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Amanhecer da poesia 1

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Amanhecer da poesia

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Amanhecer da poesia

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Copyright 2017 (1ª Edição) Todos os direitos desta edição reservados ao autor.

Impresso no Brasil Printed in Brazil.

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907.

Projeto editorial e diagramação: Antônio Ramos da Silva

Capa:

UQC – Comunicação Visual

Revisão técnica e ortográfica: Maurelio Machado

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DO AUTOR PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

M149a Amanhecer da poesia - poesias & textos / Maurélio Machado [et al.]

1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2017. 125 p.

ISBN: 978-85-448-

1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.

I. Machado, Maurélio. Título.

CDD: 869.98

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Amanhecer da poesia

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Maurélio Machado

Amanhecer da poesia

1ª Edição

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Essa obra é um projeto da “Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, estado de Santa Catarina” integrando escritores. Intercâmbio cultural de ideias retratadas em poesias, pensamentos e textos.

“Reunir Escritas é Possível”.

A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.

Aristóteles

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Maurélio Machado Nasceu em São Bento do Sul (SC). Escritor e poeta. Casado com Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis. Netos: Giovanna e Eduardo. Formado em Ciências contábeis pela Univille - Universidade de Joinville/SC, com vários cursos de especialização em finanças, economia e administração. Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nº. 41. Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas. Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul. Atualmente é colunista do Jornal Evolução de São Bento do Sul. Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba (PR). Administrador do Grupo POETEIRO DE RUA: http://www.facebook.com/groups/maurmach/?ref=bookmarks. Patrono do projeto PREMIUM - Poesias & Textos. Publicou: Poeteiro de Rua (Clube de Autores). Infinitas Saudades, Palavras de Amor e Paixão, Sufocadas Paixões - Poemas Card, Brumas e Solidão e 3 Tons de Poesia (Editora Bookess). Antologias publicadas: Além-Mar das Palavras, Premium V, IX e X – OURO, Platinun I, III, V, VIII, X, XXIII, Douce Poésie I, III, V, VII, IX, XI (Editora Bookess). Tem participações em diversas Antologias no Brasil e em Portugal: - Vida, Motivos, Degraus (editora nova letra). Encontro Feras da Poética do Mindim - Luna Di Primus (90 escritores) Diamantes III e IV (Editora Berthier).

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Agruras

Ventos do sul que enregelam Corpos doentes em letargia Vestes rotas e descoloridas Tardes de aflição e agruras

Sons tristes tangem na ermida Não há mais amor ou ternura Muitas sombras no triste dia

E a miséria, a fome o descaso Abandono de crianças na rua

Final de solitária tarde, o ocaso Cede seu espaço para a lua.

Ao léu Nos labirintos da angustiada alma O fogo que me consome dia a dia A dor que sem tréguas não acalma Prostrando-me em louca agonia. Sombras de mistério não relatadas Pobre farrapo humano devassado Triste e abandonado pelas calçadas Ébrio doentio a perambular calado. No inocente e estraçalhado coração O nome de um amor quase revelado Sussurro aos ventos versos sombrios. Maldita que me enfeitiçou de paixão A quem tanto amo e tenho velado Preenchendo-me de eternos vazios.

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Vou te amar enquanto flor

Querida minha querida A existência já me fartou

Tantas crueldades da vida Acabrunhado me deixou.

Prometo formosa mulher

Guardar nosso sentimento Enquanto vivo eu estiver

Respeitar bons momentos.

Enquanto a vida me levar Quero te amar como flor

Sempre, sempre te respeitar Ó meu encantado amor.

Lágrimas sentidas Opressoras solitárias horas vazias Entre silêncios adormecidos Minh’alma, cruel padecimento Cinzas tardes e noites tão frias. Corações frágeis enternecidos Notícias de trágico falecimento Sangue na rua de chão batido Registro de cruel acontecimento. Pedras empoeiradas adormecidas Incômodo e constante ladrido Lembranças e flores combalidas. Choro transformado em murmúrio Corpo em tremores, combalido Outro mortalmente caído, espúrio...

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O amor primeiro

Muito linda, amiga sorridente Brincavas com toda a petizada Vivia e nos deixava contentes.

Eram tempos de muita alegria

Da pré-adolescência, encantada A galera se encontrava todo dia.

Eram tempos sem maldades De muito respeito e carinhos Maravilhosa e bela mocidade.

Mas todo sonho tem um final Eles escolheram os caminhos Focados na vida profissional.

Partiram amigos e amigas

E eu pobre ser, quê destino? Lamentos em aflitas cantigas.

Lembranças daquele olhar Marcante sorriso cristalino Para sempre vou te amar!

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Olhar distante

O brilho no rosto esplendoroso E o alvo sorriso escancarado

Belo olhar esverdeado, fascinante.

Olhos que perscrutam o horizonte Além do anil da faixa inatingível

Muito mais que se pode imaginar.

O Sol iluminando a alva praia deserta.

Flanar de gaivotas engalanando a natureza.

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Pelo nosso amor

Descobri as traições Destas noites sombrias Mentiras e desilusões

Nas palavras tão frias...

Confesso que chorei Na madrugada gris A sós triste fiquei

Você sorriu, você quis...

Perdoei. Nada se desfez O sonho venceu na vida Chegou a nossa vez... O terno amor querida!

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Flores de plástico não morrem

“Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando

Indecisos cordões Ainda fazem da flor

Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão”

Geraldo Vandré

Andavas entre rosas e espinhos Nos porões fétidos da ditadura A liberdade privada, desatinos Privações, horrores... torturas.

E na luta árdua pela nossa libertação Enfrentastes os fuzis com belas flores

No teu olhar o desprezo pela revolução Gesto sutil, sorristes disfarçando dores.

Das pacíficas intenções incompreendidas Eles te torturaram, estupraram, abortastes O sonho de liberdade que habitava teu ser.

Sozinha, em frangalhos, mas destemida No derradeiro instante final enfrentastes

Os fuzis que anteciparam tua breve partida.

Na tua lápide Neide Alves Santos, morta sob tortura no DOPS/RJ. “Flores de plástico que não morrem”; como não morreram teus sonhos de

liberdade!

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Não se vá

Eu te amo tanto Não fujas de mim Nem sei o quanto Este amor assim.

Vem me dar um abraço Aquele beijo com ardor Se aqueça no regaço

Com meu calor.

Nossos sonhos dourados Palavras soltas ao vento

Braços entrelaçados Além de tudo, do tempo...

Não me deixes jamais Nesta vida vazia, amor Pois não serei capaz

De viver sem teu calor.

Vamos juntos caminhar Ao nosso destino encantador

E ao mundo todo falar De nosso imenso amor!

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Poema inacabado Ferreira Gomes, grande poeta e contista brasileiro do século passado; vivia incógnito em sua rudimentar moradia em companhia de seus livros e da solidão. Era um tímido, poucas companhias lhe agradavam. Suas composições eram em geral de poemas líricos, sonetos e poesias surreais. Era um jovem reservado, de poucos amigos e raras aparições públicas. Poucas vezes era visto: em saraus poéticos, reuniões sobre literatura ou lançamentos de livros. Cunha Lopes, poeta amador era um de seus melhores amigos e admiradores. Vez por outra visitava Ferreira para troca de ideias sobre novos autores, livros e literatura em geral. Em determinada tarde caminhando pela estrada de chão, Cunha Lopes dirigiu-se à pequena casa verde de muro caiado, circundada por trepadeiras vigorosas e floridas. Chegou, lá estava o refúgio do magnífico poeta. Cunha Lopes chegou à soleira de madeira escura e tocou a velha campainha de bronze enegrecida pelo tempo. Sem respostas, insistiu mais algumas vezes em vão. Talvez Ferreirinha; como o chamavam carinhosamente, estivesse aos fundos da casa, apreciando seu exuberante pomar. Foi até lá verificar. Observou a porta dos fundos, estava entreaberta. Lentamente ela foi aberta, sob um rangido baixinho. Lopes avistou o amigo sentado numa cadeira rústica e o rosto caído sobre uma pequena mesa. Chamou a distância, não houve respostas. Aproximou-se e tocou o corpo de Ferreirinha. Um frio percorreu lhe o corpo, Ferreira Gomes se fora. Estava enrijecido, olhos fixos na parede ao lado, um lápis entre seus dedos pousados sobre o papel amarelado. Cunha apanhou o papel sobre a mesa e tristemente leu o poema inacabado. Adeus amor Para não causar-te mais danos e não ver-te sofrer cruelmente Pelos desatinos e desenganos ao tratar-te tão rudemente Deixo o belo e cobiçado chão o rincão que me viu crescer E que fez pulsar meu coração não quero este vil padecer Sigo... Nada mais... Lágrimas silenciosas corriam dos olhos de Cunha Lopes, tudo acabado.

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Ronda e beija, beija a flor

Como se fora seu amor Ou o último beijo

Doce, triste, apaixonante Demorado, pra lembrar sempre

A flor balouça ao vento Será a tristeza demonstrada

Saudades do pássaro sem ninho? Beija-flor

Última visita à florida Descolorida

Rosa em botão. Que ora desabrochou Para nossa admiração

Flores, perfumes, paixão... Lá vem ele com emoção.

Beijar a flor.

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Quem sabe...

Creio que talvez num dia Num doce inspirado instante Sonoro eco de minha poesia Para ti os cantos alucinantes.

Dedicadas rimas à donzela

Humildes e tristonhos versos Poucas linhas, mas singelas

Temas difíceis, controversos...

Quem sabe num dia inspirado Assim dedique minha poesia Um sonho por mim festejado

Teu carinho, tua meiga simpatia.

O amor é mesmo incomum Vivemos afastados, amando

Somos dois, talvez três em um... Dois corações latejando...

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Um dia talvez

Sonhos loucos de menino Doce aventura presente

Ah! O imponderável destino Alma doida, aventureira Bate o coração ardente

Peripécia derradeira.

Pelo mundo a viajar Buscar novos caminhos Novos rumos encontrar.

Nas viagens pelas cidades Pinçar almejados destinos Controlar as ansiedades.

Jovens sofrem precocemente Buscando sonhados sonhos Em situações comoventes.

Mantendo sempre a altivez

Controlando olhares tristonhos O amor, um dia talvez...

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Predestinada

Você nasceu pra ser feliz Tire dos ombros esta cruz

Não haja como aprendiz Siga altiva para a luz.

Seus tristes momentos

Deixe-os nas noites vazias Sorria, basta de tormentos

Já se aproximam novos dias.

Da vida encantada e passageira Alce voo rumo à felicidade

Tome a lua por companheira.

Vá, nas noites com leveza Não se aninhe na saudade

Rara flor da natureza.

Dia feliz Amanheceu gris Aos poucos azulando Manhã sonolenta Tarde de sol De muita beleza Só sonhos e sorrisos Belo final de tarde Maravilhoso arrebol.

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Lacunas

Aquele pobre analfabeto funcional Não passará de menino de recado Sem perspectivas na comunidade

Será sempre considerado anormal.

Sem entender simples textos Pobre coitado terá dificuldades Nos emaranhados de contextos

Traços elaborados pela sociedade.

Viverá a experiência rude e hostil De um pobre analfabeto de fato

Situação de desencanto, muito vil.

Pobre ser de capacidade limitada Em sua mente nebulosa, o hiato

Vida cruelmente tenebrosa...

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Coisas do coração

Levito sob tua iluminada presença Calados sorrisos me transportam

Para labirintos abundantes de flores Inebriam-me de perfumes e essências.

O Sol na manhã, amena sonolência... Ante a cascata límpida e borbulhante

Que serpenteia entre verdes ramagens Permitindo doce prazerosa convivência.

Maravilhosos sorrisos de alegria

Das entranhas do encantado amor Divinal a união no radioso dia!

Deixar-me louco, louco de paixão.

Queima lentamente minh’alma Estas coisas loucas do coração...

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Louca paixão

Que formosura teus seios, Redondos e cheios, Tão belos atributos,

Imagino colher estes frutos, Encantos do meu olhar.

Quero estreitar este corpo, Junto ao meu abraçar,

Teus mamilos entumecidos beijar, Sentir esta avermelhada boca,

Esta língua louca, Acariciar o fruto entre tuas coxas,

Deixar-me louco, deixar-te louca de tesão, Pousar tua perdida mão,

Na seta armada, Ela louca paixão,

Transpassar a gruta dourada, N'um vai e vem sem cessar de carícias,

Até o clímax, à exaustão. Delícias de amor, delícias!

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Insanidade

Insone procurava abrigo na oração Estranhamente nada a consolou

Então se embebedou na madrugada Na manhã resquícios de vômitos no chão

Estranha dor no corpo, sensação Uma vida perdida, nada...

Era a própria mulher perdida no éter.

Outono O frio assolou nossas terras Lembrou muitas guerras Acendeu lumes no sul Iluminando o céu azul Despertou ciúmes Exalaram-se perfumes Do que foi e não será... Oxalá... Campos cobertos de neve Alegria breve Almas alvas em sacrifício Eterno ofício Outono de reflexão A espera do verão...

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Amanhecer

No esplendoroso amanhecer Maviosos cantos das manhãs

Brumas no tênue alvorecer Canários, sabiás e jaçanãs

Se agitam em revoadas Os pequenos da floresta Farfalhar nas ramadas

Verde natureza em festa.

Tanger de sinos na ermida Anunciando luminoso dia Prenúncio de despedida

Malfadada nostalgia.

Árvores e flores do campo Aromas em cores selvagens Cascatas em suave acalanto Bucólicas, ermas paragens.

Silêncio por si grandioso

Sente-se a mão do Senhor Neste rincão gracioso

Esperançoso de paz e amor.

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Criança

Eu entendi... O teu linguajar carente.

Eu entendi... Que é preciso dar-te amor e atenção.

Eu entendi... Que carinho é imprescindível para ti.

Eu entendi... Que temos que te passar confiança.

Eu entendi... Que ternura é essencial para uma amizade.

Eu entendi... Que o sorriso te deixa feliz.

Eu entendi... Que todas nossas ações devem ser sinceras.

Eu entendi... Que serei teu amigo sempre e sempre.

Eu entendi... Que a boa educação te fará um ser humano valoroso.

Eu entendi... Que sem amor de nada valerá todo o resto!

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Das sombras à luz

Poluíram águas, cidades e campos

Deixaram a natureza depredada Perderam os todos os encantos Desta terra outrora abençoada.

Passaram-se muitos e muitos anos O homem aprendeu as duras lições Que amargura destes desenganos

Não perduraram as fatídicas ilusões.

Nasceu num dia ensolarado, a criança Das sombras, plúmbeas das desilusões

A dulcíssima ansiada esperança!

Encantadora

Vem amor

Me diz de teus desejos

Quero dar-te beijos

Intenso sabor.

Deita em minha cama

Despojas de tuas vestes

Digas que me amas

Que tu quiseste

Sentir o sabor

De nosso encantado

E desejado amor!

Diga AMOR!

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Terra tupiniquim

País de gente honesta Não existem falcatruas

Dizem: a raça não presta Pelos protestos de ruas.

Pelos protestos de ruas

Dizem: a raça não presta Não existem falcatruas País de gente honesta.

Políticos respeitados

Seres de muitos labores Eles locupletados?

São calúnias, dissabores...

São calúnias, dissabores... Eles locupletados?

Seres de muitos labores Políticos respeitados.

País de gente honesta.

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Doce abrigo

Que encanto estar ao teu lado Usufruindo desta ufana alegria Sentindo-me por ti acarinhado

Suave, indispensável companhia.

Orgulha-me estar a sós contigo Meiga e perfumada flor

Verdadeiro abrigo Único e verdadeiro amor...

Nas intempéries de nossa vida Quero ser sempre teu protetor Querida encantadora querida...

Nos caminhos tristes e sombrios

Encontrei-te perfumada flor... Adeus, para sempre meus vazios!

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Como quisera

Descrever em versos coloridos Nas bucólicas manhãs da infância

Extraordinários sonhos vividos Fantasias de ingênuas crianças.

Quisera a graça de renascer

De fazer acontecer a felicidade Em cada suave amanhecer

Atestar os sorrisos da mocidade.

Nas asas da esperança, ai de mim Que jamais conseguirei conceber Este fogo de viver que há em mim

Expectativa de um novo amanhecer.

Pois que já no umbral desta vida A relembrar especiais momentos

Afetuosa companhia querida Fará cessar todos os tormentos!

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Sou assim

Misto de flores e folhas Alegrias e amargores

Sou assim...

Mistura de doce e sal Não espero nada, afinal...

Sou assim...

Uma lágrima e um sorriso A espera do paraíso

Sou assim...

A labuta e o dissabor Cansaço indolor

Sou assim...

A alegria no cantar O prazer de encantar

Sou assim...

A solidão do meu ser Lutar e sobreviver

Sou assim...

Nas sombras do amanhã Doces cantos do Jaçanã

Sou assim...

Nos versos de esperança A candura de uma criança

Sou assim...

Aprendiz da vida Por você querida

Sou assim...

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Amanhecer da poesia

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Enlace

Impetuoso córrego De águas cristalinas,

Serpenteias pela montanha Fruindo o frescor das matas Misturando-se e lambendo Seixos de pedras roliças

Em forma de pequena cascata Avanças eufórico para beijar

Alvas areias da praia Para então entregar-te

Inteiramente às águas do mar... Num enlace de amor!

***

Canteiro de poesias

Ventos amenos transportaram Frescas sementes vivas

Que se alojaram No jardim de tua alma

Vicejaram Coloriram a vida Com seus olores

Perfumaram O recanto de flores.

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Vamos

Deixe o quebra-cabeça no chão Vem caminhar comigo

Pelos labirintos da vida.

Pegue sua mochila, respire fundo Vamos conquistar nosso mundo

Permitir-nos ser felizes.

Impregnemos nossa nave de emoção Vamos juntos nesta bela caminhada!

***

Que amor é este?

Estático ante o corpo inerte Prematuramente fenecido

Vítima de ciúme exacerbado, Assassino confesso

Olhos perdidos no vazio Se perguntando...

- Por que sangue e não flores? - Pois se matei por amor,

Sagrados laços enfim Para a amada e para mim?

Que amor é este? Tenebrosa escuridão...

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Sei que você sabe

Qual pássaro rejeitado Fui atirado do ninho

Sentimento indesejado Tão triste e sozinho Dias tão sombrios

Nuvens ameaçadoras Amargos vazios

Visões perturbadoras Mais nada me intimida Só por você linda flor Tenho a contrapartida

De nosso grande amor! Sei que você sabe querida

Que são seus meus sonhos Todo o mais de nossa vida

Amor e paz, Deixam-nos risonhos.

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Vem, chegou a hora

Para ti mulher especial Uma confidência verdadeira

Alma gêmea escultural Minha sombra companheira.

Vem usufruir desta paixão

Jamais pensar em despedidas Façamos a nobre celebração

A união de nossas vidas.

Ah! Eterno sorriso luzidio Espero aqui sem demora Com teu corpo me inebrio Acolha esta paixão agora.

Ah! Momento acalentador

Sonhados sonhos de outrora Que guardei com muito amor

Vem que chegou a hora.

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Das sombras à luz

Poluíram águas, cidades e campos Deixaram a natureza depredada Perderam-se todos os encantos Desta terra outrora abençoada.

Passaram-se muitos e muitos anos O homem aprendeu as duras lições Que amargura destes desenganos

Não perduraram as fatídicas ilusões.

Nasceu num dia ensolarado, a criança Das sombras, plúmbeas das desilusões

A dulcíssima ansiada esperança!

Mudou o mundo e seus habitantes Beleza ecoando em todos os rincões Natureza, fauna e flora irradiantes.

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Amanhecer da poesia

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Sonho encantador

Vem amor Me diz de teus desejos

Quero dar-te beijos Intenso sabor

Deita em minha cama Despojas de tuas vestes Diga-me que me amas

Que tu quiseste Sentir o sabor

De nosso encantado E desejado amor!

Diga-me Flor!

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Amanhecer da poesia

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Obrigado pelo amor

Na manhã de suave amanhecer Muita preguiça tomando conta

Despertar deste maravilhoso invernal Vontade dos santos louvar

Que dia esplendoroso Senhor... Obrigado pelo céu azul, As matas verdejantes

O dourado dos raios de sol As límpidas águas sobre os seixos

As cascatas espumantes Peixes em período de defeso

Nas margens o namoro de amantes Obrigado pelo amor.

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Amanhecer da poesia

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Adeus

Gotas de orvalho secaram Assombreou-se minha poesia

Tristes, sabias se calaram Sem o doce canto de alegria.

Paixão

No meu caminho A princesa, flor menina

Deusa do destino encanta e alucina.

Amar-lhe tanto e tanto No instante primeiro

Paixão única, acalanto Fogoso e verdadeiro.

Não suportaria o pranto Se a perdesse um dia Com certeza morreria.

Neste sensual canto De eufórica alegria

Amo, sonho e me encanto.

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Amanhecer da poesia

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Alegria

Ah, quando leio seus versos Meu pobre coração se acalma

Sua poesia é meu universo Sua inspiração minha alma!

Lembranças do Outono

Sobre a relva amarelada Desprendidas das árvores

Folhas secas avermelhadas Pousam suavemente.

Olor de flores-do-campo Orvalhadas nas manhãs,

Voos da passarada, encanto Nesta amena estação.

Na beira do rio caudaloso

O casal de Martim pescador Visualiza manjar precioso.

Farfalhar no bosque dourado Tufos de plantas ressecadas Sob um céu outonal anilado.

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Amanhecer da poesia

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Calmaria

As palavras silenciaram Ventos amenos no litoral

Maritacas se calaram Merecido sossego afinal!

Monólogo amoroso

Disse-lhe que era perfumada Sua seiva doce e deliciosa

Chamou-a de minha amada Também de princesinha dengosa...

Amor na verdejante floresta Entre um pássaro e uma flor Magnífica natureza em festa Bendito seja lindo beija-flor.

Liberdade sempre festejada Desabrocha o lindo voejar

Em manobras ousadas

Soltar as asas no azul do céu Meigos sonhadores encantar O objetivo, almejado: apogeu.

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Amanhecer da poesia

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Camélia

Triste camélia, linda flor. Por que choras tanto assim?

Por acaso perdestes um amor? Não te lembrastes de mim?

Nau a deriva

Brasil diante da tormenta Contagiada tripulação

O Congresso engessado Administração fraudulenta Seduzida pela corrupção

O povo apunhalado. Brasil diante da tormenta Oposição quer o Poder

Para poder se locupletar Golpe se avizinha na Nação Querem o povo convencer

Desta farsa para tomar Os destinos da União.

Brasil diante da tormenta Povo farto de falsa informação

Saber dos inocentes ou safados Notícias diárias, inconfiáveis

Passadas através da televisão Corruptos, corruptores condenados Ao degredo com esses intragáveis...

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Amanhecer da poesia

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Alma de poeta

Vida de inspiração Alegria e amargor Sensível coração

Em versos de amor.

Final

Nas várias lágrimas caídas O final de utópica paixão Insanas mágoas sentidas Desastres de uma ilusão.

Gatos já não são os mesmos...

Gato é todo malícia Astucioso e perspicaz

Adora uma carícia De tudo ele é capaz.

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Amanhecer da poesia

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Andarilho

No boteco do estradão Tomou uma “pingoleta”

Não lhe restara já mais nada Seu destino? ...a sarjeta.

Amor

Ansioso, fui-lhe visitar No belo apartamento. Flores para lhe ofertar

Para seu encantamento.

Que noite maravilhosa, Jantar a luz de velas...

Encantadora e formosa, Bela entre as mais belas.

Lençóis amarrotados; amanhecia...

Beijos apaixonados, e o calor Da paixão ao gozo de harmonia.

Inesquecível sua companhia

Pois que, fez-se divino o amor No amanhecer do novo dia.

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Amanhecer da poesia

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Amiga

Permita declarar este amor Não me deixes sem carinho Amiga, ó encantadora flor

Surgistes em meu caminho.

Solitário qual cão sem dono Vivia triste em triste sofrer

Jogado às ruas, no abandono Amarguras deste meu viver.

Sorrindo me estendestes a mão Com se fôramos grandes amigos Sôfrego sorri, dei adeus a solidão.

Pesadelos não mais minha querida Tenho agora em teu seguro abrigo

Muitas razões para viver... vida!

Na tela do PC

Te vejo diante de mim

Todo dia no computador Mas não sou feliz assim, pois não sinto o teu calor.

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Amanhecer da poesia

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Por falar de amor

Vocês não participaram da poesia Deslumbrando multidões, Nos sorrisos de alegria O pulsar de corações?

Não sentiram o suave perfume

Das flores naturalmente coloridas. Do farol de seguro lume A orientar bravas vidas?

Não ouviram a doce canção Suaves ventos de primavera

Céus de estrelas na imensidão Anunciando a nova era?

Não perceberam os pássaros Em suas revoadas matinais Revoando em homenagem Aos sinos das catedrais?

Não foram tocados pela magia

Dos versos arrebatadores Da vida doce poesia

A embalar os amores?

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Meu amor I

Quando eu morrer Jamais esqueças de mim.

Guarde-me em teu coração Teu encantado jardim!

Mulher

Permita declarar este amor Não me deixes sem carinho Amiga, ó encantadora flor

Surgistes em meu caminho.

Solitário qual cão sem dono Vivia triste em triste sofrer

Jogado às ruas, no abandono Amarguras deste meu viver.

Sorrindo me estendestes a mão

Com se fôramos grandes amigos Sôfrego sorri, dei adeus a solidão.

Pesadelos não mais minha querida Tenho agora em teu seguro abrigo

Muitas razões para viver... vida!

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Amanhecer da poesia

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Meu amor II

Todos seus segredos Cruéis, amargas aflições

Todos os seus medos Diárias compulsões...

Defeitos não importam Suporto todos os seus

Embora não me confortam, Absurdamente os meus

Somente viver para amar Está aí, escolhi você amor Para toda minha vida ficar

No doce calor do sonhar

eu aqui, qual anjo acolhedor Sempre, sempre a lhe amar.

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Amor bandido Inesquecível bandida Na madrugada dos sonhos Mudaram-se nossas vidas Pobres ingênuos tristonhos.

Pobres ingênuos tristonhos Mudaram-se nossas vidas Na madrugada dos sonhos Inesquecível querida.

Na praça abandonada Loucamente perdidos Dos sonhos da madrugada Surgiu o amor bandido.

Surgiu o amor bandido Dos sonhos da madrugada Loucamente perdidos Na praça abandonada. Inesquecível bandida.

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Amanhecer da poesia

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Fenecer

Fatal, é chegado o momento Inexorável hora da partida,

Folhas embaladas pelo vento Os lamentos, da dor da despedida.

Azaleias florescem multicoloridas

Sabias gorjeiam o canto Piedosas lhe rodeiam enternecidas

Pálidas faces a segurar o pranto. Lágrimas presas na retina Mãos sobre o corpo dolorido Severo silêncio, contido... Tênue murmurar, sussurro, Lamento queixoso, a calma No gemido cruel da alma Que se eleva ao paraíso.

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Amanhecer da poesia

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Dia especial

Hoje foi o dia de festejar Lindos versos e a poesia Poetas mirins a declamar Entre sorrisos e alegrias.

Foi dos mais festejados dias Destes meus tão enfadonhos

De muitas felicidades, alegrias Belos e reais, intensos sonhos.

Infantes poetas a declamar

Sorridentes da hora, com amor E sempre e sempre a exaltar

O patriotismo e o eterno labor.

Agradeço a grande oportunidade Conviver por instantes poetinhas Essências de alegrias e verdades

Vibrei, grandes alegrias só minhas...

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Beco escuro Língua molhada Ela vai ao céu Boca saciada Passada de mão Coxas douradas Emotivo tesão Tesouro escondido Pernas cambaleantes Amor reprimido Por poucos instantes Esfrega que esfrega Paixão explodindo Franca entrega Amor refletindo O gozo final...

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Amanhecer da poesia

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Coisas do coração Levito sob tua iluminada presença Calados sorrisos me transportam Para labirintos abundantes de flores Inebriam-me de perfumes e essências O Sol na manhã, amena sonolência...

Ante a cascata límpida e borbulhante Que serpenteia entre verdes ramagens Permitindo doce prazerosa convivência.

Maravilhosos sorrisos de alegria Das entranhas do encantado amor Divinal a união no radioso dia! Deixar-me louco, louco de paixão. Queima lentamente minh’alma Estas coisas loucas do coração...

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Amanhecer da poesia

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Doida demais Ó mulher doida demais Por quem me apaixonei Você me passou pra trás Jamais me esquecerei.

Jamais me esquecerei Você me passou pra trás Por quem me apaixonei.

Ó mulher doida demais. És sorridente e linda Jovem deveras capaz Quero muito ainda Não esquecê-la, jamais.

Não esquecê-la, jamais Quero muito ainda Jovem deveras capaz És sorridente linda. Contigo vou me casar!

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Amanhecer da poesia

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Ecos do passado Ressoam em minha mente Revoltam meus sentidos Rasantes névoas sombrias Rarefeito ar que respiro Ranço de desafetos falecidos Realidade cruel e massacrante Ressentimentos cravados n’alma

Ruidosos trovões de passageiras nuvens Rebento a chorar sem razões Relvados terrenos frente ao casebre Remansos de águas pútridas Repugnantes lembranças de inimigos Rebeldia da juventude extraviada Recalques impregnados nas mentes Recomendações inúteis e hipócritas Recesso nos ermos recônditos Reconciliar-se com o presente Redimir-se dos fracassos da vida Recompor-se para o futuro. Refreando impulsos

Reeducando-se, reencontrando-se novamente. Refúgio seguro entre braços amigos.

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Amanhecer da poesia

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Poesia

O cantar triste, Não esconde o encanto,

pois o pranto também é poesia.

Felicidade Instantes de sobriedade Sorrisos esparramados Mãos entrelaçadas Carinhos ao amanhecer Manhãs de bruma leve Mar espraiado na areia Sua presença encantadora. Flor única de meu jardim.

Desejada

Doce flor de esperança. Você, mulher,

Toda pra mim. Neste belo encontro

A reconciliação Confronto do silêncio

Para nosso mundo mudar Amada mulher

Veio o nosso mais profundo sentimento Neste amargurado instante

Neste festejado momento Vamos voejar pelo futuro?

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Amanhecer da poesia

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Possuído

Tropeçava pela noite Ele era só farrapos

Num clima de açoite Corpo nu aos pedaços.

Corpo nu aos pedaços Num clima de açoite Ele era só farrapos

Tropeçava pela noite.

E na praça principal Andrajos corpo no chão

Dominado pelo mal Inteiro carcomido.

Inteiro carcomido

Dominado pelo mal Andrajos corpo no chão

E na praça principal.

Tropeçava pela noite.

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Amanhecer da poesia

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Seguindo teus passos

Nos labirintos da vida Ó linda mulher me perdi Onde estarás querida

Ah! Saudades louca de ti.

Ah! Saudades louca de ti Onde estarás querida

Ó linda mulher me perdi Nos labirintos da vida.

Sem demora te encontrar Dizer-te da minha paixão

Vivo contigo a sonhar Fraqueja-me o coração.

Fraqueja-me o coração Vivo contigo a sonhar

Dizer-te da minha paixão Sem demora te encontrar.

Nos labirintos da vida.

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Amanhecer da poesia

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Adolescentes

Tempos decorridos Saudades e sorrisos Os ciclos passaram Lembranças ficaram Dos sonhos vividos Amores fenecidos...

Amor...

Os sinos dobram insistentes Algo misterioso aconteceu

Acontecimento, benquista gente Alguém importante faleceu.

A honestidade em sofrimentos

Amizade, profundo labor Encantos de lindos momentos

Entre um beijo e uma flor...

Pois que é Primavera, vamos cantar Nossas tristezas e lamentos esquecer

Estamos vivos, alegres a sonhar... Nossos destinos fazer acontecer...

Primavera de nossas vidas, Encantada história de amor Mulher, esposa querida... Meu perfume, minha flor.

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Amanhecer da poesia

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Amar é...

Viver belos momentos Com a escolhida Encantamentos Abençoada vida. Amor verdadeiro

Só o incondicional Tem que ser por inteiro

Amor, entrega total!

Borrasca

Vai e vem de vagas contundentes Batendo incessante na gente

Barcos a deriva, no revolto mar Tempestade violenta de arrasar A neblina torna a vista imperfeita Vidas ao mar de almas desfeitas Espumas alvas a cheirar maresia Quase ao final do fatídico dia... Na esteira do furioso furacão

Farpas, trapos, choro e desilusão Num repente: sete cores enfeitando o céu

Belo arco-íris, infinito azul, apogeu!

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Amanhecer da poesia

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Cantar o amor

Ao seu lado neste instante Torna-me alegre e galante Sua espontânea meninice Encanta com sua meiguice

Sempre e sempre quero estar Contigo eternamente ficar...

Um grande amor, talvez? Amar, amar... amar.

Encontro casual

Tardes tão frias Ventos sibilantes

Vidas vazias Silêncio por instantes... Jubilar de súbita euforia

Olhares penetrantes Sorrisos de alegria O encontro casual

Transbordante de amor Presença ocasional

Da minha pequena flor!

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Amanhecer da poesia

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Eternamente

Inquieto, corrói a alma Voraz fantasia

Sentir que não se acalma Analgesia

Platônico amor Sentimento a voejar Sem toque ou ardor

Para sempre amargar!

Brumas

Nestes dias de muito frio De eternos vazios

Saudades batendo no peito Amores sem jeito

Dias de desesperanças Lembranças

Amores perdidos Antes desejados

Coisas do passado Alegrias consumidas

Horas perdidas Tudo virado...

Orações ao futuro Tudo de novo

Harmonia para o povo Amor para todos

Recomeçar... Tudo de novo...

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Amanhecer da poesia

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Outubro Rosa

Bela flor em botão

Que o mal tentou eliminar Ela lutou contra a agressão

Conseguiu a enfermidade dissipar Hoje sorri e em solidariedade

Abraça a causa do Outubro Rosa Junto com a comunidade

Numa atitude bela e corajosa...

Bordados d’alma

Ele sequer falou de flores Nem sentiu as suaves manhãs Não foi fiel com seus amores

Nem sentiu o aroma das maçãs.

Insensato levou a vida Escudado pelo vil metal

Julgava-se poderoso escriba Um ser humano excepcional.

O senhor do tempo prenunciou

Catastrófica amargura final Enlouquecido e triste ficou

Nefasta aventura, quase fatal...

Não se rendeu, porém ao fracasso, Pois tinha bordado na alma

Tênue fonte de luz no espaço Que ora lhe conforta e acalma.

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Amanhecer da poesia

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Este amor desejado

Este amor desejado Que sentimos no coração

Somos os enamorados Frutos de notável paixão.

Frutos de notável paixão Somos os enamorados

Que sentimos no coração Este amor desejado.

Nossos caminhos floridos Entre beijos, doce amor Nós vamos trilhar unidos No sonho arrebatador.

No sonho arrebatador

Nós vamos trilhar unidos Entre beijos, doce amor

Nossos caminhos floridos.

Este amor desejado.

Mutismo

Lágrimas gélidas de entristecer Tristezas sem aparentes razões Pios de corujas no amanhecer

Outros pássaros silenciam, se vão...

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Amanhecer da poesia

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Mundo poeta

Percebi no choro de tristeza, Sensibilidade e pureza,

Orvalhar, olhos de crianças, Desejadas esperanças.

Anúncio de melodiosa aurora, Brilho, trinar de pássaros, surgem agora,

Glória aos florais, Cintilantes e multicores vitrais. Cantar, estribilhos sensíveis, Plangentes versos incríveis,

Sonatas de harmoniosas canções, Toque de sinos

Palpitar de corações. Percebi nos sonhos, a singeleza, Amizade unissonante nobreza,

No poetar solitário e galante Talvez um mundo fascinante, Belezas em versos e prosas,

Maravilhas, ternuras harmoniosas, Cotidiano sofrer, cânticos, sobreviver

No alvorecer, este alegre mundo de poesia, Enaltecedor de sensíveis alegrias,

Para nossa terra, os versos, Essência do esteta,

Nosso mundo, o MUNDO POETA!

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Amanhecer da poesia

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O primeiro amor

Pétalas de flores macias Aroma adocicado de Jasmim Ah... que saudades, dos dias

Quando aproximastes de mim.

Foram momentos de candura Manhãs plenas de primavera

Quantos beijos de doçura Naquela linda época que era...

Teus braços me enlaçando

Minhas mãos nas tuas mãos Os olhos negros me fixando

Sem dúvidas: amores e paixões.

Magnífica juventude vivida O teu e o meu primeiro amor

Embora a namorar escondidos Permaneceu o eterno frescor.

Para jamais, jamais esquecer

Lúdicos sonhos de amor vividos O encanto que não há de perecer Encantamentos sempre revividos.

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Amanhecer da poesia

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Monólogo amoroso

Disse-lhe que era perfumada Sua seiva doce e deliciosa

Chamou-a de minha amada De princesinha dengosa...

Amor na relva em plena floresta

Entre pássaros e flores Magnífica natureza em festa Bendito sejam estes amores.

Liberdade sempre festejada Desabrocha o lindo voejar

Aventuras fascinantes e ousadas.

Soltar as asas no azul do céu Meigos sonhadores encantar O objetivo almejado: apogeu.

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Adolescentes

Tempos decorridos Saudades e sorrisos Os ciclos passaram Lembranças ficaram Dos sonhos vividos Amores fenecidos...

Eternamente

Inquieto, corrói a alma Voraz fantasia

Sentir que não se acalma Analgesia

Platônico amor Sentimento a voejar Sem toque ou ardor

Para sempre amargar!

Lamentos

Noite de lembranças Raras esperanças

De um amor que partiu Ruiu

O terno sentimento Lamento

Tinha-o no coração Com muita emoção

Pungente ardor Profundo amor.

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Amanhecer da poesia

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Solidão

Neste rincão de céu estrelado Um outono quase invernal, Infinito brilhante, anilado

Luz tênue no infinito boreal.

Frio intenso castiga a região Fogão de lenha, rancho a aquentar Consolo na madrugada de solidão,

Faces afogueadas, triste olhar...

Espiral de fumaça em lenta ascensão Pios de aves em noturnas caçadas Silêncio no campo, geada e solidão.

Que saudades, quantas meu amor, Longas horas vazias, sós e geladas,

Sem ter as tuas carícias e calor.

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Amanhecer da poesia

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Jamais

Nossas histórias se tornarão fotografias do passado, Músicas que curtíamos estão lá nos long-plays mofados...

Provavelmente esquecemos daqueles amigos, de alguns talvez, os que mais nos impressionaram...

O tempo não nos dá chances de voltar... Paixões, vivências, vigor, amar...

Nossos corpos se deterioram, mentes nebulosas Quisera congelar as horas do tempo Deixar para sempre estes momentos

Em que fomos felizes um dia... Alegria, alegria... Uma só certeza

Tristeza Jamais...

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Amanhecer da poesia

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Aquele olhar

Assim de repente... Pensei então Porque não?

Damo-nos as mãos Seguimos pelo caminho indicado...

Ausência, talvez o amor

Quando se sente a ausência Partidas a deixar saudades

O parceiro sente a indigência De uma grande felicidade Será que o amor é assim

Incompreensível para você Muito difícil para mim... Só deixar acontecer...

Veremos ver o que será Após esta paixão enfim...

O amor talvez? Será, será...

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Amanhecer da poesia

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Choveu

Tempo acinzentado Friozinho aconchegante Pingos de água gelados

Alimentar as fontes Rios e represas abastecidos

Verde brotando no vale Sorrisos dos sertanejos

Exultantes Novos horizontes

Sonho acalentador Agradecidos

Que a progresso se instale Profundos desejos

Esperança, paz e amor.

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Amanhecer da poesia

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Dúvidas

Sei lá, talvez... Dissestes com firmeza

Quase desmaiei Não acreditei

Pensei... Estava tudo certo...

Errei Errei feio,

Coisas estavam ruins Sequer pensei em ti

Creio que não pensastes em mim... Separação

Diz que sim, diz que não... Enfim sós

Ouvindo só a nossa própria voz LIBERDADE!

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Amanhecer da poesia

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Eu tenho medo

De acordar deste lindo sonho, Inapelavelmente retornar

Aquele lugar rude e tristonho Sem o sol, estrelas ou luar.

De enfrentar a dura e fria realidade

Ou de ser mais um na multidão Adentrar no jogo fútil de vaidades Martirizando meu próprio coração.

De amanhecer no descaminho Perdido entre cinzas e horror Vítima incauta do torvelinho

Só, sem esperança e sem amor!

Sertão

Aqui e ali Resquícios de tempos felizes

A seca suprimiu a água Plantas e animais feneceram

Tristeza tomou conta...

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Amanhecer da poesia

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A quase mulher

Frágil corpo em transformação O bumbum, as coxas e seios

Ser maravilhoso em formação.

Novas ideias na mente fluindo Sentidos aguçados, estranhos... Noturnas sensações sentindo.

O púbis sensível, sensação O toque no monte-de-vênus Na noite de gozo e erupção.

Na manhã de sol esmaecido Raios de luz na opaca janela,

O relaxar dum corpo dolorido...

Doce donzela a espreguiçar Ansiedade, a libido satisfeita Adolescência, só comemorar!

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Amanhecer da poesia

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Vocês não participaram da poesia

Encantando multidões? Sorrisos de alegria

Ao pulsarem corações.

Não sentiram o suave perfume Das flores naturalmente coloridas

Do farol e do seguro lume.

Orientando bravas vidas? Não ouviram a doce canção Suaves ventos de primavera.

Céus de estrelas na imensidão

Enunciado de nova era? Não perceberam os pássaros.

Nas revoadas matinais

O troar nos espaços Sons das catedrais?

Não foram tocados pela magia Meigos versos arrebatadores

Vocês não participaram da poesia...

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Amanhecer da poesia

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Vitorioso

Andava descalço pelo Vidigal Esfomeado e deveras carente

Entre a pobreza e o presente mal Semelhante a um verdadeiro animal

Jamais pensando em ser gente Uma chance de ser muito feliz

Estava lá o professor de ginástica Ele lhe ensinou a ser um cidadão

Verdadeiro “gentleman” digno de aplausos.

Sobreviver

O caranguejo Serpeia rente a toca

sempre atento.

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Amanhecer da poesia

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Atração fatal

Pobres mariposas, Chamuscadas por candeeiros,

Morrem em busca da luz.

Louvação

Nas escadarias Água de cheiro

Senhor do Bonfim.

Descontração

Sair da linha Vai lhe fazer muito bem

Mas atenção: Cuidado com o trem.

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Amanhecer da poesia

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Trovador

Na alta madrugada Bela voz se fez ouvir Maviosa e ansiada Maravilhas sentir.

Solitário e triste trovador Suas mágoas cantando

Na poesia para seu amor Os versos declamando...

A lua testemunhando Esta insólita paixão

Poeteiro vai cantando Sua dor no coração.

Trovador sem destino Brumas da madrugada Parece pobre menino

Chorando profunda mágoa.

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Amanhecer da poesia

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Tudo acabado

Eu disse: Tudo bem! Está terminado entre nós...

Embora te ame... é o fim! Ela nada disse:

Me deu as costas Foi embora...

Lágrimas rolaram...

Timidez

Na esquina da vida a encontrei Meus olhos fixos em seu olhar Quis declarar-me que a amei

Sequer um ai pude balbuciar...

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Amanhecer da poesia

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Tanto amor

Marés violentas Explosões espumantes

Revolvem águas Praias selvagens

Natureza exuberante Ondas enormes

Destruição de desenhos Feitos com prazer na areia

A magia, o perfume, perdidos nas sombras expandem-se...

Diga-me...

Viver, sentir ou conviver Dia a dia de nossas vidas Pensamentos conturbados

O quê fazer? ...não quero sofrer...

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Amanhecer da poesia

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É importante a nossa vida

Mas que tristeza é esta?... Estão todos em festa...

Porque não sorrir? A primavera foi de flores

O verão de muitos amores A vida sorriu para todos

Os ventos favoráveis As brisas agradáveis

Mesmo que tenhamos dores De nossa existência sofrida

Importa a nossa vida... vida...

Paixão

Coração a solfejar Em louca disparada Amar, amar, amar...

Eu acordei maravilhado

Peito em galopada Acho que apaixonado

Estou desperto sim

Minh’alma encantada Você em mim!

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Amanhecer da poesia

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O amor em qualquer lugar!

Cazuza já previa:

o amor a gente encontra em qualquer lugar.

Ele tinha razão!

Ele não tem morada certa, pois é universal, no campo, no mato, na favela, no litoral...

coisa fenomenal Na cama, na boate, no cantinho da casa,

na cama dos pais, na escada, no banheiro, o dia inteiro...

Casais se debatem, cheios de amor,

recheados de ais... Nas noites de luar,

ou frias noites de inverno, amar, amar, amar...

Nada mais moderno

para o nosso bem estar. O amor é o único sentimento

que nos acalma e seduz por todo o momento,

alcançar o pódio tentamos, mas a carne é fraca, somos humanos...

geralmente desistimos da verdadeira felicidade atraídos pelos apelos das quimeras da sociedade.

Desastrosos enganos, mas quê fazer, somos assim, você e eu deixa estar... enfim... vamos amar?

.... amar???

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Amanhecer da poesia

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Aconchegante

A lareira acesa em pleno verão Cai de repente a temperatura

Louca, está instável esta estação. Vivemos tempos de loucura

Aproveitar a chuva refrescante Batendo no telhado suavemente

Delícia, uma tarde aconchegante...

Agonia

Ai que saudades, que dor... Nós aqui lembrando da gente

Você nem sequer recados mandou querida. Não amas mais meu amor?

Seus e nossos filhos chorosos... Corações saudosos...

Parabéns para você! Perdeu. Nada valeu?

Somos perdedores? Precursores da agonia, da tristeza? Não acredito que tudo foi em vão...

Nossos sentimentos no chão... Que penúria, amarga agonia.

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Amanhecer da poesia

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Chegou mas já se foi...

Desfile pelas ruas centrais Toda a vila tempestuosa

O circo chegou, que alegria Atrações, artistas e animais Gurizada grita em polvorosa Aplaude em franca euforia.

Logo mais ao cair da noitinha O espetáculo fará estreia Grande Circo Americano Esperada hora já se avizinha Na fila uma grande plateia Só esperando cair o pano.

E então: respeitável público... Em brados o locutor oficial

Damos início a apresentação Com um belo número lúdico Algo maravilhoso, sem igual Para se guardar no coração!

Nossa infante cantora Bela Fará agora sua apresentação Orquestra é do Vagareza Vamos todos cantar com ela Aplaudindo com emoção, Pois jamais veremos aqui Nada igual tenho certeza!

Dos números apresentados Globo da morte, equilibristas

Mulher barbada, homem bala O povo presente encantado

Com os animais, os trapezistas Do domador então nem se fala.

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Luzes normais se apagam, neon No palco fortemente a brilhar Silêncio geral, murmúrios calam Entra a rugir um enorme leão Na jaula o domador a entrar Centenas de olhos arregalam Para aliviar a tensa situação Entram no palco os palhaços Mil tropeços e em algazarra Pra petizada a melhor atração Buzinas, gritos, estardalhaços Espectadores em baita farra.

Assim ocorreu o espetáculo

Que deixou a plateia abismada Mulher gorila, ágeis malabaristas Ultrapassando difíceis obstáculos

Girafas, elefantes e onças pintadas Mágicos e cativantes equilibristas.

Moradores da vila não esquecerão Espetacular Grande Circo Americano Que por duas noites lá permaneceu Sendo histórica sua apresentação Sem dúvidas o Circo foi o soberano Maravilhoso o que na vila ocorreu!

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Amanhecer da poesia

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Bem-me-quer... malmequer

Relação ambígua entre o bem e o mal Faces antagônicas de um viver...

Difícil escolha: querer ou não querer?

Com muito amor

O João-de-barro, artesão da natureza Admirável espécie entre a passarada

Exemplo de fidelidade e nobreza, Laborioso, constrói sua bela morada.

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Amanhecer da poesia

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Mulher perfeita? Nem pensar...

Gosto daquelas que não reclamam a todo instante Que lançam olhares misteriosamente fascinantes Das que não tem na TPM acessos de “frescuras”

Aquelas mulheres normais cheias de doçura.

Gosto daquelas que não exigem homens perfeitos Que não sejam “patricinhas” e sem preconceitos Das que por amor largam tudo apaixonadamente

Aquelas mulheres generosamente descentes.

Gosto daquelas que não focam sua vida na futilidade Que não vivam pelas academias e shoppings da cidade

Das que mesmo tristes esboçam um meigo sorriso Aquelas mulheres que possam te levar ao paraíso.

Gosto daquelas que não se abatam nas dificuldades Que não mintam, mas que falam e acatem verdades

Das apaixonadas por música, cinema, teatro e poesia Aquelas mulheres que se espera encontrar um dia.

Gosto daquelas mulheres medianamente inteligentes Que não sejam invejosas, malvadas ou indecentes

Das que sabem levar quase tudo com charmoso jeitinho Aquelas mulheres que mereçam sempre um carinho.

Gosto daquelas mulheres bonitas, quase perfeitas Que não acertem sempre, estas prováveis eleitas

Das bem sucedidas no amor e na profissão Aquelas mulheres que saibam amar com paixão!

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Amanhecer da poesia

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Sorrir sempre

Ah! essa tal felicidade tão perto e tão longe a escapar das mãos quais grãos de areia.

Momentos de alegria instantes de euforia

barradas pelas sombras da amargura e da tristeza.

Não se deixe abater,

a vida é uma só, agradeça. Sorria, mostre a beleza do sonho que é viver!

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Amanhecer da poesia

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Poesia

Melancolia Dias felizes

Outros nem tanto Prantos

Acolhimentos Momentos Encantos Tristezas

Nostalgias Sorrisos Alegrias

Surpresas Desencantos

Solidez Fortuna

Avarezas Testemunhos

Falsidade Avareza Soberba

Crueldade Traições Solidez Firmeza

Desencanto Pureza Beleza Pudor

Vence o AMOR!

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Amanhecer da poesia

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Partida...

Flor de meu jardim tão cedo partistes.

Rosa delicada, carmim deixaste-me só, tão triste...

Paixão proibida

Face esquálida. Tímido sorriso.

Semblante arrefecido outrora cálida

sombras do siso, ora constrangido.

. Tímida mulher. Trêmulas mãos.

Faces enrubescidas obscuro mister

fonte de paixões enternecidas.

. Fazes um carinho no corpo desnudo. Beijas suavemente. Acolhes no ninho.

Amas, não me iludo o amor não mente...

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Amanhecer da poesia

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Nem eu sei...

Que foi feito de nosso amor nestes anos angustiantes.

Ó vida, fostes cruel conosco causando-nos extrema dor.

. Das profundezas abissais estranho olor de maresia. Recordações e saudades de passados carnavais...

. Mas o tempo é o senhor da razão. Não podemos recuperá-lo jamais.

Caiu por terra nossa felicidade neste dia de cinzas, pisada no chão...

Afogados

Silêncio na noite fria sinal de vidas

pingos de chuva caindo na calçada

intermitentes alternadamente nervosamente.

Gritos na escuridão intercalados com a água afogados na escuridão

de seus barracos...

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Amanhecer da poesia

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Borrasca

Vai e vem de vagas contundentes batendo incessante na gente.

Barcos a deriva, no revolto mar tempestade violenta de arrasar.

A neblina torna a vista imperfeita. Vidas ao mar de almas desfeitas. Espumas alvas a cheirar maresia

quase ao final do fatídico dia. Na esteira do furioso furacão

farpas, trapos, choro e desilusão num repente: as cores enfeitando o céu

belo arco-íris, infinito azul, apogeu!

Meu sonho

Nas caminhadas da vida sempre pensei no amor contigo minha querida

ansiava a pergunta de ti mulher dizendo-me baixinho

lhe quero, me quer??? Maravilhoso carinho.

Mulher... minha mulher!

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Amanhecer da poesia

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Fecunda terra

Plumas soltas no anil entre árvores e pássaros o sol se põe majestoso silêncio sagrado e sutil.

Na ermida sinos a badalar sagrada hora do Ângelus mãos calejadas em louvor

sertanejos cansados a rezar

Amanhã será um novo dia. Águas límpidas se precipitarão

sobre o sertão ressecado com certeza, trará a alegria.

Trabalho, fartura da plantação. Expectativa de novos tempos.

Gado gordo nos verdes pastos. Família feliz no árido sertão!

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Amanhecer da poesia

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Amigo

Finalmente entendi suas belas intenções.

Acompanhei suas ações. Aí então compreendi...

És um grande artista.

Fizestes da cultura, em especial do conto, romance e da poesia.

Teu sonho idealista, muito natural nossas homenagens neste dia

que a virtude ilumine teus caminhos, que o amor seja a tua filosofia.

Seu labor seja festejado com carinhos!

Talvez...

Quem sabe eles retornarão profundos e iluminados dias para nossa paz e satisfação.

Quem sabe, só alegria...

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Amanhecer da poesia

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Natureza

Surpreendes sempre pelo inusitado na vida nas vilas, cidades, no litoral, nos campos,

incendeia-nos com tua harmoniosa beleza.

Criança

Eu entendi... O teu linguajar carente

Eu entendi... Que é preciso dar-te amor e atenção

Eu entendi... Que carinho é imprescindível para ti

Eu entendi... Que temos que te passar confiança

Eu entendi... Que ternura é essencial para uma amizade

Eu entendi... Que o sorriso te deixa feliz

Eu entendi... Que todas nossas ações devem ser sinceras

Eu entendi... Que serei teu amigo sempre e sempre

Eu entendi... Que a boa educação te fará um ser humano valoroso

Eu entendi... Que sem amor de nada valerá todo o resto!

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Amanhecer da poesia

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Amada amiga

Palavras de carinho Assim... assim... assim...

Sorriso de criança Peguei pra mim

Perfumado alecrim Fiquei sem jeito

Palpitação no peito Uma homenagem Na minha viagem Uma réstia de luz Que me conduz À terna poesia Plena alegria

Sempre a poetar Sonhar... sonhar... sonhar...

Chuva de amor

Vamos ficar no quentinho Embaixo do cobertor

Trocando doce carinho Aquentando o nosso amor.

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Flor

Loucos caminhos da vida. Logrei encontrar meu amor.

Querida, minha querida. Perfumado jardim em flor...

Rosa

Que poético este momento, a rosa sorridente a girar cabelos soltos ao vento

no embalo das ondas do mar.

Poeta

Nobre poeta a encantar o mundo com seus versos inesquecíveis fez da vida um cantar profundo

fez do canto as alegrias possíveis.

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Amanhecer da poesia

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Retalhos

Brumas passageiras

Incêndios florestais

Águas ligeiras

Tempestades cruciais.

Flores perfumadas

Caminhos pedregosos

Longas estradas

Destinos temerosos.

Anônimas vidas intensas

Alegrias e tristezas vividas

Esplendor de vivências

Em fotos amarelecidas .

Seres no anonimato

Almas calejadas de dor

Vida de insensatos

Retalhos de um amor!

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Amanhecer da poesia

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Poupem as crianças

Naquele país tropical, super subdesenvolvido

a corrupção havia há muito se estabelecido

e os cidadãos não aguentavam mais a “merda”.

Foram para as ruas e queimaram e depredaram

ônibus, estabelecimentos bancários, shoppings,

lojas, indústrias, jornais, redes de TV, igrejas

e tudo que poderia significar capitalismo selvagem.

O caos estava estabelecido, pânico e escuridão.

Exército comandado por palerma, patético general.

Perdeu posições muito importantes e estratégicas

tanto no interior quanto nas ruas e avenidas da capital...

A luta armada se estendeu por muito tempo.

Mortandade, feridos, miséria, a tônica prevalecendo.

Nenhum dos lados de algum modo arrefecendo.

Nem mesmo com a intervenção internacional.

A ONU por sua incauta, relapsa e odiosa trajetória

se dobrou e se deixou comandar pelos países ricos,

apagando o pouco de sua bela e importante história.

As democracias e as ditaduras se estabelecendo

neste mundo miserável de guerras e falcatruas.

Governos se locupletando, no poder se sucedendo

deixando o povo à míngua, em terras nuas...

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Amanhecer da poesia

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* E se não houverem guerras ou revoluções

que será do poderio dos USA famigerado

de sua economia em permanente ascensão

deste povo por muitas razões odiado?

Não importa o cidadão que luta pela paz

ou se a justiça está invisível, já não se faz?

Pelo menos poupar inocentes crianças...

Futuro: posteridade sonhos de esperança!

Não entendo...

Mentes psicopatas

Políticos safados

Assassinatos frios

Pobres aristocratas

Poderosos tarados

A vida e seus vazios...

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Amanhecer da poesia

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Mesmo assim...

Ainda que eu morra de ciúmes

sentindo no quarto suspeito

aroma de inesquecíveis perfumes.

Não considero desfeito.

Não me dou por vencido.

Esta louca dor cá no coração.

Ah! Fui covardemente traído.

Amor! Não tivestes compaixão.

Deixastes tudo, tudo perdido...

Alma partida

Escuro céu de cinza carregado.

Nuvens ameaçadoras pairavam

na terra de lágrimas encharcada.

Desconhecida encruzilhada do destino

ou seguir na vida, sem ter-te ao lado?

Dúvidas cruéis que desagravam

a solitária e triste caminhada.

Alma em chamas, desatino...

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Amanhecer da poesia

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Ainda bem

Que acordo quase todas as manhãs

Tendo alguém sorrindo para mim

Podendo me aconchegar no calor

Ouvindo sonoros cantos de Jaçanãs

Sou feliz com pouco, sou feliz assim...

Mais ainda com meu encantado amor!

Algazarra das crianças, um novo dia

Uma espreguiçada gostosa na cama

Ternura no beijo da eterna namorada

Tênue luminoso raio de sol se irradia

No brilho dos olhares de quem ama

Abraços e beijos, esta minha doce amada.

Ainda bem que nos queremos tanto assim...

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Amanhecer da poesia

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Nada...

Penso no nada que sou

Pobre poeta peregrino

Sem saber pra onde vou

Sem regaço, sem destino.

Flores azuis

Magnífico jardim encantado

Flores belas perfumadas

Trago nas mãos a sorrir

Um ramalhete azulado.

.

Colhidas com delicadeza

Ofereço-as ao meu amor

Ela merece com certeza

Destas violetas em flor.

Teu corpo

Pura ousadia do Criador

Teu corpo escultural

Projetado para o amor!

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Amanhecer da poesia

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Estranho amor

Vestiu-se com o orvalho da manhã

Tomou emprestado o perfume da flor

Seguiu sorrindo entre nuvens brancas

Na utópica busca do estranho amor!

Mandar num coração?

Como se consegue?

Creio que não

Mas não se entregue

Vá tentando controlar os sentimentos

Consolar por momentos

Este vazio que um coração frio

Derrubou ao chão...

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Amanhecer da poesia

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O ruído do silêncio

A noite cobre a paisagem

Com seu manto estrelado.

Uma ligeira e suave aragem.

O sol no horizonte prostrado.

.

O ruído do silêncio crepita

Na labareda ardente da lareira

Enquanto minh'alma dormita

Na fria escuridão da soleira.

Ritmo e sedução

.

Ouço: "A media luz", de Gardel

E, "Viejos tangos de mi flor"

O compassar triste no bordel

Para iludir e embalar um amor.

.

Vamos, vamos todos a bailar

Façamos da vida pura emoção

O ritmo "caliente" está no ar

Perfumes da noite, atração.

.

Lua prateada neste doce olhar

Passos, bocas, seios... paixão

Lânguidos beijos a arrebatar

Este belo corpo, pura sedução.

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Amanhecer da poesia

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Teu sorriso

Doce sorriso encantador

Nos teus lábios carmim

Quisera eu meu amor

Que fosse só para mim.

Planeta azul

Isolados no infinito

Na imensidão do Universo

Tudo, tudo é tão bonito

Cantado em prosa e verso

Nosso Planeta qual mar

Azul cintilante dourado

Nos convida a cantar

Neste chão deveras amado!

Noites

Ah... estas noites de solidão

Tão frias

Vazias

Ah... estas noites sem emoção

De esperas e quimeras

Ah... estas noites de verão

Sem o calor do teu amor.

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Amanhecer da poesia

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Dama de vermelho

Ó cigana de sorriso encantador

Miragem nua diante do espelho

Não lembras deste sonhador

Misteriosa dama de vermelho?

Cafezinho e pão de queijo

Senti o aroma peculiar

Do café com pão de queijo

Este delicioso manjar

Que não troco por um beijo.

Nua

Sob a luz prateada da lua

Refletida nas águas do mar

A beleza da mulher nua.

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Amanhecer da poesia

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Vida marinha

Ribombo de ondas Caranguejos e algas

Entrelaçados.

Sombras da noite

A nostalgia Se estampava

No rosto sombrio.

Cartão-postal Cheguei cansado, mas bem, ainda não arranjei um emprego, estou um pouco com medo, pois não conheço ninguém. A grana que levei já gastei; deu pra viagem e alguma alimentação; estou com saudades, morando no centro da cidade, sob a marquise da estação. Amanhã levanto cedinho ver se arranjo ligeiro um servicinho de pedreiro. Lembranças pra você Isoldina e pros guris, queira Deus e Nossa Senhora, que sem demora, mais dias menos dias estarei aí... Assina: José de Santo Antão

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Amanhecer da poesia

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Filhos amados

D A N I E L A

D elicada e feliz donzela A mável e nobre criatura

N ossa primogênita alegria I inteligente, sagaz e segura

E encantadora, humilde e bela L uz aos corações irradia

A mada filha Daniela!

F A B I O

F orte e altivo guerreiro A mado filho, amigo carinhoso

B oas maneiras, com educação I ndependente e zeloso

O stentas com orgulho, nosso brasão!

F E R N A N D A

F abulosa, moça inteligente E encantada, filha e amiga R ecatada, alegria da gente

N ossa meiga flor altiva A amada, sempre querida N ascestes para o sucesso

D á-nos imensa alegria A cada raiar de novo dia!

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Amanhecer da poesia

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Ode a dama de negro

Dama recatada e mui misteriosa Amada por seus poemas e encantos

Mulher querida e maravilhosa Amante do amor e da poesia

Das letras, da música, do canto Encantas por tua doce alegria Nunca escondendo teu pranto

Estás sempre em nossos corações Gravada em poemas de emoções

Registrada no recanto pela amizade Ode à ti poetisa, te amamos de verdade.

Gosto de ti Fada de meu sonho encantado Alma de minh’alma, oh! Vida Quero estar sempre ao teu lado Pela eternidade doce querida!

Vida

Muitas razões para sucumbir Outras tantas para continuar

Diversas ocasiões para desistir Segura-te no sentimento amar!

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Sorrisos

São agradáveis lembranças Bocas infantis, poucos dentes É assim sempre na infância

Na adolescência a exuberância Daquela menina, a criança... Encantadora jovem surgindo

Sorriso belo de mulher, sorrindo Conquistando os jovens acanhados

Trêmulos, tímidos, encantados...

Se um dia...

Quando as flores perderem seu perfume Frágeis vaga-lumes apagarem seu lume

O Sol, a vida a nascer entre nuvens ligeiras Desta encantada maneira prazenteira... Rios, matas, campos, cachoeiras, mares Estrelas, luar, praias, lindíssimos lugares

Ah! Se eu estiver triste, por favor, me abrace Ou deixe-me só em ninguém, me desenlace Quando para sempre te fores e também eu Restarão apenas luzinhas no escuro céu... Mas creio nosso amor não será passageiro

Mas longa paixão, um sentimento por inteiro...

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Por que escrevo? Nem sei como tudo começou. Aconteceu na adolescência. Muitas coisas ocorreram pela vez primeira: largar as calças curtas e vestir um blue jeans, a preocupação com a aparência, o primeiro barbear, o porre num lugar inusitado, a tímida declaração de amor, o abraço, o beijo, o encantamento com os verdes anos, do pop e do rock, hippies, Bob Dylan, Woodstock, Beatles? Creio, sim, que foi na época, quando elaborei as primeiras poesias, prosas, crônicas e nem sabia, como até hoje não sei, explorar a beleza através das palavras. Escrevo por prazer ou terapia; não sei bem, talvez para falar de minhas alegrias e tristezas. Voejar pelos infinitos azuis, tentar chegar aos céus e visualizar o paraíso, com seus anjos e deuses em eterna harmonia. Quiçá por teimosia desafiando censuras impostas pelos pais, professores "religiosos" e a maldita ditadura militar de 64. Não sei bem as razões por que escrevo. Num tom irônico de Kafka ou polêmico de Nelson Rodrigues? Influência dos grandes mestres? Érico Veríssimo, Mário Quintana, Eça de Queirós, Casimiro de Abreu, Clarice Lispector, Ernest M. Hemingway, Alexandre Dumas, Gonçalves Dias, Charles Bukowski e tantos outros? Escrevo talvez porque minh'alma irrequieta exige que eu me livre dos grilhões da ignorância e do excessivo apego à matéria. Escrevo, pois, para expressar meus sentimentos, desejos, registrar meu grito de liberdade aos ouvidos moucos... extravasar! Por que utópicas palavras podem mudar o destino do Universo e deste grão de areia que sou. Para livrar-me da senzala sombria, um antídoto aos anticristos: escrever. Sentimental, patético, complexo, galhofeiro, esteta, uma Babel em convulsão, nau sem rumo, objetivo incerto. Ante a catarse do divã frio da psicóloga, enveredei pelo suave e encantado caminho das letras. Creio que a Arca de Noé II aportará no Paraíso, num mundo mágico de poesia e paz, onde todas as quimeras tornar-se-ão realidade. Além do mais, escrevo porque gosto!

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Noites de ronda

O sol se pondo no horizonte Jovens se reúnem no barzinho

Sexta-feira, noite de diversão Ideias de o que fazer? ... de monte...

Vamos devagarinho Na boate azul o tesão...

O desfrute, o amor, a paixão Jovens a procura do amor

Somos e fomos todos iguais Neste jogo de ilusão...

Ninguém merece Louca paixão devastadora. Cenas de amor dissimuladas. Fúria de tempestades Destruição de chuvaradas, Cenas horríveis, perturbadoras. Engessados, perplexidade...

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Depois daquela tarde

Encontro marcado Tempo nublado

Menina dos sonhos Semblantes tristonhos.

Espera ansiosa Garota formosa

Incessante garoa Estou mesmo à toa.

Correm as horas Estas demoras

Machucam o ser Por te querer...

Cruel esperança Amada criança

Meu bem querer Não importa sofrer.

Já anoitecendo

Embora sofrendo Aguardo a chegada Amor, doce amada.

Estou indo embora Tarde foi-se agora Tristonho anoitecer

Que houve meu querer?

Depois daquela tarde Sem mais alarde Procuro esquecer

Quem me fez sofrer...

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Angelical Um rosto e lindos lábios Olhos negros profundos De sorrisos encantados O meu, o nosso mundo...

A queda

Elementos estranhos agem sorrateiros Sem qualquer dor o desequilíbrio

O corpo que cai, quase sem sentido A ajuda veio nas mãos de uma amiga.

Fruto de minh´alma Musa de minha existência Diária e sentida carência Meu pão nas manhãs frias Café aquecendo meus dias Primaveras salpicadas de flores Meus painéis de vida em cores Cânticos sonoros do amanhecer Meu sonhar, meu bem querer! Fada, musa, menina querida... Essência de minha vida!

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Meu amor vai mais além...

Tenho por ti bem sei Um raro sentimento

Que vem aqui de dentro Sem muita explicação.

Sei que não é amor Nem amizade

Muito menos paixão. É um bater sem cessar De um ansioso coração

Querer contigo sempre estar Como se fosse um irmão.

É mais que amor, pressinto É mais que amizade É mais que paixão

Prima irmã da saudade Eterno querer eu sinto

Alma em explosão Um passaporte à eternidade.

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Mestre Vitalino (Ceramista popular pernambucano – 1909-1963) Nasceu em 1909 na Ribeira dos Campos O garoto Vitalino Pereira dos Santos de Caruaru A ingênua personagem Com sua arte em barro, pediu passagem. Melhorar o frágil orçamento familiar Através do esforço e da magia de modelar. Do rio Ipojuca, solução, terra trabalhada, Passaporte único à vitoriosa caminhada.

Em Caruaru nas feiras semanais da cidade Levava as pequenas peças de “novidade”

Os caçuás nas cangalhas dos jegues Cuidadosamente embaladas, entregues...

Atender algumas poucas encomendas Dos comerciantes da feira, boas vendas.

Retirantes, batizados, Lampião, vaquejadas O seu trabalho em artesanato retratava.

A nobre vivência se calcava no massapé, Criatividade e imaginação, magia de viver. Inspirado no complexo folclore Nordestino A saga gloriosa do artesão Mestre Vitalino A todas as fronteiras com a arte ultrapassou. Do sertão a desconhecida estória divulgou. Nas festas da vila lindas peças do folclore encenou Bumba-meu-boi, caipora entre outras apresentou.

Nos folguedos divulgou a imensa cultura Apresentações de rua, quase sem estrutura,

Presenteou-nos com figuras interessantes: Birico, Caboclinha, Zé Maria, Jurubeba, Gigante,

Corcundas de paletó e os rapazes travestidos, Personagens sonsos, matreiros, inibidos... Uma herança histórica bela e inestimável

Fruto de seu trabalho, magistral passagem. Belo mundo no artesanato retratado Deixa-nos o mestre inestimável legado De Caruaru o gênio Vitalino a modelar Ensinou as técnicas do barro moldar Uma expressão os costumes da região Esta perfeita e poética, folclórica visão De um maravilhoso sonho de menino Um artista nato: o grande Mestre Vitalino!

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Vidas breves

Éramos sadios e felizes descamisados, livres, pés descalços

supria-nos o mínimo, aprendizes inocentes infantes em percalços.

Pouco sabíamos desta vida ganhos, perdas ou solidão,

da via crucis só, sofrida. Família, segura proteção.

No alvorecer da mocidade

a remoção do rancho do campo pro casebre imundo da cidade.

Percebemos amargurados as mudanças

insuportáveis, lutas árduas, o trampo vidas breves de ingênuas crianças.

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Ternura

Vontade de te dar um abraço Recolher-me ao teu regaço

Adormecer.

Por amor

Viver sem barreiras Remover amarguras Ultrapassar fronteiras

Ser feliz!

Festejar novos dias Exorcizar pesadelos Extravasar alegrias

Viver!

Esquecer de si mesmo Concretizar sonhos Partilhar paixões.

Em corpos ardentes

Almas flutuantes Palpitar de corações.

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Personagem

Sozinho no mundo

Mil segredos a contar Pária...vagabundo...

Sem trabalho, sem lar... Com amor no coração

Ternura no olhar Desejo e sedução

Triste história pra contar...

Cabelos de fogo

Fico deveras iluminado Quando passas por mim

Sou um ser agraciado Por amar-te sem fim.

Teu belo sorriso brejeiro

No rebolado tentador Acende o meu candeeiro Minha linda, minha flor.

Não sabes ainda do amor Jovem garota encantada Tão somente és bela flor.

Folgo em ver-te mais linda Na tua suave caminhada

Te quero mais e mais ainda...

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O dia se cobriu de azul

Corações batendo forte Uníssonos e sonhadores

Em lindas histórias de amores.

Momentos

Quisera ficar contigo Por instantes, por amor

Ou como amigo!

Mãe

Palavra sem rima Luz que alumia

Insubstituível guia Amor irrestrito Bonito...bonito

Sentimentos sem cor AMOR...AMOR...AMOR!!!

Madrugadas

Noites de serenatas Sempre me arrebatas...

Em ternas cantorias.

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Insone

Pela penumbra vaguei incessante Na madrugada de horrores

Quisera encontrar-te um instante E dizer-te de meus amores Na verdade não são plurais São intensos mas resumem

No teu suave e único perfume!

Foi assim...

Madrugada sonolenta Desencantos

Sentimentos perdidos Amargos sorrisos Luzes ofuscantes O amor que se foi

Sublimado pelo etéreo infinito Lágrimas sentidas...

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Este amor desejado

Este amor desejado Que sentimos no coração

Somos os enamorados Frutos de notável paixão.

Frutos de notável paixão Somos os enamorados

Que sentimos no coração Este amor desejado.

Nossos caminhos floridos Entre beijos, doce amor Nós vamos trilhar unidos No sonho arrebatador.

No sonho arrebatador

Nós vamos trilhar unidos Entre beijos, doce amor

Nossos caminhos floridos.

Este amor desejado.

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