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ALIENAÇÃO NA INDÚSTRIA CULTURAL

E INTERNET

MÍDIA TRADICIONAL X

MÍDIA SOCIAL

FILOSOFIA – ENSINO MÉDIO– PROFESSOR: ME.PHIL. FABIO GOULART YOUTUBE.COM\FILOSOFIAHOJE WWW.FILOSOFIAHOJE.COM FACEBOOK.COM\FILOSOFIAHOJE

1) DEBATE INICIAL 1. Você passa mais tempo na mídia tradicional (TV, Rádio, Jornal impresso, etc.) ou as mídias sociais(Facebook,

YouTube, Whatsapp)? Por quê?

2. Você acredita nas informações que recebe por meio da mídia tradicional?

3. Você acredita nas Informações que recebe por meio da mídia social?

4. Você usa as mídias sociais para comentar ou compartilhar produtos da mídia tradicional como filmes, livros, videogames, séries, novelas, notícias, etc?

5. Você acha que as mídias sociais competem contra as mídias tradicionais?

6. Quando uma pessoa passa 6 ou 7 horas nas mídias sociais rapidamente é taxada de “viciada” por boa parte da sociedade, porém quando alguém passa as mesma 6 ou 7 horas utilizando a mídia tradicional nada é dito, no caso de leitura de livros e jornais a sociedade até vê isso como um hábito virtuoso. O que você pensa sobre isso?

7. Nas mídias sociais você posta conteúdo (fotos, textos, comentários), ou apenas assiste passivamente?

8. Qual tipo de mídia você acha que aliena mais? A tradicional ou a social? Por quê?

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1. ALIENAÇÃO

A palavra alienação é sem dúvidas uma das “palavras da moda”, não há conversa de bar que ela não dê suas caras, nas redes sociais ela se repete milhões de vezes ao dia e é normal jovens que se julgam mais esclarecidos do que outros acusarem seus opositores de “alienados”. Existe até uma espécie de conceito de senso comum que diz que “alienado é quem vive de forma desconexa com a realidade”. Partindo daí, geralmente as pessoas apontam para a indústria cultural(mídia tradicional) como a principal responsável pela alienação das massas, afinal viria de seus filmes, livros, games, novelas, seriados, músicas, jornais, etc., a principal fonte de alienação. O problema é que o conceito de alienação possui ampla história e embasamento filosófico que a grande maioria das pessoas desconhece e por isso mesmo acaba não compreendendo como este processo realmente ocorre.

1.2 ALIENAÇÃO (CONCEITO CLÁSSICO)

- Longe de vivermos em uma sociedade esclarecida de indivíduos pensantes, vivemos sob um estado amplo de

alienação no qual uns poucos se apropriam do excedente de trabalho (Lucro e Mais-Valia) de uma maioria que é oprimida, para muitos filósofos e economistas é desta opressão que surgiria o espaço para a desigualdade e a miséria conviverem lado a lado com o progresso técnico e industrial. Tal miséria também se espalha pela cultura, trabalho, condições de vida e demais esferas materiais e espirituais do ser humano.

- Por exemplo, na análise de Karl Marx os estudos em economia deixam evidente que o trabalhador e seu trabalho estão rebaixados à miserável posição de mercadoria barata e substituível, e que quanto mais este é capaz de produzir, mais miserável se torna sua condição, pois quanto maior a capacidade de produção mais barato fica o trabalho. Isto evidentemente leva ao enriquecimento de necessariamente poucos, fato este que além de contraditório é tremendamente injusto. Isto afirma-se pois a economia em momento algum apresentaria esclarecimentos acerca da origem e motivo desta divisão contraditória do trabalho e do dinheiro, ou seja, tal injustiça seria vinda do interesse do capitalista e do funcionamento interno do capitalismo, seria uma espécie de mito moderno. Tal funcionamento injusto da economia gera as mais variadas formas de violência social, Marx chega a dizer:

- “As únicas rodas que a economia nacional põe em movimento são a ganância e a guerra entre os gananciosos que é chamada de concorrência.”

- O termo Alienação deriva da palavra alemã Entäusserung que significa o momento em que algo se exterioriza na forma de outra coisa e deixa de pertencer àquele que a produziu. Parece bem complicado, mas não é.

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Rage Against The Machine - Guerrilla Radio (Legendado PT-Br)

2) Disserte sobre a

charge:

3) Que relações podemos fazer entre a fábrica do

Iphone e o clipe do Rage com a critica à alienação?

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Câmera escondida revela abuso contra empregados em fabricante da Apple na China

https://goo.gl/ZAO0ql

https://goo.gl/DwMWiq

1.3 ALIENAÇÃO (FUNCIONAMENTO)

NO CAPITALISMO... NO COMUNISMO ‘REAL’...

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1.4 MODELO UTÓPICO DE TRABALHO NÃO ALIENADO (COMUNISMO UTÓPICO\MARXISMO)

- Os bens são produzidos não para gerar lucro ou fetiche, mas sim para suprir as necessidades da comunidade; - Os diversos setores da economia não competem entre si, mas sim cooperam em torno da produção de bem; - Ao fim do processo toda comunidade desfruta e tem acesso ao bem; - Entende-se que de forma direta ou indireta todos participam da produção dos bens; - A propriedade privada deixa de existir, assim como o dinheiro e as classes sociais.

1.5 ALIENAÇÃO (O PROBLEMA SEGUNDO OS CRÍTICOS) - O trabalho alienado valoriza o mundo das coisas e desvaloriza as relações humanas. Desta forma o sujeito alienado vai se tornando também uma coisa, um ser vazio, descartável e substituível, um produto do sistema. Como resultado disso o homem se torna estranho a si mesmo, fato que nos leva a um estado no qual o homem se torna inimigo do próprio homem(desigualdade, criminalidade, corrupção, etc), que faz com que um homem queira explorar e oprimir os outros homens para poder desfrutar dos luxos que o sistema oferece. Desta forma os conceitos de alienação e reificação clássicos se referem a muito mais coisas além da economia e das relações de trabalho, o que nos permitem filosofarmos acerca da alienação na Mídia Tradicional (Indústria Cultural) e Internet (Mídias sociais – Web 2.0).

Simplificando...

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4) ATIVIDADE EM GRUPO (NO MÁXIMO 6) O grupo deverá criar uma miniteoria de como seria sua proposta

para termos uma sociedade mais justa e igualitária, que supere o trabalho alienado e toda forma de exploração. Além disso o grupo deverá traçar um miniplano de como poder-se-ia por essa teoria em prática e as dificuldades políticas que seriam enfrentadas... 1° Fazer silêncio, pois isso é ético; 2° Pense em como seria o trabalho, acesso a bens, educação, modelo político, economia, etc... 3° Debater de forma civilizada dentro do grupo; 4° Escrever a miniteoria na folha da atividade justificando porque essa seria uma miniteoria capaz de superar a alienação, como poderia ser aplicada (guerra, politica, revolução, educação???) e quais dificuldades poderiam ser enfrentadas; 5° Mostrar folha antes do final do período; 6º Apresentar para turma e entregar ao professor na aula seguinte.

2. ALIENAÇÃO NA MÍDIA TRADICIONAL (INDÚSTRIA CULTURAL)

Sabemos que alienação significa o momento em que algo se exterioriza na forma de outra coisa e deixa de pertencer àquele que a produziu. Também sabemos que este conceito surgiu a muitos séculos na história da filosofia e está relacionado ao trabalho e à distribuição de bens. Como então podemos falar de alienação nas mídias tradicionais e sociais? Por que geralmente as pessoas associam a alienação com os meios de comunicação de massa como a TV e a internet?

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2.1 O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL? (MÍDIA TRADICIONAL)

-Termo criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer na década de 1940 para explicar a submissão da arte, cultura e entretenimento à lógica industrial de alienação do sistema.

- É o ramo da indústria que produz produtos culturais como músicas, filmes, livros, etc... Atualmente é mais conhecida como Indústria do Entretenimento.

- As empresas deste ramo se apoderam da informação ou do entretenimento e os vendem de forma direta ou indireta ao público que consome tudo de forma passiva.

-Ela faz uso da padronização e do controle da inteligência coletiva uma ferramenta para ampliar seu lucro e poder.

-Exemplos: TV, Rádio, Jornal, Cinema, Videogame, internet(excerto a Web 2.0), livros, revistas, etc.

2.2 A NOVA ESTRATÉGIA DE CONTROLE

O correto é dizermos que as mídias potencializam a

alienação existente na nossa sociedade. Mas dizer que as mídias

alienam não está totalmente errado, porém o processo de quem

aliena quem, como, onde e porque é diferente em relação à

alienação no trabalho.

A primeira coisa que precisamos entender é que a mídia

ataca nos momentos em que o trabalhador não está trabalhado, ou

melhor dizendo, no momento de ócio. No século XIX o trabalhador

trabalhava integralmente e não tinha basicamente tempo livre para

qualquer coisa além de descansar, porém a partir do século XX

importantes conquistas foram realizadas pelos mais pobres e uma

série de direitos trabalhistas estipularam férias, jornada de trabalho

e salário mínimo dando aos operários do campo e das cidades um

pouco mais de ócio e dinheiro para ter acesso à bens...

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...Isso ocorreu principalmente após a quebra da bolsa em 1929, onde para os

capitalistas evitarem o avanço do marxismo era necessário criar uma nova

estratégia que olhasse com atenção para alguns aspectos positivos da teoria do

pensador comunista...

Uma estratégia foi o Nazi\fascismo(estudado nas aulas de história). A outra estratégia ficou conhecida como Keynesianismo, uma teoria econômica criada pelo inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, tal teoria consiste numa organização político-econômica liberal, porém sem cometer os abusos que os mais ricos realizaram e levaram a quebra de 1929. Para Keynes o Estado era como agente indispensável de controle da economia, e deveria ter o objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego e acesso dos mais pobres ao consumo. O mercado deveria permanecer livre, mas o Estado deveria agir para evitar abusos dos mais ricos., bem como deveria investir dinheiro e fazer muitas obras para movimentar a economia em tempos de crise. Tal como Marx, o pensador inglês percebia a desumanização do sistema liberal clássico, mas ao contrário do alemão sua intenção era salvar o capitalismo, ele não queria superá-lo e impor um novo sistema. O Keynesianismo foi bem aceito em países como o EUA e a Inglaterra, criando uma nova realidade econômica dotada de novos mercados com produtos de baixa qualidade e valor voltados aos assalariados. Porém com mais ócio as pessoas mais pobres começavam a aumentar seu tempo na escola, também fortaleciam sindicatos e outras organizações políticas que eram vista como potencialmente perigosas pelas elites...

1° Aos grandes capitalistas havia uma ameaça de uma revolução dos trabalhadores, principalmente devido ao momentâneo sucesso da URSS. Para evitar isso condições de trabalho e salários foram aos poucos aumentando, mas tudo sempre sob o cálculo preciso da burguesia que não pretendia sair perdendo em momento algum.

2° Era necessário direcionar esse salário evitando que os trabalhadores buscassem tanto autonomia econômica (abrindo seus próprio negócios), tanto a autonomia política investindo em sua qualificação e educação. Para isso foram criados produtos acessíveis de baixa qualidade que precisavam ser constantemente substituídos seja devido a obsolescência programada, quanto pela obsolescência perceptiva.

3° Era necessário investir em entretenimento, mas teria que ser um entretenimento asséptico, ou seja, perfeitamente alinhado com a lógica capitalista. Um entretenimento voltado para o consumo. Assim sendo, além de colocar altos investimentos em publicidade, era necessário produzir novos produtos culturais onde os produtos de outros ramos fossem exibidos, gerando fetiche aos consumidores. Misturando o entretenimento e a publicidade em uma coisa só. 4° Mesmo produtos culturais com potencial libertários poderiam se tornar lucrativos desde que fossem transformados em entretenimento através de exibições descontextualizas. 5° Os produtos devem gerar um efeito-choque (reação sem reflexão) no público, as emoções devem ser calculadas, e o conformismo deve ser estimulado. A Indústria Cultural deve se tornar uma fábrica de sonhos e ilusões porém sonhos e ilusões alinhados com a lógica capitalista.

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2.3 ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO IDEAL

informação

cultura

arte

Público

Opinião pública autônoma

filosofia ciência

2.4 ESQUEMA DE ALIENAÇÃO NA MÍDIA TRADICIONAL

Investidores

Interferência Proposital

Alienação Opinião pública manipulada

Entretenimento asséptico

gatekeeping

Além de estender ao ócio a alienação existente no trabalho, o comportamento e os ideais dos investidores é potencializado pela Industria Cultural, alienando-se na mente do público que reproduz no mundo a forma de ser que desejam os ricos e poderosos .

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3. OLIGOPÓLIOS DA INDÚSTRIA CULTURAL MUNDIAL

Do australiano Rupert Murdoch, engloba a Fox TV, o conceito de Reality TV e Star TV. Atualmente está sendo comprada pela Disney.

A Sony em 1988 comprou a gravadora CBS e depois comprou o estúdio cinematográfico Columbia Pictures

Conglomerado Matsushita formado por Panasonic, JVC e Technics comprou em 1990 a MCA/Universal

Warner junto com CNN e a Toshiba formaram a partir de 1989 a Time Warner que se tornaria o maior e mais lucrativo conglomerado de mídia.

3.1 OLIGOPÓLIOS DA INDÚSTRIA CULTURAL BRASILEIRA-FAMÍLIAS(CLÃS)

Marinho

Abravanel

Macedo

Sirotsky

Saad

Civita

Frias

Mesquita

Outras corporações importantes da IC:

Dallevo & de Carvalho

5) “O correto é dizermos que as mídias potencializam a alienação

existente na sociedade capitalista. Mas dizer que mídia e internet

alienam não está totalmente errado.” Explique como se dá o

processo de alienação na Mídia Tradicional (Industria Cultural): ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

Vídeo: Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane) 1993 Link: https://www.youtube.com/watch?v=s-8scOe31D0

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• Precisamos ter em mente que a internet são múltiplas internets.

• O cume reluzente é a web 2.0 é lá que fixamos nossa bandeira improvisada e clamamos por atenção. Ela é formada por todas as páginas que possuem estruturas colaborativas de criação e compartilhamento de conteúdo. É onde atuam as gigantes do setor como o Google, Fecebook, Yahoo, Wikipédia, You Tube, Blogger, Mercado Livre (eBay), MSN, Twitter, etc.

• A Web 2.0 caracteriza-se como espaços vazios onde são os usuários que postam conteúdo que se espalha em rede.

• Hoje é difícil encontrar algum site\portal da web tradicional que não incorpore os elementos da web 2.0 - geralmente botões para compartilhamento e espaço para comentários no fim da página.

1. O QUE DE FATO É DE FATO A WEB 2.0 ?

• Indústria Cultural

- Termo criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer na década de 1940 para explicar a submissão da arte, cultura e entretenimento à lógica industrial de de alienação do capitalismo de monopólio.

- Se apodera da informação.

- Faz do uso da padronização e do controle da inteligência coletiva uma ferramenta para ampliar seu lucro e poder.

- Exemplos: TV, Rádio, Jornal, Cinema, Videogame, internet, livros, revistas...

2. DIFERENÇAS ENTRE INDÚSTRIA CULTURAL E

INTERNET (WEB 2.0)

Internet Web 2.0 - Termo criado por Tim O’Reilly em 2005 para explicar os novos rumos que a internet tomava em direção a descentralização e a abertura de espaços colaborativos, propondo uma nova maneira de se encarar os negócios midiáticos, onde o mais importante são os dados e a participação do público. - É o público que posta as informações e conteúdos, sem o público é apenas um espaço vazio. -Faz da inteligência coletiva uma ferramenta para ampliar seu lucro e poder. - Exemplos: Redes sociais, sites de compartilhamento de vídeo ou arquivos, messenger, wiks, blogs, etc.

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• Comunicação massiva democratizada: Na Web 2.0 todos que compartilham conteúdo são potenciais comunicadores de massa...Também não é necessário nenhuma concessão ou pagamento na maioria dos países para se ter um site ou um espaço Web 2.0.

• Sem Gatekeeping: Nesta área da internet não há qualquer tipo de gatekeeping prévio, absolutamente qualquer conteúdo pode ser postado.

• Publicidade livre: na Web 2.0 o conteúdo não tem nenhuma dependência com a publicidade, uma vez que esta não é escolhida pelo conteúdo da mensagem, mas sim através de um algoritmo (AI) que direciona as propagandas de acordo com quem está acessando o conteúdo.

2.1 MAIS DIFERENÇAS ENTRE INDÚSTRIA CULTURAL E INTERNET (WEB 2.0)

Vídeo: Youtube.com/rafinhabastos - Inscreva-se /

Subscribe

Canal: Rafinha Bastos

Link:

https://www.youtube.com/watch?v=NaVpRSFDbEg

3. COMO PODEMOS PENSAR EM ALIENAÇÃO NA WEB 2.0 ?

• Em primeiro lugar: A Web 2.0 potencializa a alienação do sistema. Além de incentivar o consumismo por meio da exaustiva e despudorada publicidade, ela transforma a inveja em uma de suas principais ferramentas. Empresas do ramo investem pesado em “valores sociais” para passarmos muitas horas conectados aumentando seus lucros.

Vídeo: Empresas não são sua família | Nerdologia 88

Canal: Nerdologia

Link: https://www.youtube.com/watch?v=WzYXU2b_6cM

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• Em segundo lugar: A Web 2.0 aliena por meio de sua estrutura “feudal”, onde a própria mídia tradicional se insere na rede trazendo suas velhas estratégias manipulatórias. Neste cenário indeterminado entre a estrutura e o caos, encontramos conteúdo diversos que fazem da variedade o único padrão da rede 2.0...

Estamos no máximo a seis

cliques da pessoa mais distante

da rede...

• (a) O conteúdo como determinante.

• (b) O sistema produtor como. determinante

• (c) O processo de significação como determinante.

Para o filósofo brasileiro Teixeira Coelho questão da alienação nas

mídias pode ser analisada a partir de 3 pontos de vista que nos

passam um entendimento variado porém necessário para entender

as novas tecnologias de comunicação:

...Ele deixa claro que toda análise filosófica hoje sobre a alienação nas mídias deve considerar

sempre os 3 pontos de vista, evitando ater considerações de apenas um ponto de vista: “O perigo

não está em se usar ideias dos três pontos de vista, o perigo está na adoção de um ponto de vista

unilateral sobre o assunto” (COELHO, 1993.)

4. O QUE A FILOSOFIA TEM A NOS DIZER SOBRE ALIENAÇÃO NA INDÚSTRIA CULTURAL E INTERNET ?

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(a) O CONTEÚDO COMO DETERMINANTE. • Este é um ponto de vista que tem o Senso Comum como sua origem, assim sendo, não é justo

apontarmos algum pensador como seu idealizador.

• Segundo tal ponto de vista os produtos da indústria cultural serão bons ou maus, alienantes ou esclarecedores, conforme a mensagem eventualmente por eles veiculada.

• O critério para dizer se um filme(por exemplo) é bom ou ruim, alienante o esclarecedor, é basicamente subjetivo.

• Assim sendo um canal do YouTube (por exemplo) poderia ser menos alienador e mais revelador na medida que transmitisse menos entretenimento e passasse mais informação, conteúdo científico filosófico, principalmente se passar conteúdo que critique a ordem vigente (o sistema socioeconômico).

• Além de ser muito subjetivo, esse escopo também tem como problema o fato de que na busca por combater (criticar) a alienação proporcionada pelos produtos através do conteúdo da midiáticos, algumas pessoa atacam equivocadamente o prazer e o entretenimento como se eles fossem sempre de ideologia nociva e alienante.

(a) O CONTEÚDO COMO DETERMINANTE.

• Para o Teixeira Coelho, após os intelectuais da Escola de Frankfurt denunciarem a indústria cultural, muitos críticos acabaram caindo numa espécie de “Elitismo”. Isto transparece quando alguns deles condenam a violência e a sensualidade da programação de TV, mas ao mesmo tempo glorificam filmes ‘high cult’ cheios de violência e sexo. Isto acaba ecoando na forma não dita de um murmúrio do tipo ‘a massa é burra e não consegue entender isso. A massa precisa seriedade não prazer. Nós devemos torna-la culta através da qualidade.’

• Estes equívocos devem ser superados, para termos uma crítica séria que possa transformar a Industria Cultural e Internet em ferramentas pró esclarecimento humano. O prazer, o entretenimento, o lúdico não podem ser banidos da mídia, muito pelo contrário. A qualidade do conteúdo não está relacionada a sua chatice. Por que uma boa palestra de filosofia deve dar sono? Por que não posso assistir um programa de humor ou futebol após um dia cansativo?

• Definitivamente devemos saber que também existe muita qualidade no entretenimento, ou como dito por Coelho:

‘O prazer é, sempre, uma forma do saber’

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(b) O SISTEMA PRODUTOR COMO. DETERMINANTE • Segundo este ponto de vista as mídias estão submetidas em um sistema e isso é determinante frente sua

possibilidade de alienação. Temos duas linhas para investigarmos aqui:

• (I) “Domínio da Ideologia do sistema de origem”. (Theodor Adorno)

• (II) “A mensagem da natureza do veículo”. (Marshall McLuhan)

(I) “Domínio da Ideologia do sistema de origem”. (Theodor

Adorno): Deriva de uma das lições de Karl Marx que diz que todo produto traz em si os vestígios, as marcas do sistema produtor que o gerou. Estes traços só se, e sempre se, revelam com a crítica.

- Visto que indústria cultural e internet surgem dentro da lógica do capitalismo liberal e se consolida no capitalismo monopolista, “independentemente do conteúdo das mensagens divulgadas, trazem em si, gravados a fogo, todos os traços dessa ideologia, da ideologia do capitalismo.“

- Admite que o conteúdo possa aparentemente fazer oposição à ordem vigente, mas num sistema de forças, a força do sistema sempre prevaleceria. Por isso, indústria cultural e internet jamais poderão realmente funcionar para fins revolucionários. “A revolução não será televisionada (Gil Scott-Heron)”

É mais fácil refletirmos sobre este escopo a partir desta entrevistas que Theodor Adorno

concedeu na década de 1960.

https://www.youtube.com/watch?v=skI0

JC2s-aU

(II) “A MENSAGEM DA NATUREZA DO VEÍCULO”. (MARSHALL MCLUHAN)

• Este ponto de vista deriva de uma das lições de Marshall McLuhan. Aqui "o meio é a mensagem“. Como “meio” ele não considera apenas os meios de comunicação tradicionais, pra ele tudo é um meio, tudo pode passar uma mensagem, pois a simples presença já passa uma mensagem.

• “A "mensagem" do trem, por exemplo, não é a introdução do movimento, ou do transporte mais rápido, mas sim o fato de que ele acelerou e ampliou a escala anterior das funções humanas ao criar novos tipos de cidades e novas concepções de trabalho ou de lazer.”

• Para sabermos a mensagem de um meio é necessário avaliarmos se aquele é um “meio quente” ou um “meio frio”. (cabe uma graduação aqui)

• - O os meios quentes promovem uma baixa participação do espectador, são carregados de informação e sempre tentam apresentar suas informações de forma mais completa.

• - Os meios frios, os frios seriam de "alta" participação por parte da audiência, pois fornecem dados sob um certo aspecto incompletos, exigindo um esforço por parte da audiência no sentido de tentar recompor a mensagem inicialmente transmitida, normalmente passam poucas informações por vez.

• Assim, em relação ao sinal sonoro o rádio é um meio quente e o telefone, frio.

• A INTERNET...implode o sistema de meios “quentes e frios”, pois consegue ser o mais quente e o mais frio ao mesmo tempo.

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• Para Coelho esta “complementação participativa da TV (o mesmo parece valer para internet)” está longe de poder transformar o mundo: “É possível, de fato, que o mundo todo venha a adotar os mesmos valores, a mesma ideologia, graças às chamadas "multinacionais da cultura", que tendem a difundir por toda parte uma mesma estrutura de pensamento, um mesmo comportamento, gerados num ou em alguns poucos centros de decisão. No caso, e por enquanto, os EUA. Mas dizer, a partir daí, que o mundo todo estaria participando desse processo vai uma grande distância. De uma ideologia inculcada é possível dizer várias coisas, menos que ela oferece a participação.”

A partir desta alternativa poder-se-ia concluir que a os meios frios

são reveladores e que constituiriam um público ativo e participativo.

Mas concluir isso seria um erro, pois tal participação em McLuhan

seria apenas “complementação” e nada mais. Não basta um meio

ser “frio” é preciso criar hábitos reflexivos, e disponibilizar meios

de interação mais profundos com os espectadores. Perceba que a

internet Web 2.0 abre espaços colaborativos, mas não caminha

nessa direção...

https://www.youtube.com

/watch?v=fvRMpS-aGLE

Entrevista com Marshall McLuhan

(1977)

(c) O PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO COMO DETERMINANTE. (CHARLES SANDERS PEIRCE) Este é o ponto de vista da Semiótica. Ciência que estuda todos os fenômenos

culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Signo é tudo que representa ou está no lugar de algo (Ex: A palavra em relação a

coisa)

Para Peirce existem 3 tipos de signos que produzem 3 tipos de consciência: a) Signo Icônico > Possui uma analogia com o objeto representado. Diz muito sobre objeto.

(Ex: Uma foto, Uma Escultura) Gera a Consciência icônica: É o tipo de consciência que emana das artes autônomas, está relacionada com os sentimentos e com a contemplação.

b) Signo Indicial > É o indício de algo. É efêmero. Não diz muito sobre objeto. não existe se o receptor não sabe a relação entre signo e objeto. (Ex: Poça d´água, Flecha de saída) Gera a Consciência indicial: É um tipo de consciência superficial, que não dá tempo para a contemplação. Exige alguma “esperteza” do público, mas nunca conhecimento real.

c) Signo simbólico > Representa seu objeto em virtude de uma convenção. Sua relação com o objeto é arbitrária, O exemplo mais comum de símbolo é a palavra, qualquer palavra. Gera a Consciência simbólica: é de uma consciência interessada na investigação do objeto, que produz e busca entender as convenções, normas, causas e efeitos. É o tipo de consciência exigida pela ciência e pela filosofia de boa qualidade.

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Toda a indústria cultural e a internet Web 2.0 vêm operando com signos indiciais e, assim, provocando a formação e o desenvolvimento de consciências indiciais. Isto é: tudo nas mídias e nas redes é efêmero, rápido, transitório. Não há tempo para a intuição e o sentimento das coisas, nem para o exame lógico delas: a tônica consiste apenas em mostrar, indicar, constatar (efeito-choque). Não há revelação, apenas constatação, e ainda assim uma constatação superficial — o que funciona como mola para a alienação. 0 que interessa não é sentir, intuir ou argumentar, querem que público apenas constate.

“O cata-vento me diz que realmente há vento e que o vento sopra nesta direção. Eu constato isso, não intuo. Se a consciência icônica pode me levar a descobertas absolutamente novas, a indicial só pode me revelar aquilo que já foi revelado pelo menos a outros, diminuindo o valor da revelação: a seta me mostra o caminho, mas esse caminho já foi conhecido, estabelecido por outros antes de mim.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS Mesmo com seu ambiente colaborativo, livre e democrático a internet Web 2.0 parece menos promissora frente ao real esclarecimento humano do que poderíamos esperar num primeiro momento, Pois:

1º Por si só não ensina seu publico a selecionar conteúdo de qualidade;

2º Surgiu e está submissa a lógica alienação presente no sistema socioeconômico;

3º Geralmente a participação exigida em seus espaços colaborativos não passa de complementação desprovida de senso crítico;

4º Na maior parte do tempo opera com signos indiciais que geram uma consciência superficial e efêmera sobre as coisas.

Já passamos por dois momentos distintos em relação alienação nas mídias e atualmente estamos adentrando rapidamente para um terceiro estágio:

- O primeiro momento foi a era pré-capitalista, ou Momento Religioso clássico, onde íamos até o templo para ser tutelados e doutrinados (período da crítica Iluminista);

- O segundo momento seria o Momento Industrial, em que devido as novas necessidades de produção, trabalho e consumo o templo passou a ir até nossas casas através da indústria cultural (período da crítica de Theodor Adorno e Max Horkheimer);

- O terceiro momento seria o Momento Digital, no qual passamos a levar o templo em nossos bolsos em uma conexão constante com os demais membros de uma rede complexa que tem arrebatado a todos ( período da atual crítica).

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MESMO ASSIM...

... O que observamos agora é uma comunicação muito mais participativa, porém nada ainda está claro, só o tempo nos dirá a real dimensão das mudanças que a democratização dos meios de comunicação de massa e os espaços colaborativos proporcionados pela Web 2.0 significarão para a história da humanidade.

EXERCÍCIOS: PODE SER REALIZADO EM GRUPOS DE ATÉ 5 ALUNOS. TODOS DEVEM TER AS RESPOSTAS ANOTADAS EM SEUS POLÍGRAFOS. (justifique as respostas em no mínimo 5 linhas)

• 1) Por que para Theodor Adorno as escolhas que podemos fazer dentro da indústria cultural não passam de escolhas aparentes e superficiais? Por exemplo: Assistir a Globo ou SBT, jogar Playstation ou Xbox, ouvir Rock ou Sertanejo?

• 2) Por que para Marshall McLuhan a interatividade e os espaços colaborativos da web 2.0 não são suficientes para proporcionar esclarecimento?

• 3) ‘O prazer é, sempre, uma forma do saber'. Explique com suas palavras este aforismo de Teixeira Coelho:

• 4) "tudo nas mídias e nas redes é efêmero, rápido, transitório. Não há tempo para a intuição e o sentimento das coisas, nem para o exame lógico delas." Por que você acha que as coisas são assim na indústria cultural e na web 2.0? Como poderia ser diferente?

• 5) Certamente Você já compartilhou ou viu alguém compartilhar alguma notícia falsa nas redes sociais? Relate como foi essa experiência.

• 6) Como você pensa que será a internet e sua relação com o público daqui a 50 anos?

• 7) Como ocorre a alienação na internet web 2.0?