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PARTIDO VERDE DO DISTRITO FEDERAL ALIANÇA PARA UMA BRASÍLIA JUSTA E SUSTENTÁVEL PROGRAMA DE GOVERNO PARTIDO VERDE DO DISTRITO FEDERAL ELEIÇÕES 2010

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PARTIDO VERDE DO DISTRITO FEDERAL

ALIANÇA PARA UMA BRASÍLIA

JUSTA E SUSTENTÁVEL

PROGRAMA DE GOVERNO

PARTIDO VERDE DO DISTRITO FEDERAL

ELEIÇÕES 2010

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 2

SUMÁRIO

1- Apresentação.................................................................................................................. 03

2- A Brasília que temos........................................................................................................ 03

3- A Brasília que queremos...................................................................................................04

Diretrizes Gerais

3.2. Educação para a Vida Adequada as Necessidades do Nosso Tempo.........................04

3.3. Saúde com Qualidade de Vida para Todos...............................................................24

3.4. Economia Verde e Solidária.....................................................................................28

3.5. Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Resíduos Sólidos............................................66

Lista dos colaboradores no programa.............................................................................78

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1. APRESENTAÇÃO

O presente documento tem por objetivo apresentar as DIRETRIZES PARA PROGRAMA DE GOVERNO DO PARTIDO VERDE DO DISTRITO FEDERAL - ELEIÇÕES 2010, que foi elaborado com base no Programa do Partido Verde, nas Diretrizes para Programa de Governo da candidatura de Marina Silva, na contribuição de grupos de trabalho temáticos coordenados pelo Partido Verde do Distrito Federal nas áreas de Ecologia Urbana, Saúde, Educação, Economia Verde, Cidadania Feminina e Meio Ambiente, bem como no Plano de Governo para o Distrito Federal para o mandato tampão de 2010.

A versão completa do Programa de Governo do PV/DF – 2010 com todas as contribuições dos grupos de trabalho será disponibilizada em meio digital para acesso de todos e economia de papel.

2. A BRASÍLIA QUE TEMOS

Brasília foi sonhada, planejada e construída para ser a Capital de Todos os Brasileiros. Suas bases conceituais, políticas, urbanísticas e arquitetônicas apontaram para uma nova era de grandeza, democracia e equidade social.

O que é planejado torna-se concretizado somente quando a sociedade como um todo abraça as idéias de uma utopia e as materializa para o benefício global. Brasília ao completar cinqüenta anos tem boa parte dos ideais de sua fundação realizada, como a implantação da Capital e a interiorização e desenvolvimento do Centro Oeste, entretanto muito descaminho houve.

O planejamento urbanístico e ambiental desrespeitado levou o caos à periferia e entorno. O aumento das cidades e da população sem as políticas públicas adequadas e gestão administrativa correta fazem de Brasília um palco de desigualdades e grandes problemas sociais. Quase todas as áreas da administração apresentam situação de gravidade, como exemplo, a saúde, educação, transportes, segurança e meio ambiente.

Escândalos de corrupção têm se tornado uma constante. A sociedade brasileira exige mudanças, não apenas em Brasília, mas em todo o país. É hora de fazermos uma extensa e profunda reflexão sobre o momento em que vivemos. É preciso iniciar uma reforma política que estabeleça novos valores e assegure novos comportamentos na gestão do poder público. Esse é um desafio para todo cidadão, mas especialmente, para aqueles que, filiados a partidos políticos, oferecem sua capacidade, disponibilidade, compromisso e experiência para trabalhar em favor dos interesses da sociedade.

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3. A BRASÍLIA QUE QUEREMOS Diretrizes gerais

A sustentabilidade como linha transversal na integração das questões sociais, econômicas e ambientais;

Promoção da cidadania e da justiça social;

Gestão pública fundamentada em princípios éticos democráticos e transparentes.

3.1. Educação para a Vida Adequada as Necessidades do Nosso tempo

Diretriz

Para o PV a educação deve ter como foco central a formação para a cidadania e para o ecodesenvolvimento. Por isso entende que este deve ser um setor estratégico no campo das políticas públicas, voltando-se ao atendimento da população desde a infância até a fase adulta.

I- Introdução

O PV é um partido político que tem suas bases fundadas no princípio da sustentabilidade econômica, social e ambiental e na ação autônoma, fraterna e solidária. Compromete-se a dialogar com as diferentes instâncias sociais e políticas para, de forma conjunta, debater e definir ações coordenadas para a solução de conflitos que firam a liberdade democrática, a justiça social, os direitos humanos e provoquem ameaças ambientais.

Para o PV, pensar na sociedade brasileira significa compreendê-la segundo uma organização sistêmica onde seus membros e suas economias supram suas necessidades e expressem o seu maior potencial no presente, sem que isso implique ferir a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Para tanto, prevê que as ações humanas sejam planejadas de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais e com isso propiciar qualidade de vida a toda população.

Para garantir a sustentabilidade, um empreendimento deve ser: a) ecologicamente correto;

b) economicamente viável;

c) socialmente justo; e

d) culturalmente aceito.

São estes os quatro pilares em que as ações do PV, nas diferentes áreas (político/econômico/social) deverão se respaldar.

II- Compromissos do PV com a Educação no Brasil

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 5

Para o PV a educação deve ter como foco central a formação para a cidadania e para o ecodesenvolvimento. Por isso entende que este deve ser um setor estratégico no campo das políticas públicas, voltando-se ao atendimento da população desde a infância até a fase adulta. Sabe-se que o principal obstáculo a um desenvolvimento sustentado e a uma democracia plena no país é o nível educacional da população, fato este que restringe o acesso ao conhecimento e, consequentemente, ao exercício consciente da cidadania e de uma profissão que garanta o sustento individual e coletivo. A degradação do sistema educacional, sua incapacidade de formar cidadãos e também servir de base para uma valorização profissional adequada prejudica notavelmente a consolidação de uma sociedade solidária e justa. Afeta também a possibilidade de desenvolvimento de uma economia capaz de criar o máximo de valor agregado, uma vez que depende de mão de obra qualificada. Nesse sentido, é fundamental pensar em políticas públicas para a educação que atinjam os diferentes níveis (educação básica e superior), etapas e modalidades, de maneira articulada, em sintonia com as normas legais e jurídicas (Constituição Federal de 1988, PNE/2001, LDB/1996, dentre outros) e expressem a efetivação do direito social à educação, com qualidade para todos. É importante, também, que toda ação pensada para o setor educacional esteja associada a outras políticas sociais, reconhecendo que o espaço escolar como uma extensão da família e da sociedade. Sendo assim, é fundamental a presença do PV na construção do Plano Nacional de Educação (2011-2020), e sua participação na Conferência Nacional da Educação (CONAE) a ser realizada neste ano de 2010.

III- Compromissos do PV com a Educação no Distrito Federal

1. Educação Básica – caracterização geral1

A Educação Básica é composta por três etapas - Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio - e as modalidades de educação - Especial e EJA. Seu objetivo, conforme a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seus artigos 21 e 22, é assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Os principais documentos norteadores da Educação Básica Nacional, regidos pela Constituição da República Federativa do Brasil, são:

A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e

O PNE - Plano Nacional de Educação (2001-2010), Lei nº 10.172/2001, que será reformulado em 2010.

A lei define que o Distrito Federal deverá desenvolver as competências referentes aos estados - assegurar o oferecimento do Ensino Fundamental e oferecer o Ensino Médio - e aos municípios - oferecer a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Ou seja, cabe ao DF o oferecimento de toda a Educação Básica. No que concerne à União, a LDB diz que a esta cabe a organização do sistema de Educação Superior e o apoio técnico e financeiro aos demais entes

1 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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federados. Atualmente o sistema educacional do DF atende os seguintes níveis e modalidades de ensino:

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Educação Especial EJA - Educação de Jovens e Adultos

1.1.Educação Infantil2

O atendimento em Educação Infantil ocorre em creches (crianças de zero a três anos) e em pré-escolas (de quatro a cinco anos). Em 2008, foram atendidos 634 alunos em creches e 32.782 em pré-escolas na Rede Pública de Educação Infantil do Distrito Federal.

A SEDF tem como meta universalizar o atendimento da Educação Infantil na faixa etária de quatro a cinco anos. Apesar da ampliação gradativa do atendimento, a demanda para a educação ainda não está sendo plenamente atendida. Em 2008, 71% das crianças que solicitaram matrícula em pré-escolas da rede pública conseguiram vaga.

Creches DRE Matrículas Turmas Plano Piloto 111 5 Brazlândia 40 2 Gama 61 3 Sobradinho 85 4 Taguatinga 51 3 Paranoá 42 2 Santa Maria 78 4 São Sebastião 151 9 Total 634 33 Fonte: Censo Escolar/2008

Pré-escola DRE Matrículas Turmas Plano Piloto 3.157 137 Brazlândia 1.167 48 Ceilândia 7.284 307 Gama 2.402 104 Guará 935 38 Núcleo Bandeirante 1.663 68 Planaltina 1.940 78 Sobradinho 2.091 82 Taguatinga 3.289 179 Samambaia 2.768 112

2 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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Paranoá 726 30 Santa Maria 2.644 109 São Sebastião 1.106 41 Recanto das Emas 1.610 60 Total 32.782 1.393 Fonte: Censo Escolar/2008

Capacidade Física

Em 2008, o atendimento de pré-escola ocorreu em 14 CAICs - Centros de Atenção Integral à Criança, 15 CEI - Centros de Educação Infantil, 28 JI - Jardins da Infância e 152 outras instituições educacionais (Escolas Classe e Centros de Ensino Fundamental).

Capacidade física – 2007 Nº DRE EDUCAÇÃO INFANTIL

Exclusivas CAIC OUTROS TOTAL CEI JI

1 PLANO PILOTO / CRUZEIRO 1 17 0 13 31 2 BRAZLÂNDIA 1 0 1 6 08 3 CEILÂNDIA 0 0 1 47 48 4 GAMA 1 4 1 11 17 5 GUARÁ 0 1 0 7 8 6 NÚCLEO BANDEIRANTE 3 1 1 4 9 7 PLANALTINA 0 1 1 15 17 8 SOBRADINHO 0 2 1 7 10 9 TAGUATINGA 4 0 1 18 23 10 SAMAMBAIA 0 0 2 12 14 11 PARANOÁ 1 0 1 7 9 12 SANTA MARIA 2 1 2 3 8 13 SÃO SEBASTIÃO 1 0 1 5 7 14 RECANTO DAS EMAS 1 1 0 5 7 TOTAL 15 28 13 160 216 Fonte: SUBIP/DPEAC/GERA

1.2.Ensino Fundamental3

Obrigatório e gratuito foi ampliado de oito para nove anos por meio da Lei Federal nº 11.114/05, a qual estabelece que é dever do Estado brasileiro seu oferecimento, inclusive às pessoas que não tiveram acesso a ele na idade própria, tal como prescreve a LDB - Lei Federal nº 9.394/96. A matrícula do aluno de seis anos no Ensino Fundamental atende à legislação federal e à Lei Distrital nº 3.483/04, cuja implantação deve ser concluída no prazo máximo de quatro anos, a contar de 2005. Antecipando-se ao disposto na legislação, a SEDF universalizou, em 2008, a oferta de Ensino Fundamental de nove anos. A implementação do Ensino Fundamental de nove anos se deu de maneira gradativa e foi

3 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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realizada por meio do BIA - Bloco Inicial de Alfabetização, em 2005, na Diretoria Regional de Ensino de Ceilândia. Posteriormente, o BIA foi adotado nas DREs – Diretorias Regionais de Ensino de Taguatinga, Samambaia, Guará e Brazlândia. Em 2008, toda a demanda por matrículas no Ensino Fundamental da Rede Pública foi atendida. Foram matriculados um total de 328.988 alunos, sendo que destes, 181.154 nos anos iniciais e 125.404 nos anos finais.

Demonstrativo de matrículas e turmas - 2007 DRE Matrículas Turmas Plano Piloto 25.969 938 Brazlândia 12.729 435 Ceilândia 58.892 1.895 Gama 24.876 837 Guará 12.814 419 Núcleo Bandeirante 15.578 511 Planaltina 33.047 1.068 Sobradinho 19.796 663 Taguatinga 27.298 915 Samambaia 28.572 904 Paranoá 15.901 501 Santa Maria 18.586 600 São Sebastião 13.929 439 Recanto das Emas 21.007 649 Total 328.988 10.774 Fonte: Censo Escolar/2008

Capacidade Física

A Rede Pública de Ensino, em 2008, contou com 314 Escolas Classe e 151 Centros de Ensino Fundamental, totalizando 465 instituições educacionais para o atendimento do Ensino Fundamental. Em 2008 a Rede Pública de Ensino foi ampliada com a entrega de cinco novas instituições de ensino: uma em São Sebastião, uma no Paranoá, uma em Taguatinga e duas em Planaltina.

1.3.Ensino Médio4

O Ensino Médio, etapa final da educação básica, estrutura-se em três anos e tem como finalidade a consolidação dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, a continuidade da aprendizagem e a preparação para o trabalho e a cidadania.

Em conformidade com a LDB, Lei Federal nº 9.394/96, o Ensino Médio tem progressiva extensão de obrigatoriedade e gratuidade. Além disso, o PNE - Plano Nacional de Educação, Lei Federal nº 10.172/01, garante o acesso a este nível de ensino a todos aqueles que concluíram o Ensino Fundamental na idade regular. Em 2007, a SEDF registrou a matrícula de 64.273 alunos no Ensino Médio, distribuídos em 1.690 turmas. Toda a demanda foi atendida.

4 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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Demonstrativo DE MATRÍCULAS E TURMAS - 2007 DRE Matrículas Turmas Plano Piloto 7.751 219 Brazlândia 2.117 58 Ceilândia 8.961 229 Gama 5.311 147 Guará 2.455 67 Núcleo Bandeirante 3.041 84 Planaltina 5.996 150 Sobradinho 3.784 101 Taguatinga 9.861 256 Samambaia 4.117 103 Paranoá 2.233 58 Santa Maria 3.454 86 São Sebastião 1.962 52 Recanto das Emas 3.230 80 Total 64.273 1.690 Fonte: Censo Escolar/2008

Capacidade Física

A Rede Pública de Ensino, em 2008, contou com 74 instituições educacionais para o atendimento do Ensino Médio, assim divididas por DRE:

INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS - 2007 DRE QUANTIDADE Plano Piloto 10 Brazlândia 04 Ceilândia 11 Gama 05 Guará 04 Núcleo Bandeirante 04 Planaltina 08 Sobradinho 05 Taguatinga 09 Samambaia 04 Paranoá 03 Santa Maria 02 São Sebastião 03 Recanto das Emas 02 Total 74 Fonte: Censo Escolar/2008

1.4.Educação Profissional5

5 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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Em 2007, unidades de educação profissional vinculadas à SEDF foram transferidas para a estrutura orgânica da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, conforme Decreto nº 28.276, de 14/09/2007, publicado no DODF nº 179 de 17/09/2007. São elas: os CEPs - Centros de Educação Profissional: Escola Técnica de Brasília, Profissional de Ceilândia e Profissional de Saúde. Também em 2007, o CEP Colégio Agrícola de Brasília foi transformado em entidade de natureza autárquica, vinculada do MEC - Ministério da Educação, como Escola Agrotécnica Federal, pela Lei Federal nº 11.534, de 25/10/2007.

1.1.1 1.5. Educação Especial6

Modalidade de educação escolar ofertada na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal para estudantes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação, de acordo com recomendação da legislação em vigor. A educação especial oferece atendimento educacional especializado aos estudantes com:

Deficiência intelectual, Deficiência auditiva, Deficiência visual, Deficiência física, Transtorno global do desenvolvimento (TGD), Deficiência múltipla, e Altas habilidades/superdotação, Surdocegueira.

Esses estudantes são matriculados em turmas do Ensino Regular ou, em decorrência de suas necessidades, em caráter temporário, em turmas de atendimento exclusivo ou ainda nos Centros de Ensino Especial, além de outras formas de atendimento. A educação especial é oferecida em:

Classes comuns do Ensino Regular, Salas de Recurso, Itinerância, Classes especiais, Classes de integração inversa, CEEs - Centros de Ensino Especial, CEEDV - Centro de Ensino Especial de Deficiência Visual, CAP - Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência

Visual, CAS - Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às

Pessoas com Surdez , Programa de Educação Profissional Especial, Centro de Iniciação Desportiva – CID Paraolímpico. Classes Hospitalares

6 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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Matrículas por Classe Inclusiva Exclusiva Especial Total

Plano Piloto 1.197 493 159 1.849 Brazlândia 346 211 74 631 Ceilândia 1.175 806 389 2.370 Gama 507 529 146 1.182 Guará 362 212 75 649 Núcleo Bandeirante 497 - 145 642 Planaltina 570 365 40 975 Sobradinho 546 256 150 952 Taguatinga 978 309 345 1.632 Samambaia 414 299 110 823 Paranoá 214 - 156 370 Santa Maria 416 192 127 735 São Sebastião 289 - 148 437 Recanto das Emas 357 - 85 442 Total 7.868 3.672 2.149 13.689 Fonte Censo Escolar 2008

O Ensino especial atende a 13.689 alunos na Rede Pública de Ensino. Deste total, 7.868 estão matriculados em classes comuns (inclusiva e integradora) e são computados como alunos do Ensino Fundamental. Os demais 5.821 são das classes especiais e dos CEEs.

Instituições Educacionais Especiais DRE Nº Inst. Nome das Instituições Plano Piloto/ Cruzeiro 3 Centro Integrado Ensino Especial - CIEE

Centro de Ensino Especial 02 de Brasília Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais

Brazlândia 1 Centro de Ensino Especial 01 de Brazlândia Ceilândia 2 Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia

Centro de Ensino Especial 02 de Ceilândia Gama 1 Centro de Ensino Especial 01 do Gama Guará 1 Centro de Ensino Especial 01 do Guará Núcleo Bandeirante 0 - Planaltina 1 Centro de Ensino Especial 01 de Planaltina Sobradinho 1 Centro de Ensino Especial 01 de Sobradinho Taguatinga 1 Centro de Ensino Especial 01 de Taguatinga Samambaia 1 Centro de Ensino Especial 01 de Samambaia Paranoá 0 - Santa Maria 1 Centro de Ensino Especial 01 de Santa Maria São Sebastião 0 - Recanto das Emas 0 - Total 13

Fonte: Censo Escolar/ 2008

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Outras Necessidades

Matrícula Inicial - Classe Especial

DRE Condutas típicas

Deficiência Auditiva

Deficiência Física

Deficiência Mental

Deficiência Visual

DMU Total

Plano Piloto/ Cruzeiro 42 15 - 43 31 25 - 159 Brazlândia 5 13 - 56 - - - 74 Ceilândia 7 133 - 242 - 7 - 389 Gama 16 28 - 101 - 1 - 146 Guará 11 4 - 60 - - - 75 Núcleo Bandeirante 71 - - 66 - 8 - 145 Planaltina 3 32 - 5 - - - 40 Sobradinho 11 15 - 122 - 2 - 150 Taguatinga 46 39 9 187 1 20 43 345 Samambaia 4 8 - 93 - 5 - 110 Paranoá 34 4 2 63 - 13 40 156 Santa Maria 8 33 - 83 - 3 - 127 São Sebastião 10 10 - 92 - 36 - 148 Recanto das Emas 4 11 - 68 - 2 - 85 Total 272 345 11 1.284 32 122 83 2.149 Fonte: Censo Escolar 2008

Programas Especiais de Educação Precoce

Atendimento especializado a crianças entre zero e três anos e 11 meses de idade com necessidades educacionais especiais decorrentes de deficiência intelectual, visual, auditiva, física/motora e múltipla; transtorno global do desenvolvimento (TGD). Atende também crianças prematuras, consideradas de risco por serem vulneráveis e apresentarem atraso no seu desenvolvimento global, com base na legislação em vigor. O objetivo deste atendimento é promover o desenvolvimento das potencialidades da criança no que se refere aos aspectos físicos, cognitivos, psicoafetivos, sociais e culturais, priorizando o processo de interação e comunicação, mediante atividades significativas e lúdicas, assim como a orientação, o apoio e o suporte à família e ao estudante no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. O Programa de Educação Precoce está presente em todas as Regionais de Ensino do Distrito Federal.

Locais de Atendimento

DRE Contato das Instituições de Ensino Plano Piloto 3901-7608 (CEE 02) / 3901-7607 (CEEDV) Brazlândia 3901-3665 (CENEBRAZ) Ceilândia 3901-8345 / 3375-2321 (CEE 02) / 3901-6870 (CEE 01) Gama 3901-8124 (CEE) Guará 3901-3709 (CEE)

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Núcleo Bandeirante 3901-4350/3901-4351 (CAIC JK) Planaltina 3901-4475 (CEE) Sobradinho 3901-4104 (CEE) Taguatinga 3901-6679 (CEI 04) Samambaia 3901-7744 (CEE) Paranoá 3901-7557 (CEI 01) Santa Maria 3901-6614 (CEE) São Sebastião 3901-7701 (CAIC UNESCO) Recanto das Emas 3901-3659 (CEI 304) Fonte: SEDF/SUBEB/DEE

Programa Classe Hospitalar

Atendimento a crianças e adolescentes que estão em situação de internação. O Programa é fruto de convênio firmado entre as Secretarias de Estado de Educação e de Saúde, cuja história remonta aos primeiros anos após a inauguração de Brasília. O atendimento é realizado por professores especializados. O objetivo principal é favorecer a continuidade da escolarização, de modo a garantir inclusão ou reinserção destes estudantes na escola em relação ao processo ensino-aprendizagem, evitando a evasão, a repetência e o fracasso escolar destes, bem como estimular sua socialização e seu desenvolvimento global, por meio de atividades educativas adaptadas às suas necessidades. Locais de Atendimento - Fonte: SE/SUBEB/DEE

Hospital de Apoio de Brasília, Hospital de Base de Brasília, Hospital Regional da Asa Norte, Hospital Regional da Asa Sul, Hospital Regional de Taguatinga, Hospital Regional do Gama.

Programa de Atendimento a Estudantes com Altas Habilidades/Superdotação Consiste no atendimento às necessidades educativas dos estudantes identificados com potencial de talento em salas de aula do ensino regular. Fundamenta-se no desenvolvimento de estratégias diferenciadas de abordagem das habilidades e competências do currículo comum, com vistas à suplementação, diferenciação, modificação e ao enriquecimento curricular. O atendimento no Distrito Federal acontece em 43 Salas de Recursos de altas habilidades distribuídas em 15 unidades de ensino, de nove DREs – Diretorias Regionais de Ensino:

Ceilândia, Gama, Guará, Planaltina, Plano Piloto/Cruzeiro, Samambaia, São Sebastião, Sobradinho,

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Taguatinga.

Os estudantes frequentam normalmente as atividades na sala de aula do Ensino Regular e são atendidos no contraturno, de uma a duas vezes por semana, em salas de recursos de altas habilidades. A equipe de atendimento é formada por psicólogo, professor itinerante e professor tutor, responsável pelo desenvolvimento das atividades na sala de recursos.

1.6. EJA - Educação de Jovens e Adultos7

Destina-se àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio em idade apropriada. A Rede Pública de Ensino do Distrito Federal oferece esta modalidade nas formas presencial e a distância, e também exame de certificação – ENCCEJA - Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos.

DEMONSTRATIVO DE MATRÍCULAS DRE Matrículas

Plano Piloto 7.468 Brazlândia 1.887 Ceilândia 12.922

Gama 5.349 Guará 2.813

Núcleo Bandeirante 4.207 Planaltina 3.437

Sobradinho 5.253 Taguatinga 6.518 Samambaia 5.775

Paranoá 2.730 Santa Maria 3.939

São Sebastião 2.656 Recanto das Emas 3.540

Total 68.494 Fonte: Censo Escolar/2008

INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

DRE QUANTIDADE Plano Piloto 19 Brazlândia 10 Ceilândia 37

Gama 16 Guará 12

Núcleo Bandeirante 11 Planaltina 13

7 http://www.se.df.gov.br/ visitado em 01/03/2010

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Sobradinho 17 Taguatinga 17 Samambaia 18

Paranoá 6 Santa Maria 8

São Sebastião 6 Recanto das Emas 11

Total 201 Fonte: SUBIP/DPEAC/GERPE

1.7. EJA - Educação de Jovens e Adultos a Distância8

Método de ensino-aprendizagem aberto, dinâmico e flexível, cujo modelo possibilita a auto-aprendizagem, fortalecendo a autonomia e a independência do aprendiz, sem limitação quanto a horário ou local. Oferece via internet os segundo e terceiro segmentos da Educação de Jovens e Adultos, o que corresponde aos anos finais do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, respectivamente. A atividade é desenvolvida de forma virtual, com exceção da matrícula e do exame final que são necessariamente presenciais, ou seja, é obrigatória a presença do aluno. A CEAD - Coordenadoria de Educação a Distância funciona no CESAS - Centro de Ensino Supletivo Asa Sul, localizado na L2 Sul, SGAS 602 Projeção D, onde se realizam a matrícula e os exames presenciais.

ENCCEJA - Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos

Desenvolvido e aplicado, anualmente, pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, este exame é uma avaliação para aferição de competências e habilidades de jovens e adultos, residentes no Brasil e no exterior, que não possuam a certificação equivalente em nível fundamental ou médio. Como o exame é individual e não obrigatório, os interessados devem efetivar sua própria inscrição e não necessitando estar matriculados em cursos presenciais ou a distância de EJA. No Ensino Fundamental, o participante do ENCCEJA pode ser certificado, nas seguintes áreas:

Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Artística e Educação Física, História e Geografia, Matemática, Ciências Naturais.

Já no Ensino Médio, a certificação abrange:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias

8 Idem

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Em 2008, 32.184 alunos do Distrito Federal se inscreveram no ENCCEJA, sendo 10.410 no ensino fundamental e 21.774 no ensino médio

IV. Qualidade da Educação Básica no Distrito Federal

Um estudo feito em 2008 pela Fundação Cesgranrio para verificar a qualidade do ensino oferecido pelas 620 escolas públicas do DF, a pedido do governo do GDF, apontou graves falhas no sistema educacional do DF. Além de análise de indicadores de evasão e repetência, o estudo levou em conta o desempenho de alunos em ciências, matemática e português nas séries pares do ensino fundamental (2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries) e no 3º ano do ensino médio. Avaliou ainda a oferta da educação especial e infantil. Segundo esse estudo, vários problemas estruturais e pedagógicos foram observados nas escolas, especialmente nas de educação infantil, tais como: banheiros sem porta, desorganização pedagógica, falta de área de lazer e de material de apoio para as atividades escolares, deficiência e até inexistência de materiais pedagógicos para serem utilizados, tais como jogos, brinquedos, papéis diversos, papéis coloridos, canetas próprias para pintura, pincéis e tintas, cola, tesoura e livros. Quanto ao espaço externo, os poucos equipamentos de recreação ao ar livre observados estavam quebrados ou eram impróprios para o uso. No que diz respeito à formação dos profissionais, concluiu-se que ela é insuficiente para a realização de um trabalho de qualidade. O mesmo foi identificado na proposta pedagógica, quase inexistente nas escolas avaliadas. Já no ensino especial os principais problemas estão relacionados à inclusão dos alunos em escolas regulares. Segundo o relatório, existem dois diferentes sistemas de ensino para alunos com necessidades especiais. O primeiro se enquadra nas orientações do Ministério da Educação e inclui crianças e adolescentes com diferentes necessidades em classes regulares de ensino em escolas básicas. No entanto, existe um segundo tipo de oferta que, ao invés de auxiliar a inclusão, a torna mais difícil. De acordo com a avaliação, apesar da orientação geral do Ministério da Educação, os centros de ensino especial ainda seguem uma proposta de atendimento médico-psicológica, adotando técnicas e metodologias que dificultam a inclusão dessas pessoas na escola regular, que tende a prejudicar a formação dos alunos. Em 2008 também foi realizado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), a pedido da SEDF, um diagnóstico sobre violência nas escolas com a finalidade de subsidiar a implementação de um Plano de Convivência Escolar que propicie o relacionamento interpessoal saudável e o sucesso escolar dos estudantes. O estudo adotou técnicas quantitativas e qualitativas de pesquisa para possibilitar uma visão mais completa do fenômeno da violência nas instituições de ensino da rede pública do DF, envolvendo a participação de 9.937 alunos da 5ª série do Ensino Fundamental a 3ª série do Ensino Médio, além de 1.300 professores. Também foram realizados 60 grupos focais, 433 entrevistas, 207 redações. O levantamento foi realizado em 84 escolas distribuídas nas 14 Diretorias Regionais de Ensino (DREs), sendo 06 instituições educacionais (04 de ensino fundamental e 02 de ensino médio) por DRE. O estudo apresentou uma caracterização dos alunos e professores da rede pública de ensino do Distrito Federal, incluindo acesso a cultura e lazer. Também investigou o clima e as relações sociais no ambiente escolar, bem como a percepção de alunos e professores sobre o impacto da violência.

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Os episódios de violência foram classificados como microviolência, violência simbólica e violência “dura”. A microviolência envolve agressões verbais, xingamentos e ofensas. A violência simbólica, de acordo com a categorização adotada no Diagnóstico, diz respeito a manifestações como preconceito e discriminação. A violência “dura” se refere a agressões que envolvem dano ou risco de dano ao patrimônio ou a uma pessoa. Dessas categorias investigadas foram colocadas em destaque a microviolência. Na percepção da maior parte dos alunos, ocorrem xingamentos/agressão verbal e para quase metade deles, existem ofensas às famílias nas escolas. As agressões verbais no ambiente escolar remetem à dimensão da convivência e dos relacionamentos sociais na escola. Desse modo, é fundamental fomentar ações de promoção do diálogo enquanto mecanismo de resolução pacífica de conflitos a fim de se constituir um ambiente de convivência harmônica tolerância entre alunos, bem como entre alunos e professores. Atuar no plano dos relacionamentos interpessoais também se mostra crucial para evitar a escalada dos conflitos, o que, demonstram os estudos, tende a dar origem a episódios de violência com maior potencial de dano (agressões físicas, por exemplo). Com relação à violência simbólica, uma parcela significativa dos alunos aponta a existência de discriminação (por raça/cor, por orientação sexual e por condição social), mas uma pequena minoria deles diz ter sido vítima desse tipo de violência nas escolas. As agressões contra o prédio e o patrimônio escolar são, para alunos e professores, o tipo de violência “dura” mais frequentemente observada nas instituições educacionais. Agressão física, roubo/furto e ameaças também ocorrem no espaço escolar, segundo o Diagnóstico, com significativa incidência. Já a ação de gangues, o tráfico de drogas e o porte de armas (brancas e de fogo) são menos comuns do que as demais violências “duras”. No que diz respeito à violência sexual, alunos e professores identificam este tipo de manifestação no ambiente escolar. A violência no espaço escolar gera sentimentos de medo, em variados graus de intensidade, bem como produz um impacto negativo sobre os estudos, prejudicando as condições de aprendizagem. Revela-se, portanto, um empecilho à educação de qualidade. De um modo geral, observa-se avanço no atendimento à meta de universalização da educação básica, contudo há de se investir de forma maciça na qualidade do atendimento prestado aos escolares, o que requer analisar o sistema educacional segundo um olhar mais amplo e não apenas avaliando o resultado da produtividade escolar e os índices de evasão e repetência. É necessário o desenvolvimento de ações que verifiquem a eficácia e a efetividade do processo educativo de modo a justificar os altos investimentos a serem destinados ao setor educacional. Pensar em políticas públicas na área da educação com base no conceito de sustentabilidade implica canalizar esforços para que a formação recebida pelos estudantes contribua para desenvolver neles a consciência cidadã, priorizando as necessidades da coletividade e a garantia do bem estar social e não necessidades específicas de uma minoria. Longe de negar os esforços de governos anteriores para o atendimento às metas definidas no Plano Nacional de Educação (2001-2010) e os planos de governos para o setor educacional, o que o PV deseja é aprimoram as boas idéias otimizando as suas ações propondo novos projetos que visem atender áreas carentes e pouco assistidas. Assim, muitas estratégias e ações propostas neste documento são idéias que já estão sendo amplamente discutidas nas diferentes instâncias sociais e certamente comporão o rol de assuntos a serem debatidos na Conferência Nacional de Educação (CONAE), cuja finalidade é a elaboração do novo Plano Nacional de Educação, para o decênio 2011-2020. Neste documento apresentamos alguns aspectos dentre muitos que o PV julga necessários

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para a formação de uma cidadania solidária e autosustentável para juventude do Distrito Federal, em forma de diretrizes estratégicas e ações básicas. V. Diretrizes Estratégicas e Ações Básicas

1- garantia do direito do aluno à formação integral com qualidade, entendendo que essa formação deve ter início a partir dos primeiros meses de vida, em creches e pré-escolas e que esteja associada a ações sócio-ambientais como práticas curriculares.

Para isso propõe:

a) implementar Casas Escolas (para crianças de 4 meses a 3 anos) e escolas de tempo integral para alunos da Pré-Escola (de 4 e 5 anos) e séries iniciais do Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano).

h) Criar em cada Região Administrativa do DF pelo menos uma Escola Sustentável, responsável pelo desenvolvimento de um projeto piloto de educação ambiental que sirva de laboratório para professores, alunos e comunidade em geral com a finalidade de difundir a consciência ecológica. Cada Escola Sustentável deverá contemplar, obrigatoriamente: 1) projeto de hortas escolares, cantinho das ervas, cultivo de sementes, plantio de mudas, coleta seletiva do lixo, aproveitamento do lixo orgânico das hortaliças, legumes e grãos da merenda escolar para produção de adubo (compostagem) e reciclagem etc,

2) programa suplementar de merenda escolar introduzindo no cardápio: multimistura, sucos naturais (frutos do cerrado), legumes e verduras (horta escolar).

3) Guarda Escolar de Proteção Ambiental (GEPA), formada por alunos voluntários.

4) adoção de livros didáticos que contemplem a temática ambiental em, pelo menos, 80% de seus textos e atividades.

5)Instalação de brinquedotecas e parques infantis utilizando materiais alternativos (material reciclado e/ou sucata).

6)Implementação de programa curricular que priorize como principal eixo temático a sustentabilidade econômica, social e ambiental;

7) cursos de extensão sobre educação ambiental (ofertados no contra-turno) ministrados por profissionais qualificados, destinados a alunos, professores, funcionários e comunidade.

2- reconhecimento e valorização à diversidade (cultural, étnica, racial, de gênero, social, religiosa, pessoas deficientes etc).

Para isso propõe:

a) prestar apoio a projetos de iniciativas da escola, da comunidade, de OnGs e outros parceiros, ligados a temáticas envolvendo a diversidade cultural, étnica, racial, de gênero,

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social etc;

b) capacitar professores para lidar com as diversidades desenvolvendo ou apoiando cursos de atualização e aperfeiçoamento presenciais ou a distância.

c) promover a educação inclusiva apoiando projetos e desenvolvendo ações voltadas ao atendimento a pessoas com algum tipo de deficiência.

d) implantar centros de atendimento a pessoas surdas para aprendizagem da língua portuguesa como segundo idioma.

e) otimizar ações e programas de atendimento a crianças e jovens com altas habilidades – superdotação (em todas as áreas).

f) implementar no âmbito das escolas as diretrizes curriculares nacionais para a Educação Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (Lei nº 10.639/2003)

g) fomentar ações junto à FUNAI para o desenvolvimento de projetos voltados a participação dos povos indígenas na formação da sociedade brasileira e sua inclusão social.

3- valorização dos profissionais da educação

Para isso propõe:

a) definir parâmetros e diretrizes para a qualificação dos profissionais da educação.

b) otimizar condições salariais e profissionais adequadas e necessárias para o trabalho dos docentes e demais profissionais da educação.

c) capacitar diretores, coordenadores e secretários escolares para o desenvolvimento de uma gestão escolar organizada e democrática ofertando cursos de formação na modalidade presencial ou a distância.

d) designar diretores de escola, devidamente capacitados para o exercício da função, em curso específico de formação, a partir de processo eletivo envolvendo a comunidade escolar.

e) Instituir o “Prêmio Educação Sustentável” destinado a professores, servidores e alunos que desenvolvam propostas inovadoras no âmbito escolar, com foco no conceito de sustentabilidade: a) ecologicamente correto; b) economicamente viável;c) socialmente justo; e d) culturalmente aceito.

f) implantar nas escolas de educação básica cursos de extensão sobre educação ambiental (ofertados no contra-turno) ministrados por profissionais qualificados.

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4- colaboração com as diferentes instâncias sociais, visando o desenvolvimento de ações articuladas com a comunidade e outras instituições.

Para isso propõe:

a) rever a composição do Conselho de Educação do DF de modo a garantir uma maior representatividade da comunidade.

b) apoiar projetos alternativos de atendimento aos alunos e a comunidade em diferentes áreas: atividades físicas aeróbica e anaeróbica ( inclusive atividades alternativas como ioga, pilates, tai chi chuan, meditação, capoeira); culturais (dança, teatro, musicalização, artesanato, pintura), sócio-ambientais (orientações sobre remédios caseiros, culinária alternativa, jardinagem, preparação de hortas e pomares)

c) propor parceria entre a SEDF e IES do DF para apoiar estudantes de licenciatura na realização de estágio acadêmico supervisionado, com acompanhamento sistemático dos profissionais da escola e das IES.

d) apoiar ações de ONG e Movimentos Sociais que atuam no desenvolvimento de programas de formação inicial e continuada de professores, contemplando discussões sobre gênero e diversidade étnico-racial e enfatize as lutas contra as várias formas de discriminação: sexual, racial, de gênero e para a superação da violência contra as mulheres e minorias sociais.

e) apoiar e/ou patrocinar concursos musicais (Bandas Escolares, corais grupos de rock, MPB etc), artísticos (teatro, artes plásticas), esportivos (jogos Interescolares) e Feiras de Cultura no âmbito do DF, com o objetivo de desenvolver potencialidades e sondar vocações.

5-Otimização de meios de financiamento para o desenvolvimento da política para a educação.

Para isso propõe:

a) definir previsão orçamentária específica para cada nível e modalidade de ensino.

b) desenvolver programas de transferência direta de renda como mecanismo para aliviar a pobreza – “bônus escolar”. Para fazer parte do programa, além da apresentação de bom desempenho e produtividade escolar, os beneficiários (alunos e seus familiares) deverão desenvolver e/ou participar de projetos de educação ambiental (reciclagem, produção e manutenção de hortas domiciliares e plantas medicinais, artesanatos); atividades esportivas (escolinhas de futebol, formação de atletas, artes marciais),atividades artísticas (oficinas de artes cênicas, artes plásticas e música).

c) Aplicar pelo menos 35% da receita arrecadada com impostos para manutenção e desenvolvimento do ensino.

6- Garantia da qualidade das ações educativas.

Para isso propõe:

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a) implementar uma sistemática de avaliação institucional em todos os níveis escolares, visando acompanhar e controlar as ações, projetos e programas educacionais.

b) Instituir carga didática (em sala de aula) e carga pedagógica (correção de provas, produção de material didático, formação continuada, participação em reuniões de coordenação etc) para professores da rede pública de ensino: a) Contrato de 20h: 14h de carga didática e 08h de carga pedagógica; b) Contrato de 40h e Dedicação Exclusiva: 21h de carga didática e 18h de carga pedagógica.

c) ampliar a jornada escolar (turno integral) na educação infantil e séries iniciais (de1º ao 5º ano).

d) revitalizar o projeto das Escolas Parques para o desenvolvimento de atividades de ensino, extensão, lazer, recreação, práticas desportivas e culturais, reuniões com a comunidade etc.

e) Garantir a segurança dos estudantes no ambiente escolar mediante a adoção de policiamento ostensivo do Batalhão Escolar, especialmente nas áreas com maiores índices de violência urbana.

f) instalar brinquedotecas e parques infantis em todas as escolas de educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), utilizando, preferencialmente, materiais alternativos e reaproveitáveis.

g) garantir um número máximo de alunos por turma nos diferentes níveis escolares: Educação Infantil: 0-2 anos: de 6 a 8 crianças; 3 anos: até 15 crianças; 4-5 anos: até 20 crianças. Ensino Fundamental: séries iniciais (1º ao 5º ano) – até 25 alunos; séries finais (6º ao 9º ano)- até 30 alunos. Ensino Médio: até 35 alunos.

h)Implementar progressivamente nas escolas de educação básica currículos que contemplem a sustentabilidade econômica, social e ambiental como principal eixo temático, seguindo o modelo da “Escola Sustentável”.

g) Priorizar a adoção de livros didáticos que contemplem a temática ambiental em, pelo menos 80% de seus textos e atividades.

h) Apoiar, de acordo com as características de cada escola, o projeto de hortas escolares, cantinho das ervas, cultivo de sementes, plantio de mudas, coleta seletiva do lixo, aproveitamento do lixo orgânico das hortaliças, legumes e grãos da merenda escolar para produção de adubo (compostagem) e reciclagem etc, com base nas experiências da “Escola Sustentável”.

i) implantar programas suplementares visando a melhoria da qualidade nutricional da merenda escolar introduzindo um cardápio balanceado em nutrientes e priorizando o uso de alimentos naturais.

j) Instituir no âmbito da escola a Guarda Escolar de Proteção Ambiental e Preservação do Patrimônio Público, formada por alunos voluntários.

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k) Implementar salas de apoio pedagógico para acompanhamento escolar destinadas a alunos do ensino fundamental e médio.

l) Desenvolver e apoiar projetos de Olimpíadas e Concursos que estimulem o aprofundamento de conteúdos curriculares nas diferentes áreas do conhecimento envolvendo alunos de todos os níveis e modalidades da educação básica.

7- Valorização da formação profissional para jovens e adultos

Para isso propõe:

a) implementar uma política de profissionalização em nível médio contemplando, no mínimo, uma escola técnica em cada Região Administrativa.

b) implantar curso técnico de Educação Ambiental (Os egressos deste curso serão aproveitados nas escolas de educação básica para desenvolverem cursos e projetos de extensão sobre educação ambiental, preservação da natureza, reciclagem de lixo etc.)

c) prestar apoio e desenvolver projetos de profissionalização em nível básico e médio voltados para o atendimento às demandas de uma sociedade informatizada;

d) ofertar formação profissional em nível básico e técnico aos alunos de EJA.

e) implantar programa de EJA profissionalizante nos presídios em parceria com o Sistema S, IFETs, Escolas Técnicas e outras instituições.

f) implantar curso técnico de Língua Estrangeira Moderna.

8- Acesso a tecnologias educacionais e recursos pedagógicos apropriados ao processo de aprendizagem

Para isso propõe:

a) implantar programas de inclusão digital nas escolas.

b) desenvolver projeto de formação continuada dos professores para o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), em especial para trabalharem com software educativos.

VI- Conclusão

Após a realização de 10 reuniões, a contar do dia 29 de dezembro de 2009, sempre às terças-feiras, das 19h às 21h, na sede do PV, o Grupo de Trabalho da Educação apresenta a sua proposta para ser apreciada pela Coordenação do Diretório Regional do PV/DF, que deverá ser posteriormente disponibilizada aos candidatos ao governo e à Câmara Legislativa do DF. Desde o início dos trabalhos, o objetivo do Grupo sempre foi colaborar com os futuros candidatos apresentando propostas para o setor educacional sintonizadas com a filosofia do Partido Verde e ao mesmo tempo passíveis de implementação. Por se tratar de um grupo pequeno, apesar de rico em idéias e experiências pessoais e

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profissionais, os aspectos pontuados no corpo do documento devem ser tomados como idéias que merecem um debate mais aprofundado a fim de ampliar o seu alcance. Isso significa que o documento não está finalizado, longe disso; mas pode ser tomado como ponto de partida para estimular a participação de pessoas interessadas em construir uma proposta coletiva de atendimento educacional à população do Distrito Federal. Desse modo, além das diretrizes estratégicas e ações apresentadas, outras poderão ser somadas a partir de reuniões coordenadas pelos postulantes aos cargos eletivos junto às comunidades das Regiões Administrativas do Distrito Federal. Cabe a cada um(a) a partir de agora a responsabilidade de enriquecê-lo e tornar sua execução possível, no próximo governo.

VII- Bibliografia Consultada

- Lei nº 9394/96- Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

- Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010.

- CONAE 2010- Documento Referência

- Site: http://www.pv.org.br/interna_programa.shtml

-Site: http://www.se.df.gov.br

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3.2. Saúde com qualidade para todos

Diretriz programática

Melhorar substancialmente a assistência à saúde através da reformulação do modelo atual, com destaque na atenção primária da saúde e democratização da oferta dos serviços.

Problemas de saúde de Brasília. Atendimento hospitalar

Hospitais, centros e postos de saúde públicos estão sobrecarregados e sucateados. Hoje, 14 hospitais e uma rede de 74 centros e postos de saúde não conseguem atender completamente e adequadamente a população. Raio x, tomógrafos, aparelhos quebrados. A cada ano, 3% de todo o orçamento da saúde, em média, é investido em obras, instalações, equipamentos e material de trabalho.

No final da década de 1970, os centros de saúde começaram a se organizar em torno dos hospitais regionais como estrutura de apoio. O modelo foi exemplo para todo o país. A população cresceu, a pressão do Entorno aumentou, os investimentos não acompanharam e o Hospital de Base, o único com serviços de maior complexidade, ficava cada vez mais sobrecarregado.

As 67 salas de cirurgia dos hospitais públicos não dão conta de tantos pacientes e casos graves continuam na espera, sem atendimento.

A procura é maior em cinco hospitais: Taguatinga, Ceilândia, Gama, Sobradinho e Hospital de Base. Entre as especialidades, cirurgias ortopédicas, de hérnia, varizes e nos olhos costumam atrasar mais. Entre outras coisas, a falta de profissionais e o número insuficiente de centros cirúrgicos.

Saúde Programa e Manifesto do Partido verde

Apesar de todas as conquistas na área da saúde pública no Brasil e do desenvolvimento do SUS, ainda persistem problemas que impedem a prestação adequada de serviços à população. O modelo continua sendo alvo de críticas e, historicamente, mostra-se como um sistema que oferece serviços de baixa qualidade à população e remunera mal os profissionais da rede pública de atendimento. As verbas federais repassadas aos estados e municípios continua insuficiente para bem atender a todos os programas do MS e às necessidades da população.

Temos um sistema de assistência e uma política de saúde inadequados à realidade social, cultural, ambiental e econômica.

O Partido Verde entende que o cidadão tem o amplo direito à saúde e à qualidade de vida, sendo responsabilidade do Estado promovê-las.

O Governo investe muito no setor terciário (tecnologia de ponta, equipamentos caros, hospitais, etc.) e pouco no setor primário de saúde. O setor primário é aquele em que se

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valoriza o aspecto cultural da população, identificado-a com seus princípios, valores, recursos naturais e humanos, além de outros elementos, utilizando-se pessoas e profissionais como agentes de saúde para atuar dentro das comunidades, capacitados, assistidos por profissionais de maior formação técnica, dentro de um modelo multiprofissional e multidisciplinar de atenção à saúde.

Também a política de saúde no Brasil é por demais centralizada no médico (dito “iatrocêntrico”) e, portanto, fundamentado no princípio de combate às doenças (que é aquilo para o qual o médico é treinado). O resultado é que a terapêutica é centrada na medicação, na cirurgia ou ambos.

O Partido Verde tem como meta a manutenção e a melhora dos bons programas atuais do Ministério da Saúde, mas principalmente a mudança de paradigmas nas políticas públicas de saúde e a adequação do modelo de assistência às reais necessidades e características do povo brasileiro, trabalhando potencialmente na EDUCAÇÃO em saúde e na CAPACITAÇÃO de profissionais de diversos setores da saúde.

O Ministério da Saúde criou o PSF - Programa de Saúde da Família, que está sendo aplicado em muitos estados e municípios, porém ele carece de estrutura e de base, estando ainda centrado demais no médico. Deve, portanto, ser apropriadamente utilizado e adaptado.

O ajuste das políticas públicas de saúde representa a chave que abre as portas para a revolução no sistema de saúde no Brasil, com base na orientação pelos princípios e diretrizes constitucionais verdadeiros da universalidade, igualdade, integralidade, descentralização, regionalização e participação, . O Partido Verde entende que assim, diminui-se drasticamente a procura às clínicas e hospitais, o que repercute na economia com as ações de saúde. O orçamento do SUS é de cerca de 50 bilhões de reais na anualmente, o que é considerado elevado.

O Partido Verde respeita a recomendação da Organização Mundial de Saúde que, desde 1984, vem divulgando as diretrizes da Medicina Tradicional e estimulando os países membros a aplicarem em seus sistemas de saúde a idéia de valorizar e utilizar os recursos humanos e naturais. Com base nessa filosofia, o Ministério da Saúde lançou em 2006 a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde.

Realidade ambiental

O Brasil é o país de maior biodiversidade do mundo, sendo o mais rico em plantas medicinais e recursos terapêuticos naturais, além da existência dos recursos humanos culturais tradicionais como raizeiros, parteiras, curandeiros, pajés, na mais exuberante etnomedicina conhecida. No entanto, é o terceiro maior consumidor mundial de medicamentos, além de ser o país que pior paga os profissionais da área.

O Partido Verde dispõe de um programa bem elaborado, capaz de resolver os problemas da área de saúde, que inclui, entre outros itens:

1- Regulamentar a Emenda Constitucional 29, que amplia os repasses para o SUS de 3,5% do PIB para 10%.

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2- Regulamentar as Portarias 971 e 853 do Ministério da Saúde , que contemplam recursos como a Fitoterapia, a Acupuntura, a Homeopatia e vários elementos da Medicina Tradicional na rede pública de saúde, permitindo que a sua aplicação não seja restrita apenas aos médicos, mas a todos os profissionais de saúde.

3 - Rever os regulamentos, leis e regras dos órgãos regulamentadores da medicina quanto á reserva de mercado, garantindo democraticamente o acesso à prática de terapias não convencionais a outros profissionais de saúde.

4-Criar novos e capacitar os atuais agentes de saúde, dentro da filosofia da Portaria 971 para atuarem nas comunidades, principalmente em ações terapêuticas bem definidas.

5- Centralizar a atenção na medicina preventiva e na atenção primária em saúde.

6- Remunerar adequadamente e aprimorar a qualidade dos profissionais ligados ao sistema de saúde.

7- Profissionalização dos agentes comunitários de saúde - hoje classificados como "ocupação" -, com substancial elevação do piso salarial dos mesmos de modo a dinamizar as suas ações e trabalho, dada a importância capital das suas funções. 8- Humanização e incrementação dos serviços de pré-parto, parto, estímulo ao parto natural; direito da parturiente de escolher o local e o tipo de parto - se normal ou cesareana -, direito ao acompanhante e todos os benefícios legais do período posterior ao parto. Preconiza-se a formação de OBSTETRIZES - parteiras capacitadas por cursos especiais para atuarem nos hospitais, serviços e programas de saúde, incluindo o PSF. 9- Estímulo a uma política pública em que os médicos e outros profissionais de saúde recém formados cumpram um período de serviço pelo SUS em cidades do interior e regiões remotas. 10- Incremento ´das ações voltadas à Saúde Ambiental, através da vigilância de populações expostas a agentes contaminantes.

11- Realizar, periodicamente, provas de reavaliação profissional e de competência dos profissionais de saúde ligado ao atendimento da população.

12- Estimular a formação de profissionais de saúde, incluindo uma filosofia integrativa e holística.

13- Oficializar a "polítca nacional de humanização do SUS (Humaniza SUS), como eixo norteador da prática de atenção e gestão de todas as instâncias do SUS, tornando compulsória a participação de médicos (os que mais de excluem) nos cursos de humanização que acontecem em postos de saúde e hospitais públicos.

14- Fomentar a educação em Saúde, por meio de programas que promovam aspectos existenciais dentro da relação entre o indivíduo, a comunidade, o meio ambiente e o mundo, dimensionando nesse âmbito as possibilidades de restauração da saúde, tanto física quanto

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psicológica, afetiva, social, comportamental e mental. Fomentar também a educação em saúde com alvo no público infantil e infanto juvenil da escola pública e particular.

15- Manter as boas campanhas e programas de saúde, como o Programa de Saúde da Família, DST/HIV, etc., aperfeiçoando-as,. Considerar também os aspectos básicos da genuína promoção da saúde como alimentação correta e atividade física.

16- Incrementar e potencializar os programas de Saúde Bucal e Saúde Mental, sendo esta última altamente deficitária e centrada na terapêutica medicamentosa.

17- Fortalecer as bases da representatividade das comissões comunitárias, municipais e estaduais de saúde, tornando-as mais ativas e partícipes das mudanças necessárias e aperfeiçoamento dos serviços de saúde.

18- Reaparelhar os setores de emergência e programas médicos específicos para mulheres, idosos, crianças, adolescentes e trabalhadores.

19- Implementar campanhas de educação e prevenção às doenças infecto-contagiosas e de prevenção da infecção hospitalar

20- Investir em pesquisas científicas

21- Atualizar e concretizar o Plano Nacional de Saúde, instituído por Humberto Costa em 2005.

22- Realizar a Nova Reforma Sanitária Brasileira, que criará uma nova situação na condição de saúde do povo brasileiro, transformando o atual sistema num dos melhores do mundo.

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3.3. ECONOMIA VERDE SOLIDÁRIA

1. Diretriz Programática

Construir um novo modelo econômico, com perspectiva na integração e sustentabilidades das políticas econômicas, sociais e ambientais.

2. Apresentação

O presente documento representa uma iniciativa do Partido Verde do Distrito Federal, que estimulou a formação de grupos de trabalho com o objetivo de discutir as diversas questões a serem consideradas como propostas prioritárias para atuação do PV, em âmbito nacional e, especificamente, no DF. No presente documento estão tratadas questões que podem contribuir para o desenvolvimento de uma economia sustentável, a qual denominamos de economia verde.

O grupo de trabalho foi formado por diversos integrantes do partido que disponibilizaram seu tempo e conhecimento para apresentar e debater as diversas questões que envolvem o tema. Os trabalhos foram realizados durante os meses de janeiro a abril de 2010 e envolveram no total 21 pessoas.

Inicialmente, foram relacionados dezenove temas a serem estudados e debatidos, para uma posterior apresentação de propostas e sugestões. Entretanto, foram selecionados apenas cinco deles, a partir da compreensão do caráter transversal que representam, e seu potencial para a geração dos impactos pretendidos em todo o sistema econômico.

Assim, foram levantadas e estudadas informações e desenvolvidas propostas sobre os temas: economia solidária, empregos verdes, consumo consciente, tecnologia da informação/comunicação e tributação. A perspectiva do grupo é de que em seu conjunto eles podem significar uma contribuição consistente, em termos filosóficos e objetivos, ao considerar os principais elementos relacionados à construção de uma economia verde.

Deve-se se esclarecer que se adotou uma abordagem didática, tendo em vista aumentar o nível de compreensão sobre os temas, fornecendo uma visão panorâmica, como também, de suas possibilidades de contribuição para o desenvolvimento nacional e do Distrito Federal, com foco na questão da sustentabilidade.

3. Introdução – Breve panorama da economia do Distrito Federal

O Distrito Federal vem aumentando constantemente sua participação no PIB nacional. Hoje é a oitava economia do País, com um PIB na casa dos 100 bilhões de reais. A administração pública representa em torno de 55% da estrutura econômica do DF, seguida do comércio e serviços com cerca de 35%. O setor industrial constitui uma parcela de aproximadamente 10% e o setor agropecuário tem um peso de menos de 1%.

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Dados do Ministério do Trabalho e Emprego de 2008 indicam que existem no Distrito Federal um total de 103.559 estabelecimentos, públicos e privados, com grande predominância (98,5%) de micro e pequenas empresas. O estoque de empregos formais total é de 1.001.689, sendo que a administração pública responde por 409.010, o que equivale a aproximadamente 41% dos empregos do DF.

A exportação do DF é pequena. Apenas 0,1% das vendas externas do País. Basicamente, as exportações se restringem a três produtos que representam mais de 90% da pauta: a carne de frango, cuja produção é monopolizada pela SADIA; os itens de consumo de bordo; e o querosene de aviação, comercializado pela Petrobras. Outros produtos tais como: roupas e calçados tem uma pequena participação no total. Por outro lado, o Distrito Federal importa mais de 75% de tudo do que se consome. Deve-se observar que é substantivo o peso das importações de governo na pauta, representando a maior parte dos valores importados.

A renda per capita do DF é a maior do País com um valor acima de R$40.000,00, que corresponde a quase o dobro da renda do segundo colocado, o estado de São Paulo.

O Distrito Federal detém o melhor índice de desenvolvimento humano do País- IDH, de 0,874, igual ao da Hungria e superior ao de países como Argentina e Emirados Árabes Unidos. A unidade da Federação é líder no ranking em todos três subíndices que compõem o indicador elaborado pelo PNUD, mas o destaque fica para a renda per capita: o índice relativo à renda (0,824) é muito superior ao do segundo colocado nesse quesito (São Paulo, com 0,768). O IDH-Educação (o componente de instrução do índice) do Distrito Federal é maior que o da Itália, Suíça e Alemanha - esse item, no entanto, mede frequência à escola e alfabetização, e não qualidade do ensino. Seu IDH Longevidade (que leva em conta a expectativa de vida) supera o de Omã e Argentina, por exemplo.

Em contrapartida, o Distrito Federal é a quarta mais desigual das Unidades da Federação. O coeficiente de Gini continuou em 0,63 entre 1998 e 2008, contra 0,55 do restante do país. Quanto mais próximo o indicador ficar de 1, maior é a desigualdade. Com uma população atual de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes e uma previsão de chegar a mais de 3,2 milhões em 2030, esta é uma questão central a ser devidamente considerada e uma demonstração que estamos muito longe, na Capital do País, de praticar uma economia em bases sustentáveis.

Assim, é preciso buscar promover uma elevação de consciência de nossos homens públicos, da comunidade empresarial e da população em geral que contribua para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, como o único caminho responsável para garantir a sobrevivência do ser humano em nosso planeta.

4. Premissas para uma Economia Verde

Foram discutidas e validadas, no âmbito do grupo de trabalho, algumas premissas que poderão contribuir para orientar e condicionar a elaboração do programa do PV na temática Economia Verde, conforme segue:

Estreita relação entre a questão ambiental e a questão econômica e social;

Perspectiva integrada, sistêmica e ecológica das políticas governamentais, particularmente a econômica, a monetária, a fiscal, a tributária e a orçamentária, dentre outras;

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Responsabilidade fiscal e social dos governantes;

Necessidade de apontar modelos de desenvolvimento sustentável como caminho para combater a miséria e o desperdício;

Estimular atividades econômicas relacionadas com o meio ambiente;

Estimular a ampliação do mercado de trabalho buscando o incremento de empregos verdes, por meio de incentivos às atividades econômicas sustentáveis;

Desenvolver novos setores da economia baseados em tecnologias limpas, que poupem, preservem e recuperem o meio ambiente;

Estimular à criação e ao desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas;

Estimular a criação de empreendimentos econômicos solidários e cooperativos;

Estimular o desenvolvimento local;

Valorizar e incentivar ações empreendedoras;

Democratizar, reduzir o custo e valorizar o crédito como instrumento de desenvolvimento social.

5. Discussão Temática

5.1 Economia Solidária

5.1.1 Introdução

Economia, na raiz etimológica do termo e do significado - oikos(casa) e nomos(costume ou lei)- se refere aos costumes e leis da casa em que se habita. A economia, enquanto esfera que regula e norteia o modo de produção dos bens materiais que satisfazem as necessidades de consumo da população humana, é sempre guiada e regulada por um determinado sistema econômico, sendo inúmeras as possibilidades de sistemas econômicos.

Cada um dos sistemas econômicos possíveis - sejam eles o capitalismo, o socialismo, o mercantilismo, o feudalismo – possui suas próprias regras, lógicas, princípios e critérios, baseado nos quais a economia, concretamente, se organiza.

O modelo hegemônico da economia hoje pauta sua organização pelo sistema econômico capitalista, que tem como pressupostos e objetivos a realização do lucro por aqueles que vendem seus produtos, o interesse utilitarista e individual dos atores econômicos, a desigualdade socioeconômica, a propriedade privada dos meios de produção, a acumulação de capital financeiro pelos proprietários dos meios de produção, dentre outros fatores que geraram, por um lado, progresso material e tecnológico inimagináveis anteriormente, além de um aumento enorme na possibilidade de conforto material por aqueles que tiveram acesso a estes progressos.

Por outro lado, a apropriação por uma pequena elite destes progressos e benefícios e a exclusão da maioria da população do acesso aos mesmos, a espoliação e destruição dos bens da natureza, a pobreza e miséria da maioria da população da Terra, além da instauração, em quase todos os poros da sociedade e mentes humanas, do consumismo, do individualismo e da competição entre semelhantes. Percebem-se, claramente, aspectos positivos e negativos como consequência deste modo de produção – a maioria sendo de aspectos negativos.

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Cabe, assim, àqueles que se indignam diante destes pontos negativos, de uma situação de injustiça, exploração e destruição do nosso planeta, modificar as degenerescências e absurdos gerados pelo sistema econômico capitalista.

Cabe, além do mais, a estes militantes por um mundo melhor, mais fraterno e justo buscar alternativas que visem à suplantação deste sistema econômico destrutivo por um sistema econômico que possa ser viável em termos econômicos e financeiros, tão ou mais eficiente que o capitalista; que seja ambientalmente sustentável, enxergando a natureza e os bens que a mesma fornece não apenas como objetos a serem explorados e espoliados; além de socialmente justo, prezando por práticas fraternas, solidárias, cooperativas e humanas.

É a isto que responde a Economia Solidária. A Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, sem explorar ninguém, sem querer levar vantagem, sem destruir o meio ambiente. A Economia Solidária está baseada em 10 princípios, sendo eles: 1 – autogestão 2- democracia, 3 – cooperação, 4 – centralidade do Ser humano e não do lucro como centro da Economia, 5 – valorização da diversidade, 6 – emancipação e libertação do Ser humano, 7 – valorização do saber local e da cultura e tecnologia popular, 8 – valorização da aprendizagem e da formação permanentes, 9 – justiça social na produção e 10 – cuidado com o meio ambiente.

Todos estes princípios têm de ser melhor aprofundados, porém não no curto espaço que aqui temos.

São exemplos da Economia Solidária os seguintes empreendimentos: projetos comunitários que se transformam em empreendimentos produtivos; cooperativas de assentamentos rurais, de reforma agrária e da agricultura familiar; empresas que entraram em processo falimentar e foram assumidas por seus trabalhadores e acabaram se tornando empresas autogestionadas ou “empresas recuperadas”; cooperativas de trabalho e de serviços; bancos populares; cooperativas de reciclagem; e todos aqueles empreendimentos produtivos, sejam eles associações, cooperativas, empresas ou grupos informais que pautam sua organização interna e existência por aqueles 10 princípios já citados.

A Economia Solidária jaz num meio termo entre a realidade do espírito empresarial/capitalista e o espírito solidário/fraterno. Compondo o primeiro, temos como práticas e fins a eficiência, o gerenciamento, o planejamento, os resultados baseados em metas; compondo o segundo, temos a solidariedade, a democracia, a fraternidade, a cooperação. Fundindo-se os dois, aplicando estes dois espíritos e realidades para a esfera da economia e para empreendimentos produtivos, temos os empreendimentos econômicos solidários. Ela é uma proposta de radicalização da democracia, nas esferas política e econômica.

5.1.2 Principais questões sobre o tema

A Economia Solidária desponta como movimento socioeconômico mundial, articulando-se através de redes que integram e interligam os componentes deste movimento social inter e intra-continentalmente. É um movimento que pode ter suas origens identificadas no século XIX, no início do movimento cooperativista na Inglaterra, em plena Revolução Industrial. Não se dispõem de estimativas acerca da quantidade de membros que compõem o movimento, visto que a Economia Solidária e o cooperativismo tradicional hoje são diferentes em alguns aspectos, apenas havendo dados sobre o movimento cooperativista.

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No nível nacional, em termos de movimentação financeira, em 2007 a Economia Solidária movimentou, aproximadamente, R$8 bilhões e era composta por cerca de 21 mil empreendimentos que contabilizavam, aproximadamente, 1,7 milhões de membros, sendo que esta pesquisa foi realizada em apenas 50% dos municípios do país, podendo ser um número muito maior. Em 2010 as expectativas e previsões apontam para um salto para 30 mil empreendimentos e para 2,5 milhões de integrantes, resultados que serão divulgados no mês de maio em 2010 após a finalização da pesquisa.

No Distrito Federal, em 2007, foram identificados 386 empreendimentos de Economia Solidária, sendo o maior deles a CENTCOOP – Central de Cooperativas de Material Reciclável, hoje o empreendimento de Economia Solidária com maior patrimônio do Brasil, após doação de terrenos federais para a mesma e que possui quase 4 mil cooperados – empreendimento que merece cuidado e atenção especiais da parte do Partido Verde. Há, também, um projeto de lei que foi aprovado em 2005 pela Câmara Legislativa Distrital, projeto que, infelizmente, contém um com conteúdo desconectado das reais necessidades do movimento da Economia Solidária.

5.1.3 A importância do tema na formulação de programas do PV

A Economia Solidária é uma lógica e práticas econômicas altamente inovadoras, incorporando o que há de melhor nos diferentes sistemas econômicos e com foco na sustentabilidade ambiental.

Em nível de partidos políticos, o único que encampou a Economia Solidária institucionalmente como bandeira foi o PT - Partido dos Trabalhadores, o mesmo sendo referencial para o movimento da Economia Solidária na realidade partidária brasileira. Porém a Economia Solidária não é proposta de um partido ou apenas de um grupo social, muito pelo contrário, ela se pretende projeto criador de hegemonia e consenso ao redor do que representa, o que significa que ela está colocada como proposta para toda a sociedade e que outros partidos políticos têm, igualmente, de adotar esta bandeira.

O Partido Verde, portanto, que se pretende inovador, abarcador e referencial de novos ideais e práticas, necessariamente precisa adotar a Economia Solidária como uma de suas principais bandeiras. A Economia Solidária está intimamente ligada ao Consumo Consciente, ao Desenvolvimento Local e Sustentável, às Tecnologias Sociais, ao Comércio Justo e Solidário. Todas essas bandeiras representam exatamente o ideal daqueles que pretendem construir um outro mundo, possível e necessário.

Desta maneira, é de importância crucial e fundamental a incorporação da Economia Solidária no programa do Partido Verde, o mesmo devendo adotá-la transversalmente, o que significa adotar seus valores de radicalização da democracia em todas as suas propostas para a sociedade e em todas as esferas em que o partido se organiza, interna e externamente.

5.1.4 O significado do tema para a população em geral

Aquele público que adota uma postura cidadã, de participação ativa e crítica nos diferentes espaços e esferas da sociedade atual, em sua quase totalidade conhece a Economia Solidária e é adepta da mesma.

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Da mesma maneira, naqueles estratos da população cujo histórico tem como uma das marcas principais a exclusão, a miséria e a baixa qualidade de vida material e que vem ascendendo de qualidade de vida através das possibilidades oferecidas pela realidade sociopolítica dos últimos anos, há muitas pessoas que reconhecem na Economia Solidária uma possibilidade real e concreta de inclusão socioeconômica sustentável da população e veem nesta uma bandeira que deve ser defendida e levantada.

Além do mais, a Economia Solidária não sofre grandes resistências de quase nenhum setor da sociedade, a não ser daqueles ortodoxos da esquerda que concebem a ditadura do proletariado como saída única da sociedade capitalista e veem na Economia Solidária uma proposta reformista e apaziguadora dos conflitos de classe. Com exceção deste grupo, a Economia Solidária não enfrenta maiores resistências, pelo menos grandes resistências identificadas até agora, mesmo pelos diferentes setores do empresariado, que percebem nela uma outra possibilidade de modo de produção e geração de renda que não ameaça sua hegemonia, ao menos por agora.

5.1.5 O tratamento e a prioridade para o tema

O tratamento e prioridade devem ser centrais e totais quando se fala de Economia. Avalia-se que, em termos de propostas para a economia, o Partido Verde deve focar duas questões centralmente: o apoio à Economia Solidária e o apoio às micro, pequenas e médias empresas, apoiadas predominantemente pelo Sistema S brasileiro. São os empreendimentos produtivos desta magnitude que enfrentam maiores dificuldades e obstáculos para se consolidarem no mundo produtivo da atualidade, sendo assim aqueles que mais necessitam de apoio. O apoio aos pequenos empreendedores, em contraponto às grandes corporações, também teria como consequência a desconcentração de renda, o que vai de acordo também com um projeto de economia sustentável.

5.2 Empregos Verdes

5.2.1 Introdução

O rápido crescimento demográfico mundial, a degradação ambiental, a exclusão de mais de um bilhão de pessoas do desenvolvimento econômico e social, a crescente informalidade e as desigualdades observadas na economia globalizada, impõem dois desafios a serem vencidos neste início do século 21: a) deter o avanço das mudanças climáticas e proteger o meio ambiente natural, e b) garantir trabalho decente e, portanto, uma perspectiva de bem-estar e dignidade para todos.

Esses desafios se tornaram ainda mais acentuados com a crise econômica global. Estima-se que desde o início da crise, em outubro de 2008, foram cortados mais de 20 milhões de postos de trabalho, com um grande impacto no nível e estrutura de emprego ao redor do mundo, trazendo implicações econômicas e sociais negativas.

É nesse contexto que os chamados empregos verdes, por estarem fundamentados em novos padrões de produção e consumo, ganham cada vez maior importância estratégica. Eles possibilitam enfrentar de maneira estruturante os desafios ambientais, econômicos e sociais,

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uma vez que estão fundamentados no trinômio empresas sustentáveis; redução da pobreza e recuperação econômica centrada no trabalho/emprego.

Finalmente, com uma contribuição preponderante para a geração de empregos formais no Brasil ao longo da última década - tendência que se acentuou ainda mais durante a crise financeira mundial ocorrida em 2009 - as micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras, representando mais de 99% das empresas formais do país, têm um papel central na construção de políticas para ampliação de empregos verdes em uma vasta gama de setores da economia. Obviamente, as empresas de maior porte também têm um importante papel a cumprir nesse contexto e precisam estar fortemente engajadas no esforço de geração de empregos em atividades ambientalmente sustentáveis. Deve ser destacado que principalmente as grandes redes de empresas, as redes de franquias, as empresas de operação multinacional, dentre outras, precisam ser devidamente mobilizadas tendo em vista o efeito multiplicador de sua atuação.

5.2.2 Contextualização

O trabalho da OIT sobre "empregos verdes" surgiu a partir da Iniciativa Empregos Verdes, estabelecida em 2007 em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Confederação Sindical Internacional (CSI). A Organização Internacional de Empregadores (OIE), que reúne o patronato, se uniu à Iniciativa Empregos Verdes em 2008.

No contexto da reflexão sobre empregos verdes, é fundamental reconhecer a importância do trabalho decente para se atuar de maneira efetiva sobre os problemas de pobreza e fome. A OIT conceitua trabalho decente como um trabalho produtivo, remunerado de forma adequada, exercido em condições de liberdade, igualdade e segurança, que seja capaz de garantir uma existência digna para os trabalhadores (as) e suas famílias.

Para a Organização Internacional do Trabalho – OIT, o conceito de "empregos verdes" compreende “empregos que ajudam a proteger e restaurar ecossistemas e a biodiversidade; reduzem o consumo de energia, materiais e água por meio de estratégias de prevenção altamente eficazes; descarbonizam a economia; e minimizam ou evitam por completo a geração de todas as formas de resíduos e poluição.” No entanto, é importante frisar, os postos de trabalho para os quais a OIT tem atribuído um caráter “verde” são, antes de mais nada, aqueles com baixos impactos ambientais concretos das atividades econômicas que lhes dão origem, independentemente das funções exercidas ou do perfil profissional dos trabalhadores que os ocupam.

Algumas das atividades mais características dos empregos verdes incluem:

Proteção e restauração de ecossistemas e da biodiversidade;

Redução do consumo de energia, materiais e água por meio de estratégias de prevenção altamente eficazes;

Descarbonização da economia; e

Minimização ou eliminação por completo da geração de todas as formas de resíduos e poluição.

Empregos verdes contribuem para a transformação das economias, das empresas, dos ambientes de trabalho e dos mercados laborais em direção a uma economia sustentável que proporcione trabalho decente com baixo consumo de carbono.

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Para a OIT, os empregos verdes podem ser criados em todos os setores e empresas, bem como em áreas urbanas e zonas rurais, incluindo ocupações desde o trabalho manual até o altamente qualificado. Este tipo de trabalho reduz o nível de impacto das empresas no meio ambiente e dos setores econômicos. Além disso, contribuem para diminuir a necessidade de energia e matérias-primas e para evitar as emissões de gases de efeito estufa. Reduzem ainda os resíduos e a contaminação, bem como restabelecem os serviços do ecossistema como a água pura e a proteção da biodiversidade.

Visão esquemática sobre empregos verdes

De acordo com a OIT, são cinco os indicadores característicos dos empregos verdes:

Determinadas atividades econômicas (ocupações);

Trabalho formal (trabalho decente);

Impactos ambientais do produto final;

Impactos ambientais dos processos de produção;

Contribuição para a mudança dos padrões dominantes de produção e consumo.

5.2.3 Principais questões sobre o tema

Políticas para a criação de empregos verdes deverão ser pensadas de maneira sistêmica, acompanhadas de medidas na área de educação e qualificação profissional. A implementação recente de políticas públicas no país que permitiram a formalização de cerca de 100 mil micro empreendedores individuais até este momento, estendendo para o empreendedor uma série de benefícios previdenciários antes restritos ao mundo do emprego formal, tais como aposentadoria, licença-maternidade, dentre outros, sinalizam que as fronteiras entre trabalho, atividade empreendedora e emprego têm se tornado gradualmente menos marcadas.

Assim, tanto pela perspectiva do emprego gerado nas MPE - na última década, de cada 10 empregos, nove foram gerados pelas MPE - quanto pela tendência de incorporação de um grande contingente de empreendedores individuais no país, é fundamental pensar empregos verdes a partir dessa realidade.

5.2.4 A importância do tema na formulação de programas do PV

Empresas sustentáveis

Empregos

Verdes:

produtivos,

economicamente

viáveis e

sustentáveis Redução de

pobreza

Recuperação

econômica

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Estudo da OIT divulgado em final de 2009, baseado nos dados da RAIS de 2008, tomando a seleção de 76 classes de atividades econômicas, reagrupadas em torno de seis grandes categorias (Produção e manejo florestal; Geração e distribuição de energias renováveis; Saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais; Manutenção, reparação e recuperação de produtos e materiais; Transportes coletivos e alternativos ao rodoviário e aeroviário; e Telecomunicações e tele-atendimento) permitiu localizar, com alguma segurança estatística, os empregos verdes no mercado formal de trabalho brasileiro. Os resultados indicam que apenas 6,73% do total de 39.411.566 empregos formais no Brasil, isto é, 2.653.059, podem ser classificados como empregos verdes.

A informalidade e a precariedade das relações de trabalho em algumas das seis atividades das seis categorias, como por exemplo, na produção e manejo florestal, indicam que a geração de empregos verdes nessas atividades deverão ser acompanhadas de medidas de promoção do trabalho decente.

O emprego remunerado e o trabalho decente cumprem um papel econômico e social muito relevante. Do ponto de vista econômico, fundamental para países, empresas, famílias e indivíduos, o trabalho permite que as pessoas construam identidades, participem e contribuam para o desenvolvimento da sociedade. Por essa razão, são fundamentais para garantir coesão e estabilidade sociais. A geração de empregos verdes é essencial para a produção e geração de riqueza e para assegurar a sua distribuição nos mercados de trabalho. A renda do trabalho, por sua vez, desempenha um papel fundamental na redução da pobreza e na repartição dos benefícios proporcionados pelo crescimento econômico.

5.2.5 O tratamento e a prioridade para o tema

Pela importância e potencial, o tema empregos verdes deverá ganhar maior inserção, assim como em vários outros países e regiões do mundo, nas políticas e planos nacionais, estaduais e locais, a partir da iniciativa de governos, empregadores e trabalhadores e com o apoio técnico e institucional de organizações brasileiras e internacionais, como a OIT. Portanto, torna-se imperativo que o PV, tanto no DF como em âmbito nacional, elabore uma proposta mais arrojada que supere a abordagem “conta-gotas” que vem sendo adotada.

De modo geral, a criação de empregos verdes avança a um ritmo muito lento para que eles possam contribuir substancialmente para reduzir o desemprego e o subemprego no mundo. A criação de empregos decentes e de boa qualidade é dificultada pela crescente informalidade e desigualdade observadas na economia globalizada.

Capacitar o país para ser mais competitivo numa economia de baixo carbono, novo paradigma que condicionará a posição de cada nação no cenário global, revela-se como uma estratégia necessária, não só para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mas, sobretudo, para aproveitar as oportunidades que estão surgindo, de forma inovadora.

Como defende a senadora Marina Silva: “nosso desafio é este, o de estimular a criação de empregos e promover o desenvolvimento sem destruir as nossas riquezas.”

5.3 Consumo Consciente e Sustentável

5.3.1 Introdução - Relações de consumo e Consumo Consciente

A história do consumo como o conhecemos se inicia na década de 1930. Isso porque, em 1929 tivemos o início da chamada Grande Depressão, que foi um período de intensa recessão econômica, desemprego, queda nas taxas de produção, valor de ações, etc.

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No intuito de restabelecer o sistema econômico, nos EUA foi criado o New Deal, ou “novo acordo”. O New Deal lançou as bases do estado keynesiano e do poder sindical nos EUA. Isto é, a partir da grande depressão, o Estado Norte-americano passou a intervir diretamente na economia. Foram implementadas reformas setoriais na economia para criar as condições para a formação de poupança interna e recuperar a rentabilidade dos investimentos; medidas para sanear o sistema financeiro; para regular a produção agrícola; para evitar a perda da hipoteca das casas próprias.

No entanto,...

[Wikipédia] Tanto Ford quanto Keynes já haviam previsto que "a aceleração dos ganhos de produtividade provocada pela revolução taylorista levaria a uma gigantesca crise de superprodução se não fosse encontrada uma contrapartida em uma revolução paralela do lado da demanda", que permitisse a redistribuição da renda para aumentar o consumo. A Grande Depressão dos anos 1930 tornou-se uma gigantesca crise de superprodução, numa trágica confirmação daquelas previsões. (Lipietz,1989:30-31)

"Com o New Deal, portanto, iniciou-se a tensa construção do pacto entre Estado, trabalho organizado e capital, ou regulação fordista keynesiana do capitalismo que, no pós-guerra, fundamentaria o peculiar Estado de Bem-Estar americano e o longo período de prosperidade que se estenderia até fins dos anos 1960." (LIMONCIC, Flávio. Os inventores do New Deal.Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: UFRJ, junho de 2003)

"A regulação fordista keynesiana baseava-se em um pacto segundo o qual o Estado assumia papéis keynesianos, de forma a tornar-se um demandador da indústria privada e um fornecedor de salários indiretos, com o objetivo de universalizar o consumo; o capital repassava ganhos de produtividade do trabalho aos salários (relação salarial fordista), buscando assim assegurar a estabilidade do sistema e, por fim, os sindicatos aceitavam a ordem capitalista, em troca de sua incorporação ao mundo do consumo" (LIMONCIC, Flávio. Os inventores do New Deal.Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: UFRJ, junho de 2003)

As políticas do New Deal foram adotadas nos EUA e também na Alemanha, alcançando mais tarde toda a Europa e, inclusive passou a compor os estudos de Keyne. Daí em diante, o consumo tornou-se a alimentação desse sistema.

Só que nos cálculos dos economistas não foi prevista a variável ambiental. Esqueceu-se de mencionar que as matérias-primas deste sistema não eram infinitas e que era preciso, também, criar uma forma de reabastecê-lo. Mas não era preciso lembrar, uma vez que o sistema demonstrava adequar-se perfeitamente aos moldes de vida digna do século XX. Fartura e prosperidade que se estenderam até o final dos anos 60, como citado anteriormente.

Hoje sentimos na pele que a natureza não tem condições de suprir todas as necessidades dos habitantes deste planeta sem obter nada em troca. Porém, não demorou muito para que alguns grupos já ligados às questões ambientais - à época raros e sem nenhum poder político - anunciassem que a crise ambiental era causada pelo crescimento demográfico, principalmente nos países em desenvolvimento. A partir da década de 70, sobretudo após a Conferência de Estocolmo em 1972, os países mais pobres alegaram que a crise ambiental tinha como causa o alto custo de produção das nações industrializadas, que gastavam a maior parte das reservas naturais e eram responsáveis por boa parte da poluição.

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 38

Já nas discussões da Eco92, no Rio de Janeiro, a culpa da crise ambiental estava no estilo de vida e consumo dos países ricos. Nota-se que o foco das discussões deixa de ser a produção e passa a ser o consumo. Daí começam a surgir políticas e propostas voltadas diretamente para o consumo. Dentro do contexto de desenvolvimento sustentável, criou-se a idéia de consumo sustentável e consumo consciente ou responsável.

5.3.2 O que vem a ser o consumo consciente e sustentável

Segundo o Instituto Akatu, um dos pioneiros da divulgação dessa idéia, o consumo consciente “é consumir levando em consideração os impactos provocados pelo consumo. Explicando melhor: o consumo pode, por meio de suas escolhas, buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os impactos negativos dos seus atos de consumo, e desta forma contribuir com seu poder de consumo para construir um mundo melhor.”

Do ponto de vista econômico, o consumo consciente e sustentável consiste em levar em consideração nas compras, além da variável preço/qualidade, a variável ambiental, dando preferência a produtos com baixo impacto ambiental, oriundos de empresas que não utilizem trabalho escravo ou infantil e que ainda desenvolvam programas sócio-ambientais. Também busca disseminar boas práticas na economia de água e energia, pois o tratamento de água tem um custo financeiro, assim como a transmissão de energia. Avaliar a necessidade da compra, seja com dinheiro, cheques pré-datados, cartões de crédito, crediários, créditos bancários, enfim, toda espécie de facilidade existente para estimular o consumo.

Atualmente, algumas empresas trabalham com a chamada responsabilidade socioambiental, que consiste em ressarcir, de alguma forma, à sociedade o que lhe foi subtraído em decorrência de distribuição injusta de renda. Essas empresas procuram trabalhar de forma eco eficiente, tentando consumir o mínimo de recursos naturais brutos na produção e reaproveitando seus resíduos. Além disso, procuram incluir a população local em ações sócio-educativas como forma de difundir práticas sustentáveis.

Governos também têm feito algum esforço no sentido de contribuir para a minimização dos impactos ao ambiente estabelecendo critérios de compras sustentáveis, conforme Decreto publicado recentemente pelo Governo Federal.

Porém, a proposta do consumo consciente é que essas iniciativas empresariais/governamentais sejam incorporadas pelos indivíduos. Mas vemos que esta incorporação é lenta e gradual. Carece de políticas educacionais que levem o conhecimento da questão ambiental, e mais que isso, políticas que estimulem iniciativas de produção limpas e trabalhos cooperativos.

Os produtos verdes que temos hoje geralmente são mais caros que os produtos ditos “comuns”. Isso dificulta o acesso a esses produtos a pessoas com baixo poder aquisitivo. As políticas de subsídios devem favorecer iniciativas de micro e pequeno portes desenvolvidas, sobretudo por sociedades cooperativas.

A idéia do consumo consciente está muito voltada para o consumo de produtos indispensáveis. Lei básica da economia: a demanda força a oferta. Se tivermos um público demandante esclarecido que dê preferência a produtos feitos de forma responsável e que atendam às suas necessidades, veremos a oferta tendendo a este mesmo caminho.

Desta forma, o objetivo é que a definição de necessidade seja feita pelo cidadão numa reflexão consciente, e não por práticas impostas. O consumidor deve ser um agente de transformação, afinal a sociedade de consumo foi erguida sob a base sagrada da “liberdade individual de escolha”.

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No Brasil

Em nível governamental, o Governo Federal tem legislado no sentido de promover o consumo consciente nas suas instituições. Reduzindo gastos operacionais e realizando ações direcionadas para a conscientização dos servidores.

Em nível não governamental, o Instituto Akatu e a Associação Alternativa Terrazul são os principais disseminadores da ideia de consumo consciente nos estados de São Paulo e Ceará, respectivamente.

Distrito Federal

No GDF, temos algumas ações isoladas de gestão ambiental, também prevendo reduzir custos operacionais. Essas ações isoladas estão em fase de discussão entre os órgãos para definir uma política para todo o Distrito Federal.

Não se tem conhecimento de nenhuma entidade, no DF, que discuta consumo consciente.

5.4 Tecnologia da Informação/ Telecomunicação

5.4.1 Introdução

O objetivo deste documento é ter uma visão geral das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil, pretendendo com isso subsidiar as discussões e conseqüentes propostas de melhorias para o programa do Partido Verde tanto no âmbito do Distrito Federal como no Nacional.

O documento define o significado e abrangência das TIC´s, apresenta uma síntese dos objetivos propostos para 2015 no sumário-executivo chamado "Aperfeiçoamento do Modelo", preparado pela Accenture/Guerreiro Teleconsult, e apresentado na FUTURECOM 2005,( evento da área de telecomunicações ocorrido em Florianópolis no mês de outubro de 2005). Demonstra numericamente qual o potencial da área e o quanto já foi feito até 2009 tanto pelas empresas do setor como pelos governos federal, estadual e municipal. Ao fim são apresentadas algumas propostas para o programa do Partido Verde.

5.4.2 Definição de TIC´s

O setor de Telecomunicações e a área da Tecnologia da Informação se confundem cada dia mais. No Brasil, o IBGE, na Pesquisa Anual de Serviços (PAS), classifica da seguinte forma os Serviços de Informação:

• Serviços de Telecomunicações, incluindo Telefonia Fixa, Telefonia Celular, SME (Trunking), Telecomunicações por Satélites, provedores de Acesso à Internet, transmissão e recepção de sinais de TV e Rádio, serviços de instalação e outros.

• Serviços de Informática, incluindo desenvolvimento de softwares, processamento de dados, consultoria, venda de equipamentos e softwares, outsourcing, suporte e manutenção de softwares e outros.

• Serviços Audiovisuais, incluindo publicidade e merchandising na TV Aberta e no Rádio, programação de TV por Assinatura, exibição de filmes e serviços auxiliares da produção de programas de Televisão.

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As Telecomunicações estão inseridas no Setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC).

Constituem Serviços de Telecomunicações a transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza, por fio, rádio, eletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético. A prestação dos Serviços de Telecomunicações é feita por agentes que detenham concessão, permissão ou autorização para a prestação do serviço.

O Setor de Telecomunicações será definido como:

“Setor da economia que engloba os Serviços de Telecomunicações, serviços de valor agregado e produtos utilizados para a prestação destes serviços.”

O Setor de Telecomunicações foi dividido em três segmentos:

Serviços de Telecomunicações - Empresas que detém concessão ou autorização para prestação de serviços, tais como Telefonia Fixa, Comunicações Móveis, Comunicação Multimídia, TV por Assinatura, Radiodifusão e outros;

Produtos e serviços para as Prestadoras de Serviços de Telecomunicações - Fornecedores de equipamentos e prestadores de serviço que dão suporte à prestação de Serviços de Telecomunicações, inclusive fornecedores de capacidade espacial;

Serviços de Valor Agregado - Empresas prestadoras de serviços que têm como suporte principal Serviços de Telecomunicações.

5.4.3 Panorama das Telecomunicações no Brasil

Após um período de forte expansão e disseminação da telefonia fixa, podemos verificar que, em todo o mundo, a tendência do setor de telecomunicações é de estabilidade e leve queda da telefonia fixa, aliada ao crescimento da demanda por serviços de dados. Na Europa, as grandes operadoras, como Deutsche Telekom, Telefônica e Telecom Itália, apresentaram queda das linhas fixas entre 4% e 5% ao ano, nos últimos 3 anos. Em contrapartida, a base de clientes de banda larga destas empresas apresentou expansão superior a 30% ao ano, fruto de elevados investimentos na atualização de suas redes.

No Brasil, alguns aspectos se repetem – após um período em que a telefonia fixa deu um importante salto na penetração dos serviços em todas as classes sociais do país, a base de clientes atingiu um nível de maturação bastante satisfatório comparando-se com países em desenvolvimento, e, paralelamente, houve um forte crescimento na telefonia móvel e banda larga. As operadoras que prestam estes serviços realizaram elevados investimentos e atualmente já detêm bases de clientes com relevância no cenário internacional de telecomunicações.

5.4.4 Números das Telecomunicações no Brasil

Ambiente Sócio-Econômico do Setor de Telecomunicações

• Tendo por base os valores de 1998, ano da privatização dos serviços de telecomunicações, a renda per capita do brasileiro aumentou apenas 21,4% no

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período, findo em 2008, enquanto, no mesmo período, a densidade de telefones fixos aumentou 81% e a de telefones celulares aumentou 1.798%.

• A penetração dos serviços de telefonia – fixa ou móvel – só não foi maior devido ao irrisório crescimento da renda per capita no período, agravado pela maior carga tributária do mundo incidente sobre serviços de telecomunicações; serviços estes ditos essenciais para o desenvolvimento sustentável com inclusão social.

• O Brasil passou do 54º lugar em 2002 para o 60º lugar em 2007 segundo o ” ICT Development Index (IDI)” produzido pela UIT e do 57º lugar em 2005 para o 56º em 2009 segundo o “Global Competitiveness Index (GCI)” produzido pelo World Economic Fórum, indicando que o Brasil está defasado no aproveitamento dos benefícios que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) propiciam para o desenvolvimento sustentável com inclusão social e com inserção no mundo globalizado.

Tabela 01 Fonte:teleco

Tabela 02 Fonte:teleco

No final de Setembro de 2009, detinham outorgas para prestação dos serviços de telecomunicações 1.834 empresas (contra 1.393 no final de 2008) distribuídas da seguinte forma:

6 concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado;

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108 autorizatárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado;

1.513 detentoras de outorgas do Serviço de Comunicação Multimídia;

176 detentoras de outorgas do Serviço de TV por Assinatura;

31 detentoras de outorgas do Serviço Móvel Pessoal (Celular).

No final do terceiro trimestre de 2009, a força de trabalho do setor de telecomunicações era de 392,7 mil pessoas, quantidade 5,5% maior que a registrada na mesma data em 2008 (372,4 mil pessoas), assim distribuída:

26,7 mil na Indústria

138,0 mil na Prestação de Serviços de Telecomunicações

177,4 mil nas Empresas de “Call-Center” controladas por Concessionárias do STFC.

A força de trabalho na Prestação de Serviços de Telecomunicações, de 133,4 mil pessoas no final de 2008, está assim distribuída:

31,1 mil nos Serviços de Telefonia Fixa

30,2 mil nos Serviços de Comunicações Móveis (Celulares)

16,1 mil nos Serviços de TV a Cabo

56,0 mil nos Demais Serviços de Telecomunicações (inclusive radiodifusão e provimento de acesso à internet)

5.4.5 Panorama das TICs no Brasil

As TICs podem trazer benefícios às populações pobres e remotas.

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Figura 01 Fonte: Futurecom2005

Apenas para citar um exemplo, na Coréia, as políticas públicas para TICs contribuíram para o salto sócio-econômico do país. Em 1975 o PIB da Coréia era de aproximadamente 60% do PIB Brasileiro. Com investimentos pesados e um bom planejamento já em 2003 o PIB Coreano era 110% maior que o Brasileiro.

O Brasil já desenvolve iniciativas neste campo, a seguir estão listadas algumas ações desenvolvidas atualmente pelos principais órgãos governamentais com alguma ligação as TIC´s.

Ações do Ministério das comunicações

• Universalização da internet em banda larga com o programa Telecentros Comunitários, que já levou espaços públicos de acesso gratuito rede mundial de computadores a 5.476 dos 5.564 municípios do país;

• Projeto Cidades Digitais terá pelo menos mais 160 novas cidades contempladas, com cobertura de internet sem fio de alta velocidade em todos os órgãos públicos, como escolas, postos de saúde, hospitais e bibliotecas;

• O Gesac, que atualmente leva internet em banda larga a 10.700 pontos em todo o país, terá sua abrangência aumentada para 50 mil pontos;

Ações do Governo Eletrônico

• Já estão disponíveis na internet as especificações para a aquisição de computadores verdes pelo governo federal.

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• O Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades (Telecentros.BR) vai formar dez mil pessoas em todo o país para atuar em espaços públicos de acesso gratuito à internet. Até meados de 2009, (98,29% ) dos municípios brasileiros haviam sido contemplados.

Ações do Ministério da ciência e tecnologia

Projeto Cidadão Conectado- computador para todos;

Computador Portátil para professores;

Projeto casa Brasil;

Programa de Inclusão Digital do MCT;

Ponto de cultura- cultura digital;

Territórios Digitais

UCA- projeto um computador por aluno.

Ações da Anatel

A universalização é um conjunto de obrigações a que estão sujeitas as concessionárias do serviço de telefonia fixa prestado em regime público, ou seja, BrasilTelecom, CTBC Telecom, Sercomtel, Telefônica, Telemar (concessionárias da modalidade Local) e Embratel (concessionária da modalidade Longa Distância). As demais operadoras de telefonia fixa atuam em regime privado de autorização e, por isso, não estão submetidas a essas obrigações. As operadoras de telefonia celular também não se submetem a metas de universalização. As obrigações de universalização objetivam: possibilitar o acesso de qualquer pessoa ou instituição a serviço de telecomunicações, independentemente de sua localização e condição sócio-econômica e permitir a utilização das telecomunicações em serviços essenciais de interesse público.

Ações do Congresso Nacional Projetos em andamento relacionados a Tecnologia computacional e Inclusão Digital

Proposições Quantidade

Medida provisórias 4

Projeto de Decreto Legislativo 2

Projeto de Lei da câmara 1

Projeto de lei do congresso nacional 1

Projeto de Lei do senado 7

Projeto de lei de conversão 3

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Veto 1

Tabela 03 Fonte: Senado federal

5.4.6 Desafios a vencer com a utilização das TIC´S no Brasil

Telecomunicações:

Principais prioridades para aperfeiçoamento do modelo:

• Estimular a modernização da infra-estrutura de comunicações

• Viabilizar programas de inclusão digital /social

• Simplificar / adequar licenças e regulamentos de telecomunicações,

inclusive radiodifusão e TV por assinatura

• Fortalecer o órgão regulador, com atuação independente e responsabilidades claras

• Fomentar procedimentos e mecanismos de estímulo à competição

• Estimular uso e desenvolvimento de novas tecnologias

• Racionalizar carga tributária

Para alcançar os objetivos propostos para as TICs em 2015 o Brasil deve:

QUESTÕES RECOMENDAÇÕES FUTURECOM2005

Infra-estrutura

Soluções com TIC´s

Governo eletrônico

Integração das ações de Governo e Poderes

Legislação articulada

Estrutura regulatória

Tributação

Estabelecer políticas e incentivos para o uso intensivo das TIC´s pela sociedade, visando a universalização dos serviços do Estado providos por todos os níveis de governo e de poderes da republica, em todo o território nacional.

Promover o estabelecimento de uma legislação moderna que estimule a prestação de serviços integrados de comunicações, assegurando o papel regulador do estado por meio de uma agencia.

Reconhecer, de fato os serviços como essenciais, adotando tributação coerente com uma essencialidade, aumentando a competitividade e a produtividade do País.

Tabela 04 Fonte: Futurecom2005 Para alcançar os objetivos propostos para as TIC´S em 2015 a Indústria de equipamentos e de Conteúdo também deverá fortalecer a economia e gerar negócios no setor.

QUESTÕES RECOMENDAÇÕES FUTURECOM2005

Domínio da tecnologia

Industrialização no Pais

Propiciar condições para o desenvolvimento e absorção, no País, de conhecimento tecnológico

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Soluções de baixo Custo

Capacitação de RH

Competitividade

Fortalecimento do comercio Regular

associado às TIC´s, fortalecendo a produção no país, especialmente a com tecnologia nacional, e o desenvolvimento e produção de soluções e aplicações de baixo custo.

Atribuir prioridade à formação de recursos humanos para pesquisa e desenvolvimento em segmentos que elevem a competitividade dos produtos e serviços de origem nacional e investir em técnicas modernas para fortalecer o comércio regular de equipamentos e softwares.

Conteúdo nacional

Pluralidade de Opiniões

Liberdade de expressão

Direitos autorais

Investimento publicitário

Fomentar a produção nacional e regional de conteúdos, soluções e aplicações, assegurando pluralidade de informação e de opiniões e a liberdade de expressão, e estabelecer instrumentos de proteção de direito autoral e propriedade intelectual, incentivando o crescimento do mercado publicitário nos veículos de mídia.

Tabela 05 Fonte: Futurecom2005

Para alcançar os objetivos propostos para as TIC´S em 2015 e atender às demandas da sociedade, que são o foco central da ação de todos os agentes envolvidos é necessário:

QUESTÕES RECOMENDAÇÕES FUTURECOM2005

Universalização

Acesso a Educação

Inclusão Digital

Capacitação para o uso das TICs

Uso de serviços do governo

Diversidades de fontes de informação

Preços razoáveis

Direitos dos consumidor

Fixar diretrizes e metas para universalização do uso de serviços essenciais que proporcionem o acesso da população em geral a conteúdos e serviços, em especial, os de cunho educacional, e que promovam a inclusão social.

Promover a capacitação de órgãos públicos, de pequenas e médias empresas e da população em geral para uso dos serviços de governo e acesso a diferentes fontes de informação e conteúdo, por intermédio das TIC´s.

Propiciar serviços com qualidade e segurança adequadas e preços razoáveis, e fortalecer mecanismos que preservem o direito dos consumidores, inibam fraudes crimes nos serviços de comunicação, em especial com o uso das TIC´s

Tabela 06 Fonte: Futurecom2005

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5.5 Tributação

5.5.1 Introdução - Por um sistema tributário verde

A estruturação das informações e ideias ora expostas partem de um contexto amplo, para compreensão da posição dos tributos no conjunto das políticas públicas, até chegar a um detalhamento que aponta ações que podem ser implementadas nas diversas esferas de governo.

Nesse ínterim serão expostas algumas características doutrinárias que determinam a funcionalidade e a eficiência de um sistema tributário. Adiante far-se-á exposições sobre o que é e quais ações podem caracterizar o efeito “verde” nos tributos de um país. A título ilustrativo serão exemplificados casos que demonstram a atuação de tributos com esse viés.

Para atingir o escopo deste trabalho, serão delineados e consolidados os pressupostos, princípios e ações, aplicáveis nos planos municipal, estadual e federal, que podem ser defendidos pelo PV na área tributária.

5.5.2 Considerações iniciais

Inicialmente devemos entender o que significam alguns termos específicos e que serão recorrentemente utilizados neste estudo.

Partindo-se do geral para o particular, devemos iniciar análise da ideia sistêmica a partir da Lei Maior. Nesse sentido Carvalho (2005) assevera que:

“Se é correto mencionarmos a Constituição brasileira, como sistema de proposições normativas, integrante de outro sistema de amplitude global que é o ordenamento jurídico vigente, podemos, é claro, analisar os subconjuntos que nele existem. O que nos interessa agora é a subclasse, o subconjunto ou o subsistema constitucional tributário, formado pelo quadro orgânico das normas que versem matéria tributária, em nível constitucional. [...] o subsistema constitucional tributário realiza as funções do todo, dispondo sobre os poderes capitais do Estado, no campo da tributação, ao lado de medidas que asseguram as garantias imprescindíveis à liberdade das pessoas, diante daqueles poderes. Empreende, na trama normativa, uma construção harmoniosa e conciliadora, que visa a atingir o valor supremo da certeza, pela segurança das relações jurídicas que se estabelecem entre administração e administrados.”

Adiante, e para maior compreensão da expressão sistema tributário, deve-se considerar, também, cada palavra separadamente. Nesse sentido, a biblioteca virtual wikipedia informa que “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p.35)”9

Por outro lado, o Código Tributário Nacional (CTN), em seu artigo terceiro, define tributo como sendo “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa

9 http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_sistemas , acesso em 15.03.2010

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exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Ao juntar-se as duas palavras, a biblioteca virtual wikipedia informa que, “Segundo Musgrave (1976), entende-se por Sistema Tributário como sendo o complexo orgânico formado pelos tributos instituídos em um país ou região autônoma e os princípios e normas que os regem. Por consequência, podemos concluir que o Sistema Tributário Brasileiro é composto dos tributos instituídos no Brasil, dos princípios e das normas que regulam tais tributos.”10

Com outras palavras, mas no mesmo sentido, Loyola (2008) assevera que em determinado sistema tributário “os vários impostos e contribuições deveriam formar um todo coerente e dependente entre si.”11

Assim, ao se adicionar a palavra verde à expressão sistema tributário, pretende-se informar que aspectos ambientais e ecológicos guardam sintonia e são considerados por determinado sistema tributário de um país.

5.5.3 Tributos e política econômica

Os tributos possuem dois objetivos bem definidos. O objetivo primário ou imediato é a arrecadação de valores para custear a máquina pública e o atendimento do interesse coletivo. Além desse, há outro, secundário ou mediato, que visa influenciar as condutas de uma população, particularmente em relação renda, produção e consumo, dentre outros aspectos. Naturalmente que tais objetivos se coadunam e são instrumentos da política econômica de um país.

Deve-se entender também que a política tributária faz parte da política fiscal, que agregaria, além dos ingressos públicos, também a forma como eles são distribuídos e como são aplicados, seja em despesas, investimentos ou redução de dívida pública.

Em contexto mais amplo, a política tributária, em associação com a política fiscal, faz parte da política econômica, a qual representa a espinha dorsal da orientação e direcionamento econômico de um Estado, cujos reflexos alcançam as demais políticas públicas.

Em resumo, a política tributária possui objetivo incidental, ou intermediário, para atingir o objetivo final, que é a política econômica.

5.5.4 Como atuar sobre um sistema tributário

Todas as instituições políticas, como indutores de mudanças sociais, devem conhecer as formas de realizar tal mister. O PV não foge a essa premissa, vez que, para agregar um viés verde ao sistema tributário brasileiro, será necessário saber como fazê-lo, de modo que os resultados alcançados sejam maiores do que os custos para atingir esse objetivo.

10

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tributo , acesso em 15.03.2010.

11 LOYOLA, Gustavo. Política tributária à deriva (Valor Econômico - 26/05/2008).

http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=464241 acesso em

15.03.2010.

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Isso posto, convém resgatar o pensamento de Jost (2003), segundo o qual para formular ou atuar positivamente sobre um sistema tributário é necessário ter conhecimento “em pelo menos cinco áreas do campo tributário: política tributária, técnica tributária, administração tributária, direito tributário e legislação tributária.”12

Seguindo tal lógica de cinco pontos relevantes, tem-se que a expressão política tributária pode ser considerada como o conjunto de orientações e diretrizes públicas destinadas a materializar os ingressos de recursos para o Estado em razão de seu poder de imperatividade ou, em outras palavras, diretrizes relacionadas com a arrecadação de tributos.

Aliás, tributos é um gênero do qual emergem as espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Alguns autores, a exemplo da resenha realizada por Palhares (2004), também reconhecem como espécies de tributos os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais13.

12

JOST, Leodegar. Política Tributária – Base conceitual para uma reforma tributária. Porto Alegre, RS:

AGE, 2003, pág 9.

13 PALHARES, Cinthia Rodrigues Menescal. Breves considerações sobre o conceito

jurídico de imposto no Sistema Tributário Nacional.

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5592, acesso em 15.03.2010, a saber:

“[...] Tradicionalmente, a doutrina estrangeira tem classificado os tributos, quer

em impostos e taxas – concepção dicotômica (Benedetto Coccivera), quer em

impostos, taxas e contribuições – concepção tricotômica (Fernando Sainz de

Bujanda (16)

; Francisco José Carrera Raya (17)

; Juan Martín Queralt, Carmelo

Lozano Serrano e Francisco Poveda Blanco (18)

; Rafael Calvo Ortega (19)

,

Fernando Perez Royo (20)

, Héctor B. Villegas (21)

; Carlos M. Giuliani Fonrouge

(22); José Luiz Pérez de Ayala e Eusebio Gonzales

(23), Gian Antonio Micheli

(24)).

Este é o critério seguido pelo Código Tributário Nacional, em seu artigo 5º, cuja

concepção é nitidamente tricotômica: impostos, taxas e contribuições de

melhoria. No que diz respeito às demais espécies tributárias – empréstimos

compulsórios (artigo 148) e contribuições parafiscais (artigo 149), assim devem

ser consideradas, pois, embora o legislador constituinte não lhes tenha

conferido autonomia, sua disciplina é inequivocamente tributária, pois ora têm

a natureza de imposto, ora têm a natureza de taxa. Para os partidários da

classificação dicotômica dos tributos (Pontes de Miranda (25)

, Bilac Pinto,

Alfredo Augusto Becker (26)

), a contribuição de melhoria seria uma subespécie

de taxa.

No direito brasileiro, os adeptos da classificação tricotômica dos tributos (Ruy

Barbosa Nogueira (27)

, Roque Antonio Carazza (28)

, Rubens Gomes de Souza

(29), José Afonso da Silva

(30), Paulo de Barros Carvalho

(31)) adotam, como

critério principal de distinção, o fato gerador, com base em teoria

brilhantemente exposta por Geraldo Ataliba (32)

, pela qual apurar-se-ia a

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Em relação à técnica tributária, Jost (2003) a define como “o campo do conhecimento que busca formular o imposto de tal maneira que seja aceito pelo contribuinte ou que, pelo menos, evite conflitos maiores entre contribuinte e fisco. Busca evitar resistência ao tributo.”14

A expressão administração tributária, segundo o mesmo autor, refere-se à cobrança de tributos, pois: não basta uma formulação do tributo que atenda a requisitos técnicos e de política tributária se não for viável do ponto de vista administrativo ou se sua implementação representa custos exorbitantes ou deixa significativa margem para evasão. Por isso a equipe formuladora do imposto precisa de experientes técnicos em administração tributária.15

Outro aspecto relevante é o do Direito Tributário, que compõem a Ciência do Direito e não se confunde com as leis positivadas. Portanto, é necessário conhecimento específico para interferir no arcabouço jurídico a fim de que alterações normativas não gerem conflitos e contenciosos tributários nas esferas administrativa e judicial.

O referido autor também considera importante o aspecto relacionado com a legislação tributária, que pode ser entendida como a materialização das normas tributárias. De modo mais explícito, a legislação deve ser clara e objetiva, além de ser recomendável que o texto legal seja assertivo, sem margem a interpretações que levem à evasão ou a questionamentos.

Por fim, Jost (2003) defende que um bom sistema tributário deve almejar a equidade16 na distribuição da carga tributária, a neutralidade17 (ou não) dos impostos, a instrumentalidade na formulação da política econômica, a simplicidade para facilitar seu entendimento pela sociedade e, por último, administrabilidade, de modo que seus objetivos sejam atingidos sem custos excessivos para o contribuinte e para o fisco.

natureza de uma exação, pela existência ou inexistência de vinculação do fato

gerador a uma atividade do Estado, como defende Hans Nawiasky”

14 JOST, Leodegar. Ob cit. pág. 10

15 Ibdem, pág. 10

16 O Autor considera que equidade não seria sinônimo de igualdade ou proporcionalidade numérica,

mas uma certa equivalência do ônus tributário entre as pessoas ou, ainda, a distribuição da “parcela

justa” desse ônus. A equidade estaria apoiada nos princípios do benefício recebido ou da capacidade

contributiva. Esta último se desdobraria nos tipos equidade horizontal, vertical e temporal.

17 Segundo o autor “neutro é aquilo que não afeta os componentes sobre os quais é lançado *...+ pode

ser neutro em relação à estrutura capital/trabalho se não afetar o preço relativo dos fatores de

produção. Enfim, o imposto sempre é neutro em relação a algo e dificilmente poderá ser neutro em

relação a tudo”. (JOST, Leodegar, ob. cit., pág. 45.)

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5.5.5 Situação atual do Sistema Tributário Brasileiro

Ao se discutir alterações em um sistema tributário é preciso, preliminarmente, conhecer a situação atual dele para, após compreendê-lo, traçar-se proposições que o ajuste às novas necessidades e realidades que despontam.

Nesse sentido, os itens abaixo destacam as principais características do sistema tributário brasileiro, com pequenos comentários a respeito de cada uma delas, a saber:

a) Onerosidade = atualmente o ônus tributário situa-se entre 35 e 40 % do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual representa uma valoração média da carga fiscal sobre a economia brasileira. Não é a menor nem a maior carga quando se compara com outros países, mas pode ser considerada elevada ao se considerar que os principais contribuintes representam um grupo pequeno (trabalhadores com contrato de trabalho formal e empresas legalizadas) e que muitos serviços públicos são custeados pelos próprios indivíduos (previdência complementar, saúde, educação etc.).

b) Complexidade = o sistema é complexo por vários motivos, desde a existência de vários

tributos incidindo sobre a mesma base (IR, CSLL, ICMS, PIS, COFINS etc) até a freqüente e elevada quantidade de normas legais a que os sujeitos passivos estão obrigados.

c) Dificuldade para Cumprimento = as obrigações tributárias desdobram-se em principais (pagamento do tributo) e acessórias (fazer declarações, prestar informações, fazer retenções etc), cujos procedimentos são detalhados, diversificados e mutáveis. Assim, há custos significativos para que os sujeitos passivos mantenham-se regulares em relação ao cumprimento dessas obrigações.

d) Pouca transparência = há pouca transparência do ônus tributário para o consumidor final, principalmente em relação aos tributos indiretos, geralmente embutidos no preço das mercadorias ou serviços. A ignorância dos indivíduos sobre as suas contribuições para os ingressos públicos é danosa, tanto para o conhecimento objetivo do respectivo ônus tributário quanto para a sensação de cidadania, vez que é relevante saber-se participante do custeio público.

e) Destinação questionável = a elevação do endividamento público, particularmente após a introdução do real até os dias atuais, associada à política econômica de juros elevados e de gastos públicos questionáveis, faz com que parte significativa das receitas públicas sejam alocadas em finalidades que não produzem retornos palpáveis, a exemplo do pagamento de dívidas ou de políticas sociais que geram dependência econômica. Em razão desses aspectos, há baixa capacidade de investimento e de ação do Estado, além dos prejuízos à percepção dos benefícios que os tributos podem trazer à sociedade. Em conseqüência há tendência à sonegação e à evasão fiscal, com repercussão no cumprimento espontâneo de obrigações tributárias.

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f) Guerra fiscal = a disputa pela instalação ou ampliação de empresas tem levado muitos municípios e estados brasileiros a uma situação de guerra fiscal, com prejuízos à arrecadação de impostos e à distorção no local de aplicação dos investimentos privados, pois a concessão de favores fiscais traz problemas de concorrência desleal, ao privilegiar apenas algumas empresas, e também ao pacto federativo, vez que os entes públicos em vez de parceiros, são competidores.

g) Baixa integração das Administrações Tributárias = as administrações tributárias federal, estaduais e municipais, seguindo preceito constitucional, tendem à integração. Entretanto esse processo caminha lentamente e em ritmo menor do que o desejado. Em havendo maior integração, poderá haver redução do custo de arrecadação, maior eficiência operacional, particularmente nos municípios, e redução do custo de operação no Brasil para as empresas privadas.

h) Conflitos = a cumulatividade existente em vários tributos e a incompletude nas desonerações às exportações reduz a competitividade das empresas que operam no Brasil. Esses fatores geram conflitos entre entes estatais, e entre estes e as empresas privadas, diante do acúmulo de créditos tributários detidos pelas empresas18.

i) Extrafiscalidade pouco explorada = ainda que os tributos tenham como objetivo primário a obtenção de receitas públicas, a sofisticação e complexidade das sociedades contemporâneas exige novo modo de atuar do sistema tributário, mediante agregação de novos objetivos na realização de seu mister, particularmente em relação ao propósito de subsidiar outras políticas públicas que vão além da política econômica. Aliás, a crise econômica mundial do final de 2008 demonstrou algumas

18 Durante o transcorrer da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da proposta

orçamentária (LOA) para o ano seguinte, há no Congresso Nacional discussões intermináveis quanto à

indenização que deveria ainda ser paga aos estados exportadores que perdem (ou perderam) receita a

partir da lei Kandir. Desse modo, há necessidade de se estabelecer a regulamentação jurídica para que

esta situação possa ser resolvida definitivamente, em vez de, a cada ano que passa, ficar o Congresso

Nacional discutindo o quanto deve ser entregue a cada Estado a título de perda de receita.

Outro aspecto conflituoso diz respeito à distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do

Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pois a lei complementar relativa a esses Fundos

Constitucionais foi considerada inconstitucional pelo STF. A Lei Complementar 62, que dá respaldo a

estes fundos, estabeleceu as alíquotas de transferências para cada estado e município somente até o

início dos anos 90. Entretanto, essas alíquotas vem sendo aplicadas até hoje. Em função dessa

continuidade, diversos estados questionaram a legalidade desta aplicação e o STF decidiu que a LCp 62 é

inconstitucional. O STF deu um prazo até o final de 2011 para que se criasse uma nova lei. Devido à

questão dos royalties do petróleo, que favorece os demais estados, mas prejudica o do Rio de Janeiro,

os anos de 2010 e 2011 trarão dificuldade para normatizar esta questão. Nada obstante, a análise desse

assunto deve ser considerado pelo PV em razão de possibilidade de polêmica.

Registre-se que o FPE representa 21,5% de toda a arrecadação do IR e do IPI, sendo que 85% dessa

arrecadação é dirigida aos estados do Norte e Nordeste e 15% para os demais estados. Certamente

haverá, também, uma grande polêmica nesta questão.

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possibilidades do uso do sistema tributário para promover mudanças nas condutas individuais e nas políticas públicas.

5.5.6 Pressupostos tributários verdes:

Ao se idealizar uma contribuição do PV ao sistema tributário brasileiro deve-se, preliminarmente, determinar quais os pressupostos que regem essa participação. Tendo presente que o partido não pretende se filiar irrefletidamente entre as tradicionais formas de posicionamento político – esquerda/direita - mas, principalmente, representar uma alternativa à dicotomia simplista desde longa data adotada. Por isso, torna-se necessário que os pressupostos que fundamentam essa contribuição devem ser claramente colocados e, tanto quanto possível, devem demonstrar solidez e estabilidade.

Nesse sentido, apresentar-se-á a seguir alguns pressupostos que devem nortear a participação verde no desenvolvimento e aprimoramento do sistema tributário brasileiro, a saber:

a) necessidade = Os tributos são necessários porque custeiam as atividades estatais. Considerando que muitas necessidades contemporâneas não podem ser satisfeitas pelos próprios indivíduos, necessário se faz a reunião de esforços e de recursos para realização de obras e atividades que atendam ao interesse coletivo.

b) Inevitabilidade = Dada a necessidade da junção dos esforços e dos recursos para

satisfação dos interesses coletivos, a existência dos tributos torna-se óbvia e inevitável. Assim, a questão não deve ser se devem ou não existir tributos, mas, sim, como eles devem ser.

c) Cidadania = Considerando que os tributos são necessários e inevitáveis, a contribuição de cada indivíduo, dentro de suas possibilidades, configura-se num dever inescapável e que, ao mesmo tempo, transfigura-se numa demonstração de cidadania.

d) Quantidade = A despeito dos tributos serem necessários, inevitáveis e representarem sinais de cidadania, o sistema tributário deve conjugar os efeitos negativos do ônus tributário para a economia com os benefícios a serem alcançados com a aplicação dos recursos, motivo pelo qual a eficiência deve ser sempre avaliada ao considerar o custo X benefício da tributação, e, como fator de orientação dos agentes políticos, deve ser considerada a premissa de que quanto menor o ônus de um tributo, melhor para a sociedade.

e) Racionalidade = outro pressuposto que deve ser considerado por um partido político é a racionalidade do sistema tributário, de modo a se considerar permanentemente a possibilidade de eventual alteração de alíquotas, de simplificação das obrigações principais e acessórias, de integração entre as administrações tributárias federais, estaduais e municipais, de consolidação permanente da legislação tributária, de debate democrático e transparente na produção de normas legais, bem como de outras medidas que promovam a racionalidade do sistema tributário.

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f) Viés verde = todos os pressupostos retromencionados devem representar um guia na ação dos verdes no Brasil, aos quais devem ser agregados outros valores e princípios defendidos pelo PV, a exemplo da proteção ao meio ambiente, da fraternidade, da solidariedade e da ação social do Estado, dentre outros. Por isso, o sistema tributário deve refletir esses aspectos e, além do objetivo de custear as ações estatais, o sistema tributário pode ser um instrumento eficiente na promoção das políticas públicas, a exemplo da redução da carga tributária para equipamentos que consumam menos energia, de produtos que produzam menos lixo, de redução do custo de alimentos básicos, de ações que viabilizem a educação e a moradia, dentre outras.

5.5.7 Reforma tributária ou mudança contínua?

Discute-se com frequência a necessidade da realização de reforma tributária no Brasil. Deveria o PV apoiar tal iniciativa?

Antes de uma resposta simplista a essa pergunta, são necessárias algumas considerações. Inicialmente deve ser observado que são muitas as possibilidades de melhoria do sistema tributário brasileiro, conforme se denota no diagnóstico da situação atual desse sistema contido neste estudo.

Outro aspecto relaciona-se com a mutabilidade existente em qualquer economia e, particularmente, numa economia enorme, complexa e dinâmica como a brasileira. Percebe-se, assim, que mudança passa a ser a regra, e não a exceção. Logo, há necessidade de ajustes contínuos do sistema tributário brasileiro e, por vezes, esses ajustes são tantos que é melhor fazê-los de uma vez só, ou seja, fazer uma reforma do sistema.

Outro fator a ser conjugado com essas mudanças frequentes é a visão de longo prazo que se pretende para o país, uma vez que o Estado não deve perder de vista o horizonte de longo prazo, o qual deve ser o norteador das ações de curto prazo. Como exemplo, pode ser incentivada a produção de equipamentos que apresentem maior eficiência energética, com vistas ao desenvolvimento de novas tecnologias, ainda que, em curto prazo, haja redução no volume de recursos arrecadados.

Por outro lado, alterações excessivas e precárias devem ser evitadas, pois esse tipo de mudança gera instabilidade na aplicação e dificulta a disseminação de informações num país vasto como o Brasil. Adicionalmente, essas mudanças podem gerar insegurança jurídica que é uma situação indesejável à Administração Tributária e aos sujeitos passivos dessas obrigações.

Também deve ser evitada a arrecadação a qualquer custo, pois a produção de normas tributárias arbitrárias, ainda que possam elevar os ingressos no curto prazo, tendem a gerar contenciosos administrativos e judiciais contraproducentes, além de gerar desconfiança nos agentes econômicos e, com isso, impactar nos níveis de cumprimento espontâneo das demais obrigações tributárias.

Enfim, o PV pode responder que sim, que é favorável à reforma tributária, essa em discussão no momento e, também, nas próximas necessárias no futuro. Também pode afirmar que todas as mudanças devem ser norteadas pelo viés verde que caracteriza o partido, com transparência, objetividade e razoabilidade.

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GLOSSÁRIO DE TERMOS TRIBUTÁRIOS OU FISCAIS19

Equipe Portal Tributário®

ALÍQUOTA - Percentual que será aplicado sobre a base de cálculo para apurar o valor de determinado tributo.

BASE DE CÁLCULO - Montante sobre o qual se aplica a alíquota para determinar o valor do tributo devido.

CGC/MF – Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Substituído pelo CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), da Receita Federal, identifica cada pessoa jurídica (firma/empresa/sociedade civil ou mercantil, ou companhia) existente no país. Nenhuma pessoa jurídica pode funcionar sem o número de sua inscrição no CNPJ.

CIC – Cartão de Identificação do Contribuinte. É o cartão personalizado (espécie de carteira de identidade) expedido pelo Ministério da Fazenda com o número da inscrição no CNPJ para todas as pessoas jurídicas e no CPF para todas as pessoas físicas.

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, da Receita Federal. Identifica cada pessoa jurídica existente no país. Nenhuma pessoa jurídica pode funcionar sem o número de sua inscrição no CNPJ.

COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. É um tributo cobrado pela União sobre o faturamento bruto das pessoas jurídicas, destinado a atender programas sociais do Governo Federal. Sua alíquota, que era de 2%, foi aumentada para 3% em fevereiro de 1999.

CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária. Congrega todos os secretários da Fazenda das Unidades Federadas, os ministros da Fazenda e do Planejamento e outras autoridades federais da área econômica.

CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS – São designadas de Parafiscais as seguintes Contribuições: FGTS, Contribuições Econômicas, Taxas e Emolumentos.

CONTRIBUINTE – É o sujeito passivo de uma obrigação tributária. Toda pessoa – física ou jurídica – que paga tributo (sentido genérico) aos cofres públicos, quer seja da União, dos Estados, dos Municípios e/ou do Distrito Federal. O Código Tributário Nacional, em seu Art. 121, parágrafo único, I, conceitua como contribuinte o "sujeito passivo da obrigação principal ... quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador".

CPF – Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda, é um número identificador do contribuinte (pessoa física).

19

http://www.portaltributario.com.br/glossario.htm, acesso em 06.04.2010.

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 56

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. É outro tributo federal sobre o Lucro Líquido das empresas ou sobre o Faturamento/Receita Bruta (caso das empresas tributadas sobre o Lucro Presumido) das pessoas jurídicas.

DRAWBACK – Sistema de incentivos fiscais para o exportador. Consiste, basicamente, em suspensão, isenção ou restituição de tributos incidentes na importação de mercadorias utilizadas para beneficiamento no País e posterior exportação

ELISÃO OU PLANEJAMENTO FISCAL - conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. Não se confunde com sonegação (ou evasão), pois a elisão é o uso exclusivo de ferramentas lícitas, admitidas na legislação. Exemplo: escolha entre Lucro Real ou Presumido.

ENCARGOS SOCIAIS – Diz-se de todas as despesas que as empresas efetuam, compulsoriamente ou não, em benefício de seus empregados e familiares, direta e/ou indiretamente, incluindo aquelas que se destinam ao financiamento da seguridade social de responsabilidade do Poder Público e as demais contribuições sociais. Exemplo: FGTS sobre a folha de pagamento.

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. É formado por contribuições compulsórias do empregador sobre a folha de pagamento, depositadas na Caixa Econômica Federal em conta específica do empregado. O resgate da conta é admissível em determinadas situações, como despedida sem justa causa.

FUNDAF – Fundo de Desenvolvimento e Administração da Arrecadação e Fiscalização. É o fundo para o qual é recolhida parte das multas aplicadas aos contribuintes por irregularidades fiscais relativas aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. Seus recursos destinam-se, prioritariamente, ao reaparelhamento da máquina arrecadadora/fiscalizadora da referida Secretaria, incluindo o pagamento da Retribuição Adicional Variável aos Auditores Fiscais e Técnicos do Tesouro Nacional, à guisa de estímulo.

ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, também chamado de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. É um imposto estadual não-cumulativo. É a grande fonte de receita do Distrito Federal e dos Estados.

IMPOSTO – Segundo o Código Tributário Nacional, "imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte". Em outras palavras, é um tributo pago, compulsoriamente, pelas pessoas físicas e jurídicas para atender parte das necessidades de Receita Tributária do Poder Público (federal, estadual ou municipal), de modo a assegurar o funcionamento de sua burocracia, o atendimento social à população e os investimentos em obras essenciais.

IMPOSTO CUMULATIVO – Diz-se de um imposto ou tributo que incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em conseqüência, na fixação de seu preço de venda.

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 57

IMPOSTO DECLARATÓRIO – Diz-se do tributo (imposto, taxa, Contribuições de Melhoria e Parafiscal, encargos/tarifas tributários etc.) que, para ser pago e/ou recolhido aos cofres públicos, depende da vontade ou de providências (preenchimento de declaração, formulário, DARF, carnê etc.) por parte do Contribuinte ou do Responsável pelo recolhimento, tais como IPI, ICMS, ISS, IPTU, ITR, IR, INSS, FGTS etc.

IMPOSTO EM CASCATA – O mesmo que Imposto Cumulativo.

IMPOSTO INDIRETO – Diz-se do tributo não explicitado na Nota Fiscal, cujo valor, embutido no preço final do produto, é repassado ao consumidor. Exemplo: o imposto direto que se paga na conta do telefone ou de energia elétrica, transforma-se em imposto indireto quando repercute no preço final do produto.

IMPOSTO NÃO-CUMULATIVO – Diz-se do imposto/tributo que, na etapa subseqüente dos processos produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na etapa anterior. Exemplos: IPI e ICMS.

IMPOSTO PROGRESSIVO – Diz-se do imposto em que a alíquota aumenta à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores. Um exemplo disto é a Tabela do Imposto de Renda – Pessoa Física, cuja alíquota varia de 15 a 27,5%, conforme a renda.

IMPOSTO PROPORCIONAL – É aquele em que a alíquota é constante (igual/uniforme/fixa) e cujo resultado só aumenta à proporção em que aumenta o valor sobre o qual incide. É um tributo de alíquota inalterável, qualquer que seja o montante tributável ou a base tributária.

IMPOSTO REGRESSIVO – Diz-se do imposto em que a alíquota diminui à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores.

IMPOSTO SELETIVO – Diz-se do imposto que incide somente sobre determinados produtos. No sistema tributário atual os impostos sobre bebidas alcoólicas, fumo, perfumes/cosméticos e carros (automóveis), dentre outros, são seletivos, porquanto têm alíquotas diferenciadas. Por sinal, no sistema tributário nacional vigente, a seletividade tributária praticamente tornou-se uma regra, ao invés de exceção.

INCENTIVOS FISCAIS (ou BENEFÍCIOS FISCAIS) - Redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, oriundo de lei ou norma específica.

IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, também chamado de Imposto sobre Operações Financeiras. É um tributo que integra a receita da União e é cobrado sobre operações financeiras e seguros. Seu percentual varia de acordo com o tipo de operação, conforme a política monetária adotada pelo Poder Executivo através do Banco Central.

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. É um imposto federal cobrado das indústrias sobre o total das vendas de seus produtos e das pessoas jurídicas responsáveis pela importação de produtos em geral. Sua alíquota é variável.

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 58

IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano. É um imposto municipal recolhido anualmente (normalmente parcelado em algumas prestações mensais) pelos proprietários de edificações (casas, apartamentos etc.) e terrenos urbanos. Sua alíquota e sua metodologia de cálculo variam de um Município para outro.

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. É um tributo estadual pago anualmente pelo proprietário de todo e qualquer veículo automotor ao qual seja exigido emplacamento. Do total arrecadado, 50% cabe ao Estado e 50% ao Município onde ocorreu o emplacamento.

IRPF – Imposto de Renda das Pessoas Físicas. É um tributo federal. Pagam-no as pessoas físicas sobre sua renda, sobre ganhos de capital (como o lucro imobiliário) e sobre o rendimento de aplicações financeiras.

IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. É um tributo federal. Pagam-no as pessoas jurídicas não imunes/isentas sobre seu Lucro Real, após as adições e exclusões efetuadas sobre os lançamentos constantes do Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real), ou sobre o Faturamento/Receita Bruta, caso a empresa haja optado pelo pagamento do IR por Lucro Presumido, cujo percentual de presunção oscila entre 1,6% a 32%, conforme o tipo de atividade da empresa.

IRRF/PF – Imposto de Renda Retido na Fonte – Pessoa Física. É o imposto de renda da pessoa física que é retido no ato do pagamento do salário, pro labore, férias, 13o salário e outras vantagens pessoais. Esse desconto mensal (IRRF) não isenta o Contribuinte do pagamento do imposto de renda remanescente apurado quando da apresentação de sua Declaração de Rendimentos (Declaração de Ajuste Anual) no ano seguinte.

IRRF/PJ – Imposto de Renda Retido na Fonte – Pessoa Jurídica. É o imposto retido sobre os pagamentos efetuados por uma pessoa jurídica a outra pessoa jurídica, variando de 1,0% a 1,5%, dependendo da atividade da empresa prestadora de serviço. O valor retido será compensado quando da apuração do Imposto de Renda devido.

ISS – Imposto Sobre Serviços é um tributo municipal. Incide sobre a prestação, por pessoas físicas e jurídicas, de serviços listados sujeitos ao imposto. A alíquota varia conforme a legislação de cada Município, indo de 2 a 5%.

ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis. É um imposto municipal, de responsabilidade do comprador, pago/recolhido por este nas transações imobiliárias.

ITCD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direito. É um imposto estadual sobre a transmissão de herança e doações.

ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, também chamado de Imposto Territorial Rural. Equivalente ao IPTU (municipal), pagam-no os proprietários dos imóveis territoriais rurais.

IVA – Sistema de cobrança de imposto apenas sobre o valor adicionado ou agregado ao preço anterior do produto. Ver Imposto Não-Cumulativo.

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 59

NF – Nota Fiscal. Documento de emissão obrigatória por todas as pessoas jurídicas, civis e mercantis, no ato da comercialização de bens, produtos, mercadorias e serviços. É emitida nas vendas à vista ou nas vendas a prazo (faturadas/a prestação). Através desse documento é possível à fiscalização fazendária proceder ao levantamento do imposto devido e não recolhido. A sua não emissão ou a emissão com valor inferior (a chamada meia–nota) é uma das práticas lesivas ao Fisco mais comuns, sendo a maior responsável pela evasão/sonegação de Receita Tributária.

PIS/PASEP – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Para mantê-los, as pessoas jurídicas são obrigadas a contribuir com uma alíquota variável (de 0,65% a 1,65%) sobre o total das receitas, com exceção das microempresas e empresas de pequeno porte que hajam aderido ao SIMPLES.

PIS/PASEP SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO – É um tributo federal de 1,0% sobre a folha de pagamento devido pelas entidades sem fins lucrativos.

RFB - Sigla da Secretaria da Receita Federal do Brasil, instituída pela Lei 11.457/2007. Incumbe-lhe planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento dos tributos federais.

SIMPLES – Tratamento tributário simplificado aplicável às microempresas ou empresas de pequeno porte, também denominado Simples Nacional ou Super Simples, estabelecido pela Lei Complementar 123/2006.

SONEGAÇÃO - Ato ou efeito de sonegar, deixar de informar tributo devido ou declará-lo de forma parcial, alterar documentos e notas fiscais, visando reduzir o pagamento de impostos. Também chamado de evasão fiscal.

SRF – Secretaria da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda encarregado da administração e arrecadação de tributos federais.Foi unificada com a Secretaria da Receita Previdenciária, pela Lei 11.457/2007, passando a chamar-se RFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil.

TAXA – É o tributo cobrado pelo Poder Público a título de indenização pela produção e oferecimento "de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição". Não pode, no entanto, ser confundido com os valores cobrados pela prestação de serviços públicos, através de empresas públicas ou de economia mista, tais como tarifas telefônicas, fornecimento de força/energia elétrica, água etc.

TRIBUTO – No conceito clássico engloba, apenas, impostos, taxas de serviços públicos específicos e divisíveis e contribuição de melhoria (decorrente de obras públicas). O vocábulo tributo também é usado, no sentido genérico, para todo e qualquer valor, a qualquer título, pago ao Poder Público sem aquisição/compra/transferência de bens e/ou serviços diretos e específicos ou de concessão. Neste caso, o termo tributo alcança impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e econômicas, encargos e tarifas tributários (com características fiscais) e emolumentos que contribuam para a formação da receita orçamentária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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6. Propostas e Recomendações

6.1 Economia solidária

Implementação do PRONADES – Programa Nacional de Economia solidária; SINAES - Sistema Nacional de Economia Solidárias; do Sistema de Finanças Solidárias; do FNAES - Fundo Nacional para Empreendimentos de Economia Solidária; da Lei geral para a Economia Solidária; da Implantação de Conselhos de Economia Solidária nos diversos níveis da Federação; da criação de uma Secretaria Especial de Economia Solidária (hoje já uma Secretaria Nacional de Economia Solidária dentro do Ministério do Trabalho e Emprego, o que reduz o escopo de atuação da mesma apenas ao próprio Ministério do Trabalho, sendo que o caráter de uma secretaria especial é de transversalidade e interministerial, podendo dialogar com as diferentes áreas da administração pública).

Além destes pontos que estão sendo pautados pelo movimento da Economia Solidária, com a realização da Conferência Nacional de Economia Solidária em junho, o Partido Verde poderia afirmar-se como partido que intenciona que todas as deliberações sejam aplicadas.

No nível do DF, propõe-se a criação de uma gerência distrital de Economia Solidária junto à Secretaria de Trabalho e a atualização da Lei de Economia Solidária Distrital aprovada em 2005;

6.2 Empregos Verdes

Criação do Programa Nacional Empregos Verdes, integrando a iniciativa mundial da OIT, promovendo a capacitação de agentes comunitários do GDF;

Incentivos fiscais para abertura ou expansão de empresas em setores econômicos que possuam impactos ambientais positivos ao longo da cadeia produtiva;

Identificar em cada uma das seis atividades econômicas focalizadas no estudo da OIT, o seu potencial para criação de empregos verdes no DF, bem como quais os impactos atuais;

Instituir Bolsa Virtual integralmente dedicada a Empregos Verdes no DF, em parceria com instituições reconhecidas na área socioambiental, com ações de avaliação, orientação e capacitação online para empreendedores, associando pacotes diferenciados por empresa para a qualificação profissional de seus empregados trabalhadores;

Apoio a iniciativas e empreendimentos de economia solidária no DF, que proporcionem ofertas de empregos verdes dirigidos aos que mais necessitam deles: jovens, mulheres e camadas pobres da população do entorno do DF;

Locais de trabalho mais verdes, com a instituição de campanhas e prêmios de incentivo a empresas que mais se destacam como geradoras de empregos verdes;

Incentivo financeiro por meio de microcrédito para a criação de cooperativas de reciclagem para redução de impacto ambiental em setores intensivos em matéria-prima e energia; atenção prioritária aos projetos de mão-de-obra intensiva que reduzem as emissões de gases de efeito estufa e ajudam as comunidades a adaptar-se ao aquecimento global.

Estimular o surgimento de incubadoras de pequenas empresas na cadeia de prestação de serviços ambientais para a região;

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Criação de infraestrutura adequada, na forma de um Distrito Empresarial Verde, apropriada para instalação de unidades de reciclagem no DF administradas por associações independentes, em locais e condições mais adequadas;

Elaboração de projetos para atração de investimentos voltados à preservação e proteção do cerrado, com enfoque turístico e educacional;

Criar iniciativas específicas para reconhecimento de Empreendedores Individuais que se destaquem na área socioambiental (Eco Empreendedor Individual);

Incentivar investimentos, inclusive com benefícios fiscais e tributários, para criação de empreendimentos com foco nos seis grandes eixos recomendados pela OIT:

1. Maximização da eficiência energética e substituição de combustíveis

fósseis por fontes renováveis; 2. Valorização, racionalização do uso e preservação dos recursos naturais e

dos ativos ambientais; 3. Aumento da durabilidade e reparabilidade dos produtos e instrumentos de

produção; 4. Redução da geração, recuperação e reciclagem de resíduos e materiais de

todos os tipos; 5. Prevenção e controle de riscos ambientais e da poluição visual, sonora, do

ar, da água e do solo; e 6. Diminuição dos deslocamentos espaciais de pessoas e cargas.

6.3 Consumo Consciente

Políticas de educação e sensibilização – projetos de inserção em escolas, hospitais, repartições públicas, bibliotecas, ambientes abertos como parques.

Investimento em Programas de reciclagem/transformação de resíduos.

Investimentos em Pesquisa - para desenvolvimento de tecnologias que possam tratar os resíduos produzidos, transformando-os em matérias-primas para produtos responsáveis e outros.

Política de subsídio a produtos verdes – isenção de impostos e benefícios fiscais para empresas que produzem produtos de baixo impacto, além de subsídio especial para pequenos produtores/sociedades.

6.4 Tecnologia da Informação e Comunicação

São listadas a seguir algumas propostas de melhoria do bem-estar social, inclusão digital dos Brasileiros utilizando TICs para serem discutidas no seio do Partido Verde.

• Expansão da cobertura de acesso a internet em banda larga as áreas onde a população é mais carente e menos concentrada através de políticas de incentivo as operadoras ou por meio próprio do governo;

• Redução/revisão ou reavaliação da carga tributária incidente sobre Telecom como incentivo as operadoras para investirem no sistema e conseqüentemente haver uma maior oferta de empregos;

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• Incentivo as pesquisas de novas tecnologias que permitam a expansão do acesso a Internet em banda larga nas áreas menos favorecidas. Ex: rede elétrica;

• Definições das Políticas para a IPTV (TV via internet);

• Redução no custo da telefonia móvel baseada na massificação dos serviços;

• Uso Intensivo das TICs como ferramenta de controle de desmatamento através das redes de satélite e celular(rastreio) e conseqüente geração de empregos verdes.

6.5 Tributação

Para dar objetividade às proposições do PV na área tributária, algumas opções estão colocadas abaixo:

a) Intensificar a integração das administrações tributárias federal, estaduais e municipais, com vistas a criar ganhos de escala e reduzir a evasão fiscal.

b) Simplificar e aprimorar os procedimentos arrecadação, cobrança e fiscalização federal,

estadual e municipal.

c) Criar cadastro unificado de contribuintes e de dívida ativa para todas as esferas governamentais, com o propósito de dar objetividade aos trabalhos das administrações tributárias, bem como racionalizar os procedimentos de cobrança e arrecadação.

d) Incentivar e premiar o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias.

e) Consolidar a legislação existente de modo a reduzir o número de normas que regulam

os tributos das três esferas governamentais, bem como criar dispositivos de que o número mantenha-se reduzido e de fácil pesquisa, compreensão e disseminação.

f) Unificar a legislação dos tributos estaduais com vistas a facilitar o cumprimento de

obrigações pelas pessoas físicas e jurídicas, bem como reduzir os custos das empresas e promover o empreendedorismo.

g) Unificar a legislação dos tributos municipais com vistas a facilitar o cumprimento de

obrigações pelas pessoas físicas e jurídicas, bem como reduzir os custos das empresas e promover o empreendedorismo.

h) Criar dispositivo de controle que permitam a visão integral do ônus arcado por cada

contribuinte em relação aos tributos do país.

i) Implementar de reduções programadas da carga tributária, em médio e longo prazo, a fim de incentivar a espontaneidade no cumprimento de obrigações, bem como obter apoio social para intensificação de ações de cobrança.

j) Criar, manter ou ampliar estímulos tributários para promoção de:

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1. formalização de empregos e segurança dos trabalhadores; 2. legalização de empresas e concorrência leal; 3. empreendedorismo e investimentos solidários; 4. capacidade competitiva das empresas verdes; 5. pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias; 6. saneamento básico; 7. moradia própria; 8. esportes, lazer e cultura; 9. criança, idosos e pessoas portadoras de deficiências;

10. segurança alimentar; 11. fontes alternativas de energia; 12. serviços e políticas públicas; 13. transporte coletivo; e 14. proteção ambiental e reconstituição de áreas degradadas;

k) Reavaliar a forma de repasse do FPM/FPE.

l) Criar limitadores à carga tributária total suportada por cada contribuinte, de modo a

evitar que a progressividade excessiva de alguns impostos, além de fatores como a cumulatividade, gere desestimulo à produção.

m) Tornar mais efetivo e abrangente os instrumentos que limitem a sonegação tributária,

de modo a democratizar o custeio público, a exemplo de fiscalização integrada federal, estadual e municipal.

n) Racionalizar o contencioso administrativo e judicial de modo a tornar ágil a decisão

sobre o mérito do lançamento tributário.

o) Aprimorar os instrumentos de cobrança com vistas a reduzir os níveis de obrigações não honradas, a exemplo da mitigação no uso de serviços públicos enquanto caracterizada a inadimplência ou sonegação.

p) Utilizar a perspectiva extrafiscal dos tributos de modo a promover condutas

econômicas, sociais e ambientais responsáveis.

q) Utilizar transparência, racionalidade, atualização e criatividade para inovar e manter a seletividade dos tributos.

r) Utilizar formas alternativas de pagamento de tributos, a exemplo de prestação de

serviços comunitários por pessoas e por empresas.

s) Apoiar a votação de lei complementar sobre os orçamentos públicos (LDO, LOA), com vistas a evitar pressão indevida do Poder Legislativo sobre o Executivo e, também, permitir melhor funcionamento da Administração Pública, tanto na parte das receitas quanto das despesas.

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t) Regulamentar a lei Kandir, com o objetivo de evitar discussões contínuas a respeito da forma de ressarcimento aos estados exportadores.

u) Aumentar as receitas e reduzir o custo de manutenção do Estado, mediante redução

do número de bens públicos dominiais, sem perspectivas de uso, mediante alienação ou uso remunerado por particulares;

v) Condicionar a criação de futuros impostos sobre movimentação financeira à

compensação com outros tributos, a exemplo do imposto de renda, de modo a eliminar a cumulatividade desse imposto sem perder os benefícios que lhes são próprios.

7. Bibliografia

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http://www.unisolbrasil.org.br

www.anteag.org.br

http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/ecosolidaria_default.asp

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Relatório OIT Empregos Verdes no Brasil: Quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário - 17ª - São Paulo: Saraiva, 2005.

JOST, Leodegar. Política Tributária – Base conceitual para uma reforma tributária. Porto Alegre, RS: AGE, 2003.

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LOYOLA, Gustavo. Política tributária à deriva (Valor Econômico - 26/05/2008). http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=464241

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Tributo

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3.5. MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS E RESÍDUOS SÓLIDOS

Este grupo de trabalho teve por objetivo criar um ambiente de reflexão, debate e apontar orientações para a gestão ambiental democrática e sustentável do Distrito Federal. O acúmulo teórico e prático do GT constitui as bases para as discussões do PV na elaboração do seu programa, bem como, referencial para eventuais discussões com outros partidos tendo com horizonte as eleições de 2010. Nossas proposições também poderão subsidiar a elaboração do Programa Nacional do PV que pode ser acessado pela sua página na Internet.

A breve participação do PV no GDF durante o ano de 2009 proporcionou uma excelente oportunidade para se conhecer e diagnosticar a máquina do governo, especialmente a área de meio ambiente com seus órgãos e estruturas, tais como, SEDUMA, ADASA, SLU, IBRAM, JBB, JZ, CONAM, CRH, FUNAM e aqueles correlatos, tais como, NOVACAP, TERRACAP e AGEFIZ. Assim sendo, acumulamos conhecimento e experiência sobre o ambiente e a cultura governamental, seus problemas e gargalos. Realizamos diversas intervenções bem sucedidas tanto na elaboração de políticas socioambientais como na execução de ações propostas na nossa gestão. Ações estas que serão abordadas ao longo dos trabalhos do GT.

As principais ações governamentais no GDF estão relacionadas com os seguintes campos:

3.4.1. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ÁREAS DE MEIO AMBIENTE, RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS

Os moradores do Distrito Federal conhecem e padecem dos problemas ambientais. Ironicamente uma cidade que teve no seu planejamento territorial e urbano sua pedra angular sofre com graves conseqüências do desrespeito ao planejamento territorial, as invasões de áreas protegidas, a má gestão dos recursos naturais e a indevida destinação dos resíduos sólidos e líquidos. Estes problemas são agravados pela má administração da área socioambiental do governo. Temos graves problemas de natureza política pelo fato da área ambiental ter perdido a estrutura (e o status) de Secretaria (ex-Semarh) e como conseqüência os órgãos responsáveis pela gestão ambiental ficaram dispersos, desvalorizados com baixos orçamentos e atuando de forma conflituosa. Os órgãos não tem suas ações supervisionadas e monitoradas e tornam-se presas fáceis das interferências politiqueiras. Sem coordenação e articulação, as áreas de meio ambiente, resíduos sólidos e recursos hídricos apresentam grandes lacunas na construção de políticas públicas que deveriam ser legitimadas em leis e regulamentos para a adequada gestão pública. E as lacunas estão por toda parte, até hoje não temos o Zoneamento Ecológico-Econômico, a lei do Sistema Distrital de Unidades de Conservação (SDUC), leis e regulamentos para os resíduos sólidos, especialmente a de grandes volumes da construção civil e a legislação complementar para os recursos hídricos dentre outras. Os problemas de natureza operacional são graves, pois, a maior parte dos servidores são admitidos com cargos de confiança, ou seja, não tem quadro de pessoal permanente. São urgentes novos concursos públicos para o provimento de vagas e necessidade em todos os órgãos do setor ambiental.

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Os problemas de falta de estrutura física provocam muita instabilidade, pois os órgãos estão instalados em prédios alugados, com freqüentes mudanças de endereço e arcando com aluguéis vultuosos. PROPOSTAS - Restauração da Secretaria de Meio Ambiente, Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos do Distrito Federal – SEMARH que abrigará o IBRAM, ADASA, SLU, JZ, JB e IAP, para integrar a gestão interna e buscar a transversalidade dentro do GDF; - Implantação definitiva da tripartite para integrar os órgãos de gestão ambiental do GDF, Governo Federal e Governo de Goiás; - Criação do Instituto de Áreas Protegidas do Distrito Federal – IAP, para integrar a gestão das mesmas; - Democratização da gestão ambiental com o funcionamento plenamente participativo do CONAM, CRH, Conselho de Mudanças Climáticas e comitês de bacias; - Construção e a atualização da arcabouço de políticas públicas e legais do DF, identificando as lacunas e as atuais necessidades; - Reestruturação do SLU, com a redefinição de políticas sustentáveis para a gestão de resíduos sólidos, concursos públicos para novos servidores e renovação de infra-estrutura física e operacional; - implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico do Distrito Federal considerando as cidades da RIDE;- Construção ou aquisição de edifícios-sede para os órgãos públicos componentes da nova SEMARH, com os devidos equipamentos;

- Realização de gestões políticas para recuperar e incrementar os recursos financeiros da área ambiental; - Reestruturar o FUNAM identificando novas fontes de recursos para serem alocadas e democratizar a administração do fundo; - Organizar e dinamizar a recepção e destinação dos recursos oriundos da compensação ambiental, hoje ociosos; 3.4.2. GERENCIAMENTO AMBIENTAL.

LICENCIAMENTO, FISCALIZAÇÃO

O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Gestão Ambiental previsto na Lei de Política Nacional de Meio Ambiente – Lei 6.938/81. Na verdade, o licenciamento ambiental trata-se de um procedimento técnico que permite ou não a concessão de licenças ambientais após a verificação de uma série de exigências e restrições ambientais de cunho técnico, legal e burocrático. Este procedimento pode levar a críticas de empreendedores que podem ter seus interesses e cronogramas contrariados. Os principais problemas do licenciamente são os seguintes:

- Morosidade por parte dos órgãos ambientais quanto à concessão de licenças ambientais;

- Alto custo tanto relacionado com as taxas de emolumentos como para a elaboração de instrumentos de avaliação de impacto ambiental (estudos ambientais);

- Necessidade de consulta a diversos outros órgãos públicos correlacionados, tanto na esfera distrital, como federal;

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- Cobranças excessivas de complementações dos estudos ambientais;

- Falta de visão sistêmica e estratégica, por parte dos órgãos ambientais, quanto à concessão de licenças ambientais;

- Falta de entrosamento adequado entre o IBRAM e o IBAMA e o Instituto Chico Mendes;

- Desrespeito à “fila” de protocolo, havendo outros critérios, que não o de ordem cronológica dos pedidos de licenças ambientais, gerando insatisfações;

- Elevada rotatividade de servidores públicos, o que provoca diferentes análises e morosidade;

- Presença de indícios de favorecimento a algumas empresas de consultoria ambiental por parte de agentes públicos;

- Falta de sincronia entre os órgãos ambientais e o Ministério Público (Distrital e Federal);

- Falta de padronização dos Termos de Referência elaborados pelo IBRAM.

PROPOSTAS

- Implantação de um sistema eficaz de informática que atenda tanto o cliente interno (servidores públicos) como o cliente externo (pagadores de impostos), digitalizando os documentos, propiciando o manuseio, por parte dos servidores públicos, de informações digitais e não mais papel impresso;

- Entrosamento entre o IBRAM e os órgãos de controle (Tribunais de Conta e Ministérios Públicos) no sentido da busca de uma maior harmonia e transparência das ações;

- Entrosamento, por meio de acordos e convênios, entre o IBRAM/SEDUMA e o IBAMA (Distrital e Federal) e o Instituto Chico Mendes;

- Incorporação de novos técnicos, por meio da realização de novos concursos públicos e a capacitação dos recursos humanos existentes;

- Incorporação de novos recursos materiais (veículos, computadores, binóculos, GPS, equipamentos de áudio visual etc.);

- Aprovação de lei relacionada à obrigatoriedade da utilização da Avaliação Ambiental Estratégica (Planejamento Estratégico) para o planejamento e implantação de novos empreendimentos ou atividades efetivas e/ou potencialmente poluidoras;

- Respeito à “fila” de protocolo, sendo desrespeitada apenas por motivação justificada por parecer técnico com a aprovação do Secretário de Estado ou Presidente do IBRAM;

- Incorporação da ISO 9.000 à gestão burocrática do órgão ambiental;

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- Reuniões mensais sistemáticas entre os dirigentes do órgão ambiental e seus funcionários para a troca, transparente, de informações, favorecendo o diálogo franco e aberto, visando a melhoria contínua;

- Utilização de 90% dos cargos comissionados, obrigatoriamente, para servidores efetivos;

- Construção da sede definitiva do órgão ambiental no Parque Burle Marx;

3.4.3. CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

O Brasil foi o primeiro país declarado megabiodiverso e a firmar a Convenção da Diversidade Biológica. O bioma Cerrado é considerado como a formação savânica que detém a maior diversidade biológica no mundo. O Distrito Federal, como já descrito desde a Missão Cruls, caracteriza-se como uma área muito bem localizada no Planalto Central e igualmente rica e diversa em paisagens e diversidade de espécies biológicas, conforme todos os estudos já realizados pelos centros de pesquisa do DF. O Distrito Federal já dispõe de mais de setenta áreas protegidas, parque nacional, floresta nacional, reservas biológicas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental, parques ecológicos e parques vivenciais. O DF ainda possui um Jardim e Zoológico e um Jardim Botânico que estão se aprimorando ao longo do tempo. Além de conservar a biodiversidade, os recursos hídricos e o solo, as áreas protegidas devem desempenhar um papel importante no lazer dos habitantes, bem como, na formação ambiental dos estudantes. As áreas protegidas do Df padecem de problemas mais graves que as demais do Brasil por diversos fatores. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi criado no ano de 2000, até hoje o Sistema Distrital de Unidades de Conservação (SDUC) não foi criado e posto em prática. Portanto os processos de criação e implementação das UC estão dispersos e desarticulados, ou seja, não são administrados sistemicamente, integradamente. Num português bem claro, -as áreas protegidas estão abandonadas a sua própria sorte. PROPOSTAS - Elaboração do Sistema Distrital de Unidades de Conservação (SDUC), com ampla participação de todos os setores ambientalistas, com a devida análise do CONAM e acompanhamento da sua tramitação na Câmara Distrital; - Regulamentação do SDUC, com base no SNUC e na legislação em vigor; - Criação de uma câmara de integração da gestão das áreas protegidas com a participação dos diversos órgãos que administram as UC (Ibram, Administrações Regionais, etc.), com a esfera federal e o Governo de Goiás; - Criar uma nova autarquia responsável pela gestão de todas as UC do GDF, para implantar o SDUC em parceria com todos os segmentos correlacionados; - Celebrar convênios com as universidades, ONG e outras instituições para se elaborar os Planos de Manejo das UC, iniciando-se por documentos simplificados que seria ampliado de acordo com a implementação; - Desenvolver um programa para a aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental que estão sub-utilizados, voltados a implantação de infra-estrutura;

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- Implantar um programa de recursos humanos e capacitação para disponibilizar o pessoal necessários a implantação das UC; - Realizar estudos e implantar a gestão integrada da biodiversidade; - Qualificar o manejo da fauna local e exótica; - Qualificar o manejo da vegetação in-situ e ex-situ; 3.4.4. GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

1. INTRODUÇÃO

Este documento apresenta uma proposta de diretrizes a serem utilizadas para a discussão de um plano de governo do PV, sobre a gestão dos recursos hídricos do DF. Ao longo do texto são feitos comentários e propostas de ações que servirão de base para as discussões. Foi feito um brain storm da situação atual para um melhor entendimento do que temos agora, visando buscar propostas futuras.

Como ponto de partida para a presente discussão alertamos para o fato de que ao se elaborar um programa de governo devemos ter em mente que o mesmo seja exeqüível, que tenhamos recursos para executá-lo, ou saibamos onde buscá-los, o prazo que dispomos para execução do mesmo e, principalmente, que este seja de conhecimento da comunidade e tenha grande aceitação pelos eleitores.

O presente texto retrata a situação do Distrito Federal no que diz respeito à gestão dos recursos hídricos. Ressalta-se que quando tratamos da gestão de recursos naturais, com é o caso dos recursos hídricos, devem ser levados em conta os instrumentos de gestão, os quais são aqui discutidos.

Para tratar do assunto, um primeiro passo é o conhecimento dos conflitos gerados pelos usos múltiplos da água no DF. Para tanto, é importante que se tenha em mãos um diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômicos, os quais servirão para nortear as discussões e para buscar programas de governo para minimizá-los ou mesmo equacioná-los. Neste contexto, o DF tem um acervo de informações muito valiosas e detalhadas, encontrado em documentos oficiais e de fácil acesso, e que deverão ser usados para subsidiar a presente discussão.

Um importante ponto a ser discutido é o relativo aos instrumentos hoje utilizados na gestão dos recursos hídricos no DF, ou seja, os instrumentos políticos, legais, econômicos, institucionais e de mobilização comunitária, visando à gestão descentralizada, participativa e integrada, como previsto na Lei das Águas (9433/97). Neste contexto, deverão ser apontados os prós e contras a fim de que o programa proposto não ignore o que já foi feito e busque um aperfeiçoamento do que existe, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade vida de todos.

Após o domínio desta situação estaremos aptos a propor um processo de tomada de decisão e fazer a escolha dos melhores gestores sejam eles técnicos ou políticos.

2. OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

A seguir é apresentada a situação em que se encontra o DF quanto aos instrumentos utilizados na gestão dos recursos hídricos.

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- Instrumentos Políticos: referem-se às políticas públicas regulamentadas pelos órgãos gestores e fundamentadas nos instrumentos legais, a saber:

Política de Meio Ambiente do DF (Lei nº 41 de 13 de setembro de 1989);

Lei nº 1.399 de 10 de março de 1997 que altera o art. 15 da Lei n.º 41, de 13 de setembro de 1989;]

Lei nº 2.725 de 13 de junho de 2001 (Institui a Política de Recursos Hídricos do Distrito Federal, cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal).

Decreto nº 12.960 de 28 de dezembro de 1990 que aprova o Regulamento da Lei n.º 41, de 13 de setembro de 1989.

Decreto nº 22.356 de 31 de agosto de 2001 (Regulamenta o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Distrito Federal).

Decreto nº 22.358 de 31 de agosto de 2001 (Dispõe sobre a outorga de direito de uso de água subterrânea no território do Distrito Federal de que trata o inciso II, do artigo 12, da Lei n.º 2.725 de 13 de junho de 2001).

Decreto nº 22.359 de 31 de agosto de 2001 (Dispõe sobre a outorga de direito de uso de recursos hídricos no território do Distrito Federal)

Decreto nº 22.787 de 13 de março 2002 (Dispõe sobre a regulamentação do Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal).

Decreto nº 23.156 de 12 de agosto 2002 (Dispõe sobre a criação do Conselho Gestor da APA do Paranoá).

Lei 3365 que cria a Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA/DF.

Lei 3.984/2007 que cria o IBRAM.

A análise da legislação para o meio ambiente e, em especial, para os recursos hídricos no DF, mostra que esta é bastante atual, democrática e compatível com o previsto na legislação federal. Resta-nos, portanto, envidar esforços no sentido de fazer cumprir estas leis o que se constitui em um importante tema para discussão no presente debate.

- Instrumentos econômicos: que são os de cobrança de água, ainda não implantados de maneira efetiva no DF. Embora seja um tema prioritário e exclusivo da ADASA, o fortalecimento da Lei, o modo de implementá-la e a aplicação dos recursos deverão ser aqui discutidos.

- Arcabouço Institucional: diz respeito aos órgãos direta ou indiretamente relacionados às questões dos recursos hídricos do DF: O órgão gestor máximo dos recursos hídricos no DF atualmente é a SEDUMA, que divide as tarefas com a agência reguladora de água (ADASA), com a instituição responsável pela regulamentação das políticas públicas - a Subsecretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Resíduos Sólidos (SUPAM) - e com o IBRAM, órgão executor das políticas, fiscalizador, licenciador, além das funções de propor, definir e desenvolver normas, padrões, ações e vigilância dos recursos ambientais e hídricos do DF.

Apesar de, pela Lei, ser o principal órgão gestor dos recursos hídricos, o IBRAM pouco atua nestas funções, pois estas encontram-se pulverizadas em diferentes órgãos. Assim, o DF não tem hoje concluído o enquadramento de suas águas, e não tem implantado e operacionalizado um sistema de informações e de monitoramento de recursos hídricos, o que deverá ser incluído no presente programa.

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Apesar das atribuições dos órgãos acima citados, no DF a instituição mais conhecida e que mais se destaca na gestão das águas é a CAESB, por ser de maior interesse público, pelos serviços prestados à comunidade no que diz respeito ao abastecimento de água e instalação de redes de coleta e de estações de tratamento de efluentes líquidos (esgotos) de origem doméstica, industrial e pluvial.

De fato, o que se observa no DF é uma superposição de instituições no que diz respeito à gestão dos recursos hídricos, cabendo na presente discussão a análise da consistência da legislação, identificação as atribuições e competências de cada membro do SGRH-DF e suas interfaces e propondo formatos de harmonização e articulação destas instituições.

Esta situação é mostrada no quadro abaixo.

Quadro 1. Instituições do DF ligadas à gestão dos recursos hídricos e suas competências.

ADASA IBRAM IBAMA/DF CAESB SUDESA PMAMB. VIGILÂNCIA SANITÁRIA

VÍNCULO INSTITUCIO-NAL

SEDUMA SEDUMA MMA GDF SSPDF GDF SSA

OUTORGA X - - - - -

COBRANÇA X X - - - -

FISCALIZAÇÃO X X X X X X X

VIGILÂNCIA X X X X X X X

LICENÇA AMBIENTAL

X X X - - -

QUALIDADE X X - X - - X

MONITORA-MENTO X X - X - - X

CONTROLE X X - X - - X

CONSERVAÇÃO / PRESERVAÇÃO

X X X X - -

EXECUÇÃO DE POLÍTICAS RH

X X X X - -

REGULAÇÃO DE ÁGUA

X - - X - -

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 73

REGULAÇÃO DE SANEAMENTO

X - - X - -

ENQUADRAMENTO - X - - -

ED. AMBIENTAL P/ RH

- X X X - -

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

X - - - - -

Conforme mostra o Quadro 1 há superposição de funções, as quais não são excludentes, mas chama-nos a atenção para um maior articulação entre as instituições visando o fortalecimento do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do DF (SGRHDF). Vale ressaltar que este é um trabalho já executado pela ADASA e deverá ser revisado ainda no presente governo (2010).

- Instrumentos de mobilização comunitária: Trata-se da implantação de programas de educação e sensibilização ambiental e uso de material educomunicativos visando à mobilização comunitária, para uma maior participação na tomada de decisão sobre a gestão dos recursos hídricos. Este é outro importante aspecto de discussão.

Este trabalho já vem sendo desenvolvido pelos órgãos gestores já citados, entretanto cada órgão realiza o processo de mobilização no seu ponto de vista, atuando sem conversar com outros órgãos. Esta integração poderia maximizar os resultados. Formas de buscar maior participação comunitária é um ponto de destaque nessa discussão.

3. A PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NO PROCESSO DA TOMADA DE DECISÃO

Em uma discussão sobre a participação no processo da tomada de decisão deve ser considerado que um espaço urbano é um aglomerado de conflitos devido a vários fatores, dentre eles a divisão social do trabalho e a existências de diversos indivíduos e inúmero grupos sociais com interesses diferentes.

Assim, o processo de decisão também é conflituoso e deve ter um tratamento técnico, político e participativo. As propostas de participação da comunidade centram-se no poder de decisão e daí a necessidade do empoderamento da sociedade civil organizada

Aqui cabe-nos perguntar se a participação comunitária no planejamento, desenho urbano, projetos e gestão de recursos hídricos é possível. A resposta é sim desde que sejam utilizados padrões definidos por técnicos e que qualquer ferramenta usada seja clara. Devem ser levadas

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em consideração as contradições para maior participação comunitária no processo de decisão, a saber.

- Existem situações em que as dimensões das aglomerações, dos problemas ou dos projetos tornam a participação direta de todos impossível;

- Há casos em que a concepção linear e positivista do processo, a qual vê como passível de tratamento técnico, não está relacionado com as questões do poder;

- É possível haver manipulação da participação em ambientes de muita carência.

4. AS BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

Conforme previsto na Lei da Águas (9433/97), a gestão dos recursos hídricos deve ser trabalhada levando em conta que a bacia hidrográfica é a unidade de planejamento e que o Distrito Federal abriga hoje sete bacias hidrográficas (Paranoá, Descoberto, Maranhão, São Marcos, São Bartolomeu, Corumbá e Preto). Todas estas devem ser consideradas, quando se trata da Gestão dos recursos hídricos do DF, pois todas estão comprometidas devido aos usos múltiplos atuais de suas águas, conseqüência dos usos irregulares do solo que drenam e do desmatamento acelerado das margens dos rios e ribeirões, das APPs e das reservas legais.

A seguir, objetivando nortear as discussões sobre a gestão dos recursos hídricos do DF, são apresentados resumidamente a importância de cada bacia.

- Bacia do rio Descoberto: destaca-se por ser a fonte de mais de 60% da água para abastecimento do DF. Por se localizar em área essencialmente rural, as águas do rio descoberto também são utilizadas de maneira intensiva para a irrigação de áreas de grande produção agrícola destacando-se as hortaliças, morango, cenoura, tomate, plantas ornamentais, dentre outras.

- Bacia do Paranoá: localizada, em sua maior parte, em área urbana. Destaca-se pela sua importância para a sustentabilidade do DF pela beleza paisagística, por abrigar importante segmento do setor hoteleiro e do setor de clubes que abriga o terceiro maior número de embarcações náuticas do país, pelo espaço proporcionado para lazer, esporte e recreação e por ser a sede do centro de decisões políticas do país (Palácio da Alvorada, Praça dos Três Poderes, esplanada dos ministérios e setores de autarquia e bancário). Em suas margens estão instaladas duas estações de tratamento de esgoto e uma de tratamento de lixo, além de uma Pequena Central Hidrelétrica gerenciada pela CEB/DF.

Bacia do rio Preto: localizada em área essencialmente rural que se destaca pela produção agrícola e pastagem, além da produção de hidroeletricidade.

Bacia do São Bartolomeu: que drena áreas urbanas e rurais, destacando-se pelas invasões e usos irregulares do solo, sendo assim área de grandes conflitos socioambientais. A jusante do DF, o rio São Bartolomeu está sendo investigado com vistas à produção de energia hidrelétrica.

Bacia do Corumbá: composta pelos rios Ponte Alta, Alagados e Santa Maria, afluentes da bacia do rio Corumbá, destaca-se por drenar áreas urbanas e rurais, tendo suas águas usadas para irrigação, lazer, abastecimento e despejo de efluentes domésticos líquidos. A ocupação irregular dos solos na área precisa se r controlada.

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Bacias do rio Maranhão: localizada em área rural, destacando-se pela produção agrícola e por ser rio localizado nas nascentes da bacia Tocantins-Araguaia.

Bacia do rio São Marcos; esta bacia localiza em áreas rurais, pouco adensadas e ocupa uma área muito pequena no âmbito do DF.

A seguir são apontados os principais problemas que estão comprometendo a qualidade e quantidade de água superficial e subterrânea no DF, para os quais o programa de governo deverá trazer propostas de melhorias ou solução definitivas.

Contaminação do lençol freático por esgotos de fossa e pelo chorume como é o que ocorre no lixão da Estrutural;

Vazamento da rede de esgotos cloacais e pluviais que contamina os aqüíferos com o despejo dos poluentes;

O uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura que contaminam o lençol freático; Despejo de resíduos de cargas industriais sobre áreas de recarga; O não conhecimento da real situação dos poços artesianos no DF. Risco de contaminação por dejetos ou substâncias tóxicas (como ocorreu com o

benzeno no Lago Oeste); Risco de perda da qualidade da água e secagem dos mananciais de Brasília, levando o

DF a um colapso no abastecimento. Uso de tubulação de ferro galvanizado nas instalações hidráulicas, com o risco de

ferrugem. Perigo no cobre, encontrado na estrutura das bombas dos poços e na tubulação dos aparelhos aquecedores. A água, corrosiva ou encrustada, pode alterar o teor da água se estiver em contato com o elemento;

Os Poços clandestinos estão impermeabilizando o solo e os que estão abandonados quando não são devidamente lacrados oferecem riscos;

O desmatamento em nascentes, matas de galeria e APP; O parcelamento irregular do solo; Atividades extrativistas; As queimadas; A construção de estradas sem cuidados adequados. A Erosão e conseqüente assoreamento dos mananciais hídricos; Os impactos sobre as comunidades aquáticas; Falta de programas visando combate ao desperdício de água; Sistema de coleta e tratamento de esgotos precários; Sistema de drenagem de águas pluviais precário. Poluição aquática de origem doméstica, industrial e hospitalar.

5. RECOMENDAÇÕES FINAS

A seguir é apresentada, para discussão, a proposta do GT de recursos hídricos para o programa de governo do PV.

1- Produção de documentos ecoeducativos visando a divulgação e esclarecimento da legislação do DF para recursos hídricos, com vistas a uma maior participação comunitária na conservação e preservação dos recursos hídricos do DF.

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2- Estabelecimento de uma política de controle das invasões das áreas d conservação e proteção ambiental, particularmente as APPs, reservas legais e matas ciliar de galeria.

3- Implantação e execução das Leis de Cobrança e Outorga, evitando a. penalização do pequeno consumidor (doméstico). Buscar formas de melhor aproveitar os recursos obtidos da cobrança na melhoria da qualidade de vida da população, como são os casos de Brazlândia, Planaltina e expansões que hoje sofrem com a falta de água, embora abriguem importantes mananciais hídricos de onde são retiradas a maior parte das águas para abastecimento DF.

4- Implementação de novas políticas na CAESB visando buscar ações que visem melhorias nos serviços de abastecimento de água e a garantia deste abastecimento em definitivo para as gerações futuras.

5- Implementação de novas políticas na CAESB visando buscar ações que visem melhorias nos serviços de coleta e tratamento de esgotos, com vistas a evitar problemas de saúde pública e contaminação dos lençóis freáticos.

6- Implementação de ações visando uma maior integração da CAESB com os órgãos ambientais ligados à gestão dos recursos hídricos do DF.

7- Discussão com o GT de resíduos sólidos das formas de extinção definitiva e recuperação do Lixão da Estrutural;

8- Análise da consistência da legislação, identificação das atribuições e competências de cada membro do SGRH-DF e suas interfaces, propondo formatos de harmonização e articulação destas instituições, visando o fortalecimento das mesmas.

9- Revisão do SGRHDF e implementação de novas medidas tecnológicas e de inovação; 10- Criação de uma Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, com quatro

subsecretarias: “Meio Ambiente e Unidades de Conservação”; “Recursos Hídricos”; “Resíduos Sólidos”, “Planejamento, Gestão e Política Ambiental”. A CAESB deveria ser parte desta Secretaria.

11- Implementação de Sistemas de Qualidade e Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) nos Órgãos Ambientais do DF, visando às certificações ISO 9.000 e ISO 14001.

12- Realização do enquadramento de todos os mananciais hídricos do DF. 13- implantação e operacionalização de um sistema de informações e de monitoramento

hidrológico e da qualidade dos recursos hídricos do DF. 14- Desenvolvimento de programas de revitalização dos reservatórios dos lagos do

Descoberto, Paranoá e Santa Maria, bem como das lagoas naturais Bonita, Jaburu e Joaquim Medeiros e Carás.

15- Fortalecimento do Programa “Adote uma Nascente” (IBRAM). 16- Fortalecimento do Projeto “Biguá” (CAESB). 17- Fortalecimento do Proejto “Cerrado Vivo”. 18- Fortalecimento da Escola da Natureza, atuando junto à Secretaria de Educação. 19- Fortalecimento do Jardim Zoológico de Brasília. 20- Fortalecimento do Jardim Botânico de Brasília. 21- Desenvolvimento de programas de educação ambiental, juntamente com a Secretaria

de Educação, visando um maior conhecimento das questões pertinentes aos recursos hídricos e uma maior participação no processo de tomada de decisão quanto aos usos múltiplo das águas no DF.

22- Por meio de programas ecoeducativos sensibilizar e apoiar a população para uma maior participação no processo de tomada de decisão das RAS, dos PDLs, do PDOT, dos conselhos, das associações e das cooperativas ligados aos recursos hídricos.

23- Desenvolvimento de campanhas ecoeducativas visando evitar desperdício e fazer mais economia de água em todos os setores.

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24- Iniciar imediatamente a discussão do PDOT em vigor e, com auxílio da população, envidar esforços no sentido de que o mesmo seja revisado e implementadas ações de interesse coletivo.

25- Subsídio para o processo de Construção da Agenda 21 Local e do Plano de Desenvolvimento Sustentável do DF, com a elaboração de um documento para discussão sobre a problemática dos recursos hídricos e sobre o uso sustentável dos mesmos no DF.

26- Realização do ZEE do DF e entorno (RIDE). 27- Implementação, junto com a Secretaria de Agricultura/EMATER, de programas de

melhor aproveitamento da água de irrigação; 28- Continuidade do Programa de Produtor de Água da ADASA, com certificação dos

produtores que se preocupam com a economia de água nas lavouras. 29- Implementação de programas de revitalizalização das bacias hidrográficas do DF. 30- Revisão do Plano de Manejo da APA do Descoberto. 31- Fortalecer os comitês de bacia dos rios Maranhão, Paranoá e Preto. 32- Envidar esforços junto à ANA e ADASA visando a criação do Comitê de Bacia do rio

Corumbá (DF/GO), que inclui a maioria das bacias hidrográficas do DF (São Bartolomeu, Paranoá, Descoberto e Corumbá (Alagados, Ponte Alta e Santa Maria).

33- Promoção de encontros visando discutir a valoração dos recursos hídricos do DF. 34- Fortalecimento da cooperativa de pescadores do lago Paranoá. 35- Integração com as ONGs ambientalistas e outros setores da sociedade civil

preocupadas com os recursos hídricos do DF. 36- Fortalecimento das UCs do DF que servem como fonte de água para abastecimento,

como a APA do Descoberto e do Paranoá, incluindo o PNB.

3.4.5. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS; - Revisão do marco legal e regulamentação para a implantação das políticas de resíduos sólidos; - Implantação da coleta seletiva no DF; - Implementar políticas de reciclagem dos resíduos sólidos; - Implantação do aterro sanitário e fechamento do lixão; - Implementar a agenda de sustentabilidade no GDF. 3.4.6. PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL - Internalizar os princípios e ferramentas de educação ambiental de forma transversal em todos os órgãos e projetos do governo; - Exercitar a integração das áreas de meio ambiente e educação para que a educação ambiental esteja inserida nas escolas, especialmente nas atividades de contra-turno; - Introduzir educação ambiental como aliada e beneficiária nos projetos de licenciamento, como já acontece na esfera federal e outros estados; - Capacitar todos os servidores do GDF para a implantação da agenda da sustentabilidade no setor público (A3P) com o apoio da educação a distância; - Desenvolver projetos de EA junto todos os conselhos de meio ambiente, comitês de bacias, conselhos locais e outros conselhos que são caixas de ressonância para os demais setores do governo e da sociedade; - A área de educação ambiental deve coordenar e/ou participar ativamente na montagem e implementação dos conselhos das unidades de conservação;

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Programa de Governo do Distrito Federal – Partido Verde/DF - 2010 Página 78

LISTA DE COLABORADORES NA ELABORAÇÃO DOS DOCUMENTOS TEMÁTICOS

GT DE Educação

Thelmy Arruda de Rezende, Divino Gomes Dias, Thais E. de Gouveia, Wellington M. Jesus, Clarimundo Campos Pinto, Washington Luiz de S. Valle, Nilton Reis Batista Júnior, Silza Freire, Kester Brito Silva, Cristina Solange A. Batista, João Carlos H. Abrahão.

GT DE Economia Verde

Raissa Alessandra Rossiter, Marcelo Lima Costa, Alexandre Pimentel, André Lima, Armando Duprat, Carlos Inácio Prates, Clarimundo Campos, Fabrizio Ferreira, Fernando Costa, Flávia Valle, João Breyer, João Francisco Araújo, Juarez de Paula, Julio Cardia, Kester Brito, Louise Souza, Moacir Bueno Arruda, Nilton Reis, Paulo Ogliari, Pedro Piccolo, Silza Freire, Thais Gouveia, Wellington de Jesus.

GT de Saúde

Marcio Bontempo, Luis Maranhão, Fernando Pimentel e colaboradores.

GT de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Resíduos Sólidos

Moacir Bueno Arruda, Antonio José Andrade Rocha, Elenice Santos Costa, Dálio Ribeiro, Roberto Zanin, Viviane.

OBS. Este documento não é estático nem final, está num processo contínuo de aperfeiçoamento, tentando obter o maior número e qualidade de contribuições.