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1 UnG – UNIVERSIDADE DE GUARULHOS ALUNA: FERNANDA MÔNICA VICTOR DO OURO ORIENTADORA: MSC. VANDA DOS SANTOS SILVA LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DAS ESPÉCIES ABÓREAS E HERBÁCEAS DE UM FRAGMENTO URBANO LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS – SP RELATÓRIO PARCIAL GUARULHOS Estado de São Paulo - Brasil Agosto/2005

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UnG – UNIVERSIDADE DE GUARULHOS

ALUNA: FERNANDA MÔNICA VICTOR DO OURO

ORIENTADORA: MSC. VANDA DOS SANTOS SILVA

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DAS ESPÉCIES ABÓREAS

E HERBÁCEAS DE UM FRAGMENTO URBANO LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE

GUARULHOS – SP

RELATÓRIO PARCIAL

GUARULHOS

Estado de São Paulo - Brasil

Agosto/2005

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1. INTRODUÇÃO

Grandes extensões florestais começaram a ser reduzidas em São

Paulo no início da segunda metade do século XIX, com o estabelecimento

da cultura cafeeira através de extensas plantações no Vale do Paraíba

(César, 1978). As atividades agrícolas e industriais aliada a expansões dos

centros urbanos fizeram com que na década de 70 a devastação florestal

alcançasse níveis alarmantes. As matas naturais de São Paulo foram

reduzidas a apenas 6,13% da sua área original em 1981.

Mesmo assim, segundo o relatório do IBT (2005) a vegetação de São

Paulo ainda é muito diversificada, estando presente no Estado, a Floresta

Atlântica, que ocorre na Serra do Mar (“Floresta Ombrófila Densa”), e se

estende para o planalto interior com fisionomias variadas de tipos de

Florestas Mesófilas semidecíduas. As áreas abertas da região central e do

oeste são dominadas pelos Cerrados, incluindo Campos Sujos e até

Cerradões. Destacam-se também Restingas, Dunas e Manguezais, na

região costeira. Pela posição geográfica do Estado, ocorrem associados

elementos de floras tipicamente tropicais e de floras mais característica de

regiões subtropicais.

Esses ecossistemas desempenham serviços ambientais importantes

dentre eles a depuração do ar e da água, o controle de cheias e da erosão

do solo, o tamponamento climático e a oferta de recursos naturais (De

Groot, 1992).

Apesar da grande importância, a floresta tropical continua sofrendo

forte pressão em sua estrutura e composição. Devido ao intenso ritmo de

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devastação das áreas de florestas primária, a maior parte da vegetação das

zonas tropicais é constituída por florestas secundárias (Mendonça et al,

1992), isto é, uma vegetação que não é a original, e sim que cresceu após

a remoção desta. Dessa maneira, estando submetidos às mais variadas

formas de intervenções antrópicas, a maioria dos remanescentes florestal

junto aos centros urbanos já é de florestas secundárias apresentando uma

distribuição bastante descontínua.

A floresta secundária jamais se igualará a floresta primária (floresta

intocada ou aquela em que a ação humana não provocou significativas

alterações), em termos de biodiversidade. A afirmação é dos pesquisadores

Eric Davidson, da Woods Hole Research Center, e Plínio Barbosa de

Camargo, da Universidade de São Paulo. Segundo os cientistas, embora a

floresta secundária tenha papel fundamental no que diz respeito aos

efeitos climáticos, em termos de biodiversidade, o novo ecossistema tem

até 50% menos espécies em relação ao cenário original (Ministério da

Ciência e Tecnologia, 2004).

Tal ritmo de destruição da cobertura vegetal tem levado a

degradação dos solos, dos recursos biológicos e dos recursos estéticos da

paisagem natural, empobrecendo a capacidade das áreas de fornecer

benefícios à sociedade e, comprometendo em maior ou menor escala a sua

característica mais notável, a biodiversidade (UNESCO –PNUNMA & FAO,

1980; Jesus, 1992).

Devido a estas grandes explorações, surgiu a necessidade de serem

criadas áreas de preservação. Segundo Pádua & Coimbra Filho (1979) a

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primeira idéia de preservação de uma área natural no país partiu de André

Rebouças em 1876, sugerindo a proteção da Ilha do Bananal e Sete

Quedas. Porém somente em 1937 foi criado o primeiro Parque Nacional, o

de Itatiaia.

O rápido desenvolvimento das cidades trouxe como algumas de suas

conseqüências: aumento na demanda por áreas de lazer, tornando estas

áreas protegidas locais de intensa visitação (Negreiros et al, 1974b; César,

1978; Quintão, 1983); além de um alarmante ritmo no desmatamento das

florestas restringido as formações vegetacionais a fragmentos isolados

menores que 100 hectares.

Estes fragmentos são os últimos refúgios de muitas espécies

ameaçadas de extinção. Entretanto estes fragmentos de pequena extensão,

importantes como depósitos da biodiversidade, carecem de estudos que

determinem seu estado atual de conservação, grau de diversidade e

práticas conservacionistas adequadas para o manejo (Viana et al, 1992).

Observa-se que a redução do habitat disponível e o isolamento em

graus variados são os fatores da fragmentação que mais influenciam na

perda da biodiversidade (Harris & Silva Lopez, 1992). Vale ressaltar que o

número e o grau de isolamento é importante, mas a freqüência e a

intensidade da ação antrópica, e a vegetação natural em volta do

fragmento podem ter um papel ainda mais importante (Turner & Corlett,

1996). Assim, o grau de isolamento não depende apenas da distância entre

os fragmentos, mas também do tipo de vizinhança, do tempo de

5

isolamento e da conectividade entre os fragmentos (Forman & Godron,

1986; Saunders et al, 1991).

Caso a distância entre fragmentos seja muito grande, ou inexistam

outros fragmentos que possam ser utilizados, ou ainda os fragmentos se

tornem isolados por barreiras, as populações podem se desequilibrar

(Ishihata, 1999).Pequenos fragmentos têm menor número de espécies do

que fragmentos maiores (Turner, 1996). No entanto, estudos indicam que

mesmo os fragmentos menores que 100 hectares podem conter uma

proporção relativamente grande de sua biodiversidade por décadas após o

isolamento (Turner & Corlett, 1996). Em geral fragmentos pequenos de

habitats naturais também são mais suscetíveis à invasão biológica do que

grandes áreas contínuas (Cronk & Fuller, 1995; Laurance & Bierregaard,

1997).

As florestas urbanas são ecossistemas compostos pela interação

entre sistemas naturais e sistemas antropogênicos (Nowak et al 2001).

Diante das fortes pressões exercidas sobre as comunidades naturais,

devido principalmente ao rápido aumento da população humana no

planeta, têm-se apressado as pesquisas, visando documentar e preservar a

diversidade biológica, na tentativa de reconhecer nas comunidades

naturais, aspectos essenciais ao seu desenvolvimento (Winemiller, 1992). A

verdade é que, em um país onde a biodiversidade é pouco conhecida como

o nosso, há espécies que podem ter sido extintas antes mesmos de serem

catalogadas e outras que, ao serem descobertas, entram imediatamente

para a trágica lista das ameaçadas de extinção (Apremavi, 2005).

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Nas regiões mais densamente povoadas, onde a paisagem foi

fortemente alterada, as mudanças florísticas e estruturais das comunidades

vegetais podem ter sido definidas por fatores “externos” ao ecossistema,

como as características da circunvizinhança, em especial quando há grande

dependência de recursos alóctones para a regeneração ou quando a matriz

serve como fonte de propágulos de espécies exóticas (Wunderle Jr.1997,

Horvitz et al. 1998, Tabarelli et. al. 1999, Metzger 2000, Laurance 1999).

A magnitude de todas essas alterações tem sido associada,

principalmente, ao tamanho dos remanescentes florestais (Turner, 1996).

Fragmentos pequenos englobariam menor heterogeneidade ambiental do

que fragmentos grandes e, devido à sua área reduzida, suportariam um

menor número de espécies, as populações seriam menores e, portanto,

mais sujeitas à extinção (Hill & Curran, 2001). Além disso, fragmentos

pequenos seriam mais afetados pelo efeito de borda devido à sua maior

razão borda; interior (Kapos, 1989).

A perda de espécies não se daria simplesmente por um efeito de

redução de área ou perda de heterogeneidade ambiental. Algumas espécies

não persistiriam em fragmentos devido às alterações das condições

microclimáticas em relação à floresta contínua, resultantes do efeito de

borda (Lovejoy et al. 1996, Kapos et al. 1997). Outras se extinguiriam

devido a eventos genéticos ou demográficos (Shafer, 1981), perda de

variabilidade genética (Lande, 1988) e declínio da reprodução devido à

perda de polinizadores (Aizen & Feisinger, 1994).

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A alteração da composição original ocorreria porque muitas espécies

se beneficiariam das condições do ambiente fragmentado. Espécies

associadas às atividades antrópicas e espécies características de ambientes

perturbados, como lianas e espécies dos estádios sucessionais iniciais,

teriam suas capacidades de colonização e expansão aumentadas (Tabarelli

et al., 1999; Laurence et al., 2001). As espécies que são dispersas pelo

vento (anemocóricas) também poderiam ser beneficiadas em paisagens

fragmentadas. Em ambientes mais abertos (matriz), suas chances de

atingirem longas distâncias são maiores (Howe & Smallwood, 1982),

enquanto para as espécies zoocóricas, a matriz, muitas vezes, constitui um

obstáculo intransponível. A penetração e/ou o aumento excessivo da

abundância dessas espécies alteraria gradualmente a composição original

(Terborgh, 1992).

Espécies invasoras também teriam suas oportunidade de expansão

aumentadas nesses fragmentos (Gómez-Pompa, 1971; Brown & Brown,

1992; Laurence et al., 1998). Espécies invasoras são aquelas que

alcançaram determinadas áreas em conseqüência de atividades humanas

(Pysek 1995 ; Dilich et al. 2002). Segundo Janzen (1983), Bierregaard et al.

(1992) e Gascon et al. (1999), tais espécies viriam, principalmente do

entorno dos fragmentos, dominado por atividades antrópicas.Espécies

pioneiras são componentes naturais dessas florestas, mas regeneram

somente sob altas intensidades de luz, situação que, em florestas naturais,

só ocorrem em grandes clareiras ou bordas de mata (Budowski, 1965,

Hartshom 1978, Swaine & Whitmore 1988). A penetração e/ou o aumento

excessivo da abundância dessas espécies alteraria gradualmente a

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composição original das florestas fragmentadas e também influenciaria a

abundância e persistência de espécies da composição original (Terborgh,

1992).

Nas áreas de borda dos remanescentes, ocorreriam alterações

abióticas e bióticas. Dentre as abióticas podemos citar: aumento na

penetração de luz e da temperatura e redução da umidade relativa do ar e

do solo (Kapos, 1989; Matlack, 1993; Didhan & Lawton, 1999). Os efeitos

bióticos referem-se a mudanças na composição, distribuição e abundância

dos organismos (Lovejoy et al., 1996; Willians-Linera, 1990, Che et al.

1992).

As bordas dos fragmentos de mata são mais atingidas pelo vento e

pela insolação do que o interior da floresta. Entre outros impactos que

recebem, as bordas ficam mais secas, com isso, são abertos caminhos para

a invasão de espécies não nativas da região. As espécies exóticas, como as

gramíneas, impedem a regeneração da mata no local em que se instalam.

O efeito pode ser devastador, porque o ciclo de maior luminosidade e

menor umidade na borda se repete, assim como a invasão de espécies

exóticas. O processo de estrangulamento da mata pode levar vários dos

fragmentos florestais à extinção. Por isso, não adianta criar reservas que

sejam artificialmente isoladas, degradando suas fronteiras (Gottlieb, 1999).

O potencial de recursos inaproveitados do bioma Mata Atlântica e

ecossistemas associados, pode ser revelado através de estudos florísticos e

fitossociológicos. Estes estudos podem ocorrer em diferentes níveis e,

dependendo da atividade envolvida, proporcionar diretrizes para uma

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política de conservação realista, bem como fornecer uma gama de

informações aplicáveis em diferentes campos de conhecimento.Estes

campos em especial são: manejo de áreas silvestres, recuperação de áreas

degradadas, produção de sementes e mudas, avaliação de impactos,

licenciamento ambiental, indicação correta de espécies para revegetação,

determinação de endemismos, localização de espécies para prospecção

química, determinação de espécies raras, identificação de habitats

preferenciais das espécies, entre outros (Aguiar, 2003).

As florestas tropicais são, entre os maiores “habitats”, os mais ricos

em espécies e os que estão em maior perigo pela constante exploração dos

seus recursos. Desse modo, a diversidade biológica deve ser tratada como

um assunto global para ser classificada, utilizada e, acima de tudo

preservada (Wilson & Peter, 1995).

A MATA ATLÂNTICA

O início da destruição da Mata Atlântica data da chegada dos

portugueses em 1500. Embora ocupada por grupos indígenas tupis

relativamente numerosos, como os Tupinambás, que já praticavam a

agricultura, os relatos dos viajantes e estudiosos do século XVI não

registram qualquer sinal de destruição da cobertura florestal. Ao contrário,

segundo Holanda (1995), as descrições são de uma floresta intocada, de

enorme riqueza natural e que levaram muitos dos que aqui chegaram no

início da colonização a "acreditarem seriamente estar nas Américas o

paraíso terrestre".

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Segundo os resultados do mais recente estudo realizado pela

Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) e o Instituto Socioambiental, publicado em 1998, entre

os anos de 1990 e 1995 mais de meio milhão de hectares de florestas

foram destruídos em nove estados nas regiões sul, sudeste e centro-oeste,

que concentram aproximadamente 90% do que resta da Mata Atlântica no

País. Um valor equivalente a mais de 714 mil campos de futebol

literalmente eliminados do mapa em apenas cinco anos, a uma velocidade

de um campo de futebol derrubado a cada quatro minutos. Uma destruição

proporcionalmente três vezes maior do que a verificada na Amazônia no

mesmo período.

As matas atlânticas assemelham-se às matas amazônicas em

fisionomia e em composição florística, deferindo delas tanto quanto

distarem do Equador. Em todas as florestas do tipo pluvial perenifólio,

latifoliado, do Brasil, onde quer que ocorram, sobressaem muitas

características comuns: todas são densas, escuras e mal ventiladas, e, por

isso, contêm bastante umidade em seu interior. Há, todavia algo de

essencial comum a quase todas estas matas: elas são ecossistemas

extremamente complexos, com grande número de nichos ecológicos, de

modo que quase não faz muito sentido falar no clima geral sob qual

crescem, nem sob o solo em que se desenvolvem (Ferri, 1980).

A cobertura da Mata Atlântica antes da chegada dos europeus

durante o século XVI era de aproximadamente 1,0 a 1,5 milhões de

quilômetros quadrados estendendo-se do Rio Grande do Norte (6°N) ao Rio

11

Grande do Sul (30ºS) sendo a floresta tropical com maior gradiente

latitudinal (Brown & Brown, 1992) .

Atualmente as somas das parcelas dispersam da floresta atlântica

não alcança mais do que 10.000 km², ou seja, menos do que 3% da sua

área original. Praticamente desapareceu nos Estados do Rio Grande do

Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe onde restam apenas

algumas áreas com florestas secundárias. Reduziu-se a poucas áreas na

Bahia e no Espírito Santo, sendo que com diversos graus de alteração ou

degradação remanesce nas encostas mais inacessíveis da Serra do Mar nos

estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, praticamente

não existindo mais no Rio Grande do Sul. Nas restingas, de norte a sul, é

formada por árvores altas com até 25 m de altura com copas extensas e

regulares que se tocam e se fecham. Entre a copa e o solo cobertos com

detritos vegetais, existe um estrato inferior pouco denso, com arvoretas,

arbustos, palmeiras e grande quantidade de epífitas. Entre outras árvores

dominam as canelas, leiteiras, figueiras, paineiras e angicos; dentre o

estrato arbustivo, aparecem as sorocas, muricis, abaneiros, angelins, arco-

de-pipa, folha-redonda, tento e pitangas; gravatás, orquídeas, cactos e

caetés embelezam o estrato inferior (AC & M, 1984).

As diversas divisões fitogeográficas do Brasil tiveram início, segundo

Ferri (1974), com Martius, em 1837, que utilizou nomes da mitologia grega

para caracterizar as várias províncias fitogeográficas do Brasil. Toda a faixa

de vegetação a que chamamos atlântica foi denominada de “Região das

Dríades” (ninfa dos bosques). Recebendo mais tarde outras denominações.

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O mapa da vegetação brasileira de Andrade-Lima (1966), a Mata

Atlântica está distribuída desde próximo a 25º de latitude sul,

apresentando, porém, uma interrupção, compreendida entre 14º 27’ no sul

da Bahia e 17º 41’ no norte do Espírito Santo, onde cede lugar à chamada

“Hiléia Baiana”, encarada como um enclave amazônico, de idêntica

composição e estrutura às matas de terra firme. Numa outra interrupção

localizada entre 27º 7’ (Itapemirim) e 22º nas proximidades de Campos, no

Estado do Rio de Janeiro, ela é substituída por uma “floresta estacional

subcaducifólia tropical”.

Mata Atlântica ainda é a terceira maior formação vegetal do Brasil

(depois da Amazônia e do Cerrado) ocupando 13% do território nacional e

sendo a segunda de maior diversidade biológica depois da região

Amazônica. Ela está entre as florestas mais ricas do mundo em

biodiversidade e também em endemismo, além disso, está também entre

as florestas mais ameaçadas do mundo, já tendo perdido 93% de sua

cobertura original, sendo considerada pela Conservation International um

dos cinco principais hotspots (região de extrema diversidade biológica que

se encontram sobre alto grau de ameaça) do planeta, de acordo com o

Conselho Federal de Biologia (CFBIO, 2005).

Conforme Leitão Filho (1982), no estado de São Paulo, a mata

atlântica está situada nas encostas da Serra do Mar, com penetrações mais

para o interior, parcialmente no Sul do Estado, onde adquire dimensões

razoavelmente grandes representa a maior área de floresta natural

remanescente existente, como também corresponde à área menos

desenvolvida.

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Romariz (1968) chama esta vegetação de floresta latifoliada úmida

de encosta e informa que outros autores chamam-na de mata atlântica.

Outros autores ainda dão-lhe outros nomes, como Coutinho (1962) que

adota o nome de mata pluvial tropical concordando com Wettstein (1904).

Andrade–Lima (1966) apresentou um mapa do Conselho Nacional de

Geografia, no qual as florestas costeiras fazem parte das formações

florestais perinifólias latifoliadas, juntamente com as matas amazônicas de

terra firma, a hiléia sul-baiana, as caatingas amazônicas, o mangue, as

matas de igapó e de várzea da Amazônia, acentuando mais ainda uma

semelhança entre a mata atlântica de encosta com as matas amazônicas de

terra firma, fazendo uma distinção, ao denominar de “formação florestal

higrófila costeira” a mata atlântica e de “formação florestal higrófila

hileiana” as matas amazônicas de terra firme.

Para Walter (1971), o que delimita a floresta pluvial tropical é a zona

climática equatorial, que se estende, aproximadamente, de 10ºN a 10ºS,

fato que deixaria a mata atlântica, em sua maior distribuição, fora desta

classificação. Mas a sua localização costeira, o seu relevo propicia a

existência destas matas costeiras além do Trópico de Capricórnio.

As divergências de opiniões sobre a utilização do termo mata

atlântica foram, incansavelmente, discutidos durante XLVII Congresso

Nacional de Botânica, realizado em 1996 em Nova Friburgo-Rio de Janeiro.

Naquela oportunidade científica parece ter chegado a um consenso de que

o termo mata atlântica seja usado sob duas denominações: mata atlântica

sensu lato e mata atlântica sensu stricto.

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Os grupos ecológicos, geralmente formados por formas de vida

similares, que ocupam o mesmo nicho e tem semelhantes papéis

funcionais, são denominados de sinúsias (Gams, 1918; Saxton, 1924;

Richards, 1952). De acordo com Veloso & Klein (1957), a Floresta Atlântica,

no sul do Brasil, apresenta-se com diversas sinúsias organizadas em

estratos lenhosos (árvores, arvoretas e arbustos) bastante desenvolvidos e

densos, acompanhados por um estrato arbóreo bastante diversificado,

ambos floristicamente muito heterogêneos, e aliados a uma profusão de

epífitas e lianas.

ESPÉCIES HERBÁCEAS

As espécies herbáceas compreendem o estrato inferior das

comunidades vegetais, sendo erva, caracterizada pela morfologia em si,

principalmente pela consistência e estrato herbáceo, o termo empregado

com base na altura que as ervas atingem, a maioria dos autores considera

até 1 m, no máximo 2 m. Contudo, as características destas plantas

podem ser bastante apropriadas à sua utilização como indicadores de

condições ambientais.

Schutz (1969) refere-se às ervas como “plantas cormófitas com

caules herbáceos, isto é, não lenhosos” e aos caules como sendo

geralmente verdes, menos resistentes e pouco lignificados.

Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) subdividem o estrato

herbáceo, considerando: H1- estrato herbáceo superior, com ervas maiores

que 30 cm de altura; H2- estrato herbáceo médio, de 10-30cm de altura e

H3 – estrato herbáceo inferior, com até 10 cm de altura.

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Richards (1952) aborda aspectos da floresta pluvial tropical e divide

a comunidade vegetal em sinúsias; referindo-se às espécies herbáceas,

agrupa-as em seduzia das ervas do solo. Explica que esta sinúsia não é

sinônimo de “field layer”, pois grandes partes das plantas que constituem

esta camada são indivíduos jovens de árvores, arbustos e trepadeiras

lenhosas.

Cain & Castro (1959), estudando a floresta tropical no Brasil e

baseados em Richards (1952), dividiram as plantas em sinúsias de acordo

com a exigência de assimilar carboidratos, colocando-as em plantas

autotróficas ou nutricionalmente independentes; subdividiram-nas em: a)

pequenos arbustos e ervas altas com aproximadamente 1 a 1,5m de altura;

b) ervas pequenas, incluindo duas sociedades diferentes de ervas e

plântulas: 1-sociedade tolerante à luz; 2- sociedade dos fetos, com relação

luminosa intermediária, recebendo esparsos raios solares. Uma outra

sinúsia é constituída pelas plantas saprófitas.

De acordo com Silvestre,L.S. & Rosa,M.M.(2002), o levantamento de

plantas herbáceas, incluindo as plântulas de espécimes lenhosos, constitui

informação complementar de extrema importância no estudo da estrutura

de comunidades florestais, fornecendo também dados referentes aos

mecanismos de regeneração da floresta.

LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO

A fitossociologia, segundo Rodrigues & Gandolfi (1998), é o ramo

da Ecologia Vegetal que procura estudar, descrever e compreender a

associação de espécies vegetais na comunidade, que por sua vez

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caracterizam as unidades fitogeográficas, como resultado das interações

destas espécies entre si e com o seu meio.

No Congresso Internacional de Botânica de Paris, em 1954, a

definição de Guinochet, Lebrun e Molinier foram mundialmente aceita

(Martins, 1989): “Fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais do

ponto de vista florístico, ecológico, corológico e histórico”.

Para Martins (1989), a Fitossociologia envolve o estudo das inter-

relações de espécies vegetais dentro da comunidade vegetal no espaço e

no tempo. Refere-se ao estudo quantitativo da composição, estrutura,

funcionamento, dinâmica, historia, distribuição e relações ambientais da

comunidade vegetal. Apoia-se muito sobre a Taxonomia Vegetal e tem

estreitas relações com a Fitogeografia e as Ciências Florestais.

Trabalhos como de Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) e Braun-

Blanquet (1983) são alguns dos comumente citados como referência na

elaboração de trabalhos de fitossociologia. A disciplina presta-se,

conforme Rodrigues & Gandolfi (1998), para identificar os parâmetros

quantitativos de uma comunidade vegetal, definindo parâmetros de

abundância e relações de dominância e importâncias relativas; permite

ainda interferências sobre a distribuição espacial de cada espécie. Estes

estudos utilizam métodos fundamentados em características fisionômicas e

estruturais da vegetação, e são os que melhor atende os requisitos de

simplicidade de aplicação e de análise de um maior número de informações

conjuntas (Patonja et al., 1997).

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A fitossociologia nasceu no continente europeu (Braun –Blanquet,

1996). Conforme sua expansão e os problemas de análise de vegetação,

presentes em cada região, seus termos e conceitos diversificaram-se, os

maiores contrastes ocorrendo entre a Europa e os Estados Unidos da

América do Norte. Também a Grã-Bretanha adotou termos e conceitos

diferentes das demais escolas de Fitossociologia (Poore, 1995).

Nos Estados Unidos, a distribuição natural e a diversidade de

espécies arbóreas apresentaram os maiores problemas de análise.

Preocupados com as mudanças temporais e com a dinâmica das florestas

sobre uma grande área, os fitossociologistas, dos Estados Unidos

desenvolveram muitas técnicas de análise quantitativa da vegetação,

principalmente a partir dos métodos empregados pelos agrimensores do

U.S. Land Survey Service, nos levantamentos florestais antigos. Portanto, na

América do Norte, os métodos fitossociológicos nasceram, principalmente,

a partir de levantamentos florestais, para estudar, predominantemente, o

componente arbóreo de florestas, em áreas de grande extensão (Mueller-

Dombois & Ellenberg, 1974).

De acordo com Martins (1989) a primeira fase da fitossociologia no

Brasil ocorreu a partir de 1930, caracterizando por estar ligada ao

renomado Instituto Oswaldo Cruz, incumbido de buscar informações

fundamentadas das epidemias de febre amarela e de malária.

Tal como na Europa, a Fitossociologia surgiu no Brasil com a

aplicação do método de parcelas, utilizando as técnicas de análise de

Braun-Blanquet (1966). Somente a partir de 1969, começaram a ser feitos

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levantamentos de composição florística e de estrutura fitossociológica de

comunidades vegetais com o emprego de um método de distâncias, o de

quadrantes (Goodland, 1969).

Segundo Martins (1989), os primeiros trabalhos de fitossociologia

florestal no Brasil foram os de Davis (1945) e Veloso (1945), realizados na

Serra dos Órgãos, no Estado do Rio de Janeiro.

Davis (1945) tentou estabelecer relações entre o ambiente da

floresta, hospedeiros, vetores, e o vírus da febre amarela silvestre, em duas

localidades diferentes do município de Teresópolis, Estado do Rio de

Janeiro. Nestas mesmas localidades, Veloso (1945) desenvolveu estudos

mais detalhados sobre o clima, o solo e a vegetação. Para estudar a

vegetação, utilizou as mesmas picadas feitas por Davis (1945), porém com

algumas mudanças.

A fitossociologia como ciência, refere-se ao estudo das

comunidades vegetais, do ponto de vista florístico e estrutural, conforme

proposto por Braun Blanquet (1979). O levantamento fitossociológico tem

por objetivo a quantificação da composição florística, estrutura,

funcionamento, dinâmica e distribuição de uma determinada vegetação.

A estes trabalhos seguiram-se os de Veloso & Klein (1957, 1961,

1963, 1968a, 1968b) realizados principalmente, na encosta atlântica no

Estado de Santa Catarina, aliados às descrições florísticas e estruturais de

associações vegetais.

Dentre os procedimentos de amostragem adotados nos

levantamentos fitossociológicos no Brasil destacam-se: (a) os de dois

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estágios-sistemático entre linhas e aleatório dentro da linha (Jardim,

Hosokawa, 1986/87 e Calegário et al., 1993); (b) o de amostragem em

conglomerados com quatro sub-unidades em cruz (Rosot, Machado e

Figueiredo, 1982); (c) o procedimento sistemático com parcelas lançadas

ao longo de um transecto (França, 1991), e parcelas a ser distribuídas

sistematicamente na área a ser estudada (Scolforo, Lima e Silva, 1993;

Soares, Dias e Silva, 1993); (d) o método dos quadrantes lançados

sistematicamente na área, com o objetivo de encontrar parâmetros

fitossociológicos, para fins de manejo em cerrado (Costa Neto et al, 1991).

No Estado de São Paulo, um dos primeiros a efetuar levantamentos

fitossociológicos foi Martins (1978,1979), no Parque Estadual de

Vassununga, município de Santa Rita do Passa Quatro, em floresta

estacional semidecidual. Descreveu a origem dos métodos baseados em

distâncias e aplicou o método de quadrantes.Dos dados obtidos, o autor

fez uso como material de tese como, também, colaborou com sugestões

para o aperfeiçoamento do método.Em 2003, Martins descreve a

fitossociologia como sendo o estudo das causas e efeitos da coabitação de

plantas em um determinado ambiente, do surgimento, constituição e

estrutura dos agrupamentos vegetais e dos processos que implicam em sua

continuidade ou em sua mudança ao longo do tempo. Portanto, prossegue

o autor, o objeto do estudo da fitossociologia é a comunidade vegetal.

O MUNICÍPIO DE GUARULHOS

Guarulhos localiza-se na região metropolitana de São Paulo,

fazendo divisa com os municípios de Mairiporã, Nazaré Paulista e Santa

20

Isabel ao norte, Arujá e Itaquaquecetuba a leste e São Paulo ao sul e a

oeste (IBGE, 2001). O Trópico de Capricórnio divide Guarulhos em duas

partes, marcando sua passagem cartográfica no bairro de Vila Galvão, no

sentido W-E (oeste-leste). O município situa-se na faixa de latitude do

Trópico de Capricórnio, 23º27’-S e 23º24”-S, na porção central da cidade,

e, 46º25”-W (longitude oeste) e possui uma área de 341 km², sendo 174

km² correspondentes à zona urbana e 146 km² correspondente à zona

rural. Os 21km² restantes são ocupados pela área do Aeroporto

Internacional de Cumbica. Com um crescimento médio de 4,31% ao ano,

verificado entre 1991 e 1996, Guarulhos já é a segunda maior cidade em

número de habitantes no Estado de São Paulo e a 13º do País segundo

dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico).

Guarulhos teve sua origem como elemento de defesa do povoado

de São Paulo. Pois se acredita que existiram povoados posicionados

estrategicamente na defesa de São Paulo, sendo Guarulhos um deles. Seu

crescimento econômico deu-se inicialmente em função da mineração do

ouro. O início do século XX foi marcado pela chegada da estrada de ferro,

da energia elétrica (Light & Power), dos pedidos de instalação de rede

telefônica, licenças para implantações de indústrias de atividades

comerciais e dos serviços de transportes de passageiros. Na década de 40,

chegaram ao Município indústrias do setor elétricas, metalúrgicas,

plásticas, alimentício, borracha, calçados, peças para automóveis, relógios

e couros (Câmara Municipal de Guarulhos). Com a inauguração da Via

Dutra em 1952, ligando os dois pólos de desenvolvimento cultural e

populacional mais importantes da Nação – de um lado São Paulo, no

21

momento histórico de aceleração industrial, e de outro lado o Rio de

Janeiro, ainda Capital Federal e centro de decisões políticas e econômicas -

, Guarulhos teve então o impulso necessário para o seu desenvolvimento.

O processo de urbanização de Guarulhos devastou a biota ao longo

dos anos. Da fauna original restaram poucas espécies mais resistentes, que

sobreviveram às ações antrópicas e a um processo de redução drástica de

seus habitats, fatores que levaram a uma conseqüente redução de seu

potencial genético, em decorrência, reduziram a diversidade de espécies

que ali conviviam (Prefeitura de Guarulhos, 2005).

Com base na evolução, percebemos que a estruturação do espaço

físico territorial e sócio-econômico está intimamente ligada à questão

ambiental, como comenta Marcondes (1999): “a configuração entre a

cidade e recursos naturais existentes no presente podem ser remetida às

formas de definição da estrutura fundiária no século passado”.

BOSQUE MAIA

Os parques são áreas relativamente extensas de terra ou água, que

contém formações ou paisagens de significado nacional, onde espécies de

plantas ou animais, sítios geomorfológicos e habitats são de grande

interesse científico, educacional e recreacional (IBAMA, 1989).

O Bosque Maia implantado na Avenida Paulo Faccini, no bairro

Cidade Maia, se constitui num fragmento florestal, em meio à cidade de

Guarulhos. É uma área municipal sob a administração da Secretaria do Meio

Ambiente. A área do parque é de 170 mil m², tem a forma

aproximadamente triangular, é cercado por alambrado e recortado

22

internamente por passeio interligados e pavimentados de largura entre 2 e

5 m, delimitando canteiros onde a vegetação é mantida.

Segundo Putinati e Nunes (2000), quando a cidade de Guarulhos

findava na atual Praça Getúlio Vargas, cujos terrenos prestava-se a um

campo esportivo, ocupado pelo Paulista Futebol Clube, tudo o que ficava

ao redor era quase inabitado. O local onde hoje se localiza a Cidade Maia

fazia parte de uma pequena fazenda de propriedade de Renato Andrade

Maia, um advogado da capital. Ele ocupou o cargo de componente da

Comissão Municipal de Agricultura, oportunidade em que chegou a propor

a construção de um Mercado Municipal no local onde hoje é ocupado pelo

Bosque Maia (Figura 1), assim registrado nos anais da Câmara Municipal.

Dessa pequena fazenda de Renato Maia - cujo único acesso era pela

Estrada do Cocaia, hoje chamada Avenida Tiradentes.

Figura 1 - Bosque maia – 1979

23

Com a morte de Renato Maia, os herdeiros dele resolveram, de

1961 a 1996, promover o loteamento da pequena fazenda. O prefeito da

cidade era Mário Antonelli, que condicionou a aprovação do projeto de

loteamento à criação de uma reserva preservando a área coberta de Mata

Atlântica, como área institucional da Prefeitura. E assim foi feito (Putinati e

Nunes, 2002).

Demarcado o Bosque Maia, os lotes foram sendo vendidos e surgiu,

então, a Cidade Maia, destinada a quem tivesse recursos para a edificação

de moradias de alta categoria. Na gestão de Waldomiro Pompêo, a referida

área passou a ter oficialmente, o nome de Recanto Municipal da Árvore,

mas não conseguiu desassociar o nome de Maia do referido recanto, razão

pela qual consagrou-se o nome de Bosque Maia para a área pública (Lopes

e Ranaldi, 1999).

Em cinco de abril de 1990, com a promulgação da Lei Orgânica do

Município, ficou instituída que o Bosque Maia é área de Preservação do

Patrimônio Cultural de Guarulhos (Lopes e Ranaldi, 1999).

O parque oferece trechos de Mata Atlântica com diversas árvores,

entre elas: o pau-óleo, pau-ferro, pau-jacaré, copaíba, jacarandá-mimoso,

ingá, ipê-amarelo, entre outras, que abrigam animais de pequeno porte e

aves, faz parte da sua paisagem o lago, e as nascentes (Putinati e Nunes,

2002).O parque é utilizado para práticas de caminhadas, ginásticas e lazer.

Oferece dois “playgrounds” para as crianças, pista de “Cooper”,

equipamentos para ginástica, quatro quadras poliesportivas, uma pista de

“bicicross”, ciclovia, um campo de areia, quiosques, trilhas, pistas para

24

caminhadas, uma pista de “skate” e mesas para jogos de dama e ping-

pong (Putinati e Nunes, 2002).

PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS

Os termos genericamente referidos como parâmetros

fitossociológicos são:

1. Densidade. Densidade por área é o número de indivíduos, quer de

uma espécie, quer de todas as espécies em conjunto, por unidade de

área. Densidade relativa é a proporção do número de indivíduos de uma

espécie em relação ao número total de indivíduos amostrados, em

porcentagem.

2. Abundância é uma estimativa visual da densidade, em que as

espécies são grupadas em classes de abundância: abundante, comum,

freqüente, ocasional, rara. Alguns autores chamam-na de freqüência.

3. Freqüência. Freqüência absoluta é a porcentagem de unidades de

amostragem com ocorrência da espécie, em relação ao número total de

unidades de amostragem. Freqüência relativa é a proporção da

freqüência absoluta de uma espécie em relação à soma das freqüências

absolutas de todas as espécies em porcentagem.

4. Presença é uma outra forma de exprimir a freqüência, em que as

espécies são agrupadas em classes: classe 5 – espécies que ocorrem em

80% a 100% das unidades de amostragem; classe 4 – 60% a 80%; classe

3 – 40% a 60%; classe 2 – 20% a 40%; classe 1 - 0% a 20%.

5. Dominância é o parâmetro que busca expressar a influência de cada

espécie na comunidade através de sua biomassa. A dominância absoluta

25

é obtida através da soma das áreas transversais (g) dos indivíduos de

uma mesma espécie, por hectare. A dominância relativa corresponde à

participação, em percentagem, em relação à área basal total (G).

6. Importância é representada pela soma dos valores relativos de

densidade, freqüência e dominância. Também se diz que as espécies de

maiores valores não relativos daqueles parâmetros têm maior

importância na comunidade estudada.

7. Regeneração natural consiste no levantamento dos descendentes das

plantas arbóreas, envolvendo geralmente as plantas entre 10 cm de

altura até o limite de diâmetro estabelecido arbitrariamente no

levantamento estrutural.

Os resultados das análises estruturais, principalmente a estrutura

horizontal (densidade, dominância, freqüência, índice de valor de

importância) permitem fazer deduções sobre origem, características

ecológicas, dinamismo e tendências do futuro desenvolvimento da floresta

(Hosokawa et al., 1998).

FORMAS DE CRESCIMENTO

As formas de crescimento são as diferentes classes da estrutura

visível das plantas e constituem um componente importante da estrutura

física da comunidade (Krebs, 1994). De acordo com o trabalho de Teixeira

(1998), baseado em Krebs (1994), são considerados:

1. Erva: plantas sem ramos lenhosos perenes acima do solo, incluindo

gramíneas;

26

2. Arbusto: são plantas lenhosas de porte pequeno, a maioria com

altura inferior a 3m (Krebs, 1994), as quais apresentam ramificações

desde a base, desprovidas total ou quase totalmente de tronco (Ferri et

al., 1981);

3. Árvore: definidas como plantas lenhosas de maior porte, a maioria

com altura superior a 3m (Krebs,1994), providas de tronco que se

ramifica na parte superior, formando uma copa(Ferri et al,1981);

4. Feto arborescente: pteridófitas de hábito arborescente;

5. Lianas: são as plantas cujo crescimento em altura depende da

sustentação mecânica fornecida por outras plantas (Morellato, 1991) e

se apóiam ou por enrolamento (cipós), ou por meio de gavinhas e

órgãos semelhantes (trepadeiras) (Ferreira, 1988).

O estudo entre tamanho e forma em árvores também é importante

no entendimento da estrutura dinâmica das florestas (King, 1996; Sposito

& Santos, 2001).

CATEGORIAS SUSSECIONAIS

Os grupos ecológicos adotados na tentativa de classificar as plantas

identificadas foram baseados no trabalho de Teixeira (1998) e Knobel

(1995), considerando nesta primeira fase, as plântulas e indivíduos jovens

na sua forma adulta o que será reparado na segunda fase, de

fitossociologia. As principais características dos grupos para a classificação

sucessional são:

1. Pioneiras (P): inclui as espécies herbáceas e arbustivas

(principalmente), heliófitas que requerem alta luminosidade em todas as

27

fases do seu ciclo de vida. Possui um ciclo de vida curto, crescimento

rápido, madeira com baixa densidade, grandes quantidades de

sementes e germinam após algum tipo de perturbação colonizando

normalmente grandes clareiras.

2. Secundárias iniciais (SI): constitui um grupo bastante heterogêneo,

que inclui as espécies arbustivas e arbóreas que podem germinar

condições de alta e média luminosidade, podendo estabelecer-se no

sub-bosque da floresta em estádios sucessionais iniciais, em clareiras,

borda de matas e beira de rios..Seus indivíduos podem ser ciófitos ou

heliófitos, estabelecendo-se no sub-bosque da floresta, enquanto os

indivíduos adultos são heliófitos e encontrados apenas em clareiras e

locais com alta luminosidade. Produzem sementes em abundância, com

dormência mais longa do que as climácicas e que germinam após algum

tipo de perturbação.

3. Secundárias tardias (ST): têm as mesmas características das

secundárias iniciais diferindo destas por terem ciclo de vida mais longo

e se estabelecerem na floresta em um estágio posterior, dentro do

processo de sucessão secundária. Inclui espécies que podem germinar

em condições de baixa luminosidade, e podem estabelecer-se no sub-

bosque de florestas em estádios sucessionais intermediário ou em

pequenas clareiras. . A distinção entre as espécies secundárias iniciais e

tardias é realizada também pela ordem cronológica de estabelecimento

dentro do processo de sucessão secundária e na duração média do ciclo

de vida (Tabarelli, 1994).

28

4. Climácicas (C): inclui espécies que germinam, estabelecem-se e

desenvolve-se no subosque de florestas climácicas, em condições de

baixa luminosidade, apresentando crescimento lento e ciclos de vida

longos.

5. Exóticas (Ex): não constitui uma categoria sucessional, mas

apresentam caráter funcional, e constituem espécies que foram

introduzidas, plantadas ou que ocorrem de forma subespontânea.

2. OBJETIVOS

Este projeto tem como objetivo geral conhecer a composição

florística arbórea herbácea do Bosque Maia, um fragmento de floresta

urbana localizado no município de Guarulhos exposto a fortes pressões

decorrentes de ações antrópicas.

Como objetivo específico este trabalho visa conhecer a composição

das espécies florestais em regeneração, a estrutura fitossociológica das

plantas invasoras, estudo dos processos de sucessão florestal neste

fragmento urbano, fornecer dados para a elaboração de medidas de

manejo adequadas para a conservação dessa área.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho tem como área de estudo o Recanto Municipal

da Árvore, mais conhecido como Bosque Maia (Anexo 1) que possui uma

área de 170 mil m², e fica localizado na Av. Paulo Faccini sem número. Este

se constitui num fragmento florestal, com uma vegetação remanescente de

floresta atlântica, em meio à cidade de Guarulhos.

29

INVENTÁRIO DE ESPÉCIES

Foram coletados indivíduos jovens, arbóreos e herbáceos com PAP

(perímetro do tronco à altura do peito – aproximadamente 1,30m acima do

solo) < 15 cm de diâmetro em toda a área do bosque, sendo coletados no

mínimo três indivíduos de cada espécie. Estes foram etiquetados de acordo

com a ordem de coleta, tendo como propósito fazer um inventário das

espécies presentes no Parque. Quando presentes, as amostras de flores,

inflorescências e frutos foram fixadas em álcool 70° GL para

posteriormente servirem como dados na caracterização das espécies,

sendo estudados morfologicamente.

O material coletado foi colocado entre folhas de jornal em prensas

de madeira e posto para secar em estufas elétricas a uma temperatura

aproximada de 70ºC, por cerca de 48 horas, ou de acordo com o grau de

sensibilidade peculiar a cada espécie. Após a secagem foram montadas as

exsicatas, fixando as amostras em cartolina com etiquetas de identificação

contendo dados de família, gênero e espécie (quando possível) e nome

popular regional. Estas foram envolvidas em papel Kraft para uma melhor

conservação.

4. RESULTADOS PARCIAIS

A relação das espécies coletadas para a elaboração do inventário foi

concluída com auxílio de bibliografias específicas e um especialista na

área. Foram coletados 288 indivíduos distribuídos em 31 famílias e 50

gêneros, sendo as famílias Myrtaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae

30

melhores representadas nesta primeira etapa (anexo 3). Peixoto (1991/92),

afirma que quando se analisa a biodiversidade da mata atlântica

comparando-a com outras regiões tropicais os dados mais surpreendentes

é o grande número de Myrtaceae.

Alguns materiais botânicos não puderam, nesta etapa, serem

identificados por não terem florido até a presente data. Segue abaixo a

tabela 1 (anexo 2) com a relação das espécies.

31

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