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    AQUFERO

    N.E. AQUFERO

    HORIZONTE NO SATURADO

    CURSO AESAS

    AMOSTRAGEM DE GUA SUBTERRNEAEM POOS DE MONITORAMENTO

    Fevereiro de 2009Docente: Joo Alberto Bottura

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    AMOSTRAGEM DE GUA SUBTERRNEA EMPOOS DE MONITORAMENTO

    REALIZAO AESAS

    FEVEREIRO, 2009

    DOCENTE: Joo Alberto Bottura - Hidrogelogo, pesquisador, professor de ps-graduao, consultor,presidente da Hidrosuprimentos. Contato [email protected]

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    PROGRAMA DO CURSO

    1. Introduo evoluo histrica e conflitos das ltimas dcadas.

    2.Atividades prvias a amostragem - licenas e autorizaes, procedimentos desegurana, infra-estrutura e descontaminao dos equipamentos.

    3. Fatores que afetam a amostragem.

    Fatores geolgicos e hidrogeolgicos amostra representativa,influncia da geologia e hidrogeologia;

    Fatores hidrogeoqumicos procedimentos de amostragem (manuseio,medies in situ, preservao, brancos), soro, volatizao e

    reprodutibilidade de resultados;Fatores estruturais qualidade do poo demonitoramento, penetrao noaqfero, materiais (filtros, revestimentos, pr-filtro, isolamento) edesenvolvimento;

    4. Purga de poos de monitoramento.

    Amostragem sem purga procedimentos e conflitos;

    Amostragem com purga procedimentos e conflitos;

    Purga convencional conceitualizao e procedimentos;

    Purga com clula de fluxo - conceitualizao e procedimentos;

    4 Equipamentos para amostragem sem purga tipos, critrios de utilizao,vantagens e desvantagens;

    5 Equipamentos para amostragem com purga tipos, critrios de utilizao,vantagens e desvantagens;

    6 Filtragem em campo quando filtrar e porque, equipamentos de filtragem;

    7 Armazenamento e Conservao das Amostras.

    8 Controle de Qualidade branco de campo ou equipamento, branco deviagem e amostra duplicada;

    9 Documentao de Amostragem plano de amostragem, relatrio de coleta,cadeia de custdia;

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    SUMRIO

    1 - INTRODUO

    2 - ATIVIDADES PRVIAS A AMOSTRAGEM

    2.1 Licenas e Autorizaes

    2.2 Limpeza e Calibrao dos Equipamentos

    2.3 Frascos para Armazenamento das Amostras

    2.4 Procedimentos de Segurana

    2.5 Infra-Estrutura

    2.6 Atividades de Campo - Medies In Situ

    2.6.1 Nvel d'gua

    2.6.2 Espessura da fase livre

    2.6.3 Profundidade do poo de monitoramento

    2.6.4 Parmetros fsico-qumicos

    3 - FATORES QUE AFETAM A AMOSTRAGEM.

    3.1 Fatores Geolgicos e Hidrogeolgicos

    3.2 Fatores Hidrogeoqumicos

    3.3 Fatores Estruturais

    4 - PURGA DE POOS DE MONITORAMENTO.

    4.1 Amostragem com Purga

    4.1.1 Purga convencional4.1.2 Purga com controle dos parmetros fsico-qumicos

    4.1.3 Purga com base no controle dos parmetros hidrulicos

    4.1.4 Purga em meio de baixa condutividade hidrulica

    4.1.5 Amostragem sem purga

    4.1.6 Amostragem Passiva

    5 - COLETA DE AMOSTRA DE GUA SUBTERRNEA

    5.1 Equipamentos para Amostragem com Purga

    5.1.1 Equipamentos manuais

    5.1.2 Equipamentos de suco5.1.3 Equipamentos de deslocamento positivo

    Bombas submersas eltricas

    Bombas submersas pneumticas

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    5.2 Equipamentos para Amostragem sem Purga

    5.3 Equipamentos para Amostragem Passiva

    5.3.1 Passive diffusion bag PDB

    5.3.2 Hydrasleeve

    5.3.3 Snap sampler

    6 - FILTRAGEM EM CAMPO

    7 - ARMAZENAMENTO E CONSERVAO DAS AMOSTRAS

    8 - CONTROLE DE QUALIDADE

    8.1 Brancos

    8.2 Amostra Duplicada

    9 RELATRIO DA CAMPANHA DE AMOSTRAGEM

    10 LIMITAES DOS MTODOS DE PURGA E AMOSTRAGEM

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANEXOS

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    CURSO AESAS

    AMOSTRAGEM DE GUA SUBTERRNEA EM POOS

    DE MONITORAMENTOJoo Alberto BotturaHidrogelogo

    Poos de monitoramento so instrumentos permanentes que permitem o acesso direto gua

    subterrnea visando obteno de amostras representativas para caracterizao adequada do

    site, coleta de amostras de gua subterrnea isenta de turbidez para anlises qumicas e

    monitoramento permanente das condicionantes hidrogeolgicas e hidrogeoqumicas locais.

    Os objetivos para amostragem de guas subterrneas referem-se ao nvel e tipo de estudo a

    ser desenvolvido, devem ser adequadamente definidos, pois deles resultam os procedimentos

    a serem adotados para o desenvolvimento do plano de amostragem. O plano de amostragem

    deve considerar: as normas, procedimentos, regulamentos e portarias definidos pelos rgos

    ambientais e principalmente a obteno de amostra de gua que seja representativa das

    condies locais e adequadas para realizao das anlises qumicas. Este objetivo deve ser

    perseguido durante todo o desenvolvimento dos trabalhos de caracterizao do site, porque

    qualquer atividade desenvolvida desde o projeto do poo de monitoramento at o

    processamento da amostra no laboratrio, poder afetar o resultado do estudo.

    Neste curso vamos abordar os fatores que influem na amostragem da gua subterrnea,discutindo como as aes pr, durante e ps-amostragem podem afetar os resultados do

    estudo de passivo ambiental.

    Os elementos essncias para atingir os objetivos requeridos no plano de amostragem esto

    relacionados segurana de gerar resultados e documentos que sejam claros e objetivos para

    a qualquer momento serem utilizados, pelo responsvel do estudo e tambm por outros

    tcnicos e equipes, na continuidade de trabalhos de investigao, monitoramento e

    amostragens peridicas e tambm a qualquer momento para: dirimir dvidas e produzir

    respostas junto aos representantes da sociedade: rgo Ambiental, Ministrio Pblico, ONG,

    etc.

    Alguns aspectos dos estudos de passivos ambientais como: perfurao, instalao e

    desenvolvimento de poos de monitoramento so documentados apenas uma vez, enquanto as

    amostragens podem ser documentadas diversas vezes. A anotao de todas as informaes

    referentes ao evento de amostragem em planilhas a melhor forma de realizar este

    inventrio, equipes de campo e outros interessados podem a qualquer momento acessar e

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    avaliar os critrios adotados na amostragem, os procedimentos seguidos e as ocorrncias

    verificadas. Qualquer informao deve ser anotada, mesmo aquela que no momento no

    parece relevante, pode ser muito importante no futuro.

    A realizao de um plano de amostragem detalhado e preciso, antes de facilitar o

    desenvolvimento das atividades de campo em decorrncia de apresentar ordenadamente todas

    as atividades a serem realizadas ferramenta fundamental para minimizar os erros humanos

    que podem ocasionar problemas graves na conduo das interpretaes e concluses do

    estudo. O uso de planilhas e tabelas ajudam sobremaneira no planejamento e no ordenamento

    da coleta e registro de informaes. O acesso s informaes de campanhas anteriores

    fundamental para avaliao das medies efetuadas e dados coletados.

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    HORIZONTE NO SATURADO

    N.E. AQUFERO

    BASE IMPERMEVEL

    AQUFERO

    ZONA DE ESTAGNAO

    AQUFERO

    BASE IMPERMEVEL

    N.E. AQUFERO

    HORIZONTE NO SATURADO

    MODELOS DE POOS DE MONITORAMENTO

    SEM ZONA DE ESTAGNAO

    COM ZONA DE ESTAGNAO

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    1 - INTRODUO

    Amostragem de gua subterrnea envolve muito mais que: remover algum volume de gua do

    poo de monitoramento, transferir para o frasco e enviar para o laboratrio.

    Cada um dos detalhes do plano de amostragem pode afetar o resultado final do projeto,

    conduzindo a concluses equivocadas e no representativas das condicionantes

    hidrogeolgicas do site.

    Vrios fatores podem afetar a qualidade da amostra coletada, estes vo desde o adequado

    projeto do poo de monitoramento, instalao e manuteno do poo, escolha dos

    equipamentos de purga e amostragem, preparao tcnica da equipe, filtragem e preservao

    da amostra, armazenamento e transporte, documentao dos procedimentos adotados,

    documentao das atividades de campo, manuseio das amostras, qualidade tcnica da equipe,

    etc. O gerenciamento das incertezas ferramenta fundamental para interpretao dos

    resultados da amostragem.

    Como no existe receita nica para o plano de amostragem, o planejamento deve ser feito

    individualmente para cada site visando entender profundamente os diversos fatores que

    podem afetar a amostragem e que, com certeza, tero influncia marcante na interpretao

    dos resultados.

    A partir dos anos 70 com o surgimento dos primeiros casos de contaminao de solos e guas

    subterrneas o procedimento para a amostragem de gua subterrnea passou a preocupar a

    sociedade, comearam a surgir os primeiros equipamentos, derivados daqueles utilizados narea de abastecimento e sade pblica.

    A partir dos anos 90 comearam discusses mais aprofundadas sobre qualidade e

    procedimentos de amostragem e at o momento no temos posio conclusiva sobre esta rea

    do conhecimento.

    Nos ltimos anos muito pouco foi feito em relao s tcnicas de amostragem e muito se tem

    discutido sobre equipamentos de amostragem; no apenas no mercado nacional onde esta

    discusso mais direcionada, mas tambm no internacional, onde fabricantes ou detentores

    de patentes de equipamentos polarizam o tema.

    A falta de treinamento e de conhecimento tcnico adequado sob o tema a tnica principal, a

    carncia de treinamento para aplicao dos equipamentos maior do que a disponibilidade e

    as propagandas sobre os mesmos.

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    2 - ATIVIDADES PRVIAS A AMOSTRAGEM

    2.1 Licenas e Autorizaes

    Previamente a qualquer campanha de amostragem de gua subterrnea e antes da

    mobilizao das equipes ao campo devem ser obtidas autorizaes e licenas e avaliadas as

    interferncias dos procedimentos a serem adotados com a rotina do site e seus entornos.

    2.2 Limpeza e Calibrao dos Equipamentos

    Todo o material e equipamento de amostragem e para medies "in situ", que mantero

    contato com a amostra devem ser adequadamente lavados e descontaminados, antes do envio

    ao campo e antes do uso. Este procedimento inclui: medidores de nvel e interfaces (cabo e

    sensor), materiais e equipamentos para retirada da amostra de gua, equipamentos para ostestes "in situ" (OD, pH, Eh, CE).

    Devem ser adotados os procedimentos de limpeza e descontaminao ditados pelo rgo

    ambiental para os objetivos da amostragem. O procedimento mnimo a ser atendido deve

    conter:

    . lavar com gua potvel e detergente neutro;

    . enxaguar com gua potvel;

    . enxaguar com gua destilada ou deionizada;

    . secar com ar seco;

    Os equipamentos analticos para medies "in situ" devem ser calibrados de acordo com as

    especificaes do fabricante.

    2.3 Frascos para Armazenamento das Amostras

    Os frascos para armazenamento das amostras devem ser fornecidos pelo laboratrio em

    material apropriado s amostragens programadas, esterilizado, contendo os preservativos

    necessrios e lacrado. O lacre somente poder ser retirado no momento da transferncia da

    amostra coletada, isto evitar sua limpeza e esterilizao no campo. O responsvel pela coletadeve obrigatoriamente verificar a integridade dos frascos antes de serem enviados para o

    campo. O tipo de embalagem utilizado para o armazenamento e transporte dos frascos e os

    procedimentos para sua descontaminao devem ser registrados na caderneta de campo e no

    formulrio de coleta.

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    2.4 Procedimentos de Segurana

    responsabilidade do consultor/amostrador estabelecer em conjunto com o contratante

    /empreendedor os procedimentos de segurana e determinar a sua aplicabilidade e as

    limitaes prticas e legais, antes do incio dos trabalhos.

    2.5 Infra-Estrutura

    Os acessos e os entornos dos poos de monitoramento a serem amostrados devem ser limpos

    antes da mobilizao dos equipamentos e materiais para o site.

    A gua a ser usada nas atividades de limpeza e descontaminao dos equipamentos no campo,

    entre cada coleta de amostra deve ser obtida a partir de fonte de suprimento de gua potvel.

    O responsvel pelas operaes de amostragem deve avaliar detalhadamente a adequabilidade

    da fonte de suprimento de gua para o desenvolvimento de suas atividades. A limpeza dosequipamentos deve ser feita fora da rea de influncia dos poos de monitoramento que esto

    sendo amostrados.

    Escoamento em superfcie de gua contaminada, ou potencialmente contaminada gerada

    durante os procedimentos de purga e coleta devem ser evitados e no podem ser tolerados de

    forma alguma. Esta gua deve ser armazenada adequadamente em recipientes apropriados e

    destinada para descarte de acordo com os procedimentos do rgo ambiental ou do

    contratante.

    2.6 Atividades de Campo - Medies In Situ

    2.6.1 Nvel d'gua

    Antes de iniciar o procedimento de coleta, o nvel esttico deve ser medido com um medidor

    eltrico de nvel d'gua com preciso de 0,1 cm.

    2.6.2 Espessura da Fase Livre

    Em local onde a fase livre est presente importante proceder medio de sua espessura. A

    medio correta da espessura da fase livre permite estimar o volume e a distribuio espacial

    dos compostos orgnicos na rea, e fundamental para correo das medies de nvel

    d'gua.

    A medio da fase livre pode ser efetuada com medidor eletrnico de interface ou com

    amostrador de fase livre.

    A medida com medidor de interface direta. Caso seja utilizado amostrador de fase livre, ele

    deve ser transparente e deve ser descido lentamente no interior do poo at atingir o nvel

    d'gua e ento imerso at sua parte mdia. Depois de retirado o amostrador, o produto em

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    suspenso pode ser examinado visualmente e sua espessura medida diretamente atravs do

    uso de escala ou trena.

    Se fase livre for detectada, a espessura do produto deve ser medida e se previsto no plano de

    amostragem a sua coleta, produto em fase livre e da gua imediatamente abaixo dela deve ser

    coletada e devidamente acondicionada. Todo o procedimento e ocorrncias devem ser

    registrados na caderneta de campo. Caso no seja possvel coletar amostra representativa da

    fase dissolvida devido presena de fase livre, relatar o motivo no boletim de coleta e na

    caderneta de campo.

    2.6.3 Profundidade do Poo de Monitoramento

    Aps a medio do nvel d 'gua, deve ser efetuada a medio da profundidade do poo com a

    mesma preciso. Utilizar medidor de profundidade e com base nessa medio e nos registros

    anteriores, avaliar a presena de material slido depositado no fundo do poo.

    Com base nas dimenses do poo registradas no seu perfil de instalao e no boletim de

    planejamento da amostragem calcular o volume de gua a ser extrada do poo durante o

    procedimento de purga, caso este for realizado com base na purga tradicional (ver instrues

    para purga a seguir).

    2.6.4 Parmetros Fsico-Qumicos

    Os parmetros fsicos qumicos: Condutividade Eltrica, pH, Eh, Oxignio Dissolvido e

    Turbidez, quando realizada purga convencional devem ser medidos antes do inicio da purga e

    antes da extrao da amostra e anotados na caderneta de campo e no formulrio de coleta. Os

    critrios especficos de medio para purga com controle dos parmetros fsico qumicos sero

    discutidos a seguir e devem atender aos procedimentos de coleta e do rgo ambiental.

    3 - FATORES QUE AFETAM A AMOSTRAGEM.

    O objetivo a ser atingido em qualquer plano de amostragem, segundo vrios autores, a

    obteno de amostra de gua subterrnea que seja representativa do aqfero, das condies

    locais e adequada para realizao das anlises qumicas, portanto qualquer atividade

    desenvolvida desde a instalao do poo de monitoramento at o processamento da amostra

    no laboratrio poder afetar o resultado da amostragem.

    A obteno de amostra representativa deve ser avaliada no apenas com base nos fatores

    acima expostos, mas sobretudo com base nos objetivos da amostragem e estgio dos estudos

    em desenvolvimento. A representatividade de amostra coletada em site com suspeita de

    contaminao diferente da representatividade de amostra de site contaminado. O estgio do

    estudo direciona os objetivos e representatividade da amostra coletada. A representatividade

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    de amostra coletada em poo de monitoramento convencional para ser utilizada em estudo de

    avaliao de passivo ambiental diferente daquela coletada em poo multinvel, em estudo

    para projeto de remediao ou para fechamento de rea.

    3.1 Fatores Geolgicos e Hidrogeolgicos

    A obteno de amostra representativa da gua subterrnea sofre marcante influncia da

    geologia e hidrogeologia local. As condicionantes geolgicas, variaes litolgicas e

    estratigrficas, na maior parte das vezes com dimenses centimtricas, ocasionam

    interferncias na geometria e direo do fluxo subterrneo exercendo marcante influencia na

    rea de captura de um poo de monitoramento. Na pratica os cones de rebaixamento no

    possuem a forma cnica convencionalmente adotada na literatura tcnica. As variaes das

    linhas equipotenciais e do fluxo subterrneo, como representadas nos mapas

    potenciomtricos, nos fornecem apenas informaes gerais sobre o sentido do seu movimento,na situao real a geometria do fluxo subterrneo sofre variaes espaciais tridimensionais

    centimtricas, impossveis de serem materializadas pelos mapas potenciomtricos

    convencionais e tampouco pelas modelagens matemticas. No entanto, a situao real deve

    estar presente no modelo conceitual mentalmente formulado pelo consultor e deve orientar o

    direcionamento dos estudos.

    A gua subterrnea esta em constante movimento no meio saturado, induzido pelos

    gradientes hidrulicos naturais e controlado pela condutividade hidrulica. No interior do poo

    de monitoramento, entre eventos de amostragem, esta contida no interior do revestimento e

    na seo filtrante.

    A gua do interior do revestimento do poo de monitoramento entre eventos de amostragem

    no representativa da gua da formao, motivo pela qual no deve ser amostrada. No

    entanto a gua contida no interior na seo filtrante esta em contnuo movimento,

    atravessando a seo filtrante (filtro e prfiltro) estando integrada ao sistema de fluxo natural,

    no mantendo interao com a gua estagnada, sendo representativa da gua da unidade

    hidroestratigrfica interceptada pela seo filtrante.

    A gua armazenada no interior do revestimento esta fisicamente isolada da gua da formao

    e no interage com ela, sendo por este motivo denominada como gua estagnada. Ela sofre

    alteraes fsico-qumicas influenciadas por uma srie de fatores (Figura 3.1.1). A eliminao

    desta gua estagnada atravs da purga rotineiramente realizada como parte do

    procedimento de amostragem, visando minimizar incertezas associadas a sua presena.

    Todavia, enquanto a gua da coluna de revestimento no representativa da formao, a

    gua da seo filtrante sem dvida representativa da formao interceptada pela seo

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    filtrante do poo, desde que este tenha sido adequadamente projetado, construdo, instalado e

    desenvolvido. A gua subterrnea atravessa a seo filtrante continuamente atravs dos filtros

    e do prfiltro que possuem condutividade hidrulica superior a formao, este sistema esta

    integrado ao sistema de fluxo natural (Figura 3.1.2). Mesmo em unidade hidroestratigrfica

    com baixa condutividade hidrulica o fluxo subterrneo natural mantm as trocas entre o poo

    e a formao.

    Vrios autores suportam as premissas que:

    1 a gua, em qualquer ponto do interior da seo filtrante representativa da gua daformao adjacente ao filtro;

    2 amostra de gua coletada diretamente na seo filtrante representativa da gua daformao adjacente;

    3 com base nas afirmaes acima, a realizao de purga com retirada de mltiplos

    volumes de gua do poo desnecessria;Em poos onde a zona filtrante intercepta vrias unidades hidroestratigrficas, a gua contida

    no interior do poo ser representativa da mistura entre as guas que se movimentam pelas

    vrias unidades, podendo no ser representativa do estrato contaminado. Esta gua ser

    ento representativa da gua fornecida pelos diversos estratos interceptados pela seo

    filtrante, podendo ento ser considerada gua de mistura.

    3.2 Fatores Hidrogeoqumicos

    Os fatores hidrogeoqumicos influem de duas formas: indiretamente nos procedimentos de

    amostragem, manuseio dos equipamentos e amostras, medies in situ, preservao dasamostras e necessidade da realizao de brancos e diretamente sobre a qualidade da gua

    amostrada.

    A soro dos contaminantes pelos equipamentos e instrumentos de amostragem pode dar

    origem contaminao cruzada, em decorrncia da reutilizao de materiais com

    descontaminao no realizada adequadamente. Mangueiras para aduo da gua

    contaminada durante a amostragem so uma das principais fontes de contaminao cruzada.

    A volatizao em decorrncia do manuseio excessivo ou inadequado da amostra, rebaixamento

    excessivo do nvel dgua, agitao desnecessria no interior do poo e outras interferncias,

    se reproduzem nos resultados pela perda de contaminantes..

    A reprodutibilidade de resultados fortemente afetada no apenas pelos fatores geolgicos e

    hidrogeolgicos, mas tambm pelo excesso de manuseio e preservao inadequada das

    amostras.

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    Alm dos cuidados inerentes ao procedimento de amostragem, utilizao de equipamentos

    descartveis e a realizao de brancos so elementos que podero nos orientar na avaliao

    dos fatores que interferem nas amostragens.

    A influncia direta ocorre sobre a qualidade da gua coletada que tambm sofre variaes

    espaciais tridimensionais centimtricas decorrente da soro, trocas inicas e outras interaes

    que ocorrem devido ao movimento natural ou induzido da gua subterrnea e na sua interao

    com o meio slido nos entornos e no interior dos poos de monitoramento.

    3.3 Fatores Estruturais

    Dentre os fatores estruturais enumeramos aqueles que interferem na qualidade do estudo e

    aqueles referentes manuteno dos poos de monitoramento.

    A qualidade da construo do poo de monitoramento o principal destes fatores e interferediretamente na qualidade do estudo. O seu projeto, penetrao no aqfero, os materiais

    empregados (filtros, revestimentos, pr-filtro, isolamento) e principalmente a qualidade do

    desenvolvimento, exercem marcante influncia na amostragem.

    A obteno de gua subterrnea isenta de turbidez est diretamente relacionada qualidade

    do poo de monitoramento, seu projeto, sua geometria e principalmente a qualidade do

    desenvolvimento realizado.

    Poos inadequadamente construdos, instalados com materiais inadequados e sem

    desenvolvimento alm de produzir gua de m qualidade esto sujeitos a excessivas perdas de

    carga durante o bombeamento.

    Os objetivos e os resultados a serem atingidos com o desenvolvimento do poo de

    monitoramento so a seguir relacionados, porm cabe ressaltar que para atingir bons

    resultados no desenvolvimento o poo dever ser adequadamente construdo e completado, o

    desenvolvimento no ferramenta para consertar poo construdo de forma inadequada:

    - restaurar o aqfero visando eliminar ou minimizar os efeitos devidos aos danosinduzidos atravs das operaes de perfurao e completao;

    - extrair os resduos e os detritos de perfurao;

    - extrair os materiais finos da formao e do envoltrio de pr-filtro das vizinhanas daparede do poo com o objetivo de desobstruir ou facilitar o fluxo de gua no sentidoaqfero / poo;

    - promover a gradao vertical e a estabilizao do envoltrio de pr-filtro;

    - aumentar a porosidade e a condutividade hidrulica da formao na interface aqfero /pr-filtro;

    - estabilizar a formao visando evitar a produo de finos durante o bombeamento;

    - corrigir possveis danos decorrentes dos efeitos marginais da perfurao e completao;

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    - obter poo com adequada performance, que se traduz por: baixa perda de carga, altaeficincia hidrulica, baixa concentrao de slidos em suspenso e produo de guaisenta de turbidez;

    Os fatores inerentes s atividades de manuteno do poo de monitoramento esto

    relacionados : redesenvolvimento do poo, troca de componentes, instalao de

    equipamentos dedicados, limpeza do poo decorrente de interaes qumicas devido s aes

    de incrustao ou bactrias. Dentre os fatores intervenientes podemos ter, entre outros:

    aerao da gua, alterao do equilbrio qumico e bacteriolgico. Como estas aes podem

    alterar a qualidade da gua elas devem ser devidamente registradas.

    4 - PURGA DE POOS DE MONITORAMENTO.

    Antes de iniciada a amostragem da gua subterrnea no poo de monitoramento, deve ser

    eliminada a gua estagnada de seu interior, procedimento denominado como purga.

    A necessidade ou no de purga e o mtodo para sua realizao assunto polmico e discutido

    h vrias dcadas no cenrio internacional, sem ainda termos posio solidamente definida

    sobre a necessidade de sua realizao, assim como sobre os procedimentos adequados para

    sua realizao. Tradicionalmente realiza-se a purga por volume determinado, nos ltimos anos

    foi introduzido o conceito de purga a baixa vazo em contraponto a purga por volume

    determinado e mais recentemente o de amostragem passiva, que elimina a necessidade de

    purga.

    A determinao do procedimento de coleta a ser adotado, envolve a definio do procedimento

    de purga. Apesar da longa e extensa discusso em relao ao tema, a maioria dospesquisadores e rgos ambientais, defende a necessidade da purga para que a amostra de

    gua subterrnea a ser coletada seja representativa do meio amostrado.

    Segundo os defensores da purga a gua estagnada no interior do poo no representativa do

    aqfero porque interage com a atmosfera e esta sujeita a atividade bacteriolgica, por longo

    perodo de tempo. Nestas condies o seu equilbrio geoqumico diferente da gua do

    aqfero. A gua estagnada mantm caractersticas fsico-qumicas, pH Eh CE - OD,

    diferente da gua do aqfero.

    O objetivo da purga eliminar a gua estagnada para obter gua representativa do aqferosem, no entanto, causar distrbios no fluxo de gua no interior do poo que possam alterar

    seu equilbrio dinmico e fsico qumico.

    Em situaes hidrogeolgicas particulares o principal problema causado pela purga derivado

    do sobrebombeamento do aqfero, nesta situao os rebaixamentos do nvel dgua podem

    ser excessivos, causando fluxo turbulento e ocasionando a obteno de amostras no

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    representativas. O excessivo rebaixamento traduz-se por queda de presso no interior do

    poo, ocasionando a volatizao, oxidao ou precipitao de contaminantes.

    Outro problema derivado do sobrebombeamento a produo de gua turva, isto ocorre

    quando a vazo bombeada para purga superior a vazo extrada do poo durante as etapas

    de seu desenvolvimento, neste caso o poo entra novamente em processo de desenvolvimento

    e partculas finas da formao so carreadas pela gua bombeada para o interior do poo de

    monitoramento.

    O sobrebombeamento ao induzir maiores rebaixamentos pode expor pores do meio saturado

    contidas no cone de rebaixamento ao ar atmosfrico e aos contaminantes contidos em diversas

    formas nos solos e na gua contaminada. Pode ainda, com base na sua posio relativa

    pluma de contaminao alterar o sentido de migrao dos contaminantes, causando a diluio

    ou o aumento da concentrao, caso o poo de monitoramento esteja prximo a sua borda,interior ou exterior.

    Devido significante influncia que a purga pode causar no equilbrio dinmico e fsico-qumico

    da gua nos entornos do poo de monitoramento, alguns pesquisadores defendem que para

    formaes com sedimentos finos (meios de baixa condutividade hidrulica) a amostragem

    deve ser realizada sem purga.

    Na amostragem sem purga a gua coletada no estar sujeita aos distrbios causados pelo

    rebaixamento do nvel dgua. No entanto ela no ser representativa do meio amostrado e

    poder ser originada por gua estagnada ou mescla desta com a gua subterrnea, nos casosonde os filtros encontram-se afogados (Figura 4.1 b). No caso onde o topo dos filtros

    encontra-se na poro no saturada, no h gua estagnada no interior do poo (Figura 4.1 a)

    e a amostra ser representativa do aqfero.

    Outro conflito observado relativo ao entendimento da terminologia Low Flow, no Brasil

    denominada como Baixa Vazo. Alguns consideram que o termo tem aplicao a purga com

    Bomba de Bexiga, no entanto o termo est relacionado ao procedimento de amostragem

    independentemente do equipamento utilizado, ou seja, procedimento aplicado com qualquer

    equipamento que permita a obteno de baixa vazo. Neste texto a aplicao do termo

    independente do equipamento utilizado.

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    AQUFERO

    BASE IMPERMEVEL

    N.E. AQUFERO

    HORIZONTE NO SATURADO

    SEM ZONA DE ESTAGNAO

    HORIZONTE NO SATURADO

    N.E. AQUFERO

    BASE IMPERMEVEL

    AQUFERO

    ZONA DE ESTAGNAO

    COM ZONA DE ESTAGNAO

    (a) (b)

    FIGURA 4.1 ZONA DE ESTAGNAO

    4.1 Amostragem com Purga

    So aplicados de forma universal dois tipos de procedimentos de purga: o denominado como

    Purga de Volume Determinado tambm denominado como Purga Convencional ou

    Tradicional, e a Purga com Controle dos Parmetros Fsico Qumicos. Alguns pesquisadores

    indicam como alternativa a Purga com Base nas Caractersticas Hidrulicas do Aqfero, esta

    de aplicao restrita.

    Independentemente do tipo de purga a ser aplicado no procedimento de amostragem devemos

    ter como objetivo as seguintes premissas bsicas para sua realizao:

    a purga deve ser lenta;

    deve ser realizada a baixa vazo;

    deve ser evitado o rebaixamento excessivo do nvel dgua no poo;

    deve ser evitado o esgotamento do poo;

    deve ser evitada a agitao no interior do poo;

    4.1.1 Purga com volume determinado ou convencional

    A gua estagnada extrada do interior do poo deve ser armazenada em recipientesapropriados para posterior disposio em local adequado. Para prevenir contaminao induzida

    entre os poos, o ideal a utilizao de equipamentos descartveis e bombas com tubulao e

    mangueira de aduo descartvel. No deve ser utilizada bomba que no seja especificada

    exclusivamente para purga e amostragem.

    Durante a purga o nvel dgua no interior do poo no deve rebaixar demasiadamente, a

    vazo deve ser controlada e na medida do possvel mantida entre 100 e 500 mL/min, vazo

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    ideal para purga, o que infere como premissa principal que o procedimento de extrao da

    gua contida no interior do poo deve ser lento, independentemente do equipamento utilizado

    para sua execuo.

    A coleta da amostra de gua deve ser realizada imediatamente depois de concluda a purga e

    deve ser coletado o volume necessrio de amostra em uma nica vez, amostras compostas

    obtidas por acmulo de vrias amostras coletadas em perodos de tempo diferentes, no so

    adequadas.

    A gua contida no interior do poo deve ser extrada visando eliminar toda a gua estagnada

    de seu interior. As opinies, sobre o volume de gua a ser purgado, defendidas por diversos

    pesquisadores so bastante divergentes. Segundo eles entre 1 a 20 volumes da gua contida

    no poo deve ser extrada para que seja obtida gua representativa do aqfero. No existe

    tambm consenso entre os pesquisadores sobre qual o procedimento correto para o clculo dovolume de gua contido no poo, alguns defendem que deve ser calculado o volume contido no

    interior do revestimento e a gua contida no interior do envoltrio de pr-filtro, a grande

    maioria defende que apenas a gua contida no interior do revestimento deve ser quantificada,

    porque a gua contida no envoltrio de pr-filtro, esta em equilbrio com o meio a ser

    amostrado.

    No entanto a prtica internacional indica que entre 3 (trs) e 5 (cinco) volumes da gua

    contida no interior do revestimento do poo devem ser extrados antes de iniciado o

    procedimento de coleta da amostra de gua. Este procedimento tradicionalmente aplicado,

    no entanto como no est explicitado quando extrair 3 (trs) volumes ou quando extrair 5

    (cinco) volumes, para simplificao do procedimento, no Brasil normalmente extrado 3

    (trs) volumes.

    O rebaixamento do nvel dgua deve ser controlado durante a purga, no deve ser superior a

    10% do comprimento da coluna filtrante do poo e seu limite mximo no deve exceder a 25

    cm.

    4.1.2 Purga com controle dos parmetros fsico-qumicos

    Visando minimizar o volume de gua extrada do interior do poo foi introduzido o

    procedimento de purga com controle dos parmetros fsico-qumicos. Neste procedimento

    adotam-se os mesmos conceitos do purga convencional como discutido em 4.1.1.

    Deve-se extrair a gua estagnada do interior do poo e armazen-la em recipientes

    apropriados para posterior disposio em local adequado. Para prevenir contaminao induzida

    entre os poos, o ideal a utilizao de equipamentos descartveis e bombas com tubulao e

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    mangueira de aduo descartvel. No deve ser utilizada bomba que no seja especificada

    exclusivamente para purga e amostragem.

    Durante a purga o nvel dgua no interior do poo no deve rebaixar demasiadamente, a

    vazo deve ser controlada e na medida do possvel mantida entre 100 e 500 mL/min, vazo

    ideal para purga, o que infere como premissa principal que o procedimento de extrao da

    gua contida no interior do poo deve ser realizado com o mnimo rebaixamento possvel,

    independentemente do tipo de bomba utilizado para sua execuo.

    O rebaixamento deve ser controlado durante a purga: no deve ser superior a 10% do

    comprimento da coluna filtrante do poo e seu limite mximo no deve exceder a 25 cm. Se o

    poo foi instalado com filtros afogados, o nvel dgua no deve ficar abaixo do topo do filtro.

    De acordo com o conceito de purga a baixa vazo a gua estagnada contida no interior do

    poo possui caractersticas fsico-qumicas diferentes da gua do aqfero e o momento em que

    o poo comea a produzir gua representativa do aqfero denotado pelo equilbrio dos

    valores dos parmetros fsico qumicos: pH, Eh, CE e OD, medidos contnuamente no interior

    do poo ou atravs de clulas de fluxo.

    Quando o nvel dgua estiver estabilizado e for registrado o equilbrio dos parmetros fsico

    qumicos em trs leituras consecutivas, o poo pode ser considerado purgado e a amostra

    pode ser coletada.

    A coleta da amostra de gua deve ser realizada imediatamente aps concludo o purga e deve

    ser coletado o volume necessrio de amostra em uma nica vez, amostras compostas obtidaspor acmulo de vrias amostras coletadas em perodos de tempo diferentes, no so

    adequadas.

    Segundo os defensores deste mtodo o volume de gua extrada com o equilbrio dos

    parmetros muito menor que o extrado na purga convencional, no entanto as Tabelas

    comparativas apresentadas na literatura at o momento no so consistentes e no condizem

    com a realidade brasileira.

    No Brasil volumes de purga pelo mtodo de volume determinado ou convencional variam entre

    12 - 15 litros em poos de monitoramento de 2 polegadas, penetrando 2 metros no meiosaturado, enquanto a literatura cita volumes de purga da ordem de 188 litros por poo.

    Na Figura a seguir, bastante difundida no Brasil, o volume de purga indicado na coluna Three

    Well Volume equivale a 187 litros por poo, que corresponde para poo de monitoramento de

    2 polegadas, a coluna filtrante da ordem de 31 metros. O valor indicado na coluna Low Flow

    Purging muiot superior aos valores da purga de 3 volumes, realizada normalmente no

    Brasil.

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    FIGURA 4.1.2.1 VOLUMES COMPARATIVOS DE PURGA

    4.1.3 Purga com base nos parmetros hidrulicos

    Procedimento de purga que combina as informaes do projeto e caractersticas do poo de

    monitoramento com as caractersticas hidrulicas do meio saturado penetrado pelo poo,Transmissividade e Condutividade Hidrulica, calculadas com base em Testes de

    Bombeamento ou "Slug Tests". Este ltimo de mais fcil realizao em poos de

    monitoramento, por no gerar gua contaminada durante sua realizao.

    A partir destas informaes possvel determinar com base em Curvas Tipo em grficos

    preparados especificamente para este fim, o tempo de purga necessrio para obteno de

    amostra representativa do aqfero. Dois tipos de grficos so aplicados:

    porcentagem de gua extrada para determinados dimetros de revestimento;

    porcentagem de gua extrada para determinados valores de transmissividade;

    A aplicao do procedimento de purga com base nas caractersticas hidrulicas no aplicado

    no Brasil, no entanto os grficos da Figura 4.1.3.1 indicam que em meios de baixa

    condutividade hidrulica a extrao de 3 (trs) volumes suficiente, para meios de alta

    condutividade hidrulica devem ser extrados cerca de 5 (cinco) volumes.

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    FIGURA 4.1.3.1 PURGA COM BASE NOS PARMETROS HIDRULICOS

    4.1.4 Purga em meio de baixa condutividade hidrulica

    Os meios de baixa condutividade hidrulica (K = < 10-4 cm/seg) se caracterizam pelo rpido

    rebaixamento e lenta recuperao no nvel dgua, em resposta as aes de extrao da gua

    contida em seu interior. Nestes poos a obteno do equilbrio hidrulico visando manter

    pequeno rebaixamento do nvel dgua para minimizar os distrbios originados no interior dopoo, conforme discutido no item 6, dificultado devido baixa vazo a ser aplicada,

    inferiores a 100 mL/min.

    Ao contrrio da purga de poos instalados em meios saturados de mdia a alta condutividade

    hidrulica (K = > 10-4 cm/seg), os estudos para os meios com lenta recuperao do nvel

    dgua, apesar de serem os mais comuns, tem recebido pouca ateno dos pesquisadores e

    so escassos.

    Para os meios de baixa condutividade hidrulica, sugestes de vrios autores so enumeradas a

    seguir:1 amostragem com purga mnima ou micropurga;

    2 amostragem sem purga;

    3 esgotar o poo e aguardar a recuperao do nvel dgua a sua posio original;

    4 esgotar o poo e coletar a amostra antes da recuperao total do nvel dgua;

    5 purgar o poo pelo procedimento do volume determinado e coletar a amostra no diaseguinte;

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    Das cinco sugestes acima, apenas as duas primeiras so tecnicamente viveis para serem

    aplicadas: amostragem com purga mnima ou sem purga. A primeira aplicvel quando no foi

    possvel realizar a amostragem com vazo igual ou superior a 100 ml/min e nvel dgua

    estabilizado com rebaixamento mximo de 25 cm e a ltima, de aplicao restrita aos

    objetivos do estudo.

    4.1.4.1 Purga mnima ou micropurga

    A purga mnima consiste na extrao d gua contida no interior da poro filtrante superior

    do poo de monitoramento, eliminando volume inicial extrado correspondente capacidade do

    equipamento de amostragem e mangueiras, quando utilizadas. Este procedimento visa

    adequar e equilibrar o equipamento de amostragem com a gua contida no poo. Antes da

    coleta e ao final da coleta da amostra devem ser medidas a turbidez e os parmetros fsico-

    qumicos: pH, ORP, CE e OD. Durante a purga mnima devemos evitar o excessivorebaixamento e o esgotamento do poo. A vazo dever ser igual ou inferior a 100 ml/min.

    No caso do uso de bailer descartar a primeira amostra e coletar a segunda tomando o cuidado

    de manter intervalo de tempo adequado entre as duas extraes, para evitar o rebaixamento

    excessivo. Em poos de monitoramento revestidos em 2 polegadas e adequadamente

    construdos e desenvolvidos, cada extrao com bailer ocasiona rebaixamento entre 15 25

    cm.

    4.1.5 Amostragem sem purga

    Apesar de procedimento ainda controverso, os defensores da amostragem sem purgabaseiam-se nos distrbios originados no interior do poo, conforme discutido no item 4, para

    justificarem sua adoo.

    No entanto concordam que a gua obtida na amostragem poder estar misturada com a gua

    estagnada e conseqentemente no ser representativa do aqfero quando o filtro do poo de

    monitoramento est afogado, ou seja, seu topo est abaixo do nvel dgua local.

    Quando os poos de monitoramento so instalados com filtro no afogado, ou seja, a coluna

    filtrante se estende no horizonte no saturado, no h a formao da zona de estagnao,

    portanto a amostragem sem purga pode ser efetivamente aplicada.

    A aplicao da amostragem sem purga sugerida quando: o aqfero livre, contaminado por

    hidrocarbonetos sem presena de fase livre, sites que possuem histrico de amostragem pelos

    mtodos de purga por volume determinado (convencional) ou a baixa vazo.

    Em situaes criticas como: encerramento de rea, confirmao de informaes e litgios, a

    aplicao da amostragem sem purga ainda no recomendada.

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    4.1.6 Amostragem passiva

    Amostragem passiva entendida como o procedimento para coleta de amostra de gua de

    determinado intervalo do meio saturado sem induzir aes de transporte por bombeamento ou

    tcnicas de purga.

    Em todas as tecnologias de amostragem passiva o equipamento de amostragem fica exposto

    ao meio para atingir equilbrio com a gua subterrnea do interior do poo de monitoramento

    no decorrer do tempo de amostragem, ou seja, espera-se que a gua do poo mantenha

    equilbrio natural com o amostrador utilizado.

    As amostras de gua so coletadas em pontos determinados (point samples). A integrao

    espacial, se presente, o resultado do fluxo natural do meio amostrado.

    A amostragem passiva classificada com base em seus mecanismos de amostragem enatureza da amostra coletada, como a seguir descrito:

    1. a amostra a representao instantnea das condies do ponto amostrado no

    momento de sua extrao;

    2. procedimento que promove a difuso dos analitos para o amostradores visando atingir e

    manter equilbrio com o meio amostrado. Tipicamente, as condies adquiridas durante

    os ltimos dias da manuteno do amostrador no interior do poo so representadas;

    3. dispositivos que promovem a difuso e a soro para acumular analitos no amostrador.

    As amostras so uma representao integrada no tempo das circunstncias no ponto daamostragem sobre o perodo total da coleta;

    Algumas das tecnologias de amostragem passiva j podem ser consideradas como

    relativamente desenvolvidas e so aceitas para aplicaes apropriadas por agencias ambientais

    em algumas regies e estados americanos. No ainda considerada como tecnologia inovativa

    e ainda no foi gerada poltica especfica incentivando seu uso, pelos organismos oficiais.

    5 - COLETA DE AMOSTRA DE GUA SUBTERRNEA

    A coleta da amostra de gua subterrnea envolve as operaes de purga do poo de

    monitoramento e a retirada da amostra a ser enviada ao laboratrio. Deve ser realizada porprofissional qualificado e treinado para a atividade, que: deve planejar adequadamente a

    campanha, checar todos os procedimentos que sero adotados e ter mo o plano de

    amostragem.

    Definido o procedimento de purga a ser empregado deve ser determinado o ponto de coleta da

    amostra de gua subterrnea, interior ou topo da coluna filtrante e o equipamento a ser

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    utilizado. Quando possvel o mesmo equipamento utilizado para purga deve ser utilizado para

    a extrao da amostra de gua subterrnea.

    O uso de equipamentos, materiais e acessrios descartveis altamente recomendvel, seu

    uso evita o risco de contaminao cruzada, inferem maior segurana a amostragem,

    minimizam as operaes de descontaminao a serem realizadas no campo e minimizam a

    realizao de brancos de equipamento.

    Quando se utiliza equipamento no descartvel necessria sua descontaminao a cada

    coleta de amostra. Quando a adequada descontaminao dos equipamentos torna-se difcil em

    decorrncia de caractersticas particulares do site recomendvel utilizar diferentes

    equipamentos para purga e amostragem, nestes casos pode-se utilizar bomba para purga e

    equipamento descartvel, como o Bailer, por exemplo, para amostragem.

    Como premissa, o roteiro de amostragem deve ser previamente definido e desenvolvido com o

    incio da amostragem a partir do poo de menor concentrao de contaminantes seguindo

    gradativamente para finalizar no poo de maior concentrao de contaminantes.

    Se fase livre for detectada, a espessura do produto deve ser medida e amostra do produto em

    fase livre e da gua imediatamente abaixo dela pode ser coletada e devidamente

    acondicionada.

    Todos os procedimentos, ocorrncias e desvios devem ser registrados na caderneta de campo.

    Caso no seja possvel coletar amostra representativa da fase dissolvida devido presena de

    fase livre, relatar detalhadamente o motivo na caderneta de campo e registrar o fato noboletim de coleta.

    Amostras de gua coletadas para determinao de metais devem ser filtradas no campo, antes

    de serem transferidas para o frasco fornecido pelo laboratrio. Deve-se utilizar filtro de

    preferncia descartvel com malha de 0,45 micras.

    5.1 Equipamentos para amostragem com purga

    Vrios tipos de equipamentos so disponveis para purga e amostragem, todos sem exceo

    apresentam vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas com base nos objetivos e

    estgio do estudo que est sendo realizado, custos envolvidos no projeto, contaminantes a

    serem pesquisados, nvel de contaminao do site, sem contudo influenciar na qualidade do

    estudo realizado.

    A escolha do equipamento adequado para a coleta da amostra de gua subterrnea

    particularmente importante porque o processamento das anlises qumicas em laboratrio a

    parte mais dispendiosa do projeto de caracterizao de passivo ambiental.

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    Dentre os equipamentos disponveis para purga e amostragem destacam-se basicamente trs

    categorias: Manuais, de Suco e de Deslocamento Positivo.

    Apesar da grande diversidade de equipamentos de purga e amostragem citados na literatura,

    neste curso vamos abordar apenas aqueles que esto disponveis no mercado e so

    tradicionalmente utilizados no Brasil.

    5.1.1 Equipamentos manuais

    So equipamentos de operao simples e baixo custo, a categoria representada pelos

    amostradores permanentes e descartveis, denominados universalmente como Bailer e que

    compe o grupo denominado como amostradores por captura. So constitudos por tubos

    flexveis ou rgidos de diversos materiais, dos quais se destacam: PVC, PTFE, Polietileno e Ao

    Inoxidvel, com vlvula de reteno em sua base. O Bailer Descartvel de Polietileno o mais

    popularmente utilizado em todo o mundo e tambm o mais comentado na literatura

    internacional. Sua principal vantagem esta condicionada ao baixo custo e ao fato de ser

    descartvel. No mercado so encontrados vrios tipos: o leve, o pesado, o pressurizado, o de

    dupla vlvula e o minibailer, cada qual com suas caractersticas e para aplicaes especificas

    (FIGURA 5.1.1.1). O pesado, por motivos anteriormente discutidos, no so indicados para

    purga e amostragem de gua subterrnea.

    FIGURA 5.1.1.1 AMOSTRADORES DESCARTVEIS E PERMANENTES (BAILERS)

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    O Bailer citado por alguns autores e por vrias dcadas como o causador dos distrbios

    hidrulicos originados no interior do poo durante a purga. No entanto este fator no est

    devidamente esclarecido e at o momento no existe nenhuma ao determinante que no

    autorize seu uso, apenas aes isoladas de algumas agencias ambientais sugerindo que no

    devem ser utilizados para operaes de purga, nenhuma restrio feita ao seu uso como

    equipamento para amostragem. No entanto para os meios de baixa condutividade hidrulica

    seu uso recomendado para purga e amostragem (DEP, 2002).

    Como sua utilizao correta no promove agitao no interior do poo, a principal critica a seu

    uso infundada. O Bailer Descartvel de Polietileno possue a caractersticas de no afundar no

    interior da coluna de gua do poo, ou seja eles flutuam e seu bocal superior fica fora da gua

    (FIGURA 5.1.2.2 a). A nica forma de promover a agitao no interior do poo com o Bailer

    Descartvel de Polietileno sua agitao pelo operador depois dele totalmente preenchido comgua, o que caracteriza operao irregular. A velocidade de sua descida no interior da coluna

    d`gua exercida unicamente pelo seu peso prprio e extremamente lenta.

    O deslocamento de gua no interior do poo, durante sua descida, por ser exercido apenas

    pelo volume das paredes do bailer insignificante.

    (a) (b)

    FIGURA 5.1.1.2 BAILER BOIANDO DEPOIS DE PREENCHIDO

    Amostradores de PTFE podem ser descartveis ou permanentes, porm seu custo muito

    superior ao do Bailer Descartvel de Polietileno. Amostradores de Policarbonato com vlvula de

    VITON so reutilizveis, pesados e adequados para coleta de fase livre e amostradores de ao

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    inoxidvel so tambm reutilizveis, pesados e indicados apenas para coleta de amostra para

    anlise bacteriolgica.

    Para a purga e coleta da amostra de gua subterrnea com o Bailer Descartvel de Polietileno

    deve-se observar os seguintes cuidados:

    1 - movimentar lentamente o bailer no interior do poo, sua introduo e retirada devem

    ser feitas com cuidado evitando agitao da amostra;

    2 - ao atingir o N.A. deixar o bailer livre, ele ir descer atravs de seu peso prprio e

    quando cheio ir boiar como mostrado na FIGURA 5.1.1.2 (a), a amostra entra pela

    parte inferior do amostrador e no pela superior;

    3 no deve ser feito movimento de sobe / desce ou vai e vem com o bailer no

    interior do poo. Para o seu preenchimento no necessria esta movimentao,pelo contrrio movimentao de sobe e desce como mostrado na FIGURA 5.1.1.2

    (b) somente possvel de ser realizada com o bailer j preenchido e apenas causa

    agitao no interior do poo;

    4 - o bailer no deve manter contato com o fundo do poo, evitando assim causar a

    movimentao de sedimentos eventualmente depositados no fundo, isto pode

    ocorrer quando a coluna de gua inferior ao comprimento do bailer;

    5 medir pH, Eh, CE e OD antes do incio da purga e aps a coleta da amostra. Tome

    cuidado para minimizar a agitao, no caso da introduo do sensor de OD ou

    multiparamtrico no interior do poo;

    6 - se for mantido o tempo de 2 minutos para descida e recolhimento do bailer durante o

    procedimento de purga, esta ser realizada a vazo de aproximadamente 500

    mL/min, vazo recomendada para uma amostragem segura e rigorosa;

    7 controlar o rebaixamento do nvel dgua durante a purga, ele no deve ser superior

    a 10% do comprimento da coluna filtrante do poo e seu limite mximo no deve

    exceder a 25 cm. Se o poo foi instalado com filtro afogado o nvel dgua no deve

    ficar abaixo do topo do filtro.

    8 medir o volume de gua purgada visando atender os requisitos do plano de

    amostragem ou dos rgos ambientais;

    9 - a amostra deve ser transferida diretamente do bailer para o recipiente apropriado de

    armazenamento, drenando a gua a partir da sua base com as agulhas de drenagem

    adequadas a cada tipo de contaminante;

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    10 na drenagem da amostra do bailer manter a agulha de drenagem encostada na

    parede interior do frasco, para minimizar a agitao;

    11 - a gua deve extravasar o recipiente, escorrendo levemente por suas paredes, porm

    evitando a perda de preservante, como procedimento para evitar a formao de

    bolhas no interior da amostra;

    12 - aps transferir cuidadosamente a amostra para o recipiente, a gua deve ocupartodo o volume do recipiente (ele deve ficar cheio at a boca), tamp-lohermeticamente e verificar a possvel formao de bolhas de ar, movimentando ofrasco com cuidado e visualizando em vrias posies a possvel presena de bolhas.Caso notada a presena de bolhas de ar, descartar a amostra e repetir oprocedimento de coleta.

    5.1.2 Equipamentos de suco

    So equipamentos de operao simples e custo variando de mdio a alto, esta categoria

    representada pelas Bombas Peristlticas e Centrifugas. So bombas que ficam posicionadas na

    superfcie e exercem presso inferior atmosfrica no ponto de captura da gua no interior do

    poo, criando assim o efeito de suco. Podem ser aplicadas apenas quando a profundidade do

    nvel dgua inferior a 6 metros e em poos com dimetro superior a 1 polegada.

    As bombas peristlticas so largamente utilizadas para purga e amostragem de gua

    subterrnea em poos de monitoramento, a gua bombeada no tem contato com seu corpo eapenas as mangueiras de suco devem ser descontaminadas aps a amostragem, caso no

    sejam utilizadas mangueiras descartveis. Devido sua concepo podem ser operadas a

    rotao varivel permitindo a regulagem da vazo, podendo ainda ser utilizadas tanto para

    procedimento de coleta com purga de volume determinado ou purga com controle dos

    parmetros fsico qumicos. Para operao da bomba peristltica necessria fonte de energia

    de 12, 110 ou 220 Volts e para a maioria das bombas ela externa.

    Bombas centrfugas so pouco utilizadas e no recomendadas, elas possuem alta vazo e seu

    corpo mantm contato com a gua bombeada dificultando a aplicao dos procedimentos de

    descontaminao. Utilizam fonte de energia de 110 ou 220 Volts.

    Para o purga e coleta da amostra de gua subterrnea com a Bomba Peristltica devem ser

    observados os seguintes cuidados:

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    FIGURA 5.1.2.1 BOMBA PERISTTICA

    1 - movimentar lentamente a mangueira de suco no interior do poo, sua introduo e

    retirada deve ser feita com cuidado evitando agitao no interior do poo;

    2 - ao atingir o N.A. posicionar a suco no interior da coluna de filtros, no ponto

    determinado para amostragem;

    3 ligar a bomba e ajustar sua rotao para obter vazo adequada ao procedimento de

    purga e amostragem adotado, operar a bomba de forma contnua durante toda a

    operao de amostragem;

    4 a mangueira de suco no deve manter contato com o fundo do poo, evitando

    assim a movimentao de sedimentos depositados no fundo, isto pode ocorrer

    quando a penetrao do poo de monitoramento no aqfero muito pequena;

    5 caso a purga seja feita com controle dos parmetros fsico-qumicos conectar a

    mangueira de descarga na clula de fluxo, caso contrrio quantificar o volume de

    gua purgada de acordo com o plano de amostragem e medir o pH, Eh, CE e OD, no

    incio da purga e aps a coleta da amostra;

    6 controlar a vazo de purga mantendo-a entre 100 e 500 ml/min e o rebaixamento

    que no deve exceder 10% do comprimento da coluna filtrante ou 25 cm. A amostra

    deve ser coletada com o nvel dgua e os valores dos parmetros fsico qumicos

    estabilizados;

    7 aps completado o purga a amostra deve ser transferida diretamente para o

    recipiente apropriado de armazenamento fornecido pelo laboratrio, descarregando a

    gua que sa pela ponta da mangueira, tomando cuidado para no promover

    agitao no seu interior;

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    8 - a gua deve extravasar o recipiente, escorrendo levemente por suas paredes, porm

    evitando a perda de preservante, como procedimento para evitar a formao de

    bolhas no interior da amostra;

    9 - aps transferir cuidadosamente a amostra para o recipiente, a gua deve ocupar todo

    o volume do recipiente (ele deve ficar cheio at a boca), tamp-lo hermeticamente e

    verificar a possvel formao de bolhas de ar, movimentando o frasco com cuidado e

    visualizando em vrias posies a possvel presena de bolhas. Caso notada a

    presena de bolhas de ar, descartar a amostra e repetir o procedimento de coleta.

    5.1.3 Equipamentos de deslocamento positivo

    So equipamentos de operao mais cuidadosa que os anteriores e custo variando de mdio a

    alto, esta categoria representada pelas Bombas Submersas Eltricas e as Bombas

    Pneumticas de Bexiga. Estas bombas so colocadas no interior do poo de monitoramento

    abaixo do nvel dgua e por deslocamento positivo, exercido sob presso, elevam a gua at

    a superfcie.

    Bombas Submersas Eltricas

    Bombas submersas eltricas esto divididas em duas categorias: Bombas Eltricas de Corrente

    Alternada Bomba RediFlo 2 ou MP1 e de Corrente Contnua Bombas Submersas de 12 Volts

    do tipo Whale, Twist, Tifon e HSPurge.

    A Bomba Grundfos modelo RediFlo 2 ou MP1 submersa, pode ser utilizada em poos com

    dimetro acima de 2 polegadas e foi desenvolvida especificamente para purga e amostragem

    de gua subterrnea. So bombas de alta performance, operam a profundidade do nvel

    dgua de at 80 metros e possuem controlador de freqncia que permite o ajuste da vazo

    de extrao. Para operao destas bombas necessrio a disponibilidade de fonte de energia,

    em corrente alternada ou gerador e controlador de freqncia para regulagem da vazo.

    As Bombas Submersas de 12 Volts so bombas de baixo custo que podem ser utilizadas em

    poos com dimetro acima de 2 polegadas e desenvolvidas especificamente para purga e

    amostragem. So bombas que operam a vazo mxima da ordem de 8 litros/min e quandooperadas com controlador de freqncia sua rotao pode ser adequada para realizao da

    purga e amostragem a baixa vazo, com vazo da ordem de 100 a 500 mL/min. Sua

    arquitetura permite a montagem das bombas em srie, ampliando sua capacidade de elevao

    da coluna dgua. Uma bomba permite bombeamento com profundidade do nvel dgua de

    aproximadamente 7 - 8 metros, enquanto conjuntos de 2, 3 ou 4 bombas ligadas em srie

    permitem a purga e amostragem com nvel dgua a profundidade aproximada de 12-14,

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    16-20 e 22-24 metros, respectivamente. Para sua operao necessrio disponibilidade de

    bateria de 12 Volts com amperagem adequada para cada modelo de bomba, pode ser utilizada

    a bateria do carro para sua operao e controlador de freqncia para regulagem da vazo.

    As bombas eltricas de forma geral elevam a coluna de gua atravs da transferncia da

    energia de rotao do motor eltrico para um impeller ou rotor, que fica totalmente imerso na

    massa de gua que entra no ponto de captao da bomba.

    FIGURA 5.1.3.1 BOMBAS SUBMERSAS ELTRICAS

    Para a purga e coleta da amostra de gua subterrnea com Bomba Submersa Eltrica deve-se

    observar os seguintes cuidados:

    1 - movimentar e posicionar cuidadosamente a bomba no interior do poo, sua

    introduo e retirada deve ser feita lentamente, evitando agitao da gua no

    interior do poo;

    2 - ao atingir o N.A. posicionar a suco no interior da coluna de filtros, no ponto

    determinado para amostragem, mantendo coluna de gua da ordem de 30 cm acima

    do crivo da bomba para impedir a cavitao;

    3 - evitar o contato de bomba com o fundo do poo para no movimentar sedimentos

    depositados em seu fundo;

    4 ligar a bomba e ajustar a frequncia para obter vazo adequada ao procedimento de

    purga e amostragem adotado, operar a bomba de forma contnua durante toda a

    operao de amostragem;

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    5 caso a purga seja feito com controle dos parmetros fsico-qumicos conectar a

    mangueira de descarga na clula de fluxo, caso contrrio quantificar o volume de

    gua purgada de acordo com o plano de amostragem e medir o pH, Eh, CE e OD,

    antes do incio da purga e aps a coleta da amostra;

    6 controlar a vazo de purga mantendo-a entre 100 e 500 ml/min e o rebaixamento

    que no deve exceder 25 cm. A amostra deve ser coletada com o nvel dgua e os

    valores dos parmetros fsico qumicos estabilizados;

    7 aps completada a purga a amostra deve ser transferida diretamente para o

    recipiente apropriado de armazenamento fornecido pelo laboratrio, descarregando a

    gua que sa pela ponta da mangueira, tomando cuidado para no agitar a amostra

    no interior do frasco;

    8 - a gua deve extravasar o recipiente, escorrendo levemente por suas paredes, porm

    evitando a perda de preservante, como procedimento para evitar a formao de

    bolhas no interior da amostra.

    9 - aps transferir cuidadosamente a amostra para o recipiente, a gua deve ocupar todo

    o volume do recipiente (ele deve ficar cheio at a boca), tamp-lo hermeticamente e

    verificar a possvel formao de bolhas de ar, movimentando o frasco com cuidado e

    visualizando em vrias posies a possvel presena de bolhas. Caso notada a

    presena de bolhas de ar, descartar a amostra e repetir o procedimento de coleta.

    Bombas Submersas Pneumticas

    As Bombas Submersas Pneumticas podem ser aplicadas em praticamente qualquer

    profundidade do nvel dgua, sendo sua operao mais simplificada para operao a

    profundidade de at 50-60 metros. Esta categoria de bombas representada pelas Bombas de

    Bexiga Dedicada e Porttil.

    Ambas operam pela compresso e descompresso da bexiga existente no interior da bomba,

    atravs da injeo de ar, em regime cclico e contnuo.

    So largamente utilizadas para purga e amostragem de gua subterrnea em poos de

    monitoramento. A gua bombeada no mantm contato com o ar utilizado na sua operao.

    Nas Bombas de Bexiga Portteis as bexigas utilizadas de maneira geral so de Polietileno ou

    PTFE e so descartveis. As mangueiras de suco de gua, caso no sejam utilizadas

    mangueiras descartveis e a vlvula de suco da bomba devem ser descontaminadas aps a

    operao de purga e amostragem. Para as Bombas de Bexiga Dedicadas a bexiga

    permanente e geralmente confeccionada em PTFE.

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    Devido sua concepo, so operadas a ciclos variveis de injeo de ar, com conseqente

    extrao de gua e de alivio de ar, com conseqente entrada de gua, permitindo desta forma

    a regulagem da vazo, podem ainda ser utilizadas tanto para procedimento de coleta com

    purga com volume determinado ou purga com controle dos parmetros fsico qumicos, est

    ltima mais adequada por teoricamente minimizar o volume de purga (FIGURA 5.1.3.1). Para

    operao da bomba necessrio: controladora pneumtica para controle das funes de

    compresso e descompresso, fonte de energia de 12, 110 ou 220 Volts e fonte de ar

    (compressor ou cilindro).

    FIGURA 5.1.3.2 BOMBAS SUBMERSAS PNEUMTICAS (BEXIGA)

    Para a purga e coleta da amostra de gua subterrnea com as Bombas de Bexiga deve-se

    observar os seguintes cuidados:

    1 - movimentar e posicionar cuidadosamente a bomba no interior do poo, sua

    introduo e retirada deve ser feita com cuidado visando evitar a agitao no interior

    do poo;

    2 - ao atingir o N.A. posicionar a suco da bomba no interior da coluna de filtros, no

    ponto determinado para amostragem, visando atender os objetivos do plano de

    amostragem;

    3 - a bomba no deve manter contato com o fundo do poo, evitando assim a

    movimentao de sedimentos depositados no fundo, isto pode ocorrer quando a

    penetrao do poo de monitoramento no meio saturado muito pequena;

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    4 ajustar os tempos de carga e descarga com base nas caractersticas da bomba e

    hidrulicas do meio;

    5 ajustar a presso de operao da bomba de acordo com a profundidade no nvel

    dgua;

    6 ligar a bomba e reajustar seus ciclos de carga e descarga de ar at obter vazo e

    rebaixamento adequados ao procedimento de purga e amostragem adotado, operar

    a bomba de forma contnua durante toda a operao de purga e amostragem;

    7 caso a purga seja feito com controle dos parmetros fsico-qumicos conectar a

    mangueira de descarga na clula de fluxo;

    8 controlar a vazo de purga mantendo-a entre 100 e 500 ml/min, o rebaixamento do

    nvel dgua no deve exceder 10% da extenso da coluna filtrante ou 25 cm. Aamostra deve ser coletada com o nvel dgua e os valores dos parmetros fsico

    qumicos estabilizados;

    9 aps completada a purga a amostra deve ser transferida diretamente para o

    recipiente apropriado de armazenamento fornecido pelo laboratrio, descarregando a

    gua que sa pela ponta da mangueira;

    10 - a gua deve extravasar o recipiente, escorrendo levemente por suas paredes, porm

    evitando a perda de preservante, como procedimento para evitar a formao de

    bolhas no interior da amostra.

    11 - aps transferir cuidadosamente a amostra para o recipiente, a gua deve ocupar

    todo o volume do recipiente (ele deve ficar cheio at a boca), tamp-lo

    hermeticamente e verificar a possvel formao de bolhas de ar, movimentando o

    frasco com cuidado e visualizando em vrias posies a possvel presena de bolhas.

    Caso notada a presena de bolhas de ar descartar a amostra e repetir o

    procedimento de coleta.

    5.2 Equipamentos para Amostragem sem Purga

    Teoricamente a amostragem sem purga pode ser feita com qualquer dos equipamentos citados

    para o procedimento de amostragem com purga, adotando-se os mesmos procedimentos e

    medindo os parmetros fsico-qumicos - pH, Eh, CE e OD - antes do incio da purga e aps a

    coleta da amostra.

    Na amostragem sem purga os mesmos cuidados e limitaes da operao dos equipamentos

    para amostragem com purga, devem ser adotados. Devemos ter o cuidado de eliminar o

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    primeiro volume de gua, aquele que mantm contato com o equipamento, eliminando o

    volume correspondente ao do equipamento utilizado antes de realizar a coleta.

    5.3 Equipamentos para Amostragem Passiva

    Equipamentos para amostragem passiva, tambm identificados no mercado como

    equipamentos para amostragem sem purga. A amostragem passiva refere-se a mtodo de

    amostragem alternativo a amostragem com purga de volume determinado ou com controle de

    parmetros fsico-qumicos.

    A amostragem passiva difere da amostragem sem purga pelo fato da coleta da amostra no

    ser feita no momento da introduo do amostrador passivo no poo de monitoramento. Para a

    amostragem passiva o amostrador permanece no interior do poo por determinado perodo de

    tempo, entre 1 e 45 dias, dependendo do tipo de amostragem e amostrador utilizado.

    Quando a aplicao de amostragem passiva apropriada, s vantagens indicadas so: melhor

    caracterizao tridimensional da distribuio dos contaminantes na zona filtrante, inexistente

    volume de gua de purga, reduo do volume de trabalho durante a amostragem, reduo dos

    equipamentos de campo, obteno de amostra representativa e aplicao para a coleta de

    qualquer tipo de contaminante.

    Ainda permanece em operao experimental, no h concluso de sua eficcia e

    representatividade. Em fevereiro de 2007 foi publicado o primeiro procedimento para sua

    aplicao (ITRC, 2007).

    Com base no seu mecanismo de amostragem e natureza da amostra coletada, eram

    disponveis no mercado at 2007, 12 tipos de equipamentos, classificados como:

    1. Dispositivos cujo principio semelhante ao do Bailer. A amostra a representaoinstantnea das condies do ponto amostrado no momento de sua extrao .

    HydraSleeve Samplers

    Snap Sampler

    2. Dispositivos que promovem a difuso dos analitos.

    Polyethylene Diffusion Bag Samplers (PDBs)

    Regenerated-Cellulose Dialysis Membrane Samplers

    Nylon-Screen Passive Diffusion Samplers (NSPDS)

    Passive Vapor Diffusion Samplers (PVDs)

    Peeper Samplers

    Rigid Porous Polyethylene Samplers (RPPS)

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    3. Dispositivos que promovem a difuso e a soro para acumular analitos no

    amostrador

    Semi-Permeable Membrane Devices (SPMDs)

    GORE Sorber Module

    Polar Organic Chemical Integrative Samplers (POCIS)

    Passive In-Situ Concentration Extraction Sampler (PISCES)

    Dentre os mtodos de amostragem passiva atualmente em aplicao destacam-se: o Passive

    Diffusion Bag PDB, o Snap Sampler e o HydraSleeve.

    FIGURA 5.3.1 AMOSTRADORES PASSIVOS

    Passive Diffusion Bag PDB

    O Passive Diffusion Bag um amostrador por difuso utilizado para amostragem de gua

    subterrnea em poos de monitoramento. Para sua utilizao enche-se o amostrador com

    gua deionizada, instala-se um ou mais amostradores nas zonas de interesse no interior dacoluna de filtros do poo e mantm-se o amostrador no poo por 30 45 dias para coletar a

    amostra. A membrana semipermevel de Polietileno de Baixa Densidade (LDPE) retm a gua

    deionizada e permite a transmisso de alguns compostos orgnicos volteis (VOC) para o

    interior do amostrador. Para transferncia da amostra para o recipiente de coleta apenas fure

    o amostrador e deixe a gua drenar para o interior do frasco.

    O Passive Diffusion Bag possui uma srie de limitaes, das quais se destacam: no pode ser

    utilizado para amostragem de alguns VOC como, Acetona e MTBE, metais, pesticidas e a

    maioria dos semivolteis, adequado para amostragem estratificada, porm para sua

    aplicao necessrio identificar as zonas permeveis previamente. Flutuaes do N.A. podem

    alterar os resultados.

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    HydraSleeve

    Para amostragem com o HydraSleeve o amostrador lacrado introduzido no interior do poo

    de monitoramento. Aps colocado o amostrador no intervalo selecionado deve ser aguardado oseu equilbrio com a gua do poo. Durante perodo de equilbrio de no mnimo 1 dia, o

    amostrador permanece fechado. Para coletar a amostra o dispositivo para abertura do

    amostrador acionado, abrindo o amostrador enquanto ele elevado lentamente para cima.

    Durante o movimento ascendente a vlvula superior permanece aberta e permite entrada da

    gua no seu interior. A elasticidade do amostrador permite a sua expanso como um balo.

    Retirado do poo a amostra pode ser transferida para os recipientes fornecidos pelo

    laboratrio. O amostrador pode ser feito com qualquer dimetro ou comprimento, visando

    acomodar volume varivel de amostra ou atender requisitos especficos de dimetro do poo a

    ser amostrado. Para a amostragem peridica o HydraSleeve pode ser deixado no interior dopoo no intervalo filtrante selecionado por perodos indefinidos, entre eventos de amostragem.

    Snap Sampler

    Aps a colocao do amostrador Snap Sampler no interior do poo aguardado o seu

    equilbrio com gua do aqfero que flui atravs do poo com os contaminantes presentes,

    reduzindo o risco de perdas por soro. Aps o equilbrio o dispositivo de abertura do bocal

    ativado. Quando ativado, o disparador libera os tampes que selam o frasco.

    A amostra penetra no frasco e o amostrador selado novamente antes de ser retirado do

    poo. A amostra enviada ao laboratrio sem necessidade de transferncia para outrorecipiente, reduzindo a possibilidade de perda dos volteis ou da reao com o ar durante

    transferncia.

    So disponveis frascos compatveis com equipamentos analticos padro dos laboratrios, 40

    mililitros de vidro e de Polipropileno de 125 mililitros.

    Quando volumes maiores so requeridos, frascos mltiplos podem ser alinhados em srie

    como uma nica linha ou em linhas mltiplas, com disparadores individuais ou mltiplos

    (dependendo dos objetivos da amostragem e do dimetro do poo).

    6 - FILTRAGEM EM CAMPO

    A filtrao da gua subterrnea em campo, imediatamente aps a coleta ainda tema de

    discusso no meio tcnico nacional e internacional. Porque filtrar e quando filtrar.

    A amostra de gua subterrnea deve ser filtrada visando remoo dos slidos em suspenso

    para: a determinao da frao de contaminantes dissolvidos, determinao da frao de

    material em suspenso, determinao dos constituintes contidos na frao slida, possibilidade

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    de interferncia nos equipamentos de laboratrio e para determinao de parmetros

    especficos de interesse.

    A amostra de gua subterrnea deve ser filtrada quando o objetivo da amostragem a

    determinao de metais dissolvidos ou quando os contaminantes podem ser adsorvidos pelo

    material slido em suspenso, como ocorre com: o PCB, Dioxinas e Furanos.

    A presena de turbidez visualmente identificada na amostra de gua subterrnea isoladamente

    no motivo para sua filtrao, mas indica a m qualidade do poo de monitoramento

    amostrado. Amostras coletadas para determinao de volteis, semivolteis e outros analitos

    que normalmente devem ser identificados em estudos de passivos ambientais no necessitam

    da filtragem em campo.

    Para filtragem das amostras de gua subterrnea podemos utilizar filtros em cpsulas

    descartveis ou filtros reutilizveis. Os filtros in line em cpsulas descartveis de abertura

    0,45 micras so prticos, seguros e de uso universal. Recipientes reutilizveis de filtragem

    esto disponveis no mercado.

    Para filtragem em campo necessria a aplicao de vcuo ou presso, a filtragem por

    gravidade muito lenta. O uso de filtros de cpsulas descartveis in line podem ser

    realizadas atravs da colocao do filtro na descarga da bomba, utilizando no caso a prpria

    presso de bombeamento para filtrao ou ento usando Amostrador (bailer) Descartvel

    Pressurizado. Neste ltimo caso necessria aplicao de presso com bomba manual.

    No caso de amostragem com amostrador descartvel (bailer) comum ou outro amostradormanual, a amostra pode ser filtrada atravs de recipientes reutilizveis com papel filtro

    descartvel.

    FIGURA 6.1 FILTRAGEM EM CAMPO

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    7 - ARMAZENAMENTO E CONSERVAO DAS AMOSTRAS

    Os frascos fornecidos pelo laboratrio para armazenamento das amostras em material

    apropriado para cada contaminante a ser pesquisado (Tabela Anexa) devem ser etiquetados,

    as anotaes de campo devem ser feitas com tinta indelvel e devem conter no mnimo as

    informaes a seguir:

    no da amostra e do poo amostrado;

    data e horrio da coleta;

    nome do coletor;

    parmetros a serem analisados;

    As amostras devem ser adequadamente acondicionadas em caixas trmicas (coolers) e

    mantidas a temperatura da ordem de 40 Celsius (2 - 60 Celsius), protegendo-as da luz eminimizando os riscos de quebra ou perda de frascos. Deve ser observado o tempo de

    armazenamento da amostra para cada parmetro a ser processado no laboratrio.

    O mtodo de transporte a ser adotado deve ser avaliado cuidadosamente. Atualmente devido a

    diversas restries para envio de amostras lquidas por via area, devem ser obtidas

    previamente as autorizaes e licenas de transporte.

    As caixas trmicas devem ser adequadamente etiquetadas e lacradas e enviadas ao laboratrio

    acompanhadas do original da Cadeia de Custdia (Chain of Custody) e cpia do Boletim de

    Amostragem.8 - CONTROLE DE QUALIDADE

    8.1 Brancos

    Em todo programa de amostragem deve ser prevista a realizao de Brancos. Normalmente

    deve ser realizado o Branco de Campo, de Equipamento (tambm denominado como de

    Lavagem), Branco de Viagem e Branco de Temperatura. A quantidade de Brancos processados

    est diretamente relacionada ao nvel de qualidade da campanha de amostragem. No mnimo

    1 amostra/dia deve ser preparada.

    O Branco de Campo compe-se por amostra livre do analito mantida durante o perodo de

    trabalho nas condies de campo, No final da campanha preservada e enviada ao laboratrio

    junto com as demais.

    O Branco de Equipamento tem como objetivo avaliar se os procedimentos de descontaminao

    dos equipamentos, entre os poos amostrados, foram efetivamente aplicados e se no

    aconteceu transporte de contaminantes entre os poos (contaminao cruzada). Para sua

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    preparao os equipamentos permanentes utilizados na amostragem devem ser enxaguados

    com gua destilada ou deionizada e a amostra obtida deve ser adequadamente preservada e

    armazenada em frascos apropriados para processamento no laboratrio para os contaminantes

    pesquisados.

    Brancos de Viagem servem para avaliar a integridade dos procedimentos de manuseio,

    armazenamento e transporte das amostras. Eles so preparados no laboratrio, frascos

    vedados com gua destilada ou deionizada permanecem no interior da caixa trmica desde a

    sada do laboratrio, durante o perodo de permanncia no campo, retornando ao laboratrio

    junto com as amostras coletadas para processamento dos mesmos contaminantes

    pesquisados.

    Os Brancos de Temperatura tambm so enviados pelo laboratrio e permanecem na caixa

    trmica para medio da Temperatura no retorno.

    8.2 Amostra Duplicada

    Como procedimento bsico, em toda a campanha deve ser coletada pelo menos 1 (uma)

    amostra duplicada, o plano de amostragem deve prever essa coleta. No frasco de

    armazenamento colocada amostra duplicada originada pelo particionamento de amostra

    conhecida em 2 (duas) alquotas. Ao invs do nmero do poo de monitoramento amostrado, a

    amostra duplicada deve receber identificao fictcia de conhecimento exclusivo do responsvel

    pela amostragem. As devidas anotaes devem ser registradas na caderneta de campo e em

    hiptese alguma o laboratrio poder receber informaes de identificao da amostraduplicada.

    9 RELATRIO DA CAMPANHA DE AMOSTRAGEM

    Visando manter detalhado registro e completa documentao da campanha de amostragem,

    para cada amostra coletada dever ser preenchido o Formulrio de Coleta e o Formulrio de

    Cadeia de Custdia (Chain of Custody).

    Ao final dos trabalhos, mapa com a localizao dos pontos amostrados e do roteiro adotado

    durante a amostragem deve ser arquivado junto com os formulrios de coleta.

    O Relatrio da Campanha de Amostragem deve conter no mnimo, as seguintes informaes:

    - identificao da equipe de amostragem;

    - objetivos da campanha de amostragem;

    - identificao e qualificao do site amostrado;

    - mapa de localizao - do site, dos pontos amostrados e roteiro de amostragem;

    - Data e hora da campanha de amostragem;

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    - Condies climticas no perodo de amostragem;

    - Dados dos poos, perfis tcnico e construtivo;

    - Situao dos poos amostrados condies de limpeza dos entornos e dos poos,condies das tampas, etc.;

    - Informaes referentes aos poos nvel dgua, presena de fase livre;

    - Dados referentes ao purga dos poos tipo de equipamento, volumes purgeados,destino da gua purgeada;

    - Parmetros fsico-qumicos registrados durante o purga e coleta das amostras OD,pH, Eh, CE, Temperatura, Turbidez;

    - Caractersticas visuais e odor das amostras antes e aps o purga;

    - Procedimentos e equipamentos utilizados para a coleta de amostra;

    - Descontaminao dos equipamentos critrios aplicados e desvios;

    - Frascos de coleta, tipos e preservativos utilizados;

    - Tratamento das amostras, filtragem em campo, brancos, outros;

    - Ocorrncias durante a amostragem - informaes pertinentes relativas ao site eentornos, desvios dos procedimentos programados, quebra de equipamentos, etc.;

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Appelo, C.A.J.; Postma, D. Geochemistry, Groundwater and Pollution. A.A.BalkemaPublishers. Rotherdam, Netherlands.1993.

    Archfield, S.A., and LeBlanc, D.R., 2005 - Comparison of Diffusion- and Pumped-Sampling Methods to Monitor Volatile Organic Compounds inGroundwater, Massachusetts Military Reservation, Cape Cod,Massachusetts, July 1999 December 2002: U.S. Geological SurveyScientific Investigations Report 2005-5010, 53 p.

    Barcelona, M.J., Gibb, J.P. Hellfrich J.A. and Garske, E.E. (1985) - Practical Guide forGround-Water Sampling. U.S. Environmental Protection Agency,EPA/600/2-85/104, 169 pp.

    Bottura, J.A. (2003) Caracterizao da Contaminao e Remediao de Solos eguas Subterrneas. Apostila do Curso de Especializao em Gesto

    Ambiental. CEPPE, UnG, So Paulo.DEP (2002) - Standard Operating Procedures for Field Activities. FLORIDA

    DEPARTMENT OF ENVIRONMENTAL PROTECTION. DEP-SOP-001/01.January, 2002

    ITRC - Technology Overview of Passive Sampler Technologies. Interstate Technology& Regulatory Council. Diffusion Sampler Team, March 2006

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    Izraeli, R.; Yeskis, D.; Collins, M. K.; Davies and Zavala, B. (1992) - GROUND WATERISSUE PAPER: Monitoring Well Development Guidelines for SuperfundProject Managers; U.S. Environmental Protection Agency, 4 pp.

    Nielsen, D.M. Practical Handbook of Ground-Water Monitoring. Lewis Publisher,INC. USA, 1991.

    Nielsen, D.M., Nielsen, G.L. Technical Guidance on Low-Flow Purging & Samplingand Minimum-Purge Sampling: Second Edition. Nielsen EnvironmentalField School, Galena, OH, 2002.

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    Schilling, K.E. Low-Flow Purging Reduces Management of ContaminatedGroundwater. Enviromental Protection. December 1995.

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    Yeskis, D. and Zavala, B. - Ground-Water Sampling Guidelines for Superfund andRCRA Project Managers.

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    ANEXOS

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    .REGISTRO DE INFORMAES DE COLETA DE AMOSTRA DE GUA___________________________________________________________________________________LOCALIZAO: .......................... ......... DATA: ...................... . NO DO PM: .........................................MOTIVO DA AMOSTRAGEM: [ ] REGULAR [ ] OUTRO (citar)..................... ...........

    COLETOR: ................................................................. HORA: .....................................CONDIES CLIMTICAS: ...................... ............... TEMP.: .............OC___________________________________________________________________________________

    CONDIES DO POO DE MONITORAMENTO AMOSTRADO:SITUAO DO REVESTIMENTO: ..............................................................................................................SITUAO GERAL DO P.M.: ...................... ........................ ...................... ....................... ......................... .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................DEFICINCIAS QUE PRECISAM SER REPARADAS: ........................... ........................ ........................ .........................................................................................................................................................................___________________________________________________________________________________

    PROCEDIMENTOS DE CAMPO:

    1 - EQUIPAMENTOS E MATERIAIS LIMPOS COM: .................... ......................... ........................ ......................................................................................................................................................................................

    2 - FASE LIVRE: ..[ ] NO [ ] SIM ...PROF.: .......... ...............ESPESSURA: ...................... .................CARACTERSTICA: .........................................EQUIPAMENTO: .........................................................

    3 - NVEL DGUA: PROF.: ......... ............... EQUIPAMENTO: ..................... ........................ .............

    4 - CONDIES E APARNCIA DA GUA E FASE LIVRE ANTES DO PURGA:- GUA - ODOR: ........................TURBIDES: .......................................CR: ...................................

    - FASE LIVRE - ODOR: ..................TURBIDES: ........................... ............CR: ............................ .......

    5 - PURGA: METDO: ......................... .............VOL. EXTRAIDO: ........... ..................... ......

    6 - METODO DE COLETA DA AMOSTRA:....................................................................................................

    7 - CONDIES E APARNCIA DA GUA COLETADA:- ODOR: ............................TURBIDES: ...............................................CR: .....................................

    8 - MEDIES IN SITU: antes e aps a coleta - antes / depoisTEMP.: ...................../........................ pH: .............../...................... CE: ..................../......................O.D.: ......................./...................... Eh:................../..................... TDS: ................../......................Turbidez: ................./......................... Outros: ................/........................

    9 - TRATAMENTO IN SITU: - FILTRAO [ ] SIM [ ] NO- TIPO DE FILTRO:........................................................................................................................................- PRESERVATIVOS UTILIZADOS: ......................... ......................... ....................... ............................ .........

    10 - ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA PARA TRANSPORTE:MATERIAL: ........................................ NO: ..................................... VOL.:...........................................CONSERVANTE: ..........................