ambiental 05 aulas - 58 p+íginas

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Sumrio1. Consideraes Iniciais22. Linha Cronolgica da Regulamentao e Discusso do Direito Ambiental33. Conceito de Meio Ambiente44. Natureza Jurdica de Meio Ambiente65. Princpios em Matria Ambiental85.1. Preveno e Precauo:8

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Consideraes IniciaisE-mail do professor Andr Queiroz: [email protected] Bibliografia: Paulo Afonso de Leme Machado, Editora Malheiros - para rea federal (livro mais completo, que aborda controvrsias); Paulo de Bessa Antunes, Editora Atlas - para a rea estadual, prioritariamente, e para Banca CESPE; Frederico Amado, Editora Mtodo - para concursos de forma geral.Pontos que sero abordados nas aulas de Direito Ambiental: Conceito Jurdico e Natureza Jurdica Princpios Controle Competncia Responsabilidade Licenciamento AmbientalLegislao sobre matria ambiental que deve ser observada: Artigo 225, CRFB; Lei n 6.938/81 (Poltica Nacional do Meio Ambiente), que o marco inicial legislativo sobre matria ambiental; * Lei n 12.651/12 (Novo Cdigo Florestal), que sobreps a Lei n 4.717/65; Lei n 9.985/00 (Sistema Nacional das Unidades de Conservao - SNUC); Lei n 9.605/98 (Crimes Ambientais e Responsabilidade Administrativa); Lei n 9.433/97 (Poltica Nacional dos Recursos Hdricos); Lei n 11.105/05 (Organismos Geneticamente Modificados); Resoluo CONAMA n 1/96 (Estudos de Impacto Ambiental); Resoluo CONAMA n 237/97 (Licenciamento Ambiental); * LC n 140/11 (Normas de Cooperao entre os Entes); * Lei n 12.305/10 (Resduos Slidos).Observao: Princpio do Protetor-Recebedor - Lei n 12.305/10 (Resduos Slidos): (i) Gerenciamento Inverso (aquele que produz determinado produto responsvel pela volta/coleta. Por exemplo, pilhas e leos);e (i) ResponsabilidadeCompartilhada/Individualizada (cada qual na cadeia tem a sua responsabilidade. Por exemplo, quem fabrica a pilha tem a responsabilidade de disponibilizar recipientes adequados para coleta; quem usa a pilha tem responsabilidade de descarta-la no recipiente;

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.quem coletar a pilha, que poder ser a Comlurb por convnio, tem responsabilidade de coletar e armazenar adequadamente; e cada um desses tem sua responsabilidade encerrada em cada ato que a si delimitado).Legenda: leituras das legislaes mais importantes para a prova marcadas com (*).2. Linha Cronolgica da Regulamentao e Discusso do Direito AmbientalAntes do ano de 1972, pr Protocolo de Estocolmo, poca em que ainda no havia o marco inicial legislativo sobre matria ambiental, isto , a Lei n 6.938/81 entendia-se o meio ambiente como uma fonte de riquezas, pois se tratava de uma viso antropocntrica, onde tudo que est ao redor dos homens, que esto no centro do Universo e tudo em volta para servi-los. Nesse contexto, a nica preocupao do homem deve ser regulamentar a explorao das riquezas.Em 1972, com o Protocolo da Estocolmo, veio a ideia biocntrica, quebrando-se o paradigma, na qual o homem j no est mais no centro do Universo. O meio ambiente, ento, no s mais uma fonte de riquezas, mas um direito subjetivo de todos de que ele seja preservado para que se possa ter uma existncia digna. Proteger o meio ambiente proteger aos homens. Vrios pases foram signatrios desse Protocolo, inclusive o Brasil, no entanto, com ressalvas, porque o Brasil sabia que iria utilizar o meio ambiente com finalidades econmicas, pois era um pas em desenvolvimento (diversamente da maioria dos outros pases signatrios), que precisava das fontes naturais como forma de se desenvolver economicamente. Isto , o Brasil resguardou-se ao direito de explorar economicamente o meio ambiente. Depois de 9 (nove) anos o Protocolo de Estocolmo foi internalizado no Brasil, dando origem a Lei n 6.938/81.No ano de 1981, com a Lei n 6.938/81 (Poltica Nacional do Meio Ambiente), que o marco inicial legislativo sobre matria ambiental no Brasil, que adota a ideia biocntrica, majoritariamente, criou-se instrumentos objetivos e os princpios em matria ambiental.Em 1988, veio a Constituio Federal com um captulo inteiro que trata da matria ambiental.Em 1992, a ECO92, com o advento da globalizao, e focando na questo do efeito estufa e camada de oznio, a ideia que se trouxe foi a de que o mundo precisava tomar decises globalizadas, unindo-se para resolver os problemas de matria ambiental.Em 2012, na RIO+20, chegou-se concluso que nos 20 (vinte) anos passados desde a ECO92, a camada de oznio aumentou em 3%, ou seja, praticamente estagnou, bem como o efeito estufa. Passando a preocupao para o aquecimento global. A ideia, agora, de que adotar medidas globalizadas no funciona, mas sim adotar medidas localizadas (cada povo, os municpios devem adotar as suas medidas).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Observao: A bomba-relgio do mundo estaria na Dinamarca, pois onde existe a maior concentrao de gs metano, que est preso no subsolo por uma espessa camada de gelo. Ningum sabe quais as consequncias desse impacto no meio ambiente.3. Conceito de Meio AmbienteMeio Ambiente um conjunto de relaes (qumicas, biolgicas, psquicas, jurdicas etc) entre o ser humano e aquilo que o cerca. O Direito Ambiental estuda o meio ambiente.O conceito jurdico de meio ambiente para a CRFB, artigo 225, caput bem de uso comum do povo" (= a bem de relevante interesse pblico; patrimnio pblico)Observe-se, de acordo com o artigo 99, do Cdigo Civil:Caractersticas do bem pblico de uso comum: o uso incondicionado, o acesso irrestrito e no pode haver cobrana pelo seu uso. Exemplos: rua, praa, praia etc.Caractersticas do bem de uso especial: o uso condicionado, o acesso restrito e pode haver cobrana pelo seu uso. Exemplos: Frum, museu etc.Caractersticas do bem dominical: so bens desafetados, que no tm destinao pblica.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes.Art. 99. So bens pblicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praas;II - os de uso especial, tais como edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento da administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;III - os dominicais, que constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.Pargrafo nico. No dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.ATENO! NO CONFUNDA! O MEIO AMBIENTE NO BEM PBLICO.Meio ambiente bem de uso comum do povo.Toda rea especialmente protegida, de relevncia para o meio ambiente, no um bem pblico, mas um bem de uso comum do povo. O que significa dizer que

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Exemploi: na casa de qualquer um pode ter um rio. Esse rio, a sua rea meio ambiente, tem que ser preservado, especialmente protegido, mas no bem pblico e sim privado, do dono da rea, portanto, com acesso restrito.Exemplo2: praia particular? No existe. Toda praia pblica, bem pblico da Unio. Mas h alguns 'ajustes' que so feitos. Pense no Roberto Marinho que morava em uma casa em Angra dos Reis, que estava no meio de um lugar onde de um lado existe o oceano e uma vegetao de restinga e do outro uma praia. A rea da praia bem pblico, podendo qualquer um parar um 'saveiro' no oceano e ir nadando para a praia e l ficar. J a rea de restinga de preservao permanente. E a rea da casa bem privado, onde no se pode entrar. Agora, se nessa parte do oceano, cria-se um viveiro de ostras e mexilhes, utilizando uma determinada tcnica, pode-se habilitar a rea como unidade de conservao e, a, ningum pode adentrar. No caso do Roberto Marinho, essa manobra acabou por impedir o acesso de pessoas rea que bem pblico. Luciano Huck tambm utilizou-se disso e tem uma casa, em terreno privado de um condomnio e a parte que era pblica, a praia, acabou por se transformar em uma unidade de conservao.Exemplo3: rea que abrange parte da Mata Atlntica. O terreno privado, podendo- se restringir seu acesso, inclusive, utilizando-se do desforo imediato. Entretanto, no pode desmatar parte da Mata e construir um campo de futebol, por exemplo. Pois apesar de no ser um bem pblico um bem de relevante interesse pblico/rea especialmente protegida.Tem-se que:Toda rea especialmente protegida, relevante para o meio ambiente, no bem pblico, mas bem de uso comum do povo, de relevante interesse pblico.E se assim , permite interveno do Estado na propriedade privada (supremacia do interesse pblico sobre o privado).Sendo duas as espcies de interveno do Estado:(i) de forma drstica - perda da propriedade (na forma de desapropriao);(ii) de forma branda - restrio ao uso da propriedade, sem a perda da propriedade (atravs do tombamento, servido administrativa, limitao administrativa, ocupao temporria e requisio).Exemplo: Jericoacoara/CE - unidade de conservao por desapropriao indenizada - l existe a Estao Ecolgica do Cavalo Marinho, que era uma rea que comportava apenas restries ao uso, onde existiam propriedades privadas e, ainda, stios ecolgicos do cavalo- marinho. Quando este comeou a correr risco de extino, o Estado tomou a rea, desapropriando, e transformou na Estao Ecolgica.> (CESPE) Meio ambiente bem pblico? Errado. Mas um patrimnio pblico? Certo.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Veja-se, ainda, quanto ao tombamento, como sendo este forma branda de interveno do Estado na propriedade privada.Nos termos do artigo 225, CRFB: "O meio ambiente: essencial sadia qualidade devida".Segundo Vladimir Passos, tudo que essencial sadia qualidade de vida meio ambiente. Ento, tem-se os seguintes meio ambientes:a) Natural: tudo que foi criado por 'Deus', no pelo homem (Ex.: rio, lagoas, fauna, flora, ecossistemas etc).b) Artificial: tudo que criado pelo homem (Ex.: parques, aterros, orla de Copacabana).c) Intelectual: descobertas cientficas (Ex.: frmula da Penicilina).d) Trabalho: local que a pessoa trabalha (Ex.: salubridade, periculosidade etc).e) Histrico (principal): s tem qualidade de vida o povo que tem memria. E a memria preservada atravs do tombamento. (Ex.: stios arqueolgicos, arqueologia, turismo, Pelourinho etc).Assim, o tombamento serve para preservar o meio ambiente, no s o patrimnio natural e artificial, mas tambm o patrimnio histrico. O tombamento uma interveno branda.Exemplos de tombamento: no Caneco, casa de shows no Rio de Janeiro, no a sua fachada que tombada, mas a atividade, isto , somente pode ser usado para atividades culturais; no Pelourinho, vrias fachadas so tombadas, mas por dentro das lojas tudo reformado.Observao: O fundamento de toda a exposio acima o artigo 225, CRFB.4. Natureza Jurdica de Meio AmbienteA Constituio Federal diz que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de usocomum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes.O ramo do Direito Ambiental oblquo, pois envolve tanto a relao entre particulares, como entre particulares e Estado. Da mesma forma, no pertence to somente ao Direito Interno ou Internacional. Isto porque, trata-se de DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS (majoritariamente), isto , um direito que cada um tem, mas que transcende a sua esfera individual.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Exemplo: um particular no tem legitimidade para ao judicial, numa demanda individual, pleiteando a proteo do meio ambiente.Os direitos transindividuais so aqueles que pertencem a todos e a ningum, o mesmo tempo.> (MP - Examinador Humberto Dalla) Uma empresa causa um dano ambiental num rio, que corre da comarca A para a B, despejando seus dejetos no mesmo. O Ministrio Pblico entra com uma Ao Civil Pblica na comarca A e um cidado entra com uma Ao Popular na comarca B. Qual o foro prevalente? Demandas juntas ou separadas? (a questo ser respondida mais frente).DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS - DIFUSO COLETIVO INDIVIDUAL HOMOGNEOa) Direito Difuso: titulares: pessoas indeterminadas ou indeterminveis; objeto: indivisvel (no se pode definir a parcela; todos tm o mesmo direito e entre as pessoas no h nenhuma relao jurdica, apenas ftica); relao: ftica.Sendo assim, a natureza jurdica do meio ambiente de DIREITO DIFUSO de NATUREZA TRANSINDIVIDUAL.A preservao desse direito, meio ambiente, deve ser realizada por aes coletivas lato sensu: Ao Civil Pblica e Ao Popular.b) Direito Coletivo: os titulares so indeterminados, porm determinveis; o objeto indivisvel, mas pode-se dividir a mesma parcela do direito para cada um; e a relao jurdica. Exemplo: recall das empresas.c) Direito Individual homogneo: os titulares so determinados; o objeto divisvel; e a relao jurdica.> (AGU) Uma empresa poluiu um rio, causando prejuzo aos pescadores. Os pescadores, atravs da sua associao, entram com uma ACP pedindo ressarcimento pelos prejuzos causados. Certo ou Errado?R: Errado. Porque podem ajuizar ACP ou AP para proteger os direitos difusos. Para serem ressarcidos dos prejuzos (dano emergente/lucros cessantes) os pescadores devem ajuizar Ao Ordinria.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.5. Princpios em Matria Ambiental5.1. Preveno e Precauo:Se o meio ambiente um bem indisponvel, um direito difuso, que pertence a todos e o dano ambiental pode ser irreversvel. Frise-se a possibilidade de dano irreversvel, caso em que sempre melhor prevenir do que remediar.Tem-se que:Ideia principal dos princpios da preveno e precauo? Evitar o dano. Como se evita o dano? Exigindo estudos ambientais e licenciamento ambiental. Para que tipo de atividades? Para as atividades potencialmente poluidoras e as poluidoras. Para quem se exige estudos e licenciamento? Para empreendimentos de significativo impacto ambiental.Assim, evita-se o dano com a exigncia de licenciamento e estudo ambiental para as atividades potencialmente poluidoras de significativo impacto ambiental.Exemplo: fbrica de tinta, madeireiras, indstria txtil.> (BNDES) O princpio da preveno aquele que visa evitar o dano ambiental e para evitar exige licenciamento ambiental para toda atividade potencialmente poluidora?Direito Ambiental

R: Errado. Se fosse exigido licenciamento ambiental para toda atividade potencialmente poluidora, algumas empresas sequer poderiam abrir/existir, pelo custo, especialmente. A aplicao do licenciamento serve queles empreendimentos de significativo impacto ambiental.1www.cursoenfase.com.br

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Sumrio1. Princpios em Matria Ambiental21.1 Princpio da Preveno e da Precauo21.2 Princpio do Usurio-Pagador, do Poluidor-Pagador e do Protetor-Recebedor... 31.3 Princpio do Limite, Princpio do Equilbrio e Princpio da Solidariedade51.4 Princpio Democrtico61.5 Princpio da Seletividade61.6 Princpio da Obrigatoriedade de Interveno61.7 Princpio da Informao61.8 Princpio da Funo Socioambiental da Propriedade72. Controle das Atividades Potencialmente Poluidoras pelo Estado102.1 Poder Executivo102.2 Poder Legislativo12

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Princpios em Matria Ambiental*continuao da aula 01.1.1 Princpio da Preveno e da PrecauoEm comum esses princpios tem:Ambos devem ser observados pr-dano.-> Evitar o dano- pelo licenciamento- pelos estudos ambientaispara atividades poluidoras

de significativo impacto ambientalO STJ une os dois princpios, referindo-se a eles como PRINCPIO DA CAUTELA.As diferenas entre os princpios so: Na preveno, lida-se com um juzo de certeza. quando surge a figura do licenciamento ambiental. Assim, sempre que se fala nele, est se falando no princpio da preveno, porque trata-se de a empresa adotar tecnologias para evitar o dano, j sabendo qual a amplitude do dano e as consequncias que a atividade pode gerar, no h dvida. Na preveno, se est lidando com impactos ambientais que sero gerados nas relaes presentes (so impactos ambientais conhecidos). Na precauo, lida-se com dvida.A dvida constante do princpio da precauo sanada por meio de tecnologia e estudos (exemplo: pr-sal). Mas quando a dvida permanecer, no se falar em licenciamento, mas em proibio da atividade (exemplo: manipulao de clulas-tronco; clonagem). Ao mesmo tempo em que o Estado probe, estimula os estudos. Na precauo, lida-se com impactos ambientais que sero gerados nas relaes futuras (so impactos ambientais conhecidos).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1.2 Princpio do Usurio-Pagador, do Poluidor-Pagador e do Protetor-RecebedorEsses trs princpios devem ser estudados em conjunto.> O que a internalizao das externalidades?R: Dependendo da sociedade empresria que desempenha uma atividade potencialmente poluidora, muitas vezes, como decorrncia do prprio empreendimento, ela acaba por causar impactos ambientais (existem atividades que so arriscadas por natureza como a de uma montadora de veculos, posto de combustveis).Esse impacto natural ao meio ambiente, essa degradao ambiental decorrente da prpria atividade chama-se EXTERNALIDADE.Veja-se que a empresa causa essa externalidade e, mesmo assim, tem o lucro pela atividade que desempenha.Exemplo: Uma carvoaria vende carvo, degrada o meio ambiente e ainda lucra comisso.Por conta disso, toda a externalidade deve ser compensada pela empresa. Deve carregar o nus e o bnus.Assim, os princpios do usurio-pagador, o do poluidor-pagador e o do protetor- recebedor tm decorrncia econmica (segundo Paulo de Bessa Antunes).No entanto, entre os princpios h especificidades:(i) Princpio do poluidor-pagador: sempre que houver um dano ambiental (ainda que seja caso fortuito ou fora maior, pois o que deve ser entendido que o que causou o dano foi desenvolvimento daquele empreendimento).Exemplo: em Santa Catarina havia uma fbrica de tintas, que armazenava solventes. Um dia choveu granizo e ventou muito. O granizo destruiu o teto da fbrica e o junto com o vento levou o solvente ao lenol fretico: dano ambiental. A empresa alegou que no era responsvel por recompor o meio ambiente, pois diante de caso fortuito ou fora maior. O STJ decidiu diversamente tese da mesma, tendo em vista que o dano no foi causado pela chuva ou vento, mas pelo armazenamento de solvente - Teoria do Risco. Internaliza-se, assim, a externalidade. Visto que, armazenar solventes gera um impacto no ambiente e isso deve ser suportado pela empresa que desenvolve a atividade.(ii) Princpio do usurio-pagador: se h a utilizao de recursos ambientais na atividade produtiva de uma empresa, tambm h que se pagar por isso. Ento, um princpio que tambm internaliza o dano.Exemplo: empresa de celulose que trazia sementes importadas da China. Desenvolveu uma tecnologia para plantar e fazer crescer melhor o eucalipto, plantava nas

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.suas fazendas e replantava. Ou seja, todo o custo da produo era dessa empresa. Mesmo assim, o STF determinou que a empresa desenvolvesse/subvencionasse pesquisas do governo, pelo princpio do usurio-pagador. Pois, aps o crescimento do eucalipto, esse passa a ser de todos, direito difuso.Observao: os princpios da preveno e precauo so pr-dano. E o princpio do poluidor-pagador ps-dano, exige que haja o dano ambiental. J o do usurio-pagador, embora tambm parea de aplicabilidade ps-dano, aplica-se para evitar o dano.(iii) Princpio do protetor-recebedor: a empresa que fabrica determinados produtos no responsvel to somente por no poluir na sua fabricao e coloca-lo no mercado, mas tambm por proteg-lo para a sua recolocao.Tal princpio consta da Lei n 12.305/10, que trata dos resduos slidos.Exemplo: agrotxicos, pneus, equipamentos eletrnicos, pilhas e baterias, leos, lubrificantes, lmpadas fluorescentes.Todos esses produtos listados esto inclusos na Gesto Inversa, por meio da qual a empresa que tem na sua atividade o desenvolvimento desses equipamentos tem a responsabilidade no s de fabric-los sem poluir o meio ambiente, mas tambm de captar, transportar, acondicionar, reciclar e recolocar. Na hora de exigir o licenciamento para esse tipo de produto, o Estado ter que exigir que a empresa elabore um plano de como vai fazer as etapas para alm de colocar no mercado.Exemplo: uma fbrica de brinquedos tem a responsabilidade de pensar em como vai fabricar sem poluir e como vai colocar no mercado, momento em que a sua responsabilidade se encerra. Por outro lado, quando se fala em pilhas, agrotxicos e etc, a responsabilidade de quem os produz no acaba com a colocao dos produtos no mercado, pois responsvel tambm pelos resduos (ex.: quando h a troca de pneu, a empresa que o fabricou responsvel pela sua destinao).> So responsveis solidrios a empresa, o Estado e o consumidor no caso dosprodutos do tipo abordado acima?R: No. No existe responsabilidade solidria, mas responsabilidade compartilhada, onde cada um tem a sua parcela de responsabilidade.Exemplo: No caso da pilha, o consumidor tem a responsabilidade de saber onde descartar a pilha; o Estado responsvel por disponibilizar lixeiras adequadas ao descarte e transport-las; a empresa, quando receber a pilha, responsvel por captar, transportar, acondicionar, reciclar e recolocar no mercado. Trata-se de gesto inversa.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1.3 Princpio do Limite, Princpio do Equilbrio e Princpio da SolidariedadeEsses trs princpios devem ser estudados em conjunto, pois somente pela sua unio possvel formar a ideia de sustentabilidade/meio ambiente sustentvel.(i) Princpio do Limite: o Poder Pblico s deve permitir empreendimentos nos quais se polua o meio ambiente em padres aceitveis/mnimos (partindo-se do pressuposto evidente de que todo empreendimento gera algum impacto ambiental).Os padres de qualidade ambiental so certificados pelos selos do sistema ISO e controlados por rgos de fiscalizao.Exemplo: eletrodomsticos com selo 'A', que so aqueles que consomem menos energia.Observao: novo posicionamento de Paulo de Bessa Antunes (2012) -> o padro aceitvel fixo ou varivel de acordo com a localizao, isto , os empreendimentos, dependendo de onde se localizem, sero aceitveis ou noExemplo: uma siderrgica na Urca inaceitvel, mas em Seropdica pode ser aceitvel.Assim, Paulo de Bessa Antunes defende que o padro aceitvel/mnimo do princpio do limite fixo, no entanto deve ser interpretado de forma varivel em razo da localizao. Segundo o mencionado autor, o princpio d limite evoluiu para a capacidade de suporte.(ii) Princpio do Equilbrio> Se uma atividade que polui, por que licenci-la?R: Necessrio analisar o desenvolvimento socioeconmico. O meio ambiente equilibrado aquele no qual os empreendimentos poluem em padres mnimos, mas compensam pelo desenvolvimento socioeconmico (veja que uma empresa gera riqueza, arrecadao tributrias, empregos diretos e indiretos etc).Exemplo: Peugeot em Volta Redonda - a Peugeot queria instalar sua montadora em Volta Redonda, e como a cidade j tem a CSN e outras indstrias, alegou que essa seria uma boa justificativa para a instalao. Se por um lado tem o aumento da poluio (que j grande), por outro tem o desenvolvimento do local, a gerao de empregos e outros benefcios. preciso balancear os aspectos e verificar se compensa. Se sim, h o licenciamento.(iii) Princpio da SolidariedadeTudo isso que foi relatado acima precisa estar em sintonia, preocupando-se com as geraes futuras, o que se consubstancia no PRINCPIO DA SOLIDARIEDADE ou EQUIDADE INTERGERACIONAL.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.No se pode esgotar os recursos ambientais hoje, esquecendo-se das geraes futuras.Ento, verifique-se:Meio ambiente sustentvel aquele onde os empreendimentos que possam polui-lo s sero autorizados pelo Poder Pblico se os impactos ambientais forem em padres aceitveis, respeitando padres de qualidade ambiental criados pelo prprio Estado, tendo a regio de instalao do empreendimento capacidade para suport-lo. Alm disso, os benefcios gerados pelo empreendimento devem compensar os mnimos impactos causados, pelo desenvolvimento socioeconmico que traz.1.4 Princpio Democrtico o princpio que diz que o Poder Pblico deve oportunizar a participao da sociedade em todas as escolhas relacionadas com o meio ambiente, atravs da iniciativa popular, plebiscito e audincias pblicas.Exemplo: Hidreltrica de Belo Monte.1.5 Princpio da SeletividadeTrata-se da modulao da interveno do Estado na questo ambiental, que pode ser drstica ou branda, a partir da importncia de determinada rea para o meio ambiente.1.6 Princpio da Obrigatoriedade de Interveno um dever, e no uma faculdade do Poder Pblico a interveno no meio ambiente para a sua proteo.A no-interveno gera responsabilidade para o governante que no interveio quando devia faz-lo. Por conseguinte, responder por ato de improbidade administrativa.1.7 Princpio da InformaoO Poder Pblico deve informar a sociedade sobre as responsabilidades ambientais, polticas pblicas relacionadas com o meio ambiente e etc (artigo 225, pargrafo 1, inciso VI, CRFB).Exemplo: existe uma lei no estado de So Paulo que determinou que fosse colocada na grade escolar a disciplina Educao Ambiental.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1.8 Princpio da Funo Socioambiental da PropriedadeNecessrio destacar, inicialmente, os tipos de propriedade: a que cumpre com a sua funo social, a que no cumpre com a sua funo social e a propriedade do artigo 243 da CRFB.O princpio da funo socioambiental da propriedade est consubstanciado no artigo 5, XXII, XXIII, XIV; artigo 170, VI; artigo 182, pargrafo 2 e II, da CRFB.Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:XXII - garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atender a sua funo social;XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio;Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios:VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao;Art. 182. A poltica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pblico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 2 - A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor.II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;> Quando que a propriedade cumpre com a funo socioambiental?R: Quando tem um aproveitamento racional, sendo utilizada de acordo com as diretrizes de onde est localizada. No entanto, mesmo com esse cumprimento, pode ser desapropriada, em razo da supremacia do interesse pblico sobre o privado, dependendo de indenizao justa, prvia e em dinheiro.Direito Ambiental

Direito Ambiental

Exemplo: Transcarioca no Rio de Janeiro, via que liga duas regies distantes. A casa que estiver no local de construo ser desapropriada, mesmo sabendo-se que est cumprindo a sua funo social.1www.cursoenfase.com.br

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. Quando que as propriedades urbana e rural cumprem com a funo scio- ambiental?Se for urbana, o cumprimento depender do estabelecido no Plano Diretor de cada municpio. (artigo 183, pargrafo 2, CRFB).Art. 183. Aquele que possuir como sua rea urbana de at duzentos e cinqenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. 2 - Esse direito no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.Se for rural, precisa, no mnimo, de 4 aspectos: aproveitamento racional e adequado de acordo com a lei; o uso deve respeitar o bem-estar da populao local; deve respeitar as relaes de trabalho; e respeitar as questes ambientais (artigo 186, CRFB).Art. 186. A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I - aproveitamento racional e adequado;II - utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;III - observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;IV - explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores. E no caso de no cumprimento da funo social?R: Cabe desapropriao.Se for rea urbana, paga-se em ttulos da dvida pblica resgatveis em 10 anos.Se for rural, paga-se em ttulos da dvida agrria resgatveis em 20 anos. E no caso de plantao de psicotrpicos?R: Evidentemente no cumpre com a funo social, cabendo a expropriao confiscatria, sem qualquer indenizao (artigo 243, CRFB).Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer regio do Pas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas ou a explorao de trabalho escravo na forma da lei sero expropriadas e destinadas reforma agrria e a programas de habitao popular, sem qualquer indenizao ao proprietrio e sem prejuzo de outras sanes previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5.(Redaodada pela Emenda Constitucional n 81, de 2014)Observao: rea de vegetao natural/nativa tem proteo na Lei 12.651/12 - Cdigo Florestal e tem natureza jurdica de rea especialmente protegida, nos termos do artigo 225, pargrafo 1, III, CRFB. Alm da rea de vegetao nativa, tambm so reas

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.especialmente protegidas as unidades de conservao, reservas indgenas e reservas quilombolas.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:III - definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; (Regulamento)O Cdigo Florestal fala de 2 reas de vegetao natural/nativa, que so a APP (rea de preservao permanente) e a RL (reserva legal). As APP so aquelas que no permitem interferncia nenhuma (100% de preservao) e as RL so aquelas onde apenas algumas partes devem permanecer sem nenhuma interveno/totalmente preservadas.APP: vegetao de restinga, mata ciliar, vegetao de encosta, vegetao do entorno de olhos d'gua e nascentes, vegetao de mangue, vegetao do entorno de dunas e vegetao de topo de morros.Excetuando-se as reas de preservao permanente, todo o verde deve der preservado na Amaznia Legal (rea que compreende uma rea maior que a Amaznia dentro do Brasil) - reserva legal - de acordo com alguns critrios, em trs percentuais: se for vegetao de floresta: 80% se for vegetao de cerrado: 35% se for vegetao comum: 20% demais reas: 20%Na reserva legal no se contabiliza a parte dela que for de preservao permanente para a aplicao dos percentuais supracitados.Exemplo: 'A' tem uma fazenda. Supondo que fazenda tenha um percentual de rea utilizvel e uma rea de pousio, no utilizada (rea para descansar entre as safras). E, ainda, as reas de preservao permanente e as reservas legais.tilAPP

pousioRL

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Veja que para o percentual de reserva legal no se contar a rea de preservao permanente. Supondo que nessa fazenda a rea total seja de 100 hectares, sendo 20 hectares rea de preservao permanente. Assim, sobram oitenta hectares que devero ser preservados como reserva legal, nos percentuais de 80%, 35% ou 20%, de acordo com o tipo de vegetao. E se o Estado desapropria essa fazenda, como feito o pagamento da indenizao?R: Pela rea utilizada pago o valor de mercado. J pela rea no utilizada, segundo o STJ, tem que ser pago o valor da terra nua. Pela reserva legal ser pago o valor da terra nua, obedecidos os percentuais (valor proporcional porcentagem que pode ser utilizada). Pela rea de preservao permanente no se paga nada, pois no h nela nenhuma percentual utilizvel (o que no caracteriza enriquecimento ilcito, pois a APP responsvel por valorizar a rea onde se insere). E quando houver benfeitorias na rea de preservao permanente?1- posio: as benfeitorias feitas nas APP so atos ilcitos, pelo que no ensejam indenizao, obrigando ao desfazimento de tudo que foi feito e recomposio do meio ambiente. Caberia at pedido dano moral coletivo.2- posio: se houve construo nas APP, significa que a propriedade no estava cumprindo com a sua funo socioambiental. Na verdade, as obras feitas que foram responsveis por retirar essa funo social. Sendo assim, o Estado dever indenizar em ttulos da dvida pblica ou agrria.3- posio: a Lei da desapropriao e seu decreto-lei falam que todas as benfeitorias devem ser pagas em dinheiro quando da desapropriao. Assim, a indenizao deveria ser paga em dinheiro.4- posio: Supremo Tribunal Federal - a indenizao ou no vai depender da constatao de boa-f. Sendo assim, admite as trs posies acima expostas, mas a avaliao para a aplicabilidade delas ser feita caso a caso.2. Controle das Atividades Potencialmente Poluidoras pelo Estado2.1 Poder ExecutivoO Poder Executivo controla as atividades potencialmente poluidoras por meio do poder de polcia ambiental, que somente pode ser desempenhado por rgos especficos, nos termos da Lei n 6.938/81.Art 6 - Os rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, bem como as fundaes institudas pelo Poder Pblico, responsveis

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.pela proteo e melhoria da qualidade ambiental, constituiro o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:I - rgo superior: o Conselho de Governo, com a funo de assessorar o Presidente da Repblica na formulao da poltica nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redao dada pela Lei n 8.028, de 1990)II - rgo consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de polticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no mbito de sua competncia, sobre normas e padres compatveis com o meio ambienteecologicamente equilibrado e essencial sadia qualidade de vida; (Redao dada pela Lei n 8.028, de 1990)III - rgo central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidncia da Repblica, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como rgo federal, a poltica nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redao dada pela Lei n 8.028, de 1990)IV - rgos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a poltica e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competncias; (Redao dada pela Lei n 12.856, de 2013)V - rgos Seccionais: os rgos ou entidades estaduais responsveis pela execuo de programas, projetos e pelo controle e fiscalizao de atividades capazes de provocar a degradao ambiental; (Redao dada pela Lei n 7.804, de 1989)VI - rgos Locais: os rgos ou entidades municipais, responsveis pelo controle e fiscalizao dessas atividades, nas suas respectivas jurisdies; (Includo pela Lei n7.804, de 1989) 1 - Os Estados, na esfera de suas competncias e nas reas de sua jurisdio, elaboraro normas supletivas e complementares e padres relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 2 O s Municpios, observadas as normas e os padres federais e estaduais, tambm podero elaborar as normas mencionadas no pargrafo anterior. 3 Os rgos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo devero fornecer os resultados das anlises efetuadas e sua fundamentao, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. 4 De acordo com a legislao em vigor, o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundao de apoio tcnico cientfico s atividades do IBAMA. (Redao dada pela Lei n7.804, de 1989)

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Verifique-se que esse poder de polcia passa por quatro fases, que so:a) Ordem: vem do Poder Legislativo, atravs da lei. Isto porque, para que um empreendimento desenvolva uma atividade potencialmente poluidora deve estar em consonncia com todo o regramento legal.b) Consentimento: o Poder Pblico dever consentir com a atividade que se pretende realizar. Licenciamento, alvar de funcionamento e etc.c) Fiscalizao: aps o consentimento, o empreendimento passa a ser fiscalizado por um rgo integrante do SISNAMA.d) Sano: sanes de natureza administrativa sero aplicadas caso no haja cumprimento das exigncias legais ou licenciamento (artigo 70 e seguintes, da Lei n 9.605/98).So rgos do SISNAMA:a) rgo Mximo: Presidncia da Repblica.b) rgo de Assessoramento: Ministrio do Meio Ambiente.c) rgo de Coordenao: Secretarias de Meio Ambiente (que coordenam as polticas pblicas).d) rgo Tcnico/Consultivo e Deliberativo: CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), inclusive com resolues e deliberaes.e) rgo de Execuo/Fiscalizao: em mbito federal, IBAMA; se unidade de conservao, ICM (Instituto Chico Mendes); terras e reservas indgenas, FUNAI; em mbito estadual, depender de cada estado. No RJ, por exemplo, o INEA.2.2 Poder LegislativoO Poder Legislativo controla as atividades potencialmente poluidoras atravs da sua funo precpua de legislar.Importante observar que a competncia para legislar sobre o meio ambiente de todos os entes.Mas h alguns pontos para os quais a competncia exclusiva do Congresso Nacional, isto , da Unio Federal (artigo 49, XIV, XVI e XVII, CRFB).Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos hdricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;XVII - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a dois mil e quinhentos hectares. Atividade NuclearA atividade nuclear monoplio da Unio e somente esta poder sobre ela legislar (artigo 49, XVI; artigo 177, V; artigo 225, pargrafo 6; artigo 21, XXIII; artigo 22, XXVI, da CRFB).Art. 177. Constituem monoplio da Unio:V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios e minerais nucleares e seus derivados, com exceo dos radioistopos cuja produo, comercializao e utilizao podero ser autorizadas sob regime de permisso, conforme as alneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituio Federal.Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes. 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.Art. 21. Compete Unio:XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios e condies:a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente ser admitida para fins pacficos e mediante aprovao do Congresso Nacional;b) sob regime de permisso, so autorizadas a comercializao e a utilizao de radioistopos para a pesquisa e usos mdicos, agrcolas e industriais;c) sob regime de permisso, so autorizadas a produo, comercializao e utilizao de radioistopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa;Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; Reservas indgenasLegislar sobre reservas indgenas competncia exclusiva da Unio e sobre as suas questes se manifesta o Congresso Nacional (Artigo 20, XI; artigo 231, pargrafo 3, da CRFB).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 20. So bens da Unio:XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios.Art. 231. So reconhecidos aos ndios sua organizao social, costumes, lnguas, crenas e tradies, e os direitos originrios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo Unio demarc-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 3 - O aproveitamento dos recursos hdricos, includos os potenciais energticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indgenas s podem ser efetivados com autorizao do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participao nos resultados da lavra, na forma da lei. Recursos hdricos e mineraisObservao: No que tange ao petrleo, gs e hidrocarbonetos fluidos, h as seguintes consideraes, segundo o STF.O petrleo bruto monoplio da Unio. Entretanto, a Unio permite a contratao com o particular (delegatrio), que vai explorar, pesquisar, lavrar e refinar, fazendo surgir produtos como gs e hidrocarbonetos fluidos (e esse produtos pertencero ao delegatrio) - artigo 177, pargrafo 1, CRFB.Art. 177. Constituem monoplio da Unio: 1 A Unio poder contratar com empresas estatais ou privadas a realizao das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condies estabelecidas em lei.Assim, o STF separou o petrleo daquilo que dele produzido.Alm disso, h de se falar do proprietrio do solo onde encontrado o petrleo, excetuando-se o pr-sal. Esse proprietrio ter direito participao nos lucros da empresa (delegatrio) - artigo 176, pargrafo 2, CRFB.Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra. 2 - assegurada participao ao proprietrio do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.Por outro lado, os estados produtores de petrleo tm direito compensao financeira, os royalties (esses no se configuram como participao nos lucros) - artigo 20, pargrafo 1, CRFB.Art. 20. So bens da Unio: 1 - assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, bem como a rgos da administrao direta da Unio, participao no resultado da explorao de petrleo ou gs natural, de recursos hdricos para fins de gerao de

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.energia eltrica e de outros recursos minerais no respectivo territrio, plataforma continental, mar territorial ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por essa explorao.Direito Ambiental

Direito Ambiental

Segundo Lus Roberto Barroso, em parecer no caso dos royalties do Rio de Janeiro, o entendimento o seguinte: primeiro, a Constituio fala que o 'respectivo' estado produtor de petrleo que far jus compensao financeira, sob pena de ofensa autonomia oramentria do estado no caso de mudana. Segundo, para compensar necessrio infraestrutura que ser proporcionada pelo estado produtor, que tem altos custos. E, por ltimo, tudo que feito do petrleo tem seu ICMS recolhido no estado de destino.8www.cursoenfase.com.br

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Sumrio1. Controle das atividades potencialmente poluidoras21.1 Poder Judicirio21.2 Ministrio Pblico42. Competncia em matria ambiental72.1 Competncia Legislativa82.2 Competncia para fiscalizar92.3 Competncia para licenciar102.4 Competncia para autuar10

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Controle das atividades potencialmente poluidorasContinuao.1.1 Poder Judicirio.A funo precpua do Poder Judicirio o exerccio da jurisdio. Conforme sabido, a funo jurisdicional regida pelo princpio da inrcia, ou seja, o Poder Judicirio somente se manifesta quando provocado. Em matria ambiental, o instrumento de "provocao" do Poder Judicirio so as aes coletivas lato sensu, tendo em vista tratar-se de direito transindividual.Observao: Os direitos transindividuais (pertencem ao indivduo, mas transcendem seus interesses privados) podem ser difusos, coletivos ou individuais homogneos. O direito ao ambiente ecologicamente equilibrado tem natureza transindividual difuso.A Constituio da Repblica elenca duas aes aptas a promoverem a tutela ambiental: ao popular (art. 5, LXXIII) e ao civil pblica (art. 129, III).Ao Popular.LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia; regulamentada pela Lei 4717/65, tem como legitimado ativo o cidado.Observao: A AP no demanda cabvel para proteger direitos individuais e questes patrimoniais.Exemplo: Determinada empresa poluiu um rio. Inconformada, a associao de pescadores do local props ao popular visando a recomposio de seus lucros cessantes. Neste caso, a AP no instrumento adequado pretenso dos pescadores, que devero perquirir tal direito por meio de ao ordinria.Ao Civil Pblica.Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico:III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; regulamentada pela Lei 7347/85, tendo como legitimados ativos o Ministrio Pblico, as pessoas jurdicas de direito pblico, as empresas pblicas e sociedades de economia mista, as associaes pblicas constitudas a mais de um ano e a Defensoria Pblica (previso legal).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Observao: De acordo com STF, a associao pblica constituda a menos de um ano pode propor ACP, desde que haja pertinncia temtica.Exemplo: Associao constituda a menos de um ano que atue na defesa do meio ambiente pode propor ACP visando a tutela ambiental.> Questo Especfica do MP/RJ. Uma empresa causou dano ambiental em rio quepassava pelas comarcas A e B. Na comarca A, um cidado props ao popularvisando a anulao de tal ato lesivo ao meio ambiente. Na comarca B, o MP propsao civil pblica com o mesmo pedido. Como resolver este conflito?H quatro posies a respeito:1) Posio do ex - Ministro do STF Eros Grau:Ambas as aes esto previstas na Constituio, logo, por uma questo de lgica e unidade constitucional, no possvel que tutelem o mesmo direito. A Constituio no criaria dois instrumentos diferentes para a proteo do mesmo direito. A AP se destina proteo de direitos individuais homogneos, j a ACP tutela direitos difusos e coletivos. Desta forma, no caso em tela, as aes devem seguir em separado, pois as demandas so diversas.Ademais, os elementos identificadores da demanda (partes, pedido, causa de pedir) so totalmente diferentes em cada uma das aes. O pedido na AP se relaciona com os prejuzos causados aos cidados, j na ACP est relacionado ao dano ambiental.Assim, para esta corrente, sequer possvel que haja decises conflitantes.2) Posio 2.Considera as demandas absolutamente idnticas (mesmas partes, pedidos e causas de pedir).Em sentido amplo, a sociedade parte legtima para as ambas as aes, seja representada pelo cidado ou pelo MP e demais legitimados. De acordo com este posicionamento, a Constituio, desejando reforar a tutela ambiental, criou dois instrumentos idnticos para sua proteo.Esta corrente considera que a causa de pedir em qualquer das aes ser sempre a atividade lesiva ao meio ambiente.Como as demandas so idnticas, haver sempre litispendncia entre elas. Assim, dever ter prosseguimento aquela que foi distribuda primeiro, ficando a outra automaticamente extinta.3) Posio 3 - Corrente geralmente no adotada pelas bancas.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Esta corrente defende a reunio dos processos como forma de evitar decises conflitantes.De acordo com este posicionamento, no h identidade de partes, pois em uma o cidado e na outra o MP e demais legitimados. Tambm no haveria identidade de pedidos, pois na AP se relaciona aos prejuzos sofridos em virtude da atividade lesiva ao meio ambiente, ao passo que na ACP a ligao com o dano ambiental.A identificao das demandas estaria na causa de pedir, que em ambas se relaciona ao dano ambiental.Quando duas demandas tm causas de pedir iguais, o CPC determina que sejam reunidas por conexo. Alm de evitar decises conflitantes, faz-se uma economia processual.As demandas sero reunidas perante o juzo no qual a citao vlida tiver ocorrido em primeiro lugar.4) Posio de Humberto Dalla - mais adotada pelas bancas.De acordo com Constituio, a AP tem como objetivo, dentre outros, anular ato lesivo ao meio ambiente. Por conseguinte, eventual sentena prolatada em tal ao ter natureza desconstitutiva/constitutiva negativa.Na ACP, a sentena pode ser desconstitutiva (anulao de ato lesivo), condenatria, bem como determinar a aplicao das medidas previstas no art. 461 CPC.Conforme possvel verificar, o pedido na ACP mais amplo que na AP, atraindo hiptese de continncia entre as aes.Prevalece o foro do local do pedido mais amplo, neste caso, o da ACP.Observao: H quem entenda que mesmo na AP, alm de anulao, pode haver tambm condenao.1.2 Ministrio Pblico.O Ministrio Pblico dispe de dois instrumentos de proteo ao meio ambiente: inqurito civil (procedimento preparatrio da ACP) e TAC (termo de ajustamento de conduta).O inqurito civil exclusivo do MP, j o TAC pode ser celebrado tambm por pessoas jurdicas de direito pblico e pela Defensoria Pblica (desde que pertinente aos direitos de hipossuficientes etc).Natureza jurdica do TAC: um ttulo executivo extrajudicial. Previso no art. 5, 6 da Lei 7347/85.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 5 Tm legitimidade para propor a ao principal e a ao cautelar: 6 Os rgos pblicos legitimados podero tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta s exigncias legais, mediante cominaes, que ter eficcia de ttulo executivo extrajudicial. (Includo pela Lei n$ 8.078, de 11.9.1990)Desta forma, pode ser celebrado fora do Poder Judicirio.Exemplo: Empresa que exerce atividade potencialmente poluidora vem causando danos ambientais. possvel que celebre TAC para que cesse/controle a conduta danosa.Observao: Hugo Mazzilli diferencia o TAC do Compromisso de Ajustamento de Conduta (CAC). Segundo o autor, o CAC representa a relao jurdica que estabelecida entre os celebrantes, j o TAC o instrumento que materializa esta relao. Em termos comparativos, o CAC estaria para o contrato de mandato estaria assim como o TAC estaria para a procurao.A celebrao do TAC visa atender os primados de preservao da empresa e de sua funo social. O fato de ter causado dano ambiental no pode implicar no fechamento automtico da empresa, pois os danos sociais e fiscais decorrentes seriam gravosos.O contedo do TAC engloba sanes penais, prazos, tcnicas ambientais aplicveis, dentre outros.Caso o TAC seja descumprido, caber sua execuo judicial.Observao: A celebrao de TAC por dano ambiental com empresas pblicas que exeram atividades econmicas no seria indicada. Como tais empresas so compostas por capital totalmente pblico, eventual imposio de multas ou pagamento de indenizaes s viria a comprometer o prprio errio, e consequentemente, a sociedade como um todo (que j fora prejudicada pelo dano ambiental). De acordo com Hugo Mazzilli, novos mecanismos de proteo ambiental devem ser criados para atender situaes peculiares como esta.O TAC no deve ser confundido com o Termo de Compromisso, previsto no art. 79-A da Lei 9605/18:Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os rgos ambientais integrantes do SISNAMA, responsveis pela execuo de programas e projetos e pelo controle e fiscalizao dos estabelecimentos e das atividades suscetveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com fora de ttulo executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas fsicas ou jurdicas responsveis pela construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores.O termo de compromisso celebrado pelas entidades que integram o SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) no bojo de um processo administrativo (natureza

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.administrativa). A existncia do termo de compromisso significa que j houve infrao ambiental, assim, este instrumento sempre ter natureza repressiva.Em virtude de sua natureza administrativa, no h necessidade de homologao judicial do Termo de Compromisso.Observao: Por ser ato administrativo, o termo de compromisso pode ser impugnado atravs de Ao Popular ou de ao anulatria de ato administrativo, proposta inclusive pelo MP.Por outro lado, o TAC pode ser preventivo ou repressivo.TAC celebrado no curso de uma ao civil pblica.> Pode haver transao no mbito de um TAC?A transao, forma de adimplemento indireto, pressupe que sejam feitas concesses recprocas entre as partes. Como o meio ambiente bem indisponvel, a princpio no comportaria concesses, afastando a possibilidade de transao. No entanto, se houver algum direito disponvel em questo, pode ser que haja transao no bojo de um TAC.Exemplo: A transao no TAC pode versar sobre prazos, produtos e tcnicas utilizadas na preservao ambiental, valor de multa, dentre outros. Em contrapartida, no poderia haver transao no sentido de excluir da reparao ambiental certa rea degradada por aquele agente. certo que qualquer transao deve ser feita sempre luz do princpio da razoabilidade, com fulcro no objetivo de preservao das empresas.> Qual a natureza jurdica do TAC celebrado no curso de ACP?1- Posio: natureza ex vi legis. Como a lei prev que o TAC ttulo executivo extrajudicial, esta sempre ser sua natureza, independente da circunstncia na qual tenha sido celebrado. Posio minoritria.2- Posio: Segundo Fredie Didier, quando o TAC celebrado no mbito de uma ACP, ficar sujeito a homologao judicial. De acordo com o art. 475-N CPC, ter natureza de ttulo executivo judicial. Posio MAJORITRIA.Art. 475-N. So ttulos executivos judiciais: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005); - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. O TAC celebrado fora de uma ao civil pblica deve ser homologado judicialmente?R: Para Hugo Mazzilli no h necessidade de homologao, tendo em vista tratar-se de ttulo executivo extrajudicial (Lei 7347/85). Esta a posio dominante.Em sentido diverso, Jos dos Santos Carvalho Filho sustenta que, como ningum obrigado a fazer/deixar de fazer algo salvo em virtude de lei, para que o TAC tenha fora executiva e possa valer como lei entre partes, dever ser levado homologao judicial.Observao: O professor entende que a fora executiva do TAC advm da prpria lei que o institui, no havendo necessidade de homologao judicial. O que acontece com a ACP se durante seu curso for celebrado um TAC?R: Se o objeto do TAC englobar apenas parte do objeto da ACP, a ao prosseguir quanto aos temas restantes. A controvrsia surgir quando TAC e ACP tiverem exatamente o mesmo objeto.1- Posio (Hugo Mazzilli): ACP dever ser suspensa. S haver extino da ACP se o TAC for efetivamente cumprido.2- Posio: Extino da ACP com a celebrao do TAC. Se o TAC no for cumprido, caber sua execuo judicialmente.Para Jos dos Santos Carvalho Filho, a celebrao do TAC acarretar perda superveniente do objeto da ACP.Para Rogrio Pacheco Alves, a ACP ser extinta em virtude da falta de interesse de agir. De acordo com este autor, a perda superveniente de objeto da ACP s ocorreria com o cumprimento do TAC. A mera celebrao do TAC somente ocasionaria uma falta de interesse de agir na ACP.2. Competncia em matria ambiental.No direito ambiental, a competncia se refere a cinco pontos:1) Legislar2) Fiscalizar3) Licenciar4) Autuar5) Crimes. possvel que cada uma dessas funes seja exercida por diferentes entes federativos/pessoas jurdicas em um mesmo caso concreto. Inclusive, pode haver sobreposio de funes entre essas mesmas pessoas.Exemplo: Obras do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. Trata-se de operao urbana consorciada que envolve interesses das trs esferas federativas, bem como de pessoas

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.jurdicas privadas. Neste caso, perfeitamente possvel que Unio e estado fiscalizem e o municpio faa os licenciamentos.2.1 Competncia Legislativa.De acordo com o art. 24 CR, a competncia legislativa em matria ambiental concorrente entre Unio, Estado e Distrito Federal.Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio;Conforme art. 30, I e II da CR, a competncia legislativa dos Municpios em matria ambiental suplementar, e no concorrente:Art. 30. Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;Caber ao Municpio legislar sobre assuntos ambientais de interesse local.Observao^ De acordo com o art. 49 CR, se a hiptese envolver atividade nuclear, questes indgenas, explorao de potenciais hidrulicos ou de recursos minerais (petrleo, gs, hidrocarbonetos), a competncia ser exclusiva da Unio.Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos hdricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;Observao2:O estado de SP editou lei regulamentando forma deacondicionamento, transporte e aterro de placas de raio-x utilizadas em hospitais (material radioativo). O STF declarou a lei inconstitucional, pois a despeito de ser uma norma sobre sade, versa sobre manejo de produtos radioativos, matria afeta competncia privativa da Unio.Observao3: Royalties tem natureza de compensao financeira. Em relao aos royalties do petrleo, na forma do art. 49, XVI da CR, tem-se competncia legislativa exclusiva da Unio. Os royalties tem previso no art. 20, 1 CR.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 20. So bens da Unio:IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 1 - assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, bem como a rgos da administrao direta da Unio, participao no resultado da explorao de petrleo ou gs natural, de recursos hdricos para fins de gerao de energia eltrica e de outros recursos minerais no respectivo territrio, plataforma continental, mar territorial ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por essa explorao.Conforme possvel inferir pelo dispositivo acima, o petrleo bruto bem da Unio. Em virtude disto, h quem defenda que os royalties decorrentes desta explorao deveriam ser igualmente divididos entre todas as unidades federativas (preservao do pacto federativo, igualdade da federao etc).Para Lus Roberto Barroso, tal argumentao no se sustenta, tendo em vista que o 1 do art. 20 CR menciona expressamente que a compensao ser devida pela explorao no respectivo territrio. Caso a Unio pretendesse a mencionada diviso igualitria, incorreria em violao autonomia oramentria dos estados nos quais h explorao de petrleo.Ainda segundo Lus Roberto Barroso, o sentido de "compensao financeira" est em contrabalanar eventual dano ambiental ocorrido na localidade onde h explorao de petrleo. Ademais, quando um estado passa a ser local de explorao de petrleo, necessria a criao de toda uma estrutura urbana que suporte o aumento de contingente populacional etc.Por fim, j h na atualidade mecanismo que divide os lucros da explorao de petrleo entre todas as unidades federativas. Trata-se das receitas do ICMS e da CIDE- combustveis. A CIDE-combustveis recolhida pelo estado de destino do combustvel, e no pelo estado produtor. Da mesma forma, o ICMS de produtos fabricados com petrleo recolhido pelo estado de destino do produto.2.2 Competncia para fiscalizar.Na forma do art. 23 CR, trata-se de competncia comum da Unio, estados, Distrito Federal e municpios.Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios:VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Pargrafo nico. Leis complementares fixaro normas para a cooperao entre a Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito nacional. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 2006)A lei complementar mencionada no pargrafo nico do art. 23 foi editada em 2011 (LC 140/2011). Esta lei elenca diversos mecanismos de cooperao, dentre eles:a) Consrcio Pblico.b) Convnios.c) Criao de Fundos.> Qual o critrio utilizado para determinar especificamente quais sero ascompetncias de cada ente poltico na funo fiscalizatria?R: De acordo com STF, deve-se observar a preponderncia de interesses. Assim, se o ente federativo demonstrar interesse na situao em apreo, poder exercer poder fiscalizatrio.2.3 Competncia para licenciar.A competncia para licenciar delimitada pelo critrio do impacto ambiental causado pelo empreendimento. Assim, de acordo com a extenso do impacto, caber a Unio, estados/DF ou municpios licenciar.Exemplo: Projeto do Porto Maravilha do RJ. Embora o interesse fiscalizatrio pertena s trs esferas da federao, o impacto ambiental decorrente fica limitado ao estado do RJ (mbito regional). Desta forma, a competncia para licenciar ser do estado do RJ. No caso concreto, o estado delegou tal competncia ao municpio do RJ.Alm da extenso do impacto ambiental, deve-se observar tambm a titularidade do bem. Assim, se o bem pertencer Unio, a ela caber fazer o licenciamento.Exemplo: Empreendimento nuclear, hidreltrica, base militar. A competncia para licenciamento ser da Unio. O mesmo se aplica zona econmica exclusiva, terras indgenas, unidade de conservao criada pela Unio.Em resumo, na competncia para licenciar devem ser conjugados ambos os critrios: impacto ambiental + titularidade do bem.2.4 Competncia para autuar.Trata-se de competncia para multar.A multa advm do Poder de Polcia. Conforme j explicitado, o Poder de Polcia (fiscalizao) em matria ambiental pertence a todas as esferas federativas (competncia comum). Por decorrncia lgica, quem fiscaliza pode multar.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Ocorre que esta sistemtica gerava um srio problema: uma mesma infrao ambiental acabava sendo autuada por Unio, estado e municpio, tendo em vista que todos tinham o poder de fiscalizar. O bis in idem fica claro nesta situao.Com o advento da LC 140/2011, este problema foi em parte amenizado. O seu art. 17 dispe que:Art. 17. Compete ao rgo responsvel pelo licenciamento ou autorizao, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infrao ambiental e instaurar processo administrativo para a apurao de infraes legislao ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.Assim, a competncia para autuar ser do rgo responsvel pelo licenciamento, inclusive celebrando termo de compromisso.Observao: Embora a competncia para lavrar o auto de infrao pertena ao rgo responsvel pelo licenciamento, no h bice para que os demais multem e comuniquem a ocorrncia da infrao ao responsvel pela lavratura do auto.Exemplo: As obras do Porto Maravilha esto sendo licenciadas pelo Municpio do RJ. No entanto, se Unio verificar que h cometimento de infrao que atinja seus interesses (poder fiscalizatrio), poder aplicar multa e comunicar ao municpio do RJ para que este providencie a lavratura do auto de infrao.Em resumo, a competncia para verificar infrao e multar pertence a todos que detenham poder de polcia ambiental, no entanto, a lavratura do auto de infrao s poder ser feita pelo responsvel pelo licenciamento. Por tal razo, o particular no estar obrigado a pagar multa decorrente de auto de infrao lavrado agente estranho ao licenciamento.Direito Ambiental

Direito Ambiental

No se deve confundir o ato de multar, que decorre do poder fiscalizatrio concedido pela Constituio, com a lavratura efetiva do auto de infrao.1www.cursoenfase.com.br

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Sumrio1. Responsabilidade no Dano Ambiental21.1 Responsabilidade Criminal21.1.1. Requisitos da Responsabilidade Criminal51.2. Responsabilidade Civil7

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Responsabilidade no Dano AmbientalA responsabilidade civil, no que tange ao dano ambiental, pode ser analisada de diversos ngulos. Atravs de um dano ambiental, por exemplo, possvel no s que a empresa causadora do dano seja responsabilizada, como tambm o funcionrio desta, o rgo fiscalizador e tambm o banco que financiou a atividade desenvolvida pela empresa. Desse modo, possvel verificar sob quatro ngulos distintos a responsabilidade de todos esses agentes envolvidos. [footnoteRef:1] No entanto, quando o banco for uma sociedade de economia mista ou empresa pblica, por pertencer Administrao Pblica Indireta, haver uma responsabilidade diferente do que aquela imputada aos bancos privados. [1: H uma Ao Civil Pblica ajuizada no Cear na qual o MP pediu a condenao do banco que financiou a atividade exercida pela empresa que causou o dano ambienta, porm a ACP ainda no foi julgada.]

> O que a responsabilidade?R: Segundo Silvio Capanema, a capacidade de responder pelos seus atos com seu patrimnio. A responsabilidade nasce quando h uma leso.H dois conceitos distintos no Direito Civil quando se fala em leso de um direito, sendo eles a dvida e a responsabilidade, sendo que estes podem existir de modo independente. Como ocorre no caso das obrigaes naturais, em que h dvida, mas no responsabilidade.1.1 Responsabilidade CriminalOs crimes ambientais esto definidos na Lei n 9.605/98 e alguns pontos so observados com a mera leitura da letra de lei como, por exemplo, a natureza da ao penal, sendo esta uma ao penal pblica incondicionada.H duas questes preliminares a serem tratadas nos crimes ambientais, quais sejam:a) Competncia dos crimes ambientais:A lei de crime ambiental foi dividia em cinco bens jurdicos diferentes: fauna, flora, poluio, ordenamento urbano e administrao ambiental.A Smula 91 do STJ dizia que os crimes contra a fauna eram de e competncia da Justia Federal, contudo, esta foi cancelada. O STJ ressaltou que a competncia da Justia Federal exceo, sendo a regra que a competncia seja da Justia Estadual, exceto quando h bens, servio ou interesse da Unio, bem como nos crimes cometidos a bordo de aeronave e que envolva conflitos indgenas.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 109 - Aos juzes federais compete processar e julgar:IV - os crimes polticos e as infraes penais praticadas em detrimento de bens, servios ou interesse da Unio ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas, excludas as contravenes e ressalvada a competncia da Justia Militar e da Justia Eleitoral;IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competncia da Justia Militar;XI - a disputa sobre direitos indgenas.Assim, como demonstra o art. 109 da CRFB/88, nos seus incisos supracitados, quando no houver nenhuma das trs hipteses indicadas pelo dispositivo constitucional, no h razes para se falar em competncia da Unio.A competncia da Justia Federal s existir nos crimes ambientais quando houver interesse direto da Unio.Exemplo: no crime ambiental ocorrido dentro de unidade de conservao, criada pela Unio, h interesse direto da Justia Federal no julgamento, independente de ser ou no crime contra a fauna. Porm, se a fiscalizao dessa unidade for delegada para o Estado, segundo entendimento do STJ, o interesse da Unio passou a ser indireto, sendo assim competncia ser da Justia Estadual.[footnoteRef:2] [2: Foi questo de prova para carreira de Delegado Federal.]

b) Princpio da insignificncia/bagatela:Para que este princpio seja aplicado preciso que o bem jurdico protegido seja disponvel e, no caso dos crimes ambientas, tutela-se o meio ambiente, sendo este bem indisponvel. Assim, a interpretao lgica seria entender que no se aplica o princpio da bagatela nos crimes ambientais. Entretanto, segundo posio da Ex-Ministra Ellen Gracie, necessrio reinterpretar a lei, sendo que o bem jurdico protegido no o meio ambiente, e sim o equilbrio ambiental. Desse modo, o Supremo vem admitindo a aplicao desse princpio quando no for afetado o equilbrio ambiental. [footnoteRef:3] Sendo necessrio assim que os requisitos para a aplicao desse princpio estejam presentes no caso concreto. [3: A mesma interpretao foi usada pelo STF para permitir a aplicao do princpio da insignificncia quando a hierarquia e a disciplina no forem atingidas nos crimes militares.]

Exemplo: pesca autorizada: se dentre os barcos presentes havia um sem autorizao, mas a pesca ocorreu em um momento permitido. Assim, ainda que no existisse autorizao para pesca, no haveria ofensa ao equilbrio ambiental.> possvel responsabilidade da sociedade empresria (da pessoa jurdica)?R: H corrente que entende que a pessoa jurdica pode ser responsabilizada por crime ambiental e por crime contra a ordem econmica, j que a prpria CRFB/88 admite.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 225 - Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados.Art. 173 - Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 5 - A lei, sem prejuzo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurdica, estabelecer a responsabilidade desta, sujeitando-a s punies compatveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econmica e financeira e contra a economia popular.Assim, pelo art. 223, 2, da CRFB/88, legtimo responsabilizar a empresa, na forma que a lei estabelecer ( Lei 9.605/ 98) , bem como no mbito da ordem econmica, mas neste caso a lei no prev a responsabilidade da pessoa jurdica.Lei 9.605/ 98 .Art. 3 As pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado, no interesse ou benefcio da sua entidade.Porm, h posio contrria, que entende que a sociedade empresria no responsvel pelos crimes ambientais. Essa corrente entende que deve ser feita outra interpretao do dispositivo constitucional, sendo a empresa responsabilizada apenas no mbito administrativo. Ademais, utilizado o argumento de que seria admitida responsabilidade objetiva j que uma pessoa jurdica no age nem com dolo nem com culpa (j que no tem vontade), hiptese essa no admitida no nosso Direito Penal, alm do fato de que haveria bis in idem, j que a pessoa fsica que administra a pessoa jurdica tambm ser responsabilizada. Desse modo, usando ainda a noo do Direito Penal e de que este a ultima ratio, ser invivel a responsabilidade da pessoa jurdica.No entanto, a jurisprudncia entende que a pessoa jurdica tem responsabilidade penal. Para o STF a leitura do art. 223, 3, da CRFB/88 mostra que tanto a pessoa fsica como a pessoa jurdica pode ser responsabilizada, no mbito administrativo e no mbito criminal.Ademais, segundo a viso utilizada pela corrente funcionalista do Direito Penal, uma pessoa pode ser punida criminalmente quando os bens jurdicos mais importantes forem colocados em riscos. Assim, o que se torna mais importante a conduta e se o risco gerado permitido ou no. O meio ambiente, segundo o STF, precisa de uma mxima proteo para

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.que seja garantida a dignidade humana dos indivduos, razo pela qual a pessoa jurdica poder responder em todos os mbitos do Direito.Desse modo, no h que se falar em bis in idem, porque as responsabilidades so diferentes: o administrador ou dono da empresa ter sua responsabilidade averiguada pela sua conduta, j a pessoa jurdica responder pelo risco gerado. Esse instituto o que o STJ classifica de dupla imputao (no concurso de pessoas, j que este exige um liame subjetivo entre os agentes).1.1.1. Requisitos da Responsabilidade CriminalEmbora o STF entenda que a pessoa jurdica possa ser responsabilizada por crime ambiental, h diversos requisitos que devem ser observados, quais sejam:a) Litisconsrcio passivo necessrio:Entre pessoa fsica e pessoa jurdica: aquela no responde sozinha, assim a denncia no pode imputar o crime apenas pessoa fsica e, se assim for, a inicial inepta.Posio do Ministro Toffoli:Em uma determinada ao havia litisconsrcio entre uma pessoa fsica e uma pessoa jurdica, sendo que aquela fora absolvida pelo crime. O Ministro Toffoli entendeu que a absolvio da pessoa fsica no gera necessariamente a absolvio da pessoa jurdica.b) Pessoas fsicas:> Quem so as pessoas fsicas que devem integrar a denncia?R: H quem entenda que para o crime ser imputado aos membros da pessoa jurdica basta saber quem est no contrato social ou no estatuto social desta. Porm, a STJ entendeu que essa denncia seria abusiva, vez que no possvel enxergar o nexo causal. Ademais, para que pessoas fsicas, que integram a empresa, tenham um crime imputado a elas, preciso que tenham o poder de gesto e de controle na vida prtica. Por vezes, pessoa que tem o nome no contrato social de fato no exercer qualquer ato de gesto.c) Denncia genrica: a denncia que no expe os fatos com clareza. Quando isso ocorre a ampla defesa comprometida, razo pela qual a denncia genrica deve ser rejeitada pelo juiz.Mas h duas hipteses em que a jurisprudncia admite a denncia geral: no caso dos crimes multitudinrios (como no crime de rixa) e nos crimes societrios. Visto que nesses casos difcil individualizar a ao de cada agente, e essa individualizao ocorrer no decorrer do processo. Assim, nos crimes ambientais possvel a denncia geral e no a denncia genrica.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.d) Ato ultra vires:Ocorre quando o ato for praticado extrapolando os poderes concedidos pelo contrato social.A dvida saber se a empresa responde ou no. Segundo o STJ, a empresa s responde se a conduta foi realizada com o fim de benefici-la.Art. 1.015. No silncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes gesto da sociedade; no constituindo objeto social, a onerao ou a venda de bens imveis depende do que a maioria dos scios decidir.Pargrafo nico. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipteses:III - tratando-se de operao evidentemente estranha aos negcios da sociedade.e) Punio da pessoa jurdica:A Lei 9.605/98 traz as punies da pessoa fsica e da pessoa jurdica.Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurdica so:I - suspenso parcial ou total de atividades;II - interdio temporria de estabelecimento, obra ou atividade;III - proibio de contratar com o Poder Pblico, bem como dele obter subsdios, subvenes ou doaes.1 A suspenso de atividades ser aplicada quando estas no estiverem obedecendo s disposies legais ou regulamentares, relativas proteo do meio ambiente. 2 A interdio ser aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorizao, ou em desacordo com a concedida, ou com violao de disposio legal ou regulamentar. 3 A proibio de contratar com o Poder Pblico e dele obter subsdios, subvenes ou doaes no poder exceder o prazo de dez anos.f) Liquidao forada:Ocorre no caso da empresa no ser condenada, mas quando resta comprovado que ela foi criada com o nico fim de praticar o crime ambiental. Todo seu patrimnio entendido como instrumento do crime, sendo este liquidado e ficando disposio da Unio.Observao: h crticas no que tange ao direito ao devido processo legal dos scios minoritrios. S quem tem poder de gesto exigido na denncia. Porm, possvel que esse scio minoritrio, no caso de ser a empresa condenada, possa ser prejudicado sem se quer participar do processo.CRFB/88. Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legalObserva02: a substituio da pena, art. 44 do CP, tambm admitida a pela lei de crime ambiental, porm esta a pena imputada deve ser inferior a 4 anos. J no CP o crime pode ter pena de at 4 anos.Observao3: no caso do SURSIS penal do CP, a suspenso ser de 2 a 4 anos. J na lei de crime ambiental, a suspenso existe para crime com pena de at 3 anos, sem estabelecer tempo de suspenso, motivo pelo qual a doutrina entende que se aplica, subsidiariamente, o CP suspendendo a pena de 2 a 4 anos.Observaes4: j no que tange transao penal, a lei de crime ambiental exige a reparao do dano, quando possvel, atravs de um projeto feito pela empresa. A transao s ocorrer quando a reparao j tenha pelo menos comeado.O SURSIS processual, art. 89 da Lei 9.099/99, existe para crimes de pena mnima igual ou inferior a 1 ano, com suspenso de 2 a 4 anos (ressaltando que essa suspenso ocorre para crimes que estejam ou no inseridos na competncia do JECRIM).A lei de crime ambiental diz que as regras da suspenso do processo so as mesmas, contudo, a suspenso pode ser de 2 a 5 anos, j que a lei dispe sobre o acrscimo de um ano ao prazo de suspenso estabelecido pela Lei 9.099/99.Aps os 5 anos, feito um laudo para saber se a reparao ocorreu. Se esta ocorreu, a punibilidade extinta. Contudo, se no ocorreu, concedido um novo prazo de mais 5 anos para que a reparao seja feita. Nesse caso, se no houve reparao, mas se todos os esforos possveis foram usados com esse objetivo, a punibilidade extinta; caso contrrio, a denncia oferecida.1.2. Responsabilidade Civil.So diversas as teorias de responsabilidade, quais sejam: a) Irresponsabilidade:Foi a primeira teoria a ser utilizada. Atravs dela entendia-se que o Estado sempre representava o interesse pblico e por isso no podia ser responsabilizado.A grande maioria entende que essa irresponsabilidade se aplica ao Estado, porm apenas no mbito do Poder Legislativo e Judicirio e no mais para o Poder Executivo. Uma vez que a funo precpua do Legislativo a elaborao de leis, nessa hiptese o Estado no seria responsabilizado, exceto quando as leis forem inconstitucionais. A mesma lgica com o Judicirio, tendo em vista que a ao precpua deste exercer a jurisdio, apenas no caso

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.de erro judicirio ou quando condenado ficasse preso por tempo superior ao fixado na sentena, haveria a sua responsabilizao. Contudo, essa hiptese no a responsabilidade do juiz, este s responde no caso de dolo ou fraude.[footnoteRef:4] [4: Ateno nas provas para no afirmar que a Teoria da Irresponsabilidade no se aplica mais. Ela ainda largamente aplicada, exceto na esfera do Poder Executivo.]

Essa teoria a mais aplicada para o Poder Judicirio e Legislativo.b) Responsabilidade subjetiva: preciso comprovar o dano, o nexo de causalidade, comprovar que agiu com dolo ou culpa e quem gerou o dano.c) Culpa annima:Deve provar o dano, o nexo de causalidade e a falha no servio prestado, sem ser observado dolo ou culpa. importante que exista a omisso do Estado.Exemplo: empresa que joga dejeto no rio. Esta responsvel penalmente e o rgo pblico que fiscaliza s responsabilizado se houver omisso. Nesse caso, a responsabilidade do funcionrio pode ser apurada, podendo esse ter que ressarcir o Estado.Mas a responsabilidade das pessoas jurdicas de direito pblico por dano ambiental largamente questionada. Como no dano ambiental a sociedade que se prejudica, no razovel que o Estado seja responsabilizado pela omisso do seu dever de fiscalizar, j que no final quem paga essa indenizao o prpria sociedade. No entanto, quem paga a maior parte o causador do dano.[footnoteRef:5] [5: Essa a posio do Celso Antnio Bandeira de Mello, como tambm do Diego de Figueiredo.]

d) Responsabilidade objetiva:Basta a comprovao do dano e do nexo de causalidade. S a quebra do nexo de causalidade gera a irresponsabilidade. Assim, ocorrendo caso fortuito, fora maior, fato exclusivo da vtima ou fato exclusivo de terceiro restar rompido o nexo causal.Exemplo: empresa de tintas em SC que acondicionava solventes. Em um mesmo dia teve chuva, granizo e vento forte. Todos os solventes