alquimia chinesa

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    RUI ROCHA

    A ALQUIMIA CHINESAA cincia ou a arte da Alquimia chinesa poder ter sido,porventura, a matriz geradora de todas as outras tradiesalqumicas designadamente a ocidental, embora alguns autoresconcedam tal honra ao Egipto helnico do sculo III da nossa era

    A Terra Amarela o pai do MetalE a prola flutuante (o mercrio) a me da guaWei Boyan, Alquimista do sc. II

    Investigaes recentes parecem colocar a Alquimia egpcia numalinha de continuidade da Alquimia chinesa, cujos ensinamentosforam muito provavelmente passados atravs da ndia.Exceptuando uma literatura muito restrita e especializada no mundoda sinologia, raramente a tradio alqumica chinesa convenientemente tratada na literatura ocidental de divulgao sobrea histria da Alquimia.As razes para tal omisso podero ser essencialmente duas: a

    primeira, resultante do facto da Alquimia chinesa ter declinado semter promovido ela prpria uma fase de passagem qumica modernacomo aconteceu no mundo ocidental; a segunda, a prpria

    dificuldade, filosfica e lingustica, de compreender os clssicoschineses da Alquimia.De facto, na histria da Alquimia ocidental, situada entre o fim dosculo XVIII e princpios do sculo XIX, podemos identificar a faseda infncia da qumica moderna nascida da iatroqumica. Aiatroqumica correspondeu a uma modificao operada na alquimiaocidental, entre os sculos XVI e XVIII, em que os alquimistasabandonam as suas tentativas de transmutar os metais de base emouro para se dedicarem, em grande parte, ao estudo da quinta-essncia apta a conservar a sade, afastar os males e ao mesmotempo a transmutar os metais vis (Pierre Laszlo, O que a

    Alquimia?, Terramar, Lisboa, 1997), isto , ao estudo e fabrico doelixir da imortalidade.Esta procura da Quinta Essncia, da Medicina Universal ou do"Esprito do Mundo" que tudo habita e que d vida a todas as coisas,levou os alquimistas a extrair, a purificar, a destilar e a misturar assubstncias provenientes dos mais variados elementos da naturezatais como plantas, flores, frutos, especiarias, minerais e outros.E a verdade que, transmitida via rabes, gregos e hebreus, aAlquimia foi "uma verdadeira cincia de onde a Qumica modernamuito herdou, quer se trate de conceitos quer de procedimentos"(Pierre Laszlo).

    importante lembrar que a Qumica moderna recebeu da Alquimiaum legado instru-mental como o laboratrio, enquanto sala deexperimentao, e os processos de purificao como a destilao, o

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    refluxo, a cristalizao e a sublimao, bem como um legadoconceptual e lingustico como a organizao da cincia qumica emterica e prtica e conceitos--chave como cidos, bases, solventes eoutros.

    Alquimia, etimologicamente chinesa?

    A origem da expresso "Alquimia" parece dividir-se entre o Egipto ea Grcia e... a China. Para uns fillogos deriva dos hierglifos doantigo Egipto km.tque o nome nativo do Egipto chem que significa"terra negra", por aluso aos terrenos negros de aluvio das margensdo Nilo que contrastavam com as areias brancas do deserto, e foitransmitida atravs da palavra rabe al-khem. Neste sentido, aderivao da palavra Alquimia continha a ideia de "arte egpcia" oua "arte da terra negra".Para outros fillogos, "Alquimia" poder derivar da palavra gregachemeia, encontrada nos escritos do imperador romano Diocleciano

    (245-313), que significa a arte de fazer lingotes de metal, ou dapalavra grega chumeia, a arte de extraco de sucos ou infuses dasplantas, ou seja, a arte da medicina herbria e das tinturas.Finalmente, para outros fillogos, a origem medieval da palavraAlquimia no Ocidente poder estar na lngua chinesa e estatransmisso, alm fronteiras at ao Ocidente, ter sido feita pelosrabes em resultado dos contactos sistemticos da China com omundo rabe na primeira metade da dinastia Tang (618-907).Sugerem esses fillogos que a etimologia da palavra Alquimiaencontra-se nas duas morfosslabas do chins mdio,1 kiem yak, queno mandarim moderno se pronunciajinye e no cantonense modernokam chap, com a adio do prefixo rabe al_, o que daria a palavraalkiemiak.Mas qual era, afinal, o objectivo ltimo da Alquimia e dosalquimistas, quer ocidentais quer orientais? Tal como para os fsicostericos contemporneos, era a procura de uma teoria unitria parao Grande Todo (Pierre Laszlo). A ideia de Universo para osalquimistas ligava-se ideia de harmonia e de unidade de todos osobjectos do Universo, uma vez que todos esses objectos eram

    perpassados por um esprito universal e, como tal, possuam vida. Aquesto exotrica a resolver era como concentrar num elemento

    nico esse esprito universal, fonte da vida e da eternidade, e a quederam o nome de pedra filosofal ou elixir da imortalidade.

    As origens da Alquimia Chinesa

    O documento mais antigo que menciona a prtica da Alquimiachinesa um dito imperial da dinastia Han e data de 144 a.C. Estedito determinava que todo aquele que fosse apanhado a fabricarouro seria executado publicamente. Mas, como refere o qumico

    britnico E. J. Holmyard, o facto da prtica alqumica datransmutao de metais em ouro ter sido proibida por lei indicia que

    a Alquimia deve ter tido uma histria anterior bem mais longa.(E. J.Holmyard,A Alquimia, Ulisseia, Lisboa,1957)Mircea liade corrobora a mesma opinio. E a sua argumentao a

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    seguinte: a Alquimia chinesa constituda, enquanto disciplinaautnoma, por trs campos: o dos princpios cosmolgicostradicionais; o dos mitos relacionados com o elixir da imortalidade eos Santos Imortais; o das tcnicas que visam ao mesmo tempo o

    prolongamento da vida, a beatitude e a espontaneidade espiritual.Estes trs elementos princpios, mitos e tcnicas pertencem

    herana cultural da proto-histria e seria um erro acreditar que a datados primeiros documentos que os atestam nos revela tambm a suaidade (Mircea liade,Ferreiros e Alquimistas, Relgio Dgua,Lisboa, 1987).

    Nesta perspectiva, diz liade, evidente a solidariedade entre a"preparao do ouro", a obteno do "elixir da imortalidade" e a"evocao dos Imortais".As fontes chinesas consideram, no entanto, que o fundador histricoda Alquimia foi Zou Yan (Tsou Yen), contemporneo do mestreconfucionista Mncio (Meng Zi: 370-290 a.C.). Tido como uminvestigador admirvel e admirado por reis, nobres e magnatas

    contemporneos, afirmava saber quais as virtudes ocultas ecomprometia-se estudar solues, atravs da Alquimia, para fazer

    prosperar o Estado. E para provar o que dizia nada maisdeslumbrante poderia ter conseguido do que o sucesso emamadurecer milho numa regio onde o tempo fora muito rigoroso.

    Zou Yan tocou uma pea de msica num conjunto de cachimbosquentes e o milho amadureceu imediatamente (E. J. Holmyard,A

    Alquimia).Algumas obras alqumicas importantes para a compreenso do

    pensamento e das prticas da Alquimia chinesa chegaram at aosnossos dias, das quais indicamos apenas as mais representativas at dinastia Song: o "Tratado da Similitude dos Trs" (Cantong qi)datado de 141, da autoria de Wei Boyang (?), tambm designado "AEvidncia da Similitude dos Trs em Harmonia com o Livro dasMutaes" (Zhouyi cantong qi); o "Tratado da Salvaguarda daSimplicidade" (Baopu zi neipian) de Ge Hong (283-343), datado de320; o "Livro dos Nove Elixires" (Huandi jiuding shendan jing),cuja data se desconhece (sc.II/III ou sc. VII); "Essencial dosManuais de Elixires para Transmisso Oral" (Taiqing danjing

    yaojue), de Sun Simo (ou Simiao: 581-682); o "Livro da CorteAmarela" (Huangting jing) do sculo VII; "O Espelho dos Processos

    Alqumicos" (Danfang jianyuan), do Alquimista persa Dugu Tao,sculo X; "Elucidrio do Grande Elixir Ciclicamente Transformado"(Da hundan zhaojian), de 962, autor annimo; o "Despertar para aRealidade" (Wuzhen pian), um trabalho do ano de 1082, em poesia,de Zhang Boduan; e outras, designadamente estudos exegticos erecenses crticas destas obras.Uma vasta bibliografia alqumica citada pelo Prof. Ho Peng Yoke,um dos colaboradores do grande sinlogo Prof. Joseph Needham, nasua excelente obraLi, Shi, Shu, An Introduction to Science andCivilization in China (Hong Kong University Press, Hong Kong,1985).

    A Alquimia chinesa e o Cnon Tauista

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    A Alquimia chinesa est, na sua histria, nas suas doutrinas e nassuas prticas, intimamente associada ao pensamento tauista,

    podendo mesmo considerar-se como uma derivao ou subprodutoda Alquimia Tauista. Na realidade, a maior parte das fontes daAlquimia chinesa encontra-se na mais vasta colectnea de textostauistas o Cnon Tauista (Daozang) o qual constitui uma nica e

    singular obra de compilao dos mais significativos documentos dereferncia da filosofia tauista, bem como de todos os estudosexegticos e recenses crticas entretanto produzidos sobre osgrandes textos de referncia tauista ao longo das dinastias chinesas.Este Cnon, que integra 1200 obras, inclui as obras de Lao Zi eZhuang Zi, tratados de farmacopeia, o mais antigo tratado demedicina chinesa, as hagiografias, imensos rituais misturados commagia, geografias imaginrias, receitas dietticas e de higiene,antologias, hinos, especulaes sobre os diagramas do Yijing(OLivro das Mutaes), tcnicas de meditao, preceitos morais e os

    principais tratados e textos de Alquimia.

    Isabelle Robinet, a sinloga francesa reconhecida como um dosgrandes especialistas mundiais em matria de filosofia tauista, diziaque para se compreender a dimenso do Cnon Tauista bastariaimaginarmos para o Cristianismo reunirem-se numa s Suma Cristas obras de So Toms de Aquino a par das de Gilson e doshagigrafos de Sta. Teresa de Lisieux, os poemas de So Joo daCruz, os Mistrios da Idade Mdia, os cnticos paroquiais, osEvangelhos, os Exerccios de Santo Incio de Loyola, a Imitao deCristo, a gesta do Graal, as obras latinas de Mestre Eckhart e deBaslio Valentim, os sermes de Bossuet, os escritos dos hesicastas,mas tambm os tratados de demonologia, a descrio dos cultoslocais e das supersties particulares do mundo rural e outros(Isabelle Robinet,Mditation Taoste, Albin Michel, Paris, 1995).A histria da compilao e conservao do Cnon tauista muitoatribulada. A primeira compilao de um Cnon data de 471 danossa era, integrando 1200 manuscritos que resumiam osensinamentos das trs principais escolas tauistas que se tinhamempenhado, cada uma por si, a desenvolver o pensamento tauista: aescola do Mestre Celeste ou de Zhang Dao Ling, a escola de MaoShan e a escola de Ling Bao. Em 748, durante o reinado doimperador Tang, Xuangzong, publica-se a primeira grande

    patrologia tauista composta por 3000 livros. Contudo, a maior partedestes livros foram destrudos durante a rebelio comandada pelogeneral An Lushan (715-755) e, mais tarde, pelo seu colaboradordirecto, Shi Siming entre 755 e 763. Outra colectnea de 5000 livrosfoi compilada entre 860 e 873 mas grande parte deles foramdestrudos durante o reinado de Huang Chao. Foi feita uma terceiratentativa de compilao durante a dinastia Song pelo imperadorZhengzong, tendo este mandado publicar o Cnon em 1019 sob adesignao de "A Preciosa Patrologia do Palcio Celestial Coligida

    pelo Grande Song" (Da Song Tiangong baozang).Entretanto outros textos foram includos no Cnon pelo imperador

    Huizong (1101-1125), tendo o nmero de livros aumentado de 4565para 5387. Publicada nova compilao em 1117, toma o nome de "AImortal Patrologia Tauista" (Wanshou Daozang). Mas, como refere

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    o Prof. Ho Peng Yoke (Li, Shi, Shu, An Introduction to Science andCivilization in China), esta colectnea no era imortal como o seuttulo sugeria, porquanto foi, vrias vezes, vtima da guerra e dofogo, designadamente durante as invases provenientes do norte. OsJurchen Tartars, que em 1115 fundam a dinastia Jin (1115-1234),recuperam alguns blocos de impresso e publicam a sua patrologia

    em 1164 que destruda pelo fogo em 1202. Em 1233, Song Defangmanda imprimir "A Preciosa Patrologia da Misteriosa Capital"(Xuandu baozang) compreendendo 7800 volumes que foram

    posteriormente destrudos pelos mongis (1279-1368). Por fim, em1444, na dinastia Ming portanto (1368-1644), no reino deZhengtong, foi publicada o verso do Cnon que chegou aos nossosdias (Zhengtong Daozang) com um suplemento de 1607 designado"Suplemento da Patrologia Tauista do reinado de Wanli" (Wanli xu

    Daozang).Entre 1923 e 1926, a Commercial Press em Xangai reimprime estasduas colectneas que estavam guardadas e preservadas no mosteiro

    de Bayunguan, em Pequim. S a partir desta data que foi possveldar incio ao estudo cientfico do Tauismo e da literatura alqumica,

    pois cerca de um quinto dos 1200 volumes que compem o Cnonesto relacionados com as principais tradies alqumicas que sedesenvolveram at ao sculo XV, perodo em que o Cnon foi

    publicado.

    As duas tradies alqumicas do Tauismo

    As duas principais tradies da Alquimia tauista so conhecidas porAlquimia externa (waidan) e Alquimia interna (neidan).A Alquimia externa (waidan) estava orientada para a produo deum elixir da imortalidade a partir da manipulao de substnciasfsicas. Os textos que se reportam a esta tradio alqumicaapresentam frmulas e receitas com a descrio dos respectivosingredientes, das regras rituais e das tcnicas referentes sassociaes cosmolgicas de minerais e metais a seguir, dosutenslios a utilizar e das operaes a realizar. O elixir de ourolquido ou potvel, a partir da transmutao de metais em ouro eraoutra actividade particularmente cara ao Alquimista, uma vez que oouro pela sua pureza, pelo seu significado e pelas suas propriedades

    Yang preservava o corpo da corrupo fisiolgica.A Alquimia interna (neidan) orientava-se no sentido da produo, nointerior do Alquimista, de um elixir que correspondia a um estadomental desperto, iluminado, ou seja, a um conhecimentotranscendental dos princpios da formao e do funcionamento doCosmos. Com este conhecimento o Alquimista transcendia oslimites da individualidade e ascendia ao estado mais elevado do ser,a Pessoa Autntica e Total em unio com o Cosmos umZhenren.Ambas as tradies alqumicas tinham como suporte filosfico adoutrina e os ensinamentos tauistas de Lao Zi (sc. V a.C.), ZhuangZi (sc. IV a.C.) e Lie Zi (sc. III a.C.).

    Este pensamento filosfico gira em torno de trs ideias ou corpos deideias fundamentais: a ideia de Tau

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    a imagem do Iluminado (ou "Sage") e do seu percurso a viso cosmolgica do UniversoO Tau (Dao) significa etimologicamente na lngua chinesa"caminho", "via" quando usado como substantivo e significa "falar"quando usado como verbo. O prprio carcter que exprime a ideia deTau comporta na sua composio estas duas tendncias "cabea" e

    "ps".Contudo, enquanto conceito filosfico, significa aquilo que precedetodas as contradies, aquilo que o comeo, a origem primeira davida, o grande mbil, a potencialidade, a essncia do Cosmos. Na

    perspectiva tauista, o Tau o que tudo gerou. "O Tau produz o UM;o UM produz o DOIS" (Tau Te King ouDao De Jing). ideia de Tau est estreitamente associada tambm a ideia de Vazio(Grande e Repleto Vazio), ideia, de resto, comum s cosmologiasdas principais doutrinas orientais da libertao com a Vedanta, oBudismo e o Zen. O Tau o Grande Vazio Repleto de onde tudovem, "O Tau o Vazio que nada esgota" (Tau Te King).

    Assim, aquele que espiritualmente "est a caminho", que "alcanou avia", que "est em viagem" e que "esvaziou os lugares" atingir oTau porque construiu nele o Vazio Interior, a Ausncia do Mundo,em suma, identificou-se com o Grande Vazio que o Tau.Este vazio interior muito semelhante experincia do Nirvanaindiano, do Samadhi budista ou do Satori Zen. Lao Zi ou o Tau TeKing poderiam ter dito: O Vazio que pode ser esgotado no o

    perfeito Vazio, a paz interior que se pode ainda exprimir no averdadeira paz porque o Tau sem forma, inefvel.O Iluminado (ou "Sage") para o Tauismo aquele que percorreu oCaminho, a Via e alcanou o Tau. O Iluminado conheceu eexperimentou a verdadeira cincia que no aquela das coisassensveis mas a da realidade absoluta que o tauismo designa por Tau.Esta cincia no se adquire pelo estudo porque aquele que quiserconhec-la, procura o que o estudo no d e aquele que quiseralcan-la pelo esforo, procura o que o esforo no d. Somente aexperincia permite alcanar o Tau, uma experincia percorrida pordiversos estdios e que no essencial semelhante s experinciasdos msticos de todos os tempos e de todos os pases: despojamento,recolhimento e renncia, xtase, quer como transe quer como viso,etc. Ou seja, a Unio com o Absoluto (ou a Experincia do

    Absoluto) que constitui o grande mistrio.A Cosmologia tauista o terceiro pilar do pensamento tauista que, apartir da dinastia Han em diante, se tornou a referncia terica para amaior parte das tradies e das prticas tauistas que vo desde aespeculao filosfica errncia exttica, da procura da longevidadee da mortalidade s prticas do exorcismo.

    Na cosmologia tauista, o Cosmos , tal como o conhecemos hoje, oproduto final de um conjunto encadeado de transmutaesespontneas que se foram manifestando desde a sua no existnciaoriginal. No princpio era a Unidade Primordial que se fragmentou(oBig Bangtauista) em dois elementos ou princpios

    complementares, o Yin e o Yang, mas que ao longos dos tempos seforam sucessivamente reencontrando e recombinando at gerarem oCosmo que actualmente existe. De acordo com a filosofia tauista,

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    este Cosmos tem duas caractersticas principais o Espao e oTempo.A grande tarefa do Alquimista era transcender as dimenses doEspao e do Tempo cosmolgico, a fim de chegar ao conhecimento

    profundo e completo do Cosmos. Para tal necessitava de ultrapassara hierarquia dos elementos constituintes do Ser, por "esgotamento"

    da Natureza e das suas propriedades em cada estdio, isto , peloconhecimento superior da formao e do funcionamento do Cosmos.Isto obrigava-o a um trabalho de extremo cuidado nos limites doEspao e do Tempo, designadamente entre as correspondnciasfsicas do Espao e do Tempo e a execuo do trabalho alqumicoem laboratrio onde iria reproduzir o trabalho de criao da

    Natureza.Para transcender o Espao, que delimitado e protegido por talisms(fu), o Alquimista deveria trabalhar em laboratrio (cmara) deelixires (danwu) especialmente orientado, bem como os utensliosque utilizava.

    Para transcender o Tempo, os ciclos de calor que o Alquimistaproduzia em laboratrio deveriam estar perfeitamente calibradoscom os ciclos de Tempo, por forma a que o mesmo trabalho que a

    Natureza leva a completar ao longo de milhares de anos ele opudesse realizar num curto perodo de tempo acelerando os ritmosda Natureza. Este mtodo era conhecido por "tempos de fogo"(huohou) e era este mtodo que iria permitir ao Alquimista o acessoao Sem-Tempo, dado que pe fim ideia de Tempo que o mesmo dizer, volta no-Existencia Original, Unidade Primordial, numaexpresso, atinge a Imortalidade. Da muitas vezes a Alquimiachinesa referir o Elixir da Imortalidade como o Elixir do Retorno(huandan).Transcender o Espao e o Tempo e atingir a imortalidade era,

    portanto, a meta teleolgica do Alquimista. Assim, para se tornarimortal o Alquimista tinha duas vias: uma via externa consistindo naobteno de uma transformao fsica exigindo poes, plulas ouelixires mgicos atravs de meios alqumicos; uma via internaconsistindo numa transformao interior atravs do controlo total doseu corpo e das suas funes vitais e pela meditao.Ge Hong, no seu tratado alqumicoBaopu zi neipian, que referimosantes, afirmava que o prolongamento da vida poderia ser conseguido

    por trs vias: por remdios especialmente preparados para o efeito(elixires, poes, plulas), pela arte da respirao e pelo pensamentometafsico. O primeiro reporta-se tradio externa e os doisseguintes interna.A tradio alqumica externa parece ter uma origem mais antiga eter emprestado grande parte do seu vocabulrio tradioalqumica interna. Mas tambm, segundo muitos sinlogos, poderter acontecido que ambas surgiram na mesma altura, embora otrabalho alqumico em laboratrio e a prtica da Alquimia externafossem mais populares. Porm, a mudana que gerou uma maiorautonomizao da Alquimia interna talvez tenha sido consequncia,

    por um lado, da multiplicao de casos de envenenamento comelixires e, por outro lado, de uma crescente influncia dopensamento e das prticas de meditao do Budismo indiano e do

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    Chan (ver artigo Chan: A Clara Virtude do Budismo Chins, revistaMacau, II srie, n. 68, Dez. 97).E o facto curioso que tendo coincidido a idade do ouro daAlquimia externa com a dinastia Tang, precisamente na dinastiaTang que se verifica a transio gradual da nfase da Alquimiaexterna para a interna. De facto, nesta dinastia que a escola tauista

    Shang-qing (Suprema Pureza), baseada na escola de Mao Zhan, dosculo IV, se populariza como escola de meditao tauista masintegrando tambm prticas laboratoriais de produo de elixires. ainda durante a dinastia Tang que a biografia de Tau Hongjing (456-536), fundador da escola Shangqing, publicada e divulgada.Poder-se- dizer que por volta do ano 1000 a Alquimia experimentalestava virtualmente abandonada e o vocabulrio e terminologia daarte alqumica externa tinham sido adaptados aos sistemas espirituaise msticos da Alquimia interna (E. J. Holmyard)

    O Yin e o Yang na Alquimia externa

    Como vimos antes, os princpios Yin e Yangrecombinaram-se aolongo dos tempos para configurar o Cosmos depois da fragmentaoda Unidade Primordial. Ora partir da mistura de elementos Yin eYangda Natureza que o Alquimista vai tentar reproduzir, num curto

    perodo de tempo, o trabalho que a Natureza levou milhares de anosa realizar.Um dos mtodos apenas aplicado na tradio alqumica externa

    baseado no cinbrio que possui o elemento Yang. Do cinbrio extrado o mercrio que Yin para se combinar com o enxofre que Yang, isto , de um princpio Yangque contm um princpio Yin, extrado o princpio Yin para se recombinar de novo com um

    princpio Yang. H neste processo uma clara representao doprprio processo de fragmentao do Cosmos, a partir da UnidadePrimordial que integra em si o Yin e o Yang, e uma outrarepresentao da recombinao dos elementos Yin e Yangdereconstituio do Cosmos.Este processo realizado 9 vezes (onmero cosmolgico do Cu chins) produzindo um elixir queapresenta as qualidades luminosas do Puro Yang. Este Yang no o complemento oposto de Yin mas, uma vez mais, representa o UMantes da sua separao em dois princpios complementares

    (Fabrizio Pregadio,A Short Introduction to Chinese Alchemy, HomePage da Net "The Golden Elixir").O outro mtodo, aplicado s duas tradies alqumicas, centradono chumbo que um elemento Yin e no mercrio, enquantoelemento Yang.

    Na alquimia externa estas duas substncias so refinadas emisturadas num composto cujas propriedades so comparveis condio de Unidade Primordial. Na alquimia interna, o chumbo um nome de cobertura para o conhecimento do Tau (Puro Yang,chunyang) do qual cada ser fundamentalmente dotado, mas estoculto, isto , transmutado em Yin, num estado condicionado. O

    Mercrio, por outro lado, representa, a mente individual(FabrizioPregadio,A Short Introduction to Chinese Alchemy).Neste sentido, o produto final na alquimia interna o chumbo no

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    estado de Puro Yang.Todas as manipulaes de metais tinham como objectivo a produode elixires ou compostos da imortalidade.Existiam, porm, alguns mais potentes do que outros. De entre osmais potentes havia o Elixir da Grande Pureza (taiqingdan), cujo

    processo de recombinao do mercrio com o enxofre era realizado

    9 vezes conforme referimos antes, e o Ouro Lquido ou Potvel(jinyi). Este ltimo elixir era para a tradio alqumica externachinesa de um valor muito significativo. O ouro na tradiochinesa um metal perfeito e livre de impurezas e por excelnciaYang. Mas para ser eficaz tinha de ser preparado e fabricadosegundo procedimentos prprios. Assim, "produzido por processosde sublimao e transmutao alqumicas, possua uma vitalidadesuperior, atravs da qual se poderia obter a imortalidade"(Mircealiade,Ferreiros e Alquimistas).Ge Hong, no seu tratado de AlquimiaBaopu zi neipian, afirmavaque o ser humano pode prolongar a sua vida atravs de elixires

    extrados das plantas mas apenas se tornar imortal pelo uso de umelixir divino, a partir de um composto de minerais: sulfuretos dearsnio vermelho e amarelo, enxofre, cinbrio, almen, sal, arsnio

    branco, mica e resina de pinheiro. Este composto vertido sobremercrio ou sobre uma mistura de chumbo e estanho transformaria ometal de base em ouro. Este ouro deveria ser tomado durante 100dias, findo os quais tornaria o Ser Humano imortal. Dizia ainda quese mandasse fazer pratos e loias em ouro alqumico e se depoiscomesse e bebesse por esses objectos viveria muito tempo.O fabrico e uso do ouro alqumico tinha igualmente um sentidoespiritual. O ouro tinha um carcter imperial: encontrava-se no"Centro da Terra" e tinha ligaes msticas com o chue (rosalgarou sulfureto), o mercrio amarelo ea vida futura (as "fontes

    Amarelas") (Mircea liade). Conseguir produzir ouro era entrar naessncia da Vida e compreender a perfeio da Natureza.

    Alquimia interna e a transformao interior

    Na Alquimia externa ou experimental o Alquimista aspiravaproduzir um composto, um elixir, uma poo ou uma plula quegarantisse a manuteno do seu corpo numa estrutura inaltervel,

    capaz de veicular eternamente o esprito e unir-se ao Um, Origem,ao Tau. E o facto de querer aceder imortalidade tal no significavaque pretendesse rejuvenescer o seu corpo, mas antes manter o corpoimortal independentemente da idade, uma vez que o Tauismoconsidera que para se atingir a imortalidade o corpo to necessriocomo o esprito. Muitos Iluminados do panteo tauista sorepresentados como Seres Humanos que viveram muitos sculos ecom uma aparncia muito idosa.Uma outra via para alcanar a imortalidade proposta pela Alquimiainterna. Essa proposta apontava para duas vias convergentes ecomplementares: uma, a via da meditao ou contemplao interior

    (neiguan) com uma forte influncia das tcnicas de meditao doBudismo indiano e do Chan; a outra, a via da purificao interiorque requeria um trabalho sobre o corpo fsico.

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    A via mstica do tauismo segue a tradio mstica do Budismoindiano e o do Zen nos seus conceitos e nas suas prticas: o conceitode Vazio (wu), em oposio matria sensvel do que existe (you),

    presente em todo o Tau Te King (L onde nada existe que reside aeficcia de uma roda ou de um vaso); a ideia de espontaneidade e deno interveno na harmonia natural do Cosmos que se obtm

    agindo pelo no-agir (wu wei); as prticas sentadas de meditaosilenciosa (jing zuo) ou em p da errncia contemplativa (zuo wang)para chegar Mente Original (xin); a paz interior que Lao Zicompara gua sem gosto, incolor e inodora que ocupa os lugaresmenos elevados, que transporta tudo o que o Ser Humano despreza,desposa todas as formas e reflecte o Cu.Nada mais mole e mais

    fraco do que a gua/ E contudo nada mais a iguala para quebrar oque forte e duro (Tau Te King).A meditao e a contemplao interior exigia ao Iluminado uma vidaaustera vivida na calma e tranquilidade duma montanha ou de umlocal recndito e deserto para poder se concentrar na via do Tau. A

    prpria palavra Imortal ou Iluminado escrita em chins com doiscaracteres que significam "homem" e "montanha".Quanto via da purificao interior esta assentava no princpiotauista de que o corpo humano era um microcosmos que necessitavade ser regulado internamente para se poder ligar ao macrocosmos ealcanar a imortalidade.Essa regulao concentrava-se em duas foras especficas do corpohumano que lhe dava a vida e o alimentavam: osopro ou energia,designado porqi, e o smen.O sopro (qi) que se desmultiplica em diferentes variedades de sopro,os mais corpreos que formam a carne e os ossos e os mais subtisde essncia celestial que formam o sangre e o esprito (...) tm umaeficcia espiritual(ling) que podem exteriorizar-se e comunicarassim com as essncias correspondentes no macrocosmos(Dictionnaire de la Civilization Chinoise, Albin Michel, Paris,1998).O centro vital do qi, onde se processa a fuso dos diferentes sopros eonde nasce o embrio da Imortalidade situa-se, no Homem, na parte

    baixa do abdmen (qi xue), que no Japo se designa porhara, e, naMulher, nos seios ou num ponto entre os seios chamado a Cavidadedo qi. Para o tauista o objectivo restituir a respirao embrionria

    (taixi) ou o primeiro sopro de vida, atravs de tcnicas respiratrias,fazendo-a circular pelas cinco vsceras. Aps dez meses deexerccios gerado o Embrio Imortal.O smen ou a segunda fora do corpo humano a Essncia (jing)que no pode ser desperdiada e deve ser internamente reciclada efundida com a respirao embrionria.O tauismo indica trs estdios definidos como a transmutao daEssncia (jing) em Energia (qi), da Energia em Esprito (shen), doEsprito em Vazio (xu).A Essncia, atravs da Energia que o move (qi), sobe ao crebro edepois regressa ao centro vital do qi. Esta tcnica chamada de

    Retorno da Essncia para Restaurao do Crebro (huan jing punao); o crebro considerado a fonte do tutano que por sua vez aorigem do smen. Na Mulher, para se conservar a Essncia,

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    massajam-se os seios transformando as suas secrees, que em regraproduzem o sangue menstrual, em qi, o que origina uma progressivadiminuio do menstruo at ao seu total desaparecimento.A progressiva circulao da Essncia atravs do corpo do Homemorigina a formao da Prola de Orvalho (lu zhu) no centro vital doqi. Como na Mulher a Prola j existe esta tem apenas que a

    preservar da degradao quando est mais brilhante, isto , dois diasantes da "chegada do mensageiro mensal" (yue xin). Para a Mulher epara o Homem esta a primeira fase a criao da Prola.Aps um refinamento da Pura Energia desta primeira fase, atravsdo Pensamento Criador (yi), as essncias puras do Yin e do Yang,nos seus movimentos de subida e descida no corpo, encontram-se ameio caminho e geram o Embrio. Depois de gerado alimentado

    pelo mtodo da respirao embrionria. Como j referimos, arespirao embrionria aps 10 meses gera o Embrio Imortal quecorresponde segunda fase, ou seja, a fase em que a Energia transmutada em Esprito com qualidades Yin (yin shen). A ltima

    fase corresponde evoluo, por fases, do embrio em CrianaImortal, em que o Esprito Yin se transmuta em Puro Esprito Yang(yang shen) ou Vazio.As prticas sexuais eram outra forma de desenvolver e harmonizaras puras essncias do Yin e do Yang. Embora no aconselhadas pormuitas escolas tauistas, particularmente para os monges, eram,contudo, legitimamente aceites pelo Tauismo como prticas para osleigos. O princpio de conservao da Essncia e da suatransmutao em Energia (puro qi) era o mesmo, esforando-se cadaum dos parceiros por absorver a Essncia do seu complemento eoposto.Esta prtica, muito provavelmente herdada do ioga tntrico indiano,reveste-se de um carcter de transcendncia em que o parceirorepresenta a porta, a via, para uma nova dimenso existencial dooutro e de si prprio. Ao recordar-se da unio, atravs do amplexo,vem a transformao, diz Bhagwan Sree Rajneesh (Tantra, Sexo e

    Espiritualidade, gora, S. Paulo, 1975).O Tantra diz que a dualidade no existe, apenas aparente. Seexistisse, duas coisas no se poderiam unir, Deus e eu no nos

    poderamos juntar, a Mulher e o Homem permaneceriameternamente em dualidade e sua relao seria uma relao de luta, de

    dispndio de energia egocntrica, no criativa, de dois egos e nouma relao de aceitao e de reproduo criativa das leis doCosmos que habitam em ns porque ns somos construdos dematria-energia csmica que nos torna universais. Para o Tauismo, a

    prtica sexual abre, tambm, o caminho transcendncia do Tau,atravs dos mesmos princpios cosmolgicos que conduzem Unidade Primordial e ao Grande Vazio Repleto.

    Em busca da Imortalidade

    Afirma o sinlogo britnico Martin Palmer, no seu livro, The

    Elements of Taoism (Element Books, Dorset 1991), que em nenhumoutro lugar do mundo como na China um to grande nmero depessoas levou to longe a pesquisa para alcanar o segredo da

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    Imortalidade. Esta procura, cujas razes mergulham nos ancestraiscultos xamnicos, percorre toda a histria da China e faz parteintegrante das tradies e das crenas chinesas, pelo menos desde osculo V a.C. como podem atestar os escritos de um dos primeiroshistoriadores da antiguidade chinesa, Si Ma Qian (145-90 a.C.).O panteo tauista est repleto Imortais: os Trs Puros, os Cinco

    Augustos, os Sete Sbios, os Oito Imortais e outros. Numerosas sotambm as lendas que nos falam de elixires, de poes mgicascomo na lenda de Chang-o (verLebre: a Mtica Habitante da Lua,revista MacaU, n. 82, Fevereiro 99), bem como de lugares ondevivem os Imortais tauistas prontos a oferecer o segredo daimortalidade a quem l chegar, ou de ilhas mgicas e bem-aventuradas como Beng Lai, Fang Hu ou Ying Zhou. Muitosimperadores estimularam o desenvolvimento da Alquimiaexperimental com vista descoberta do segredo da imortalidade ou

    procuraram eles prprios tal segredo.Ainda hoje na tradio chinesa a procura da longevidade, ou talvez

    secretamente da imortalidade, est enraizada nas diversas prticasquotidianas do povo chins tais como as tcnicas de fortalecimento edesenvolvimento do qi (taijiguan,qigong), o consumo de produtosde medicina tradicional que afirmam prolongar a vida com sade e a

    prpria simbologia que a aquisio do ouro encerra como talismbenfico, Puro Yang, divino portanto, e elemento construtor deprosperidade e de longa vida.Os cultos da imortalidade e do respeito pela sabedoria do ancio,muitas vezes ligados ao culto vivo e quotidiano dos antepassados,

    por um lado, a conscincia do parentesco, a conscincia social damorte e simultaneamente da Origem. Mas tambm, e sobretudo, naChina tradicional a prevalncia da experincia e da virtude sobre afora e o sentimento da dignidade do que s na aparncia fraco. uma forma matricial da prpria ideia de Humanidade.

    Numa era de amnsia colectiva proveniente de um hegemoniameditica em que a perfeio e a instantaneidade "divina" do "temporeal" elimina toda a distncia, toda a memria individual e colectivae toda a relao do Ser Humano com a (sua) Histria cultural ecsmica, Macau e a China com os seus cultos, as suas tradies e oseus laboratrios alqumicos (as farmcia de medicina tradicional, otai kek) permite-nos imaginar (ou secretamente acreditar) que a

    Montanha dos Imortais est tambm ao nosso alcance.1 Um dos perodos da histria da fonologia da lngua chinesa. Este

    perodo inicia-se historicamente com a publicao, em 601 (dinastiaSui), do dicionrio Qieyun, da autoria de Lu Fayan, que tem a

    particularidade de dispor os caracteres chineses por tom e rima.Durante a dinastia Tang (618-907) verifica-se um grandedesenvolvimento da cincia da fonologia chinesa, designada pordengyun xue (estudo da graduao das rimas), que teve como

    principal preocupao clarificar a pronncia-padro literria contidano Qieyun que, a partir deste perodo, se torna a pronncia-padro

    aceite e identificada com o refinamento literrio.

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