allan berbert - tcc final

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ALLAN CASSIOLATO BERBERT DIAGNÓSTICO DO TRATAMENTO DE ÁGUA, DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE FILTRO BIOAREIA NA CIDADE DE BREVES/PA

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Saneamento básico.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING

14

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGCENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVILALLAN CASSIOLATO BERBERTDIAGNSTICO DO TRATAMENTO DE GUA, DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAO DE FILTRO BIOAREIA NA CIDADE DE BREVES/PAMARING2013

ALLAN CASSIOLATO BERBERT

DIAGNSTICO DO TRATAMENTO DE GUA, DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAO DE FILTRO BIOAREIA NA CIDADE DE BREVES/PA

Monografia apresentada como parte dos requisitos necessrios para aprovao no componente curricular Trabalho de Concluso do

Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring.Orientador: Prof. Dr. Sandro R. Lautenschlager

MARING2013ALLAN CASSIOLATO BERBERT

DIAGNSTICO DO TRATAMENTO DE GUA, DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAO DE FILTRO BIOAREIA NA CIDADE DE BREVES/PA

Monografia apresentada como parte dos requisitos necessrios para aprovao no componente curricular Trabalho de Concluso do

Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring.

Aprovada em ____/____/________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Dr. Sandro Rogrio Lautenschlager (Orientador) UEM

______________________________________________________

Profa. Dra. Cristhiane Michiko Passos Okawa UEM

______________________________________________________

Prof. Me. Oswaldo Teruo Kaminata UEM

todos homens e mulheres

que escolhem abrir mo de algopara amar o prximo!

AGRADECIMENTOS(Sendo este um trabalho de final de curso, aproveito este espao para agradecer aos que de alguma forma contriburam no s para a realizao deste trabalho, mas tambm por aqueles que foram essenciais no processo de formao profissional e moral.)

minha famlia por ser minha base e, mesmo sem compreender, sempre estar ao meu lado.

Ao Ministrio Universidades Renovadas e GOU Restaurao que me mostraram que o mundo precisa de profissionais do Reino, dispostos a ir contra a correnteza!

Caroline Zanon e Carlos Henrique Marino, que me ajudaram tantas e tantas vezes a no desistir quando eu j no mais queria.

Heloize Bassetti e Lucas Rocha, que atravs da amizade e exemplo me ajudaram a responder mais solicitamente a solicitude misso e amor a orao.

Ao Frei Carlos grande irmo, amigo e exemplo de engenheiro e homem.

Ao Grupo de Orao Renascer e Projeto Desperta Jovem, o primeiro me ensinou a ser Amado, e o segundo me ensina a Amar.

Aos Missionrios da Renovao Carismtica Catlica de Breves, pela acolhida e cuidado nos dias de desenvolvimento do trabalho.

Irm Rita Raboin, Prof Marielson Guimares e todos do Movimento Pelo Uso dgua pela luta que tem feito junto ao povo Brevense e pelo norte dado a este trabalho.Ao Eneko e Bruna, irmos que tambm esto desenvolvendo projetos sobre a gua em Breves, e que me ajudaram na elaborao deste.

Ao professor Sandro, por ter aceitado desenvolver este projeto, dando crdito a ele. Etel e aos tcnicos e acadmicos do laboratrio de Saneamento Ambiental, por darem suporte aos experimentos. E finalmente a Deus, sabendo que s foi possvel fazer todos esses agradecimentos por Causa Dele e de sua magnfica providncia. Quem beber da gua que darei,

nunca mais ter Sede!Jesus Cristo

RESUMO

A cidade de Breves, situada na Ilha do Maraj, tem abundncia de gua doce em seu territrio, porm a falta de gua potvel uma questo emergencial. Isto se deve ao fato de que a gua disponvel para captao contm um alto teor de ferro, o que faz com que a gua apresente colorao amarelada e odor desagradvel. Este trabalho apresenta o diagnstico urbano do Bairro Cidade Nova II e ribeirinho do tratamento de gua, em que se utilizou de questionrios, observa-se que em ambos casos no h uma padronizao do tratamento individual, e uma parcela realiza um tratamento incompleto devido falta de informao e material. Com base no filtro de bioareia da CAWST, se desenvolveu um este mesmo filtro em PVC para implantao na cidade de Breves, fazendo testes em laboratrio utilizando-se areia de escavao e areia retirada do leito de rio, sendo que a ltima por ter forma arredondada proporciona uma vazo maior, porem com uma eficincia insuficiente. Por fim fez-se a implantao de dois filtros na cidade de Breves, um no meio urbano e outro em meio ribeirinho, devido queda do primeiro, na residncia em que foi implantado, no foi possvel avaliar. Conclui-se que a utilizao do filtro no indicada na cidade de Breves, uma vez que a gua apresenta elevada turbidez precisando-se usar um agente sedimentador e mesmo com a utilizao do filtro se faz necessria a desinfeco da gua, a utilizao do filtro seria somente um passo a mais no processo, assim necessrio investimento na capacitao dos agentes de sade, para conscientizao e formao da populao em relao ao tratamento, e na disponibilizao do material de tratamento. Palavras-chave: saneamento bsico em Breves, tratamento residencial de gua, filtro de bioareia.

LISTA DE FIGURAS11Figura 1 - Mapa da Ilha de Maraj.

13Figura 2 Trajeto de balsa de Belm Breves

15Figura 3 - Clorador ETA Breves

15Figura 4 - Misturador da gua captada com o cloro dissolvido

19Figura 5 Rua no bairro Cidade Nova II.

20Figura 6 - Trapiche presente no bairro Cidade Nova II

20Figura 7 Moradores do bairro Cidade Nova II utilizando o trapiche

21Figura 8 - Poo de uma residncia

21Figura 9 - Poo de uma residncia

21Figura 10 Abastecimento com pipa

22Figura 11 - Filtro de pedra pome

22Figura 12 - Filtro de pedra pome

23Figura 13 - Disseminao das bactrias em guas subterrneas

24Figura 14 - Captao de gua em uma casa ribeirinha.

32Figura 15 Partes integrantes do filtro bioareia

34Figura 16 Grfico de eficincia do filtro por dia

41Figura 17 Verso 10.0 do filtro bioareia da CAWST feito em concreto.

43Figura 18 Filtro Bioareia em PVC DN100

45Figura 19 Projeto do Filtro de Bioareia de PVC DN200

46Figura 20 Adaptador com flange e silicone

46Figura 21 Peas do coletor de gua.

22Figura 22 Ligao do adaptador e coletor do filtro

47Figura 23 Pea feita com t e adaptador rosquevel/soldvel.

48Figura 24 Adaptador rosquevel/soldvel vedado com cola epxi.

49Figura 25 Estrutura do Filtro DN200

49Figura 26- Gabarito de furos do Difusor em PVC

50Figura 27 Circunferncias para fabricao da tampa.

51Figura 28 Turbidmetro utilizado para anlise das comunidades ribeirinhas

52Figura 29 Separao dos agregados

53Figura 30 Explicao dos passos para o funcionamento do filtro na residncia ribeirinha.

53Figura 31 Explicao dos passos para o funcionamento do filtro na residncia no Bairro Cidade Nova II.

56Figura 31 Residncia situada no bairro Cidade Nova II em Breves PA, com possibilidade de contaminao do poo pelo esgoto proveniente da fossa.

LISTA DE GRFICOS12Grfico 1 IDHM pelos municpios Marajoaras

18Grfico 2 Grfico de populao por ano

35Grfico 3 - Remoo de Escherichia Coli por filtros operados por usurios inexperientes.

36Grfico 4 Remoo de Escherichia Coli por filtros operados por usurios experientes.

59Grfico 5 - Vazo por dia para o prottipo DN100

61Grfico 6 Nmero Mximo Provvel de Coliformes por dia no prottipo DN200

LISTA DE QUADROS

16Quadro 1 Populao no municpio de Breves pelos anos.

37Quadro 2 Indicao do mtodo de parada da lavagem da areia

43Quadro 3 - Quantitativo para a construo do filtro bioareia em PVC DN100

LISTA DE TABELAS

12Tabela 1 IDHM das cidades marajoaras

16Tabela 2 Equao da parbola e populao estimada pela equao.

17Tabela 3 Populao estimada e real

18Tabela 4 Valores de populao urbana e rural da cidade de Breves dos Censos de 1991, 2000 e 2010

30Tabela 5- Comparao entre diferentes mtodos de tratamento de gua e seu respectivo desempenho

36Tabela 6 Eficincia do filtro de bio-areia em laboratrio e em campo

42Tabela 7 Dados verso 10.0 do filtro bioareia da CAWST feito em concreto.

42Tabela 8 Dados do filtro bioareia em PVC - DN100

44Tabela 9 Comparativo dimensional entre o filtro 10.0 da CAWST e a tubulao de PVC

54Tabela 10 Resultados da aplicao do questionrio com relao gua para consumo e ao esgotamento sanitrio no bairro Cidade Nova II na cidade de Breves PA

55Tabela 11 Dados das pessoas que obtm gua de poos.

57Tabela 12 Valores levantados nas comunidades ribeirinhas

58Tabela 13 Dados da populao ribeirinha que utiliza Sulfato de Alumnio no tratamento da gua

58Tabela 14 - Dados da populao ribeirinha que faz a desinfeco no tratamento da gua

59Tabela 15 Vazo por dia para o prottipo DN100

60Tabela 16 Nmero mais Provvel de coliformes por 100mL no prottipo DN100

60Tabela 17 Vazo por dia para DN200

61Tabela 18 - Nmero mais Provvel de coliformes por 100mL no prottipo DN100

62Tabela 19 Levantamento nas visitas as casas

SUMRIO

111.INTRODUO

111.1.A Ilha de Maraj

131.2.A Cidade de Breves

191.3.O Bairro Cidade Nova II

241.4.As comunidades ribeirinhas

252.OBJETIVOS

263.REVISO TERICA

263.1.O Direito ao Uso da gua

293.2.O Tratamento da gua

313.3.Funcionamento do Filtro Bio-Areia

323.4.As Partes do Filtro Bio-Areia

333.5.Desenvolvimento da biocamada

343.6.Vazo do Filtro

363.7.Eficincia do biofiltro

373.7.1.Preparao da areia de filtrao;

383.7.2.Instalao do filtro;

383.7.3.Frequncia do derrame de gua no filtro;

383.7.4.Limpeza do topo da areia;

393.7.5.gua de fontes variveis.

393.7.6.Turbidez da gua

404.MATERIAL E MTODOS

404.1.Levantamento atravs de questionrio

414.2.Fabricao de prottipo do filtro bio-areia em PVC.

414.2.1.O prottipo

454.2.2.Mtodo Construtivo

504.2.3.Os ensaios

504.3.Visita a comunidades ribeirinhas para conhecimento dos mtodos de tratamento.

514.4.Implantao de filtros de bioareia em meio urbano e ribeirinho

545.RESULTADOS E DISCUSSO

545.1.Levantamento atravs de questionrio

545.1.1.Bairro Cidade Nova II

565.1.2.Comunidades Ribeirinhas

595.2.Prottipos em PVC

625.3.Visita as casas ribeirinhas

625.4.Implantao do Filtro

646.CONCLUSO

657.REFERNCIAS

688.ANEXOS

1. INTRODUO1.1. A Ilha de Maraj A Ilha de Maraj, situada no norte do Par, tem sua localizao na foz do Rio Amazonas. a maior ilha de gua doce do mundo, com mais de 40.000 km, no total conta com 12 cidades (figura 01).

Figura 1 - Mapa da Ilha de MarajFonte: MAPA, s.d.Apresenta-se na tabela 1, o ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) das cidades da ilha em relao ao censo de 2010, este ndice municipal apresenta a mesma caracterstica de composio do ndice de Desenvolvimento Humano Global, ou somente ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), a coluna que expressa o ranking o comparativo com as 5.565 cidades do Brasil. Segundo o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento o IDH um ndice que relaciona a trs requisitos: educao, longevidade e renda, diferentemente do Produto Interno Bruto (PIB) que s faz referncia a renda (PNUD, 2012) e expresso em um nmero de 0,0 a 1,0. O clculo do IDH feito multiplicando-se os trs fatores correspondentes a educao, longevidade e renda e extraindo-se sua raiz cbica. O Grfico 1 apresenta os valores do IDHM por cada uma das cidades.Tabela 1 IDHM das cidades marajoaras

Fonte: ATLAS, 2013Grfico 1 IDHM pelos municpios Marajoaras

Fonte: Autor

Observa-se que todas as cidades do Maraj apresentam um ndice inferior mdia paraense e esta diferena se torna ainda mais discrepante quando se compara com a mdia brasileira. De forma geral a ilha do Maraj apresenta, no senso de 2010, um ndice de desenvolvimento humano baixo. 1.2. A Cidade de Breves

O seguinte trabalho foi desenvolvido na cidade de Breves, a qual foi fundada em 1851, onde se localizava o Engenho dos Breves, engenho este que havia sido construdo no sculo XVIII por Manoel Breves, seu irmo e cunhada (IBGE. 19_ _?).Breves considerada a Capital das Ilhas, sendo a maior e a principal cidade da Ilha de Maraj, com uma populao de 92.860 pessoas em 2010 (IBGE, 2012). A partir de 2007 iniciou-se uma grande crise no setor madeireiro brevense, a qual era o principal setor da cidade em que cerca de 25 mil pessoas dependiam direta ou indiretamente. A crise aconteceu uma vez que houve falta de matria prima diante da no aprovao de projetos de manejo sustentvel e pela crise financeira no mercado mundial. Fecharam-se todas as grandes madeireiras, sendo clandestinas ou no, sobrevivendo apenas algumas pequenas serralherias no meio rural. Nesta poca a cidade contava com 94.458 habitantes (1.598 a mais do que trs anos adiante), esta intensa migrao teve origem nesta crise madeireira (DOS FUROS, 2011?). Acredita-se que em poucos anos essa crise ser superada, uma vez que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente demonstra um nvel atual de eficincia e celeridade na apreciao de projetos e na emisso de licenciamentos ambientais, levando-se em conta tambm a recuperao do mercado mundial (INDUSTRIAS, 2010)A cidade fica a cerca de 260km de Belm, considerando-se o traado dos rios conforme figura 2, e o trajeto de balsa tem uma durao aproximada de 12 horas.

Figura 2 Trajeto de balsa de Belm Breves Fonte: MAPS, 2013.Um dado interessante sobre Breves que cerca de 50% de sua populao habita no meio rural (IBGE, 2012), os chamados ribeirinhos. A sua sobrevivncia devida agricultura de subsistncia, pesca e caa. A distncia entre essas comunidades e os centros urbanos no so medidas em quilmetros, mas no tempo gasto no deslocamento entre a origem e o destino (PENHA, 2010).Essa duas faces da cidade de Breves, a face urbana e rural, apresentam diferentes realidades e necessidades, porem se destacam neste trabalho duas necessidades para ambas: a primeira em relao ao abastecimento de gua e a segunda em relao ao saneamento bsico.

Ironicamente, apesar de Breves ter gua doce em abundncia, graas ao Rio Parauau e vrios igaraps, existe uma escassez de gua potvel, uma vez que a gua encontrada tem uma forte colorao amarelada, a qual chamada pelos brevenses de tucupi - um caldo amarelo extrado de raiz de mandioca brava, prato tpico paraense (BREVES, 2010). De modo geral, a gua da regio contm um alto teor de ferro, o que faz com que a gua apresente colorao amarelada e odor desagradvel. Em 2009, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria publicou um relatrio indicando que o aparecimento de epidemias e doenas emergentes na regio tem forte contribuio da m qualidade da gua. No ano de 2008 houve o registro no hospital municipal de Breves de 3.050 casos de doenas ligadas direta ou indiretamente ao consumo de gua de m qualidade. Isto levou que em 15 de abril de 2010 o prefeito Jos Antnio Azevedo Leo decretasse situao de emergncia pelo prazo de 90 dias na cidade, em que o governo municipal declarou que no estava com a situao sobre controle (BREVES, 2010).A cidade conta com uma Estao de tratamento de gua de captao subterrnea que desde 2009 est em reforma e ampliao para atender 47.083 pessoas, porm o prazo estendido ano aps ano, primeiramente porque a empresa ganhadora da licitao no teve porte para levar a obra adiante, rescindindo o contrato, e depois por falta de material (BREVES, 2010). Neste perodo a gua est sendo distribuda apenas duas vezes ao dia, uma pela manh e outra pela tarde, ambas com durao de duas a trs horas, sendo a clorao o nico tratamento (informao verbal). A figura 2 apresenta o clorador da ETA, em que se colocam pastilhas de cloro onde so dissolvidas e depois misturadas no reservatrio, como mostra a figura 3. Segundo relatos dos tcnicos da Companhia de Saneamento do Par (COSANPA), o lodo decantado na tubulao da rede de distribuio de gua faz com que algumas residncias no recebam gua, como o caso das casas situadas no bairro Jardim Tropical (informao verbal). Existe tambm a possibilidade da contaminao da rede pela entrada de gua externa, sendo que em diversos pontos verifica-se que o nvel do lenol fretico esta acima da cota de instalao da rede, considerando o fato da rede no estar constantemente sobre presso. Isto pode ser potencializado pela contaminao da gua subterrnea, uma vez que a cidade tem adotado o sistema de fossa para o tratamento do seu esgoto.

Figura 3 - Clorador ETA Breves Fonte: Foto do Autor

Figura 4 - Misturador da gua captada com o cloro dissolvidoFonte: Foto do Autor

Alm da ampliao da atual estao de tratamento que faz o tratamento de gua subterrnea, tem-se tambm o projeto de captao de gua do rio Parauau, a qual se estima o abastecimento de outras 38.077 pessoas, resultando assim no abastecimento de 85.160 habitantes, suprindo a atual necessidade urbana que em 2010 era de pouco mais de 46 mil habitantes. Para se estimar a populao futura se utilizou os dados dos ltimos 5 censos, 1991, 1996, 2000, 2007 e 2011, a populao brevense correspondente est expressa no quadro 1.

Quadro 1 Populao no municpio de Breves pelos anos.

Ano Populao

199172.140

199675.093

200080.158

200794.458

201092.860

Fonte: IBGE.

Utilizando os censos de 1991, 1997 e 2000, se definiu a equao na curva, expressa na tabela 2, nesta mesma tabela apresenta a populao estimada para a data dos cinco censos utilizando a equao parablica definida, tomando-se como valor de x o ano em analise subtraindo-se 1991. Observa-se que a populao estimada e real de 2007 so muito prximas com uma diferena de 0,36%, assim afirmando-se que a parbola tem um bom comportamento. Porm ao se analisar o ano de 2010, o qual teve um decrscimo da populao devido crise madeireira, a parbola no acompanha o valor real.Tabela 2 Equao da parbola e populao estimada pela equao.

y=a*x^2+b*x+c

aBc

75,07 215,24 72.140,00

Populao Real x Populao estimada

Ano Real Estimada

199172.140 72.140

199675.093 75.093

200080.158 80.158

200794.458 94.802

201092.860 103.331

Fonte: Autor.

Como explicado anteriormente acredita-se que est crise foi superada, ento a partir do ano de 2011 adotou-se que foi retomado o comportamento da parbola, diminuindo-se a diferena entre a populao estimada e real de 2010 do valor de y, os valores podem ser observados na tabela 3, e foram plotados no grfico 2.Tabela 3 Populao estimada e realAno Populao

REAL199172.140

199675.093

200080.158

200794.458

201092.860

y=a*x^2+b*x+c -(10.471)

ESTIMADA201196.003

201299.296

2013102.740

2014106.333

2015110.077

2016113.970

2017118.014

2018122.208

2019126.553

2020131.047

2021135.691

2022140.486

2023145.431

2024150.526

2025155.771

2026161.166

2027166.711

2028172.407

2029 178.253

2030184.248

Fonte: Autor.

Na tabela quatro so expressos os valores da porcentagem da populao urbana na cidade de Breves nos anos de 1991, 2000 e 2010, apesar de ter-se um crescimento da porcentagem de populao urbana entre os anos de 1991 e 2000, este valor no sofre grandes alteraes entre os anos de 2000 e 2010, assim considera-se que a populao urbana em 2030 continue com a taxa mdia de 50% da populao total, em valores corresponde a 92.124 habitantes, assim se teria uma populao de 6.964 habitantes no recebendo gua tratada em suas residncias, este valor corresponde a 7,56% da populao total.

Atualmente as casas que no recebem gua encanada, bem como as que recebem, acabam tendo que providenciar a gua para seu consumo (ingesto e higiene pessoal). Os que so melhores providos financeiramente acabam comprando gua mineral para sua ingesto, os que no podem acabam tendo que improvisar fazendo a coleta em poos pblicos ou particulares, em igaraps (muitas vezes prximos de fossas spticas) ou de guas de chuvas.Grfico 2 Grfico de populao por ano

Fonte: Autor.Tabela 4 Valores de populao urbana e rural da cidade de Breves dos Censos de 1991, 2000 e 2010

Pop. Rural (hab)Pop. Urbana (hab)Pop. Total (hab)% Pop. Urbana

Censo 199143.42128.71972.14039,81%

Censo 200039.87340.28580.15850,26%

Censo 201046.30046.56092.86050,14%

Fonte: ATLAS, 20131.3. O Bairro Cidade Nova II

O Bairro Cidade Nova II um dos bairros mais recentes de Breves e um dos que tem menos infraestrutura urbana tambm. Nenhuma de suas ruas so pavimentadas, executada somente a terraplenagem sem compactao. A figura 5 apresenta uma rua no bairro em questo e possvel observar o afloramento do nvel dgua, e como soluo adotada pela populao foram depositadas tbuas para auxiliar a passagem de pedestres e bicicletas.

Figura 5 Rua no bairro Cidade Nova II.Fonte: Foto do Autor

Em algumas residncias somente possvel a chegada atravs de trapiches, como apresentado nas figuras 6 e 7. A execuo destes consiste basicamente por meio de duas estacas de madeira cravadas manualmente no solo, sobre estas colocada uma pequena viga de madeira e por fim sobre a viga colocada a ponta de uma tbua, sendo que a outra ponta apoiada sobre outra estrutura de estacas e viga. Todas as ligaes so feitas por meio de pregos. Isto se faz necessrio pois o nvel dagua muito prxima da superfcie.

Figura 6 - Trapiche presente no bairro Cidade Nova IIFonte: Foto do Autor

Figura 7 Moradores do bairro Cidade Nova II utilizando o trapicheFonte: Foto do Autor

Nas figuras 8 e 9 observa-se um poo residencial. Na primeira possvel observar a gua num nvel prximo a superfcie e com uma alta turbidez. Na figura seguinte observa-se a proteo criada para se evitar que animais bebam desta fontes e a queda de matria orgnica, tambm possvel observar o recipiente utilizado para fazer a coleta preso por uma corda.

Figura 8 - Poo de uma residnciaFonte: Foto do Autor

Figura 9 - Poo de uma residnciaFonte: Foto do Autor

Em alguns lugares a prefeitura acaba conseguindo enviar gua atravs de caminhes-pipa, como apresentado na figura 10, porm segundo Vnia Cavalcante, secretria da Vigilncia Sanitria, nem todos os caminhes distribuem gua com uma potabilidade ideal, sendo necessria a clorao e filtrao, ela tambm afirma que os filtros de pedra pomes que so utilizados por alguns moradores, como os apresentados nas figuras 11 e 12, no tem a eficincia desejada

Fonte: Autor

Figura 11 - Filtro de pedra pomeFonte: Foto do Autor

Figura 12 - Filtro de pedra pomeFonte: Foto do AutorComo dito, a cidade de Breves optou pelo sistema de fossa para o esgotamento sanitrio. Essas fossas so feitas somente com a escavao, seguida do depsito desse esgoto e, devido ao fato do nvel da gua ser muito prximo da superfcie, acredita-se que haja a possibilidade dos poos superficiais estarem contaminados. Isso se deve ao arraste das bactrias pelo fluxo da gua, como ilustrado na Figura 13.

Figura 13 - Disseminao das bactrias em guas subterrneasFonte: BRASIL (2007, p. 160)A distncia desta disseminao varivel pelo tipo de solo, sendo dependente do coeficiente de permeabilidade do mesmo. Como observado na Figura 9, existe um espraiamento perpendicular ao fluxo at certo ponto e depois uma diminuio deste tamanho. Isso se deve ao processo de autodepurao da gua, em que, atravs do percurso, ela acaba eliminando bactrias e material orgnico, (...) contudo o aumento da densidade humana dificulta a autodepurao e obriga o homem a sanear o ambiente onde vive, para acelerar a destruio dos germes patognicos e precaver-se contra doenas. (BRASIL, 2007, p.159)Uma vez que este fato ocorre em um centro urbano, em que se tem uma grande quantidade de residncias prximas, e que cada uma tem a sua prpria fossa negra este risco de contaminao de poos muito mais elevado. O controle da qualidade dessas guas fica a cargo da Vigilncia Sanitria e a anlise desta gua feita por testes fsico-qumicos (cloro residual e turbidez) e microbiolgicos (escheriquia-cole e coliformes totais), porm os primeiros (...) no ocorrem a mais de um ano, pois no so enviados pelo governo, relata Vnia Cavalcante. So feitos testes em pontos de coleta coletiva, mas tambm feito um agendamento onde os moradores solicitam, e (...) de todos os testes realizados, cerca de metade so insatisfatrios (informao verbal).

1.4. As comunidades ribeirinhas

Os ribeirinhos tem suas residncias espalhadas pelas margens dos rios, na maioria dos casos com uma agricultura de subsistncia, produzindo para o prprio consumo, e comprando o que se falta com o dinheiro provindo de bolsas governamentais. Algumas comunidades ribeirinhas se parecem com vilas, essas so caracterizadas pela existncia de algumas industrias em que seus moradores so os empregados das mesmas, alguns exemplos de industrias so madeireiras, de gelo e de polpa de aa, fruto muito comercializado na regio.No caso dos ribeirinhos, a captao de gua feita diretamente no corpo do rio, utilizando baldes, como mostra a figura 14, ou com uma bomba se suco ligada a uma caixa dgua, e no se tem nenhum controle de qualidade. Apesar de se realizar um tratamento individual na maioria dos casos, no se h uma padronizao como constatado em visitas as casas. Os tratamentos variam entre coar, filtrar, sedimentar e desinfetar, com casos que se fazem apenas um desses e at mesmo nenhum. Um dos maiores inconvenientes relatados pelos moradores ribeirinhos so as embarcaes que se locomovem pelos rios, uma vez que h a contaminao por meio de leo e no caso das grandes embarcaes o lanamento de todo o esgoto sanitrio no corpo do rio.

Figura 14 - Captao de gua em uma casa ribeirinha.Fonte: Foto do Autor2. OBJETIVOS

Este trabalho traz como objetivo o desenvolvimento de um filtro de bioareia em PVC, assim como a realizao de testes em laboratrio para a determinao de sua eficincia e por fim fazer a implantao do filtro em meio urbano e ribeirinho, para se avaliar o filtro sendo operado pelos moradores de cada localidade. Outro objetivo traar o perfil do saneamento bsico no bairro Cidade Nova II e das comunidades ribeirinhas, em especial sobre a forma de tratamento da gua utilizado pelos moradores.3. REVISO TERICA3.1. O Direito ao Uso da gua

A disponibilizao de gua tratada e sua disponibilizao para a populao de suma importncia e vai alm do enfoque na Engenharia Civil, mas de uma necessidade legal defendida por doutrinadores de Direito como um Direito Fundamental e amparada pela Organizao das Naes Unidas (ONU) em seu Relatrio de Desenvolvimento Humano (PNUD, 2006, p. 10) como um Direito Humano Fundamental.

Diante do crescimento populacional e a maior necessidade de viabilizao de distribuio de gua potvel, se observa o contraste entre a densidade populacional com a distribuio dos potenciais de gua doce em diversas regies do Brasil, motivo pelo qual o tema demonstra ser de relevante importncia na esfera dos Direitos Humanos, Fundamentais e Coletivos, tendo em vista que a omisso do Estado e a falta de investimento em saneamento bsico vm trazendo a tona uma srie de problemticas sociais que so objeto de discusso judicial, pois ferem Direitos Coletivos e transgridem uma srie de garantias constitucionais que violam Direitos Humanos em detrimento do tratamento desigual e desumano que a escassez de gua tratada e as doenas decorrentes disto vm afetando h anos a populao brasileira.

A Constituio brasileira de 1988 no inseriu o acesso a gua potvel em seu rol de direitos e garantias fundamentais expressos dos artigos 5 a 17, no entanto, esta omisso em nada impede que este direito seja compreendido como fundamental, uma vez que por meio de documentos internacionais, mais precisamente do Relatrio de Desenvolvimento Humano publicado pela ONU em 2006 que os doutrinadores de Direito passaram a considerar a gua potvel como Direito Humano Fundamental de sexta dimenso, considerado de sexta dimenso, pois embora omisso em nossa Constituio Federal, os Doutrinadores o consideram como um acrscimo aos direitos fundamentais em nosso pas, vejamos:

A gua, a essncia da vida e um direito humano bsico, encontra-se no cerne de uma crise diria que afeta vrios milhes das pessoas mais vulnerveis do mundo uma crise que ameaa a vida e destri os meios de subsistncia numa escala arrasadora. (PNDU, 2006, p. 10)Esta afirmao de que o acesso gua potvel aceito pelo Estado Brasileiro como um direito fundamental fica constatado quando este documento da ONU exorta a todos os pases do mundo a atuarem com mais fervor na concretizao de que a gua potvel um direito fundamental universal, conforme afirmao a seguir:

Converter a gua num direito humano e fazer com que seja cumprido. Todos os governos deveriam ir alm dos vagos princpios constitucionais para a preservao do direito humano gua na legislao em vigor. Para ser cumprido, o direito humano deve corresponder a uma habitao a um abastecimento de gua seguro, acessvel e a um preo razovel. A habitao apropriada dever variar por pas e circunstncias familiares. Mas implica, no mnimo, uma meta de pelo menos 20 litros de gua potvel por dia para cada cidado e sem qualquer custo para as pessoas com falta de meios para o seu pagamento. Devem ser estabelecidos indicadores de referncia claros para o progresso em direo meta, com a responsabilizao dos governos nacionais e locais e tambm dos fornecedores de gua. Se os fornecedores privados tm um papel a desempenhar no abastecimento de gua, alargar o direito humano gua uma obrigao dos governos. (PNDU, 2006, p. 12)Embora no expressamente previsto, a falta de acesso gua potvel fere o princpio constitucional de dignidade da pessoa humana previsto no inciso III do art. 1 da CF/88, bem como o direito sade previsto no art. 6 do mesmo instituto legal, pois se sabe que muito dos problemas de sade enfrentados pela populao brasileira se deve justamente pela falta de tratamento adequado da gua que um dos recursos bsicos para assegurar a vida. Como se sabe, a gua um elemento que vai alm das necessidades de utilizao e consumo humano, a substncia de fundamental importncia para a garantia da vida no planeta, oferecendo condies essenciais manuteno contnua da fauna, flora, solo, atmosfera e vida humana, ela o componente que fornece condies para a existncia dos fenmenos vitais na terra, sua importncia to soberana que sua ausncia tem como consequncia o fim de nosso planeta, portanto, o estudo da viabilizao de gua tratada nas regies de difcil acesso de extrema importncia, uma vez que necessita de uma anlise mais detalhada para que se alcance a salvaguarda dos hipossuficientes frente ao descaso do Estado, que deve ser o principal garantidor dos direitos fundamentais de todos os cidados brasileiros de forma eficiente e sem fronteiras, por isso o interesse da ONU em forar os pases a tornar um direito fundamental universal o acesso a gua potvel (PNDU, 2006, p. 10).

A preocupao com o saneamento bsico surgiu com o crescimento das grandes cidades para a preveno de doenas e proteo ao meio ambiente, da se diz que sua principal caracterstica a preveno, pois quanto mais se investe nele, mais se economiza em assistncia mdica, uma vez que o acesso gua potvel evita uma srie de doenas e uma das condies mnimas de higiene que garantem a salvaguarda da dignidade da pessoa humana.

Embora no expressamente previsto na Constituio brasileira, surgiu entre os doutrinadores de direito inmeras discusses a respeito do tema, causando tambm debates a partir de diversos movimentos sociais de vrios seguimentos de que o acesso gua um Direito Humano Fundamental e tambm um Direito Coletivo, pois de interesse mximo de toda a sociedade, forando assim ao Estado brasileiro a promulgar a Lei que estabelece as diretrizes nacionais a uma poltica de assistncia ao setor de saneamento bsico brasileiro, Lei n 11.445 de 05 de Janeiro de 2007. Esta Lei fortaleceu este setor que possui servios essenciais para a manuteno da qualidade de vida das pessoas e dos ecossistemas, por meio dela que se constitui o regramento e aes para melhoria ambiental no que tange gua, esgoto, resduos slidos, drenagem e todos os demais servios necessrios ao bem-estar social e ambiental. Veja que a lei faz uma viso holstica que vai alm da proteo qualidade de vida humana, mas de todos os seres vivos que compem o ecossistema, por este motivo, o conceito de saneamento bsico evoluiu para o termo chamado saneamento ambiental, o primeiro conceito voltado vida humana e o segundo a preservao do meio ambiente.

No art. art. 2 incisos I e III, encontramos a preocupao de universalizar o acesso e o abastecimento de gua. Tambm em seu art. 3 inciso I, alneas a e b da referida Lei, se estabelece o conceito de saneamento bsico, vejamos:

Art. 3. Para efeitos desta Lei, considera-se:

I saneamento bsico: conjunto de servios, infra-estruturas e instalaes operacionais de:

a) abastecimento de gua potvel: constitudo pelas atividades, infra-estruturas e instalaes necessrias ao abastecimento pblico de gua potvel, desde a captao at as ligaes prediais e respectivos instrumentos de medio;

b) esgotamento sanitrio: constitudo pelas atividades, infra-estruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposio final adequados dos esgotos sanitrios, desde as ligaes prediais at o seu lanamento final no meio ambiente.

A ONU elegeu 2008 como o ano internacional do saneamento e a partir da foi lanado tambm aqui no Brasil atravs do Conselho das Cidades (CONCIDADES) uma campanha nacional intitulada de Plano de Saneamento Bsico Participativo, com vistas a fortalecer o conceito de saneamento ambiental e a reduzir a poluio das guas, bem como a carncia de saneamento bsico em nosso pas, dando indcios do incio de um maior investimento do Estado para assegurar que o ordenamento da ONU seja cumprido, garantindo deste modo que a gua seja preservada e que tenha um tratamento adequado, assegurando o benefcio ao meio ambiente equilibrado, a sade e dignidade de todas as pessoas, quer das presentes ou futuras geraes, tornando a juridicidade do direito mais forte, vinculado a todos os poderes estatais (BRASIL, 2008). 3.2. O Tratamento da gua

A Organizao Mundial da Sade afirma que se devem aplicar todos os esforos para se obter e disponibilizar a todos uma fonte de gua satisfatria, ou seja adequada, segura e acessvel, uma vez que melhorando-se este acesso possvel ter benefcios tangveis a sade (WHO, 2011, p.15). Segundo a CAWST (Centro para gua Acessvel e Tecnologia de Saneamento), o melhor meio para reduzir o risco de gua no segura utilizando uma multi-barreira de cinco etapas, as quais so:1. Proteo da fonte de gua;

2. Sedimentao da gua;

3. Filtrao da gua;

4. Desinfeco da gua;

5. Armazenamento de forma segura da gua (CAWST, 2012, p. 2).

Tanto os sistemas de abastecimento de grandes regies quanto os individuais seguem o mesmo processo bsico de tratamento, que consiste nas trs atividades centrais da multi-barreira, sedimentao, filtrao e desinfeco da gua. A sedimentao da gua remove as partculas maiores e frequentemente mais que 50% dos agentes patognicos. A filtragem da gua remove as partculas de menores dimenses e frequentemente mais de 90% dos agentes patognicos. Por fim, a desinfeco da gua remove, desativa e mata os patgenos restantes (CAWST, 2012, p. 2).Mark D. Sobsey et. al (2008) apresentaram em seu trabalho um comparativo entre cinco formas distintas de tratamento de gua as quais so: cloro livre (tratamento somente com a deposio de cloro lquido ou em tabletes em meio a gua), sedimentao e clorao (usa-se como agente sedimentador o sulfato de alumnio e ento se realiza a clorao), desinfeco solar (atravs da colocao da gua dentro de garrafas PETs e por fim expondo-as a luz solar), filtros cermicos (cermica porosa que retm os micro-organismos por filtrao) e filtro de bioareia (utiliza-se de filtrao convencional e de uma camada biolgica que consome os micro-organismos presentes na gua). Para estes tratamentos fez-se um comparativo dando notas entre 1 e 3 para os seguintes critrios: quantidade de gua produzida (tomou-se como base quantas unidades/doses seriam necessrias para produo de 20 litros em 4 horas, receberam nota 3 as que necessitam de apenas uma unidade/dose, nota 2 para as tecnologias que necessitam de 2 a 4 unidades/doses e nota 1 para as que precisam de 5 ou mais unidades/doses), qualidade da gua (as tecnologias que conseguem retirar turbidez e/ou matria orgnica assim como conseguir uma alta reduo de micro-organismos gerando gua de boa qualidade recebem nota 3. Tecnologias que no retiram turbidez e matria orgnica, mas que apresentam uma alta reduo de micro-organismos tem nota 2. Por fim as tecnologias que no removem turbidez ou matria orgnica e tem uma baixa reduo de micro-organismos obtm nota 1), facilidade de se utilizar esse processo (este critrio feito pela soma de outros 3: fcil processo, durao do processo e manuteno requerida no processo. Em relao ao primeiro, se o processo tiver uma nica etapa, tem nota 1, se tem duas ou mais etapas, a nota 0. Em durao do processo se o processo obtm 10 litros de gua em at 30 minutos, nota 1, do contrrio nota 0. E por fim em relao a manuteno, os processos que necessitam de manutenes peridicas obtm nota 0, as que tecnologias que no necessitam nota 1), custo (tomou-se como base a produo de 20 litros por dia no perodo de um ano utilizando como parmetro o dlar americano. As tecnologias que nesta condio tiveram um gasto at 0,001$/L obtm nota 3, entre 0,001 e 0,01$/L nota 2 e os que tiveram um gasto maior que 0,01$/L nota 1) e suprimentos (tecnologias que no precisam de suprimentos nota 3, que precisam esporadicamente de suprimentos nota 2 e as que sempre precisam de suprimentos nota 1). Os resultados esto expressos na tabela 5, assim como a somatria de todo processo.Tabela 5- Comparao entre diferentes mtodos de tratamento de gua e seu respectivo desempenho

Quantidade de gua Qualidade da guaFacilidade no usoCustoSuprimen- tosPontuao Global

Cloro Livre3133 (lquido)111

2 (tabletes)10

Coagulao/Clorao231118

Desinfeco Solar111339

Filtros Cermicos2323212

Filtros Bioareia3322313

Fonte: SOBSEY, et al, 2008Como observado na tabela um dos mtodos de purificao de gua mais eficiente e sustentvel a chamada filtrao bio-areia, que reduz significativamente as principais causas de doenas transmitidas pela gua e morte nos pases em desenvolvimento por meio da combinao de processos biolgicos e mecnicos (HYDRAID, p. 1)O filtro bio-areia foi desenvolvido na dcada de 1990 pelo Dr. David Manz na Universidade de Calgary, no Canad e teve sua primeira implantao na Nicargua (HYDRAID, p. 1). As estimativas da CAWST (2012, p.17) apontam que mais de 300.000 filtros bio-areia foram instalados em mais de 69 pases em todo o mundo at junho de 2011.3.3. Funcionamento do Filtro Bio-AreiaEste filtro, alm de reter as partculas presentes na gua, com o mesmo processo de um filtro lento, tambm remove os patgenos presentes na gua. A biocamada o componente fundamental do filtro, pois sem ela o filtro remove cerca de 30-70% dos agentes patognicos, atravs de aprisionamento mecnico e adsoro. O ideal que a biocamada remova at 99% de agentes patognicos. (CAWST, 2012, p.11). O filtro bio-areia utiliza-se de quatro processos para a remoo destes micro-organismos causadores de doenas:1. Predao: devido falta de nutrientes na biocamada, em conjunto com o alto nvel desenvolvido, alguns microorganismos acabam por se alimentarem uns dos outros no interior do filtro, em especial na biocamada;

2. Aprisionamento mecnico: apesar da gua conseguir fluir atravs da areia devido aos poros interligados, algumas partculas e patgenos com dimenses acentuadas no conseguem passar por estes canais;3. Adsoro: alguns patgenos se prendem a areia e no conseguem se soltar e acabam morrendo;4. Morte natural: alguns patgenos morrem porque no h alimento suficiente ou ar para eles dentro do filtro de bio-areia devido a grande quantidade de micro-organismos presentes (CAWST, 2012, p. 9).3.4. As Partes do Filtro Bio-AreiaO filtro bio-areia necessita de uma srie de itens que so essenciais para a eficincia do mesmo. A figura 15 apresenta as 10 partes essenciais do filtro que so:

Figura 15 Partes integrantes do filtro bioareiaFonte: CAWST (2012, p. 01)

01 Reservatrio: neste local onde se deposita a gua que ainda no foi tratada, segundo a CAWST (2012, p 15) melhor utilizar uma fonte de gua limpa e clara. 02 Bio-camada ou schmutzdecke: o significado de schmutzdecke camada suja em alemo, o qual uma pelcula adesiva que tem cor castanha-avermelhada e consiste de matria orgnica em decomposio, ferro, mangans e slica na parte superior do filtro. Portanto funciona como um filtro fino que contribui para a remoo de partculas finas coloidais na gua bruta (BIOSAND, 2012). Esta camada viva de microorganismos a responsvel por uma reduo de bactrias, tais como E. coli, e uma reduo ainda maior dos demais agentes patognicos. Este efeito torna-se maior medida que a flora e a fauna do filtro se desenvolvem na presena de uma alimentao, oxignio e temperaturas adequadas.

03- Corpo da camada de areia: A atividade biolgica no ocorre somente nas primeiras camadas, mas segundo a organizao Biosand filter (BIOSAND,2012) ela se realiza entre os primeiros 40 cm do filtro, nas camadas profundas a atividade bacteriana pequena, mas as reaes bioqumicas ocorrem convertendo materiais orgnicos, tais como cidos aminados em amnia, nitritos em nitratos (nitrificao), assim se faz necessria uma camada espessa.04 Camada de separao: sua funo separar a areia da camada filtrante, para que ela no entre na tubulao de sada se gua, sua altura ideal cerca de 5 centmetros.05- Camada drenante: Sua funo no oferecer resistncia para que a gua entre na tubulao de sada, formado por uma camada bem granular de cerca de 5 centmetros.

06 Vertedor: o final da tubulao de sada da gua, deve-se ter o cuidado de sempre estar fazendo a limpeza deste local com um agente desinfetante, como gua com cloro.07 Tampa: ela se faz necessria pra que no haja contaminao do filtro, deve ser bem vedada e ter um bom encaixe com o filtro.

08 Camada de gua: esta camada de gua se faz necessria para que o nvel da gua no fique abaixo da areia, pois se isto acontecer a camada biolgica morre. O ideal esta camada de gua teNHA aproximadamente 5 cm. Ela nivelada pela cota de sada do vertedor uma vez que a gua s parar de fluir quando a cota no corpo do filtro ser de igual tamanho da cota mnima do vertedor. Esta camada no pode ter mais de seis centmetros, pois pode haver falta de oxignio na biocamada. Tambm no pode ter menos que de quatro centmetros, pois nos dias quentes a gua pode evaporar e secar a biocamada.

09 Recipiente de gua: onde se armazena a gua filtrada e se faz a clorao quando necessrio. Deve ser um recipiente com tampa e vlvula de sada e precisa ser lavado com frequncia com gua e sabo.

10 Difusor: ele tem a funo de no permitir uma perturbao na biocamada, fazendo fluir a gua do reservatrio aos poucos, consiste em uma placa toda perfurada.

3.5. Desenvolvimento da biocamada

O desenvolvimento integral da biocamada dura cerca de 30 dias (CAWST, 2009, p. 6). Nos primeiros dias em que se despeja a gua no filtro, os microorganismos comeam a se instalar no topo da areia e inicia-se a formao intensa de uma colnia microbiolgica. Eles ficam entre os primeiros centmetros da camada de areia devido ao nvel mais alto de oxignio do que nas camadas inferiores. Segundo a CAWST (2012, p.11 a gua do filtro pode ser usada durante as primeiras semanas enquanto a biocamada est sendo estabelecida, mas ainda ser preciso desinfetar a gua.Por volta do dia 15 a biocamada comea a se tornar mais povoada e aos poucos comea a faltar espao e nutrientes para os micro-organismos presentes. Observa-se na figura 16, na marcao (A) que existe uma variabilidade grande na eficincia do filtro, isto se deve a momentos em que existe uma colnia muito grande na biocamada e falta alimento, assim por morte natural uma parcela da bio-camada se torna inativa, porm com esta queda comea-se a ter novamente abundncia de alimentos e a colnia cresce novamente. Essas oscilaes na eficincia continuam, porm cada vez mais em uma menor escala, at que por volta do dia 30 ela se torna constante. Neste momento o filtro estar integralmente desenvolvido e cada vez que se despejar gua na areia os micr-organismos vivos na areia iro se alimentar dos presentes na gua, eliminando assim os agentes patognicos (CAWST, 2012, p.10).

Figura 16 Grfico de eficincia do filtro por diaFonte: CAWST (2012, p. 11)

Na figura 16 possvel observar que no ponto (B) existe uma oscilao na eficincia do filtro esta oscilao representa a limpeza no filtro ou a colocao de uma gua de origem distinta da utilizada no processo. Essas intervenes afetam diretamente a eficincia do filtro, como abordados a seguir. Devido a este fato a CAWST (2012, p.16) afirma que se faz necessrio utilizar-se de um agente desinfetante na gua como cloro, desinfeco solar ou fervura sempre que se faz a limpeza.3.6. Vazo do FiltroA vazo final do filtro est diretamente relacionada com a dificuldade de passagem da gua por entre a camada de areia, logo se conclui que se o fluxo do filtro for muito rpido, os patgenos podem ser forados a passar pelo filtro, assim no muitos patgenos sero removidos pelo filtro. (CAWST, 2012, p. 14)A vazo indicada pela CAWST (2012) de 400 L/h/m, aceitando-se um desvio de 50 L/h/m, no podendo ser maior por conta do risco de se passarem patgenos e no podendo ser menor, por conta da insatisfao dos usurios com a baixa vazo.

Uma pesquisa desenvolvida por Stauber, C. et al, (2006) faz um comparativo entre a remoo de Escherichia Coli por usurios que utilizam o filtro a pouco tempo (de 45 a 90 dias) com uma vazo maior do que a indicada e com areia de rio, e os que utilizam a mais tempo (entre 1 e 5 anos) com uma vazo dentro do limite indicado e com areia de escavao. Plotou-se os resultados obtidos em pontos nos grficos 3 e 4 respectivamente.

Percebe-se uma disperso muito mais acentuada nos usurios com pouca experincia, com uma porcentagem de remoo mdia de 83,3%, valor muito inferior ao de usurios experientes, o qual apresentam a mdia de 98,5%. Devido ao fato que no tratamento, de forma geral, o usurio s deva abastecer o filtro dentro de um limite de tempo, o qual por sua vez bem abrangente, aponta-se como a inexperincia do usurio no sendo o motivo real da diferena. Mas se justifica pelo fato que a areia proveniente do rio apresenta uma vazo maior, no concedendo o tempo necessrio para que se consuma o agente patgeno.

Grfico 3 - Remoo de Escherichia Coli por filtros operados por usurios inexperientes.

Fonte: STAUBER, 2006Grfico 4 Remoo de Escherichia Coli por filtros operados por usurios experientes.

Fonte: STAUBER, 20063.7. Eficincia do biofiltroA tabela 6, publicada originalmente pela CAWST, 2012, traz os resultados resumidos de alguns trabalhos em laboratrio e campo apontando a eficincia do filtro de bio-areia na remoo de alguns indicadores.Tabela 6 Eficincia do filtro de bio-areia em laboratrio e em campo

REMOO

BactriaVrusProtozoriosHelmintosTurbidezFerro

Laboratrioat 98,5%70 - >99%>99,9%at 100%95% 200,5, e os termotolerantes foram de >200,5 e 88,5. Desta forma observa-se a crescente eficincia do filtro. Tabela 16 Nmero mais Provvel de coliformes por 100mL no prottipo DN100

Fonte: AutorO segundo prottipo, executado com DN200, apresenta uma constncia em sua vazo, conforme tabela 17, assim acredita-se que a camada de separao, feita com pedrisco, atuou de forma satisfatria. Porem a vazo foi de praticamente o dobro da esperada para este tipo de projeto, o que se justifica pela areia utilizada ser de fundo de rio, uma vez que estas tem uma permeabilidade maior devido ao seu formato arredondado (MARQUES, 2007).

Tabela 17 Vazo por dia para DN200

Fonte: Autor

Os resultados dos ensaios microbiolgicos foram expressos na tabela 18, no dia 14 por erro do laboratrio, o ensaio foi realizado somente com presena/ausncia e no feita a contagem.

Observa-se que existe uma eficincia na retirada dos coliformes, porm mais baixa do que a desejada, isto se deve ao fato das grandes vazes que saem do filtro, uma vez que foi-se utilizada uma areia imprpria.Tabela 18 - Nmero mais Provvel de coliformes por 100mL no prottipo DN100

Fonte: Autor

No grfico 6 foi-se plotado os valores do NMP pelos dias de funcionamento do filtro, observa-se que no dia 28 houve um pico mnimo e depois voltou-se a aumentar antes de voltar a decrescer. Este fato pode ter acontecido por duas razes, o dia 28 expressa um pico de estabilizao, em que, at se estabilizar, a eficincia do filtro tem comportamento similar a um comprimento de onda cada vez menos intenso, ou a fonte de gua apresentou quantidade diferentes de coliformes o que gerou esta desestabilizao, este ltimo no podendo ser confirmado uma vez que no se fez acompanhamento com testes bacteriolgicos da fonte.

Grfico 6 Nmero Mximo Provvel de Coliformes por dia no prottipo DN200

Fonte: Autor

5.3. Visita as casas ribeirinhas

A tabela 18 traz tabulados os dados coletados nas comunidades ribeirinhas, observa-se que todas as casas utilizam-se de sulfato de alumnio, e todos afirmaram que isto necessrio por causa da cor presente na gua, pode-se ver que os resultados depois do tratamento apontam uma turbidez satisfatria para o consumo segundo a Portaria de Potabilidade de gua. Porem acredita-se que feito uso de uma quantidade alta do material para a quantidade de gua tratada, o que gera riscos evidentes para a sades dos consumidores.

Tabela 19 Levantamento nas visitas as casas

Casa NTratamentoTurbidez antes do trat. (NTU)Turbidez depois do trat. (NTU)

1Sulfato50< 5

2Sulfato e Hipoclorito100< 5

3Sulfato80< 5

4Sulfato e Hipoclorito50< 5

5Sulfato 20< 5

6Sulfato e Hipoclorito20< 5

7Sulfato e Hipoclorito25< 5

8Sulfato e Hipoclorito70< 5

Fonte: Autor

Os agentes de sade que passam esporadicamente pelas residncias instruem os moradores a tratarem a gua com sulfato de alumnio e hipoclorito. Porem estes materiais necessrios para o tratamento deveriam ser disponibilizados, porem somente disponibilizado o hipoclorito e em algumas residncias visitadas foi relatado que os agentes no o esto entregando por falta em estoque. Algumas residncias tambm relataram que no fazem uso do hipoclorito devido ao gosto residual na gua. Um fato ocorrido durante uma visita foi que uma das crianas estava com diarreia, e os pais acreditavam que era por comer produtos industrializados, porem o tratamento da gua era feito somente com sulfato de alumnio. Tambm foi observado nas casas que apesar do frasco de hipoclorito indicar duas gotas por litro, algumas pessoas utilizam quatro ou cinco, assim conclui-se que existe uma falha em como ensinado os moradores a tratarem sua gua, esta falta de informao dos moradores provavelmente reflexo do treinamento deficiente dos agentes de sade. 5.4. Implantao do Filtro

O filtro foi implantado na casa no bairro Cidades Nova II, e a vazo medida foi de 174 ml/min, avalia-se como sendo uma vazo satisfatria. Ao se retornar aps 7 dias o filtro havia cado, os agregados que acabaram por sarem do filtro foram novamente depositados no filtro pelos moradores, porem como a vazo diminuiu eles retiraram parte da areia do filtro e colocaram em um saco pensando que isto seria uma soluo, porem como no resolveu eles deixaram o filtro parado. Por anlise ttil percebeu-se que haviam seixos misturados a areia do saco. Devido a falta de tempo hbil para se instalar novamente o filtro, foi deixado escrito como se faria esta instalao aos moradores, passo-a-passo.Na comunidade ribeirinha a instalao foi feita e se mediu uma vazo de 209 ml/min, o que satisfatrio, percebeu-se que apesar de simples os passos para a utilizao do filtro a famlia teve um pouco de dificuldade de compreender. Porm devido a distncia e falta de comunicao com a comunidade ribeirinha no se fez possvel at o momento avaliar o uso do filtro.

6. CONCLUSO

Comparando-se os resultados do primeiro prottipo com o dos primeiros dias do segundo, observa-se que o primeiro tem uma vazo menor que a indicada, enquanto o segundo tem uma vazo maior do que a indicada. Os valores do teste bacteriolgico do primeiro apontam uma eficincia maior na remoo dos indicadores que o segundo. Concluindo assim que quanto menor a vazo por unidade de rea, melhor ser a eficincia do filtro.

Porem conclui-se que o filtro de bioareia como soluo para o tratamento no a soluo mais indicada, pois a gua da regio apresenta um alto nvel de turbidez, assim no sendo indicado utilizar o filtro sem a adio de sulfato, e uma vez que o filtro no a garantia de um tratamento 100% eficiente na eliminao dos microorganismos, deve utilizar ao final um agente desinfetante, assim a utilizao do filtro seria um passo a mais no tratamento indicado pela Funasa com sulfato de alumnio e hipoclorito apenas.

Atravs dos questionrios e das visitas ribeirinhas possvel concluir que no existe uma padronizao na forma de tratamento individual nas casas e at mesmo uma falta de informao para os moradores em relao ao tratamento de gua, este dilogo entre governo e moradores que feito atravs dos agentes de sade, um dilogo de forma geral falho, assim v-se a necessidade de se ter uma formao para que estes agentes possam estar melhor preparados. Outra situao que necessita de especial ateno o abastecimento de gua no bairro Cidade Nova II na cidade de Breves PA, em especial a captao por poos, associado destinao do esgoto por fossas potencializam o risco de contaminao da gua subterrnea. Muitas doenas veiculadas por esta gua contaminada podem atingir os moradores, sendo necessria a tomada de uma ao emergencial para a segurana da populao deste bairro.7. REFERNCIAS

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INDUSTRIAS fecham as portas em Breves. Dirio do Par, Belm, set. 2010. Disponvel em: < http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-111843-INDUSTRIAS+FECHAM+AS+ PORTAS+EM+BREVES.html>. Acesso em: 02 mai. 2013.

HYDRAID, Biosand Water Filter Proven Technology to Address the Global Water Crisis, 2012. Disponvel em: < www.hydraid.org/> Acesso em: 10 jul. 2013.

MAPA de Maraj, s.d. Disponvel em: . Acessado em 06 mai. 2013MAPS, Google, 2013. Disponvel em: . Acessado em 06 nov. 2013MARQUES, Eva: Depsitos Fluviais. 2010. Disponvel em: < http:// oficina.cienciaviva.pt/~pw054/vidro/Depositos.htm>. Acesso em: 25 nov. 2013.PROGRAMA DAS NAES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, Desenvolvimento humano e IDH, 2012. Disponvel em: < http://www.pnud.org.br/IDH > Acesso em: 01 nov. 2013. PROGRAMA DAS NAES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, Relatrio de Desenvolvimento Humano, 2006. Disponvel em: < http://www.pnud.org.br/RDH > Acesso em: 21 nov. 2013.

PENHA, Gabriel. Ribeirinhos: Os desbravadores da Amrica. Fev. 2010. Disponvel em: http://emanoelreis.wordpress.com/2010/02/12/amazonia-ribeirinho-amapa/>. Acesso em: 02 mai. 2013.

SOBSEY, Mark D. et al. Point of Use Household Drinking Water Filtration: A Practical, Effective Solution for Providing Sustained Access to Safe Drinking Water in the Developing World. Environmental Science & Technology. ,v. 42, n.12, p. 4261-4267, 2008STAUBER, C., et al. Characterisation of the biosand filter for E. coli reductions from household drinking water under controlled laboratory and field use conditions. Water Science Technology. 2006; 54(3): 1-7.

WORLD HEALTH ORGANIZATION, Library Cataloguing-in-Publication Data, Guidelines for Drinking-water Quality, 4 ed. WHO Graphics, 2011. Disponvel em: < http://whqlibdoc .who.int/publications/2011/9789241548151_eng.pdf>. Acessado em 12 mai. 2013.

ANEXOS

8. 1. USE O FILTRO TODOS OS DIAS

2. SEMPRE UTILIZE UM MESMO LOCAL DE COLETA (SOMENTE RIO OU SOMENTE POO)

3. NO REPETIR O USO COM MENOS DE 1 HORA DEPOIS QUE PAROU DE SAIR GUA (MELHOR ESPERAR 12HORAS)

4. NUNCA USAR CLORO DENTRO DO FILTRO

5. SEMPRE USAR CLORO NO GALO DE GUA

6. NO USAR GUA COM UMA COR FORTE SEM USAR DECANTADOR (SENTADOR)

(MELHOR ESPERAR 12HORAS)

Figura SEQ Figura \* ARABIC 10 Abastecimento com pipa

83,3%

98,5%

Topo da Areia

245 mm

Especificaes:

Vazo da camada filtrante: 400 lt/hora/m

Vazo do filtro: 0,4 lt/min/ud

Volume do reservatrio: 12lt

Volume de vazios da areia: 12lt

Espessura da camada de gua: 5 cm

Figura SEQ Figura \* ARABIC 22 Ligao do adaptador e coletor do filtro

6 PASSOS PARA UTILIZAR CORRETAMENTE O FILTRO DE BIOAREIA

Informao fornecida pelo funcionrio da COSANPA no Municpio de Breves.

Informao fornecida pelo professor da UFPA, Marielson Guimares.

Informao fornecida pela secretria da Vigilncia Sanitria de Breves, Vnia Cavalcante.

_1446484430.xlsGrf1

0.7

1

1

1

0.9781021898

1

0.320610687

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0.3970588235

0.9870967742

0.9993865031

1

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0.7777777778

0.875

1

0.7329192547

1

1

1

0.9897959184

0.3703703704

0.8461538462

-0.05

0.6

0.9956485356

0.9692307692

0.9860724234

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0.7133333333

0.9450171821

0.9679586563

1

1

-0.2558139535

0.523364486

0.8333333333

0.9921259843

0.9990825688

0.8883495146

1

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0.25

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0.4285714286

0.7333333333

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1

1

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1

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1

1

1

1

1

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1

1

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1

1

1

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0.5

1

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-0.5

1

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0.5

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-0.3333333333

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0.8947368421

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1

0.85

-1

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0.975

0.9966666667

1

1

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0.6

1

-0.3333333333

1

1

0.8

1

-0.8

1

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0.9454545455

1

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-1

1

1

1

1

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1

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1

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-0.8333333333

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0

1

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1

1

1

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0.9833333333

-0.3571428571

0.9966666667

1

0.92

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-0.3333333333

0.9375

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1

1

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-0.1666666667

0.6666666667

1

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0.125

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0.9333333333

-0.6666666667

0.9

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1

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-1

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0.8

-0.03

1

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1

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1

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1

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0.8918918919

1

1

-0.8

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0.9519230769

0.9856630824

0.5588235294

0.8

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0.9736842105

1

0.9736842105

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0.9911894273

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0.9542857143

0.9615384615

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0.9996039604

0.9983333333

1

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0.35

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1

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0.96

1

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0.4821428571

0.8705357143

0.9870689655

0.9296296296

0.8457142857

1

0.9555555556

-0.3333333333

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0.8571428571

0.358974359

0.2

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0.6666666667

-1

0.7

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0.75

1

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-0.25

0.9814814815

0.1428571429

New Users Removal Effectiveness (excluding Influent at zero E.coli and Removal < -100%) (n =292 )

Usurios

% Remoo de E. coli

Efeito de Remoo para usurios recentes(1,5 - 3 meses)

Chart - E. coli Sort(1)

Chart - E. coli Sort(1)

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450

Chart excludes three data points for New Users data: 3,150 3,300 8,750 These values are included in the Average and Median.

New Users:Median = 2

Average = 53

Long Term Users:

Median = 0Average = 1

# Tests

New Users

Long Term Users

Bacterial Count, E. coli (cfu/100 mL)

Water Quality from Filter SpoutNew versus Long Term Users

Chart - E.coli - Sorted

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450

New Users

Number of E. coli tests - Sorted

Bacterial Count, E. coli (cfu/100 mL)

Chart - New & Long E.coli Sort

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04

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3

3

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4

4

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4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

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5

5

5

5

5

5

5

5

5

5

6

6

6

6

6

6

6

6

6

6

6

6

6

7

7

7

7

7

7

7

7

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8

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8

8

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9

9

9

9

10

10

10

10

10

10

10

10

10

11

11

13

14

14

14

15

15

15

15

16

16

16

16

16

16

16

17

17

18

18

19

19

21

22

23

24

25

25

26

28

29

29

30

31

32

32

32

32.5

34

35

35

36

38

41

42

43

43

43

43

43

43

45

48

50

51

52

52

52

54

54

56

58

58

59

62

62

63

66

68

78

80

84

89

90

92

92

93

96

96

100

100

102

120

126

128

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164

166

172.5

178

198

200

206

269

288

300

312

365

450

Chart excludes three data points for New Users data: 3,150 (cfu/100 mL) 3,300 8,750 These values are included in the Average and Median.

New Users:Average = 53

Median = 2

Long Term Users:Average = 1 Median = 0

New Users

Long Term Users

Water Tests - Sorted

Bacterial Count, E. coli (cfu/100 mL)

Water quality from Filter SpoutNew and Long Term Users

Chart - New - E. coli (2)

0.24641148330.24880382780.23923444980.21052631580.0550239234

0.39260969980.36951501150.18937644340.04157043880.0069284065

0.32093023260.36046511630.24651162790.06279069770.0093023256

Zero

1 to 10

11 to 100

101 to 1000

1000+

Percent of Samples

New Users - Filter Effectiveness and Recontamination in Water Storage

Ecoli - sorted

New UsersLong Term Users

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Water OutWater OutNew UsersLong Term Users

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200000000

300000000

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500000000

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900000000

1000000000

1100000000

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1111000

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1211000

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1312000

1322000

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1534010

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1554010

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1716111

1726111

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1766111

1776111

1787111

1797111

1807121

1817121

1827121

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1888121

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1908121

1918121

1928121

1938121

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1959121

1969121

19710121

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19910121

20010121

20110121

20210121

20310121

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20911131

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21112131

21212131

21312131

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22013232

22114232

22214232

22314232

22414242

22514242

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22714242

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22915242

23017242

23118242

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23318242

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23720252

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25026363

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25227363

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25630363

25731363

25831363

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26033363

26134363

26234363

26335464

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26536464

26637474

26738474

26838474

26938474

27038474

27139484

27239484

27339484

27442484

27543484

27643484

27743484

27844484

27944494

28050494

28152595

28253595

28354595

28455595

28556595

28656595

28756595

288565105

289635105

290655105

291686106

292686106

293706106

294706116

295726116

296736126

297766126

298806126

299806126

300906136

301936136

302956136

303966136

304987147

3051007147

3061007147

3071007147

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3091027147

3101087147

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3131278168

3141298168

3151308168

3161308168

3171318168

3181379169

3191379179

3201389179

3211429179

322146101810

323150101810

324150101910

325150101910

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327156102010

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329161102010

330173102110

331176112111

332190112111

333192132113

334200142114

335200142214

336200142214

337200152215

338200152215

339200152215

340206152315

341206162316

342208162316

343208162416

344210162416

345212162416

346214162416

347224162516

348227172517

349228172517

350232182518

351235182618

352240192619

353250192719

354250212721

355259222822

356270232823

357279242924

358290253025

359291253125

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361300283228

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363300293229

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365300313531

366300323632

367300323632

368303323832

369306334233

370308344234

371310354335

372313354535

373320364636

374320384838

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376350424842

377350435043

378350435043

379359435043

380367435043

381390435043

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383400455645

384400485748

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388500526352

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391650547054

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393750587258

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3971200628562

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3991300669866

40016276810568

40116307810578

40217008010780

40317508411284

40418508911889

40519359012090

40621209212392

40723739213592

40825509313693

40930009613996

41030009614296

4113725100149100

4124360100182100

4135050102191102

4145865120192120

41510100126200126

41610750128200128

41711950135200135

41814000164202164

419166206166

420173220172.5

421178248178

422198290198

423200300200

424206331206

425269500269

426288509288

4273002250300

4283122600312

4293656670365

4304508000450

4313150

4323300

4338750

New usersLong Term Users

Water Into FilterWater Out of FilterStorage ContainerWater Into FilterWater Out of FilterStorage Container

Zero E. coli103170138148549

1 to 10104160155141834

11 to 1001008210648318

101 to 10008818272506

1000+2334600

Totals:418433430107106107

Water InWater OutPoint of UseWater InWater OutPoint of Use

1000+6%1%1%6%0%0%

101 to 100021%4%6%23%0%6%

11 to 10024%19%25%45%3%17%

1 to 1025%37%36%13%17%32%

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user:Average of 4 dilutions, taken on 04/19/2005Was "impossible"

user:Average of 4 dilutions was found to be 140: 365 was the original value and has been left here

user:Average of 4 dilutions taken on 04/07/2005. Was originally 337

user:Average of 3 dilutions taken 04/08/2005

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user:Based on 1 dilution done on 05/18/2005. Used to be "impossible"

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New Users

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