almoxarife e estoquista

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2 Almoxarife e Estoquista

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Page 1: Almoxarife e Estoquista

g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

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Almoxarife e Estoquista

Page 2: Almoxarife e Estoquista

emprego

Adm i n i s tr Ação

2

Almox arife e Estoquista

Page 3: Almoxarife e Estoquista

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 4: Almoxarife e Estoquista

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 5: Almoxarife e Estoquista

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaElen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza

Textos de ReferênciaDilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Selma Venco

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:Campinense Transporte, DiCico, Fernando Henrique de Almeida Sobral, Longa Industrial Ltda., Nacco Materials Handling Group Brasil, Pallets de Paula, SB Pallet, Sest-Senat Santo André, Somov, SSI Schaefer e Transligue Transp. e Serv. Ltda.

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Page 6: Almoxarife e Estoquista

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaElen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza

Textos de ReferênciaDilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Selma Venco

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Page 7: Almoxarife e Estoquista

Caro(a) Trabalhador(a)

Dando continuidade aos estudos para a ocupação de almoxarife e estoquista, neste Caderno você encontrará os principais conceitos e práticas que envolvem essa ocupação.

Iniciamos, na Unidade 7, pelo passo a passo das atividades, mostrando a importân-cia da organização do espaço nos almoxarifados e estoques, visto que ela é funda-mental para que o fluxo de trabalho na empresa ocorra devidamente.

A Unidade 8 trata de uma etapa importante no dia a dia de um almoxarife e/ou estoquista: como receber as mercadorias ou matérias-primas, além de todos os procedimentos de controle e conferência que envolvem essa etapa do trabalho.

A Unidade 9 apresenta elementos presentes no almoxarifado e no estoque: equipa-mentos de movimentação e armazenagem, paletes, contentores, embalagens etc. Conhecendo cada um deles você saberá melhor utilizá-los.

Na Unidade 10, por sua vez, você conhecerá as etapas de expedição e distribuição dos produtos e, em especial, aprenderá sobre os meios de transporte mais utilizados no País.

Na Unidade 11, trataremos da linguagem não verbal, ou seja, aquela realizada por sinais e símbolos nos locais de trabalho e que indicam áreas de alto risco de aciden-tes. Esta Unidade tem, portanto, uma importância vital na sua formação, pois compreender as formas de saúde e segurança no trabalho auxilia na prevenção de acidentes.

Você chega ao fim de mais uma etapa de formação na Unidade 12. É o momento de rever tudo o que aprendeu e de descobrir como isso será concretizado em seu currículo, pois você estará certificado e apto a buscar um emprego nessa área.

Boa sorte nessa nova etapa que se inicia!

Page 8: Almoxarife e Estoquista

Sum á ri o

Unidade 79

Passo a Passo no almoxarifado: a organização do esPaço

Unidade 817

Passo a Passo no almoxarifado: a armazenagem

Unidade 9 27

equiPamentos e instalações

Unidade 1061

Passo a Passo no almoxarifado: exPedição e distribuição

Unidade 11 67

linguagem não verbal: sua segurança no trabalho

Unidade 1297

revendo seus conhecimentos

Page 9: Almoxarife e Estoquista

FICHA CATALOGRÁFICATatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: administração: almoxarife e estoquista, v.2. São Paulo: SDECTI, 2015.

il. - - (Série Arco Ocupacional Administração)

ISBN: 978-85-8312-173-2 (Impresso) 978-85-8312-172-5 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Administração – Qualificação Técnica 3. Almoxarife e Estoquista – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 658.787

Page 10: Almoxarife e Estoquista

al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 9

unida d e 7

Passo a passo no almoxarifado: a organização do espaçoNos almoxarifados ou depósitos acontecem muitas atividades que permitem a execução de boa parte dos processos logísticos da empresa. Abrigar os estoques é apenas uma das atividades, o ar-mazenamento. Nos processos que ocorrem no interior dos arma-zéns, o software de gestão do armazém se constitui como ferramenta altamente eficiente e completa, uma vez que engloba todo o gerenciamento do processo.

Talvez a primeira preocupação que os profissionais que atuam no almoxarifado devam ter em mente é a organização do espa-ço físico, o desenho do armazém e suas instalações: o leiaute. É a partir do leiaute que são definidos vários critérios que serão adotados no dia a dia das operações que acontecem no estoque ou armazém.

Equipamentos, instalações e o próprio almoxarifado devem estar sempre limpos, arrumados, organizados; os paletes – que você estudará em item próprio – devem estar sempre estrutu-rados de forma correta, ou seja, as caixas, as embalagens, os fardos, ou o que for, devem estar perfeitamente empilhados, afixados e amarrados, e as caixas devidamente fechadas.

Quando houver informações, é preciso respeitá-las para evitar inconvenientes ou acidentes no momento do empilhamento e da colocação nas prateleiras; embalagens vazias devem estar separadas em locais próprios, em gaiolas de armazenamento, para reaproveitamento; os corredores devem estar desobstruídos, especialmente quando compõem rotas de fuga; assim como jamais devem ser obstruídos, em qualquer grau, os locais em que estão instalados extintores e hidrantes.

Page 11: Almoxarife e Estoquista

10 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Pode-se dizer também que o controle rigoroso do acesso de pessoas ao almoxarifa-do faz parte da boa organização desse espaço, uma vez que pessoas que nele não atuam desconhecem seus procedimentos e facilmente podem vir a causar ou ser vítimas de acidentes, além de diminuir possíveis furtos.

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Gaiolas de armazenamento.

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al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 11

O conjunto de operações básicas de um almoxarifado compreende a recepção dos materiais (recebimento), sejam quais forem, a guarda (armazenamento), a separação e a entrega ao destinatário (distribuição). Além dessas, muitas outras operações ocorrem nos almoxarifados, como veremos adiante.

No decorrer deste Caderno, você vai conhecer cada uma dessas etapas. Nesta Uni-dade, será destacado o leiaute.

O leiaute

O desenho do espaço do armazém deve ser feito de forma a facilitar:

• a movimentação das mercadorias, dos equipamentos e das pessoas, no sentido da entrada, da saída e dos deslocamentos internos de materiais;

Almoxarifes e estoquistas em operação.

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12 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

• a definição do armazenamento, com a localização dos diversos grupos, tipos ou famílias de produtos, e a organização dos eventuais tipos diferentes de estrutura de armazenamento, como as prateleiras;

• a previsão da dimensão dos materiais a serem estocados e suas dimensões, como peso, quantidade, diversidade, facilidade ou dificuldade de manejo, assim como a frequência com que ocorrerão as operações em seu interior, não apenas de carga e descarga, mas todas as demais, como veremos a seguir;

• a previsão da dimensão dos equipamentos de movimentação das cargas, como paleteiras, empilhadeiras e esteiras rolantes, se vierem a ser utilizadas e, nesse caso, também sua localização e disposição, tendo em vista os setores que interligarão;

• o estabelecimento e a sinalização de rotas de fuga e da localização de equipamen-tos contra incêndio e de saúde e segurança do trabalho;

• o fluxo e a quantidade das operações que possam vir a ser realizadas diariamente;

• a escolha das áreas ideais para as operações de recebimento e conferência das mercadorias – e, eventualmente, de controle de materiais – de separação, emba-lagem e expedição dos produtos;

• a escolha de uma área destinada também à guarda ou realização de serviços de manutenção do próprio almoxarifado;

• as questões de segurança na guarda do estoque e as relativas à preservação dos materiais contra intempéries, umidade, água, excesso de exposição ao Sol etc.;

• sua localização em relação às demais áreas da empresa (almoxarifados devem se situar próximos ou se integrar com a produção).

Veja, por exemplo, a importância em se adotar um leiaute adequado no galpão in-dustrial, em uma situação de “antes” e “depois”.

Antes:

• havia matérias-primas desordenadas no espaço físico;

• as áreas de circulação estavam comprometidas ou pouco práticas, causando trá-fego e congestionamento no deslocamento das embalagens.

Page 14: Almoxarife e Estoquista

al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 13

Galpão industrial com leiaute inadequado.

Depois:

• as embalagens passaram para um setor específico; houve separação entre as áreas de recebimento e as de expedição;

• a circulação não provocou mais congestionamentos.

Galpão industrial com leiaute adequado.

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14 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Na concepção do leiaute, deve-se ter o cuidado de buscar diminuir ao máximo os deslocamentos dos materiais, levando-se em conta todos os motivos pelos quais os materiais são movimentados ou manuseados dentro de toda a empresa, não somen-te dentro do almoxarifado.

Ao trabalhar no interior de um armazém, você pode notar se ele teve seu desenho bem estruturado. Tudo flui sem dificuldade:

• se o leiaute, isto é, a organização dos espaços, foi pensado de modo a permitir que o trânsito dos equipamentos usados para o armazenamento e a retirada de mate-riais das prateleiras seja fácil;

• se é possível manusear os produtos, independentemente de suas dimensões, como tamanho, volume ou peso, com liberdade de movimentos;

• se há espaço suficiente para as manobras dos equipamentos e para o acesso a todos os locais de armazenamento ou de realização das demais atividades;

• em suma, se toda a circulação interna pode ser feita sem qualquer dificuldade ou restrição.

Os corredores principais devem sempre ser em linhas retas, sem colunas ou outros obstáculos e, preferencialmente, sem curvas, ligando as estruturas de armazenamento dos diversos setores às portas de entrada e/ou saída, favorecendo, desse modo, o trân-sito dos equipamentos de transporte da carga e a visualização das rotas para que o operador possa ter segurança em sua movimentação. O ideal são corredores largos que atendam à especificação do fornecedor das empilhadeiras quanto à largura, tanto os corredores principais quanto os transversais, quando o espaço assim permitir.

Exemplo de leiaute adequado.

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Page 16: Almoxarife e Estoquista

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Essas providências, além de facilitarem o trânsito no dia a dia, excluem a possibili-dade de alterações no desenho do armazém, caso a empresa passe a utilizar produtos ou equipamentos de maior porte no futuro, inclusive com o uso de empilhadeiras de maior capacidade de carga.

Outro fator muito importante na concepção dos almoxarifados, que nem sempre é devidamente observado, é o desenho de seus equipamentos ou instalações com base nas recomendações dos estudos ergonômicos, assunto que será abordado no tópico sobre saúde e segurança no trabalho.

Atividade 1O meu almOxarifadO: parte 1

A partir de agora, e até o fim do curso, você projetará um almoxarifado em várias etapas. Portanto, é importante que guarde e conserve bem o desenho que vai co-meçar a elaborar. Você vai precisar de uma folha de papel no formato A4, lápis, borracha e uma régua.

1. Desenhe um galpão onde você hipoteticamente trabalhará por algum tempo. A princípio, faça apenas o galpão ou armazém visto de cima. Como você ainda não sabe o que ele conterá, escolha como inspiração uma das empresas listadas a seguir para ir se familiarizando com a ideia que você terá de desenvolver passo a passo:

• fábrica de eletrodomésticos;

• loja de material de construção;

• hipermercado; ou

• loja de departamentos.

2. Desenhe um almoxarifado grande, retangular, deixando de fora os seguintes espaços: 1,5 cm em relação às margens da folha, no sentido do comprimento do retângulo, acompanhando o formato da folha de papel. Nos lados que correspondem à largura da folha e do almoxarifado, deixe 5 cm de folga em relação à margem do papel. Do lado de fora do retângulo, nos lados do com-primento, faça um risco de cada lado a 0,5 cm de distância do retângulo; nos lados da largura, faça um risco a 2 cm do retângulo e una todos esses riscos de modo a formar um novo retângulo exterior. Reserve o desenho e todo o ma-terial que usou, por enquanto.

Page 17: Almoxarife e Estoquista

16 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

3. Faça aqui um esboço do que fará na folha A4.

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unida d e 8

Passo a passo no almoxarifado: a armazenagemQuando uma pessoa compra um produto qualquer e, posterior-mente, ele é entregue em domicílio, qual costuma ser o primeiro procedimento ao recebê-lo?

Em geral, a pessoa o examina para conferir se o produto entre-gue é exatamente aquele que foi adquirido quanto a cor, medi-das ou tamanho, quantidade de itens que podem compô-lo etc. e, ao mesmo tempo, verifica se está perfeito, se não sofreu danos, se não faltam partes e, no caso de máquinas ou aparelhos, se funcionam perfeitamente, não é mesmo?

No almoxarifado, o procedimento é o mesmo: nos processos tradicionais, em que a mercadoria chega e é armazenada para posterior utilização, ou no crossdocking (fala-se “crósdóquin”), em que ela é imediatamente distribuída, e não armazenada – procedimento que será visto a seguir –, a descarga é a etapa em que se realiza a verificação e o controle da mercadoria com base na nota fiscal, que deve ser confrontada com o pedido e o co-nhecimento de frete ou quaisquer outros documentos que rela-cionem o que está sendo entregue.

Inicialmente, costuma-se proceder a uma verificação simples, “cega”, em que se faz a conferência física, contando e/ou pesan-do as caixas ou produtos entregues; checa-se, assim, a inexis-tência de danos ou avarias e as quantidades, que são conferidas com as constantes na nota fiscal.

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18 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Há situações em que os próprios veículos são pesados diretamente. É também o momento da conferência da exatidão da nota fiscal em relação a impostos e preços, de acordo com a ordem de compra. Isto é, a mercadoria que será descarregada deve estar de acordo com a que está declarada na documentação respectiva, que, por sua vez, deve estar de acordo com as especificações da compra efetuada, conforme o pedido de compra.

Em seguida, efetua-se a descarga da mercadoria do caminhão. E, quando é o caso, é nesse momento que se observam, igualmente, as características de qualidade da mercadoria, isto é, marca, cor, tamanho, tipo, pureza, ou quaisquer outras caracte-rísticas do produto ou matéria-prima, como no caso de perecíveis, em relação aos prazos de validade, à temperatura etc.

Existem produtos que demandam uma análise mais detalhada de sua qualidade ou características e, nesses casos, são separadas amostras para serem analisadas por técnicos ou pelo laboratório de controle de qualidade da empresa.

Dependendo do produto, da empresa e do fornecedor, essa inspeção pode ocorrer antes mesmo da descarga, de modo a evitar o trabalho da recarga caso o produto não seja aprovado. Um exemplo é o teste de impureza, em que é checada a propor-ção de partículas estranhas ou a composição. Isso é feito selecionando-se algumas amostras do produto escolhidas ao acaso (aleatoriamente) em pontos diferentes da carga, como nas entregas de farinha de trigo a indústrias de panificação, em que alguns sacos são abertos para a realização dos testes.

Processo de recepção, conferência, armazenagem e distribuição de mercadorias.

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São necessários cuidados especiais no momento da coleta de amostras, de um lado, para evitar sua contaminação e, de outro, para prevenir acidentes em seu manuseio, especialmente quando se trata de produtos químicos, voláteis, inflamáveis etc.

Se não é o caso de realizar a checagem qualitativa de imediato, as embalagens ou caixas são abertas posteriormente – depois de concluída a operação de descarga do caminhão – para que se proceda a uma verificação mais detalhada da mercadoria entregue. Dependendo da prática adotada na empresa ou dos volumes recebidos, a verificação pode ser feita por amostragem, ou seja, apenas parte das embalagens são abertas para a conferência.

Mercadorias cujas embalagens, caixas, fardos, engradados etc. estiverem danifi-cados ou violados, abertos, amassados, perfurados, embolorados, molhados, enferrujados etc., isto é, não estiverem íntegros, devem ser examinadas mais minuciosamente. Pode ser necessária a abertura das embalagens para a verificação de possíveis danos ou faltas.

Dependendo do produto, embalagens perfuradas ou molhadas, por exemplo, implicam sua devolução, como é o caso de produtos alimentícios, substâncias líquidas, pastosas, gasosas, géis etc. Comprovados danos ou avarias na mercado-ria, organiza-se a documentação que apresenta os problemas para que seja reali-zada a devolução ao fornecedor. O mesmo procedimento se dá quando ocorre incompatibilidade entre a mercadoria entregue e a constante na nota fiscal ou no pedido de compra.

Somente após a realização de todas as conferências ou checagens possíveis, e estan-do tudo de acordo, as notas fiscais são encaminhadas ao setor que irá processá-las (contabilidade, contas a pagar).

Os procedimentos de controle e conferência, então, são realizados no próprio mo-mento da descarga da mercadoria. Uma vez comprovada a conformidade ou cor-respondência entre documento e mercadoria, o entregador ou transportador exige a devolução do canhoto da nota fiscal ou outro documento devidamente assinado, datado e com o carimbo da empresa e, em geral, com o horário da entrega e o nome do responsável pela recepção das mercadorias.

Tais informações também são registradas no documento que fica na empresa, de forma que, havendo alguma discrepância entre o documento e a mercadoria recebida, se possam detectar com facilidade as falhas cometidas, por distração ou incorreção, na realização dos procedimentos, e, assim, tomar providências para saná-las.

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Diferentemente do que se faz em casa, produtos como eletrodomésticos, por exem-plo, não têm seu funcionamento testado pela empresa recebedora, mas pelo consu-midor final. Isso acontece porque eles vêm em embalagens próprias para garantir sua integridade no transporte e, sendo lacradas com fitas adesivas, cola etc. ou es-tando os produtos em engradados pregados, não devem ser violadas, pois embalagens de produtos novos que estejam abertas indicam a possibilidade de o produto ter sido usado, estar danificado, de faltarem componentes etc.

Além disso, possuem garantia que passa a valer a partir da data da nota de compra pelo consumidor final. Os fabricantes, por sua vez, utilizam sistemas de controle de qualidade dos produtos acabados e regularmente devem realizar testes para assegurar o perfeito funcionamento ou a presença das características corretas do produto.

Dá para imaginar os contratempos, o trabalho e o custo que a devolução de uma mercadoria defeituosa implica, tanto para o lojista quanto para o fabricante. Além dos prejuízos pelos custos financeiros da devolução ou reparo na rede de assistên-cia técnica do fabricante, há também prejuízos na imagem da marca de ambos, lojista e fabricante, caso os defeitos sejam constantes.

Além disso, há defeitos que surgem somente com o uso dos produtos, isto é, nem sempre são perceptíveis nos testes a que são submetidos após finalizados – também porque tais testes costumam ser feitos por amostragem, englobando apenas algumas unidades de alguns lotes do total produzido.

Isso tem ocorrido com alguma frequência com um dos produtos mais valorizados pela população brasileira: o automóvel, cujos fabricantes têm feito chamadas através da mídia ou outros meios para que os proprietários levem os veículos às redes cre-denciadas para reparos ou substituição de peças. É o chamado recall.

Aliás, foi exatamente na indústria automobilística, como vimos no Caderno 1, que se criou e rapidamente se expandiu a utilização do just-in-time (JIT): um espelho das cadeias integradas de suprimento, quando produtos como peças, partes, com-ponentes etc. são fornecidos no momento certo e na quantidade exigida para serem direta e imediatamente integrados à linha de produção, não passando pelo almoxa-rifado nem pelas conferências que nele se costuma fazer.

Independentemente da adoção ou não do JIT, muitas empresas buscam eliminar parte das tarefas dos almoxarifados negociando sua realização com os próprios fornecedores, que passam a executar rigorosamente os controles de qualidade da separação, da expedição, do transporte etc. do produto para entregar sempre as mercadorias em perfeitas condições e submetidas a controles precisos de qualidade, quantidade e demais características e critérios exigidos.

Page 22: Almoxarife e Estoquista

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Nos anos de 2013 e 2014, no entanto, ganhou grande repercussão o fato de tais contro-les não estarem sendo devidamente executados pelos fornecedores de componentes automobilísticos. O número de veículos chamados em recalls para troca de peças ou componentes defeituosos – muitos dos quais comprometendo seriamente a segurança dos passageiros – atingiu cifras de milhões de unidades no País e no mundo.

Procedimentos para descarga

Quando um produto chega a uma empresa, o software de gestão do armazém possibilita que sejam realizadas inúmeras tarefas, começando pelos controles de portaria:

• são registrados os dados de cada veículo, do motorista e dos acompanhantes que estão adentrando a empresa, e o horário de entrada, de acordo com um agenda-mento prévio, no qual se define a prioridade de descarga de cada entrega/produ-to, se necessário;

• são capturados dados das notas fiscais das mercadorias;

• é indicada a localização da doca para descarga.

Entre suas funcionalidades para o processo de recebimento, destacam-se, ainda:

• o controle da qualidade dos produtos;

• o controle físico da mercadoria recebida.

A descarga dos produtos se dá nas docas (baias ou baias de atracação) de recebimento de mercadorias, as quais podem ou não ser as mesmas utilizadas para a saída de outras mercadorias, o que geralmente acontece nas empresas que operam em horários dis-tintos – uma parte do dia para recebimento e outra parte, para saída de produtos.

Trabalhadores armazenando produtos para transporte.

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Essa divisão horária, então, é aplicada também internamente, com os produtos re-cebidos sendo armazenados em determinado período do dia e retirados para sepa-ração e expedição em outro período, a fim de evitar confusões em seu manuseio com o entrechoque de operações.

Entretanto, várias empresas realizam ambas as operações simultaneamente, e, como se observará no tópico referente às estruturas de armazenamento, algumas delas permitem, inclusive, carga e descarga simultâneas. Mas esse procedimento não se confunde com o que veremos a seguir.

Carregamento de navios.

Docas de atracação de caminhões.

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Existe uma operação, conhecida como crossdocking (“cruzando a doca”), que integra ambas as operações, de modo que ocorram consecutivamente, isto é, produtos descarregados são imediatamente separados e carregados em outros veículos para a distribuição. É um esquema de trabalho que exige muito cuidado e atenção para evitar extravios ou envios de volumes incorretos para seus destinos, mas que ofere-ce algumas vantagens importantes:

• torna desnecessárias todas as atividades de armazenamento, transporte e manuseio interno;

• economiza espaço, que pode ser utilizado para outros fins;

• diminui a necessidade, o uso e o desgaste de instalações;

• reduz as horas de trabalho dos operadores e dos equipamentos e de energia ou combustível;

• diminui a possibilidade de danos na mercadoria ao reduzir sua movimentação;

• torna extremamente ágil o processo de recepção e entrega de mercadorias, sendo o ideal para entregas urgentes e para a distribuição de produtos altamente perecíveis.

O software também controla a realização desse tipo de procedimento. Indepen-dentemente do sistema adotado, toda a mercadoria deve ser devidamente registra-da e as informações correspondentes devem ser lançadas no sistema de controle e gestão.

Atividade 1Canais de distribuiçãO

1. Imagine que você trabalha no centro de distribuição de uma grande rede vare-jista, com três tipos de canais de distribuição e 60 pontos de venda na cidade: quatro hipermercados, 32 supermercados e 24 minimercados. Um hipermercado e, em média, oito supermercados estão localizados em cada região – norte, sul, leste e oeste. Já os minimercados estão localizados concentradamente em apenas duas regiões da cidade, a norte (oito unidades) e a oeste (dez unidades).

Nessas regiões em que há minimercados, as vendas no setor de hortifrutigranjei-ros, especialmente as hortaliças, dos supermercados e hipermercados estão em lenta e gradual queda há mais de um ano. Os minimercados são a grande apos-ta estratégica da rede, uma iniciativa bem recente, sendo que o primeiro deles foi inaugurado há aproximadamente dez meses.

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Um belo dia, começa a chover torrencialmente e, por esse motivo, o encarre-gado, com alguns funcionários, não conseguiram chegar ao trabalho. Assim, o gerente pediu que você assumisse o lugar do encarregado; parte dos pequenos caminhões da empresa também não chegou, pois há muitos pontos de alaga-mento intransitáveis onde só passam caminhões altos – que é o caso dos cami-nhões dos fornecedores, que estão chegando normalmente para descarregar as mercadorias.

2. Faça uma relação dos produtos comercializados nos pontos de venda que você imagina que devam ser operados pelo sistema de crossdocking.

3. Você, um dia, viu o encarregado fazendo uma curva ABC dos produtos que estavam chegando naquele horário. Faça uma curva aproximada desses produtos, tendo em mente que três ou quatro deles são vendidos em quantidades de quatro a cinco vezes menores que os campeões de vendas, mas custam de quatro a cinco vezes mais. Outros custam de duas a três vezes mais e vendem de duas a três vezes menos.

Decida quais desses produtos serão entregues e os canais de distribuição preferenciais para recebê-los, tendo em vista que não há caminhões suficien-tes disponíveis e, portanto, nem todos os tipos de produtos serão entregues imediatamente e nem todos os pontos de venda serão atendidos nesta primei-ra distribuição do dia.

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Curva ABC

Conclusões:

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4. Prepare uma apresentação para a classe, tendo em mente realizar a melhor aná-lise possível do quadro.

Leve em consideração que nas empresas sempre se espera que os operadores da área de logística tenham a capacidade de perceber dados, fatos, fenômenos, procedimentos, condições etc., que podem prejudicar ou melhorar o desempenho das operações.

Atividade 2O meu almOxarifadO: parte 2

1. Em casa, retome seu desenho.

2. Em um dos lados correspondentes à largura do papel e dos retângulos, faça um risco de 2,5 cm, continuando o risco do lado comprido do retângulo exterior (é um prolongamento deste lado do retângulo), em direção à borda do papel (lado da largura); depois, faça mais seis riscos paralelos a esse que você acabou de fazer, também de 2,5 cm de comprimento cada um deles, com 1,5 cm de distância entre um risco e outro.

3. Agora faça a mesma coisa do outro lado comprido do retângulo (sem virá-lo, os riscos vão se aproximar dos que você já fez): um risco prolongando o retângulo exterior e mais seis a partir do prolongamento do retângulo exterior que você acabou de fazer, indo em direção à borda do papel.

4. Você vai ver que ficou um espaço mais estreito entre os últimos riscos das duas séries de riscos, no meio daquele espaço do papel. Numere os espaços entre esses riscos da esquerda para a direita (pulando o espaço mais estreito) de 1 a 12, fa-zendo números centralizados em cada espaço, mas mais próximos do risco do retângulo exterior: você acabou de fazer as baias ou docas nas quais os caminhões vão atracar para descarregar.

5. Desenhe alguns caminhõezinhos um pouco menores que as baias, com a frente virada para fora do papel. Faça um esboço antes de passar a limpo no seu desenho final.

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Equipamentos e instalaçõesDas docas, os produtos são transferidos para o interior dos arma-zéns. Nesse momento, são utilizados alguns critérios de armaze-namento e determinados equipamentos.

Os critérios de armazenamento são lógicos e certamente todos nós os utilizamos cotidianamente ao guardarmos coisas em casa:

• as mais pesadas são guardadas em locais baixos e de fácil acesso, para diminuir seu deslocamento ao máximo. No caso dos armazéns, ficam nas prateleiras mais próximas da entra-da ou da expedição e nas áreas inferiores;

• as que usamos com mais frequência, que têm mais giro, guar-damos mais à frente, e as com menor giro, nos fundos. No almoxarifado, usa-se o mesmo critério.

Por sua vez, os equipamentos são os paletes ou pallets, as pale-teiras (transpaletes ou transpaleteiras) e as empilhadeiras.

Paletes

Os paletes são estrados quadrados, mas não formam um qua-drado perfeito; na realidade, são ligeiramente retangulares. O palete PBR (padrão brasileiro) mede 1 metro (m) por 1,2 m, suporta 1 200 quilogramas (kg) e geralmente é de madeira, mas também existem os de alumínio, aço, fibra e plástico.

Eles podem ser acessados por dois lados (duas entradas) ou pelos quatro lados (quatro entradas); ser de uso contínuo ou descar-táveis (one way; fala-se “uan uei”); de uma ou duas faces (só a parte de cima é fechada ou tanto a de cima quanto a de baixo); e mais ou menos reforçados, aguentando maior ou menor peso.

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Palete de dois lados. Palete de quatro lados.

Palete plástico termoformado. Palete de uma face não reversível.

Paleteiras

As paleteiras são pequenos veículos que têm dois braços, formando um garfo, que se encaixam nos vãos dos paletes para suspendê-los ligeiramente e poder locomovê--los. Podem ser manuais ou elétricas e movimentam os paletes em operação hori-zontal na altura do solo. Existem também os stackers (fala-se “istéquers”), isto é, paleteiras com torres, que elevam a mercadoria a até 4 m e são patoladas.

Paleteira manual. Paleteira elétrica.

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Empilhadeiras

As empilhadeiras, por sua vez, têm como função movimentar, elevar e empilhar os paletes. Movidas a gás ou elétricas, dividem-se em quatro modelos: patolada, contrabalançada, retrátil e trilateral.

Empilhadeira patolada ou paleteira com torre.

Paleteira encaixada no palete.

Empilhadeira retrátil.

Empilhadeira trilateral. Empilhadeira contrabalançada.

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Os paletes servem para que sobre eles sejam acomodadas e empilhadas embalagens, caixas, fardos etc., permitindo padronizar os volumes que serão colocados nas prateleiras, junto com o próprio palete, e que a estocagem seja feita com facilidade tanto no sentido horizontal do depósito quanto no vertical. Para isso, são utilizadas estruturas porta-paletes, que são estantes próprias para acomodar as unidades paletizadas. Essas estruturas são projetadas levan-do-se em consideração as dimensões das unidades de car-ga e a altura dos volumes que ficarão apoiados sobre elas.

Se quiser saber mais sobre empilhadeiras, consulte os

cadernos e vídeos referentes à ocupação operador de empilhadeira.

Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso em:

23 abr. 2015.

Armazenamento de produtos com a utilização de paletes.

Como visto, um palete PBR mede 1 m × 1,2 m (área quadrada de 1 m 1,2 m = 1,2 m²). Já a altura do volume depende do tipo de embalagem que será utilizada ou da quantidade que será empilhada por palete. Quando se tem uma medida padronizada das embalagens, é possível calcular a área cúbica que pode ser estocada no espaço e o respectivo número de paletes, ou calcular a dimensão do espaço suficiente para o estoque que se pretende.

Se as caixas empilhadas, ou caixa única adotada na uni-tização – conceito que veremos adiante –, medirem 1,3 m de altura, a área cúbica ocupada por palete será de 1,2 m² 1,3 m = 1,56 m³. Dessa forma, se o depósito contém ou necessita conter 600 paletes com essas di-mensões, sua área cúbica deverá ser de 600 1,56 m³ = 936 m³.

Unitização: 1. Ação ou resul-tado de unitizar. 2. Processo por meio do qual se reúnem peças em lotes individuais de mercadorias homogenei-zadas e padronizadas com o objetivo de agrupá-las em unidades maiores e apropria-das à comercialização e ao transporte.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

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Como há empilhadeiras que alcançam até 12 m de altura, poderia haver estruturas porta-paletes para comportar empilhamentos ou colunas com seis unidades pale-tizadas de altura. Seriam, então, necessárias cem colunas, com seis paletes cada (100 6 = 600). As colunas poderiam estar dispostas em conjuntos de cinco colu-nas cada, uma atrás da outra, formando uma fila, ou “canal”; com essa arrumação, haveria 20 canais (100 ÷ 5 = 20).

Se utilizadas duas estruturas porta-paletes com dez canais cada, seriam necessários pouco mais de 10 m de largura, para comportar os dez canais, e pouco mais de 12 m de profundidade, para comportar dois canais (um canal por estrutura; duas estruturas, uma atrás da outra) com cinco colunas cada, e, com essa disposição, as estruturas ocupariam pouco mais de 120 m² (10 m de largura × 12 m de pro-fundidade).

A área ocupada necessária e suficiente para o estoque de 600 unidades paletizadas seria um retângulo com somente 10 m × 12 m, além de, naturalmente, mais alguns metros para os corredores necessários à circulação.

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Armazenamento com empilhadeiras.

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Atividade 1paletes e empilhadeiras

1. Em dupla, no laboratório de informática, realizem uma pesquisa sobre paletes e empilhadeiras buscando responder ao seguinte roteiro e justificando suas respostas.

a) Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de empilhadeira:

Empilhadeira Carga

Patolada

Contrabalançada

Retrátil

Trilateral

b) Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de palete:

Palete Carga

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Descartável

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Porta-paletes pushback.

Porta-paletes

Encontram-se disponíveis no mercado basicamente três tipos de estruturas porta--paletes:

• porta-palete convencional;

• porta-palete de dupla profundidade;

• porta-palete deslizante, similar às estantes que temos em nossas casas ou que se veem em lojas, com a diferença de que suas prateleiras são mais profundas.

As seguintes estruturas porta-paletes operam formando blocos:

Pushback (Lifo)

O modelo mais simples segue o desenho de uma estante que fica encostada na parede, porém suas prateleiras são inclinadas, mais altas no fundo e mais baixas na frente, de modo que os paletes escorregam sozinhos para a frente. Assim, é desne-cessário esticar os braços para apanhar os volumes que estariam no fundo, mesmo porque os garfos das empilhadeiras não os alcançariam.

Esse modelo é denominado pushback (fala-se “pâchbéc” – “empurrar de volta”), pois, ao se colocar cada volume (palete), os que já estão no lugar precisam ser empurrados para trás. Daí o nome do sistema: Ueps, o “Último que entra é o primeiro a sair”, ou Lifo, em inglês (Last in, first out [fala-se “lest in, fãrsti aut”]).

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Estrutura dinâmica ou porta-palete dinâmico (Fifo)

Esse segundo modelo é semelhante ao que acabamos de ver, com a diferença de que a estante fica no meio do espaço, de modo que é operado tanto pela frente quanto por trás. Isso torna a estrutura muito mais funcional, pois as operações podem ser simultâneas, carregando-se pela frente e descarregando-se por trás ao mesmo tempo. Nessa estrutura, o “primeiro (palete) que entra é o primeiro que sai” – sistema Peps ou Fifo (First in, first out [fala-se “fãrsti in, fãrsti aut”]) –, o que faz com que os produtos sejam utilizados na mesma sequência de chegada ou de produção, diferen-temente do sistema anterior.

Para que os produtos sejam utilizados nessa mesma sequência, no sistema anterior, é necessário retirar os que estão à frente e recolocá-los depois que os do fundo tenham sido retirados, triplicando o trabalho. Nesses porta-paletes dinâmicos, as prateleiras também têm inclinação, porém são rolantes, possuindo um sistema de freios e de separação dos paletes, os quais regulam o deslizamento e evitam que se choquem uns com os outros.

Porta-palete dinâmico.

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Drive-in e drive-thru

Outros dois modelos são os das estruturas chamadas drive-in (fala-se “draive-in” – “dirigir para dentro”) e drive-thru (fala-se “draive-tru” – “dirigir através”). Elas seguem os mesmos modelos de manuseio das estruturas anteriores: no modelo drive-in, a operação dos paletes é feita apenas por um lado e eles são empilhados na sequência da chegada e retirados na ordem inversa, primeiro os últimos e, por últi-mo, os primeiros, conforme o sistema Ueps; no modelo drive-thru, os primeiros que chegam são também os primeiros que saem, pois o manuseio se dá por ambos os lados; nesse caso, o sistema é o Peps.

Essas estruturas não possuem prateleiras propriamente, apenas suportes para os paletes, como se fossem longarinas (vigas de madeira que apoiam a fixação das tá-buas nos paletes), já que as empilhadeiras adentram as estruturas e, por essa razão, sua utilização inicia-se pelo “último andar” e vai descendo até o “térreo”; armazena--se a mercadoria de cima para baixo.

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Demais estruturas

Outras estruturas comuns em almoxarifados e que também podemos encontrar em nossas próprias casas são estantes ou prateleiras simples.

As estantes, ou estruturas de prateleiras, são utilizadas para armazenamento de itens de menor volume e peso, de modo geral, ou de pequena quantidade. As prateleiras, ou cantiléveres, são utilizadas para materiais com comprimentos longos, podendo ser simples como as que costumamos ter em casa – prateleiras apoiadas em uma estrutura ou em mãos-francesas fixadas na parede –, ou duplas, com estruturas sustentando prateleiras em ambos os lados.

Cantiléveres.

Atividade 2O meu almOxarifadO: parte 3

1. Agora, de acordo com o tipo de empresa que escolheu anteriormente para criar seu almoxarifado, você vai começar a preencher o espaço dentro do retângulo interior com o que seriam as estruturas porta-paletes ou as prateleiras (cantiléve-res). Não se esqueça que haverá empilhadeiras nesse almoxarifado, portanto, deve haver corredores entre as estruturas.

Faça um ligeiro esquema das estruturas e estantes, para simbolizar o tipo de operação – Peps, Ueps ou ambos – e mostrar se há instalações para volumes compridos. Mais adiante, você terá de apagar alguns desenhos que vai fazer

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agora. Então, não se preocupe em fazê-los perfeitos. O ideal talvez seja fazer os riscos tracejados, de leve, apenas para começar a visualizar melhor os espaços e as proporções.

Endereçamento

Quando nos referimos a “último andar” e “térreo”, estamos, na realidade, utilizando um procedimento e uma nomenclatura comumente adotados para facilitar a locali-zação dos produtos no estoque, de modo a completar o endereço do local em que se encontra determinado produto – que já contém informações como “rua”, “prédio”, “andar” e até “apartamento”, além do “lado par” ou “ímpar” da rua.

As ruas podem ser denominadas por letras, números, ou ambos, e os demais dados, por números, de tal modo que um endereço no qual se encontra uma dada merca-doria pode ser: M-1-5-4-4, significando que o local é a rua M, no lado ímpar 1 (ou 2 se par), no prédio 5, 4o andar, no apartamento 4.

Outras nomenclaturas ou definições que se servem de cores, blocos, seções, grupos, famílias etc. também são utilizadas em empresas. O ideal, por vezes, é que se com-binem critérios para favorecer ainda mais a localização: setor vermelho (materiais de escritório, por exemplo), rua B, prédio 2; setor amarelo (materiais de limpeza, por exemplo), rua X. No entanto, deve-se evitar formar códigos ou métodos de identificação muito complicados, que se tornem difíceis de assimilar ou memorizar.

Todos esses procedimentos se aplicam variando, naturalmente, em função da di-versidade de itens e de estoques presentes no almoxarifado. Há almoxarifados que abrigam apenas algumas centenas de itens, enquanto outros, algumas dezenas de milhares, ainda que muitos dos quais sejam similares.

Se você alguma vez já precisou adquirir uma peça para encanamento de água, por exemplo, sabe que, de uma única peça, existem algumas variedades. Pense em um cotovelo para ligação do cano à torneira ou a uma peça intermediária. Nesse caso, podem variar: bitola do cano (meia polegada, ¾ de polegada), material (plástico azul, plástico marrom, cobre, bronze, plásticos para uso com água quente), tipo de junção (um lado com rosca interna e outro com externa; um lado com rosca e outro para uso de cola ou solda; dois lados para uso de cola ou solda); bitolas do próprio cotovelo (ambos os lados com a mesma bitola ou um lado com redução de uma delas); ângu-lo (90 ou 45 graus) etc. Em outras palavras, um simples cotovelo combina várias características e utilizações e chega a representar mais de 20 itens diferentes.

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Em muitos almoxarifados, os endereços são sinalizados com etiquetas de código de barras, com o auxílio do software de gestão do armazém, nos paletes, volumes, caixas, peças etc., e nas estruturas porta-paletes ou de prateleiras. Desse modo, a identificação do local de estocagem de cada produto torna-se rápida e fácil, como quando um operador retira uma embalagem ou palete de um local, separa apenas uma parte dos produtos que nela ou nele se encontravam, e não os retorna ao local de origem – o que pode ser feito por qualquer outra pessoa com facilidade. Por essa razão, é fundamental que toda a mercadoria seja devidamente identificada e as etiquetas sejam preservadas no manuseio dos volumes ou paletes.

Nessa etapa do processo, o software dispõe de recursos que auxiliam bastante o trabalho, pois classifica os diferentes produtos, de modo que sejam armazenados respeitando classes ou grupos determinados, isto é, ele define os endereços em que devem ser colocados os produtos de cada grupo ou classe, seguindo os critérios da empresa.

Essa classificação pode ser baseada em inúmeras características dos materiais ou produtos, como valor ou custo, frequência de uso, quais produtos são utilizados em determinada etapa da produção, dimensões, peso, validade, linha de produtos, marcas etc. Ao mesmo tempo, o software auxilia na seleção das estruturas de arma-zenamento e de paletes mais apropriadas.

Produtos novos, que não eram utilizados, devem ser classificados e codificados para que possam ser endereçados e localizados de forma correta quando requisitados.

Um dos instrumentos utilizados nessas tarefas é o coletor de dados de etiquetas de código de barras (bar code) – que veremos a seguir –, cuja função é fornecer o en-dereçamento que deve ser atribuído ao produto que chega.

Uma vez etiquetados, procede-se ao armazenamento propriamente dito – transpor-tando-se os volumes paletizados com o uso das paleteiras, empilhadeiras etc. – e aos devidos lançamentos no sistema.

Passo a passo: armazenamento

Como vimos na Unidade referente aos tipos de estoques, os profissionais que atuam nos almoxarifados ou depósitos podem ter em mãos todo tipo de mate-riais, em função do perfil ou do setor de atividade econômica da empresa em que atuam.

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Assim, é possível, em uma mesma empresa, lidar com matérias-primas brutas ou beneficiadas, como peças, componentes, produtos em processo (semimanu-faturados, semiacabados, que retornarão à produção para serem submetidos a novos processos), produtos acabados, embalagens, produtos avariados, vencidos, devolvidos para reparos etc., lembrando que é preciso muita atenção para que todos os registros e lançamentos sejam feitos, de preferência, imediatamente à operação ou ao procedimento.

Todos os procedimentos de registro, cadastro, identificação, codificação, etiquetagem, estorno, lança-mento, requisição, cancelamento, de baixa, saída, entrada, transferência, emissão de notas, pedidos, autorizações, ordens, de documentos quaisquer, enfim, todos os atos realizados, devem ser devida e corretamente lançados no sistema de gestão, de imediato, sempre.

O programa processa todas as informações necessárias ao bom andamento do trabalho, desde que ele tenha sido devidamente alimentado. Procurar um erro de-vido a um procedimento não feito, ou malfeito, é quase sempre muito mais traba-lhoso e demorado do que realizá-lo com cuidado e atenção no momento correto.

Por sua vez, o manuseio dos produtos requer atenção constante. Alguns produtos, dados seus tipos ou naturezas, requerem atenção redobrada, por serem muito sen-síveis à movimentação ou perigosos, mesmo não se considerando possíveis acidentes dos quais resultem quebras, amassamentos, escape, derramamento, extravasamento ou outros danos nas embalagens e nos produtos.

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Por essa razão recomenda-se que não sejam feitos transbordos desnecessários de produtos, pois, quanto mais operações são feitas, maiores são as chances de ocorrerem acidentes. Ao se retirar um produto com uma paleteira, por exem-plo, deve-se mantê-lo sobre ela até sua deposição no caminhão e, se possível, tanto o equipamento quanto a embalagem devem ser usados em sua capacidade total, de modo a evitar a repetição desnecessária de operações ou o uso desne-cessário de embalagens.

Do mesmo modo, toda a movimentação de materiais deve, de preferência, seguir um pequeno planejamento, em que se preveem todas as operações que serão realizadas: quantos e quais equipamentos serão utilizados na movimentação específica; quais as características da carga a ser movimentada em termos de peso, tamanho, volume cúbico, fragilidade, periculosidade etc.; quantas pesso-as realizarão a movimentação; a duração estimada; quais serão as etapas a serem cumpridas; os pontos de origem e destino das mercadorias, os trajetos e o nú-mero de percursos a se fazer etc.

Nesse sentido, deve-se sempre reservar o tempo necessário para sua execução em condições normais de ritmo do trabalho humano e dos equipamentos, e utilizar equipamentos e procedimentos adequados à operação que se vai realizar, evitando-se improvisos, atitudes ou ações não recomendáveis e, frequentemen-te, perigosas.

Qualquer acidente pode provocar lesões sérias e, por vezes, permanentes ao traba-lhador. E, quando isso felizmente não acontece, há grande possibilidade de danos às mercadorias, aos equipamentos ou às instalações. Em todos os casos, há perda de tempo e de esforço na operação frustrada e, quase sempre, a necessidade de serem realizadas várias outras operações que não deveriam ocorrer, para poder “consertar” a operação ou reparar os danos.

Nessas situações, é comum que ocorram prejuízos financeiros para a empresa e para o trabalhador. Além disso, o descuido de um trabalhador pode causar graves danos a outros, ainda que não a si mesmo.

Devem ser utilizados, preferencialmente, meios mecânicos para a movimentação de cargas, evitando-se riscos físicos, corporais, por excesso ou inadequação de esforço ou movimentos, e buscando-se preservar as indicações da ergonomia; obtêm-se, assim, prioritariamente, ganhos de segurança pessoal, e preservam-se, também, os produtos ou materiais manuseados.

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Outras vantagens de utilizar meios mecânicos para a movimentação são os ganhos de produtividade, pela não realização de operações interrompidas, incompletas, frus-tradas ou inadequadas, que demandam tempo e esforços extras para serem refeitas.

Pensar sempre, antes de agir, permite avaliar se ocorrerão dificuldades ou duplici-dades nas ações, se algumas delas podem ser dispensadas ou simplificadas, se re-querem procedimentos, equipamentos de segurança ou cuidados especiais, e assim por diante.

Identificação/codificação e rastreamento

Depois que as mercadorias passam pelo recebimento e, portanto, estão para ser armazenadas – ou quando devem ser novamente conferidas, caso o recebimento e o armazenamento sejam setores distintos e as operações, realizadas por pessoas diferentes no almoxarifado, para que não haja dúvidas quanto à exatidão do lote –, elas antes devem ser codificadas para que todos os dados de sua identificação sejam facilmente acessíveis.

Um processo bastante simples e que não requer equipamentos especiais (portanto, de baixo custo) é baseado na utilização de códigos, que são sequências de números e/ou letras – únicos, exclusivos. Assim, facilmente se pode identificar e localizar um produto, tanto no estoque quanto nos sistemas de controle, como, por exemplo,

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as fichas simples nas quais se farão os lançamentos das entradas e saídas do item de modo a saber, a qualquer momento, quantas unidades existem disponíveis.

Este processo, o de código de barras – que veremos em breve –, em geral segue uma lógica em que alguns números identificam o grupo, a categoria, a família e a classe a que pertence o produto e outros, o produto específico. Assim, em nossa cozinha, teríamos, por exemplo:

• Categoria de produtos: produção de doces – código 01 ou AA.

• Grupo do tipo de doce: bolos – código 02.

• Classe do bolo: bolos com chocolate – código 01.

• Família de ingrediente: cacau em pó – código 11.

• Tipo de unidade: caixa de 200 gramas – código 200.

Desse modo, o código completo que identificaria o item cacau seria: 01 02 01 11 200 ou AA 02 01 11 200. Esse código seria anotado em todas as caixas de cacau e na prateleira onde ficariam guardadas, bem como na ficha de controle de estoque – nesse caso, a ficha deveria prever a existência de caixas com outras capacidades, como 500 g, 1 kg etc.

Na primeira classificação, que aqui denominamos “categoria”, poderíamos ter pro-dução de salgados, por exemplo, ou de refrescos etc. No que chamamos “grupo”, poderíamos ter itens para produção de pavês, sorvetes etc. Na “classe do bolo”, de banana, de laranja etc. Na “família”, chocolate em pó, farinha, fermento em pó etc., e assim por diante, de modo que cada classificação seguiria a sequência dos núme-ros: 01, 02, 03, 04, 05 etc.

O princípio é uma primeira classificação que agrega toda uma linha de produtos; outra classificação especifica o tipo de produto completo; outra denomina de forma mais particular a “espécie” do produto; uma outra classificação individualiza o produto em si, no nosso caso, o ingrediente cacau; e uma última descreve a capaci-dade da embalagem.

O processo mais eficiente é o de etiquetagem, com a impressão das etiquetas me-diante utilização de código de barras, que são afixadas em caixas, peças, volumes etc., se não vierem previamente etiquetados pelo fornecedor. Nesse processo, é utilizada a tecnologia de impressoras de código de barras, impressoras térmicas, leitores e coletores de códigos.

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O código de barras é uma representação de letras e números (código alfanumérico), e a sua leitura permite ter acesso a várias informações – de modo absolutamente seguro, não sujeito a erros e instantâneo –, que são processadas em tempo real, aumentando consideravelmente, dessa forma, a produtividade do processo.

Os leitores, como o nome diz, apenas leem o código de barras, enquanto os coleto-res registram as informações para serem posteriormente processadas no sistema. Alguns têm pequenas impressoras acopladas, como os utilizados pelas companhias de abastecimento de água, e imprimem a conta no próprio local após a leitura do hidrômetro. Eles são utilizados, comumente, para registro, identificação e catalo-gação dos produtos que estão dando entrada na empresa, entre outras funções.

Coletor de dados. Leitor de código de barras.

Há dois tipos de código de barras: os lineares e os bidimensionais. Os lineares, cujas etiquetas representam séries de números, por sua vez também são de dois tipos: o tipo GTIN-13 (13 dígitos) é utilizado no varejo, em geral para identificação do país de origem, do fabricante e do produto em si e aparece nas embalagens dos produtos nos supermercados; os leitores, no caixa, identificam o produto e o programa de gerenciamento processa a informação instantaneamente. O tipo GS1-128 é utiliza-do na movimentação de produtos pelas empresas e comporta mais informações necessárias para o controle interno, como dados da compra (pedido, nota fiscal, quantidades etc.) e da produção (lotes, datas de fabricação, validade, numeração de identificação etc.).

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Os códigos bidimensionais, uma tecnologia mais recente, agregam um número maior de informações utilizando espaço menor que o código de barras tradicional. É utilizado, entre outras possibilidades, em embalagens unitárias de medicamentos e de alimentos, que necessitam identificação mais completa, como validade, lote etc., de modo a permitir seu rastreamento.

Nos anos de 2013 e 2014, por exemplo, ocorreram vários recalls de remédios e leites longa-vida UHT que apresentaram problemas em suas composições, trazendo risco de comprometimento da saúde. A utilização desses códigos tornou mais ágil a locali-zação dos produtos nos estoques dos distribuidores e varejistas para serem recolhidos.

7 8 9 1 8 38 95 213 5

Os três primeirosdígitos apresentam o país no qual o código de barras foi originado.O número 789 quer dizer que o código foi gerado no Brasil.

Este último é chamado

que comprova averacidade do

código de barras.

de dígito veri�cador,

Esta sequência (que pode abranger 4, 5 ou 6 dígitos) representa a empresa que

fabricou o produto.

Esta sequência (que pode abranger 3, 4 ou 5 dígitos) traz a descrição de características

do produto, tais como validade, data de fabricação, peso, medidas etc.

Esses códigos estão se tornando cada vez mais populares, sendo conhecidos como QR Code (Quick Response Code – “Código de resposta rápida”), e podem ser esca-neados por telefones celulares que possuem tecnologia para tal.

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Código bidimensional que remete ao site do Programa Via Rápida Emprego.

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Outra tecnologia utilizada não somente para localização dos itens, como também para seu rastreamento, é a identificação por radiofrequência (Radio Frequency Identification – RFID). Ela se serve de ondas de rádio e “etiquetas inteligentes”, eletrônicas, dotadas de microchip e antena, que recebem e gravam informações e as retransmitem de volta para os transmissores, o que permite localizar, identificar e rastrear o produto a distância, sem contato visual, razão pela qual as próprias eti-quetas não precisam ficar à vista.

Boa parte dessas etiquetas sequer possuem baterias e usam como fonte de ener-gia as próprias transmissões que recebem. As informações do estoque podem, desse modo, ser processadas em tempo real e em um processo muitíssimo mais ágil do que a leitura de etiquetas de código de barras em cada embalagem ou palete por um operador. Além disso, o microchip comporta uma gama muito maior de informações.

Em 2014, um roubo de grande volume – em que foram utilizados sete caminhões – de aparelhos eletrônicos (celulares, tablets etc.), de uma fábrica de um grande fabrican-te do setor em Campinas (SP), mostrou que os ladrões conheciam essa tecnologia, uma vez que não levaram produtos assim etiquetados.

Etiqueta inteligente.

O software de gestão do armazém é um instrumento muito eficiente nessa etapa de armazenamento, pois faz a gestão do endereçamento, dos equipamentos e do pes-soal que deve ser alocado para realizar a tarefa, como vimos.

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Atividade 3etiquetandO e COdifiCandO minha vida

1. Para fazer suas etiquetas, você precisará de uma folha de papel no formato A4.

2. Na folha de papel, marque com um tracinho o ponto que representa 10 cm a partir de um dos lados da largura do papel e, outro, 20 cm. Siga os traços em direção ao lado oposto, encostando a régua na borda do lado do comprimento da folha.

3. Faça o mesmo encostando a régua, virada, do lado do comprimento do papel. Ago-ra, una os pontos da marca de 10 cm com um risco paralelo à margem do papel e de novo na marca dos 20 cm, dividindo a folha em três partes mais ou menos iguais. Vire a folha, e, da mesma forma, faça marcas no sentido de um dos lados compridos para o outro, a cada 3 cm, dos dois lados da folha, e una as marcas, de maneira a obter um grande retângulo, criando 21 pequenos retângulos que serão suas etiquetas.

4. Escreva, na margem inferior das etiquetas, o seu nome, em letras maiúsculas e de forma, assim: ANTONIA, LUISA, JOANA, ROBERTA, CARLA CIA. LTDA. ou S.A., ou ANTONIO, LUIS, JOÃO, ROBERTO, CARLOS CIA. LTDA. ou S.A.

5. No verso da folha, comece a pensar no código que utilizará para identificar o que será etiquetado. Assim, relacione, separadamente, as categorias: amigos, material deste curso, os ideais que acha que poderá alcançar com base neste curso, os conhecimentos que você tem, os que você precisa ter etc. Para cada uma dessas relações, atribua uma letra ou número diferente, e para cada item, um número. Na categoria que houver condição, crie grupos ou classes: novos amigos, velhos amigos, nem novos nem velhos; e, como neste caso é possível, crie uma família: “amigos de infância”, “colegas” etc. Assim, por exemplo:

• Categoria: amigos = A;

• Classe: infância = 01 / vida adulta = 02;

• Descrição: amigos do peito = 01 / colegas = 02 / amigos distantes = 03.

Veja a seguir a classificação de um velho amigo distante: João = A0103. Crie um código para o material do curso pensando no que podem ser categorias, classes, grupos etc. para livros, cadernos, canetas, folhas de papel, lápis etc.

6. Escolha e escreva alguns desses códigos em letras ou números graúdos, capricha-dos, nas etiquetas. Você deverá cortar pelo menos uma e prendê-la com fita adesiva no seu livro do curso, identificando-o de acordo com o código que criou.

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Controle de estoque

Como vimos, com a identificação por meio de etiquetas inteligentes de radiofrequên-cia ou de código de barras, é possível localizar um produto e, inclusive, os paletes e as prateleiras em que estão armazenados.

Além disso, mediante a utilização dos coletores ou leitores, pode-se facilmente armazenar as mercadorias nos locais corretos e retirá-las para a separação, a fim de atender aos pedidos de requisições dos produtos ou matérias. Do mesmo modo, é possível fazer o levantamento de quantas unidades existem no estoque, por meio da realização de inventários – a contagem das unidades diretamente nos locais em que estão estocadas, para conferência ou checagem com os dados constantes nos controles de estoque. Controles esse que podem ser feitos em fichas simples, manualmente, ou em planilhas eletrônicas – nesse caso, como foi visto, com o auxílio de softwares, programas de computador dedicados à execução dessa tarefa, entre inúmeras outras alternativas.

Uma das formas usuais de controle são as auditorias simples, feitas, por exemplo, mensalmente, com o objetivo de verificar algumas características ou condições do estoque – como o estoque mínimo e o máximo –, a devida realização dos procedi-mentos de controles e registros e, também, o estado em que os materiais se encontram etc. Esses procedimentos são feitos mediante a checagem das notas de entrada e de saída, das requisições de compra e fichas ou registros de controle.

Fichas de controle

As fichas de controle devem permitir uma visão da situação do estoque tanto no momento da auditoria como a qualquer momento que se deseje. Deve-se ter um cuidado especial ao verificar como estão sendo feitos os lançamentos, já que são fundamentais no controle.

Portanto, deve-se checar se a identificação dos produtos, sua codificação e conse-quentemente sua localização no estoque (estante, prateleira, rua, número, andar etc.) estão corretas, uma vez que erros, nesse momento, vão gerar números incor-retos no sistema: determinado produto poderá apresentar números inferiores ao correto e, do mesmo modo, outro produto poderá apresentar números superiores ao real. Assim, é importante conferir se as devoluções e as baixas por danos ocor-ridos foram convenientemente computadas. E, por fim, verificar se há compati-bilidade entre os dados dessas fichas e os dos demais controles. Veja um exemplo de ficha de controle de estoques.

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Ficha de controle de estoque.

Notas de entrada e saída

Verifica-se se os dados de entrada vêm sendo correta e oportunamente lançados pela conferência das notas de entrada, que devem ser numeradas, datadas e estar con-ciliadas com as notas fiscais, se estas foram registradas nas fichas ou planilhas de estoque, e se a mercadoria foi efetivamente recebida e conferida (as notas de entra-da devem vir assinadas pelo responsável pela operação).

O controle das notas de saída, que também devem ser numeradas, datadas e assi-nadas, deve conferir se não estão ocorrendo lançamentos em duplicidade, isto é, notas lançadas duas vezes ou lançamentos diferentes, porém com o mesmo núme-ro de nota de saída. Além disso, deve verificar se há registros de cancelamento em quantidade ou frequência incomum, e se as notas ou outros documentos contêm rasuras, correções, retificações – o que pode ser um indicativo de problemas, de simples incorreções nas anotações ao desvio de produtos. Por essa razão, verifica-se se as saídas (o consumo) estão de acordo com as entradas (o fornecimento).

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE

Mercadoria:

Data OperaçãoEntrada

Qtde. Valor Unit. Valor Total Valor Total Valor TotalQtde. Valor Unit. Qtde. Valor Unit.

Saída Saldo

Total

Método:

Fábrica de Serras Arco

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NOTA FISCALSAÍDA

CNPJ

NATUREZA DA OPERAÇÃO

NOME/RAZÃO SOCIAL

DESTINATÁRIO/REMETENTE

FATURA

DADOS DO PRODUTO

CÁLCULO DO IMPOSTO

TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS

DADOS ADICIONAIS

RESERVADO AO FISCO

NOTA FISCAL

Nº DE CONTROLEDO FORMULÁRIO

DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR

RECEBEMOS DE (RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO

DATA DO RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR

ENDEREÇO

MUNICÍPIO

BASE DE CALCULO DO ICMS

VALOR DO FRETE

NOME RAZÃO/SOCIAL

ENDEREÇO

QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

MUNICÍPIO

FRETE POR CONTA

1 EMITENTE2 DESTINATÁRIO

PLACA DO VEÍCULO UF

UF

CNPJ/CPF

INSCRIÇÃO ESTADUAL

VALOR DO SEGURO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR TOTAL DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA

VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTIT. VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL PRODUTOS

DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS CF UNID. QUANTIDADEALÍQUOTAS

VALOR DO IPIICMS IPI

SIT.TRIB.

VALORUNITÁRIO

VALORTOTAL

CÓDIGOPRODUTO

FONE/FAX UF INSCRIÇÃO ESTADUAL HORA DA SAÍDA

BAIRRO/DISTRITO CEP DATA SAÍDA/ENTRADA

CNPJ/CPF DATA DA EMISSÃO

CFOP INSC. ESTADUAL DO SUBST TRIBUTÁRIO INSCRIÇÃO ESTADUAL

ENTRADA

1ª VIA

00.00.00

DATA LIMITEPARA EMISSÃO

DESTINATÁRIO/REMETENTE

Nº 000.007

Nº 000.007

Rua do Conhecimento, 54Vila Aroeira - São Paulo - SPCEP 04743-021(11) 2144-0000 / (11) 2144-0025

Venda

Dalila Razonete 587.787.489-86 24/02/2015

24/02/2015Rua da Esperança nº 187

São Paulo

785456

SP(11) 71547-3285

Vila Maura 01475-052

21:48:12

2.333

45.478.528/0001-33

457874152147

X

Livro Infantil (A Caverna)

Nota Fiscal com dados e valores fictícios

1 1007 Unid 35,00 35,00

35,00

Transportadora Vaivém 75.453.858/0001-45

658.974.517.548Rua das Encomendas, 745 São Paulo SP

SPNON 0312

1 caixa

35,00

35,00

1

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0,00

0,00 0,00 0,00

Modelo de nota fiscal.

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Inventários

Outro procedimento de controle é a realização de inventários, que são os instru-mentos fundamentais para o controle eficiente do estoque, pois é no momento de sua realização que se detectam todas e quaisquer diferenças que possam estar acon-tecendo entre os registros e o estoque real.

Nos inventários, todos os registros e controles são checados com o estoque, que é contado fisicamente, item a item. Eles garantem, assim, com absoluta precisão, o controle do funcionamento correto dos almoxarifados ou depósitos no que toca a seus números, sendo o momento em que se procede a todos os ajustes nos registros que sejam necessários. Por essa razão, são realizados periodicamente, de forma sis-temática.

São dois os tipos de inventários: os rotativos e os gerais.

Os rotativos são efetuados em intervalos curtos de tempo, em contraposição aos gerais, inventários mais completos que, por sua complexidade, são costumeiramen-te feitos em intervalos mais longos, semestralmente ou anualmente, dependendo da importância de um produto e do seu fluxo de comercialização dentro da empresa.

Os inventários rotativos possibilitam, também, acompanhar mais de perto a eficiên-cia dos registros e controles da movimentação do estoque, a fim de favorecer a to-mada de decisões de forma mais imediata, com a concretização de ações que possam corrigir ou sanar possíveis problemas.

Vimos que, na realização dos registros de entrada e saída dos materiais, podem ocorrer erros de lançamento dos dados, seja por distração, por não se ter efetuado nenhum lançamento no momento devido, seja pela leitura, anotação ou digitação errada de números, ou em fichas ou planilhas erradas. Enfim são vários motivos que podem levar a equívocos, além de desvios de mercadorias e furto.

Quando se tem o recurso dos softwares, é possível saber até mesmo a quantidade de unidades de determinado produto que se encontram nas embalagens empilhadas palete por palete, pois pode-se realizar a baixa das unidades que tiveram saída em cada embalagem ou palete.

Nesse esquema de inventário, se faz uma contagem física parcial, isto é, apenas de parte dos produtos, a cada vez, em sistema de rodízio. Em geral, é realizado men-salmente, seguindo uma programação que possa cobrir todos os itens do estoque, examinando-se determinadas categorias, classes, grupos etc. a cada procedimento.

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Dependendo da necessidade, do interesse e das possibilidades, pode ser realiza-do em intervalos maiores ou menores de tempo; há empresas que o realizam semanalmente.

É comum serem inventariados com mais frequência os itens que compõem a classe A da curva ABC, assim como os itens que têm alta rotatividade (alto número de entradas e saídas). Em geral, são inventariados três vezes ao ano.

Um segundo grupo de itens, os da classe B da curva e os que têm média rotatividade, costuma ser inventariado duas vezes ao ano. E, finalmente, itens da classe C ou de baixa rotatividade, apenas uma vez ao ano.

As frequências dos inventários seguem uma lógica: itens de maior valor unitário exigem maior controle para que se consiga, mais rapidamente, evitar perdas que serão de valor mais expressivo. O mesmo se dá com itens de alta rotatividade, que geram grande número de lançamentos nos registros, por causa de entradas, saídas, cancelamentos, avarias no manuseio e devoluções.

E assim, inversamente, os itens de médio valor e rotatividade podem ser inventariados com menos frequência, já que eventuais perdas não representarão prejuízos significa-tivos – ainda mais no caso dos itens de baixo valor e rotatividade.

É um procedimento que, em cada etapa, não demanda grandes esforços e tempo para sua realização. Como seu ciclo é rápido, permite a detecção, a análise de causas e a subsequente correção de erros, de maneira ágil, evitando que os erros atinjam grandes proporções e acarretem consequências graves. Sua realização não interrompe os demais procedimentos que se dão no almoxarifado, mesmo as operações de carga, armaze-namento ou descarga.

O inventário geral, por sua vez, exige que se paralisem todas as operações do almo-xarifado. Além disso, pode exigir o recurso de mais pessoas que o quadro normal de funcionários da área, para sua realização. São contados, ao mesmo tempo, todos os itens do estoque e são conferidos todos os registros e controles respectivos. Por essa razão, precisam estar totalmente atualizados.

Por ser um trabalho extenso, complexo e demorado, normalmente não favorece a realização de análises de erros ou de divergências entre os dados físicos e os dos controles. O esforço de trabalho é maior e costuma demandar mais recur-sos humanos; por isso, o inventário geral requer um planejamento mais deta-lhado e antecipado.

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Pessoas devem ser recrutadas e preparadas para a tarefa, divididas em equipes, além de orientadas e supervisionadas durante a realização. É um procedimento bem mais rigoroso que os demais, pois são executadas duas contagens físicas de todos os itens: uma primeira contagem por uma determinada equipe, e uma segunda por outra. Na primeira contagem se faz o levantamento da quantidade de unidades de cada item e, na segunda, se faz a conferência desse levantamento.

Havendo divergências, realiza-se uma terceira contagem, por uma terceira equipe. Dessa maneira, duas contagens costumam conferir (“bater”, como dizem os profissionais da área) e apresentar o mesmo resultado entre si. Uma vez que duas contagens tenham convergido, os produtos são rearmazenados, as embalagens são fechadas, por vezes lacradas e marcadas, e os registros são corrigidos se houver necessidade.

É o momento ideal, também, para que se façam rearranjos na disposição dos itens dentro do almoxarifado, se for o caso. No decorrer de um ano pode acon-tecer de produtos passarem a ter outra frequência de entradas e saídas; produtos serem descontinuados, isto é, não mais produzidos ou utilizados; a chegada de novos itens pode determinar a necessidade de alocá-los em determinada área e, como resultado, realocar os que a ocupavam anteriormente etc. É o momento de se arrumar o almoxarifado efetuando todas as alterações necessárias.

Inventário Anual (2015)Relatório de inventário de materiais permanente

Prédio / Descrição do Imóvel:Local / Descrição:

1) Ocioso ou excedente: quando se encontrar em perfeitas condições de uso e operação, porém sem utilidade para a seccional de patrimônio. 2) Antieconômico: quando a sua manutenção for onerosa ou seu rendimento precário em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsolescência. 3) Recuperável: quando a sua recuperação for possível e orçar em até 50% do seu valor estimado no mercado. 4) Inservível/Irrecuperável: quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação por extrapolar o limite previsto no inciso anterior.

Setor:

Item Cód. do material Descrição Qtde. ObservaçõesConservação

InovaçãoEditora

1 021.25.000012 COMPUTADOR 4 RECUPERÁVEL

2 021.25.000013 COMPUTADOR 1 OCIOSO

3 021.25.000325 IMPRESSORA A JATO DE TINTA 2 RECUPERÁVEL

4 021.25.001254 MÁQUINA FOTOCOPIADORA 1 RECUPERÁVEL

5 021.25.000121 CADEIRA GIRATÓRIA 5 RECUPERÁVEL

6 021.24.001452 APARELHO DE FAX 1 IRRECUPERÁVEL

Modelo de inventário.

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Estoques máximo e mínimo

As empresas necessitam exercer controle absoluto sobre seus estoques e, para que elas possam gerenciá-los corretamente, os registros e controles a cargo do almoxa-rifado devem ter o máximo de precisão possível, ou seja, sempre em 100% ou o mais próximo possível desse valor. Erros nos registros e no controle podem signifi-car perdas financeiras. Alguns instrumentos permitem a eliminação de possíveis erros na gestão. Um deles é o estabelecimento de valores máximos e mínimos para a quantidade de unidades dos itens presentes nos estoques.

O estoque máximo é a quantidade máxima, limite, de dado item (ou família, ou grupo pequeno de itens estocados) que a empresa estabelece. Ele reflete critérios rela-tivos ao investimento de capital em materiais, matérias-primas, componentes, entre outros, e até, ocasionalmente, ao almoxarifado em si, como disponibilidade de espaço, operadores, instalações etc., além de eventual obsolescência, oportunidade etc.

O estoque mínimo, por sua vez, representa a quantidade mínima de unidades de dado item, família, grupo etc. que a empresa necessita manter em estoque, de modo a garantir a sua produção conforme programado. Para que se consiga determinar o valor do estoque mínimo, costuma-se recorrer a estimativas baseadas no consumo em um certo período anterior, por exemplo, durante os seis últimos meses, se não houver sazonalidade dos produtos – o que fornecerá um número bastante aproxi-mado como projeção do consumo nos próximos meses.

Outra possibilidade é recorrer a cálculos matemáticos. Um cálculo simples é o seguinte: toma-se um período, de 12 meses, por exemplo, e tira-se a média de consumo mensal. Em seguida, a empresa faz uma estimativa da frequência com a qual o item será suprido sem falta – por exemplo, em 90% dos casos as necessidades serão atendidas.

Trata-se, sempre, de estimativas que são sujeitas às variações do mercado consumi-dor. Calcula-se, então, esse percentual sobre o consumo médio, e o resultado será a quantidade de unidades daquele determinado item que deve ser mantida como estoque mínimo ou, em parte das empresas, estoque de segurança.

Há empresas que consideram o estoque de segurança como aquele capaz de evitar atra-sos ou pequenas interrupções no ressuprimento de dado item, como nos casos de entre-ga de materiais que não atendem exatamente às especificações do controle de qualidade, ou quando há dilatação nos prazos de entrega, escassez, aumento de demanda etc.

Por essas razões, recorre-se também ao que se denomina ponto de pedido ou ponto de ressuprimento – que é o momento em que se deve realizar o pedido de compra para reabastecer o estoque, em função da quantidade de unidades que se quer

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atingir. Deve-se levar em consideração, ainda, o tempo de ressuprimento, que se passa entre a comunicação da necessidade da compra até a efetivação do pedido, a produção (quando é o caso) e a entrega. Isso ocorre tendo-se em mente um forne-cedor que mantenha sempre invariáveis os seus prazos de produção e entrega.

Passo a passo: separação de pedidos ou ordem de produção

Os sistemas de endereçamento e identificação dos produtos por meio da etiquetagem e o tipo de instalação utilizada para o estoque, além da disposição espacial dos produtos pelo almoxarifado, são os fatores que permitem não só um armazenamen-to eficiente, preciso e rápido, como, igualmente, fácil acesso aos produtos, para se-paração (em inglês, picking [fala-se piquin]) e posterior distribuição.

Tanto no setor industrial quanto no comercial há a necessidade de separar produtos para atender aos pedidos – dos clientes (produtos acabados) ou da área de produção (matérias-primas, ferramentas, produtos em construção etc.), que também é enten-dida como cliente. É comum as empresas considerarem cada departamento como um “cliente”, o que significa que o tratamento dispensado por um departamento a outro deve buscar, cada vez mais, maior qualidade no atendimento.

Dependendo da forma como o almoxarifado ou o depósito está organizado – como também da variedade de itens distintos e de suas próprias dimensões –, pode haver uma única área de separação que centraliza essa atividade, ou várias, que, por vezes, estão localizadas preferencialmente próximas às próprias estruturas de porta-paletes, o que evita o trânsito desnecessário das mercadorias no interior do depósito.

Os paletes, por sua vez, são baixados, e as caixas ou outras embalagens, abertas; a quantidade de unidades solicitada é extraída e separada; fecham-se novamente as embalagens e retornam-se os paletes aos seus endereços.

O trânsito desnecessário das mercadorias no depósito aumenta o risco de acidentes que podem resultar em sérias consequências ao trabalhador, além de danos ou avarias aos produtos, aos equipamentos e às instalações. Ao evitá-lo, economizam--se horas de trabalho dos operadores, combustível das empilhadeiras, e reduzem-se a manutenção e o desgaste desses instrumentos, visto que passam a ser bem menos utilizados.

Em muitas empresas, existem esteiras rolantes que auxiliam o trânsito dos produtos nessa etapa e colaboram para minimizar danos no manuseio, ao mesmo tempo que facilitam o trabalho dos operadores, conduzindo os volumes às respectivas docas

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para a operação de carga e controlando automaticamente os produtos que são en-caminhados para a separação.

A etapa da separação pode ser feita tanto a partir de um único pedido quanto a partir de um produto. No primeiro caso, com o pedido em mãos, separam-se todos os seus itens; no segundo caso, o ponto de partida é o produto, que é separado para todos os pedidos.

Um exemplo prático seria o seguinte: é como se você fosse ao supermercado realizar compras para duas famílias. Com um carrinho, você pode pegar todos os produtos da lista e, depois, pegar outro carrinho e percorrer novamente todo o supermercado, reco-lhendo produtos iguais; ou pegar um carrinho e recolher os produtos das duas compras em uma única vez e, sendo necessário, pegar outro carrinho para completar as compras.

Atividade 4O meu almOxarifadO: parte 4

1. Retome seu desenho e crie a área de separação, desenhando uma ou mais ban-cadas no tamanho que julgar adequado.

Embalagem, paletização, unitização

Feita a separação ou picking, procedimento que também é controlado pelo software gerenciador do armazém, os produtos são embalados, não necessariamente apenas quando enviados para fora da empresa – há produtos que devem estar perfeitamen-te embalados para poderem ser manuseados dentro da própria empresa –, e são encaminhados à expedição. Antes, porém, são realizados os devidos lançamentos e a conferência dos produtos e respectivos pedidos.

Havendo sobras nas embalagens ou nos paletes, estes devem ser recolocados em seus locais de armazenamento. Nessas tarefas o coletor de código de barras pode ser útil, pois é capaz de fornecer os endereços em que estão estocados os produtos e informar a quantidade a ser separada.

As embalagens são classificadas em vários tipos: a primária, que contém o produ-to propriamente dito; a secundária, que protege a primária; e a terciária, uma caixa maior que contém várias unidades do produto e é feita de papelão, plástico ou madeira. Pode haver ainda outras embalagens, maiores, mais resistentes, que acolhem mais itens, sendo mais favoráveis à movimentação, armazenagem e re-dução de danos de manuseio.

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O emprego de embalagens constitui um passo muito importante do trabalho, já que uma de suas funções é evitar perdas de mercadorias ou produtos e mesmo danos a pessoas nas operações de carga e descarga, uma vez que em-balagens inadequadas podem provocar acidentes de toda sorte. São uma fonte de custo, mas, eventualmente, podem causar prejuízos se não forem adequadas às necessidades.

Outra função das embalagens é a preservação da integridade do produto; elas devem ser capazes de manter as propriedades físicas, químicas, bioquímicas ou biológicas inalteradas, protegendo-o do Sol, da luz, do calor, da umidade, de pequenos acidentes etc.

Inúmeros produtos somente podem ser manuseados depois de prontos e devida-mente embalados, como líquidos, gases, géis e mesmo sólidos. No entanto, esse tipo de produtos e suas respectivas embalagens constituem assunto muito extenso e es-pecífico, razão pela qual não serão tratados aqui.

Outra função, igualmente importante, porém do ponto de vista mercadológico, é serem atraentes, pois estimulam o consumo, a curiosidade, o impulso de compra, além de proporcionar informações diversas em função do tipo de produto. Existem empresas especializadas em pesquisar e criar embalagens que possam exercer, sobre o consumidor, maior capacidade de atração para o produto.

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Além disso, órgãos reguladores exigem que inúmeras informações sejam afixadas nas embalagens, como as tabelas de valor nutricional e as informações de serviços de fiscalização governamental nos produtos alimentícios.

Assim, não somente os produtos devem ser embalados para serem preservados, mas suas próprias embalagens também devem ser preservadas, já que as danificadas desestimulam a aquisição do produto; nos alimentícios, favorecem ou permitem sua deterioração.

Como todos os processos de logística, a área de embalagens também tem sido objeto de estudos e pesquisas pelas empresas, apresentando grandes inovações no decorrer do tempo, como a invenção do isopor e das embalagens longa--vida, dos filmes plásticos e, mais recentemente, dos compostos de papel de alta resistência.

O procedimento de embalagem também tem em vista a unitização, o que significa reunir diversos produtos embalados dentro de uma única embalagem maior, evi-tando a movimentação individual de pequenos volumes e protegendo a mercadoria, pois esse tipo de embalagem é mais resistente e adequado ao manuseio por parte dos equipamentos e dos operadores.

Assim, o ideal é que as embalagens secundárias ou terciárias tenham dimensões e formatos que facilitem a unitização e a paletização, isto é, a composição de volumes sobre os paletes, que respeitem suas dimensões em todas as laterais, sejam lisas no lado superior e respeitem as alturas das estruturas de armazenagem. As cargas de-vidamente unitizadas costumam ser envoltas por cintas plásticas ou metálicas, ou mesmo filmes plásticos, cantoneiras, chapas de papelão ou madeira, tudo para que se tornem rígidas.

Um volume que não se apresente nas dimensões e com a rigidez corretas certa-mente trará problemas no momento de sua introdução ou remoção do porta--paletes pela empilhadeira. Volumes devidamente unitizados, paletizados e com medidas padronizadas favorecem todas as operações de carga e descarga, não apenas nas estruturas de armazenamento, mas, igualmente, nos caminhões, con-têineres etc., aumentando a velocidade do trabalho, diminuindo riscos de aciden-tes, economizando espaços etc.

Um contêiner representaria o esquema de unitização elevado a sua máxima dimen-são: uma embalagem bastante resistente na qual são colocadas inúmeras embalagens menores, menos resistentes, de modo a evitar acidentes e, ao mesmo tempo, reduzir drasticamente as operações de movimentação de carga.

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Contêiner: uma “embalagem” resistente.

A origem dos contêineres

Em 1937, o jovem estadunidense Malcom McLean (1913-2001), dono de uma pe-quena empresa transportadora, observava, no porto de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), um embarque de mercadorias contendo algodão. Ele notou que o processo era muito demorado e causava bastante desperdício de mate-rial. Com isso, teve a ideia de criar um meio de armazenagem e transporte de cargas.

Surgiram, então, os primeiros contêineres: grandes caixas de aço padronizadas para embarque nos navios. Depois de várias experiências realizadas no próprio país, em 1966, o empresário lançou-se na aventura de enviar o SS Fairland – o primeiro cargueiro adaptado ao carregamento de 50 contêineres apto a navegar por águas internacionais – até o porto de Roterdã, na Holanda, na época o maior porto do mundo.

Anos depois, McLean fundou a companhia Sea-Land (depois Maersk-Sealand) – entre outras, pioneira do sistema intermodal, que utiliza duas ou mais modalidades de transporte de carga desde sua origem até o destino final.

A invenção de McLean transformou o sistema de transporte mundial: atualmente, 95% de toda a carga circulante no mundo é transportada em contêineres. Além disso, hoje em dia os contêineres servem de inspiração para acomodar escritórios, móveis, banheiros públicos e até mesmo salas de aula adaptadas.

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Malcom McLean.

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Atividade 5O meu almOxarifadO: parte 5

1. Reflita se em seu almoxarifado a área de embalagem ocupa o mesmo espaço da área de separação. Caso não ocupe, talvez um pequeno e comprido retângulo representando uma esteira rolante possa unir as duas áreas, e, se assim for, dese-nhe ambas: uma bancada para embalagem e uma esteira.

Atividade 6estudO de meiO: visitandO um almOxarifadO

1. Agora que você e seus colegas já discutiram sobre o trabalho que é realizado nos almoxarifados, podem se organizar em grupo para conhecê-los pessoalmente. Para que a experiência seja mais rica para a classe, cada grupo deve escolher um almoxarifado ou estoque diferente. Por exemplo: de uma loja de roupas, de calçados, de eletrodomésticos, de material de construção, de uma obra de cons-trução civil, de dois ou três tipos diferentes de indústria, de um estabelecimento agrícola ou pecuário etc.

2. Depois de escolhido o local de visita dos grupos, para que a ida ao almoxa-rifado ou depósito seja mais proveitosa, é recomendável que vocês preparem antes um roteiro de observação. Pensem no que será observado: O trabalho das pessoas? Os equipamentos? As instalações? A forma como estão organi-zados os itens estocados? A expedição? Os métodos e instrumentos de con-trole? Tudo? Talvez seja interessante que cada membro do grupo observe aspectos diversos, de modo que possa ver com mais atenção para depois re-latar aos demais o que perceber.

3. Após a visita, façam uma discussão coletiva, de forma que o trabalho traga mais informações para a classe.

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unida d e 10

Passo a passo no almoxarifado: expedição e distribuição A etapa de expedição e distribuição engloba todos os procedi-mentos que concretizam o envio da mercadoria ao cliente, que, como já foi visto, pode ser um distribuidor, um atacadista, um varejista etc. Essa etapa pode tanto ser realizada pelo próprio fabricante ou fornecedor do produto quanto por terceiros.

Em geral, as grandes empresas, cujo volume de produtos a serem distribuídos é bastante elevado, têm optado por não assumir diretamente essas tarefas, preferindo terceirizá-las, servindo-se dos operadores logísticos, que são empresas espe-cializadas em realizar a distribuição.

Nesse ponto, o foco – não só em termos de custos, mas também por ser aquele que encerra o ciclo de compra de um produto – é o transporte. Segundo estudos de Salgado, Ribeiro e Ferreira, as despesas com transporte representam 60% das despesas totais de logística, razão pela qual todos os procedimentos nessa área devem ser muito bem planejados.

Assim, uma empresa que procure fornecer seus produtos até pontos muito distantes de sua fábrica deve preocupar-se em ter custo de transporte o mais baixo possível para um nível de ser-viço adequado, escolhendo o modal mais barato, a fim de que seus produtos não deixem de ter um valor competitivo em rela-ção aos produzidos próximos ou no local. Ou seja, para a dis-tribuição, deve haver planejamento estratégico dependendo dos mercados que se pretenda atingir.

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Expedição

Um programa de gestão do armazém muito conhecido, o Warehouse Management System (WMS), é um dos instrumentos utilizados para realizar a expedição, tendo entre suas aplicações o controle de portaria.

Com relação aos veículos que deixam a empresa, podem-se efetuar os mesmos procedimentos da entrada (registro dos veículos, dos motoristas, de horários, das notas fiscais etc.), bem como o estabelecimento de rotas; a previsão e o monitora-mento do tempo gasto no transporte; o agendamento da entrega com o cliente; a checagem dos prazos de entrega dos pedidos; o conteúdo e a movimentação dos paletes; a conferência das separações, dos pedidos, das notas fiscais e do transporte; o acompanhamento das entregas que estão em trânsito e demais rotinas do setor.

O WMS permite também inúmeras análises de desempenho, à medida que proces-sa dados de todos os procedimentos realizados em centros de distribuição, almoxa-rifados ou depósitos, além da distribuição em si. Por isso, ele se tornou instrumento de largo uso e de grande importância para o aperfeiçoamento dos referidos proce-dimentos e, consequentemente, para a obtenção de ganhos de produtividade.

Armazém de mercadorias.

O sistema de gerenciamento do transporte, também conhecido como Transport Management System (TMS), é um software especializado na gestão da área. Suas funcionalidades permitem realizar e controlar procedimentos que compreendem os seguintes itens:

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• manutenção de componentes de veículos (pneus, por exemplo), processando dados de custo, compras e estoque;

• dimensionamento da carga e dos equipamentos necessários à operação;

• controle de portaria;

• gestão de motoristas quanto ao tipo de veículo e de carga (a Carteira Nacional de Habilitação – CNH – possui várias categorias conforme o tipo de veículo que o motorista está habilitado a dirigir);

• controle de autorizações e ordens de entrega ou de coleta, de notas fiscais e emis-são da documentação de transporte (“Manifesto de Carga”, “Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e”, entre outros);

• definição de rotas, cálculos de custos das operações ou de fretes, controle de transportadoras etc., além de se integrar com o GPS (em português, Sistema de Posicionamento Global) permitindo acompanhar o deslocamento da frota.

Empilhadeira alocando produtos no caminhão.

As embalagens são etiquetadas com os dados dos destinatários (nome e endereço do comprador), e são anexados os documentos de transporte e a nota fiscal do produto. Dessa forma, os pedidos podem ser separados de acordo com as rotas que os veículos cumprirão; por destinatários, no caso de entregas em grandes volumes; por zonas geográficas; por urgência na entrega ou outros critérios. Também é pos-sível acompanhar as operações de carga dos veículos, de modo a evitar trocas de mercadorias ou de destinatários.

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64 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Esses procedimentos são fundamentais na manutenção do nível de serviço, pois entregar um produto ou uma nota fiscal errada não apenas frustra o cliente como depõe contra a imagem da empresa, além de implicar atraso na finalização do processo de atendimento ao cliente e acarretar custos adicionais com o retorno do entregador àquele destino apenas para completar o serviço. Ou seja, o nível de atenção e cuidado na realização de toda e qualquer etapa do trabalho deve ser ele-vado, já que o sistema de gerenciamento não é capaz de evitar erros humanos.

Entre os principais problemas que ocorrem nos almoxarifados estão justamente os erros cometidos nos diversos passos ou tarefas que compõem os processos. Erros em geral significam perda de tempo, de trabalho efetuado, às vezes perda da própria mercadoria, em resumo: perda de dinheiro pela ocorrência de custos desnecessários para o funcio-namento da empresa que podem, dependendo da empresa, causar demissão.

Mas, muitas vezes, esses erros são causados por falta de aprimoramento dos proces-sos. Assim, um dos aspectos importantes da atuação dos profissionais é analisar continuamente todos os processos realizados, com suas inúmeras etapas, para veri-ficar a possibilidade de reduzir trabalho, combustível, energia, danos e erros, além do tempo gasto em sua realização.

Distribuição da carga

Outro cuidado necessário é com a distribuição da carga. É preciso ter em vista o peso e a cubagem (volume em metros cúbicos) das cargas, de modo que possam ser corretamente atribuídas aos veículos, pois eles possuem limites legais de carga ad-missível. Há controle do peso de veículos de carga nas estradas, além de vias com viadutos ou outros obstáculos com restrição de altura.

Carga mal organizada.

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Em geral, não se sabe que tipo de obstáculos um veículo enfrentará ao se dirigir pela primeira vez a outro município. Além disso, há também a questão da distri-buição da carga sobre a carroceria, já que o peso deve ser dividido conforme os eixos do veículo. A carga deve estar perfeitamente amarrada e devidamente coberta, de modo a evitar acidentes com o seu deslocamento ou arremesso.

As cargas devem sair da empresa com toda a documentação legal obrigatória, a fim de atender não somente ao comprador, mas também à fiscalização tributá-ria e de trânsito, para o caso de cargas que necessitem de autorização especial.

Mercadorias sem a respectiva documentação legal são passíveis de apreensão pelos fiscais de tributos durante a fiscalização, gerando também outras conse-quências para as empresas. Por essas razões, devem-se acompanhar de perto todas as etapas do processo de expedição e de carga dos veículos, até a sua liberação.

Quando a empresa tem uma área geográfica de atuação ampla ou exporta o seu produto, é necessário selecionar os modais de transporte para atingir os pontos desejados de entrega das mercadorias.

Essa seleção é baseada em alguns critérios, sendo os principais: custo do transporte pelos diferentes modais; características do produto que podem determinar o modal ideal ou necessário para seu deslocamento; tempo gasto no percurso pelos diferen-tes modais ou disponível para a concretização da entrega; e existência da infraes-trutura do modal nos pontos de origem e destino.

Exemplo de carga bem organizada.

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Atividade 1O meu almOxarifadO: parte 6

1. Neste momento, insira no seu desenho o que seriam as instalações de um peque-no escritório, em que ficam os computadores nos quais são efetuados todos os registros que os softwares processam, e onde as pessoas cuidariam da expedição, tratando com transportadoras, profissionais autônomos ou com os motoristas da frota própria.

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unida d e 11

Linguagem não verbal: sua segurança no trabalhoQuando se fala em linguagem, é comum pensar logo no uso das palavras ditas ou escritas.

A este tipo de linguagem chamamos linguagem verbal. Mas a comunicação humana não se resume apenas à linguagem verbal; para nos comunicarmos utilizamos também a linguagem não verbal, ou seja, aquela baseada em sinais, símbolos, sons, gestos e imagens diversas como fotografia, pintura, escultura, e que são encontradas em toda parte.

Você já reparou que vivemos cercados de símbolos e sinais e que muitos deles estão relacionados à nossa saúde, segurança e tam-bém às normas de convivência fundamentadas nas leis que vi-goram em nosso país?

Nas ruas, nos deparamos a todo o momento com placas e sinais orientando o trânsito, avisando o que é permitido e o que é proibido, alertando para locais prioritários a idosos, gestantes, deficientes etc.

Em escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios públicos encon-tram-se, igualmente, sinais ou avisos como: “Proibido fumar”, “Cuidado: piso molhado”, “Em caso de incêndio não use o elevador”, “Cuidado: escada”, “Silêncio”, “Não buzine”, “Res-peite a fila”, “Respeite a faixa de segurança” etc.

Veja alguns exemplos a seguir.

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Atividade 1sinais e símbOlOs

1. Reúna-se com mais três colegas e elaborem uma lista de dez sinais ou avisos dos quais vocês se lembram, relacionados à saúde, segurança e prevenção de aciden-tes nos locais que constam no quadro:

Sinais ou avisos Para que servemLocais onde podem ser encontrados

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EM CASO DE INCÊNDIONão use o elevador

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2. Depois de terminarem o preenchimento do quadro, todos os grupos poderão socializar os sinais e avisos dos quais se lembraram.

3. Elaborem uma nova lista, agora muito maior, com todos os sinais e avisos lem-brados pela classe. Este exercício evidenciará o quanto a questão da prevenção de acidentes e respeito à saúde está presente em nossas vidas e conta com legislação e fiscalização próprias.

Atividade 2revelandO O trabalhO

1. Observe a fotografia a seguir e responda:

a) Você já havia visto esta fotografia?

b) Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens que aparecem na imagem realizam?

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c) Onde esses homens estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem “com-provar” suas hipóteses?

d) O que eles estão fazendo no momento da foto?

e) Que título você daria a essa fotografia?

2. Agora observe esta outra fotografia e responda:

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a) Que idade você imagina ter a menina da foto?

b) Essa é uma fotografia atual? Quais evidências podem “confirmar” sua hipótese?

3. Se as imagens apresentadas nesta atividade fossem atuais, e acionando os conhecimentos que você já tem, que aspectos da legislação trabalhista brasileira as si-tuações apresentadas estariam desrespeitando?

4. Agora discuta com o colega ao lado as suas respostas e as respostas dele. Suas ideias são iguais ou parecidas às dele? Seu colega apresentou algum aspecto diferen-te do seu? Você concorda com ele? Por quê? Registre aqui suas impressões.

Caso não recorde o que estudou sobre saúde e trabalho, pesquise os

conteúdos dos Cadernos do Trabalhador 1 e 7 – Conteúdos Gerais,

disponíveis em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso em:

23 abr. 2015.

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72 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Veja a seguir a história das fotos apresentadas.

A primeira fotografia é uma foto clássica e conhecida mundialmente. Trata-se de Lunch atop a skyscraper (Al-moço no topo de um arranha-céu), fotografia de Charles C. Ebbets (1905-1978) feita em 1932, que mostra um grupo de operários da construção civil almoçando em condições de segurança precárias e inadmissíveis nos dias de hoje. A composição, com o belo cenário de Nova Iorque ao fundo e as condições curiosas capturadas, tor-nou essa fotografia uma obra de arte.

A foto é polêmica, pois há quem diga que é uma monta-gem, parte de uma jogada publicitária de marketing para divulgar a construção do Rockefeller Center. Tirada no 69o andar, foi publicada juntamente com outras em um suplemento dominical de um jornal de grande circulação. Observe que os operários não usam cinto de segurança, não usam capacete e qualquer passo em falso seria fatal.

A segunda fotografia mostra uma garota em linha de produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills, em Man-chester do Sul, Connecticut, Estados Unidos, em 1924. A fotografia foi tirada pelo sociólogo Lewis Hine (1874-1940) e encontra-se em exposição na Biblioteca do Con-gresso Nacional (EUA).

As crianças fizeram parte da força de trabalho ao longo da História. Nos EUA, essa realidade também se concre-tizava no início do século XX (20). Lewis Hine encontrou na fotografia uma forma de denunciar a exploração do trabalho infantil e, entre 1908 e 1924, produziu um vas-to material sobre a vida das crianças estadunidenses.

No Brasil, existem leis que regulamentam os direitos e deveres dos trabalhadores. Elas fazem parte do Decreto-lei federal nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A CLT garante que condições degradantes e de exploração não mais ocorram. Em seu artigo 403, por exemplo, proíbe o trabalho a me-nores de 16 anos de idade, com exceção do trabalho na condição de aprendiz, que pode ocorrer a partir dos 14 anos.

Você sabia?A Norma Regulamenta-dora (NR) no 15 define quais são as atividades e operações insalubres. Se quiser saber mais sobre esse assunto, visite o site do Ministério do Trabalho e Emprego, disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma- regulamentadora-n-15-1.htm>. Acesso em: 23 abr. 2015.

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5. Para finalizar esta atividade, escreva em seu caderno uma redação sobre o tema: Acidentes de trabalho e proteção do trabalhador pelas leis – quais desafios devem ser enfrentados?

A ocorrência de acidentes

É fato que em todos os lugares estamos sujeitos a sofrer acidentes. Você deve conhecer pessoas que já se aciden-taram em casa, nas ruas, no local de trabalho, nas estra-das, não é mesmo?

Nesta seção, será abordada mais especificamente a pre-venção dos acidentes de trabalho. Para isso, serão utiliza-das as ideias de Leonardo Boff (1938-) para dar sequência a nossa conversa.

O grande desafio para o ser humano é combinar

trabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas se

compõem.

[...]

O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuida-

do. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Por-

tanto, abrange mais que um momento de atenção,

de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de

ocupação, preocupação, de responsabilização e

de envolvimento afetivo com o outro.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 18. ed. Petrópolis:

Vozes, 2012. p. 111 e 37.

Insalubre: 1. Que não é sau-dável. 2. Diz-se de local em que há agentes nocivos à saúde ou em que se dá a exposição a estes acima dos limites de tolerância (cidade insalubre; fábrica insalubre).

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

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Quando um acidente acontece na empresa, é muito comum que as pessoas atribuam a causa dele a uma pessoa que foi descuidada. Mas o importante é considerar a organização do trabalho, as formas de prevenção do acidente fornecidas pela em-presa e, em particular, o fornecimento pelo empregador de equipamentos de prote-ção individual (EPI).

Atividade 3prevençãO de aCidentes

1. Leia a seguir a notícia sobre um acidente de trabalho fatal ocorrido com um auxiliar de almoxarifado.

Atenção aos riscos de acidente!

Um rapaz de 22 anos faleceu por causa de um acidente de trabalho. Joel, auxiliar de almoxarifado, carregava um caminhão com bobinas de lona de freio, as quais, juntas, pesavam aproximadamente 800 kg. Foi atingido por uma delas, o que o conduziu ao óbito.

2. Converse com o colega ao lado sobre as possíveis causas do acidente e como ele poderia ter sido evitado. Escreva as hipóteses levantadas nas linhas a seguir.

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3. Esse trabalhador estava cumprindo uma de suas atri-buições? Justifique sua resposta.

A importância do conhecimento legal

Em primeiro lugar, a questão da segurança nas empresas é responsabilidade do empregador. As Comissões Inter-nas de Prevenção de Acidentes (Cipa) têm o papel de fiscalizar o cumprimento de leis e normas que garantam a saúde e a integridade física e mental dos trabalhadores.

Portanto, pelo menos três aspectos precisam ser obser-vados:

• o local de trabalho;

• os equipamentos;

• os trabalhadores.

Quanto ao local de trabalho

Quando o trabalhador não utiliza os equipamentos de segurança necessários para o exercício da sua atividade profissional, pode-se dizer que está em um ambiente de risco e em uma condição insegura de trabalho. As em-presas precisam adotar medidas que tornem esse ambien-te mais seguro. Veja algumas normas a serem seguidas.

Toda empresa com mais de 20 empregados deve ter uma Cipa,

formada por trabalhadores eleitos pelos colegas. Você pode se

aprofundar no assunto consultando o Caderno do Trabalhador 5 –

Conteúdos Gerais – “Saúde e segurança no trabalho”. Disponível

em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso em: 23 abr. 2015.

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Sinalização de segurança

A Norma Regulamentadora (NR) no 26 determina:

26.1 Cor na segurança do trabalho.

26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.

[...]

26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

[...]BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 26. Sinalização de segurança. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A31190C1601312

A0E15B61810/nr_26.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015.

O almoxarifado emprega comumente empilhadeiras e esse “trânsito” precisa ter normas, pois a sinalização tem a função de alertar e prevenir acidentes.

Prevenção e combate a incêndios

Os trabalhadores devem receber treinamento específico para combater qualquer foco ou princípio de incêndio no galpão, estoque etc. É preciso saber evitar que o fogo se inicie e, caso isso não seja possível, é necessário combatê-lo com rapidez e eficiência.

Geralmente, os incêndios têm seu princípio em pequenos focos que, se controlados, podem evitar acidentes maiores, pois até a chegada dos bombeiros o fogo pode se alastrar rapidamente. Para controlá-lo, é preciso ter conhecimento da melhor forma de fazê-lo.

No seu ambiente de trabalho você poderá encontrar alguns símbolos com informações quanto ao risco de incêndio. Normalmente, essa sinalização é composta por informa-ções de proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Veja a seguir alguns desses símbolos.

1. Sinalização de proibição

Código 1

Proibido fumar

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1. Sinalização de proibição

Código 2

Proibido produzir chama

Código 3

Proibido utilizar água para apagar o fogo

Código 4

Proibido utilizar elevador em caso de incêndio

2. Sinalização de alerta

Código 5

Alerta geral

Código 6

Cuidado, risco de incêndio

Código 7

Cuidado, risco de explosão

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2. Sinalização de alerta

Código 8

Cuidado, risco de corrosão

Código 9

Cuidado, risco de choque elétrico

3. Sinalização de orientação e salvamento

Código 12

Saída de emergência

Código 13

Saída de emergência

Código 14

Saída de emergência

Código 15

Saída de emergência

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3. Sinalização de orientação e salvamento

Código 16

Escada de emergência

4. Sinalização de equipamentos

Código 22

Telefone ou interfone de emergência

Código 23

Extintor de incêndio

Código 24

Mangotinho

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80 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

4. Sinalização de equipamentos

Código 25

Abrigo de mangueira e hidrante

Código 26

Hidrante de incêndio

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Método de extinção Extintores

Sólidos que queimam e deixam resíduos

Madeira, papel, tecidos, borracha, carvão

Resfriamento

Água, espuma química e espuma mecânica

Líquidos que queimam e não deixam resíduos

Gasolina, álcool, diesel, tíner, tinta, graxa, acetona

Abafamento

Gás carbônico, pó químico seco, espuma mecânica

Elétricos que estão ligados a uma rede elétrica

Quadros de distribuição, equipamentos elétricos, fios sob tensão

Abafamento Gás carbônico, pó químico seco

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Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Método de extinção Extintores

Metais pirofóricos

Magnésio, zircônio, titânio, alumínio em pó, antimônio

Abafamento Pó químico seco especial

Materiais radioativos

Césio, urânio, cobalto, tório, rádio

Acionar Corpo de Bombeiros 193

Gordura animal e óleo vegetal em estado líquido ou sólido

Óleo de cozinha comercial e industrial

Abafamento Base alcalina

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.

Brasília: Sest/Senat, 2011.

Quanto aos equipamentos

Os equipamentos de proteção podem ser de uso coletivo e individual.

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RFOs equipamentos de proteção coletiva (EPC) devem

ser dispostos em todos os locais de trabalho e cumprem a função de proteger os que neles trabalham. Você já deve ter reparado que há em lojas, supermercados, shoppings etc. extintores, mangueiras de incêndio e mesmo sprinklers, que são os dispositivos instalados nos tetos sensíveis à temperatura que, uma vez eleva-da, os aciona liberando água em abundância.

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82 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

O item 6.1 da NR no 6 considera que equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, desti-nado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Para o almoxarife ou estoquista os tipos mais utilizados de EPI utilizados são:

Capacete: obrigatório em locais que apresentem riscos de queda de peças, material etc. São exemplos a construção de um prédio e um depósito, cujos objetos dispostos nas prateleiras podem cair no momento de sua movimentação.

Óculos de segurança: importante equipamento para proteção dos olhos, eles são mais utilizados em atividades industriais. Dependendo dos produtos estocados no almoxarifado ou no estoque, você também precisará utilizá-los, como no caso de produtos químicos.

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Protetores auriculares: obrigatórios em ambientes que apresentem ruído acima de 85 decibéis. O almoxarifado ou o estoque podem estar instalados ao lado, por exem-plo, da produção e registrar ruídos que comprometem a audição dos trabalhadores. Nesses casos, os empregadores são obrigados a fornecer a proteção a todos os traba-lhadores.

Máscara respiradora: almoxarifados e estoques são locais que apresentam acúmu-lo de poeira, além de poder abrigar produtos químicos. É, portanto, EPI funda-mental para sua saúde.

Botinas ou sapatos: são normalmente reforçados e confeccionados com material mais resistente. Com eles você estará mais protegido contra topadas em paletes, choques elétricos ou mesmo quedas de objetos.

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84 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Luvas de segurança: usadas no manuseio de paletes vazios, trabalhos de transferência de paletes, arrumação ou manuseio de cargas.

Cinto de segurança: necessário se a operação ocorrer em lugares altos, caso seja preciso o uso de escadas ou no manuseio de máquinas.

A NR no 11 determina os requisitos de segurança que devem ser observados nos locais de trabalho, em relação ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, com o fim de prevenir acidentes.

Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 11. Transporte, movimentação,

armazenagem e manuseio de materiais. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/

FF8080812BE914E6012BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015.

Fique atento ao uso dos EPi dependendo do local em que

trabalhará. É possível, por exemplo, que seja necessário o uso de luvas especiais ou aventais específicos para situações que coloquem em

risco sua saúde.

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Quanto aos trabalhadores

Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes não ocorram. É fundamental que os trabalhadores estejam capacitados, orientados e aptos para garantirem a segurança individual e coletiva.

Em relação à aquisição, utilização e manutenção dos EPI, a NR no 6 do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece as responsabilidades do empregado e empregador:

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e

conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados

livros, fichas ou sistema eletrônico. [...]

6.7 Responsabilidades do trabalhador. [...]

6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio

para uso; e,

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86 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 6. Equipamento de proteção individual – EPI. Disponível em: <http://portal.mte.gov.

br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR-06%20%28atualizada%29%202010.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015.

Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais, podendo até mesmo resul-tar em punições rigorosas previstas por lei, caso não sejam observadas. O Decreto-lei federal no 4.657, de 4 de setembro de 1942, indica, em seu artigo 3o, que é indescul-pável afirmar o desconhecimento da lei:

Art. 3º – Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

BRASIL. Decreto-lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 23 abr. 2015.

Ou seja, uma empresa que não oferece EPI adequado aos trabalhadores não pode jamais alegar que desconhecia a lei e que, por isso, não fornecia os equipamentos. Do lado dos trabalhadores, a lei também vale, pois, se é obrigatório o uso de EPI no local de trabalho e a empresa os ofereceu, o funcionário deve fazer uso deles; do contrário, pode sofrer penas, inclusive demissão por justa causa.

Atividade 4segurança nO trabalhO

1. Observe a charge e leia o texto a seguir.

SOMEPESS

AUTOR

NORMAS DE SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHOAVISO

ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA E SAÚDE

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Tradução: Eloisa Tavares.

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As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos

impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que faze-

mos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prá-

tica, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a da coerência.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 65.

2. Qual é a relação que se pode estabelecer entre a frase de Paulo Freire e a charge observada?

3. Qual é, em sua opinião, a importância da coerência, do cuidado e do exemplo nas atitudes e ações das pessoas, relacionadas à segurança e prevenção de aciden-tes no trabalho?

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88 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

4. Reúna-se com mais três colegas e compare suas respostas com as deles. Registre as conclusões do grupo nas linhas a seguir.

Saúde e segurança no trabalho

Como foi visto, há possibilidade real e concreta de ocorrerem acidentes no interior do almoxarifado ou depósito, nos pátios e nas docas, sem levar em conta a área de produção com suas máquinas, robôs, esteiras etc. Por essa razão, as pessoas que tra-balham em tais lugares devem estar sempre bastante atentas às questões de seguran-ça do trabalho e utilizar sempre os EPI.

Seguem algumas orientações relativas ao manuseio de objetos:

• ao manusear materiais que possuem arestas cortantes, jamais se deve deixar de utilizar luvas apropriadas;

• ácidos, substâncias corrosivas, gasosas, fumegantes etc. requerem, no mínimo, luvas, óculos, aventais, botas e, em alguns casos, máscaras de gás;

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al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 89

• ao manusear objetos pesados recomenda-se o uso de luvas e calçados adequados (antiderrapantes; com pro-teção para os dedos dos pés no bico etc.);

• ao transportar produtos com as mãos, é preciso estar atento para, de um lado, não se sobrecarregar com volumes excessivos que prejudiquem a visão ou a lo-comoção ou cujo peso não possa ser suportado por todo o trajeto a ser percorrido sem esforço demasiado; de outro lado, não erguer produtos pesados sozinho, sem auxílio mecânico ou humano (evitando distensões e surgimento de hérnias), e, principalmente, lembrar--se continuamente das recomendações da ergonomia (por exemplo, flexionar os joelhos ao erguer pesos com as mãos, não flexionando a coluna vertebral), como veremos mais adiante;

• naturalmente, é preciso um cuidado extremo no caso de empresas que trabalham com produtos inflamáveis, combustíveis, comburentes, voláteis, corrosivos, ácidos, substâncias tóxicas, radioativas, venenos, alérgenos etc.

Nem todas as substâncias que provocam danos à saúde têm efeito imediato, existindo uma infinidade que o fazem lentamente, de forma imperceptível, porém irreversível –

seja por aspiração, por contato com a pele, cabelos, olhos ou por

proximidade com substâncias radioativas.

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90 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Mas além de usar os EPI apropriados, é necessário ter sua atenção voltada para um “hábito” que pode ocorrer com frequência em alguns locais: a obstrução de corre-dores, por produtos, paletes, embalagens, e, sobretudo, das rotas de fuga e dos locais nos quais estão instalados os equipamentos contra incêndio – lugares em que mui-ta gente gosta de “encostar” objetos que não estão em uso, temporariamente, “só por meia horinha”. Independentemente da existência ou não de sprinklers, detecto-res de fumaça ou outros equipamentos, uma rota de fuga obstruída pode colocar em risco a vida de todos.

Lembre-se de que os equipamentos contra incêndio, sejam os vários tipos de extintores, sejam hidrantes ou mangueiras, exigem inspeções periódicas para checagem de sua condição de uso e validade, assim como a realização de testes: mangueiras apodrecem, válvulas emperram, extintores deixam escapar pressão etc. Portanto, muita atenção a ensinamentos, recomendações e treinamentos promovidos pelo pessoal da Cipa.

Outra recomendação importante é que se mantenham os pisos do armazém devida-mente limpos, especialmente livres de substâncias gordurosas ou escorregadias. O mesmo cuidado deve ser tomado com empilhadeiras, paleteiras, carretos, prateleiras, esteiras e pontes rolantes, elevadores monta-carga, bem como com as embalagens dos produtos, além das próprias mãos, punhos e antebraços.

No que toca aos equipamentos, é necessário estar atento:

• ao se aproximar de guindastes e esteiras ou pontes rolantes suspensas, vãos de elevadores e, mesmo, empilhadeiras em uso;

• ao limite de volume da carga que esses equipamentos podem transportar, evitan-do sobrecargas;

• ao limite de velocidade com que se deve circular com os equipamentos dentro do armazém;

• e, tão importante quanto, à permanente manutenção para garantir perfeitas condições de uso e operação de cada um dos equipamentos, já que simples falhas podem provocar sérios acidentes.

Tais precauções vão além das que se deve ter com toda a rede elétrica; com as fiações, correias, correntes e tubulações dos equipamentos; com o vazamento de óleo ou água; e com as empilhadeiras movidas a gás e os respectivos botijões, de modo geral.

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Existem várias causas ou diversos fatores que podem provocar acidentes. Nunca deixe de usar os equipamentos de segurança, pois eles podem salvar sua vida! Você viu que todas as operações realizadas em um almoxarifado exigem cuidado e aten-ção. Percebeu a importância do uso de procedimentos, equipamentos e instalações perfeitamente adequados a sua realização. Isto é, devem sempre ser utilizados pale-tes, prateleiras, empilhadeiras ou outros equipamentos adequados às dimensões dos produtos (tamanho, altura, extensão, volume cúbico, peso), à facilidade ou dificul-dade de manuseio, a fragilidade, acidez, condição de corrosivos, inflamáveis, explo-sivos etc.

Extintor de parede. Extintor de carrinho.

Extintor demarcado no chão.

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92 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Como foi citado, um breve planejamento prévio das operações também facilita visualizar as etapas, os passos ou pontos em que se pode, em uma eventualidade, estar mais sujeito à ocorrência de acidentes. E, sobretudo, pode ajudar a evitar improvisações, “jeitinhos” que podem acarretar consequências graves não somente ao trabalhador que os adota, como, o que é ainda pior, aos colegas que não “impro-visam”.

O significado das cores

Retomando e aprofundando o que você já estudou sobre segurança, observe as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a NB-76/59, que estabelece e classifica cores para a prevenção de acidentes em locais de trabalho, e a NR no 26, que fixa cores para sinalização de segurança, de uso corrente nos armazéns, depósitos, almoxarifados, entre outros, normatizando sua adoção como fator de segurança das empresas. Cada cor tem uma função ao identificar diversas situações ou condições, parte delas referindo-se a riscos imediatos.

É preciso, portanto, familiarizar-se plenamente com seu uso, de modo que seja possível identificar as situações instantaneamente.

Veja os significados das cores:

• Vermelho: sinalização para equipamentos contra incêndio – extintores, hidrantes, alarmes, baldes de areia ou água e caixas em que são acondicionados cobertores utilizados para cobrir o foco de incêndio, extinguindo as chamas pelo abafamen-to. Pode indicar advertência ou perigo, como nas luzes ou em botões de interrup-tores de circuitos elétricos. Colore os equipamentos e sinaliza e delimita sua localização, bem como de saídas de emergência. Lembre-se de que é proibida a obstrução tanto das sinalizações quanto dos equipamentos.

• Laranja: indica alerta a equipamentos ou dispositivos que oferecem risco – par-tes móveis de equipamentos diversos, polias, engrenagens, caixas de proteção de componentes ou dispositivos elétricos e partes móveis internas que se tornam visíveis quando abertas. Indica também equipamentos de salvamento aquático, como boias, coletes, botes etc.

• Amarelo: solicita atenção a instalações e equipamentos diversos que oferecem risco em menor grau que os itens de cor laranja – pisos de entrada em elevadores de carga ou misto e as bordas de suas portas; outros tipos de aberturas, como poços; faixas delimitadoras de áreas de circulação mista (pessoas e máquinas); paredes do fundo de corredores sem saída, escadas, corrimãos, parapeitos, colunas,

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vigas, pilastras, cancelas, cavaletes para bloqueio de tráfego; equipamentos de movimentação de carga, como guindastes, empilhadeiras, caçambas, esteiras ou pontes rolantes, reboques, equipamentos suspensos. Indica também componentes dos equipamentos contra incêndio, como válvulas e registros.

• Verde: indica equipamentos ou instalações voltados à segurança – portas de salas de atendimento médico emergencial; caixa de produtos de primeiros socorros, de máscaras, de macas, de EPI, assim como quadros de avisos; delimitação de áreas de circulação que não apresentam risco em relação a tráfego de equipamentos mecânicos; áreas de vivência.

• Azul: equipamentos e instalações que requerem cuidado no uso – válvulas e registros, escadas, elevadores, caixas de controle de dispositivos elétricos; EPI específico. Serve também para indicar ações proibidas ou obrigatórias: não movimentar determinados equipamentos ou instalações, não ligar a energia elétrica, não utilizar o equipamento.

• Púrpura: indica produto, área, instalação ou equipamento radioativo – possui-dores de fontes de radiações eletromagnéticas penetrantes ou partículas nucleares.

• Branco: indica áreas de circulação restrita a pessoas, como passarelas e corredo-res; áreas em torno de equipamentos de emergência médica; abrigos; recipientes para coleta de resíduos da área médica; bebedouros de água.

• Preto: indica equipamentos ou instalações voltados à coleta de resíduos ou detri-tos a serem descartados, exceto os da área de saúde.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7195. Cores para segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

A adoção, mesmo que rigorosa, da sinalização por cores não é a única ação que deve ser tomada para buscar incrementar a segurança no trabalho.

Como em outras situações, a atenção quanto à segurança tende a diminuir com o tempo, facilitando o surgimento de situações de risco cometidas, em geral, por imprudência ou distração. É um fenômeno denominado fadiga do estímulo, ou seja, um estímulo visual (a visão de um cartaz, por exemplo) ou auditivo (ouvir uma recomendação dada pelo supervisor, por exemplo), quando repetido diversas vezes, da mesma forma e com o mesmo conteúdo, tende a ir, pouco a pouco, perdendo o poder de estimular a pessoa até praticamente não mais causar o resultado que se propõe (transmitir uma mensagem, no caso do cartaz e/ou da recomendação). Isso significa que a atenção da própria pessoa em relação às situações que oferecem risco torna-se cada vez menor, até não mais ter efeito.

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94 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

Para que esse fenômeno não aconteça, as pessoas devem, com frequência, procurar analisar as situações de risco, recordá-las, estudá-las, mesmo que já as conheçam perfeitamente.

Por essa razão, já que as cores sinalizadoras também tendem a perder seu efeito, os cartazes e avisos contendo séries de recomendações devem ser utilizados de modo rota-tivo. Se possível, devem ser sempre inovados, mesmo que tratem de um mesmo assun-to, de modo que consigam chamar a atenção dos trabalhadores por mais tempo.

Por fim, sua localização deve ser estratégica, em pontos nos quais as pessoas permaneçam paradas por algum tempo (próximo a bebedouros, ao café ou outro local), e não devem ficar em áreas de mera passagem, como corredores. Nunca devem ser afixados próximos a avisos de ordem geral – relacionados a qualquer outro assunto da empresa – que não seja a segurança no trabalho. Assim, podem vir a ser objeto da atenção necessária por parte do trabalhador.

Um bom procedimento paralelo é realizar rápidas palestras com troca de opiniões e discussão de situações, todas as vezes que um novo cartaz ou informativo sobre a segurança for afixado.

Ergonomia

A ergonomia (ergo, trabalho e nomos, normas, regras) é um assunto que requer muita atenção por parte dos trabalhadores, por estar relacionado direta e profun-damente à saúde. Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (IEA):

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica rela-

cionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e

outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios,

dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e

o desempenho global do sistema.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO). O que é ergonomia. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_

ergonomia>. Acesso em: 23 abr. 2015.

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Para o trabalho no almoxarifado, interessam especialmente as implicações de pos-turas e movimentos inadequados na realização de tarefas, com ou sem uso de es-forço físico, bem como as consequências que deles decorrem para o corpo humano.

Os estudos ergonômicos, por exemplo, indicam a altura correta de bancadas quan-do são operadas com as pessoas em pé, das bancadas e cadeiras quando se trabalha sentado, assim como a distância em que devem estar eventuais equipamentos a serem manipulados com braços e mãos.

Os estudos ergonômicos também indicam os limites dos esforços físicos – a força aplicada, as repetições e a duração – que são especialmente importantes quando se trata de erguer, abaixar ou caminhar carregando peso; as formas corretas de reali-zarem-se movimentos e as respectivas posturas, os ângulos e os apoios necessários para que todas as partes do corpo envolvidas nos movimentos sejam flexionadas de maneira adequada.

A ergonomia propõe soluções com base em estudos em que se efetua uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), tendo em vista as instalações e as operações que são realizadas no almoxarifado, por exemplo, com o objetivo de evitar fadiga e problemas consequentes de movimentos incorretos, como lombalgias, dorsalgias, dorsolombalgias, hérnias de disco etc., além de evitar acidentes.

Como resultado, são propostas soluções como a ginástica laboral compensatória a ser realizada como preparação para o trabalho; a introdução de pausas para recupe-ração; a eliminação de movimentos e posturas críticas; a orientação para as atitudes corretas; o revezamento das operações que cada trabalhador executa; mudanças na organização e no sistema ou modo de fazer o trabalho; e o redesenho das instalações e operações dentro de um projeto ergonômico mais favorável.

Deve-se ter em vista que a fadiga muscular é acelerada ou mesmo provocada antes do que seria o natural (situações de esforço físico extremo), por uma série de inade-quações na postura e movimentação corporal, sobretudo na movimentação de carga não leve, como também por conta da altura e do posicionamento dos instru-mentos da bancada.

Atividade 5O meu almOxarifadO: parte 7

1. O que você acha de incluir em seu leiaute uma pequena sala para atendimento médico emergencial?

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96 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m o x a r i f e e es t o q u i s t a 2

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unida d e 12

Revendo seus conhecimentosCom esta Unidade, chegamos ao fim deste curso. Esse é um momento de balanço, de rever o que aprendeu nesse período em que se dedicou à formação básica na ocupação de almoxa-rife e estoquista. É importante que consiga identificar o que sabe sobre essa ocupação e que se sinta preparado para buscar uma vaga no mercado de trabalho.

Para isso, vamos retomar e complementar uma atividade que você realizou no início deste curso, quando elaborou um balanço do que já conhecia nessa área. Agora é o momento de atualizá-lo.

Atividade 1revisite seus COnheCimentOs

1. No Caderno 1, você refletiu sobre alguns conhecimentos na área, indicando o que sabia, ou não, fazer. Neste momento, pense novamente sobre esse assunto e liste o que aprendeu no curso. Essa será a base para você fazer o seu currículo e buscar inserção no mercado de trabalho, mas também para identificar lacunas e procurar novas formas de aprimoramen-to nessa ocupação. Se quiser, consulte diretamente a CBO para ver com detalhes os conhecimentos necessários à ocu-pação, antes de preencher o quadro a seguir.

O que já sabia fazer O que aprendi no curso O que ainda preciso aprender

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O que já sabia fazer O que aprendi no curso O que ainda preciso aprender

2. Analise a última coluna do quadro: Ainda há coisas que você considera necessário aprender? Sim? Isso é normal e não deve desanimá-lo, pois o conhecimento é um processo contínuo e, por mais que conheçamos algo, sempre há novas concepções que precisam ser incorporadas.

3. Procure, agora, elaborar um planejamento das pró-ximas ações para dar sequência à construção da sua formação e carreira, como:

• continuar a estudar;

• procurar um novo curso nessa área;

• ler revistas ou livros especializados;

• procurar na internet mais informações sobre temas relacionados à área.

Atividade 2planeje seus próximOs aprendizadOs

1. Para fazer o seu planejamento, utilize o quadro a seguir.

O que fazer? Por quê? Como? Quando?

O planejamento é um instrumento que deve ser revisto frequentemente

para não se tornar ultrapassado. Ações e prazos podem, e devem, ser

sempre atualizados.Uma dica: não preveja ações de difícil concretização, pois, neste momento de busca por um novo

emprego, a formação que acaba de realizar é um trunfo para se

candidatar às vagas nessa área.

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O que fazer? Por quê? Como? Quando?

Prepare-se para o mercado de trabalho

Além de aprimorar os seus aprendizados, é importante preparar-se para obter um lugar no mercado de trabalho. Para iniciar a procura, você deve organizar seus documentos e fazer o seu currículo.

Para montar o currículo, comece organizando documentos que comprovem sua escolaridade, diplomas e certificados de cursos, além dos documentos pessoais.

Coloque-os de forma organizada em uma pasta, pois ela servirá para a apresentação nos locais em que você for procurar emprego. Ela deve conter:

• comprovação de escolaridade formal – diplomas;

• certificados de cursos que você fez – incluindo este;

• comprovação de experiências de trabalho, que podem incluir registros informais, declarações, fotos etc.;

• cartas de recomendação.

No currículo, você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez e tudo o que sabe fazer. Até pouco tempo atrás, os currículos eram longos e com informações bastan-te detalhadas. Atualmente, eles são mais objetivos. Vão direto ao ponto e, de pre-ferência, ressaltam os conhecimentos e as práticas relacionados à ocupação ou ao cargo que você pretende.

Os dados que sempre devem constar em um currículo para tornar sua apresentação mais adequada são:

a) dados pessoais – nome, endereço, telefone e email;

b) escolaridade – a indicação de seu grau de escolaridade;

c) objetivo – a vaga em que você está interessado;

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d) conhecimentos e práticas adequados ao trabalho pre-tendido;

e) experiência profissional – os trabalhos que já teve. Se você não teve emprego formal, escreva: “principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa: do trabalho ou atividade mais atual até o mais antigo.

Atividade 3COmO fazer um CurríCulO

1. Com base nas informações anteriores, elabore uma primeira versão de seu currículo, escrevendo as infor-mações principais.

2. Troque ideias com os colegas e com o monitor do curso, verificando se há alguma mudança a fazer.

3. Agora, no laboratório de informática, digite e for-mate o seu currículo no computador, deixando-o apresentável para que seja enviado para possíveis empregadores.

Você pode recordar como preparar arquivos no computador voltando ao

Caderno do Trabalhador 3 – Conteúdos Gerais – “ABC da

Informática”. Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso

em: 23 abr. 2015.

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Última etapa

A última etapa a enfrentar é a entrevista ou a seleção para o emprego que você pretende. Para muitos, essa etapa causa certa ansiedade; outros a encaram como mais um desafio ou obstáculo a transpor entre muitos já enfrentados na vida. É importante lembrar que, na entrevista, tanto o entrevistador quanto o candidato ficam, de início, mais contraídos, mas, à medida que ela vai transcorrendo, ambos vão se sentindo mais confortáveis.

Quando você for chamado para uma entrevista, procure manter a calma e esteja confiante. Se você foi chamado é porque seu currículo apresentou as qualificações que a empresa precisa. No entanto, outros candidatos também foram chamados e será escolhido aquele que preencher mais adequadamente as condições requeridas pela empresa e pelo posto de trabalho oferecido.

Veja a seguir algumas dicas que os especialistas dão aos candidatos:

• Prepare-se para a entrevista planejando tudo antecipadamente, reunindo os do-cumentos em uma pasta. Leve também uma cópia do currículo; o entrevistador nem sempre tem uma consigo e pode solicitar a sua.

• Verifique o endereço e calcule o tempo para chegar ao local com antecedência mínima de 15 minutos.

• Seja sincero e coerente com as informações que colocou no currículo, pois elas sempre podem ser checadas.

• Exponha com clareza o que sabe fazer na área e, caso seja perguntado, fale sobre suas atitudes e seu jeito de ser.

• Mostre-se confiante com relação ao que sabe. Evite mencionar o que, de fato, desconhece, mas seja honesto em dizer que desconhece algum procedimento se lhe for perguntado.

Chegamos ao fim do curso. Nele, você teve a chance de aprimorar seus conheci-mentos e praticar algumas técnicas específicas dessa ocupação.

Boa sorte!

Nem sempre os anúncios de vagas para essa ocupação no mercado de trabalho especificam o salário inicial; a maioria dos contratantes prefere combiná-lo na entrevista de emprego. Por isso, para saber a estimativa de salário inicial, o melhor é realizar uma pesquisa em portos, transportadoras, aeroportos de sua região ou fazer uma busca na internet.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

Passo a passo no almoxarifado: a organização do espaço

Passo a passo no almoxarifado: a armazenagem

Equipamentos e instalações

Passo a passo no almoxarifado: expedição e distribuição

Linguagem não verbal: sua segurança no trabalho

Revendo seus conhecimentos

www.viarapida.sp.gov.br