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Publicação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo ALQUIMISTA 1 Anunciamos a realização, em breve, da Cerimônia de Outorga do Título de Professor Emérito aos docentes Hernan Chamovich Guralnik, José Manuel Riveros Nigra, e Walter Colli. Ademais, divulgamos que a USP é universidade brasileira melhor classificada em ranking. Informamos também o curso Introdução à Química Biológica. Em interessante matéria, a respeito dos Núcleo usa bioinformática para investigar problemas das ciências genômicas. Registramos o artigo sobre Dano em membranas induz morte celular por autofagia. Divulgamos a Música no IQ. Por fim, mostramos uma interessante matéria sobre o tema sobre Poli Recicla, IQ e Cedir se destacam em manejo de resíduos. Carta do Editor Instituto de Química Edição Número 128 setembro de 2015 Cerimônia de Outorga do Título de Professor Emérito Temos a honra de informar que os professores Hernan Chamovich Guralnik, José Manuel Riveros Nigra, e Walter Colli receberão o título de Professor Emérito. A cerimônia ocorrerá no dia 19 de outubro de 2015, às 16 horas, nos anfiteatros Cinza e Vermelho. A presença deverá ser confirmada através do link http://goo.gl/forms/37Nlv5XStK. Hernan Chamovich Guralnik, é Bioquímico, Universidad de Chile (1962), Doutor em Ciências Biológicas (Bioquímica), Universidade de São Paulo (USP) (1979). Professor Titular do Instituto de Química da USP (1984). Chefe do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP (1985-1989, 1993-1995), Pró-Reitor de Pesquisa da USP (1997-2001), Diretor do IQUSP (2002- 2006), Presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) (1993-1995), Vice-Presidente da Academia Brasileira de Ciências (2007-2015), Vice-Presidente do International Council for Science (2005-2008),Presidente da InterAmerican Network of Academies of Science (IANAS)(2004 -2010). Membro do Conselho Editorial de Ciência e Cultura (SBPC), Estudos Avançados (IEA-USP) e do Electronic Journal of Biotechnology. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Físico-Química Orgânica, estudando Sistemas Biomiméticos, em particular estrutura de micelas e vesículas, catalise micelar e enzimática. Formou 15 Mestres e 21 Doutores. Vem atuando na política científica nacional e internacional com publicações, participações em Conselhos e ocupando posições Executivas.Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimanto Científico e Tenológico (2015 -) José Manuel Riveros Nigra possui graduação em Quimica - University of California (1962) e doutorado em Quimica - Harvard University (1966). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo, assessor da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Sincrotron, da Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massa, membro do corpo editorial - International Journal Of Mass Spectrometry e membro do corpo editorial - Mass Spectrometry Reviews. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Físico-Química, atuando principalmente nos seguintes temas: fase gasosa, ion/molecule reactions, blackbody induced dissociation, reacoes ion/molecula e ions solvatados. Walter Colli é raduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (1962), doutor em Bioquímica pela Faculdade de Medicina e Livre-Docente pelo Instituto de Química da USP (IQUSP, 1971). Aposentado compulsoriamente, foi Professor Titular da USP desde 1980 até 2009, bolsista de Produtividade 1A do CNPq desde 1982 até 2009 e atualmente é Colaborador Sênior do IQUSP e bolsista de Produtividade Sênior do CNPq. Foi Diretor do IQUSP em dois períodos (1986-1990 e 1994-1998) e do Instituto Butantan (1999). Foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1989-1991), do Conselho Superior da FAPESP (1988-1994), Presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1999- 2006) e Diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP (2006-2009). Foi Presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio, 2006-2009) e Diretor-Geral da Associação Brasileira da Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS, 06/2010-05/2011). Desde 2003 é Coordenador Adjunto da Diretoria Científica da FAPESP. É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Buenos Aires e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS). É membro da Ordem do Mérito Científico do Brasil nas classes Comendador (1995) e Grã Cruz (2000). Em 2014 foi agraciado com o prêmio Almirante Álvaro Alberto de Ciência e Tecnologia. Prof. Hernan Prof. Riveros Prof. Colli

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Page 1: ALQUIMISTA - iq.usp.br · que vigora nesta área. O curso consistirá de aulas teóricas breves complementadas pela discussão de trabalhos científicos relacionados. É um formato

Publicação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo

ALQUIMISTA

1

Anunciamos a realização, em breve, da Cerimônia de Outorga do Título de Professor Emérito aos docentes Hernan Chamovich Guralnik, José Manuel Riveros Nigra, e Walter Colli. Ademais, divulgamos que a USP é universidade brasileira melhor classificada em ranking. Informamos também o curso Introdução à Química Biológica. Em interessante matéria, a respeito dos Núcleo usa bioinformática para investigar problemas das ciências genômicas. Registramos o artigo sobre Dano em membranas induz morte celular por autofagia. Divulgamos a Música no IQ. Por fim, mostramos uma interessante matéria sobre o tema sobre Poli Recicla, IQ e Cedir se destacam em manejo de resíduos.

Carta do Editor

Instituto de Química Edição Número 128 – setembro de 2015

Cerimônia de Outorga do Título de Professor Emérito

Temos a honra de informar que os professores Hernan Chamovich Guralnik, José Manuel Riveros Nigra,

e Walter Colli receberão o título de Professor Emérito.

A cerimônia ocorrerá no dia 19 de outubro de 2015, às 16 horas, nos anfiteatros Cinza e Vermelho. A

presença deverá ser confirmada através do link http://goo.gl/forms/37Nlv5XStK.

Hernan Chamovich Guralnik, é Bioquímico, Universidad de Chile (1962), Doutor em Ciências Biológicas (Bioquímica), Universidade de São Paulo (USP) (1979). Professor Titular do Instituto de Química da USP (1984). Chefe do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP (1985-1989, 1993-1995), Pró-Reitor de Pesquisa da USP (1997-2001), Diretor do IQUSP (2002- 2006), Presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) (1993-1995), Vice-Presidente da Academia Brasileira de Ciências (2007-2015), Vice-Presidente do International Council for Science (2005-2008),Presidente da InterAmerican Network of Academies of Science (IANAS)(2004 -2010). Membro do Conselho Editorial de Ciência e Cultura (SBPC), Estudos Avançados (IEA-USP) e do Electronic Journal of Biotechnology. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Físico-Química Orgânica, estudando Sistemas Biomiméticos, em particular estrutura de micelas e vesículas, catalise micelar e enzimática. Formou 15 Mestres e 21 Doutores. Vem atuando na política científica nacional e internacional com publicações, participações em Conselhos e ocupando posições Executivas.Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimanto Científico e Tenológico (2015 -)

José Manuel Riveros Nigra possui graduação em Quimica - University of California (1962) e doutorado em Quimica - Harvard University (1966). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo, assessor da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Sincrotron, da Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massa, membro do corpo editorial - International Journal Of Mass Spectrometry e membro do corpo editorial - Mass Spectrometry Reviews. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Físico-Química, atuando principalmente nos seguintes temas: fase

gasosa, ion/molecule reactions, blackbody induced dissociation, reacoes ion/molecula e ions solvatados.

Walter Colli é raduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (1962), doutor em Bioquímica pela Faculdade de Medicina e Livre-Docente pelo Instituto de Química da USP (IQUSP, 1971). Aposentado compulsoriamente, foi Professor Titular da USP desde 1980 até 2009, bolsista de Produtividade 1A do CNPq desde 1982 até 2009 e atualmente é Colaborador Sênior do IQUSP e bolsista de Produtividade Sênior do CNPq. Foi Diretor do IQUSP em dois períodos (1986-1990 e 1994-1998) e do Instituto Butantan (1999). Foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1989-1991), do Conselho Superior da FAPESP (1988-1994), Presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1999-2006) e Diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP (2006-2009). Foi Presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio, 2006-2009) e Diretor-Geral da Associação Brasileira da Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS, 06/2010-05/2011). Desde 2003 é Coordenador Adjunto da Diretoria Científica da FAPESP. É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Buenos Aires e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS). É membro da Ordem do Mérito Científico do Brasil nas classes Comendador (1995) e Grã Cruz (2000). Em 2014 foi agraciado com o prêmio Almirante Álvaro Alberto de Ciência e

Tecnologia.

Prof. Hernan

Prof. Riveros

Prof. Colli

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Introdução à Química Biológica

Entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro, o Instituto de Química (IQ) da USP realiza o curso “Introdução à

Química Biológica (Chemical Biology)”.

A química biológica enfatiza a aplicação de técnicas de química para o estudo ou interferência em sistemas

biológicos. Não é uma nova disciplina, mas sim um novo olhar que salienta que pequenas moléculas sintéticas ou

naturais são sondas poderosas para a compreensão de sistemas biológicos e para a descoberta de novos e melhores

fármacos. Este curso tem como objetivo integrar alunos de pós‐graduação de diferentes áreas (química, farmácia,

bioquímica, biologia celular) e expô‐los aos temas centrais da Química Biológica e ao pensamento multidisciplinar

que vigora nesta área.

O curso consistirá de aulas teóricas breves complementadas pela discussão de trabalhos científicos relacionados. É

um formato que favorece o aprendizado crítico e a interação com os instrutores, todos eles renomados cientistas da

área de

Química Biológica. Na versão deste ano serão abordados os seguintes tópicos: sondas químicas para

macromoléculas e metabólitos, triagens e identificação de alvos, microrganismos como fontes de moléculas bioativas,

química biortogonal.

O curso será ministrado em inglês e terá como instrutores os profs. James Chen (Stanford University, Estados

Unidos), Randall Petterson (Harvard Medical School, Estados Unidos); Jason Sello (Brown University, Estados

Unidos) e Justin Nodwell (University of Toronto, Canadá). As inscrições devem ser feitas no email [email protected].

USP é universidade brasileira melhor classificada em ranking

A Universidade de São Paulo (USP) foi a mais bem

colocada entre as instituições latinas avaliadas pelo

Academic Ranking of World Universities (ARWU),

divulgado no último sábado (15). A universidade

ficou no grupo entre a 100ª e a 150ª posição, a mesma

classificação alcançada em 2014.

O ranking é elaborado pelo Center for World-Class

Universities da Shanghai Jiao Tong University, que

avalia as 500 melhores universidades do mundo.

Harvard manteve a liderança, seguida por Stanford

e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts

(MIT). Com exceção das universidades inglesas de

Cambridge (5ª posição) e de Oxford (10ª posição), as

demais instituições que ocupam os 10 primeiros

lugares são norte-americanas.

Além da USP, outras cinco instituições brasileira

integram a lista. A Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual Paulista Júlio

de Mesquita Filho (Unesp) e a Universidade Estadual

de Campinas (Unicamp) ficaram no grupo entre a

301ª e a 400ª posição. Já a Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS) ocupam o grupo entre a 401ª

e 500ª colocação.

Seis indicadores são utilizados para classificar as

instituições, incluindo o número de ex-alunos e

docentes ganhadores de Prêmios Nobel, número dos

pesquisadores mais citados, quantidade de artigos

publicados nas revistas Nature e Science, número de

artigos indexados no Science Citation Index –

Expanded e Social Sciences Citation Index e o

desempenho de pesquisa per capita relativa ao

tamanho da instituição.

Além da classificação principal, também foram

publicados rankings de acordo com a área geral e com

a área de concentração.

Nas áreas de Ciências Naturais e Matemática,

Engenharia, Tecnologia e Ciências da Computação,

Ciências Agrícolas e da Vida e de Medicina Clínica e

Farmácia, a USP ficou no grupo das 100ª a 150ª

melhores universidades.

Em relação às áreas de concentração, a USP subiu

para o grupo das 76-100ª melhores universidades na

área de Matemática e foi classificada no grupo de

151-200ª nas áreas de Física, Química e Ciências da

Computação.

Portal Terra

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Núcleo usa bioinformática para investigar problemas das ciências genômicas

Prof. Dr. João Carlos Setubal Objetos de estudo tão diversos como uma bactéria que causa

doenças em laranjeiras, câncer de próstata e diversidade

microbiana em um zoológico estão reunidos em um mesmo

núcleo de pesquisa na USP. O que aproxima estes projetos é a

necessidade de processamento de numerosos dados de genômica,

possível somente com o uso de recursos sofisticados da

computação.

O Núcleo de Pesquisa em Biologia Computacional e Genômica

(Nubic), coordenado pelo professor do Instituto de Química (IQ)

da USP João Carlos Setubal, surgiu com o intuito de integrar os

pesquisadores que desenvolvem ferramentas de informática

voltadas a questões biológicas e os cientistas que precisam delas.

“Desta forma as áreas podem conversar e, em alguns casos, ver

que têm problemas em comum. Faz sentido ter um bioinformata

trabalhando tanto com a expressão gênica em câncer de próstata

como com doença em pé de laranja porque o dado é da mesma

natureza e o processamento é muito parecido, às vezes até mesmo

igual”, afirma.

A organização do Nubic, que é um dos Núcleos de Apoio à

Pesquisa (NAPs) da USP, apoiados pela Pró-Reitoria de Pesquisa,

se dá por meio dos chamados “projetos motores”. O coordenador

explica que a articulação foi pensada desta forma porque, para ele,

é preciso primeiro um projeto biológico para então motivar o

desenvolvimento das ferramentas adequadas a ele. O grupo utiliza

programas desenvolvidos em diferentes laboratórios de todo o

mundo e, para os aspectos específicos de cada análise, cria

também adaptações e novos programas.

Atualmente são sete os projetos motores, mas Setubal ressalta

que esta configuração não é engessada, por estar em uma área

muito dinâmica. “O Nubic é muito mais do que estes projetos.

Cada integrante desenvolve várias atividades, que também estão

no âmbito do Núcleo, apoiadas por ele, mesmo não constando na

proposta original”. Com a criação do NAP, os pesquisadores

adquiriram uma máquina sequenciadora de DNA e dois

computadores de grande porte, o que representou um grande

avanço em termos de infraestrutura que beneficiou todos os

projetos.

Um destes projetos envolve a análise da variação genética em

populações humanas de todo o mundo, como africanos, europeus,

asiáticos e nativos americanos. Liderado pelo professor Diogo

Meyer, do Instituto de Biociências (IB) da USP, o estudo busca

estabelecer comparações entre estas populações e enxergar a

influência da seleção natural em sua genética. “Por exemplo, se

uma mutação é muito comum na África, e muito rara no resto do

mundo, há uma boa chance de que ela seja comum na África

porque ela produz um efeito que favorece os indivíduos que

vivem por lá”, explica.

Um estudo como esse, afirma Meyer, pode envolver a

comparação de frequências de mutações em até 20 milhões de

posições no genoma. “Para realizar tais tarefas precisamos de

bioinformática. Isso sem falar nos testes estatísticos que são

usados para responder à questão sobre seleção, que

frequentemente incluem ferramentas estatísticas que demandam

muitos recursos informáticos”.

Atualmente, o projeto envolve também o estudo de uma

população específica, os quilombolas do Vale do Ribeira, região

localizada entre o sul do estado de São Paulo e o norte do estado

do Paraná. O intuito é verificar que tipo de mistura genética

originou a população e como esta mistura é influenciada pela

seleção natural.

O coordenador do Nubic lidera um projeto motor que analisa as

bactérias presentes no processo de compostagem do Zoológico de

São Paulo. Segundo Setubal, muitos detritos orgânicos são

gerados no local, seja pelos animais ou pela própria mata. Por

isso, o zoológico implantou um sistema de compostagem em

larga escala. A degradação ocorre graças a certas espécies de

bactérias presentes no ambiente que são capazes de digerir

diferentes tipos de material orgânico, transformando-os em

adubo que será usado pelo próprio zoológico.

O projeto trabalha com uma técnica chamada metagenômica,

que permite analisar os DNAs das bactérias sem precisar isolá-

las. Desta forma, em vez de selecionar apenas um tipo de bactéria

presente em uma determinada amostra para então analisá-la, o

pesquisador extrai o DNA diretamente da amostra. Com essa

técnica, os DNAs de todas as espécies presentes na amostra vêm

misturados, e a bioinformática é necessária para diferenciá-los.

Esse tipo de estudo permite ter uma visão mais ampla do

processo de degradação e entender quais bactérias agem, e de que

forma, em cada etapa deste processo. “É uma pesquisa que tem

o potencial de produzir descobertas importantes de natureza

biotecnológica. A degradação de biomassa é entendida como o

grande futuro para a geração de biocombustíveis”, afirma.

A lista completa dos projetos motores do Nubic e dos

participantes do núcleo está disponível no site http://lbi.iq.usp.br/nubic/. Além de professores do IQ e do IB, o

grupo reúne pesquisadores de outras unidades da USP, como o

Instituto de Matemática e Estatística (IME), a Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e a Escola de Artes,

Ciências e Humanidades (EACH), além de outras instituições

nacionais e internacionais.

Aline Naoe

Agência USP de notícias

Exemplo de seleção natural: desenvolvimento de

resistência a antibióticos em microorganismos.

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Dano em membranas induz morte celular por autofagia

Prof. Dr. Maurício Baptista

Em artigo publicado no periódico Scientific Reports, o grupo

do professor Maurício Baptista, do Instituto de Química (IQ)

da USP e do Centro de Pesquisa Inovação e Difusão (Cepid)

Redoxoma, demonstrou que a autofagia se torna um processo

destrutivo quando há dano paralelo a membranas de

mitocôndrias e lisossomos. A pesquisa indica um novo

paradigma quanto ao destino da autofagia e pode ajudar no

desenvolvimento de novas drogas contra cânceres agressivos.

“Para induzir a morte celular por autofagia de maneira

bastante eficiente, é preciso causar danos tanto na mitocôndria

quanto no lisossomo. Nosso trabalho explica esses danos e os

relaciona a uma interação do ácido betulínico com a membrana

das organelas”, afirmou Baptista. A pesquisa foi o projeto de

pós-doutorado e Waleska Martins, primeira autora do artigo.

O trabalho integrou química, bioquímica, biologia celular e

modelagem computacional. Os pesquisadores trataram

queratinócitos HaCaT com os ácidos triterpenóides oleanólico

e betulínico e avaliaram a viabilidade celular, proliferação e

mecanismos de morte celular, função e morfologia de

mitocôndrias e lisossomos e o status do fluxo autofágico.

Também quantificaram as interações dos ácidos com

membranas miméticas, in vitro e in silico. Queratinócitos são

células diferenciadas do tecido epitelial que têm o mecanismo

de autofagia bastante ativo, principalmente as do tipo HaCaT.

Os ácidos triterpenóides pentacíclicos foram escolhidos

porque têm a mesma fórmula química, mas são distintos

estruturalmente, e, portanto, interagem de forma distinta com

as membranas. Ao comparar os ácidos oleanólico e betulínico,

os pesquisadores puderam revelar detalhes da indução e da

inibição do processo autofágico e sua associação com a morte

celular e com danos a membranas miméticas. E constataram

que o ácido betulínico, mas não o oleanólico, causa dano físico

às membranas das mitocôndrias e dos lisossomos. O dano

paralelo a essas duas organelas chave faz com que a autofagia

induza a morte celular. E justamente por ser um dano físico,

torna-se mais difícil o desenvolvimento de resistência celular.

Para os pesquisadores, a maior citotoxicidade do ácido

betulínico está relacionada com sua maior eficiência em causar

danos a membranas.“Ao trocar a estereoquímica de uma

ligação do ácido oleanólico, ele fica com estrutura mais plana,

fica parecido com o ácido betulínico e consegue entrar na

membrana. O ácido oleanólico tem uma espécie de dobra na

estrutura, que dificulta a entrada na membrana”, explicou

Baptista. Para os autores do artigo, é interessante notar que o

ácido betulínico tem como alvo membranas de organelas, mas

parece preservar a membrana plasmática.

A autofagia é um mecanismo para sobrevivência celular, um

processo de degradação e de reciclagem de componentes do

citosol e de organelas celulares danificadas, que promove a

homeostase celular em resposta a vários tipos de estresse. Mas

a autofagia também pode induzir a morte celular, e a transição

de seu papel pró-sobrevivência para pró-morte ainda gera

debates e controvérsias. Os resultados agora obtidos pelo

grupo indicam um novo paradigma quanto ao destino da

autofagia. Se o processo vai recuperar a célula ou matá-la

parece depender da extensão do dano às membranas.

Os pesquisadores acreditam que o mecanismo alternativo

para compreender a autofagia proposto nesse trabalho possa

ajudar na descoberta de novas moléculas antitumorais. “Os

tumores, para sobreviver, precisam de um mecanismo de

autofagia pujante, bastante ativo, porque o tumor é mais

desorganizado do que o tecido normal. O que nós mostramos

é que o ácido betulínico causa a morte celular bloqueando a

autofagia e ativando a mitofagia. Talvez isso possa explicar

por que ele tem um resultado tão bom contra tumores”,

afirmou Baptista.

Os triterpenóides pentacíclicos são encontrados nas cascas

de frutas e árvores e têm a função de protegê-las de pragas e

infecções. O ácido oleanólico é amplamente usado como

agente anti-inflamatório, antiangiogênico e antioxidante. E o

ácido betulínico tem ação antitumoral e está sendo testado

contra o melanoma. Baptista afirmou que o grupo está

finalizando um novo artigo no qual mostra que o ácido

betulínico também causa senescência celular relacionada a

dano em membranas. “Podemos usar a interação de

compostos com membranas como critério para seleção de

medicamentos mais eficientes”, concluiu.

O estudo contou com a colaboração de Érico Costa, do

Ludwig Institute for Cancer Research (LICR) do Centro de

Oncologia Molecular do Hospital-Sírio Libanês; Mário Cruz

e Beatriz Stolf, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da

USP; e Ronei Miotto e Rodrigo Cordeiro, do Centro de

Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do

ABC (UFABC). O artigo “Parallel damage in mitochondrial

and lysosomal compartments promotes efficient cell death

with autophagy: The case of the pentacyclic triterpenoids”

pode ser lido no site da revista Nature em

http://http//www.nature.com/articles/srep12425.

Maria Célia Wilder

Assessoria de Comunicação do Cepid Redoxoma

Música no IQ No dia 21 de agosto de 2015 ocorreu no Instituto de

Química a apresentação musical do Duo de Duos, do Laboratório de Música de Câmara (LAMUC), coordenado pelo Prof. Dr. Michael K. Alpert. A apresentação contou com música de Chico Buarque, Astor Piazzolla, e Máximo Diego Pujol. O grupo contou com Diego Ferreira (flauta), Lucas Vieira (violão), Camila Montefusco (canto e violino), e Vinícius Faina (violão).

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Poli Recicla, IQ e Cedir se destacam em manejo de resíduos

Frente à produção diária de resíduos comuns, químicos e eletrônicos dos institutos, faculdades e órgãos da USP, a Universidade ainda não possui um órgão centralizado que

seja responsável por todo o lixo gerado nos campi. Cada unidade da USP gerencia o lixo produzido de

forma independente, e não há dados que indiquem que elas façam o descarte de maneira adequada. No entanto, alguns institutos e órgãos saem na frente quando o assunto é gerenciamento de resíduos. É o caso do Poli Recicla, do Instituto de Química (IQ) e do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) .

O Instituto de Química da USP, que ocupa uma posição de destaque na área de tratamento de resíduos químicos, atende não apenas a uma demanda interna, mas dá suporte a outras unidades e instâncias da USP e também a outras universidades. “Esta posição foi alcançada em função de estarmos realizando a destinação correta de resíduos químicos em consonância com a legislação ambiental, priorizando também a minimização e o reaproveitamento de resíduos”, aponta a chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Resíduos do IQ, Doutora Patricia Di Vitta.

Todos os resíduos químicos produzidos no IQ são tratados nos próprios laboratórios geradores, no Laboratório de Tratamento de Resíduos, ou ainda, caso seja necessário, podem ser enviados para incineração. Como explica Patricia, “o IQ recupera entre três e cinco toneladas por ano de resíduos de

solventes orgânicos advindos de nossos laboratórios didáticos e de pesquisa, além de tratar cerca de uma tonelada de resíduos que contêm metais pesados”.

O programa Poli Recicla, que atua desde 2006, gerencia os resíduos comuns e “perigosos”, como lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, além de toners de impressão e resíduos de construção civil, produzidos na Escola Politécnica (Poli). “Realizamos treinamentos com funcionários da limpeza (cerca de 130 pessoas) e treinamentos pontuais com eletricistas, zeladores e administradores de prédios, por exemplo”, explica Welson Barbosa, Gestor de Resíduos do Poli Recicla.

O Cedir, órgão instituído em dezembro de 2009, além de receber das unidades da USP aparelhos de informática, telefonia, pilhas, baterias, cartuchos e resíduos eletrônicos, também é aberto a pessoas não ligadas à Universidade.

Os resíduos têm diversos destinos: parte deles é vendido para as empresas fabricantes, parte reaproveitada na própria Universidade.

Há, ainda, projetos que transformam as peças em obra de arte e distribuem os computadores reparados em escolas públicas e em comunidades indígenas. “É importante que as pessoas entendam os riscos de se despejar inadequadamente o lixo eletrônico e como esses resíduos podem ser utilizados para muitas coisas”. afirma Neuci Bicov, responsável técnica do Cedir.

Gregório Nakamotome Jornal da USP

“O foco no Cedir é mais o reuso do que a reciclagem”, diz Neuci. (Foto: Gregório Nakamotome)

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QUER COLABORAR? Para colaborar com o jornal ALQUIMISTA, entre em contato através do e-mail: [email protected] Eventos,

artigos, sugestões de matérias ou qualquer outra atividade de interesse do IQUSP podem ser enviados. Todos podem colaborar. Sejam eles, professores, funcionários, alunos ou interessados.

Teses e Dissertações

Alunos do Programa de Pós-Graduação do IQ que defenderão seus

trabalhos de Mestrado (M) e Doutorado (D)

1. Vanderson da Silva Bispo – “Investigação dos mecanismos biológicos de detoxificação de aldeídos α,β-

insaturados em ratos SODG93A modelo para ALS”. Orientadora: Profª. Drª. Marisa Helena Gennari de

Medeiros. Dia: 15/09/2015, às 14:00 h, no Anfiteatro Vermelho (D)

2. José de Ribamar Martins Neto – “Filmes eletrocrômicos de WO3 nanoestruturado: síntese,

caracterização e funcionalização”. Orientadora: Profª. Drª. Susana Inês Córdoba de Torresi. Dia:

25/09/2015, às 13:30 h, na Sala A1 do ‘Queijinho’ (D).

Milton Cesar Santos Oliveira

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Instituto de Química -

Reitor Prof. Dr. Marco Antonio Zago

Pró-Reitor de Cultura e Extensão

Profa. Dra. Maria A. Arruda

Diretor Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani

Vice-Diretor

Prof. Dr. Prof. Paolo Di Mascio

Chefe do DQF Prof. Dr. Mauro Bertotti

Chefe do DBQ

Prof. Dr. Shaker Chuck Farah

Editor Prof. Dr. Hermi F. Brito

Tiago B. Paolini (Secretário)

Colaboradores Cássio Cardoso

Cezar Guizzo Fábio Yamamoto

Ivan Guide N. Silva Jaílton Cirino Santos Lucas C. V. Rodrigues

Marcos Vinícius Petri

24/9. Adriana Yamaguti Matsukuma

25/9. Fabio Massami Yamamoto

25/9. Marivon Pereira Alves Pereira

26/9. Carlos Takeshi Hotta

26/9. Luciana da Silva Cunha

28/9. Marina Mayumi Yamashita

29/9. Maria Cristina R. Machado

29/9. Priscilla Elisangela de Avila

30/9. Juliana Raveli Domingos

2/9. Fernando Alves Dornelas

2/9. Roberto Rosim Bertoza

6/9. Francenilda Costa Pereira Ciferi

7/9. Daisy de Brito Rezende

8/9. Ademir Bernardo de Souza

10/9. Daniel Nopper Silva Rodrigues

10/9. João Carlos Prado Santolaria

11/9. Donisete Dalmo Lara Campos

12/9. Alexander Henning Ulrich

12/9. Daniel da Silva

13/9. Marco Antonio Sanches

13/9. Renato Vieira Nascimento Junior

15/9. Alessandra de Carvalho Ramalho

17/9. Ednailson Pereira de Carvalho

17/9. Regina Lúcia Baldini

18/9. Letícia Marques Peron

18/9. Maria Perpetua B. M. Araujo

20/9. Marcelo Nakamura

22/9. Adriano dos Santos Braga

23/9. Rodrigo Marques Oliboni

ANIVERSARIANTES

Parabéns aos aniversariantes do IQ

- mês de setembro -

Diplomas de pós-graduação disponíveis para retirada na SPG Agtha de Alencar Muniz Chaves, Alex da Silva Lima, Alexsandra Cristina Scalfo, Aline Ramos Maia Lobba, Amadeu José Montagnini Logarezzi, Ana Carolina de Oliveira Costa, Ana Carolina Tahira, Ana Claudia Oliveira Carreira, Ana Flavia Ramires Brito, Anderson Melo Gaia, André Bozzo Argenton, André Guimarães de Oliveira, André Passaretti Lang, Andreas Albert von Richthofen, Anna Regina Soares Valentim, Ariel Rodrigues Cardoso, Arthur Andrade Nery, Bruno Chaussê de Freitas, Bruno Giuliano Nicolau, Bruno Maiko Sato, Camila de Menezes Kisukuri, Christian Colin, Cinthia Indy Tamayose, Cláudia Kérley Frigeri, Claudio Hanashiro Barbosa Silva, Cristina Alexandra Cuartas Dominguez, Daniel Grasseschi, Douglas de Jesus Martins, Elaine Yuka Yamauchi, Eliciane Cevolani Mattos, Erik Montagna, Fábio Cassarorri Parronchi Navarro, Fabio Graziane Zanin, Fernanda de Freitas Ventura, Fernanda Menezes Cerqueira, Filipe Braga Nogueira, Filipe da Silva Lima, Flávio Silva Junqueira de Souza, Florêncio Porto Freitas, Francisca Lúcia de Alencar, Francisco Laerte de Castro, Gabriela Mól Avelar Tamaki, Giovana Cassia de Freitas Lemeszenski, Giselle Magdaleno Enrich, Grazielle de Campos Anaia, Guilherme Minoru Hotta, Gustavo Antonio Teixeira Chaves, Gustavo Carvalho Dias, Gustavo Gross Belchior, Gustavo Torres Moure, Harold Hilarion Fokoue, Helena Dias Müller Villela, Hellio Danny Nobrega de Souza, Israel de Souza Almeida, Jennifer Dayana Rozendo de Lima, Joelson de Souza , José Carlos Barreto de Lima, José Carlos Bozelli Junior, José Eduardo de Oliveira, José Matheus Camargo Bonatto, Juliana Ferreira de Oliveira, Juliana Haromi Osaki, Juliana Ribeiro Cordeiro, Júlio Massari Filho, Kamila dos Santos Maguerroski, Karina Aparecida de Freitas Dias de Souza, Kátia Brito Lins Vieira, Katiana de Sales Junes, Larissa Anastácio da Costa Carvalho, Layara Akemi Abiko, Leandro Mitsuo Shimura Takata, Leandro Oliveira Royer, Leandro Schafranski Blachechen, Leonardo Rodrigues de Paula, Lidiane da Silva Araújo, Ligia Ramos Cal, Luciana Bertholim Nasciben, Luciana Mayumi Gutiyama, Luciane Schons da Fonseca, Luis Eduardo Ossandón Caiconte, Luiz Antonio Gallo, Luiz Felipe de Oliveira Faria, Luiz Fernando Ribeiro, Luiza Maria Ferreira Dantas, Maciel Santos Luz, Maíra Harume Nagai, Manuel Fernando Gonzalez Huila, Marcela Bach Prieto, Marcelo de Cerqueira César, Marcos Antonio Andrade da Silva, Mariana Canale Manzini, Mariana Fransiele Ciriaco, Mariana Lemos Duarte, Mariana Lombardi Peres de Carvalho, Marina Trombetta Lima, Mateus Prates Mori, Mauro Vicentini Correia, Maxwell de Castro Durvale, Mônica Melchioretto de Medeiros Peixoto, Murilo Sena Amaral , Nayra Fernandes Santos, Nedher Sanchez Ramirez, Nicole Quesada Torelli, Nidia Cristiane Yoshida, Pedro Lazzarin Marani, Priscilla Bento Matos Cruz Derogis, Rafael Frascino Cassaro, Rafael Martos Buoro, Rafaela Costa Carmona, Raphael Dias Teixeira, Renata Aparecida Neres, Rita Tokikawa, Roberto Susumo Utsunomiya, Rodrigo Fandiño de Andrade, Rodrigo Roberto Rafagnin Duarte, Ruy Braz da Silva Filho, Sara Cristina Campos Bernardes, Sávio de Siqueira Ferreira, Sérgio Oyama Júnior, Sérgio Toshiyuki Oku, Siguara Bastos de Lemos e Silva, Silvana Odete Pisani, Suélen Harumi Takahashi, Tamy Koreeda, Tatiana Augusto, Tatiani Marcasso, Theopi Alexandra Varvakis Rados, Thiago Cardoso Genaro de Mattos, Tiago Becerra Paolini, Tiago Jonas de Almeida, Umberto Crisafulli, Valquiria Tiago dos Santos, Vandecí Dias dos Santos, Virgínia Elizabeth Gilio, Vitor Leite Martins, Vítor Pasta Zanni, Wanderson Sirley Reis Teixeira, Wilson

Mantovani Grava, Yedda Maria de Mello Bettarello, Yuri Alexandre Aoto, Zenaldo Porfírio da Silva.