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Além do armazém Softhouses de sistemas de gerenciamento estão evoluindo e abrangendo outras áreas da cadeia de suprimentos E ra uma vez um sistema típico de WMS (“warehouse mana- gement system”, sistema de gerenciamento do armazém) que garantia a localização correta de um estoque e supervisionava o processo de atendimento de pedidos. Aparentemente, isso era bom e muitos fornecedores de sistemas focavam ape- nas na oferta dessa solução aos clientes. Hoje, os fornecedores expandiram além do WMS e oferecem soluções com uma maior abrangência. Entretanto, só faz sentido expandir o sistema se as softhouses fornecerem ao usuário siste- mas de gestão da cadeia de suprimentos que ofereçam visibilidade da origem até o consumo. Fornecer visibilidade completa ao longo de toda a cadeia de suprimentos não é uma ideia nova. A novidade é a coleção de ferramentas disponível hoje, sobretudo aquelas usadas na coleta de informações em tempo real e a capaci- dade de compartilhar estes dados ao longo das várias cadeias de suprimentos ou dos sistemas relacionados à ela. A medida que a tecnologia alcança os conceitos de supply chain, o usuário final quer uma solução integrada que permita gerenciar efetivamente o fluxo dos produtos ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Houve uma evolução nos processos de negócios. Há cinco anos, o grande desafio era um WMS que conseguisse conversar com o trans- porte e em certo ponto isso foi feito. Expandindo o alcance No geral, as empresas que antes tra- balhavam apenas com WMS o expandi- ram para outras áreas e se reposiciona- ram como empresas de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Existe uma evolução das ofertas tradicionais de © IMAM Consultoria - Tel.: (11) 5575-1400 - Revista LOGÍSTICA

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Page 1: Além do armazémlongo de toda a cadeia de suprimentos não é uma ideia nova. A novidade é a coleção de ferramentas disponível hoje, sobretudo aquelas usadas na coleta de informações

50 janeiro/fevereiro 2014

Além do armazém

Softhouses de sistemas de gerenciamento estão evoluindo e abrangendo outras áreas da cadeia de suprimentos

Era uma vez um sistema típico

de WMS (“warehouse mana-

gement system”, sistema de

gerenciamento do armazém)

que garantia a localização

correta de um estoque e supervisionava

o processo de atendimento de pedidos.

Aparentemente, isso era bom e muitos

fornecedores de sistemas focavam ape-

nas na oferta dessa solução aos clientes.

Hoje, os fornecedores expandiram

além do WMS e oferecem soluções com

uma maior abrangência. Entretanto, só

faz sentido expandir o sistema se as

softhouses fornecerem ao usuário siste-

mas de gestão da cadeia de suprimentos

que ofereçam visibilidade da origem até

o consumo.

Fornecer visibilidade completa ao

longo de toda a cadeia de suprimentos

não é uma ideia nova. A novidade é a

coleção de ferramentas disponível hoje,

sobretudo aquelas usadas na coleta de

informações em tempo real e a capaci-

dade de compartilhar estes dados ao

longo das várias cadeias de suprimentos

ou dos sistemas relacionados à ela.

A medida que a tecnologia alcança

os conceitos de supply chain, o usuário

final quer uma solução integrada que

permita gerenciar efetivamente o fluxo

dos produtos ao longo de toda a cadeia

de suprimentos. Houve uma evolução

nos processos de negócios. Há cinco

anos, o grande desafio era um WMS

que conseguisse conversar com o trans-

porte e em certo ponto isso foi feito.

Expandindo o alcanceNo geral, as empresas que antes tra-

balhavam apenas com WMS o expandi-

ram para outras áreas e se reposiciona-

ram como empresas de gerenciamento

da cadeia de suprimentos. Existe uma

evolução das ofertas tradicionais de

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distribuição e logística para uma cadeia

de suprimentos mais ampla com alguma

forma de planejamento do estoque e do

caminho até a prateleira da loja.

Um motivo da mudança é a prefe-

rência do comprador e o usuário por

uma fonte única de sistema. Ter menos

fornecedores torna o processo mais fá-

cil do ponto de vista técnico, algo impor-

tante hoje. As empresas têm margens

de lucro muito pequenas e existe uma

demanda constante dos usuários para

encontrar ferramentas que gerenciem

de forma eficiente o fluxo dos produtos

e ao mesmo tempo aumentem os lucros.

Existem fornecedores que não em-

barcam para armazéns intermediários,

eles vão diretamente à loja do varejo.

Com o WMS o fabricante controla todo

o processo desde a disponibilidade do

produto até o atendimento do pedido,

embarque e comercialização.

Há vantagens em embarcar dire-

tamente para a loja. Do lado do for-

necedor, as devoluções são menores

e a lucratividade e a venda direta são

maiores. No caso dos varejistas, as

vendas podem ser mais lucrativas, pois

o fornecedor é responsável pelos custos

de entrega, gerenciamento do estoque

e comercialização. Já do ponto de vista

do cliente, significa que o produto está

onde ele quiser e quando quiser.

Experiência do compradorA experiência do comprador é o

fator mais importante de todos. Hoje o

impacto imediato da comunicação pode

trabalhar a favor ou contra a operação.

Entretanto, nos anos 1980, o WMS

era uma solução customizada construí-

da conforme as especificações individu-

ais do usuário final. Ela ligava o softwa-

re aos dispositivos de movimentação

de materiais de um armazém como os

sistemas automáticos de estocagem e

recuperação. Hoje, os fornecedores de

WMS estão expandindo as aplicações

para as lojas e oferecem sistemas que

gerenciam três principais componentes

– estoque, mão de obra e transporte –

que são os mesmos três componentes

de uma loja.

Não é um grande desafio um WMS

gerenciar um balcão de frios, por exem-

plo. O desafio ocorre no gerenciamento

de produtos e departamentos com mais

demandas. A ferramenta de estoque

das operações do local pode lidar com

departamentos complexos, como o esto-

que da loja, que é especialmente crítico

no trato de alimentos frescos, perecíveis

e com datas de validade.

Nos últimos anos, o WMS passou do

suporte aos negócios para elementos,

como a capacitação, eficiências do ge-

renciamento de pátios e a mão de obra.

Atingiu um ponto em que existe um

fator de aumento da receita e corte das

despesas. Uma resposta está na ligação

de estoque, distribuição e transporte.

Todas as três etapas são otimizadas

individualmente, mas estão interrelacio-

nadas e temos que olhar para eles com

uma visão mais ampla. Por exemplo, os

varejistas que pedem com mais frequ-

ência embarques menores podem afetar

todos os elos da cadeia de suprimentos.

Isso impacta o estoque, a mão de obra

necessária para lidar com mais embar-

ques e o transporte fracionado, podendo

afetar o custo por unidade do produto.

Soluções disponíveisTer um mesmo fornecedor para

diferentes soluções para a cadeia de

suprimentos é uma alternativa cada

vez mais aceita pelos clientes, pelos

benefícios que traz. E os fornecedores

de softwares no Brasil disponibilizam

diversas soluções para isso.

A Sythex oferece, além do WMS, o

TMS Embarcador e B.I. logístico para

o segmento. O diretor comercial Mar-

celo Franco, cita como vantagens para

o cliente em adquirir outras soluções

de um mesmo fornecedor de TI: “tra-

balhar com uma plataforma integrada

de logística, preço e atendimento dife-

renciado, e com uma empresa vertical

especialista em logística”, comenta.

O CEO da Otimis, Hélcio Lenz,

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afirma que a principal vantagem é a

interface e conhecer previamente o

fornecedor traz economia. A empresa

comercializa no País os sistemas da

HighJump “Porém é necessário uma

visão estratégica, ver quando é vanta-

joso contratar mais de um sistema de

um fornecedor e quando não é. Deve-

-se analisar a melhor funcionalidade

para cada área específica”, diz.

A Sankhya tem uma gama diversifi-

cada de recursos para reduzir os custos

da cadeia de suprimento e otimizar os

processos de compras. De acordo com

o consultor nacional da empresa, Mar-

co Antonio Salvo, a ferramenta de CRM

(“customer relationship mangement”,

gestão do relacionamento com o cliente)

da Sankhya dispõe de um conjunto de

informações para uma gestão completa

do relacionamento com fornecedores,

oferecendo desde a sugestão de compra

calculada automaticamente, a partir do

giro dinâmico dos produtos, até o his-

tórico completo de todas as operações

com o fornecedor, incluindo sua perfor-

mance de atendimento.

“O sistema também prevê uma aná-

lise de giro que proporciona a compra

de produtos nas quantidades adequa-

das, evitando perdas de vendas por rup-

tura de estoque, alto custo de estoque,

perda de produtos por data de validade

crítica, etc.”, afirma Marco Antonio.

Para o executivo da Sanhkya, é pre-

ciso sempre considerar que o forne-

cedor de TI ideal é aquele que tem um

portfólio de soluções e uma experiência

de mercado que seja superior à neces-

sidade atual do negócio, o que permitirá

futuras expansões quando a operação

do cliente tornar-se mais abrangente

e mais complexa. Em segundo lugar, é

preciso que a solução de TI oferecida

seja escalável, que possibilite ao cliente

adquirir somente os produtos e serviços

que fazem sentido em um determinado

momento e que haja a possibilidade de

adquirir outros produtos e serviços à

medida que a operação amadurece.

“Há muitas vantagens em uma

operação que proporciona escalabili-

dade. O fornecedor de TI já conhece

as características da empresa e poderá

compreender melhor suas necessida-

des. Ao contratar novos produtos ou

serviços haverá também ganho de es-

cala, pois uma parte considerável dos

requisitos solicitados pelo fornecedor

já estarão atendidos e não haverá ne-

cessidade de integração de dados, re-

plicação, exportação de registros, ge-

ração de arquivos de conversão, etc”,

explica Marco Antonio.

A MHA tem investido muito em

sua ferramenta de WMS nos últi-

mos anos, tendo passado a operar

na nuvem desde 2006, além de ou-

tros investimentos que tornou a  fer-

ramenta uma gestora da cadeia de

suprimentos. Seu sistema atua não

só dentro do depósito como agrega

todo o gerenciamento da cadeia de

suprimentos, como coletas, entregas,

estoque em poder de terceiros, trans-

porte, ondas de ressuprimento entre

plantas, rastreabilidade de abasteci-

mentos por ondas, consumos, ges-

tão de reposição junto a compras.

O Armhazena – nome do seus siste-

ma - oferece uma gama de controle

de gestão na cadeia de suprimentos

NAvEgANdo NAs NuvENs

Investir somente no necessário é a filosofia que direciona os serviços sob deman-

da, o software como serviço (SaaS) e a cloud computing (computação nas nuvens).

Ao invés dos clientes implementarem e gerenciarem o software em suas

instalações, um provedor cuida dele pela Internet. Esta opção não só elimina

o hardware da loja, mas também deixa a administração, a manutenção e as

atualizações para o provedor com a competência central.

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Page 4: Além do armazémlongo de toda a cadeia de suprimentos não é uma ideia nova. A novidade é a coleção de ferramentas disponível hoje, sobretudo aquelas usadas na coleta de informações

além da gestão do depósito, e atua em

todas as verticais da logística.

“Caso uma empresa seja especia-

lista em mais de uma área de atuação

e tenha ferramentas que absorvam de

forma inteligente que as áreas se in-

tegrem só vem a beneficiar a empre-

sa que adquire a solução, pois terá de

tratar apenas com um único parceiro

fornecedor que entenderá melhor

a necessidade”, afirma o diretor de

projetos da MHA, Márcio Morari. “As

próprias empresas de ERP vêm ca-

minhando para isto. Com o passar da

onda de se implementar o ERP focado

em contas a pagar, receber e financei-

ro contábil, as empresas detentoras

de tecnologia de ERP vêm buscando o

aperfeiçoamento e outras verticais de

controle com aquisição de tecnologias

prontas que são agregadas ao portfólio

de produto ou com o desenvolvimento

específico”, comenta.

Para o gerente de soluções da vias-

tore systems Brasil, André Fragali, a

principal vantagem é a compatibilidade

dos sistemas aos hardwares. “Nosso

WMS permite que você atualize ou in-

clua novas tecnologias em sua cadeia de

suprimentos sem passar pelo transtorno

de uma nova implantação ou até mes-

mo um treinamento total da equipe. Por

exemplo, podemos passar de um método

de picking com coletores com radiofre-

quência para outro método 100% auto-

matizado apenas habilitando programas

internos em nosso WMS. O software

cresce junto com o cliente”, finaliza.

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