada propriedade privada, de suportar a passagem de fios de energia elétrica – imóveis particulares onerados como serventia pública; instalação de torres de transmissão de energia; placa com o nome da rua na fachada do bem.

Não se confunde com a limitação, pois atinge DETERMINADO BEM, GRAVANDO-O COM RESTRIÇÃO ESPECÍFICA.

TEM CARÁTER DEFINITIVO

Pode ser instituída: Lei Acordo administrativo (precedido de decreto). Formalizado por

escritura pública Sentença judicialPortanto, NÃO É AUTOEXECUTÁVEL!Portanto, NÃO É AUTOEXECUTÁVEL!

É um direito real de uso: necessita de inscrição no Registro de Imóveis.

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INDENIZAÇÃO: terá direito à indenização PRÉVIA correspondente ao prejuízo ou dano causado ao imóvel – PREJUÍZO SIGNIFICATIVO. Não havendo prejuízo que decorra do uso da propriedade pelo Poder Público, nada há a indenizar.

 Produz efeitos permanentes. Todavia, pode ser extinta: Desaparecimento do bem gravado Incorporação do bem ao domínio público Manifesto desinteresse do Estado

CUIDADO: não é somente por meio de lei que se extingue a servidão!

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4º) TOMBAMENTOTombar significa registrar, inventariar, inscrever nos arquivos da Administração Pública. Vem dos arquivos da Torre do Tombo (Portugal)VISA PROTEGER O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO.É um tipo específico de servidão, com finalidade de preservação histórica, cultural, arqueológica, artística, turística ou paisagística DE DETERMINADA PROPRIEDADE.Faz RESTRIÇÕES QUANTO AO USO, justificando-se nas hipóteses de proteção ao patrimônio artístico, cultural e científico, de coisas ou locais que devam ser preservados (art. 216, § 1.º da CF).Não é meio de transferência da propriedade (permanece no domínio e posse de seu proprietário)É OBRIGATÓRIO O REGISTRO DE SUA INSTITUIÇÃO NO ÓRGÃO COMPETENTE.Coisas tombadas não poderão ser demolidas, destruídas ou modificadas, sem a autorização do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC).Estado tem direito de preferência na aquisição do imóvel, caso seja colocado à venda.

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São efeitos do tombamento:obrigação do proprietário de conservar o bem;obrigação de aceitar a fiscalização do Poder Público;os proprietários vizinhos ficam proibidos de realizar qualquer obra, construção, que retire a visibilidade do bem tombado.

DIREITO À INDENIZAÇÃO pelo proprietário, nos casos de despesas extraordinárias para conservação do bem;interdição do uso do bem tombado;prejuízo à sua normal utilização.

É POSSÍVEL A EXTINÇÃO DO TOMBAMENTO (DESTOMBAMENTO)DE OFÍCIO (COMPULSÓRIO)A REQUERIMENTO DA PARTE INTERESSADA (VOLUNTÁRIO)

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5º) LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVALimitação é toda imposição unilateral, GERAL (proprietários indeterminados), gratuita e de ordem pública (impostos de forma unilateral e imperativa), condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares, às exigências do bem-estar social. CONDICIONAM A PROPRIEDADE AO ATENDIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL.Exemplo: para a construção de um prédio, será necessário respeitar determinada altura, em obediência à lei de zoneamento. Proibição de instalar indústrias ou comércio em determinadas regiões da cidade; proibição de construir além do que determinado número de pavimentos.

Decorre do exercício do PODER DE POLÍCIA.Deverão respeitar o INTERESSE PÚBLICO.

TIPOS DE LIMITAÇÕES:POSITIVAS - FAZER(construir um muro)NEGATIVAS – NÃO FAZER(recuo mínimo)PERMISSIVAS - PERMITIR FAZER (vistoria no bem)

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