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DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – AGENTE PENITENCIÁRIO PROF. MOURA AULA 7/9
CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/90
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintescrimes, todos tipificados no Decretolei nº 2.848, de 7 dedezembro de 1940 Código Penal, consumados outentados: (L 8.930/94)
I homicídio (art. 121), quando praticado ematividade típica de grupo de extermínio, ainda quecometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); (Redação L13.104/15)
II latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (L8.930/94)III extorsão qualificada pela morte (art. 158,
§2º); (L8.930/94) IV extorsão mediante sequestro e na forma
qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (L8.930/94)V estupro (art. 213, caput e §§1º e 2º);
(L12.015/09)VI estupro de vulnerável (art. 217A, caput e §§
1º, 2º, 3º e 4º); (L12.015/09)VII epidemia com resultado morte (art. 267, §
1º). VIIA – (VETADO) (L9.695/98)VIIB falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins terapêuticos oumedicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1ºA e § 1ºB, com aredação dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998).
VIII favorecimento da prostituição ou de outraforma de exploração sexual de criança ou adolescenteou de vulnerável (art. 218B, caput, e §§ 1º e2º). (L12.978/14)
Parágrafo único. Considerase também hediondo ocrime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, otráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismosão insuscetíveis de:
I anistia, graça e indulto;II fiança. (L11.464/07)§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será
cumprida inicialmente em regime fechado. (L11.464/07)§ 2º A progressão de regime, no caso dos
condenados aos crimes previstos neste artigo, darseá apóso cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenadofor primário, e de 3/5 (três quintos), sereincidente. (L11.464/07)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juizdecidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar emliberdade. (L11.464/07)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Leinº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstosneste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogávelpor igual período em caso de extrema e comprovadanecessidade.(L11.464/07)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais,de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penasimpostas a condenados de alta periculosidade, cujapermanência em presídios estaduais ponha em risco aordem ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o
seguinte inciso: "Art. 83, V cumprido mais de dois terçosda pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, eterrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimesdessa natureza."
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º;213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270;caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinteredação:“Art. 157, § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é dereclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, areclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.Art. 159, Pena reclusão, de oito a quinze anos. § 1º, Pena reclusão, dedoze a vinte anos. § 2º, Pena reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.§ 3º, Pena reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.Art. 213, Pena reclusão, de seis a dez anos.Art. 214, Pena reclusão, de seis a dez anos.Art. 223, Pena reclusão, de oito a doze anos. Parágrafo único, Pena reclusão, de doze a vinte e cinco anos.Art. 267, Pena reclusão, de dez a quinze anos.Art. 270, Pena reclusão, de dez a quinze anos. "
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido oseguinte parágrafo:"Art. 159, 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautorque denunciálo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terásua pena reduzida de um a dois terços."
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a penaprevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimeshediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes edrogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado quedenunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seudesmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimescapitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º,2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput eparágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, capute parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas demetade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão,estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art.224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com aseguinte redação:“Art. 35, Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítuloserão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstosnos arts. 12, 13 e 14."
Art. 11. (Vetado).Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua
publicação.Art. 13. Revogamse as disposições em contrário.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral
ABUSO DE AUTORIDADE – LEI Nº 4.898, 9/12/65
Regula o Direito de Representação e o processo de ResponsabilidadeAdministrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo deresponsabilidade administrativa civil e penal, contra asautoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos,são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meiode petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência
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legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, arespectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tivercompetência para iniciar processocrime contra a autoridadeculpada.
Parágrafo único. A representação será feita emduas vias e conterá a exposição do fato constitutivo doabuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, aqualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximode três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualqueratentado:
a) à liberdade de locomoção;b) à inviolabilidade do domicílio;c) ao sigilo da correspondência;d) à liberdade de consciência e de crença;e) ao livre exercício do culto religioso;f) à liberdade de associação;g) aos direitos e garantias legais assegurados ao
exercício do voto;h) ao direito de reunião;i) à incolumidade física do indivíduo;j) aos direitos e garantias legais assegurados ao
exercício profissional. (L6.657/79)Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:a) ordenar ou executar medida privativa da
liberdade individual, sem as formalidades legais ou comabuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia avexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juizcompetente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento deprisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que seproponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridadepolicial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outradespesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, querquanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridadepolicial recibo de importância recebida a título decarceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outradespesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio depessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso oudesvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, depena ou de medida de segurança, deixando de expedir emtempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem deliberdade. (L7.960/89)
Art. 5º Considerase autoridade, para os efeitosdesta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, denatureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e semremuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autorà sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada deacordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;b) repreensão;c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo
de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos evantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;f) demissão, a bem do serviço público.§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentosa dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com asregras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;b) detenção por dez dias a seis meses;c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de
qualquer outra função pública por prazo até três anos.§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser
aplicadas autônoma ou cumulativamente.§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de
autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderáser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder oacusado exercer funções de natureza policial ou militar nomunicípio da culpa, por prazo de um a cinco anos.
art. 7º recebida a representação em que for solicitada aaplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militarcompetente determinará a instauração de inquérito para apurar ofato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normasestabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis oumilitares, que estabeleçam o respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou nalegislação militar normas reguladoras do inquérito administrativoserão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dosFuncionários Públicos Civis da União).
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestadopara o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcionalda autoridade civil ou militar.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida àautoridade administrativa ou independentemente dela, poderá serpromovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penalou ambas, da autoridade culpada.
Art. 10. VetadoArt. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código
de Processo Civil.Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente
de inquérito policial ou justificação por denúncia do MinistérioPúblico, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público arepresentação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oitohoras, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abusode autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, adesignação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentadaem duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso deautoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusadopoderá:
a) promover a comprovação da existência de taisvestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes daaudiência de instrução e julgamento, a designação de um peritopara fazer as verificações necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório eprestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão porescrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo arepresentação poderá conter a indicação de mais duastestemunhas.
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Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invésde apresentar a denúncia requerer o arquivamento darepresentação, o Juiz, no caso de considerar improcedentesas razões invocadas, fará remessa da representação aoProcuradorGeral e este oferecerá a denúncia, ou designaráoutro órgão do Ministério Público para oferecêla ouinsistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juizatender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público nãooferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitidaação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém,aditar a queixa, repudiála e oferecer denúncia substitutivae intervir em todos os termos do processo, interpor recursose, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazode quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ourejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, oJuiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência deinstrução e julgamento, que deverá ser realizada,improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, atéjulgamento final e para comparecer à audiência de instruçãoe julgamento, será feita por mandado sucinto que, seráacompanhado da segunda via da representação e dadenúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesapoderão ser apresentada em juízo, independentemente deintimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos deprecatória para a audiência ou a intimação de testemunhasou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b",requerimentos para a realização de diligências, perícias ouexames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado,considere indispensáveis tais providências.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que oporteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare abertaa audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas,o perito, o representante do Ministério Público ou oadvogado que tenha subscrito a queixa e o advogado oudefensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará derealizarse se ausente o Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada oJuiz não houver comparecido, os presentes poderão retirarse, devendo o ocorrido constar do livro de termos deaudiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento serápública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizarseá em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sededo Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juizdesignar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará aqualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seuadvogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor parafuncionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e operito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao MinistérioPúblico ou ao advogado que houver subscrito a queixa e aoadvogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutospara cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério doJuiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
imediatamente a sentença.Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, osdepoimentos e as alegações da acusação e da defesa, osrequerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante doMinistério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, oadvogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte foremdifíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nestalei, o juiz poderá aumentálas, sempre motivadamente, até odobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas doCódigo de Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistemade instrução e julgamento regulado por esta lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,caberão os recursos e apelações previstas no Código de ProcessoPenal.
Art. 29. Revogamse as disposições em contrário.Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.H. CASTELLO BRANCO Juracy MagalhãesEste texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.12.1965
LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343, 23/08/06Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Sisnad;prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserçãosocial de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas pararepressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; definecrimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de PolíticasPúblicas sobre Drogas Sisnad; prescreve medidas para prevençãodo uso indevido, atenção e reinserção social de usuários edependentes de drogas; estabelece normas para repressão àprodução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e definecrimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideramse comodrogas as substâncias ou os produtos capazes de causardependência, assim especificados em lei ou relacionados em listasatualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, asdrogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploraçãode vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ouproduzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ouregulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena,das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, arespeito de plantas de uso estritamente ritualísticoreligioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, acultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo,exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local eprazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas asressalvas supramencionadas.
TÍTULO IIDO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGASArt. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
organizar e coordenar as atividades relacionadas com:I a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção
social de usuários e dependentes de drogas;II a repressão da produção não autorizada e do tráfico
ilícito de drogas.CAPÍTULO I
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DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMANACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 4º São princípios do Sisnad:I o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sualiberdade;
II o respeito à diversidade e às especificidadespopulacionais existentes;
III a promoção dos valores éticos, culturais e decidadania do povo brasileiro, reconhecendoos como fatoresde proteção para o uso indevido de drogas e outroscomportamentos correlacionados;
IV a promoção de consensos nacionais, de amplaparticipação social, para o estabelecimento dosfundamentos e estratégias do Sisnad;
V a promoção da responsabilidade compartilhadaentre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância daparticipação social nas atividades do Sisnad;
VI o reconhecimento da intersetorialidade dosfatores correlacionados com o uso indevido de drogas, coma sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII a integração das estratégias nacionais einternacionais de prevenção do uso indevido, atenção ereinserção social de usuários e dependentes de drogas e derepressão à sua produção não autorizada e ao seu tráficoilícito;
VIII a articulação com os órgãos do MinistérioPúblico e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando àcooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX a adoção de abordagem multidisciplinar quereconheça a interdependência e a natureza complementardas atividades de prevenção do uso indevido, atenção ereinserção social de usuários e dependentes de drogas,repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito dedrogas;
X a observância do equilíbrio entre as atividadesde prevenção do uso indevido, atenção e reinserção socialde usuários e dependentes de drogas e de repressão à suaprodução não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando agarantir a estabilidade e o bemestar social;
XI a observância às orientações e normasemanadas do Conselho Nacional Antidrogas Conad.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:I contribuir para a inclusão social do cidadão,
visando a tornálo menos vulnerável a assumircomportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seutráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II promover a construção e a socialização doconhecimento sobre drogas no país;
III promover a integração entre as políticas deprevenção do uso indevido, atenção e reinserção social deusuários e dependentes de drogas e de repressão à suaprodução não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticaspúblicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União,Distrito Federal, Estados e Municípios;
IV assegurar as condições para a coordenação, aintegração e a articulação das atividades de que trata o art.3º desta Lei.
CAPÍTULO IIDA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMANACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6º (VETADO)Art. 7º A organização do Sisnad assegura a
orientação central e a execução descentralizada dasatividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal,
distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida noregulamento desta Lei.
Art. 8º (VETADO)CAPÍTULO III (VETADO)
Art. 9º (VETADO)Art. 10. (VETADO)Art. 11. (VETADO)Art. 12. (VETADO)Art. 13. (VETADO)Art. 14. (VETADO)
CAPÍTULO IVDA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE DROGASArt. 15. (VETADO)Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da
atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários oudependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente dorespectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e osóbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conformeorientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão aotráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações doPoder Executivo.
TÍTULO IIIDAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS EDEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO IDA PREVENÇÃO
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do usoindevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadaspara a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para apromoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido dedrogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I o reconhecimento do uso indevido de drogas comofator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na suarelação com a comunidade à qual pertence;
II a adoção de conceitos objetivos e de fundamentaçãocientífica como forma de orientar as ações dos serviços públicoscomunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatizaçãodas pessoas e dos serviços que as atendam;
III o fortalecimento da autonomia e da responsabilidadeindividual em relação ao uso indevido de drogas;
IV o compartilhamento de responsabilidades e acolaboração mútua com as instituições do setor privado e com osdiversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes dedrogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento deparcerias;
V a adoção de estratégias preventivas diferenciadas eadequadas às especificidades socioculturais das diversaspopulações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI o reconhecimento do “nãouso”, do “retardamento douso” e da redução de riscos como resultados desejáveis dasatividades de natureza preventiva, quando da definição dosobjetivos a serem alcançados;
VII o tratamento especial dirigido às parcelas maisvulneráveis da população, levando em consideração as suasnecessidades específicas;
VIII a articulação entre os serviços e organizações queatuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e arede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivosfamiliares;
IX o investimento em alternativas esportivas, culturais,artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusãosocial e de melhoria da qualidade de vida;
X o estabelecimento de políticas de formação
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continuada na área da prevenção do uso indevido de drogaspara profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI a implantação de projetos pedagógicos deprevenção do uso indevido de drogas, nas instituições deensino público e privado, alinhados às DiretrizesCurriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados adrogas;
XII a observância das orientações e normasemanadas do Conad;
XIII o alinhamento às diretrizes dos órgãos decontrole social de políticas setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção douso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescentedeverão estar em consonância com as diretrizes emanadaspelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e doAdolescente Conanda.
CAPÍTULO IIDAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO
SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGASArt. 20. Constituem atividades de atenção ao
usuário e dependente de drogas e respectivos familiares,para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria daqualidade de vida e à redução dos riscos e dos danosassociados ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção socialdo usuário ou do dependente de drogas e respectivosfamiliares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas parasua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as dereinserção social do usuário e do dependente de drogas erespectivos familiares devem observar os seguintesprincípios e diretrizes:
I respeito ao usuário e ao dependente de drogas,independentemente de quaisquer condições, observados osdireitos fundamentais da pessoa humana, os princípios ediretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacionalde Assistência Social;
II a adoção de estratégias diferenciadas deatenção e reinserção social do usuário e do dependente dedrogas e respectivos familiares que considerem as suaspeculiaridades socioculturais;
III definição de projeto terapêuticoindividualizado, orientado para a inclusão social e para aredução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV atenção ao usuário ou dependente de drogas eaos respectivos familiares, sempre que possível, de formamultidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V observância das orientações e normasemanadas do Conad;
VI o alinhamento às diretrizes dos órgãos decontrole social de políticas setoriais específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União,dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípiosdesenvolverão programas de atenção ao usuário e aodependente de drogas, respeitadas as diretrizes doMinistério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal eos Municípios poderão conceder benefícios às instituiçõesprivadas que desenvolverem programas de reinserção nomercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogasencaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem finslucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e daassistência social, que atendam usuários ou dependentes de
drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à suadisponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, emrazão da prática de infração penal, estiverem cumprindo penaprivativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têmgarantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelorespectivo sistema penitenciário.
CAPÍTULO IIIDOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão seraplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas aqualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas semautorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar será submetido às seguintes penas:
I advertência sobre os efeitos das drogas;II prestação de serviços à comunidade;III medida educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo.§ 1º Às mesmas medidas submetese quem, para seu
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas àpreparação de pequena quantidade de substância ou produtocapaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinavase a consumopessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substânciaapreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aosantecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput desteartigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nosincisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazomáximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade serácumprida em programas comunitários, entidades educacionais ouassistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ouprivados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente,da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários edependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidaseducativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a queinjustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetêlo,sucessivamente a:
I admoestação verbal;II multa.§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde,preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que serefere o inciso II do §6º do art. 28, o juiz, atendendo àreprovabilidade da conduta, fixará o número de diasmulta, emquantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100(cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidadeeconômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezeso valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição damulta a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta doFundo Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e aexecução das penas, observado, no tocante à interrupção doprazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
TÍTULO IVDA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
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CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. É indispensável a licença prévia daautoridade competente para produzir, extrair, fabricar,transformar, preparar, possuir, manter em depósito,importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor,oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, paraqualquer fim, drogas ou matériaprima destinada à suapreparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamentedestruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50A,que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, detudo lavrando auto de levantamento das condiçõesencontradas, com a delimitação do local, asseguradas asmedidas necessárias para a preservação da prova. (RedaçãoLei nº 12.961, de 2014)
§ 1º (Revogado). (Redação L12.961, de 2014)§ 2º (Revogado). (Redação L12.961, de 2014)§ 3° Em caso de ser utilizada a queimada para
destruir a plantação, observarseá, além das cautelasnecessárias à proteção ao meio ambiente, o dispostono Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,dispensada a autorização prévia do órgão próprio doSistema Nacional do Meio Ambiente Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitasserão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 daConstituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
CAPÍTULO IIDOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecerdrogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou emdesacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos epagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)diasmulta.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:I importa, exporta, remete, produz, fabrica,
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem emdepósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda quegratuitamente, sem autorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar, matériaprima, insumoou produto químico destinado à preparação de drogas;
II semeia, cultiva ou faz a colheita, semautorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar, de plantas que se constituam em matériaprima para a preparação de drogas;
III utiliza local ou bem de qualquer natureza deque tem a propriedade, posse, administração, guarda ouvigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda quegratuitamente, sem autorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito dedrogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao usoindevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
Pena detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multade 100 (cem) a 300 (trezentos) diasmulta.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivode lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos aconsumirem:
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, epagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)diasmulta, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo,as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedadaa conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agenteseja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividadescriminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resoluçãonº 5, de 2012)
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012.Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, aexecução de parte do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de2006.O Senado Federal resolve:
Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversãoem penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva doSupremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.Senado Federal, em 15 de fevereiro de 2012.Senador JOSÉ SARNEYPresidente do Senado FederalEste texto não substitui o publicado no DOU de 16.2.2012
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar oufornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação,preparação, produção ou transformação de drogas, semautorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar:
Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamentode 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) diasmulta.
Art. 35. Associaremse duas ou mais pessoas para o fimde praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstosnos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamentode 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) diasmulta.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput desteartigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crimedefinido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer doscrimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, epagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) diasmulta.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,organização ou associação destinados à prática de qualquer doscrimes previstos nos arts. 33, caput e §1º, e 34 desta Lei:
Pena reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamentode 300 (trezentos) a 700 (setecentos) diasmulta.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas,sem que delas necessite o paciente, ou fazêlo em doses excessivasou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, epagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) diasmulta.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação aoConselho Federal da categoria profissional a que pertença oagente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após oconsumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade deoutrem:
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, alémda apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ouproibição de obtêla, pelo mesmo prazo da pena privativa deliberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400(quatrocentos) diasmulta.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadascumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis)
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anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) diasmulta,se o veículo referido no caput deste artigo for de transportecoletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 destaLei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I a natureza, a procedência da substância ou doproduto apreendido e as circunstâncias do fatoevidenciarem a transnacionalidade do delito;
II o agente praticar o crime prevalecendose defunção pública ou no desempenho de missão de educação,poder familiar, guarda ou vigilância;
III a infração tiver sido cometida nasdependências ou imediações de estabelecimentos prisionais,de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, delocais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizemespetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviçosde tratamento de dependentes de drogas ou de reinserçãosocial, de unidades militares ou policiais ou em transportespúblicos;
IV o crime tiver sido praticado com violência,grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquerprocesso de intimidação difusa ou coletiva;
V caracterizado o tráfico entre Estados daFederação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI sua prática envolver ou visar a atingir criançaou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento edeterminação;
VII o agente financiar ou custear a prática docrime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborarvoluntariamente com a investigação policial e o processocriminal na identificação dos demais coautores oupartícipes do crime e na recuperação total ou parcial doproduto do crime, no caso de condenação, terá penareduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará,com preponderância sobre o previsto no art. 59 do CódigoPenal, a natureza e a quantidade da substância ou doproduto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem osarts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe oart. 42 desta Lei, determinará o número de diasmulta,atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dosacusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a5 (cinco) vezes o maior saláriomínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso deconcurso de crimes serão impostas semprecumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,em virtude da situação econômica do acusado, considerálaso juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis desursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedadaa conversão de suas penas em restritivas de direitos.Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo,darseá o livramento condicional após o cumprimento dedois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidenteespecífico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razãoda dependência, ou sob o efeito, proveniente de casofortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ouda omissão, qualquer que tenha sido a infração penalpraticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinarse de acordo com esse entendimento.Parágrafo único. Quando absolver o agente,
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época dofato previsto neste artigo, as condições referidas no caput desteartigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seuencaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço adois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou dedeterminarse de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base emavaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agentepara tratamento, realizada por profissional de saúde comcompetência específica na forma da lei, determinará que a tal seproceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
CAPÍTULO IIIDO PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos porcrimes definidos neste Título regese pelo disposto neste Capítulo,aplicandose, subsidiariamente, as disposições do Código deProcesso Penal e da Lei de Execução Penal.
§1º O agente de qualquer das condutas previstas no art.28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nosarts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na formados arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§2º Tratandose da conduta prevista no art. 28 desta Lei,não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato serimediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na faltadeste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrandosetermo circunstanciado e providenciandose as requisições dosexames e perícias necessários.
§3º Se ausente a autoridade judicial, as providênciasprevistas no §2º deste artigo serão tomadas de imediato pelaautoridade policial, no local em que se encontrar, vedada adetenção do agente.
§4º Concluídos os procedimentos de que trata o §2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo dedelito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciáriaentender conveniente, e em seguida liberado.
§5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, oMinistério Público poderá propor a aplicação imediata de penaprevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 49. Tratandose de condutas tipificadas nos arts. 33,caput e §1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que ascircunstâncias o recomendem, empregará os instrumentosprotetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção IDa Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade depolícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juizcompetente, remetendolhe cópia do auto lavrado, do qual serádada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro)horas.
§1º Para efeito da lavratura do auto de prisão emflagrante e estabelecimento da materialidade do delito, ésuficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade dadroga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoaidônea.
§2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o§1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboraçãodo laudo definitivo.
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§3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante,o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidadeformal do laudo de constatação e determinará a destruiçãodas drogas apreendidas, guardandose amostra necessária àrealização do laudo definitivo. (Incluído L12.961/14) (7 deabril)
§4º A destruição das drogas será executada pelodelegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)dias na presença do Ministério Público e da autoridadesanitária. (Incluído L12.961/14)
§5º O local será vistoriado antes e depois deefetivada a destruição das drogas referida no § 3o, sendolavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia,certificandose neste a destruição total delas. (IncluídoL12.961/14)
Art. 50A. A destruição de drogas apreendidas sema ocorrência de prisão em flagrante será feita porincineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contadoda data da apreensão, guardandose amostra necessária àrealização do laudo definitivo, aplicandose, no que couber,o procedimento dos §§3º a 5º do art. 50. (IncluídoL12.961/14)
Art. 51. O inquérito policial será concluído noprazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere esteartigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o MinistérioPúblico, mediante pedido justificado da autoridade depolícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo osautos do inquérito ao juízo:
I relatará sumariamente as circunstâncias do fato,justificando as razões que a levaram à classificação dodelito, indicando a quantidade e natureza da substância oudo produto apreendido, o local e as condições em que sedesenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, aconduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II requererá sua devolução para a realização dediligências necessárias.Parágrafo único. A remessa dos autos farseá sem prejuízode diligências complementares:
I necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competenteaté 3 (três) dias antes da audiência de instrução ejulgamento;
II necessárias ou úteis à indicação dos bens,direitos e valores de que seja titular o agente, ou quefigurem em seu nome, cujo resultado deverá serencaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes daaudiência de instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminalrelativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, alémdos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvidoo Ministério Público, os seguintes procedimentosinvestigatórios:
I a infiltração por agentes de polícia, em tarefasde investigação, constituída pelos órgãos especializadospertinentes;
II a nãoatuação policial sobre os portadores dedrogas, seus precursores químicos ou outros produtosutilizados em sua produção, que se encontrem no territóriobrasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizarmaior número de integrantes de operações de tráfico edistribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, aautorização será concedida desde que sejam conhecidos oitinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou decolaboradores.
Seção IIDa Instrução Criminal
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquéritopolicial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças deinformação, darseá vista ao Ministério Público para, no prazo de10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I requerer o arquivamento;II requisitar as diligências que entender necessárias;III oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas
e requerer as demais provas que entender pertinentes.Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, noprazo de 10 (dez) dias.
§1º Na resposta, consistente em defesa preliminar eexceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas asrazões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificaras provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco),arrolar testemunhas.
§2º As exceções serão processadas em apartado, nostermos dos arts. 95 a 113 do DecretoLei no 3.689, de 3 deoutubro de 1941 Código de Processo Penal.
§3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiznomeará defensor para oferecêla em 10 (dez) dias, concedendolhe vista dos autos no ato de nomeação.
§4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)dias.
§5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximode 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realizaçãode diligências, exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e horapara a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citaçãopessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, doassistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§1º Tratandose de condutas tipificadas como infração dodisposto nos arts. 33, caput e §1°, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, aoreceber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar dodenunciado de suas atividades, se for funcionário público,comunicando ao órgão respectivo.
§2º A audiência a que se refere o caput deste artigo serárealizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento dadenúncia, salvo se determinada a realização de avaliação paraatestar dependência de drogas, quando se realizará em 90(noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após ointerrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, serádada a palavra, sucessivamente, ao representante do MinistérioPúblico e ao defensor do acusado, para sustentação oral, peloprazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais10 (dez), a critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juizindagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido,formulando as perguntas correspondentes se o entenderpertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentençade imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autospara isso lhe sejam conclusos.
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) § 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e §1º, e
34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolherse àprisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim
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reconhecido na sentença condenatória.CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENSDO ACUSADO
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento doMinistério Público ou mediante representação da autoridadede polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendoindícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquéritoou da ação penal, a apreensão e outras medidasassecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ouvalores consistentes em produtos dos crimes previstos nestaLei, ou que constituam proveito auferido com sua prática,procedendose na forma dos arts. 125 a 144 do DecretoLeinº 3.689, de 3 de outubro de 1941 Código de ProcessoPenal.
§1º Decretadas quaisquer das medidas previstasneste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provasacerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto dadecisão.
§2º Provada a origem lícita do produto, bem ouvalor, o juiz decidirá pela sua liberação.
§3º Nenhum pedido de restituição será conhecidosem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juizdeterminar a prática de atos necessários à conservação debens, direitos ou valores.
§4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens,direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido oMinistério Público, quando a sua execução imediata possacomprometer as investigações.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção daprova dos fatos e comprovado o interesse público ou social,ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, medianteautorização do juízo competente, ouvido o MinistérioPúblico e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderãoser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam naprevenção do uso indevido, na atenção e reinserção socialde usuários e dependentes de drogas e na repressão àprodução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,exclusivamente no interesse dessas atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobreveículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará àautoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro econtrole a expedição de certificado provisório de registro elicenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferidoo uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargose tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisãoque decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves equaisquer outros meios de transporte, os maquinários,utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, apósa sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridadede polícia judiciária, excetuadas as armas, que serãorecolhidas na forma de legislação específica.
§1º Comprovado o interesse público na utilizaçãode qualquer dos bens mencionados neste artigo, aautoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sobsua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§2º Feita a apreensão a que se refere o caput desteartigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidoscomo ordem de pagamento, a autoridade de políciajudiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato,requerer ao juízo competente a intimação do Ministério
Público.§3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendidoem moeda nacional, se for o caso, a compensação dos chequesemitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dosrespectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias emconta judicial, juntandose aos autos o recibo.
§4º Após a instauração da competente ação penal, oMinistério Público, mediante petição autônoma, requererá aojuízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienaçãodos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, porintermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso ecustódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos deinteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção aouso indevido de drogas e operações de repressão à produção nãoautorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente nointeresse dessas atividades.
§5º Excluídos os bens que se houver indicado para osfins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienaçãodeverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, coma descrição e a especificação de cada um deles, e informaçõessobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.
§6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petiçãoserá autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônomaem relação aos da ação penal principal.
§7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serãoconclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo deinstrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a suaprática e risco de perda de valor econômico pelo decurso dotempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificaráa Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado,este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.
§8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergênciassobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valoratribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.
§9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em contajudicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva,quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores deque trata o §3º deste artigo.
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursosinterpostos contra as decisões proferidas no curso doprocedimento previsto neste artigo.
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o desteartigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ouaeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou aoequivalente órgão de registro e controle a expedição de certificadoprovisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade depolícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficandoestes livres do pagamento de multas, encargos e tributosanteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seuperdimento em favor da União.
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirásobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido,seqüestrado ou declarado indisponível.
§1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimestipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar,após decretado o seu perdimento em favor da União, serãorevertidos diretamente ao Funad.
§2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidose não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sidodecretado em favor da União.
§3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, afim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no §2º desteartigo.
§4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o
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juiz do processo, de ofício ou a requerimento do MinistérioPúblico, remeterá à Senad relação dos bens, direitos evalores declarados perdidos em favor da União, indicando,quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidadeou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de suadestinação nos termos da legislação vigente.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderáfirmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal ecom organismos orientados para a prevenção do usoindevido de drogas, a atenção e a reinserção social deusuários ou dependentes e a atuação na repressão àprodução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, comvistas na liberação de equipamentos e de recursos por elaarrecadados, para a implantação e execução de programasrelacionados à questão das drogas.
TÍTULO VDA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios danãointervenção em assuntos internos, da igualdade jurídicae do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis eaos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espíritodas Convenções das Nações Unidas e outros instrumentosjurídicos internacionais relacionados à questão das drogas,de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,quando solicitado, cooperação a outros países e organismosinternacionais e, quando necessário, deles solicitará acolaboração, nas áreas de:
I intercâmbio de informações sobre legislações,experiências, projetos e programas voltados para atividadesde prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserçãosocial de usuários e dependentes de drogas;
II intercâmbio de inteligência policial sobreprodução e tráfico de drogas e delitos conexos, em especialo tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio deprecursores químicos;
III intercâmbio de informações policiais e judiciaissobre produtores e traficantes de drogas e seus precursoresquímicos.
TÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo únicodo art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologiada lista mencionada no preceito, denominamse drogassubstâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras eoutras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Leinº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estadose do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito àsdiretrizes básicas contidas nos convênios firmados e dofornecimento de dados necessários à atualização do sistemaprevisto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas políciasjudiciárias.
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal eos Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem naprevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserçãosocial de usuários e dependentes e na repressão daprodução não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidaçãoextrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares,de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nosserviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou dequalquer outro em que existam essas substâncias ou
produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:I determinar, imediatamente à ciência da falência ou
liquidação, sejam lacradas suas instalações;II ordenar à autoridade sanitária competente a urgente
adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, emdepósito, das drogas arrecadadas;
III dar ciência ao órgão do Ministério Público, paraacompanhar o feito.
§1º Da licitação para alienação de substâncias ouprodutos não proscritos referidos no inciso II do caput desteartigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmentehabilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica quecomprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a serarrematado.
§2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o desteartigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hastapública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dosConselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
§3º Figurando entre o praceado e não arrematadasespecialidades farmacêuticas em condições de empregoterapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministérioda Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstosnos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípiosque não sejam sede de vara federal serão processados e julgadosna vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação dodelegado de polícia ou a requerimento do Ministério Público,determinará a destruição das amostras guardadas paracontraprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Leinº 12.961, de 2014)
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com osEstados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção erepressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com osMunicípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e depossibilitar a atenção e reinserção social de usuários edependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)dias após a sua publicação.
Art. 75. Revogamse a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002.Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e118º da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz BastosGuido MantegaJorge Armando FelixEste texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006
TORTURA – LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.Define os crimes de tortura e dá outrasprovidências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:I constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causandolhe sofrimento físico ou mental:a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;c) em razão de discriminação racial ou religiosa;II submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
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autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, aintenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicarcastigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena reclusão, de dois a oito anos.§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físicoou mental, por intermédio da prática de ato não previsto emlei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,quando tinha o dever de evitálas ou apurálas, incorre napena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ougravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; seresulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumentase a pena de um sexto até um terço:I se o crime é cometido por agente público;II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60(sessenta) anos; (Redação L10.741/03)
III se o crime é cometido mediante seqüestro.§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
função ou emprego público e a interdição para seu exercíciopelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável einsuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena emregime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplicase ainda quandoo crime não tenha sido cometido em território nacional,sendo a vítima brasileira ou encontrandose o agente emlocal sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de suapublicação.
Art. 4º Revogase o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13de julho de 1990 Estatuto da Criança e do Adolescente.Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109ºda República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSONelson A. JobimEste texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997
ESTATUTO DO DESARMAMENTOLEI Nº10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo emunição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, definecrimes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que oCongresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm,instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da PolíciaFederal, tem circunscrição em todo o território nacional. Art. 2º Ao Sinarm compete: I – identificar as características e a propriedade dearmas de fogo, mediante cadastro; II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadase vendidas no País; III – cadastrar as autorizações de porte de arma defogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; IV – cadastrar as transferências de propriedade,extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis dealterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes defechamento de empresas de segurança privada e detransporte de valores; V – identificar as modificações que alterem as
características ou o funcionamento de arma de fogo; VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive asvinculadas a procedimentos policiais e judiciais; VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem comoconceder licença para exercer a atividade; IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas,varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas defogo, acessórios e munições; X – cadastrar a identificação do cano da arma, ascaracterísticas das impressões de raiamento e de microestriamentode projétil disparado, conforme marcação e testesobrigatoriamente realizados pelo fabricante; XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dosEstados e do Distrito Federal os registros e autorizações de portede armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter ocadastro atualizado para consulta. Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam asarmas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como asdemais que constem dos seus registros próprios.
CAPÍTULO IIDO REGISTRO
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgãocompetente. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serãoregistradas no Comando do Exército, na forma do regulamentodesta Lei. Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido ointeressado deverá, além de declarar a efetiva necessidade,atender aos seguintes requisitos: I comprovação de idoneidade, com a apresentação decertidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pelaJustiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estarrespondendo a inquérito policial ou a processo criminal, quepoderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (RedaçãoL11.706/08) II – apresentação de documento comprobatório de ocupaçãolícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidãopsicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na formadisposta no regulamento desta Lei. § 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma defogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, emnome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferívelesta autorização. § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita nocalibre correspondente à arma registrada e na quantidadeestabelecida no regulamento desta Lei. (Redação L11.706/08) § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em territórionacional é obrigada a comunicar a venda à autoridadecompetente, como também a manter banco de dados com todas ascaracterísticas da arma e cópia dos documentos previstos nesteartigo. § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios emunições responde legalmente por essas mercadorias, ficandoregistradas como de sua propriedade enquanto não foremvendidas. § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios emunições entre pessoas físicas somente será efetivada medianteautorização do Sinarm. § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º seráconcedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento dointeressado. § 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do
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cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III desteartigo. § 8º Estará dispensado das exigências constantes doinciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, ointeressado em adquirir arma de fogo de uso permitido quecomprove estar autorizado a portar arma com as mesmascaracterísticas daquela a ser adquirida. (IncluídoL11.706/08) Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, comvalidade em todo o território nacional, autoriza o seuproprietário a manter a arma de fogo exclusivamente nointerior de sua residência ou domicílio, ou dependênciadesses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que sejaele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ouempresa. (Redação L 10.884/04) § 1º O certificado de registro de arma de fogo seráexpedido pela Polícia Federal e será precedido deautorização do Sinarm. § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III doart. 4º deverão ser comprovados periodicamente, emperíodo não inferior a 3 (três) anos, na conformidade doestabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação doCertificado de Registro de Arma de Fogo. § 3º O proprietário de arma de fogo com certificadosde registro de propriedade expedido por órgão estadual oudo Distrito Federal até a data da publicação desta Lei quenão optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 destaLei deverá renoválo mediante o pertinente registro federal,até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação dedocumento de identificação pessoal e comprovante deresidência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas edo cumprimento das demais exigências constantes dosincisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. (RedaçãoL11.706/08) § 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3ºdeste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter,no Departamento de Polícia Federal, certificado de registroprovisório, expedido na rede mundial de computadores internet, na forma do regulamento e obedecidos osprocedimentos a seguir: (Redação L11.706/08) I emissão de certificado de registro provisório pelainternet, com validade inicial de 90 (noventa) dias;e (Incluído L11.706/08) II revalidação pela unidade do Departamento dePolícia Federal do certificado de registro provisório peloprazo que estimar como necessário para a emissão definitivado certificado de registro de propriedade. (IncluídoL11.706/08)
CAPÍTULO IIIDO PORTE
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo oterritório nacional, salvo para os casos previstos emlegislação própria e para: I – os integrantes das Forças Armadas; II – os integrantes de órgãos referidos nos incisosdo caput do art. 144 da Constituição Federal; III – os integrantes das guardas municipais das capitaisdos Estados e dos Municípios com mais de 500.000(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas noregulamento desta Lei; IV os integrantes das guardas municipais dosMunicípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando emserviço; (Redação L10.867/04) V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança doGabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51,IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardasprisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardasportuárias; VIII – as empresas de segurança privada e de transporte devalores constituídas, nos termos desta Lei; IX – para os integrantes das entidades de desportolegalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem ouso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,observandose, no que couber, a legislação ambiental. X integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federaldo Brasil e de AuditoriaFiscal do Trabalho, cargos de AuditorFiscal e Analista Tributário. (Redação L11.501/07)XI os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 daConstituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dosEstados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoaisque efetivamente estejam no exercício de funções de segurança,na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional deJustiça CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público CNMP. (Incluído L12.694/12) § 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VIdo caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo depropriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ouinstituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamentodesta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelasconstantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação L11.706/08) § 1ºA (Revogado L11.706/08) § 1ºB. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardasprisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particularou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmofora de serviço, desde que estejam: (IncluídoL12.993/18.6.2014) I submetidos a regime de dedicação exclusiva; (IncluídoL12.993/14) II sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento;e (Incluído L12.993/14) III subordinados a mecanismos de fiscalização e de controleinterno. (Incluído L12.993/14) § 1ºC. (VETADO). (Incluído L12.993/14) § 2º A autorização para o porte de arma de fogo aosintegrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e Xdo caput deste artigo está condicionada à comprovação dorequisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Leinas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (RedaçãoL11.706/08) § 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardasmunicipais está condicionada à formação funcional de seusintegrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial eà existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno,nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observadaa supervisão do Comando do Exército. (Redação L10.867/04) § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federaise estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dosEstados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito noart. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisosI, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte ecinco) anos que comprovem depender do emprego de arma defogo para prover sua subsistência alimentar familiar seráconcedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, nacategoria caçador para subsistência, de uma arma de usopermitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma
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lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde queo interessado comprove a efetiva necessidade emrequerimento ao qual deverão ser anexados os seguintesdocumentos: (Redação L11.706/08) I documento de identificação pessoal; (IncluídoL11.706/08) II comprovante de residência em área rural;e (L11.706/08) III atestado de bons antecedentes. (L11.706/08) § 6º O caçador para subsistência que der outro uso àsua arma de fogo, independentemente de outras tipificaçõespenais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou pordisparo de arma de fogo de uso permitido. (L11.706/08) § 7° Aos integrantes das guardas municipais dosMunicípios que integram regiões metropolitanas seráautorizado porte de arma de fogo, quando emserviço. (L11.706/08) Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregadosdas empresas de segurança privada e de transporte devalores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade,responsabilidade e guarda das respectivas empresas,somente podendo ser utilizadas quando em serviço,devendo essas observar as condições de uso e dearmazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo ocertificado de registro e a autorização de porte expedidospela Polícia Federal em nome da empresa. § 1º O proprietário ou diretor responsável de empresade segurança privada e de transporte de valores responderápelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei,sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, sedeixar de registrar ocorrência policial e de comunicar àPolícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas deextravio de armas de fogo, acessórios e munições queestejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)horas depois de ocorrido o fato. § 2º A empresa de segurança e de transporte de valoresdeverá apresentar documentação comprobatória dopreenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Leiquanto aos empregados que portarão arma de fogo. § 3º A listagem dos empregados das empresas referidasneste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto aoSinarm. Art. 7ºA. As armas de fogo utilizadas pelos servidoresdas instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão depropriedade, responsabilidade e guarda das respectivasinstituições, somente podendo ser utilizadas quando emserviço, devendo estas observar as condições de uso e dearmazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo ocertificado de registro e a autorização de porte expedidospela Polícia Federal em nome da instituição. (L12.694/12) § 1º A autorização para o porte de arma de fogo de quetrata este artigo independe do pagamento de taxa. (L12.694/12) § 2º O presidente do tribunal ou o chefe do MinistérioPúblico designará os servidores de seus quadros pessoais noexercício de funções de segurança que poderão portar armade fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta porcento) do número de servidores que exerçam funções desegurança. (L12.694/12) § 3º O porte de arma pelos servidores das instituiçõesde que trata este artigo fica condicionado à apresentação dedocumentação comprobatória do preenchimento dosrequisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como àformação funcional em estabelecimentos de ensino deatividade policial e à existência de mecanismos de
fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas noregulamento desta Lei. (L12.694/12) § 4º A listagem dos servidores das instituições de que trataeste artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (L12.694/12) § 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas aregistrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federaleventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio dearmas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda,nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido ofato. (L12.694/12) Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivaslegalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e dearmazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendoo possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda naforma do regulamento desta Lei. Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização doporte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãosestrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando doExército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e aconcessão de porte de trânsito de arma de fogo paracolecionadores, atiradores e caçadores e de representantesestrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizadano território nacional. Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de usopermitido, em todo o território nacional, é de competência daPolícia Federal e somente será concedida após autorização doSinarm. § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedidacom eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atosregulamentares, e dependerá de o requerente: I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício deatividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridadefísica; II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; III – apresentar documentação de propriedade de arma defogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista nesteartigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador delaseja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeitode substâncias químicas ou alucinógenas. Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valoresconstantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviçosrelativos: I – ao registro de arma de fogo; II – à renovação de registro de arma de fogo; III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; V – à renovação de porte de arma de fogo; VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma defogo. § 1º Os valores arrecadados destinamse ao custeio e àmanutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e doComando do Exército, no âmbito de suas respectivasresponsabilidades. § 2º São isentas do pagamento das taxas previstas nesteartigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I aVII e X e o §5º do art. 6º desta Lei. (L 11.706/08) Art. 11A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e ascondições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federalpara comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnicapara o manuseio de arma de fogo. (L11.706/08) § 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobradopelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honoráriosprofissionais para realização de avaliação psicológica constante do
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item 1.16 da tabela do Conselho Federal dePsicologia. (L11.706/08) § 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valorcobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderáexceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo damunição. (L11.706/08) § 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos§§ 1º e 2º deste artigo implicará o descredenciamento doprofissional pela Polícia Federal. (L11.706/08)
CAPÍTULO IVDOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma defogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordocom determinação legal ou regulamentar, no interior de suaresidência ou dependência desta, ou, ainda no seu local detrabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal doestabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Omissão de cautela Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias paraimpedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoaportadora de deficiência mental se apodere de arma de fogoque esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem oproprietário ou diretor responsável de empresa desegurança e transporte de valores que deixarem de registrarocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda,furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nasprimeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, terem depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ouocultar arma de fogo, acessório ou munição, de usopermitido, sem autorização e em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo éinafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registradaem nome do agente. (Vide Adin 3.1121) Disparo de arma de fogo Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição emlugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ouem direção a ela, desde que essa conduta não tenha comofinalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo éinafiançável. (Vide Adin 3.1121) Posse ou porte ilegal de arma de fogo de usorestrito Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda quegratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sobsua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou muniçãode uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordocom determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquersinal de identificação de arma de fogo ou artefato; II – modificar as características de arma de fogo, deforma a tornála equivalente a arma de fogo de uso proibido
ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzira erro autoridade policial, perito ou juiz; III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivoou incendiário, sem autorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer armade fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal deidentificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ouadolescente; e VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. Comércio ilegal de arma de fogo Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveitopróprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ouindustrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorizaçãoou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Parágrafo único. Equiparase à atividade comercial ouindustrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestaçãode serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,inclusive o exercido em residência. Tráfico internacional de arma de fogo Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída doterritório nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessórioou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena éaumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou muniçãoforem de uso proibido ou restrito. Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, apena é aumentada da metade se forem praticados por integrantedos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei. Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 sãoinsuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.1121)
CAPÍTULO VDISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênioscom os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento dodisposto nesta Lei. Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como adefinição das armas de fogo e demais produtos controlados, deusos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valorhistórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder ExecutivoFederal, mediante proposta do Comando doExército. (L11.706/08) § 1º Todas as munições comercializadas no País deverãoestar acondicionadas em embalagens com sistema de código debarras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação dofabricante e do adquirente, entre outras informações definidaspelo regulamento desta Lei. § 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serãoexpedidas autorizações de compra de munição com identificaçãodo lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma doregulamento desta Lei. § 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano dadata de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco desegurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definidopelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos noart. 6º. § 4º As instituições de ensino policial e as guardasmunicipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta
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Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas derecarga de munição para o fim exclusivo de suprimento desuas atividades, mediante autorização concedida nos termosdefinidos em regulamento. (Incluído L11.706/08) Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art.2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar efiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraçoalfandegário e o comércio de armas de fogo e demaisprodutos controlados, inclusive o registro e o porte detrânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores ecaçadores. Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após aelaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,quando não mais interessarem à persecução penal serãoencaminhadas pelo juiz competente ao Comando doExército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas,para destruição ou doação aos órgãos de segurança públicaou às Forças Armadas, na forma do regulamento destaLei. (L11.706/08) § 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando doExército que receberem parecer favorável à doação,obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ouórgão de segurança pública, atendidos os critérios deprioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvidoo Comando do Exército, serão arroladas em relatórioreservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,abrindoselhes prazo para manifestação deinteresse. (L11.706/08) § 2º O Comando do Exército encaminhará a relaçãodas armas a serem doadas ao juiz competente, quedeterminará o seu perdimento em favor da instituiçãobeneficiada. (L11.706/08) § 3º O transporte das armas de fogo doadas será deresponsabilidade da instituição beneficiada, que procederáao seu cadastramento no Sinarm ou noSigma. (L11.706/08) § 4º (VETADO) (L11.706/08) § 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para oencaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se tratede arma de uso permitido ou de uso restrito,semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo,mencionando suas características e o local onde seencontram. (L11.706/08) Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, acomercialização e a importação de brinquedos, réplicas esimulacros de armas de fogo, que com estas se possamconfundir. Parágrafo único. Excetuamse da proibição as réplicas eos simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou àcoleção de usuário autorizado, nas condições fixadas peloComando do Exército. Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de usorestrito. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplicaàs aquisições dos Comandos Militares. Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anosadquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes dasentidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e Xdo caput do art. 6º desta Lei. (L11.706/08) Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo jáconcedidas expirarseão 90 (noventa) dias após apublicação desta Lei. (Vide L10.884/04) Parágrafo único. O detentor de autorização com prazode validade superior a 90 (noventa) dias poderá renovála,
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 destaLei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônuspara o requerente. Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo deuso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registroaté o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação dedocumento de identificação pessoal e comprovante de residênciafixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação daorigem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito,ou declaração firmada na qual constem as características da armae a sua condição de proprietário, ficando este dispensado dopagamento de taxas e do cumprimento das demais exigênciasconstantes dos incisos I a III do caput do art. 4º destaLei. (L11.706/08) Parágrafo único. Para fins do cumprimento do dispostono caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderáobter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registroprovisório, expedido na forma do §4º do art. 5º destaLei. (L11.706/08) Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogoadquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregálas àPolícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos doregulamento desta Lei. Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogopoderão entregála, espontaneamente, mediante recibo, e,presumindose de boafé, serão indenizados, na forma doregulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posseirregular da referida arma. (L11.706/08) Parágrafo único. (Revogado L11.706/08) Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem milreais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificaro regulamento desta Lei: I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquermeio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma oumunição sem a devida autorização ou com inobservância dasnormas de segurança; II – à empresa de produção ou comércio de armamentos querealize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminadode armas de fogo, exceto nas publicações especializadas. Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, comaglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sobpena de responsabilidade, as providências necessárias para evitaro ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidospelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal. Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestaçãodos serviços de transporte internacional e interestadual depassageiros adotarão as providências necessárias para evitar oembarque de passageiros armados.
CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo emunição em todo o território nacional, salvo para as entidadesprevistas no art. 6º desta Lei. § 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá deaprovação mediante referendo popular, a ser realizado emoutubro de 2005. § 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o dispostoneste artigo entrará em vigor na data de publicação de seuresultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de1997. Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAMárcio Thomaz Bastos
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José Viegas FilhoMarina SilvaEste texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003
ATIVIDADES
CRIMES HEDIONDOS1. É irrelevante a existência, ou não, de fundamentaçãocautelar para a prisão em flagrante por crimes hediondos ouequiparados.
2. A causa especial de aumento de pena prevista na lei decrimes hediondos, com acréscimo de metade da pena,respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, foirevogada em relação ao crime de estupro de vulnerável.
3. Considerase tortura constranger alguém com graveameaça, causandolhe sofrimento mental, com o fim deobter informação, ainda que de terceira pessoa.
4. Quando um cidadão for condenado por sentença por tercometido crime considerado hediondo, caberá ao juizdecidir fundamentadamente se o condenado poderá apelarem liberdade.
5. De acordo com a Lei n.º 8.072/1990, são crimeshediondos, entre outros, o latrocínio, a extorsão mediantesequestro, a tortura, o tráfico ilícito de drogas e o estupro.
6. O preso provisório ou o condenado, nacional ouestrangeiro, sobre o qual recaia fundada suspeita deenvolvimento em quadrilha ou bando organizado para aprática de crime hediondo sujeitase ao regime disciplinardiferenciado por prazo indeterminado, a critério do juiz daexecução.
7. Segundo o disposto na legislacao especifica, sao crimeshediondos, entre outros, o homicidio qualificado, olatrocinio, a epidemia com resultado morte e o genocidio.
8. Suponha que Francisco, imputavel, suspeito da pratica decrime de estupro seguido de morte, seja preso em flagrantedelito e, no decorrer de seu interrogatorio na esfera policial,confesse a autoria do crime, mas, apos a comunicacao daprisao ao juiz competente, verifiquese, pela prova pericial,que Francisco foi torturado para a confissao do crime. Nessasituacao, devera a autoridade judiciaria, mesmo se tratandode crime hediondo, relaxar a prisao de Francisco, semprejuizo da responsabilizacao dos autores da tortura.
9. Segundo entendimento sumulado do STF, nos crimes deestupro, por ser este hediondo em todas as suasmodalidades, a ação penal respectiva é públicaincondicionada.
10. São crimes hediondos relacionados na legislaçãoespecífica: o homicídio, quando praticado em atividadetípica de grupo de extermínio, o roubo simples, a extorsãomediante sequestro, entre outros.
11. O crime de homicídio é considerado hediondo quandopraticado em atividade típica de grupo de extermínio, aindaque cometido por um só agente, e quando for qualificado.
12. O condenado pela prática de crime de tortura, porexpressa previsão legal, não poderá ser beneficiado por
livramento condicional, se for reincidente específico em crimesdessa natureza.
GABARITO:
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C C C C E E C C E E C C
ABUSO AUTORIDADE1. Os crimes de abuso de autoridade serão analisados perante oJuizado Especial Criminal da circunscrição onde os delitosocorreram, salvo nos casos em que tiverem sido praticados porpoliciais militares.
2. Em caso de atitude suspeita, deixa o policial civil de praticar ocrime de abuso de autoridade ao invadir domicílio na busca doestado de flagrância de crime permanente.
3. O processo administrativo para apurar a prática de ato de abusode autoridade deverá ser sobrestado para o fim de aguardar adecisão da ação penal ou civil, interposta concomitantementeàquele, a fim de evitar decisões contraditórias.
4. Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou aconstrangimento não autorizado em lei não constitui abuso deautoridade, mas sujeita o infrator ao pagamento de indenizaçãocivil por danos à moral da vítima.
5. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policialcivil, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória de nãopoder o acusado exercer funções de natureza policial nomunicípio da culpa, por prazo de um a cinco anos.
6. Conforme entendimento jurisprudencial e doutrináriodominantes, é da competência da justiça comum o crime de abusode autoridade praticado por policial militar em desempenho deatividade de policiamento, uma vez que a conduta delituosaencontrase prevista na lei que disciplina o direito derepresentação e o processo de responsabilidade nos casos deabuso de autoridade.
7. Se um delegado de policia, mediante fundadas suspeitas de queum motorista esteja transportando em seu caminhao certaquantidade de substancia entorpecente para fins decomercializacao, determinar a execucao de busca no veiculo, semautorizacao judicial, resultando infrutiferas as diligencias, umavez que nada tenha sido encontrado, essa conduta da autoridadepolicial caracterizara o crime de abuso de autoridade, pois,conforme entendimento doutrinario dominante, o veiculoautomotor onde se exerce profissao ou atividade licita econsiderado domicilio.
8. Caso, no decorrer do cumprimento de mandado de busca eapreensao determinado nos autos de acao penal em curso, opolicial responsavel pela diligencia apreenda umacorrespondencia destinada ao acusado e ja aberta por ele,apresentandoa como prova no correspondente processo, essaconduta do policial encontrarsea resguardada legalmente, pois osigilo da correspondencia, depois de sua chegada ao destino eaberta pelo destinatario, nao e absoluto, sujeitandose ao regimede qualquer outro documento.
9. A acao penal por crime de abuso de autoridade e publicacondicionada a representacao do cidadao, titular do direitofundamental lesado.
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10. Considerando que determinada autoridade policialexecute a prisão em flagrante de um autor de furto,lavrando, logo após, o respectivo auto de prisão, a partir deentão, essa autoridade policial deverá, entre outrasprovidências, comunicar a prisão ao juiz competente, dentrode 24 horas, sob pena de incorrer em abuso de autoridade.
11. Nos termos da lei que incrimina o abuso de autoridade,o sujeito ativo do crime e aquele que exerce cargo, empregoou funcao publica, de natureza civil ou militar, ainda quetransitoriamente e sem remuneracao. A vista disso, afastasea possibilidade de concurso de pessoas em tais delitos,quando o coautor ou participe for um particular.A prática de um crime definido como abuso de autoridadesujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal,aplicadas, cumulativamente, pelo juiz que presidiu oprocesso de natureza criminal.
GABARITO:
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E E E E C C E C E C E
TORTURA1. O policial condenado por induzir, por meio de torturapraticada nas dependências do distrito policial, um acusadode tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderáautomaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessasituação, que o juiz sentenciante motive a perda do cargo.
2. No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita amedida de segurança é submetida a sofrimento físico oumental, por intermédio da prática de ato não previsto em leiou não resultante de medida legal, não é exigido, para seuaperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente,bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo depraticar a conduta descrita no tipo objetivo.
3. Se um policial civil, para obter a confissao de supostoautor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento,mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido a suaesposa e filhos e, mesmo diante das graves ameacas, avitima do constrangimento nao confessar a pratica dodelito, negando a sua autoria, nao se consumara o delito detortura, mas crime comum do Codigo Penal, pois a confissaodo fato delituoso nao foi obtida.
4. O crime de tortura é crime comum, podendo serpraticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agentepúblico, circunstância esta que, acaso demonstrada,determinará a incidência de aumento da pena.
5. A pratica do crime de tortura tornase atipica se ocorrerem razao de discriminacao religiosa, pois, sendo laico oEstado, este nao pode se imiscuir em assuntos religiosos doscidadaos.
6. O tráfico ilícito de entorpecentes e a tortura,considerados crimes hediondos, são insuscetíveis de fiançaou anistia.
7. Considere a seguinte situação hipotética. No momento deseu interrogatório policial, João, acusado por tráfico deentorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveispelo procedimento a choques elétricos e asfixia parcial,visando à obtenção de informações sobre o endereço
utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João,após as agressões, comunicou o fato à autoridade policial deplantão, a qual, apesar de não ter participado da prática delituosa,não adotou nenhuma providência no sentido de apurar a notíciade tortura.Nessa situação, a autoridade policial responderá porsua omissão, conforme previsão expressa na Lei de Tortura.
8. Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intensosofrimento físico e mental em José, visando à obtenção deinformações sigilosas, matouo para que sua conduta não fossedescoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo crime de torturasimples em concurso material, com o delito de homicídio.
9. Júlio foi preso em flagrante pela prática de crime de tortura.Formulado o pedido de liberdade provisória, o magistrado alegouque analisaria o pleito após o interrogatório, o que não foi feito.Em posterior sentença, Júlio foi condenado, tendo o magistradonegado a ele o direito de recorrer em liberdade, asseverandoapenas que perduravam os motivos que ensejaram a sua prisão.Nessa situação, a fundamentação adotada pelo juiz foi idônea esuficiente, pois prevalece o entendimento de que o réu que ficoupreso durante o processo permanecerá preso em caso de sentençacondenatória.
GABARITO:
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C C E C E E C C E
DROGAS1. No território nacional, é expressamente proibido produzir,extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter emdepósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar,expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, paraqualquer fim, drogas ou matériaprima destinada à suapreparação, não havendo previsão de licença pública para tal fim.
2. As glebas cultivadas com plantações ilícitas serãodesapropriadas por interesse público, mediante indenização aoproprietário por meio de títulos da dívida pública resgatáveisapenas após a comprovação de que as plantações ilícitas forameliminadas da propriedade.
3. As penas cominadas ao delito de tráfico de drogas serãoaumentadas de um sexto a dois terços se o agente tiver utilizadotransporte público com grande aglomeração de pessoas parapassar despercebido, sendo irrelevante se ofereceu ou tentoudisponibilizar a substância entorpecente para os outrospassageiros.4. Nos termos da Lei de Drogas, para a lavratura do auto de prisãoem flagrante e para o estabelecimento da materialidade do delito,não é necessário que o laudo de constatação preliminar danatureza e quantidade da droga apreendida seja firmadoexclusivamente por perito oficial.
5. Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse,injustificadamente, a cumprir as medidas educativas que lheforam impostas pelo juiz, este poderá submetêlo,alternativamente, a admoestação verbal ou a pagamento demulta.
6. Em geral, o trafico de drogas ilicitas se faz acompanhar deoutras atividades criminosas, como a corrupcao, a evasao dedivisas e a lavagem de dinheiro.
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7. Por sua natureza especial, a PF efetua as prisoes dossuspeitos em grandes operacoes, independentemente deautorizacao da autoridade judiciaria.
8. Reconhecese ser o trafico de drogas ilicitas responsavel,em larga medida, pelo aumento da violencia e dainseguranca que tem marcado o Brasil nos ultimos anos,especialmente nos grandes centros urbanos.
9. E vedada a progressao de regime do reu condenado portrafico de drogas, devendo aquele cumprir a totalidade dapena em regime fechado.
10. Se um individuo, imputavel, ao regressar de umaviagem realizada a trabalho na Argentina, for flagrado nafiscalizacao alfandegaria trazendo consigo 259 frascos dasubstancia denominada lancaperfume e, indagado arespeito do material, alegar que desconhece as propriedadestoxicologicas da substancia e sua proibicao no Brasil em facedo uso frequente nos bailes carnavalescos, onde pretendecomercializar o produto, nessa situacao, a alegacao dedesconhecimento das propriedades da substancia eignorancia da lei sera inescusavel, nao se configurando errode proibicao.11. O agente que infringe o tipo penal da lei de drogas namodalidade de importar substancia entorpecente seratambem responsabilizado pelo crime de contrabando, vistoque a droga, de qualquer natureza, e tambem consideradaproduto de importacao proibida.
12. Se Y, imputável, oferecer droga a Z, imputável, semobjetivo de lucro, para juntos a consumirem, a conduta de Yse enquadrará à figura do uso e não da traficância.
13. Em decorrencia da nova politica criminal adotada pelalegislacao de toxicos, a conduta do usuario foidescriminalizada, porquanto, segundo o que institui a partegeral do Codigo Penal, nao se considera crime a conduta aqual a lei nao comina pena de reclusao ou detencao.
14. Caso um individuo, imputavel, seja abordado em umablitz policial portando expressiva quantidade de maconha,sobre a qual alegue ser destinada a consumo pessoal, e,apresentado o caso a autoridade policial, esta defina aconduta como trafico de drogas, considerando,exclusivamente, na ocasiao, a quantidade de droga empoder do agente, agira corretamente a autoridade policial,pois a quantidade de droga apreendida e o unico dado a serlevado em consideracao na ocasiao da lavratura da prisaoem flagrante.
15. Suponha que policiais civis, investigando a conduta deCarlos, imputavel, suspeito de trafico internacional dedrogas, tenhamno observado no momento da obtencao degrande quantidade de cocaina, acompanhando veladamentea guarda e o deposito do entorpecente, antes de suadestinacao ao exterior. Buscando obter maiores informacoessobre o proposito de Carlos quanto a destinacao da droga,mantiveram o cidadao sob vigilancia por varios dias elograram a apreensao da droga, em pleno transporte, aindaem territorio nacional. A acao da policia resultou na prisaoem flagrante de Carlos e de outros componentes daquadrilha por trafico de drogas. Nessa situacao, ficouevidenciada a hipotese de flagrante provocado, inadmissivelna legislacao brasileira.
16. Nos crimes de trafico de substancias entorpecentes, e isento depena o agente que, em razao da dependencia ou sob o efeito,proveniente de caso fortuito ou forca maior, de droga, era, aotempo da acao ou da omissao, qualquer que tenha sido a infracaopenal praticada, inteiramente incapaz de entender o carater ilicitodo fato ou de determinarse de acordo com esse entendimento.
17. E atipica, por falta de previsao na legislacao pertinente aoassunto, a conduta do agente que simplesmente colabora, comoinformante, com grupo ou associacao destinada ao trafico ilicitode entorpecentes.
18. Na hipótese de posse de drogas para consumo pessoal, não seimpõe prisão em flagrante. Nessa situação, o autor do fato deveser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na faltadesse, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrandosetermo circunstanciado e providenciandose as requisições dosexames e das perícias necessários.
19. No procedimento para apuração do delito de tráfico de drogas,oferecida a denúncia, o juiz deve ordenar a notificação do acusadopara oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de quinze dias,decidindo o juiz em dez dias quanto ao recebimento ou não dainicial acusatória.As diligências, os exames e as perícias só sãorealizados após o recebimento da denúncia.
20. Considere que determinado cidadão guardasse, em suaresidência, cerca de 21 kg de cocaína, em depósito, para fins demercancia e que, durante uma busca realizada por ordem judicialem sua casa, a droga tenha sido encontrada e os fatos tenham sidoimediatamente apresentados à autoridade policial competente.Nessa situação, esse cidadão não pode ser preso em flagrante,pois, no momento da abordagem, ele não praticava nenhum atotípico da traficância.
21. A legislação descriminalizou a conduta de quem adquire,guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, paraconsumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar. Atualmente, o usuário dedrogas será isento da aplicação de pena e submetido a tratamentopara recuperação e reinserção social.
22. É atípica a conduta do agente que semeia plantas queconstituam matériaprima para a preparação de drogas, ainda quesem autorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar.
23. Quem tiver em depósito, para consumo pessoal, drogas semautorização ou em desacordo com determinação legal ouregulamentar poderá ser submetido a prestação de serviços àcomunidade, a qual, em prol da dignidade da pessoa humana, afim de não causar situação vexatória ao autor do fato, não poderáser cumprida em entidades que se destinem à recuperação deusuários e dependentes de drogas.
24. Nos crimes de tráfico de entorpecentes, é admitida a prisãoprovisória, desde que verificada ser imprescindível para asinvestigações do inquérito policial.
25. Poderá o agente ser preso em seu domicílio, a qualquer horado dia ou da noite, se a polícia tiver informação segura daexistência de grande quantidade de drogas ali guardadas capazesde causar dependência física ou psíquica.
GABARITO:
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – AGENTE PENITENCIÁRIO – PROF. MOURA – CELULAR (61) 8447-6414www.mouracoaching.com [email protected]
DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – AGENTE PENITENCIÁRIO PROF. MOURA AULA 7/9
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DESARMAMENTO1. Responderá pelo delito de omissão de cautela oproprietário ou o diretor responsável de empresa desegurança e transporte de valores que deixar de registrarocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal, nasprimeiras vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, aperda de munição que esteja sob sua guarda.
2. Suponha que Tobias, maior, capaz, tenha sido abordadopor policiais militares quando trafegava em sua moto, tendosido encontradas com ele duas armas de uso restrito emunições, e atestada, em exame pericial, a impossibilidadede as armas efetuarem disparos. Nessa situação hipotética,resta caracterizado o delito de porte de arma de uso restrito,devendo Tobias responder por crime único.
3. De acordo com entendimento do Superior Tribunal deJustiça, o simples fato de portar arma de fogo de usopermitido com numeração raspada viola o previsto no art.16, da Lei n.º 10.826/2003, por se tratar de delito de meraconduta ou de perigo abstrato, cujo objeto imediato é asegurança coletiva.
4. No caso especifico de trafico internacional de arma defogo, em que a acao se inicie no territorio nacional e tenda aconsumacao no territorio estrangeiro, ou viceversa, a acaopenal correspondente e publica incondicionada e decompetencia da justica federal. 5. Os crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo deuso restrito e o comércio ilegal de arma de fogo, nos termosda legislação específica, são insuscetíveis de liberdadeprovisória.
6. Considere que um policial civil tenha em sua casauma arma de fogo de uso permitido sem registro doórgão competente, a qual foi encontrada, por acaso,pela autoridade policial hierarquicamente superior aoservidor, no interior de um guardaroupa, em condiçõesde ser disparada. Nessa situação, a autoridade policial deverá apreender oarmamento e responsabilizar o policial pela posseirregular de arma de fogo de uso permitido.
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