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REGISTROS DOCUMENTAIS DO SÉCULO XVIII E XIX: DOCUMENTOS E MÉTODOS PARA DIZER DA VIDA E DA MORTE EM TEMPOS PASSADOS E LUGARES DISTANTES – fase 2 Alysson de Avila Costa PIBIC-UFPR/TN Orientação: Prof. Dra. Martha D. Hameister O objetivo desse trabalho é dar continuidade à pesquisa anterior, aprofundando o estudo sobre práticas nominativas na Freguesia de Nossa Senhora do Rio Pardo, com a ampliação do corpo documental. Os resultados obtidos permitem fazer uma análise comparativa entre as práticas nominativas da população indígena e o restante da população da freguesia, práticas essas que apresentam diferenças significativas entre si. Foram realizados levantamentos quantitativos e qualitativos dos dois primeiros livros de batismo da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, disponíveis no domínio www.familysearch.org. Contabilizam-se 625 registros, 363 e 262 do primeiro e segundo livro, respectivamente, que deram suporte para comparação entre diferentes segmentos sociais, étnicos e/ou jurídicos. Conclui-se a possibilidade de considerar que os indígenas da freguesia mantêm uma prática nominativa específica frente ao restante da população, pela adoção de determinados prenomes. De certa forma, a inclusão desses indígenas na sociedade católica que os cercam são relativizadas por eles próprios, com a manutenção de uma identificação étnica. Os cinco nomes mais escolhidos em cada livro. José Maria Miguel Maria Antônio Anna Inácio Inácia Manoel Francisca Antônio Anna João Joanna Francisco Antônia Joaquim Thereza João Madalena 1º livro 2º livro (indígenas) Os resultados apontam para diferenças significativas entre as práticas nominativas da população como um todo e a população indígena da freguesia. Enquanto a freguesia de uma maneira geral apresenta uma prática semelhante da encontrada em outros levantamentos semelhantes para a América portuguesa no século XVIII, os indígenas preferem um conjunto específico de prenomes que os distanciam desse padrão. Dada a especificidade das escolhas destes, considera-se a influência da tutela jesuítica sobre a prática nominativa dos indígenas de Rio Pardo. BARTH, F. Os grupos étnicos e suas fronteiras. In: BARTH, Fredrik. O Guru, o Iniciador e Outras Variações Antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2000. HAMEISTER, M. D. Para dar calor à nova povoação: estratégias sociais e familiares na formação da Vila do Rio Grande através dos Registros Batismais (c.1738-c.1763). Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. NADALIN, S. O. História e demografia: elementos para um diálogo. Campinas, SP: ABEP, 2004.

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REGISTROS DOCUMENTAIS DO SÉCULO XVIII E XIX: DOCUMENTOS E MÉTODOS PARA DIZER DA VIDA E DA MORTE EM TEMPOS PASSADOS E LUGARES DISTANTES – fase 2 Alysson de Avila Costa PIBIC-UFPR/TN Orientação: Prof. Dra. Martha D. Hameister. - PowerPoint PPT Presentation

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REGISTROS DOCUMENTAIS DO SÉCULO XVIII E XIX: DOCUMENTOS E MÉTODOS PARA DIZER DA VIDA E DA MORTE EM TEMPOS PASSADOS E LUGARES DISTANTES – fase 2Alysson de Avila CostaPIBIC-UFPR/TNOrientação: Prof. Dra. Martha D. Hameister

O objetivo desse trabalho é dar continuidade à pesquisa anterior, aprofundando o estudo sobre práticas nominativas na Freguesia de Nossa Senhora do Rio Pardo, com a ampliação do corpo documental. Os resultados obtidos permitem fazer uma análise comparativa entre as práticas nominativas da população indígena e o restante da população da freguesia, práticas essas que apresentam diferenças significativas entre si.

Foram realizados levantamentos quantitativos e qualitativos dos dois primeiros livros de batismo da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, disponíveis no domínio www.familysearch.org. Contabilizam-se 625 registros, 363 e 262 do primeiro e segundo livro, respectivamente, que deram suporte para comparação entre diferentes segmentos sociais, étnicos e/ou jurídicos.

Conclui-se a possibilidade de considerar que os indígenas da freguesia mantêm uma prática nominativa específica frente ao restante da população, pela adoção de determinados prenomes. De certa forma, a inclusão desses indígenas na sociedade católica que os cercam são relativizadas por eles próprios, com a manutenção de uma identificação étnica.

Os cinco nomes mais escolhidos em cada livro.José Maria Miguel Maria

Antônio Anna Inácio InáciaManoel Francisca Antônio AnnaJoão Joanna Francisco Antônia

Joaquim Thereza João Madalena

1º livro 2º livro (indígenas)

Os resultados apontam para diferenças significativas entre as práticas nominativas da população como um todo e a população indígena da freguesia. Enquanto a freguesia de uma maneira geral apresenta uma prática semelhante da encontrada em outros levantamentos semelhantes para a América portuguesa no século XVIII, os indígenas preferem um conjunto específico de prenomes que os distanciam desse padrão. Dada a especificidade das escolhas destes, considera-se a influência da tutela jesuítica sobre a prática nominativa dos indígenas de Rio Pardo.

BARTH, F. Os grupos étnicos e suas fronteiras. In: BARTH, Fredrik. O Guru, o Iniciador e Outras Variações Antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2000.HAMEISTER, M. D. Para dar calor à nova povoação: estratégias sociais e familiares na formação da Vila do Rio Grande através dos Registros Batismais (c.1738-c.1763). Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.NADALIN, S. O. História e demografia: elementos para um diálogo. Campinas, SP: ABEP, 2004.