alfabetizaÇÃo cientÍfica e o ensino de ciÊncias: … · a partir desses direcionamentos buscou...
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Elaine Cristina Ricci
Profa. Dra. Rosemary Aparecida Santiago
Alfabetização Científica e o Ensino
de Ciências: Uma Proposta Didática.
Universidade Cruzeiro Do Sul
2016
© 2016
Universidade Cruzeiro do Sul
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
Reitor da Universidade Cruzeiro do Sul –Profa Dra Sueli Cristina Marquesi
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
Pró-Reitor – Profa Dra Tania Cristina Pithon-Curi
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA
Coordenação - Profa Dra Norma Suely Gomes Allevato
Banca examinadora
Profa. Dra. Rosemary Aparecida Santiago
Profa. Dra. Laura Marisa Carnielo Calejon
Prof. Dr. Flávio Reis dos Santos
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
R379a
Ricci, Elaine Cristina.
Alfabetização científica e o ensino de ciências: uma proposta
didática / Elaine Cristina Ricci; Rosemary Aparecida Santiago. -- São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul, 2016.
28 p. : il. Produto educacional (Mestrado em Ensino de Ciências e
Matemática). 1. Ensino de ciências 2. Processo de ensino e aprendizagem 3.
Município de Cesário Lange (SP). I. Título II. Série.
CDU: 504:371.13
Sumário
1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................6
2 PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO CRÍTICA E SOCIAL PARA O ENSINO DE
CIÊNCIAS ...................................................................................................................................8
3 O PRODUTO: O LIXO NO CONTEXTO MUNICIPAL DE CESÁRIO LANGE/SP. .....12
3.1 ATIVIDADE 1 – PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL...........................................................14
3.2 ATIVIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ...........................................20
3.3 ATIVIDADE 3 – APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO .................................................22
4 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR ...................................................................................26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................28
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................29
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
1 APRESENTAÇÃO
O produto desenvolvido é fruto das inquietações e da análise construída
na dissertação de mestrado intitulada “O Ensino de Ciências e sua Política
Curricular Diante das Reformas Educacionais de Descentralização: Um Estudo
de Caso no Município de Cesário Lange/SP”, defendida no ano de 2016, que
tinha por objetivo compreender como a organização curricular do município de
Cesário Lange, adotada a partir da iniciativa nacional de descentralização da
educação influencia o Ensino de Ciências no Ensino Fundamental Ciclo I.
A autora possui Licenciatura Plena em Ciências Biológicas e Pedagogia,
e leciona no município desde de 2013. Enquanto educadora do município
analisado se preocupou em compreender a aparente impenetrabilidade de
discussões sobre as teorizações curriculares no município tanto dos professores
quanto da gestão. A partir de conversas informais com docentes da rede
municipal nos escassos momentos de reuniões pedagógicas, foi possível
perceber que eles fomentavam discussões a respeito de avaliação do processo
de aprendizagem, metodologias de ensino e suas influências, mas em nenhum
momento se discutiu a relação entre currículo e os resultados educacionais, ou
currículo, ou Ensino de Ciências.
Com o conhecimento de que o município em questão foi um dos primeiros
a buscar a política pública de descentralização de sua educação básica,buscou
conhecer as variáveis para forjar a realidade educacional do município, bem
como compreender como tais políticas públicas desenvolvidas na década de
1990 se relaciona com a desmotivação dos professores frente ao currículo
estabelecido e sua influência no Ensino de Ciências.
A Rede Municipal de Ensino de Cesário Lange possui cinco escolas de
Ensino Fundamental que abrangem desde o Ciclo I até o final do Ciclo II, assim,
o educando permanece na Rede Municipal de Ensino por nove anos. Cada uma
das cinco escolas possui os nove anos escolares, permitindo um longo período
de vivência do educando na escola e o estabelecimento de intensa relação entre
educando-educador e, estes com as políticas públicas municipais específicas do
currículo escolar.
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
A partir do processo de descentralização do ensino ocorrido no país e
prontamente aderido por este município para o Ensino Fundamental Ciclo I e II,
fez uso da terceirização curricular como eixo de sustentação das políticas
curriculares municipais. Desde então, apostilas são compradas pelo município a
fim de suprir o currículo prescrito, a capacitação docente e material didático aos
alunos.
A partir desses direcionamentos buscou construir uma sequência didática
que sugeria ao professor polivalente do Ensino Fundamental Ciclo I como fazer
uso da realidade concreta municipal para trabalhar a “Alfabetização Científica”
através da “Contextualização” e a “Problematização” para contemplar a
dimensão crítico e social do Ensino de Ciências.Portanto, este produto
educacional é direcionado aos professores polivalentes do Ensino Fundamental
Ciclo I que são responsáveis pela iniciação dos alunos na “Alfabetização
Científica” e aos professores de Ciências do Ensino Fundamental Ciclo II que se
interessam em dar qualidade crítica e social ao processo de ensino.
Pretendemos apresentar o produto aos professores municipais no formato de
minicurso na tentativa de estabelecer diálogo com o governo municipal.
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
2 PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO CRÍTICA E SOCIAL PARA O ENSINO DE
CIÊNCIAS
As políticas curriculares brasileiras foram marcadas profundamente pelo
o que podemos chamar de tendência tecnicista voltada para o desenvolvimento
econômico do país, que aproximou a educação da economia e a distanciou do
pensamento de desenvolvimento social humano. As políticas curriculares com
viés tecnicista se sobressaem nas políticas curriculares nacionais, no entanto,
os estudos acadêmicos para o Ensino de Ciências apontam a importância de se
trabalhar a dimensão social no currículo.
Na década de 1990, os PCNs trouxeram para o cenário brasileiro
diretrizes ao currículo de todas as áreas, inclusive de Ciências, pois este
documento era parte previamente estabelecida pelo enxugamento das
obrigações do Estado advindas da descentralização. Caberia ao Estado a
formulação de diretrizes gerais para o currículo nacional (PCNs) e aos
municípios a formulação e desenvolvimento de políticas curriculares próprias
que observassem o contexto local.
É nesse cenário, que a terceirização curricular se estabeleceu em cerca
de 80% dos municípios do estado de São Paulo (FUNDAP, 2015). A
terceirização curricular consistiu na compra de material apostilado pelos
municípios, que na maioria das vezes, é oriundo de sistemas particulares de
ensino. A terceirização curricular caminha em via contrária a qualquer tentativa
de construção de projeto democrático uma vez que ela engessa e confia ao
contrato de compra o projeto curricular dos municípios.
Com as políticas curriculares caracterizadas pela terceirização, a
concepção do Ensino de Ciências também é terceirizada e sua elaboração fica
a cargo da empresa que comercializa tais materiais o que gera
descontextualização, excessivas generalizações, adaptação e entendimento
equivocado da problematização para o desenvolvimento do pensamento
reflexivo-crítico, tornando o Ensino de Ciências cansativo e reprodutivo.
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No currículo comercializado pelo SESI/SP prevalece o entendimento de
currículo como sinônimo de documento orientador de conteúdos que
supervalorizam padrões de eficiência, de elaboração de objetivos e efetividade,
fundamentos próprio das Teorias Tradicionais.
A concepção do Ensino de Ciências presente no currículo terceirizado
objetiva para o Ensino de Ciências metodologias que o aproximam da concepção
de Ensino de Ciências desenvolvida nos anos 1960 – 1970, que entende ser
suficiente o conhecimento do método científico para potencializar no Ensino de
Ciências a reflexão crítica-social da realidade concreta. Nesse sentido, as
práticas educativas do atual currículo focam na observação e análise de
experimentações por parte dos alunos, práticas educativas que privilegiam a
conceituação científica numa visão de ciência como salvadora em detrimento do
desenvolvimento de uma atitude reflexiva dos cidadãos.
Observando a necessidade de buscar a superação do currículo tradicional
de tendências tecnicistas e uma concepção cientificista do Ensino de Ciências,
tendo como norte um currículo praxiológico que valoriza a ação-reflexão-ação,
buscamos construir uma sequência didática entendendo a potencialidade do
Ensino de Ciências para ser trabalhado como mediador entre o conhecimento
científico e a realidade social vivenciada pelo educando nos mais diversos
contextos sociais do país.
Para tanto, entendemos que o Ensino de Ciências para ter sentido e
significado deve partir da análise das problemáticas locais, estas, devidamente
problematizadas (FREIRE, 1975), se tornam capazes de propiciar ao educando
reflexão das situações sociais concretas que permeiam a complexa relação entre
ciências, tecnologia e a sociedade. Ou seja, acreditamos em um Ensino de
Ciências que potencialize um cidadão capaz de realização de reflexão crítica e
apto a agir em seu meio social para o desenvolvimento social da sociedade. O
Ensino de Ciências deve ser o esforço para a compreensão do homem e de sua
ação no mundo, logo, não é possível estudar Ciências sem associá-la ao
cotidiano dos alunos.
Para tanto, utilizamos ferramentas metodológicas como a “Alfabetização
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Científica” e a “Educação Problematizadora Freiriana”, mais especificamente a
noção de “Problematização e Contextualização” que devem ser utilizados em
atividades escolares na busca da reflexão crítica e qualidade social do ensino.
A Alfabetização Científica parte do pressuposto que a Ciência é uma
linguagem importante ao cidadão para compreender o mundo, desconhecê-la é
se abster de uma atitude ativa diante dos avanços e de questões éticas trazidas
pelo dilema entre Ciência-Tecnologia-Sociedade. Chassot (2006) explica que os
cidadãos devem ter consciência que a ciência pode ser tanto a heroína quanto
a bruxa má. Ou seja, devemos superar a idolatração científica que coloca a
vivência científica como heroína para vivenciar uma ciência capaz de reflexão
cotidiana da realidade concreta e de seus problemas socais próprios da
sociedade.
Ainda pelo mesmo autor, a Alfabetização Científica deve ser utilizada nos
Ensino Fundamental e Médio como instrumento para um Ensino de Ciências
denotador do pensamento crítico que supere a mera descrição conceitual de
conteúdos criados pelos homens da ciência e passe ser o instrumento para o
entendimento dos dilemas cotidianos do homem comum, do cidadão comum.
Devido a esta compreensão, não podemos pensar no Ensino de Ciências sem a
noção de Alfabetização Científica, seria incorrer em mesmice (CHASSOT, 2006).
A problematização e a contextualização aparecem como alicerce do
Ensino de Ciências que contempla a dimensão social, uma vez que convergem
com o processo em construção, dinâmico, que precisa do diálogo para existir e
possibilitar o ato democrático no exercício das práticas educativas. Mas, como
fundamentar o Ensino de Ciências por meio de problematização e
contextualização?
A educação problematizadora potencialmente oferece mecanismos para
transpor os efeitos da educação tradicional nos espaços escolares, pois traz por
meio do exercício dialógico a prática da reflexão social através da
problematização e da contextualização do processo de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, problematizar para Freire (1975) significa “o constante ato de
desvelamento da realidade”, ou seja, é construir nos sujeitos atitude
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questionadora das situações que são trazidas como normais, naturais e que
levam a aceitação tácita da maioria dos cidadãos, forjando a realidade concreta.
Acreditamos que para dimensionar socialmente a prática educativa
devemos conhecer, estudar e pesquisar o contexto social de inserção, esse é o
primeiro passo, à contextualização. Que situações contraditórias são observadas
na realidade local que podem potencializar a dimensão social no Ensino de
Ciências? A contextualização é vista aqui como eixo inicial do qual partimospara
a prática pedagógica do Ensino de Ciências sustentado pelo diálogo que fomenta
o currículo praxiológico. Aqui visa conhecer pela contextualização a cultura vinda
de contextos sociais pertencentes às famílias dos alunos abrangidos pela escola
a fim evidenciar a partir desse exercício as contradições vivenciadas e como a
cultura popular enxerga tais situações sociais.
A fim de inter-relacionar a noção de Alfabetização Científica,
Contextualização e Problematização propomos a utilização dinâmica didático-
pedagógica estruturada para o Ensino de Ciências desenvolvida por Demétrio
Delizoicov (2008), denominada “Três Momentos Pedagógicos”, divididos da
seguinte forma:
- Problematização inicial: refere-se ao momento que se apresenta
situações reais para realizar a problematização com os alunos de modo a
desafiá-los ás possíveis explicações dadas pelos educandos às situações
concretadas da realidade, explorando os seus conhecimentos prévios. Aqui a
função do professor é mais para questionar os posicionamentos, fomentando
discussões distintas de modo que os alunos deem suas explicações sobre o
assunto. Em síntese, este momento tem por finalidade propiciar um
distanciamento crítico do aluno perante a situação contraditória expondo seu
ponto de vista. Cabe ao professor coletar as falas dos alunos para trabalha-las
diante no processo de ensino.
- Organização do Conhecimento: a partir das falas coletadas e análise de
situações significativas, o professor irá proceder na seleção de conhecimentos
necessários aos educandos para serem estudados e que sejam necessários na
decodificação da situação concreta problematizada. Este momento, ocorre o
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desenvolvimento das mais variadas atividades planejadas com alunos de modo
que o professor possa desenvolver a concepção Alfabetização Científica
identificada como essencial para superar a situação problematizada.
-Aplicação do Conhecimento: este momento é importante que os alunos
consigam desenvolver com o conhecimento trabalhado pelo professor na
organização do conhecimento mecanismos de soluções alternativas à situação
problematizada. Para tanto, também devem ser desenvolvidas diversas
atividades que o professor perceba que irá desenvolver aos seus alunos para a
reflexão crítica. Aqui também é importante que os problemas locais identificados
possam ser extrapolados para os problemas globais vivenciados pela sociedade.
Os alunos deverão relacionar os conhecimentos científicos com as situações
problematizadas, buscando encontrar possíveis soluções para enfrentar tais
problemáticas.
3 O PRODUTO: O LIXO NO CONTEXTO MUNICIPAL DE CESÁRIO
LANGE/SP.
O produto consiste em uma sequência didática para o Ensino de Ciências
para o Ensino Fundamental Ciclo I, que tenha a realidade local do município de
Cesário Lange/SP como ponto de partida, utilizando os “Três Momentos
Pedagógicos” elaborados por Delizoicov (2008) a fim de fomentar no Ensino de
Ciências a noção de Alfabetização Científica, Problematização e
Contextualização.
Durante a coleta de dados da dissertação “O Ensino de Ciências e sua
Política Curricular Diante das Reformas Educacionais de Descentralização: Um
Estudo de Caso no Município de Cesário Lange/SP”, que fomenta o produto, foi
relatado pelos professores do município a ocorrência de contradições entre o
proposto para o Ensino de Ciências das crianças em idade escolar e as ações
municipais referentes à postura de preservação do meio ambiente no contexto
local. Em uma das falas dos professores participantes ouvimos:
Tem uma coisa difícil aqui, nós trabalharmos os alunos, por exemplo, o caso do lixo e locais adequados para o descarte para preservar o ambiente, mas aí o aluno vai para o bairro e vê as lixeiras coletivas,
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que a prefeitura deveria coletar abarrotadas de lixo que eles deveriam retirar, mas não retiram, e aí? Como fica?
Eu também acho que nós (professores) deveríamos colaborar pra que eles fossem mais participativos politicamente. Por exemplo, se a prefeitura não retira o lixo teríamos que ajudar eles a cobrar de quem se deve.
Apesar da segunda fala explicitar a necessidade de trabalhar as
contradições de modo a desenvolver postura participativa nos alunos, os
professores se posicionaram dizendo não saber lidar com a questão da
contradição de modo didático-metodológico. A fala motivou a sequência didática
desenvolvida tendo como ponto de partida a questão do lixo na cidade de
Cesário Lange/SP.
O produto é destinado principalmente para o Ensino de Ciências do
Ensino Fundamental Ciclo I, devido a característica de alfabetização dos anos
iniciais, obviamente, caberá ao professor fazer adequações à atividade em
relação ao grau de alfabetização dos alunos. A metodologia aqui utilizada é
totalmente adaptável e construtiva, cabendo ao professor desenvolver
alterações das atividades para o desenvolvimento dos educandos.
Sugerimos a leitura do artigo “Abordagem Temática no Currículo de
Ciências: A Perspectiva Ético-Crítica na Concepção de Lixo como Condição
Humana” de autoria de FURLAN, A.B.S., RICCI, E.C., GOMES, C.G.S., SILVA,
A. F. G., apresentado no VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em
Ciências (ENPEC), em 2011, que abordou a temática do lixo em uma perspectiva
similar a proposta aqui desenvolvida a partir da realidade concreta da cidade de
Sorocaba/SP.
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3.1 ATIVIDADE 1 – PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL
2.Na sua cidade como acontece a coleta dos materiais descartados pela
população? A coleta é igual para todos os bairros? Justifique sua resposta.
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1. Desenhe o caminho que os alimentos e produtos utilizados pela sua família
fazem antes de serem usados e depois de usados. Qual é o local que os resíduos
são jogados fora?
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3. Vocês reconhecem esses bairros? O que vocês veem nas fotos em comum?
Em sua cidade é possível encontrar lugares assim? Para que eles servem?
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4. As fotos utilizadas na questão anterior foram tiradas em uma segunda-feira,
após a retirada do lixo pelo caminhão da prefeitura. Observe as imagens abaixo
dos mesmos locais após 5 dias. Faça uma comparação entre as fotos da
segunda – feira e do sábado em relação à quantidade de lixo. Justifique sua
resposta.
a)
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b)
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5 dias após. Sábado Segunda - feira 1 1
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c)
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d)
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5. Nos locais aonde foram tiradas as fotos algumas pessoas disseram: Fala 1:
“Eles vêm retirar o lixo uma vez na semana”. Fala 2: “Moça, você vai me ajudar?
Não aguento mais o cheiro dessa lixeira na frente de casa. O pessoal joga osso
de animais mortos e fica fedendo. Eu já fui a prefeitura e eles dizem que vão
resolver, mas nunca resolvem. ”
a) Na fala 1, eles se referem a quem em sua cidade? De quem é a
responsabilidade de coletar e tratar o lixo? Justifique sua resposta.
5
5 5 dias após.
Sábado
Segunda - feira
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b) Por que acontece o problema relatado na fala 2? A responsabilidade sobre o
lixo gerado no município é de quem? Como solucionar esta situação? Justifique
sua resposta.
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6. As imagens a seguir foram retiradas do site da prefeitura de Cesário
Lange/SP, observe:
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a) As imagens trazem quais informações?
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b) Você conhece todos esses bairros?
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Disponível em: http://www.cesariolange.sp.gov.br/?page_id=200. Acessado em 08 de Novembro de 2016.
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c) Existem bairros que não se encontram na lista acima? Quais?
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d) Você identifica os bairros das fotos na lista de coleta de lixo da prefeitura?
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e) A coleta disponibilizada no site da prefeitura é suficiente para suprir toda a
cidade?
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3.2 ATIVIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Esta atividade foi organizada para mostrar ao professor as inúmeras
possibilidades de conteúdos que podem ser trabalhados com os alunos a partir
da problematização das fotos sobre o lixo na cidade de Cesário Lange/SP.
Sugerimos, que primeiramente realize a atividade inicial para coleta de
conhecimentos prévios e posicionamentos dos alunos em relação a realidade
concreta para depois construir a rede temática que poderá ser trabalhada na
organização do conhecimento, ou seja, está proposta é totalmente flexível as
necessidades dos alunos e pode ser alterada conforme as respostas obtidas na
problematização inicial.
Optamos em não colocar conteúdos nessa atividade para deixar aberta
aos professores a forma de trabalho do conteúdo científico necessário para a
compreensão da situação observada nas fotos.
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Figura 1 – Rede temática com conhecimentos para trabalhar com os alunos
m
Fonte: Elaboração da própria autora (2016).
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3.3 ATIVIDADE 3 – APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Texto 1: 17 milhões de pessoas não têm acesso a coleta regular de lixo no Brasil
Maior parte da população sem atendimento está no meio rural. Apenas 23% das cidades brasileiras contam com serviço de
reciclagem
BRUNO CALIXTO 17/02/2016 - 18h44 - Atualizado 01/11/2016 19h47
O Ministério das Cidades divulgou nesta terça-feira (16) uma nova atualização
dos dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS),
agora referentes ao ano de 2014. A atualização apresenta dois novos
diagnósticos: um sobre resíduos sólidos e outro sobre o serviço de água e
esgoto.
Os dados do diagnóstico de resíduos sólidos mostram que aumentou a
quantidade de casas atendidas por serviços de coleta regular de lixo. Entre 2013
e 2014, 700 mil pessoas passaram a ser atendidas pela coleta. Porém, o déficit
de atendimento ainda é grande. No total, 17,3 milhões de pessoas moram em
regiões que não fazem nenhum tipo de coleta do lixo.
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A pior situação é na zona rural e nos pequenos municípios. O diagnóstico estima
que 47% da população rural do país não tem acesso a nenhum tipo de coleta de
lixo - um total de 14,7 milhões de pessoas.
Se a coleta regular de lixo não é universal, o que dizer da coleta seletiva? Ela é
essencial para a reutilização e reciclagem de produtos e materiais. Segundo o
diagnóstico, 1.322 municípios brasileiros contam com coleta seletiva. É muito
pouco. Considerando que há 5.561 municípios no Brasil, isso significa que em
apenas 23% das cidades a reciclagem é uma realidade.
Segundo o SNIS, ainda estamos longe de ter uma economia circular, onde os
resíduos descartados são reaproveitados e transformados em novos produtos e
o lixo que não pode ser reciclado é destinado a aterros sanitários. Para se ter
uma ideia da distância dessa situação ideal, os dados mostram que cada
brasileiro produz, em média, 1 quilo de lixo por dia. Ou seja, 365 quilos de lixo
por ano. Porém, apenas 7 quilos de lixo por pessoa por ano foram reciclados em
2014. Não é surpresa que é tão difícil acabar com os lixões no país.
O outro diagnóstico, sobre os serviços de água e esgoto, mostra um panorama
que os leitores do Blog do Planeta já conhecem bem. No mês passado,
mostramos que, se seguir esse ritmo, a universalização da coleta do esgoto no
Brasil não vai acontecer antes de 2050.
Disponível em http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-
planeta/noticia/2016/02/17-milhoes-de-pessoas-nao-tem-acesso-coleta-regular-
de-lixo-no-brasil.html. Acesso em 13 de Novembro de 2016.
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Texto 2: Produção de lixo no país cresce 29% em 11 anos,
mostra pesquisa
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco
vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi 6%, de acordo com
levantamento divulgado hoje (27) pela Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A quantidade de resíduos com
destinação adequada, no entanto, não acompanhou o crescimento da geração
de lixo. No ano passado, só 58,4% do total foram direcionados a aterros
sanitários.
Mais de 41% das 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país
em 2014 tiveram como destino lixões e aterros controlados. Segundo a Abrelpe,
esses locais são inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde.
No ano anterior, o percentual foi 41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu
400 municípios, o equivalente a 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro
gera, em média, 1,062 quilo de lixo.
Esses dados mostram que mais de 78 milhões de brasileiros, ou 38,5% da
população, não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada de
resíduos sólidos. Além disso, mais de 20 milhões de pessoas não dispõem de
coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos materiais gerado não são
recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%, entre 2013 e 2014. A
coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.
Esta é a primeira pesquisa que retrata a situação da gestão dos resíduos, depois
da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em
relação à reciclagem, a pesquisa revela uma evolução de 7,2 ponto percentual.
Em 2010, apenas 57,6% dos municípios tinham alguma iniciativa de coleta
seletiva. No ano passado, o percentual aumentou para 64,8%.
Edição: Stênio Ribeiro
Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-07/producao-
de-lixo-no-pais-cresce-29-em-11-anos-mostra-pesquisa-da-abrelpe Acessado
em 13 de Novembro de 2016.
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1. Após a leitura do texto, como você avalia a coleta e o tratamento de lixo no
Brasil? Justifique sua resposta.
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2. E na sua cidade, como ocorre a coleta e o tratamento de lixo? Ela é igual,
pior ou melhor que os dados do país? Justifique sua resposta.
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2. Como você explica a diferença na coleta e tratamento de lixo entre bairros
urbanos e rurais?
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3. De que forma poderíamos melhorar a qualidade da coleta e tratamento de
lixo no município de Cesário Lange/SP?
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4 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
Caro professor, esta sequência didática privilegia a contextualização local
da temática lixo, no entanto, devido a sua não aplicação prévia com os alunos,
foi desenvolvida de modo padrão não considerando o desenvolvimento cognitivo
de uma turma específica, por isso, será necessário a sua observação para
eventuais cortes, verbalização de atividades escritas ou até a inserção de
atividades mais elaboradas. Caso você queira desenvolver esta atividade com
crianças ainda não alfabetizadas a escrita pode ser substituída pela oralidade.
Adaptações devem ser realizadas sempre que necessário. Na verdade, essa
atividade é bem versátil e pode ser realizada com alunos de várias idades do
Ensino Fundamental Ciclo I e II.
É importante não subestimar a capacidade de análise dos alunos por mais
simples que as explicações deles pareçam ser. No momento da realização das
atividades deve sempre prevalecer o diálogo entre professor-aluno e aluno-
professor, valorizando o posicionamento dos alunos e assumindo uma posição
questionadora fazendo com que os alunos pensem e repensem suas posições
sem interferir no seu modo de refletir sobre o assunto, somente problematizar
suas posições. É importante não expressar sua opinião nesse momento a fim de
não influenciar a análise dos alunos. Os momentos de problematização também
servem didaticamente para que os alunos aprendam como se expressar em
grupos sendo importante estimular a organização da problematização com
atitudes como uma fala por vez, respeito pela opinião alheia e, se possível, nesse
momento colocar a sala em forma de roda de conversa.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O produto desenvolvido tem por objetivo possibilitar um Ensino de
Ciências Contextualizado, Problematizado e incentivador da noção de
Alfabetização Científica, aproximando a Ciência do cotidiano dos cidadãos. A
metodologia desenvolvida na formulação deste produto pode ser utilizada para
os mais diversos temas das Ciências, sendo uma alternativa no trabalho com
realidades concretas para o Ensino de Ciências.
É desejável que a partir dessa metodologia o Ensino de Ciências seja
agente transformador na vida dos educandos e o educador assuma sua posição
de mediador entre a realidade concreta e o conhecimento científico, superando
a educação tradicional na qual o aluno recebe verticalmente de seu professor o
conhecimento por ele acumulado. Ao trabalhar o Ensino de Ciências a partir de
sua dimensão social o conhecimento deixa de ser o resultado do processo de
ensino para ser meio para possíveis transformações sociais levando os
educandos a reflexão crítica.
Elaine Cristina Ricci
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Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática
REFERÊNCIAS
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Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC, 1997.
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