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AULA 36
18.04.2012
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1. Princípios do Direto Ambiental
2. Constituição e Meio Ambiente
3. Competências Constitucionais
4. SISNAMA
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
1. Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado
como um
Direito Fundamental
2. Princípio do Desenvolvimento Sustentável
3. Princípio da Solidariedade Intergeracional
4. Princípio da Função Sócio-Ambiental da Propriedade
Privada
5. Princípio da Prevenção
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6. Princípio da Precaução
7. Princípio da Informação
8. Princípio da Participação Comunitária
9. Princípio da Educação Ambiental
10.Princípio do Poluidor-Pagador
11.Princípio do Usuário-Pagador
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
1. Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente
Equilibrado como um
Direito Fundamental Declaração do Rio/1992
É a norma matriz. Sem o meio ambiente não se tem a efetivação
dos direitos de primeira e segunda dimensão, sem ele não há vida, saúde,
lazer etc.
Art. 225 – caput – CF/88
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Não há como falar em sadia qualidade de vida, sem o meio
ambiente equilibrado, pois o grande fundamento axiológico é a dignidade
da pessoa humana, quanto mais um direito fundamental se aproxima da
dignidade da pessoa humana, mais essencial ele se torna.
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PRINCÍPIO 1 – Os seres humanos estão no centro das
preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida
saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
M.S. nº 22.164/SP
Relator Ministro Celso de Mello (30/10/1995)
"O direito à integridade do meio ambiente — típico direito de terceira geração —
constitui prerrogativa jurídica de titularidade coletiva,refletindo, dentro do processo de afirmação
dos direitos humanos, a expressão significativa de um poder atribuído, não ao indivíduo
identificado em sua singularidade, mas, num sentido verdadeiramente mais abrangente, à própria
coletividade social” (...).
ADI 3540/DF
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que
assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206).
Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e
preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de titularidade coletiva e de
caráter transindividual.
2. Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Quem primeiro conceituou este principio foi o relatório “nosso
futuro comum” ou Relatório Brundtland . Relatório da ONU de 1987.
Desenvolvimento sustentável: “desenvolvimento sustentável é
aquele que atende as necessidades das presentes gerações, sem
comprometer as necessidades das gerações futuras”. É o conceito do
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princípio na ordem internacional. Em 1988 o constituinte incorporou o
princípio em nossa CF.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Desenvolvimento sustentável em nosso ordenamento jurídico: é
compatibilizar as atividades econômicas com a proteção ao meio ambiente.
É conjugar o art. 170 com o art. 225 CF. É dizer, nem sempre prevalece o
meio ambiente a CF pede para compatibilizar.
O art. 3° da CF tem como objetivo do Brasil o desenvolvimento, porém não pode
ocorrer em dissonância com o meio ambiente.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
Declaração do Rio/1992
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PRINCÍPIO 4 – Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a
proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de
desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste.
ADI 3540/DF Relator Ministro Celso de Mello
(...) O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais
assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as
exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado,
quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição
inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais
significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de
uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras
gerações (...). A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS
PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE (...).
3. Princípio da Solidariedade Intergeracional e equidade no
acesso aos recursos naturais
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para às presentes e futuras gerações.
É usar os recursos naturais olhando para as gerações futuras, sem
esgotá-los. Trata-se de uma questão ética entre as gerações.
Como diferenciar com o princípio anterior: se aparecer na prova
“presentes e futuras gerações” no âmbito internacional, estará relacionado
ao relatório Brundtland (Brandtlan) é princípio do desenvolvimento
sustentável. Se aparecer “presentes e futuras gerações” vinculado à CF, ou
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seja, no direito interno, é princípio da solidariedade intergeracional,
Declaração do Rio/1992.
PRINCÍPIO 3 – O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de
modo a permitir que sejam atendidas equitativamente às necessidades de
gerações presentes e futuras.
3. Princípio da função socioambiental da propriedade
Constituição Federal
São obrigações negativas, por exemplo, não poluir, não degradar e
positivas, por exemplo, fazer vedação acústica, plantar árvores etc.
No nosso ordenamento jurídico só se legitima a propriedade
quando ela atende a função social e a coletividade. A CF publicizou o
conceito de propriedade.
Ao adquirir uma propriedade desmatada o comprador adquire o
passivo ambiental – obrigação “propter rem”.
Atenção: Não dizer que a função social limita o direito de
propriedade, pois pela CF/88 no conceito de propriedade, a função social é
elemento essencial interno, ou seja, integra o direito de propriedade.
Função é o contrário de autonomia da vontade, significa dever
jurídico, assim pode exercer o direito de propriedade quem cumpre os
deveres inerentes a ela, por exemplo, manter APP, Reserva legal etc.
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Rural: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade
rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado; (é o aspecto econômico)
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente; (é o aspecto ambiental da propriedade)
III – (aspecto social)
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores. (aspecto social)
Em toda propriedade rural é preciso manter a reserva legal; se
houver rio/lago, é preciso ter APP.
Reserva legal:
Amazônia legal: 80% se for floresta, se for cerrado 35% da
propriedade
Campos gerais e demais regiões do país: 20% da propriedade
deve ser reserva legal
Urbana - Art. 182
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (que é obrigatório para as
cidades com mais de 20 mil habitantes).
Cuidado!! O rol previsto no Estatuto das Cidades art. 41 – política
urbana Lei 10257/01- é maior que o da CF.
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Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4o do art.
182 da Constituição Federal; (parcelamento, IPTU progressivo, edificação compulsória)
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo
impacto ambiental de âmbito regional (dois estados) ou nacional (Brasil e outros países). Ainda que tenha
menos de 20 mil habitantes.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 1o No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do
caput, os recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as
medidas de compensação adotadas.
§ 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano
de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.
Art. 1228 - Código Civil
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
REsp 745363 / PR
Ministro Luiz Fux – 20/09/2007.
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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DANOS AMBIENTAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE.
TERRAS RURAIS. RECOMPOSIÇÃO. MATAS.
(...) 2. A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem, por isso que a Lei
8.171/91 vigora para todos os proprietários rurais, ainda que não sejam eles os responsáveis por eventuais
desmatamentos anteriores, máxime porque a referida norma referendou o próprio Código Florestal (Lei
4.771/65) que estabelecia uma limitação administrativa às propriedades rurais, obrigando os seus
proprietários a instituírem áreas de reservas legais, de no mínimo 20% de cada propriedade, em prol do
interesse coletivo.
AgRg no REsp 471864 / SP
Ministro Francisco Falcão
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANOS AMBIENTAIS. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE. TERRAS
RURAIS. RECOMPOSIÇÃO. MATAS. RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DA
SÚMULAS 7/STJ, 283/STF.
III - O adquirente do imóvel tem responsabilidade sobre o desmatamento, mesmo que o dano
ambiental tenha sido provocado pelo antigo proprietário. Precedentes: REsp nº 745.363/PR, Rel. Min. LUIZ
FUX, DJ de 18/10/2007, REsp nº 926.750/MG, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 04/10/2007 e .REsp nº
195274/PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 20.06.2005
5. Princípio da Prevenção
Significa agir antecipadamente. É quando se têm dados, pesquisas
e informações ambientais. O princípio da prevenção trabalha com o risco
conhecido. A adoção deste princípio é justificada pela impossibilidade de
retorno ao “status quo ante” a eliminação de uma espécie da flora e fauna.
Exemplos: poder de policia ambiental, licenciamento ambiental
etc.
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A essência do direito ambiental é preventiva, pois uma vez
configurado o dano, não é possível voltar ao “status quo ante”. Ex. cortar
uma florestal milenar, acidente nuclear etc.
Deve-se atentar que o princípio da prevenção trabalha com o risco
conhecido. Ex. a atividade minerária causa degradação ambiental, todos
sabem disso, vez que já ocorreu diversas vezes.
O poder de policia ambiental segue a mesma lógica do direito
administrativo art. 78 do CTN, é atividade preventiva.
O licenciamento ambiental está na resolução 237 do CONAMA,
porém alguns pontos dela encontram-se revogados. Hoje, muitas regras do
licenciamento ambiental, estão na LC 140/2011. Estudar esta LC!!!!
REsp 625249/PR Min. Luiz Fux (15/08/2006)
2. O sistema jurídico de proteção ao meio ambiente, disciplinado
em normas constitucionais (CF, art. 225, § 3º) e infraconstitucionais (Lei
6.938/81, arts. 2º e 4º), está fundado, entre outros, nos princípios da
prevenção, do poluidor-pagador e da reparação integral.
6. Princípio da Precaução
Trabalha-se com o risco desconhecido. É o perigo em abstrato.
É a incerteza científica, que é a ausência de pesquisas conclusivas. “In dubio
pro ambiente”. Ex1. Organismos geneticamente modificados (alimentos
transgênicos). Não temos pesquisas conclusivas sobre o uso destes
alimentos, no organismo humano ou para a natureza. Ex.2 mudanças
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climáticas (aquecimento global), sabe-se que está ocorrendo, mas não se
tem certeza da dimensão do problema.
A lei de biossegurança 11105/05 – art. 1° trabalha com o princípio
da precaução.
Lei 11.105/05 - OGM
Art. 1. Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o
transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento,a
pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o
descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de
biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal
e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do
meio ambiente.
Na dúvida deve se decidir pelo meio ambiente.
A inversão do ônus da prova: é possível a inversão do ônus da
prova em matéria ambiental, com base no CDC art. 6, VIII, bem como pelo
princípio ambiental da precaução.
O MP, por exemplo, ajuíza uma ACP e pede para que o
empreendedor demonstre que sua atividade não causa prejuízo ao meio
ambiente ou à saúde humana.
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Prognose negativa: pro (antecipação), gnose (conhecimento).
Quando não se tem pesquisas conclusivas, o magistrado usa o princípio da
precaução e faz um exercício de prognose negativa, dizendo não ao pedido.
Declaração do Rio/1992
PRINCÍPIO 15 – De modo a proteger o meio ambiente, o princípio
da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada
como razão para postegar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.
RECURSO ESPECIAL Nº 972.902 – RS
PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DANO AMBIENTAL –
ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS PELO PARQUET – MATÉRIA PREJUDICADA – INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA – ART. 6º, VIII, DA LEI 8.078/1990 C/C O ART. 21 DA LEI 7.347/1985 – PRINCÍPIO DA
PRECAUÇÃO.
1. Fica prejudicada o recurso especial fundado na violação do art. 18 da Lei 7.347/1985
(adiantamento de honorários periciais), em razão de o juízo de 1º grau ter tornado sem efeito a decisão que
determinou a perícia.
2. O ônus probatório não se confunde com o dever de o Ministério Público arcar com os
honorários periciais nas provas por ele requeridas, em ação civil pública. São questões distintas e
juridicamente independentes.
3. Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade
potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do emprendimento, a partir da interpretação do
art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da
Precaução.
7. Princípio da Informação
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É direito do cidadão ser informado de projetos públicos ou
privados, que possam afetar a qualidade ambiental e a saúde humana.
Lei 10650/03 – garante acesso aos bancos públicos do SISNAMA,
contendo dados, pesquisas etc. O EIA/RIMA é um estudo a que se deve dar
publicidade. Contudo, fica resguardado o sigilo industrial, pois a empresa
para desenvolver uma determinada tecnologia gasta milhões e não é justo
que o concorrente tenha acesso a ela de forma gratuita.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a
que se dará publicidade; (Regulamento
Declaração do Rio/92
PRINCÍPIO 10 – A melhor maneira de tratar questões ambientais
é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos
interessados. No nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a
informações relativas ao meio ambiente de que disponham autoridades
públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em
suas comunidades, bem como a oportunidade de participar em processos
de tomada de decisões. Os Estados devem facilitar e estimular a
conscientização e a participação pública, colocando a informação à
disposição de todos. Deve ser propiciado acesso efetivo a mecanismos
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judiciais e administrativos, inclusive no que diz respeito à compensação e
reparação de danos.
9. Princípio da Participação (comunitária)
Pode ocorrer de três formas:
Na esfera administrativa:
a)direito de petição;
b) audiências públicas;
c) participação em Conselhos de meio ambiente. Para efetuar o
licenciamento ambiental no Brasil o ente federado tem de manter conselho
de meio ambiental, com corpo técnico capacitado.
Na esfera legislativa: plebiscito, referendo, iniciativa popular de
projeto de lei. Art. 14 CF.
Na esfera judicial: Ação popular ambiental, MS, MI.
10.Princípio da Educação Ambiental
Art. 225
§ 1º (...)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
Lei 9.795/00 – Política Nacional de Educação Ambiental
Art. 1 Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
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competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não-formal.
11.Princípio do Poluidor Pagador
Tem um aspecto preventivo e um aspecto repressivo ou
reparador. Há uma expressão que identifica este princípio que é a
“internalização das externalidades negativas”.
Internalização é igual a processo produtivo. Ex. madeira passa por
um processo produtivo para virar cadeira.
Externalidade: é tudo que está fora do processo produtivo, não
tem valor econômico. Ex. CO2.
Exemplo: um laticínio não pode jogar os efluentes no rio, pois o
empresário estaria internalizando os lucros e socializando os prejuízos.
Então, o empresário deve tratar os efluentes e depois jogá-los no rio. É claro
que o produto vai ficar mais claro.
Aspecto preventivo: o empreendedor precisa adotar medidas
preventivas, para não gerar danos ao meio ambiente.
Aspecto reparador: o empreendedor deve reparar os danos
causados ao meio ambiente, por sua atividade, pois a responsabilidade civil
é objetiva, conforme art. 4°, VII, da Lei 6938/81. Não interessa se a
atividade é licita ou se tem licenciamento ambiental.
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Lei n°. 6. 938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente)
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição
pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Declaração do Rio/1992
PRINCÍPIO 16 – Tendo em vista que o poluidor deve, em
princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades
nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais
e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse
público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais.
12.Princípio do Usuário Pagador
O principio do usuário pagador visa quantificar em dinheiro o uso
dos recursos naturais. Evitar o custo zero, vez que gera a hiperexploração e
com isso a escassez. Ex. água que é um bem dotado de valor econômico. Art.
19, I, Lei 9433/97 – política nacional dos recursos hídricos.
Lei n°. 6. 938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente)
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
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13.Princípio da Ubiqüidade e Princípio da variável ambiental
no processo decisório das políticas de desenvolvimento
Declaração do Rio/1992
PRINCÍPIO 17 – A avaliação do impacto ambiental, como
instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades planejadas
que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente,
e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.
14.Princípio do Controle do Poluidor Pelo Poder Público
Constituição Federal (CF)
Art. 225.
§ 1° (...)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
15.Princípio da Cooperação
Declaração do Rio/1992
PRINCÍPIO 2 - Os Estados, de conformidade com a Carta das
Nações Unidas e com os princípios de Direito Internacional, têm o direito
soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias
políticas de meio ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade de
assegurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem danos
ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da
jurisdição nacional.
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PRINCÍPIO 7 - Os Estados deverão cooperar com o espírito de
solidariedade mundial para conservar, proteger e restabelecer a saúde e a
integridade do ecossistema da Terra. Tendo em vista que tenham contribuí
do notadamente para a degradação do ambiente mundial, os Estados têm
responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Lei n°. 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais)
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o
Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro
país, sem qualquer ônus, quando solicitado para (...).
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE
Classificação do meio ambiente:
a)Meio ambiental natural art. 225 CF
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
(Regulamento) (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
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permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
(Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade. (Regulamento)
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Memorizar os cinco biomas: Floresta Amazônica, a Mata
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense a Zona Costeira.
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A expressão patrimônio nacional não significa dizer que são
patrimônio da União. Deve ser entendido no sentido da relevância
desses biomas.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Existe um conceito legal de meio ambiente – art. 3°, I, da lei
6938/81 O artigo reúne dois elementos: bióticos (fauna, flora) e abióticos
que é aquele que não tem vida (água, ar, atmosfera etc). É artigo de
altíssima incidência em prova.
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
b) Meio ambiente cultural art. 215 e 216 CF
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes
da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras,
e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
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I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 48, de 2005)
II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de
2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio
cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
formas de acautelamento e preservação.
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§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas
dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à
cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
O patrimônio cultural brasileiro é formado pelos bens de origem
material (corpóreo, físico, palpável, móveis e imóveis) e imaterial
(incorpóreo) é a forma de fazer, por exemplo, acarajé, queijo minas, samba
de roda do recôncavo baiano, danças. São os modos de fazer, criar e viver.
Formas de proteção:
- tombamento: Decreto lei 25/37
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- registro: forma de proteger o patrimônio cultural imaterial. Ex.
muqueca capixaba, Sírio de Nazaré etc.
- inventário: Ex. inventariar as obras sacras de uma igreja, pode-se
inventariar bens materiais e imateriais.
- vigilância: fiscalização. Ex. fiscalização de imóvel tombado.
- desapropriação:
- outras formas de acautelamento e preservação:
Como se protege os bens imateriais? Não é por tombamento é por
registro.
c) Meio ambiente artificial art. 182 CF
É o meio ambiente construído, temos espaços abertos (ruas,
praças, parques) e espaços fechados (museus, teatros, escolas). Nos espaços
fechados a uma intervenção antrópica (do homem).
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com
mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro.
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§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
d) Meio ambiente do trabalho art. 200, VIII, CF
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e
tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho. Ex. condições ergonômicas, gases a que o empregado é submetido etc.
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A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
O pronome indefinido “todos” inclui os brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil. Pode-se estender o conceito e incluir as futuras
gerações.
Quando ocorre um dano ambiental, a ação para reparação dos
danos é imprescritível, justamente para preservar as gerações futuras.
Agora, temos a seguinte discussão: como nas provas de
magistraturas tem humanística, está sendo incluida a questão da ética
ambiental, tratando dos seguintes temas:
- antropocentrismo:coloca no centro de todas as relações
jurídicas o homem. Os gregos diziam que o homem era a medida de todas as
coisas. Toda a proteção jurídica é para o homem, no antropocentrismo não
se reconhece valor intrínseco a outros seres vivos. Só se preocupa com a
fauna e a flora em função do homem e não por si só. O art. 225 da CF é
antropocêntrico.
- biocentrismo: Tem ganhado força a concepção do biocentrismo,
que coloca os seres vivos no centro das relações jurídicas. Aqui se
reconhece valor intrínseco aos outros seres vivos, ou seja, haverá tutela dos
outros seres vivos independentemente do homem ter interesse por eles.
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Em nosso ordenamento há alguns manifestações de biocentrismo.
Ex. 225, VII, CF.
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade. (Regulamento
Ex. farra do boi, brigas de galo etc.
O art. 3, I, da Lei 6938/81 é biocêntrico. Conceito jurídico de meio
ambiente.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS:
- Competência administrativa/material: art. 23 CF – competência
comum entre União, DF, estados e municípios. Em matéria ambiental é o
poder de polícia, fiscalização, licenciamento ambiental. Todos os entes da
federação podem proteger o meio ambiente, combater a poluição etc.
Estudar os incisos I, IV, VI, VII, XI do art. 23 CFF
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
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VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 53, de 2006)
Atenção: a primeira lei foi editada LC 140/11, regulamenta o
inciso III, VI e VII
- Competência legislativa/legiferante: art. 24 CF – competência
concorrente entre União, Estados, e DF. Os municípios não aparecem no art.
24, porém o art. 30, II, CF, lhe concede tal prerrogativa, pode suplementar a
legislação federal e estadual, no que couber.
- Competência legislativa plena. Art. 24, parágrafo único, CF.
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.
SISNAMA
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Sisnama: Efetivar a política nacional do meio ambiente e a
proteção ao meio ambiente – art. 6°, Lei 6938/81
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente
da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de
sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República,
com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº
8.028, de 1990)
IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de
1990)
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução
de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição,
elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente,
observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
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§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais,
também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo
deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por
pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar
uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei nº
7.804, de 1989)
Órgão superior: Conselho de Governo é o órgão de
assessoramento da presidência da república nas questões ambientais, é
composto pelos ministros de estado.
Órgão consultivo e deliberativo: CONAMA – Ele tem duas funções,
é órgão consultivo do conselho de governo e no aspecto deliberativo ele
estabelece normas e padrões compatíveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado. E o faz através de suas resoluções, que é ato
administrativo típico dos conselhos. Duas são fundamentais 1/86
(EIA/RIMA) e 237/97. As resoluções 302, 303 e 369 estudar para a prova
da BA.
Competências CONAMA ART. 8°:
Órgão central: Ministério do meio ambiente. Na legislação
aparece como órgão central a Secretaria de Meio ambiente da presidência
da república. Ocorre que a secretaria foi extinta em 1992 e surgiu o
Ministério do Meio ambiente. Tomar cuidado, pois pode cair a literalidade
da lei.
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Órgão executor: IBAMA – autarquia federal. Exerce o poder de
polícia ambiental, faz o licenciamento ambiental de grandes obras. A lei
6938/81 art.8, I, aparece IBAMA. No edital da BA consta o decreto
99274/90, que regulamenta a Lei 6938/81 e lá aparece como órgão
executor o IBAMA e o ICMBIO, que também é uma autarquia federal.
Órgão seccional: órgão ambiental estadual
Órgão local: órgão ambiental municipal
JURISPRUDÊNCIAS:
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
ADI 3.540- Rel. Min. Celso de Mello (2005)
Espaços territoriais especialmente protegidos (CF, art. 225, § 1º, III) — Alteração e
supressão do regime jurídico a eles pertinente — Medidas sujeitas ao princípio constitucional da
reserva de lei — Supressão de vegetação em área de preservação permanente — Possibilidade de a
Administração Pública, cumpridas as exigências legais, autorizar, licenciar ou permitir obras e/ou
atividades nos espaços territoriais protegidos, desde que respeitada, quanto a estes, a integridade
dos atributos justificadores do regime de proteção especial — Relações entre economia (CF, art. 3º,
II, c/c o art. 170, VI) e ecologia (CF, art. 225).
BRIGAS DE GALO
ADI 3.776 – Rel. Min. Cezar Peluso (14.6.2007)
"Lei n. 7.380/98, do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das
raças combatentes. ‘Rinhas’ ou ‘Brigas de galo’. Regulamentação. Inadmissibilidade. Meio
Ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa ao art. 225, § 1º, VII, da CF. Ação julgada
procedente. Precedentes. É inconstitucional a lei estadual que autorize e regulamente, sob título de
práticas ou atividades esportivas com aves de raças ditas combatentes, as chamadas ‘rinhas’ ou
‘brigas de galo’."
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FARRA DO BOI
RE 153.531 – Min. Marco Aurélio – DJ de 13.3.98
“A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais,
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma
do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter os
animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucionaldenominado ‘farra do
boi’".
CRUELDADE CONTRA ANIMAIS
REsp 1115916
01/09/2009
3. A meta principal e prioritária dos centros de controles de zoonose éerradicar as
doenças que podem ser transmitidas de animais a seres humanos, tais quais a raiva e a
leishmaniose. Por esse motivo, medidas de controle da reprodução dos animais, seja por meio da
injeção de hormônios ou de esterilização, devem ser prioritárias, até porque, nos termos do 8º
Informe Técnico da Organização Mundial de Saúde, sãomais eficazes no domínio de zoonoses.
4. Em situações extremas, nas quais a medida se torne imprescindível para o resguardo
da saúde humana, o extermínio dos animais deve ser permitido. No entanto, nesses casos, é defeso a
utilização de métodos cruéis, sob pena de violação do art. 225 da CF, do art. 3º da Declaração
Universal dos Direitos dos Animais, dos arts. 1º e 3º, I e VI do Decreto Federal n. 24.645 e do art. 32
da Lei n. 9.605/1998.
5. Não se pode aceitar que com base na discricionariedade o administrador realize
práticas ilícitas. É possível até haver liberdade na escolha dos métodos a serem utilizados, caso
existam meios que se equivalham dentre os menos cruéis, o que não há é a possibilidade do
exercício do dever discricionário que implique em violação à finalidade legal.
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6. In casu, a utilização de gás asfixiante no centro de controle de zoonose é medida de
extrema crueldade, que implica em violação do sistema normativo de proteção dos animais, não
podendo ser justificada como exercício do dever discricionário do administrador público.
PATRIMÔNIO NACIONAL
RE 134.297 –Min. Celso de Mello, julgamento em 13-6-95, DJ de 22-9-95
O preceito consubstanciado no art. 225, par. 4°, da Carta da República, além de não
haver convertido em bens públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas
nele referidas (Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica brasileira), também não impede
a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos naturais existentes naquelas áreas que
estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as prescrições legais e respeitadas as
condições necessárias a preservação ambiental.
RE 300.244, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 20-11-01.
"Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que alude o artigo 225,
§4º, da Constituição Federal, bem da União”.
EPIA/RIMA
ADI 1.505 Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-04
Lei n. 1.315/2004, do Estado de Rondônia, que exige autorização prévia da Assembléia
Legislativa para o licenciamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas
efetivas e potencialmente poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental. Condicionar a aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização
da Assembléia Legislativa implica indevida interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder
Executivo, não autorizada pelo art. 2º da Constituição.
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ADI 1086 / SC - Min. ILMAR GALVÃO – Julgamento: 10/08/2001
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 182, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO
DO ESTADO DE SANTA CATARINA. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL. CONTRARIEDADE AO
ARTIGO 225, § 1º, IV, DA CARTA DA REPÚBLICA. A norma impugnada, ao dispensar a elaboração
de estudo prévio de impacto ambiental no caso de áreas de florestamento ou reflorestamento para
fins empresariais, cria exceção incompatível com o disposto no mencionado inciso IV do § 1º do
artigo 225 da Constituição Federal. Ação julgada procedente, para declarar a
inconstitucionalidade do dispositivo constitucional catarinense sob enfoque.
EPIA/RIMA E OGM`s
REsp 592682/RS – Min. Denise Arruda – 06/12/2005
9. Os estudos de impacto ambiental, conquanto previstos na CF/88, são exigidos, na
forma da lei, nos casos de significativa degradação ambiental. No sistema normativo
infraconstitucional, o EIA e o RIMA não constituem documentos obrigatórios para realização de
experimentos com OGMs e derivados, salvo quando, sob o ponto de vista técnico do órgão federal
responsável (CTNBio), forem necessários.
Responsabilidade Civil Objetiva
REsp 745363/PR – Min. Luiz Fux – 20.09.2007
1. A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva, ante a ratio essendi da Lei
6.938/81, que em seu art. 14, § 1º, determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar
os danos ao meio-ambiente e, quanto ao terceiro, preceitua que a obrigação persiste, mesmo sem
culpa (...).
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REsp 884150/MT 19-06-1998 Min. Luiz Fux
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EDIFICAÇÃO DE CASA DE VERANEIO. AUTORIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO FACULTATIVO.
1. A ação civil pública ou coletiva por danos ambientais pode ser proposta contra
poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV, da Lei 6.898/91), co-
obrigados solidariamente à indenização, mediante a formação litisconsórcio facultativo, por isso
que a sua ausência não tem o condão de acarretar a nulidade do processo.
REsp 625249/PR Min. Luiz Fux (15/08/2006)
3. Deveras, decorrem para os destinatários (Estado e comunidade), deveres e
obrigações de variada natureza, comportando prestações pessoais, positivas e negativas (fazer e
não fazer), bem como de pagar quantia (indenização dos danos insuscetíveis de recomposição in
natura), prestações essas que não se excluem, mas, pelo contrário, se cumulam, se for o caso.
Responsabilidade Civil Objetiva
REsp 745363/PR – Min. Luiz Fux – 20.09.2007
1. A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva, ante a ratio essendi da Lei
6.938/81, que em seu art. 14, § 1º, determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar
os danos ao meio-ambiente e, quanto ao terceiro, preceitua que a obrigação persiste, mesmo sem
culpa (...).
Responsabilidade do Estado por Dano Ambiental
REsp 1056540 / GO
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DJe 14/09/2009
PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DANOAMBIENTAL –
CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICA – RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA – ARTS. 3º, INC.
IV, E
14, § 1º, DA LEI 6.398/1981 – IRRETROATIVIDADE DA LEI – PREQUESTIONAMENTO
AUSENTE: SÚMULA 282/STF – PRESCRIÇÃO – DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO: SÚMULA
284/STF – INADMISSIBILIDADE.
1. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não exige a
comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexode causalidade.
2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a
responsabilidade de adquirente de imóvel já danificado porque, independentemente de ter sido ele
ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo proprietário a
responsabilidade pelos danos.
Precedentes do STJ.
3. A solidariedade nessa hipótese decorre da dicção dos arts. 3º, inc. IV, e 14, § 1º, da
Lei 6.398/1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente).
4. Se possível identificar o real causador do desastre ambiental, a ele cabe a
responsabilidade de reparar o dano, ainda que solidariamente com o atual proprietário do imóvel
danificado.
5. Comprovado que a empresa Furnas foi responsável pelo ato lesivo ao meio ambiente
a ela cabe a reparação, apesar de o imóvel já ser de propriedade de outra pessoa jurídica.
6. É inadmissível discutir em recurso especial questão não decidida pelo Tribunal de
origem, pela ausência de prequestionamento.
7. É deficiente a fundamentação do especial que não demonstra contrariedade ou
negativa de vigência a tratado ou lei federal.
8. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.
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REsp 650728 / SC
(...)
13. Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental,equiparam-se
quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam,
quem financia para que façam, e quem se beneficia quando outros fazem.
14. Constatado o nexo causal entre a ação e a omissão das recorrentes com o dano
ambiental em questão, surge, objetivamente, o dever de promover a recuperação da área afetada e
indenizar eventuais danos remanescentes, na forma do art. 14, § 1°, da Lei 6.938/81.
REsp 442586/SP – Ministro Luiz Fux – Publicado em 24/02/2003
3. O poluidor, por seu turno, com base na mesma legislação, art. 14 - "sem obstar a
aplicação das penalidades administrativas" é obrigado, "independentemente da existência de
culpa", a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, "afetados por sua
atividade".
4. Depreende-se do texto legal a sua responsabilidade pelo risco integral, por isso que
em demanda infensa a administração, poderá, inter partes, discutir a culpa e o regresso pelo
evento.
REsp 997538 / RN
DIREITO AMBIENTAL. RECURSOS ESPECIAIS. PROJETOS DE
CARCINICULTURA EM MANGUEZAL. DANO AO MEIO AMBIENTE.
RECUPERAÇÃO DA ÁREA.
1. O ente público, que concedeu licença para a exploração de atividade econômica em
zona ambiental, sem as exigências legais, responde solidariamente com o infrator pelos danos
produzidos.
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2. Existência de dano ambiental comprovada. Obrigação de recomposição da área.
3. Inexistência de afronta ao devido processo legal.
4. Área de manguezal, considerada de proteção ambiental. Instalação, em seu meio, de
atividades que, comprovadamente, afetam a estrutura tradicional da natureza.
5. Recursos especiais conhecidos e não-providos. Responsabilidade Penal da Pessoa
Jurídica
REsp 889528/SC – Min. Felix Fischer – 17/04/2007
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE.
DENÚNCIA REJEITADA PELO E. TRIBUNAL A QUO. SISTEMA OU TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO.
Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que
haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu
benefício, uma vez que "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da
atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" cf. Resp nº 564960/SC, 5ª
Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJ de 13/06/2005 (Precedentes).