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Dispositivos MédicosSeminário
17 e 18 de Abril de 2009
Fig.1 Ilustração de manuscrito mostrando cateterização de cálculos vesicais
� Nas ruínas de Pompéia, 79 D.C. foram encontrados vários modelos
� A primeira referência conhecida sobre invasão do trato urinário é da civilização egípcia do ano 3000 a 1440 A.C.
� Os gregos, romanos e chineses usavam tubos de cobre e laca para dificuldades na drenagem de urina
� Avicena, um cientista do século X idealizou uma sonda de couro animal
� No século XIII foram elaborados catéteres de prata e seda trançada.
� Já no século XIX, os franceses idealizaram as sondas de Beniqué, Mercier, Nelaton, Guyon e Malecot
Nota Histórica…
ALGALIAÇÃO ou cateterização uretral � consiste na introdução de uma algália através da uretra até à bexiga, de modo a escoar a urina
ALGÁLIAS ou sondas vesicais � tubos de consistência variável com, no mínimo, duas pontas, uma das quais é introduzida na bexiga e a outra, na extremidade oposta, fica ligada a um saco, no qual se vai depositar a urina e que está marcado com uma escala de modo a facilitar a medição da diurese
São dispositivos médicos:
− não activos
− de Classe I (baixo risco)
Aparelho Urinário
Aparelho Urinário
A algaliação é praticada em caso de
• Incapacidade do indivíduo para esvaziar a bexiga normalmente, através da micção
• Em situações de incontinência urinária
• Incontinência urinária em doentes com perturbações neurológicas (permanente)
• Durante certas intervenções cirúrgicas, em que uma bexiga cheia dilatada pode dificultar a cirurgia e a observação dos órgãos vizinhos. Ou quando é necessário fazer o controlo de possíveis lesões iatrogénicas (acidentais) da bexiga ou ainda para permitir a cicatrização das vias urinárias após cirurgia
• Em doentes críticos, para controlar a quantidade de urina produzida
• Execução de testes de funcionamento da bexiga como a cistometria e a cistouretrografia miccional
• Realizar irrigações vesicais em caso de hematúria ou administração medicamentosa
A algaliação é contra-indicada
• Na incontinência urinária � prioritária a reeducação vesical, o uso de correctores e fraldas
• Prostatites agudas
• Lesões uretrais (estenoses, fistulas)
• Traumatismos uretrais (dupla via)
Sondas – tubos de consistência variada (rígida, semi-rígida, mole) dependendo da sua composição (látex, plástico, silicone, siliconadas)
Sonda de látex
Sonda de silicone
Sonda de PVC
Algaliações temporárias
Sete dias
Potencial alérgico acrescido
Três meses
Mais rígida do que a de látex (melhor para zonas mais estreitas)
Semi-rígida
Algaliações intermitentes ou manobras especiais
Lesão de estenose uretral
1º) Sondas evacuadoras ou algálias
2º) Sondas exploradoras ou dilatadoras
Quanto à finalidade...
� Evacuação da urina vesical
� Nº de orifícios variável (1-6)
� Avaliam o calibre da uretra e também se destinam a dilatar estenoses uretrais
� Maciças
Sondas evacuadoras ou algálias:
a) Nelaton
Algaliação corrente
b) Olivar
Aperto de uretra
Uso:
c) Philips
Melhor ultrapassar apertos de uretra
d) Couvelaire
Risco hemorrágico
f) Tieman
e) Béquille e
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g) Foley
Algaliação permanente
Sondas evacuadoras ou algálias: Uso:
j) Algália de “prata”
Retenção vesical completa
k) Sonda metálica
Extracção de fragmentos de litíase vesical completa
h) Pezzer e
i) MalécotDrenagens vesicaissuprapúbicas na cistostomia
Sondas evacuadoras ou algálias: Uso:
1Ch = 1Fr = 0,33mm
14Fr14Fr 16Fr16Fr
Quanto ao calibre...
Quanto às vias...
Sondagens intermitentes
Não têm sistema de auto-retenção
Enchimento do balão para fixação da sonda
Lavagem contínua da bexiga
Pós-operatório da cirurgia da próstata
1...
2...
3...
Vigência da hematúria
Introdução à técnica de algaliação
Após decisão de recorrer ao uso da sonda vesical existem alguns factores a ter em conta:
•Explicar ao paciente a necessidade da utilização da técnica
•Dar a possibilidade deste expressar as suas duvidas
•Preservar ao máximo a sua intimidade e a sua dignidade
Técnica de Algaliação
1º Utilizar luvas e material devidamente asséptico. Desinfectar a região uretral e periuretral, tendo o cuidado de lavar correctamente o prepúcio no caso masculino e os lábios genitais no caso feminino.
2º Anestesiar a uretra convenientemente:•Mulher: Novocaína em algodão ou xilocaína em spray.•Homem: Geleias anestésicas (ou novocaína) aplicadas directamente com um clampe de uretra para contenção do anestésico.
Técnica de Algaliação
3º Lubrificar a algália correctamente para a introdução.
4º Executar a manobra de inserção da sonda com delicadeza:•Homem: colocar o pénis numa posição de 90º em relação ao abdómen. Inserir devagar, com movimento rotatórios se necessário.
Técnica de Algaliação
4º Executar a manobra de inserção da sonda com delicadeza:•Mulher: expor correctamente o canal da uretra, utilizando a mão livre para separar os lábios vaginais, localizando cuidadosamente este no meato urinário. Em caso de inserção errada na vagina, utilizar nova sonda, deixando a já utilizada no local para evitar novo erro.
Técnica de Algaliação
5º Colocar a sonda até ocorrer refluxo de urina (aprox H:20cm M:8-10cm). Este refluxo indica que a sonda está na posição correcta, podendo então proceder-se á insuflação do balão com água destilada.
Técnica de Algaliação
6º Proceder o mais rapidamente possível á junção da sonda ao saco colector, para expor durante o mínimo de tempo o canal da uretra e a bexiga ao ar. Fixar a sonda á perna do paciente para evitar retiradas acidentais.
7º Anotar correctamente toda a informação sobre o material utilizado, tipo de lubrificante e anestésico, quantidade de urina excretada, e toda a demais informação necessária ao acompanhamento do paciente.
Remoção da Algália
1º Explicar ao paciente que este não será um procedimento doloroso, apenas desagradável.
2º Utilizar luvas e material devidamente asséptico. Lavar e desinfectar a região uretral e periuretral.
3º Conectar a seringa à sonda e esvaziar por completo todo o balão, relembrando qual a quantidade liquido inserida na aplicação. Em caso de obstrução pode-se recorrer ao corte da válvula.
4º Retirar cuidadosamente a sonda e lavar imediatamente e assepticamente todo o meato genital.
5º Controlar todas as alterações sofridas pelo paciente após remoção da sonda.
COMPLICAÇÕES DA ALGALIAÇÃO
�Hipotonicidade vesical
�Trauma uretral (estenose, fístula uretral, alteração esfincteriana)
�Infecção do tracto urinário
Infecção do trato urinário
Epidemiologia
• Correspondem a 35-45% das infecções de nível hospitalar
• Destas, 80% por cento são associadas ao uso de sondas
• Num doente algaliado, o risco de infecção é de 3,5%/dia, ou seja, passados 30 dias os doentes
algaliados invariavelmente apresentam sinais francos ou discretos de infecção.
Infecção do trato urinário
Grupos de risco
� Idosos
� Crianças
� Mulheres
� Pacientes com bexiga neurogénica
� Imunocomprometidos
• Tempo
• Frequência
Infecção do trato urinário
�Avaliação da necessidade de algaliação
�Selecção do tipo de algália
�Inserção e manutenção asséptica da algália e sistema de remoção correcta da mesma
Infecção do trato urinário
Infecção do trato urinário
Algaliação de curta duração: Escherichia coli
Pseudomonas aeruginosa
Klebsiella spp.
Enterococcus
Algaliação de longa duração: Providencia stuartii
Morganella morgani
Infecção do trato urinário
�Comprometimento do sistema de defesa do trato urinário, impedindo o fluxo normal de urina;
�Diminui a acção esfincteriana, que serve de bloqueio à passagem de bactérias para o trato urinário alto;
�Causa lesão da mucosa, por irritação;
�Muda a osmolaridade e o pH da urina;
�Permite a formação de resíduos urinários;
�Promove a obstrução temporária pela formação de incrustações.