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ALDRE IZABEL PCHEVOZNIKI TANHOFFER EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGUÍNEOS E IMUNITÁRIOS EM PESSOAS COM LESÃO MEDULAR ATIVAS E SEDENTÁRIAS Estudo Longitudinal CURITIBA 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

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ALDRE IZABEL PCHEVOZNIKI TANHOFFER

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGUÍNEOS E IMUNITÁRIOS EM

PESSOAS COM LESÃO MEDULAR ATIVAS E SEDENTÁRIAS

Estudo Longitudinal

CURITIBA

2016

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ALDRE IZABEL PCHEVOZNIKI TANHOFFER

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGUÍNEOS E IMUNITÁRIOS EM

PESSOAS COM LESÃO MEDULAR ATIVAS E SEDENTÁRIAS

Estudo Longitudinal

Tese apresentada como requisito parcial

para a obtenção do Título de Doutor em

Educação Física do Programa de Pós-

Graduação em Educação Física, do Setor

de Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Cláudio Fernandes

Co-Orientação: Profa. Dra. Katya Naliwaiko

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Universidade Federal do Paraná Sistema de Bibliotecas

Tanhoffer, Aldre Izabel Pchevozniki

Efeitos da suplementação com óleo de peixe sobre parâmetros bioquímicos sanguíneos e imunitários em pessoas com lesão medular ativas e sedentárias. / Aldre Izabel Pchevozniki Tanhoffer. – Curitiba, 2016. 228 f.: il. ; 30cm.

Orientador: Luiz Cláudio Fernandes Co-orientadora: Katya Naliwaiko

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

1. Oleo de peixe. 2. Citocinas. 3. Medula espinhal. I. Título II. Fernandes, Luiz Claudio. III. Naliwaiko, Katya. IV Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

CDD (20. ed.) 613.2

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Dedico esta tese àminha família.

Em especial aos meus pais, por terem me ensinado que um dos bens mais valiosos

que podemos ter é o conhecimento, principalmente quando podemos usá-lo para um

objetivo maior.

A minha sogra Dona Genila, por ter me acolhido como filha em sua vida.

Ao Ricardopor estar sempre a meu lado, principalmente quando mais precisei.

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AGRADECIMENTOS

O reconhecimento de que esta tese não teria se tornado realidade sem a

ajuda de inúmeras pessoas mostra realmente que ciência não se faz só. Este

trabalho é a prova real disto, inúmeros profissionais e pesquisadores se uniram a

mim com o único intuito de me ajudar a concretizar esta pesquisa. E a estas horas

de conversas, explicações, empréstimos de materiais, equipamentos e expertises

serei eternamente grata.

Ao Prof. Dr. Luiz Cláudio Fernandes e a Prof. Dra. Katya Naliwaiko minha

eterna dívida apoio e voto de confiança.A generosidade de vocês em dividir comigo

tanto conhecimento fez com que estes anos fossem de muito aprendizado.

Ao Dr. Ricardo Tanhoffer meu muito obrigada pelo auxílio no decorrer de todo

o trabalho, seu conhecimento sobre o tema foi essencial para transpormos as

dificuldades encontradas.

A Prof. Dra. Márcia Appel minha gratidão pela prestatividade e proatividade

em tudo o que necessitei.

A Prof. Dra. Fabiola Iagher e as suas alunas de PVA Simone Abe, Patricia e

Anameu muito obrigada pela ajuda nas coletas.

A Mariana Boia serei eternamente grata, pelas inúmeras vezes que estava

pronta e sorridente para as coletas de sangue em plena 7 horas da manhã. A sua

ajuda foi essencial!

A Prof. Dra. Aline B. Hauser e ao Prof. Dr. Railson Henneberg meus

ageadecimentos pelo auxílio nas análises de sangue e urina.

A Prof. Dra. Neiva Leite meu agradecimento pelo emprétimo do espirômetro e

aoDr. Heros Ferreira pelo empréstimo do eletromiógrafo e ergômetro.

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Ao grupo do LabMetab meu muito obrigada por tudo, sem vocês os dias

seriam muito mais complicados e monótonos. As dezenas de horas que vocês me

cederam durante as coletas de dados e análises me ajudaram a encurtar muitos dos

caminhos tortuosos durante estes anos. Vocês são demais!

A equipe da Fio Cruz meu agradecimeto pela análise das citocinas.

A empresa Naturalis Nutrição & Farma Ltda pela doação das cápsulas de

Óleo de Peixe.

Aos professores da Pós-Graduação de Educação Física pelos conhecimentos

compartilhados nas aulas e pelo trabalho administrativo para o bom andamento das

pesquisas, e em especial ao secretário da Rodrigo Waki pelo profissionalismo e

cordialidade com que me auxiliou durante estes anos.

A Fundação Coordenação Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior -

CAPES pela bolsa de estudo durante estes quatro anos de doutoramento.

E finalmente meu agradecimento aos voluntários, sem eles nada disto teria se

tornado realidade.

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RESUMO

Lesão medular (LM) é considerada uma das mais graves e complexas patologias em seres humanos, pois pode causar paralisia e perda de sensibilidade correspondente ao nível neurológico comprometido e imediatamente abaixo, além de sérias disfunções do sistema nervoso autonômico.Tanto a paralisia de grande parte da musculatura como o comprometimento do sistema nervoso simpático e parassimpático devido ao trauma raquimedular, induzem os indivíduos a um dos menores níveis de atividade física (AF) dentre todas populações especiais. Por outro lado, a aplicação de exercícios físicos exerce importante papel na composição corporal, metabolismo de glicose e lipídeos e marcadores inflamatórios dessa população. Além disto, apesar da importante influência da suplementação com óleo de peixe (OP) na saúde geral de um indivíduo, já demonstrada em hígidos e em diferentes patologias, poucos são os estudos que tenham observado suas ações sobre pessoas com lesão medular. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da AF e da suplementação alimentar com cápsula de OP na saúde geral do indivíduo após LM, para tanto, os efeitos do nível de aptidão física sobre os parâmetros bioquímicos, imunitário e neuromuscular dos indivíduos com LM e hígidos pareados foram investigados e comparados. A posteriore, o efeito da suplementação com OP em parâmetros bioquímicos e imunitário foi verificada. Participaram deste estudo 32 indivíduos do gênero masculino, entre 18 e 53 anos de idade, sendo 11 paraplégicos e 11 tetraplégicos com mais de 1 ano de lesão, além de 10 hígidos pareados. Foram realizadas mensurações antropométricas, parâmetros hematológicos, bioquímicos e de citocinas pró- e anti-inflamatórias, pré- e pós suplementação com 2 gramas/dia de OP por 90 dias, avaliação da produção de torque do músculo bíceps braquial, nível de ativação voluntária e atividade elétrica durante contração isométrica voluntária máxima (CIVM) e protocolo de fadiga. Não foram verificadas alterações nos parâmetros hematológicos e bioquímicos entre os grupos. As diferenças entre os parâmetros neuromusculares em LM e hígidos não foram estatísticamente significativas no membro superior direito, porém, foram significativamente reduzidos no membro superior esquerdo, tanto intra grupos quanto entre LM e hígidos.A suplementação com OP não causou alterações nos parâmetros hematológicos e nem bioquímicos, somente as citocinas apresentaram alterações porém seguiram um padrão relacionado a aptidão física. A compreensão dos processos fisiopatológicos que acometem indivíduos com LM, assim como um melhor entendimento da ação OP e dos níveis de AFpodem direcionar estratégias para aumento da qualidade de vida e longevidade de uma população ainda a margem de conhecimentos específicos voltados à sua saúde e bem estar.

Palavras-chave:lesão medular, óleo de peixe,parâmetros hematológicos,

parâmetros bioquímicos, citocinas, torque muscular

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ABSTRACT

Spinal cord injury (SCI) is considered one of the most severe pathologies, leading to muscle paralysis and lack of sensibility as well as severe autonomic system dysfunction.Both paralysis and autonomic system dysfunction owing to SCI, causes the lowest level of physical activity (PA)among all special population. On the other hand, PA plays in importante role in body composition, glicose and lipid metabolismo, and inflammatory markers in this population. Besides, although the fish oil (FO) supplementation influence on the individual general health, already demonstrated in both, able-bodied and people with diferente pathologies, there is a few studies on the FO effects in people with SCI. Therefore, the objective of this study was to verify the PA and FO supplementation effects, on the SCI individual general health. To do this, fitness level on the biochemical, immunitary and neuromuscular parameters of this population were investigated and compared to matched able-bodied individuals. Afterwards, the effect of FO supplementation on the immune and biochemical parameters was studied. In total, 32 male individuals, aged between 18 – 53 years old, being 11 paraplegics, 11 tetraplegics (both grups with at least one year post-injury) and 10 able-bodied individual, matched for age and year. Anthropometric measures, blood, biochemical and pro- and anti-inflammatory cytokynes, both pre- and post-supplementation with 2g/day of FO were assessed. In addition, biceps muscle torque, electrical level during maximal voluntary isometric contraction and fatigue protocol. There were no alterations in the blood and biochemical between groups. There was no statistical difference between SCI and Able-bodied for the right arm in the neuromuscular parameters, however, they were statistical significantly reduced for the left arm in both between groups and SCI vs Able-bodied individuals. FO supplementation did not presented alteration in the blood and biochemical profiles. Only cytokynes showed alteration,following a pattern related to PA. The better understanding of physiological process, the role of FO and the levels of PA thatundertake SCI individuals, might contribute to enhance quality of life a longevity for a still marginal population. Key-words:spinal cord injury, fish oil, cytokines, blood profile, muscle torque

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Sobrevida em lesados medulares considerada após um ano de lesão medular.................................................................................................31

FIGURA 2 Delineamento do Recrutamento...........................................................51

FIGURA 3 Diagrama do protocolo do estudo.........................................................54

FIGURA 4 Esquematização do procedimento realizado no D1.............................63

FIGURA 5 Esquematização do procedimento realizado no D2.............................65

FIGURA 6 Representação gráfica dos miótomos e segmentos motores testados para a obtenção da classificação neurológica e ASIA..........................67

FIGURA 7 Representação gráfica dos procedimentos realizados para coleta e análise sanguínea.................................................................................69

FIGURA 8 Resultado do recrutamento..................................................................78

FIGURA 9 Análise etiológica das LM.....................................................................82

FIGURA10 Análise do nível de atividade física dos indivíduos de acordo com os critérios seguidos pelo American College of Sport and Medicine (ACSM) e descritos no estudo de Donnelly et al(Donnelly et al., 2009) ..............................................................................................................83

FIGURA 11 Representação gráfica dos dados antropométricos avaliados com relação ao nível de atividade física (A.F.). Os participantes foram distribuídos em grupo Fisicamente Ativo (FA) e sedentário (SED) ..............................................................................................................84

FIGURA 12 Esquematização do procedimento realizado no D3.............................101

FIGURA 13Posicionamento de eletrodos para EMG..............................................106

FIGURA 14 Medida do sinal eletromiográfico retificado em repouso......................109

FIGURA 15Medidas avaliadas na dinamometria do músculo bíceps braquial bilateralmente.....................................................................................110

FIGURA 16 Tempo de ativação do músculo para início da contração e desativação do músculo até o retorno ao estado de repouso................................111

FIGURA 17 Produção de força por contração isométrica máxima voluntária (CIVM) do músculo Bíceps Braquial...............................................................115

FIGURA 18 Percentual de queda de produção de força após 25 CIVM de 5s de duração e 2 seg de repouso...............................................................119

FIGURA 19 Eritrograma para os três grupos especificamente: hígidos (N=10), paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da suplementação) e T3 (pós suplementação)......................................141

FIGURA 20 Leucograma para os três grupos especificamente: hígidos (N=10),

paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da suplementação) e T3 (pós suplementação)......................................142

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FIGURA 21 Plaquetas para os três grupos especificamente: hígidos (N=10),

paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da suplementação) e T3 (pós suplementação)......................................143

FIGURA 22 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígidos (N=10), Paraplégicos (N=11) e Tetraplégicos (N=11) para a citocina pró inflamatória IL-2, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. ...........................................................................................................145

FIGURA 23 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico (N=11) e Tetraplégico (N=11) para IL-4, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe.....................................146

FIGURA 24 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Paraplégico (N=11), Hígido

(N=10), e Tetraplégico (N=11) para a IL-6, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe..................................147

FIGURA 25Comparação de T0 e T3, entre os grupos Paraplégico (N=11) Hígido (N=10), e Tetraplégico (N=11) para IL-10, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementaçãocom óleo de peixe.....................................148

FIGURA 26 Comparação de T0 e T3 entre os grupos Hígidos (N=10), Paraplégicos

(N=11) e Tetraplégicos (N=11) para a citocina pró inflamatória TNF- em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe...................................................................................................149

FIGURA 27 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10),

Paraplégico (N=11) e Tetraplégico (N=11) para INF- em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe...........150

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Média dos gastos com manutenção da saúde e despesas

relacionadas com LM de acordo com a severidade da lesão..............30

TABELA 2 Nomenclatura utilizada para o armazenamento do plasma e soro dos

participantes do estudo.........................................................................71

TABELA 3 Índice de Classificação Massa Corporal...............................................77

TABELA 4 Parâmetros epidemiológicos dos participantes hígidos e lesados medulares (LM) incluídos no Estudo 1. Os participantes foram divididos em sedentários (SED) e fisicamente ativos (FA) quanto ao nível de Atividade Física....................................................................................80

TABELA 5 Parâmetros antropométricos dos participantes hígidos e lesados medulares (LM) incluídos no Estudo 1.................................................84

TABELA 6 Relação entre os parâmetros antropométricos dos participantes separados em hígidos, paraplégicos e tetraplégicos............................87

TABELA 7 Resultado da análise do Eritrograma...................................................87

TABELA 8 Resultado de contagem de plaquetas..................................................88

TABELA 9 Resultado da análise do Leucograma..................................................88

TABELA 10 Resultado da análise dos parâmetros bioquímicos..............................89

TABELA 11 Medida da circunferência do músculo Bíceps Braquial......................108

TABELA 12 Análise descritiva da força do início e término da contração isométrica

voluntária máxima CIVM.....................................................................113

TABELA 13 Análise descritiva dos valores da Média da Força e do Pico de força

da melhor CIVM.................................................................................114

TABELA 14 Análise descritiva do Torque.............................................................116

TABELA 15 Análise descritiva do Pico de Ativação Elétrica.................................118

TABELA 16 Nomenclatura utilizada para armazenamento de amostras...............138

TABELA17 Citocinas pró (IL-2, IL-6, INF- e TNF-) e antiinflamatórias (IL-4, IL-10). Valores de T3 expressos como porcentagem de T0..............144

TABELA 18 Concentração de Ácidos Graxos (%) nas amostras de plasma

coletadas antes do início da suplementação com OP (T0) e ao final de três meses (T3). Os participantes foram separados nos grupos Hígidos, Paraplégico e Tetraplégicos.............................................................. 152

TABELA19 Índice de Insaturação Pré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por

90 dias............................................................................................... 153

TABELA20 Razão n-6/n-3 das amostras Pré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por 90 dias de cada indivíduo suplementado...........................155

TABELA21 LipidogramaPré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por 90 dias

para a média de cada grupo...............................................................156

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LISTA DE ABREVIATURAS

AB atenção básica

ACSM American College of Sports Medicine

ADM amplitude de movimento

AF atividade física

AG ácido graxo

AGL ácidos graxos livres

AGPI ácidos graxos poliinsaturados

AHA Associação Americana do Coração

AIDS síndrome da imunodeficiência adquirida

AL ácido graxo essencial linoléico

ALA ácido graxo essencial α-Linolênico

ALT alanina transaminase

ANOVA análise de variância

ASIA Associação Americana de LM

AST aspartato transaminase

ASTm área de secção transversa muscular

AVD atividade de vida diária

CAR central activation ratio

CBA cytometric bead array

CHCM concentração de hemoglobia corpuscular média

CIVM contração isométrica voluntária máxima

CK creatina quinase

cm centímetros

COX cicloxigenase

DC doenças cardiovasculares

DCNT doenças crônicas não transmissíveis

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DHA ácido docosaexaenóico

DP desvio padrão

EENM eletroestimulação neuromuscular

EMG eletromiografia

EPA ácido eicosapentaenóico

FA fisicamente ativo

FAF ferimentos por arma de fogo

HCM hemoglobobina corpuscular média

HDL high density lipoprotein

HPLC high performance liquid chromatography

HT - UFPR Hospital do Trabalhador da Universidade Federal do Paraná

iEMG área sob a curva ou sinal integrado

IFN-γ interferon gama

IL interleucina

IMC índice de massa corporal

kg quilograma

kg/m2 quilograma por metro quadrado

kgf quilograma força

LDL low density lipoprotein

LHS enzima lipase hormônio-sensível

LOX lipoxigenase

MMII membros inferiores

MMSS membros superiores

MSD membro superior direito

MSE membro superior esquerdo

n-3 ômega-3

n–6 ômega–6

N.m newtons por minuto

OMS Organizacao Mundial da Saude

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OP óleo de peixe

PCR proteína C reativa

r correlação de Pearson

RCQ relação cintura/quadril

RDW índice de variação de tamanho de células vermelhas

RMS sinal eletromiografico retificado

SED sedentário

seg segundos

SNA sistema nervoso autonômico

SNC sistema nervoso central

SNP sistema nervoso periférico

SUS sistema único de saúde

TAB tecido adiposo branco

TCLE termo de consentimento livre e esclarecido

TGIH triglicerídeos intra-hepático

TNF-α fator-α de necrose tumoral

VCM volume corpuscular médio

VHS velocidade de hemossedimentação

WHO World Health Organization

μV milivolts

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................19

1.1 Objetivo Geral ..............................................................................................22

1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................22

1.3 Hipóteses ......................................................................................................23

1.4 Estruturação da tese ..................................................................................23

2. REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................27

2.1 Epidemiologia .............................................................................................28

2.2 Fisiopatologia da LM ..................................................................................31

2.2.1 Paralisia da musculatura abaixo do nível da lesão ...................................33

2.2.2 Alterações nas propriedades de condução do estímulo nervoso ...............35

2.2.3 Alterações na composição corporal ...........................................................36

2.2.4 Incontinência e infecções de repetição do trato urinário ...........................38

2.3 Atividade Física............................................................................................41

2.4 Ácidos graxos ..............................................................................................44

3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................50

3.1 Recrutamento ..............................................................................................50

3.2 Desenho Experimental ................................................................................53

4. ANTROPOMETRIA E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DE INDIVÍDUOS COM

LM EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA ..................................................58

4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................58

4.1.1 Objetivo geral ............................................................................................60

4.1.2 Objetivos específicos ...............................................................................60

4.1.3 Hipóteses ...................................................................................................61

4.2 MÉTODOS........................................................................................................62

4.2.1 Participantes do estudo............................................................................62

4.2.2 Procedimentos gerais ...............................................................................62

4.2.3 Avaliações .................................................................................................65

4.2.3.1 Análise Sociodemográfica ......................................................................65

4.2.3.2 Classificação neurológica da LM - ASIA ................................................66

4.2.3.3 Caracterização da amostra quanto ao nível de AF ................................67

4.2.3.4 Coleta e análise de sangue ....................................................................68

4.2.3.5 Medidas Antropométricas ......................................................................74

4.2.4 Análise estatística .......................................................................................77

4.3 RESULTADOS .................................................................................................78

4.4 DISCUSSÃO ....................................................................................................90

4.5 CONCLUSÃO ...................................................................................................93

5. AVALIAÇÃO DO SISTEMA NEUROMUSCULAR E OSTEOARTICULAR DE

INDIVÍDUOS COM LM EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA ...................95

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5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................95

5.1.1 Objetivo geral ............................................................................................98

5.1.2 Objetivos específicos ...............................................................................98

5.1.3 Hipóteses ...................................................................................................99

5.2 MÉTODOS...................................................................................................... 100

5.2.1 Participantes do estudo.......................................................................... 100

5.2.2 Procedimentos gerais ............................................................................. 100

5.2.3 Avaliações ............................................................................................... 102

5.2.3.1 Avaliação de integridade osteoarticular ............................................... 102

5.2.3.2 Avaliação de parâmetros relacionados à força e torque ..................... 102

5.2.3.3 Avaliação da atividade elétrica muscular ............................................. 103

5.2.3.4 Avaliacao da ativacao voluntaria muscular .......................................... 103

5.2.3.5 Protocolo .............................................................................................. 104

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................. 107

5.4 RESULTADOS ............................................................................................... 108

5.5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 120

5.6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 127

6. EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM OP ...................................................... 129

6.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 129

6.1.1 Objetivo geral .......................................................................................... 134

6.1.2 Objetivos específicos ............................................................................. 134

6.1.3 Hipóteses ................................................................................................. 135

6.2 MÉTODOS...................................................................................................... 136

6.2.1 Participantes do estudo.......................................................................... 136

6.2.2 Procedimentos gerais ............................................................................. 136

6.2.3 Avaliações ............................................................................................... 137

6.2.3.1 Determinação do perfil de ácidos graxos .............................................. 138

6.2.3.2 Análise de citocinas .............................................................................. 139

6.2.4 Análise estatística ..................................................................................... 140

6.3 RESULTADOS ............................................................................................... 141

6.3.1 Hemograma ............................................................................................... 141

6.3.2 Leucograma ............................................................................................... 142

6.3.3 Plaquetas ................................................................................................... 143

6.3.4 Citocinas .................................................................................................... 144

6.3.5 Concentração de Ácidos Graxos no Plasma ........................................... 151

6.4 DISCUSSÃO .................................................................................................. 157

6.5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 169

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 171

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 174

APÊNDICE .............................................................................................................. 206

ANEXOS ................................................................................................................. 217

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

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19

1 INTRODUÇÃO

Lesão da medula espinhalproduz interrupção de estímulo neural através do

canal medular tendo como principal consequência perda das funções do sistema

nervoso somático e autonômico (Ditunno et al., 1994). Esta patologia é considerada

uma condição de saúde crônica, que pelas limitações funcionais relacionadas ao

nível e a extensão da lesão na medula fazem com que a pessoa acometida não

esteja apta a realizar funções de atividade de vida diária (AVD) bem como atividade

física (AF) da mesma forma que realizavam antes da lesão. Esta adaptação na

funcionalidade e reestruturação de hábitos de vida tem forte influência de fatores

como nível educacional, econômico, social e familiar(Ackery et al., 2004; Norton,

2010).

Evidências científicas demonstram que a saúde do lesado medular está

diretamente correlacionada à quão bem ele está adaptado a sua nova condição

motora (domínios pessoais e ambientais), sendo que quanto mais alto o nível e

maior o comprometimento do sistema nervoso autonômico (SNA), menor é a

qualidade de vida destes indivíduos(Kirshblum et al.; Gittler et al., 2002; Cardenas,

Hoffman, et al., 2004).

Em relação à etiologia, a lesão medular (LM) é dividida em lesões não

traumáticas e traumáticas, sendo que indivíduos com LM traumática levam em

média três vezes mais tempo para se reabilitar devido às complicações ortopédicas

extras adquiridas no momento da injúria. O maior número de incidências de LM é

causado por trauma, reflexo do aumento de acidentes automobilísticos e da

crescente violência nos grandes centros urbanos e países subdesenvolvidos,(Koch,

1976; Carter, 1977; Koch A et al., 2007; Campos et al., 2008; Gupta et al., 2009).

Além de todos os aspectos sociais e ambientais, estudos evidenciaram que a

paralisia de grande parte da musculatura e consequente redução de funcionalidade

e mobilidade, como o comprometimento do SNA devido ao trauma raquimedular,

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induzem essa população a um dos mais baixos níveis de AF dentre as populações

especiais (Elder et al., 2004; Alexander, 2008; Alexander et al., 2009).

Além da inatividade física, estudos verificaram que outro componente

importante para a manutenção do estado de saúde éa dieta que em indivíduos

acometidos por LM está consideravelmente abaixo das recomendações nutricionais

de ingestão de macro e micronutrientes para a população adulta, demonstrando que

esta população tem alimentação deficitária, tanto em qualidade quanto em

quantidade (Walters et al., 2009). Fatores inerentes à LM per se contribuem de

maneira significativa nesse processo, que é a „ocidentalizacao‟ da dieta, em que

maiores níveis de alimentos com gorduras saturadas são consumidos em detrimento

daqueles ricos em ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), especialmente os da

família ômega-3(n-3).Vários estudos demonstram os benefícios e importância da

ingestão de AGPI de maneira regular na dieta, entretanto, a maioria desses estudos

foram conduzidos em indivíduos hígidos ou com outras patologias e poucos são os

estudos que observaram suas ações sobre a população com LM (Tapiero et al.,

2002; Javierre et al., 2005; Yehuda et al., 2005; Javierre, Vidal, Segura, Lizarraga,

Medina, Ventura, et al., 2006; Dyall e Michael-Titus, 2008b; Yamazaki et al., 2011).

A associação destes fatores (inatividade física e dieta inadequada)

direcionam à uma série de patologias secundárias que se encaixam no perfil das

patologias conhecidas como „Doenças Crônicas Não Transmissíveis’ (DCNT), como

a síndrome metabólica, problemas cardiovasculares, disfunção imunitária, quadros

severos de osteoporose entre outros (Buchholz et al., 2003a; Bauman e Spungen,

2008; De Groot et al., 2008; Edwards et al., 2008), as quais são potencializadas pela

fisiopatologia da LM, reduzindo drasticamente a qualidade de vida e longevidade

desses indivíduos e consequentemente onerando o sistema de saúde(França I S et

al., 2011).

De fato, segundo o Ministério da Saúde, as DCNT são responsáveis por 72%

das causas de morte no Brasil e de 75% dos gastos com atenção à saúde no

Sistema Único de Saúde (SUS).Tendo em vista que os indivíduos com LM tem maior

susceptibilidade em desenvolver DCNT, em 2012 o Ministério da Saúde, por meio da

Secretaria de Atenção à Saúde - Departamento de Ações Programáticas

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Estratégicas lançou a cartilha intitulada Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão

Medular. Esta cartilha tem a intenção primordial de enfatizar a importância do

atendimento dos indivíduos com LM no âmbito de Atenção Básica (AB), e não

somente de reabilitação, justificando que a AB é uma organização através das redes

de atenção à saúde que tem por objetivo a integração de ações e serviços de saúde

com provisão de atenção contínua, integral e de qualidade, a qual poderá prevenir o

aparecimento das DCNT e assim melhorar a qualidade de vida destes

indivíduos(Saúde, 2012). Estas diretrizes demonstram a magnitude das

complicações provindas da LM, que justificam a importância de se trabalhar

interdisciplinarmente e preventivamente com esta população(Buchalla, 2003).

Portanto, sabendo da importância do papel dos exercícios físicos na

composição corporal (Martin et al., 1993; Hunter et al., 2002; Park et al., 2003;

Manns et al., 2005; Inukai et al., 2006), metabolismo de glicose e lipídeos (Manns et

al., 2005; Inukai et al., 2006; De Groot et al., 2008; Mojtahedi et al., 2008), entre

outros aspectos da saúde geral de um indivíduo, e considerando que as pessoas

com LM são extremamente sedentárias(Manns et al., 2005), e em adição que essa

população – por diversos fatores – está aquém de uma dieta saudável, e que

portanto a suplementação comAGPI n-3 vem sendo utilizada como estratégia para a

manutenção da saúde geral e poucos são os estudos que observaram suas ações

sobre a população com LM, a pesquisa em questão visouinvestigar o efeito de

diferentes níveis de AF e da suplementação alimentar com cápsula de óleo de peixe

(OP) sobre a função dos sistemas imunitário, metabólico e neuromuscular de

indivíduos com LM.

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1.1 Objetivo Geral

Este estudo objetivou investigar o efeito do nível de AF e da suplementação

alimentar com cápsula de OP na saúde geral do indivíduo após LM, principalmente

sobre a alta incidência de DCNT nessa população. Para tanto, os efeitos da prática

de atividade física, realizada à priore do estudo,sobre parâmetros bioquímicos e

imunitários, metabólico e neuromuscularde indivíduos com LM e hígidos pareados

foram investigados e comparados, bem como o efeito da suplementação com OP

em parâmetros bioquímicos e função do sistema imunitário.

1.2 Objetivos Específicos

Avaliar a relação entre o nível de AF e o nível/severidade da LM.

Determinar se existem diferenças nos parâmetros bioquímicos

plasmáticos relacionando-os com nível/severidade da LM, nível de AF,

além de comparar estes parâmetros com os encontrados no grupo de

indivíduos hígidos.

Determinar se existem diferenças nos parâmetros imunitários

relacionando-os com nível/severidade da LM, nível de AF, além de

comparar estes parâmetros com os encontrados no grupo de

indivíduos hígidos.

Verificar a capacidade de produção de força (pico e taxa de

desenvolvimento de torque) e os parâmetros de recrutamento muscular

(ativação muscular e fadiga) em lesados medulares e hígidos.

Verificar os efeitos do nível de AF e da suplementação alimentar com

cápsula de OP, bem como a associação dos mesmos sobre os

parâmetros sanguíneos e marcadores inflamatórios.

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1.3 Hipóteses

Para atingir o objetivo central do estudo, as hipóteses a seguirforam testadas:

H1. O nível de AF estará relacionado ao nível e severidade da LM.

H2. Os parâmetros bioquímicos plasmáticos apresentarão correlação com nível e

severidade da LM, nível de AF, e apresentarãomaiores alterações com

relação aos padrões normais quando comparados aos encontrados no grupo

dos hígidos.

H3. Os parâmetros imunitários apresentarão correlação direta com nível e

severidade da LM, nível de AF, e apresentarão maiores alterações com

relação aos padrões normais quando comparados aos encontrados no grupo

dos hígidos.

H4. A capacidade de produção de força será menor e os parâmetros de

recrutamento muscular serão piores (ativação muscular menor e fadiga mais

rápida) em lesados medulares com nível de LM alto (comprometimento de

musculatura de tronco e/ou MMSS) quando comparados aos LM com níveis

de lesão baixos e aos hígidos.

H5. A suplementação alimentar com cápsula de OP, alterará os parâmetros

sanguíneos e marcadores inflamatórios de forma positiva.

H6. Os efeitos do nível de AF e da suplementação alimentar com cápsula de OP,

bem como a associação destes serão positivos sobre os parâmetros

sanguíneos e marcadores inflamatórios.

1.4 Estruturação da tese

As pesquisas descritas nesta tese visaram analisar a influência da LM nos

parâmetros bioquímicos e sistemaimunitário, metabólico e neuromuscular, bem

como verificar se o nível de AF de alguma forma estava relacionado ao estado dos

sistemas fisiológicos investigados. Além disto a proposta de intervenção com

suplementação com OP foi implementada para verificar o impacto na saúde geral do

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indivíduo com LM. Para tanto, as perguntas a serem respondidas em cada sistema

fisiológico geraram diferentes propostas de avaliação, sendo que para melhor

aproveitamento dos dados e maior profundidade de investigação,optou-se por

apresentar os diferentes estudos como capítulos distintos.

A apresentação do problema centraldeste projeto está descrita no Capítulo 1

– Introdução, onde o objetivo geral, os objetivos específicos e as hipóteses geradas

estão descritas.

No Capítulo 2 encontra-se a Revisão de Literatura.Esta apresenta uma

visão geral sobre LM, AF e suplementação de OP, englobando os principais

aspectos de cada assunto e correlacionando estes 3 tópicos.

O Capítulo 3 – Materiais e Métodos, descreve o processo de recrutamento

dos indivíduos bem como o desenho experimental geral formulado para a pesquisa,

sendo que nos capítulos referentes à cada estudo, serão descritos os materiais e

métodos especificamente utilizados.

Os próximos capítulos foram estruturados de forma que cada estudo tivesse

uma breve justificativa que fundamentasse o assunto analisado, bem como os

objetivos geral e específicos, os materiais e métodos empregados, os resultados

encontrados, e assim, finalizando com a discussão e conclusão.

Portanto, o Capítulo 4 - Estudo 1 trata da análise da saúde geral dos

participantes (lesados medulares e hígidos), para tanto foram utilizadas análises de

parâmetros sanguíneos, parâmetros antropométricos, níveis de LM e de AF.

O Capítulo 5 - Estudo 2analisou a força muscular gerada pelo músculo

bíceps braquial, bem como a capacidade de ativação muscular dos participantes

com LM e dos participantes hígidos pareados. Todas as análises necessárias para

avaliar diferenças em força muscular e capacidade de ativação muscular foram

realizadas individualmente e bilateralmente,sendo comparadas entre os grupos de

diferentes níveis de LM e hígidos pareados.

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O Capítulo 6 - Estudo 3 - analisou a ação da suplementação com OPnos

parâmetros bioquímicos e citocinas, além de verificar se houve correlação destes

parâmetros com a concentração de EPA e DHA no plasma dos participantes

suplementados.

Por fim, oCapítulo 7 - Discussão - discutiu as relações entre os estudos,

além de discutir as hipóteses que tinham sido elaboradas no início do projeto.

Finalmente, futuras recomendações e direções para a continuidade destas

pesquisas foram descritas.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO DE LITERATURA

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Em 1862, o egiptologista Edwin Smith comprou um papiro datado de 2500

A.C. descoberto em uma catacumba de 3000 anos no Egito. Este papiro,traduzido

por James Henry Breasted em 1930 tratava-se de uma compilação de 48 casos

patológicos, os quais eram descritos com uma breve introdução, descrição dos

principais sintomas, diagnóstico, e por fim o tratamento recomendado.Destes 48

casos clínicos seis são descrições de lesões medulares,sendo que o que mais

chamou atenção dos estudiosos além da riqueza de detalhes na descrição da

patologia foi que na seção sobre tratamento recomendado lia-se “uma condição

médica que não pode ser tratada”(Van Middendorp et al., 2010).

Pode-se imaginar que uma lesão que resulta em síndrome neurológica

altamente incapacitante que compromete as principais funções motoras, sensitivas e

autonômicas levando a inabilidade permanente, devia ser considerada naquela

época como algo que estava além dos conhecimentos e recursos necessários para

a “cura”, o que se comprova pelosrelatos encontrados que diziam que “a morte seria

o melhor dos remédios para este mal que afligia a família”(Van Middendorp et al.,

2010; Kim, 2013).Corroborando com os achados acima mencionados, não

encontram-se relatos de indivíduos que tenham permanecido vivos por muito tempo

após uma lesão medular, o que pode ser facilmente explicado se um paralelo com

os dias de hoje for feito, pois apesar de todos os avanços conquistados nas áreas de

terapia intensiva, medicina e farmacologia ainda tem-se uma grande porcentagem

de óbitos que ocorrem até o primeiro mês de lesãopor intercorrências respiratórias e

septicemias(Devivo et al., 1999; Garshick E et al., 2005; Strauss et al.,

2006).Infelizmente, por mais que as pesquisas em modelos experimentais e

humanos estejam sendo desenvolvidas de forma muito intensa e responsável, ainda

temos vários pontos obscuros nesta patologia, desde como diminuir a intensidade e

a velocidade com que a cascata de acontecimentos logo após a injúria da medula

ocorre, a definição de melhores procedimentos terapêuticos para impedir a grave e

intensa necrose e apoptose que ocorre no sítio da lesão(Sekhon e Fehlings, 2001;

Yu et al., 2001; Anderson et al., 2005), até qual é a melhor forma de se reabilitar um

indivíduo com LM(Anema et al., 2007; Harvey, L., 2008; Harvey et al., 2011), qual a

quantidade de exercicios necessários para a melhora e manutenção da saúde

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(Bauman e Spungen, 2001a; 2008; Aziz et al., 2009; Bassett e Martin Ginis, 2009)e

como a nutrição deste indivíduo influenciará de maneira positiva ou negativa nas

comorbidades de uma pessoa com LM(Bauman e Spungen, 2001a; Buchholz e

Bugaresti, 2005; Chen et al., 2006; Perret e Stoffel-Kurt, 2011).

Sabendo-se que os assuntos que serão abordados nesta revisão de literatura

são vastos e tem certas especificidades, que giram em torno da população que está

sendo estudada, foram escolhidos os tópicos de forma que bom embasamento fosse

dado aos pontos que serão tratados na pesquisa. Vale ressaltar que o afunilamento

dos temas não diminui a importância do que não será comentado.

2.1 Epidemiologia

Epidemiologicamente, nos Estados Unidos, a cada ano ocorrem 11.000 casos

de LM, e no Brasil estima-se que anualmente surjam aproximadamente 9.000 novos

casos (Koch, 1976; Ackery et al., 2004; Koch A et al., 2007; Norton, 2010).

Interessantemente, alguns números sobre LM seguem certa tendência mundial,

mostrando que cerca de 80% dos indivíduos são homens, na faixa etária de 16 a 30

anos (±51,6%), em que 65% dos casos tem comprometimento neurológico

incompleto e aproximadamente 50% das lesões são tetraplegias(Kirshblum et al.;

Mckinley et al., 2006). Estudo realizado em hospital público da região de São Paulo,

registrou 100 casos de LM em 2007, com predomínioetário de 20 a 40 anos em 64%

dos casos; sexo masculino em 86%; sendo o segmento toracolombar o mais

comumente atingido com 64% dos casos e 36%para o segmento cervical. As

principais causas foram quedas em 40%, seguidas de acidentes automobilísticos em

25% e quedas da laje23%. A prevalência dosferimentos por arma de fogo (FAF) foi

de 7%, mergulho em águas rasas 3% e agressões 2%. Outro estudo desenvolvido

por Koch et al (2007), analisou retrospectivamente, os protocolos de fraturas

vertebrais em pacientes atendidos no Pronto-Socorro e Ambulatório de Lesões

Traumáticas da Coluna Vertebral do Hospital do Trabalhador da Universidade

Federal do Paraná (HT - UFPR) em Curitiba, no período de janeiro de 1999 a janeiro

de 2004. O mecanismo de lesão mais frequente foi o acidente por queda com

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50,4%, seguido por acidentes de trânsito com 25,5% e lesões por FAF com 9,76%,

totalizando 502 casos de LM (Koch A et al., 2007). Outro estudo realizado na região

nordeste do Brasil demonstrou a prevalência de acidentes automobilísticos seguido

por FAF como principais causas de LM, sendo que o segmento mais acometido foi o

cervical (48,3%), seguido do torácico (25,8%) e lombar (25,8%). A maior incidência

de lesão foi encontrada em homens, na faixa etária de 21 a 30 anos, e o tempo de

hospitalização após a LM foi em média de 23 dias (Pereira C e Jesus R, 2011).

Estudo de coorte prospectivo de base populacional, relatou que em 1996, nos

EUA, os gastos por paciente com LM era de quase 200.000 dólares durante os

primeiros dois anos após a lesão, quando incluídos o atendimento domiciliar,

serviços médicos e complicações secundárias (Johnson Rl et al., 1996). Recente

pesquisa feita pelo Centro Nacional de Estatística em LM, da Universidade de

Alabama, reportou que a média dos gastos com cuidados relacionados à saúde e

despesas ligadas à LM e suas complicações secundárias está diretamente

relacionado à severidade da lesão. Outros fatores apontados como moduladores

destes gastos são nível de escolaridade e histórico de trabalho pré-lesão. Os dados

da tabela1 reportam os gastos com indivíduo com LM, que por sua vez foram

arcados pelo governo ou pelos órgãos privados de seguro médico. O levantamento

foi finalizado em fevereiro de 2012 (Tabela 1) (Cao Y et al., 2011; Devivo M J et al.,

2011; Center, 2012). Portanto, os pacientes com LM constituem gasto monetário

adicional para o sistema de saúde, não só na fase de tratamentos agudos, mas

também nos primeiros anos seguintes ao trauma. Dados oficiais à respeito dos

gastos com hospitalização, serviços médicos de rotina e tratamento de complicações

secundárias à LM no Brasil não foram encontrados, mas estima-se seguir números

encontrados em outros países, devido à similaridade de procedimentos para

tratamento dessa população, em nível mundial.

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TABELA1 Média dos gastos com manutenção da saúde e despesas

relacionadas com LM de acordo com a severidade da lesão.

Severidade da Lesão Medular

Média das despesas anuais (em dólar americano)

Estimativa do custo de vida de acordo com a idade em que ocorreu a lesão

Primeiro ano Anos subsequentes

aos 25 anos aos 50 anos

Tetraplegia alta (C1-C4)

AIS A-B-C $1,023,924 $177,808 $4,543,182 $2,496,856

Tetraplegia baixa (C5-C8)

AIS A-B-C $739,874 $109,077 $3,319,533 $2,041,809

Paraplegia AIS A-B-C

$499,023 $66,106 $2,221,596 $1,457,967

Lesão motora incompleta a

qualquer nível AIS D

$334,170 $40,589 $1,517,806 $1,071,309

As melhorias conquistadas na medicina e na farmacologia com o passar dos

anos, fizeram com que a sobrevida dos indivíduos com LM aumentasse, porém, esta

ainda permanece aquém à da população em geral, como verificado na pesquisa

desenvolvida por Groah et al, visualizada na figura 1(Groah et al., 2012). Este

aumento da sobrevida dos indivíduos com LM, apesar de ser considerado ganho,

não corresponde a aumento da qualidade de vida.

Teoricamente, qualidade de vida de uma pessoa é determinada pela sua

percepção de inserção em diversos contextos como social, ambiental, familiar e

econômico, a partir do valor que esta pessoa dá a cada um destes tópicos, dos

seus objetivos de vida e preocupações pessoais (Westgren e Levi, 1998; Krause, J.

S. et al., 2009).

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FIGURA 1 Sobrevida em lesados medulares considerada após um ano de lesão medular. (figura reproduzida do artigo Groah et al, 2012).

Quando a qualidade de vida é mensurada em lesados medulares, as duas

principais características que são mencionadas pelos indivíduos são a

funcionalidade e saúde. Verificou-se que a satisfação com a vida está diretamente

correlacionada a este dois fatores, sendo que quanto maior a funcionalidade e

melhor a saúde, menores são as queixas pessoais, sociais e ambientais (Bach et al.;

Bergmark et al., 2008; Krause, J. S. et al., 2009).

2.2 Fisiopatologia da LM

A LM pode ser classificada quanto à severidade e quanto ao nível neurológico

da lesão. A severidade diz respeito à área tecidual comprometida, e divide-se em

lesão completa e incompleta. LM completa é caracterizada quando ocorre

interrupção total das vias neuronais, tanto aferentes quanto eferentes abaixo do

nível da lesão da medula, tendo como característica principal a perda total de função

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motora e sensitiva. Por outro lado, LM incompleta é quando a injúria na medula é

parcial, tendo como característica a presença de algum grau de função motora e/ou

sensitiva abaixo do nível da lesão (Ditunno et al., 1994; Maynard et al., 1997). A

força muscular, e função sensitiva remanescentes abaixo do nível da LM são

avaliadas por testes específicos, que classificam o grau de comprometimento

neurológico do indivíduo.

Esta classificação utilizada mundialmente e conhecida como Padrões

Internacionais de Classificação Neurológica da LM, foi desenvolvida pela Associação

Americana de LM (ASIA) (Ditunno et al., 1994; Maynard et al., 1997; Cohen et al.,

1998), e classifica os indivíduos lesados medulares em:

ASIA A = Lesão Completa: Nenhuma função motora ou sensorial

preservada nos segmentos sacrais.

ASIA B = Lesão Incompleta: Apresenta função sensorial, mas

nenhuma função motora está preservada abaixo do nível neurológico e

inclui o segmento S4-S5.

ASIA C = Lesão Incompleta: Função motora é preservada abaixo do

nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do

nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (considerando a

escala de prova de função muscular manual entre 0 e 5).

ASIA D = Lesão Incompleta: Função motora é preservada abaixo do

nível de neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do

nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a 3.

ASIA E = Normal: Funções motoras e sensoriais estão normais.

E quanto ao nível, a LM pode ser dividida em tetraplegia e paraplegia. Ainda,

tetraplegia subdivide-se em alta (lesão nível cervical – C1/C4), e tetraplegia baixa

(lesão nível cervical – C5/C8). Da mesma forma, encontram-se as subdivisões de

paraplegia alta (lesão nível torácico – T1/T6) e paraplegia baixa (lesão nível T6

abaixo) (Maynard et al., 1997). O nível e a severidade da LM influenciam nas

variações dos sintomas e no aumento da incapacidade, o que pode ser diretamente

relacionado as mudanças fisiológicas decorrentes da LM e das complicações

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secundárias relacionadas. Devido ao alto grau de comprometimento neurológico, o

que podeacarretar alterações no funcionamento dos sistemas metabólico, endócrino,

urinário, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, entre outros, pode haver

aumento na incidência de doenças secundárias à esta patologia (aparecimento das

DCNT além de complicações secundárias específicas da LM), tornando-se assim, a

manutenção e recuperação da saúde onerosa ao indivíduo, família e cofres públicos

(Horn et al., 1998; Mckinley et al., 2007). Outro fator relevante na LM é a perda da

função motora, que se apresenta em diferentes graus, também dependendo do nível

e severidade da lesão da coluna vertebral (Carter, 1977; Mckinley et al., 1999;

Mckinley et al., 2007).

Estas sequelas físicas e fisiológicas, na maioria das vezes, ainda causam

transtornos psicológicos interferindo na vida pessoal, familiar e social do indivíduo

(Deroon-Cassini et al., 2009; Krause, J. S. et al., 2009). Algumas das principais

sequelas provenientes da LM, e suas complicações secundárias estão descritas

abaixo:

2.2.1 Paralisia da musculatura abaixo do nível da lesão

A paralisia do músculo esquelético, devido a lesão do motoneurônio superior,

acarreta em mudanças metabólicas, morfológicas e nas propriedades contráteis

(Grimby et al., 1976; Burnham et al., 1997; Castro et al., 1999; Castro et al., 2000;

Gorgey e Dudley, 2007). Devido a estas mudanças, o músculo paralisado sofre

imediata e severa hipotrofia (Castro et al., 1999; Modlesky et al., 2004; Gorgey e

Dudley, 2007). Entre as mudanças que ocorrem na musculatura esquelética após a

LM, a mais marcante é a alteração das características musculares. Em estudos

histológicos demonstrou-se que as moléculas de miosina de cadeia pesada tipo I

(MCPI), comuns em musculaturas neurologicamente intactas, após a LM diminuem

em quantidade, sendo gradualmente substituídas por outros tipos de fibras, devido

ao aumento na expressão das proteínas contráteis rápidas (MCP tipo IIa e IIx)

(Grimby et al., 1976; Round et al., 1993; Burnham et al., 1997) e dando

característica mais fatigável à musculatura abaixo da LM (Grimby et al., 1976;

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Crameri et al., 2000). Em adição, a estas alterações nas propriedades contráteis

das fibras, ocorre diminuição da área de secção transversa muscular (ASTm).

Relatou-se em um estudo, que a ASTm em um grupo de indivíduos com 6 semanas

de LM, diagnosticada como completa era 45% menor em relação a um grupo hígido

utilizado como controle (Castro et al., 1999). Ainda, outro estudo demonstrou que em

indivíduos acometidos por LM incompleta (6 semanas) a ASTm era 33% menor

quando comparada à de hígidos ajustados pelo peso e idade (Gorgey e Dudley,

2007).

Além desta perda significativa de massa magra nos membros acometidos

pela interrupção do estímulo nervoso e consequente incapacidade de contração

muscular, estudocrosseccional realizado por Spungen et al em 2006 verificou que

quando comparados paraplégicos, tetraplégicos e hígidos pareados os grupos com

LM apresentaram perda significativa de massa magra tanto regional (membros

superiores, membros inferiores e tronco) quanto total, sendo que esta perda não

teve diferença significativa entre os níveis de LM. Quando analisada entre indivíduos

com LM e hígidos a perda de massa magra foi mais pronunciada em membros

superiores e membros inferiores do que em tronco. Quando o fator envelhecimento

foi correlacionado àdiminuição de massa magra observou-se que os lesados

medulares tiveram perdas estatisticamente maiores que os hígidos pareados por

idade. Além disto, verificou-se que enquanto os hígidos perdiam 1% de massa

magra total por década, os lesados medulares perdiam aproximadamente 3,2%

(Spungen Am et al., 1993; Spungen et al., 2003).

Mesmo tendo resultados concretos sobre a perda de massa magra total em

indivíduos com LM, deve-se ressaltar que a atribuição deste fato à LM é tênue,

sabendo que fatores genéticos e ambientais podem influenciar este processo.

Portanto, para verificar se a perda de massa magra total está realmente relacionada

à LM, o grupo de pesquisa de Spungen, em 2000, realizou pesquisa com gêmeos

monozigotos em que um deles era lesado medular. Dentre os achados, verificou-se

que os lesados medulares quando comparados aos irmãos tiveram em média perda

de 4kg de massa magra total em 5 anos de paralisia(Spungen Am et al., 1993;

Spungen et al., 2003). Levando em conta que o gasto energético basal está

diretamente relacionado a quantidade de massa magra, e que este é o tecido que

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mais demanda energia,concluiu-se que, quanto maior a perda de massa magra

menor é o gasto energético basal(Jacobs et al., 2004; Cowan e Nash, 2010). Um

maior aprofundamento sobre este assunto de diminuiçãoo de gasto energético basal

será dado no tópico de alterações na composiçãoo corporal após LM.

Outras pesquisas também correlacionaram o aparecimento de acúmulo de

tecido adiposo intramuscular(Chen et al., 2006; Gorgey e Dudley, 2007; Hamer e

Stamatakis, 2009), intolerância à glicose, resistência à insulina e aparecimento tardio

de diabetes tipo II (Gordon e Mao, 1994; Bauman e Spungen, 2001a; b), alteração

da competência imunitária, em parte pela inatividade e redução do aminoácido

glutamina no tecido muscular (Campagnolo et al., 2000; Tanhoffer et al., 2007;

Campagnolo et al., 2008), em consequência da hipotrofia muscular e alteração

morfológica e funcional desse tecido. Deve-se salientar que esta diminuição

funcional, na maioria das vezes representada pela necessidade de utilização da

cadeira de rodas para locomoção e incapacidade de realizar a contração dos

grandes grupos musculares do corpo humano reduz muito os níveis de AF ficando

aquém dos níveis descritos como ideais para a manutenção da saúde geral (Elder et

al., 2004).

2.2.2Alterações nas propriedades de condução do estímulo nervoso

Os achados à respeito das intercorrências que ocorrem após a falta de

estímulo nervoso para os músculos abaixo da LM ainda são poucos e inespecíficos.

Alterações nas propriedades de condução do estímulo nervoso, podem

ocorrer devido a interrupção total ou parcial da comunicação entre sistema nervoso

central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). A falta da contração adequada da

fibra muscular pode agravar a já comprometida velocidade de condução das

unidades motoras correspondentes as suas fibras musculares (Harvey, Lisa, 2008;

Singhal et al., 2008). Em caso de lesões medulares incompletas as alterações na

condução nervosa, podem postergar e dificultar o processo reabilitativo (Mange et

al., 1990; Marino et al., 1999), e em lesados medulares completos, restringe a

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qualidade dos ganhos musculares com a utilização de terapias assistivas como

eletroestimulação neuromuscular (EENM) que atualmente é uma das estratégias

reabilitativas e de treinamento que vemsendo usada para ganho de funcionalidade e

melhora de performance em caso de atletas (Ragnarsson, 1988; 2008).

2.2.3Alterações na composição corporal

Perret e Stoffel-Kurt (2011) verificaram que a dieta nutricional de indivíduos

acometidos por LM, independente do nível neurológico da lesão, está

consideravelmente abaixo das recomendações nutricionais de ingestão de macro e

micronutrientes para a população adulta, o que também foi ressaltado em outros

estudos (Pickelsimer et al.; Chen et al., 2006; Perret e Stoffel-Kurt, 2011), e esse

fator se dá principalmente pelos hábitos alimentares contemporâneos, ou seja,

utilização principalmente de comidas industrializadas de baixo valor nutricional,

porém de fácil manipulação e praticidade na hora do preparo – o que se transforma

em agente facilitador durante as tarefas do dia-a-dia para pessoas com mobilidade

reduzida, como é o caso de indivíduos com LM (Pickelsimer et al.; Chen et al., 2006;

Perret e Stoffel-Kurt, 2011). Em adição à alimentação não balanceada, pessoas com

LM normalmente reduzem drasticamente os níveis de atividade física. Balanço

calórico positivo (atividade reduzida e ingestão alimentar aumentada e incorreta),

direciona para acúmulo de estoque energético, com consequente hipertrofia

adipocitária e acúmulo deste tecido na região abdominal/visceral (Buchholz et al.,

2003a; Spungen et al., 2003).

De fato, o tecido adiposo está ganhando entendimento ao longo das décadas

e portanto, agora sabe-se quão complexo e metabolicamente importante este tecido

é para o corpo humano, estando envolvido, por exemplo, no metabolismo

energético, funções neuroendócrina e imunitária (Kershaw e Flier, 2004; Bays,

2009). Este aumento de adiposidade visceral geralmente resulta em disfunção desse

tecido e liberação excessiva de ácidos graxos livres (AGL). Este aumento de AGL

circulante pode ser distribuído para alguns órgãos de nosso organismo, como fígado

e músculo esquelético, causando acúmulo de gordura ectópica(Bays et al., 2004;

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Karelis et al., 2004). No fígado, a inabilidade de oxidar AGL pode direcionar para

aumento de triglicerídeos intra-hepático (TGIH), contribuindo para estado de

resistência à insulina, dislipidemias e acréscimo na síntese de interleucina-6 (IL-6) e

proteína C reativa (PCR), que são fortemente relacionadas com doenças

cardiovasculares(Castro et al., 1999; Bauman e Spungen, 2008), devido a ação pró-

inflamatória dessas estruturas moleculares. Disfunção similar pode ocorrer no tecido

muscular esquelético, onde o excesso de AG dentro dos miócitos direcionam a

síntese e acúmulo de lipídeos intramiocelular como ceramida e diacilglicerol, que

são correlacionadas com resistência à insulina (Buchholz et al., 2003b; Karelis et al.,

2004; Buchholz e Bugaresti, 2005). Portanto, adiposidade excessiva pode promover

algumas das doenças metabólicas mais comuns, incluindo resistência à insulina,

hiperglicemia, dislipidemia, hipertensão e estados protrombóticos e inflamatórios

severos (Buchholz et al., 2003b; Jones et al., 2003; Bays et al., 2004; Karelis et al.,

2004). De fato, recentes evidências demonstram que as principais doenças

metabólicas, como resistência à insulina, diabetes e doenças cardiovasculares, são

causadas por processo inflamatório crônico, lento e gradual, devido a liberação de

adipocinas pró-inflamatórias (citocinas específicas sintetizadas à partir do tecido

adiposo), mesmo em indivíduos com ligeiro sobrepeso (Karelis et al., 2004; Bays et

al., 2007), que são processos patológicos com altíssima taxa de incidência

encontrados em indivíduos com LM, muito provavelmente devido a alteração da

composição corporal encontrada nessas pessoas (Bauman et al., 2004; Bergmark

et al., 2008; Bassett e Martin Ginis, 2009; Deroon-Cassini et al., 2009).

Interessantemente, apesar de haver procedimentos para diagnóstico de

doenças cardiovasculares (DC) bem consolidados em pesquisas baseadas em

evidências e em técnicas diagnósticas preditoras de riscos associados à DC, uma

grande porcentagem de indivíduos que apresentam problemas cardiovasculares

como ateroesclerose progredindo para doenças coronarianas tem os preditores de

risco como peso, níveis lipídicos, pressão arterial e nível de AF predito dentro dos

níveis considerados de normalidade (Bauman e Spungen, 1994; 2001b; Bauman et

al., 2004; Bauman e Spungen, 2008; Cowan et al., 2009; Cowan e Nash, 2010).

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Portanto, o papel do tecido adiposo como agente causador de estado inflamatório

crônico e potencial fator de risco de doenças cardiovasculares em pessoas com LM

deve ser investigado.

Pesquisadores da área tem como consenso que a melhor estratégia para que

estas alterações na composição corporal e alterações metabólicas sejam

diminuídas, seria a integração da diminuição da ingestão calórica e o aumento do

gasto energético diário. Porém, apesar desta estratégia parecer acertiva, existem

alguns fatores que interferem na sua eficácia, dentre eles a não efetividade de dieta

balanceada e a interferência da diminuição da massa magra e da disfunção

adrenérgica no aumento do gasto energético pelo exercício (Bauman e Spungen,

1994; 2000; Batsiou et al., 2008; Bauman e Spungen, 2008).

2.2.4 Incontinência e infecções de repetição do trato urinário

Bexiga neurogênica é o termo utilizado para descrever as disfunções vésico-

esfincterianas que acometem indivíduos com LM, as quais causam alterações do

padrão miccional que pode ocorrer nas fases de enchimento vesical/reservatório e

na de esvaziamento vesical. Isto ocorre devido à interrupção parcial ou total da

comunicação entre o centro sacral da micção e os centros pontinos e encefálicosque

são responsáveis pelo sinergismo vésico-esfincteriano e pelo controle

miccional(Zerat Filho, 2010).

No caso da LM, a incontinência urinária, que seria a incapacidade de

controlar o padrão miccional levando a perda de urina,pode ocorrer devido a

disfunção do neurônio motor superior ou do neurônio motor inferior como explicado

a seguir:

Quando a LM for acima do centro do reflexo de micção [S2-S4] localizado no

cone medular sendo assim chamada de lesão suprassacral;ocorre a

interrupção parcial ou total com os centros superiores, o que causa a perda

do controle voluntário da micção além da incoordenação entre funcionamento

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vesical e esfincteriano,denominado dessinergismo vésico-esfincteriano

gerando elevação da pressão vesical e esvaziamento vesical incompleto.

Quando a lesão da medula acomete o neurônio motor inferior envolvendo o

centro do reflexo de micção [S2-S4] no cone medular e/ou raiz do nervo

sacral na cauda equina,ocorre a arreflexia vesical, causada pela lesão no

centro vesical-parassimpático em nível medular. Neste tipo de lesão o padrão

de atividade esfincteriana pode ser não funcionante ou hiperativo e

dessinérgico

Portanto,estes indivíduos apresentam dificuldade de esvaziamento completo

da bexiga, causando acúmulo de resíduo que acarreta em múltiplas infecções

urinárias, muitas vezes progredindo para quadros de disfunções renais e sepse

(Karlsson e Karlsson, 2006; Rapidi et al., 2008; Dedeic-Ljubovic et al., 2009; Pannek,

Kullik, et al., 2009). Por isso, para a prevenção da incontinência urinária e de futuras

patologias associadas ao aumento de pressão intravesical e ao dessinergismo dos

esfincteres, o indivíduo com LM necessita fazer o esvaziamento vesical intervalados

de 4 a 6 horas.

Existem duas formas de esvaziamento da bexiga em lesados medulares,

sendo que estas dependem do nível e severidade da LM. O esvaziamento pode ser

realizado espontaneamente ou não espontaneamente, em que se utiliza técnicas

específicas para a ação. Estas técnicas são: (1) sonda vesical de demora; (2)

cateterismo intermitente; (3) reflexo de esvaziamentosendo as manobras mais

utilizadas a de Crede e Valsalva, que tem como princípio o aumento da pressão

vesical externa até queesta supere a pressão vesical interna e tenha liberação dos

esfincteres (Zerat Filho, 2010).

Rapidi et al (2008) encontraram diferenças estatisticamente significantes

entre a frequência de infecções urinárias, formação de cálculos renais, episódios de

incontinência urinária e dosagem de anticolinérgicos diários entre lesados medulares

com ausência total de estímulo/resposta somatosensorial abaixo do nível da lesão

(ASIA A) e lesados medulares com diferentes graduações de preservação

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somatosensorial abaixo do nível da LM (ASIA B e C). Estas diferenças

demonstraram que quanto maior comprometimento de raízes nervosas abaixo da

LM o indivíduo tiver, maior é a gravidade da disfunção vesical (Rapidi et al., 2008).

Outro fator evidenciado em estudo de acompanhamento de 83 homens após 18

meses de LM não achou correlação entre idade e severidade de espasticidade com

função urinária, por outro lado, encontrou forte correlação de indivíduos que tinham

a habilidade de esvaziar a bexiga espontaneamente e nível de lesão, ASIA, maior

funcionalidade e capacidade de manter ortostatismo e deambular (Aito et al., 2007).

Levantando outro ponto de vista à respeito das disfunções urinárias em

lesados medulares, Pannek et al, em 2009, publicaram artigo que avaliou a

interferência de disfunções vesicais na qualidade de vida de pessoas com LM. Para

este estudo foram selecionados indivíduos com LM que utilizam o auto cateterismo

intermitente (conduta de esvaziamento da bexiga feita por meio de cateter vesical,

normalmente realizado de 4 em 4 horas). O estudo que utilizou exame urodinâmico

e questionários para avaliação de qualidade de vida e condutas para tratamento de

incontinência vesical neurogênica verificou que os indivíduos que utilizavam o auto

cateterismo intermitente de maneira correta tiveram melhores resultados

urodinâmicos e melhor percepção de qualidade de vida (Pannek, Gocking, et al.,

2009; Pannek, Kullik, et al., 2009).

Outros estudos foram feitos e demonstraram forte correlação entre a eficácia

de tratamentos para diminuir os problemas decorrentes da disfunção vesical e a

melhora na percepção de qualidade de vida. Vale lembrar que um dos maiores

problemas encontrados nesta população é a infecção do trato urinário, que na

maioria das vezes é assintomática (Dedeic-Ljubovic et al., 2009), sendo que um dos

motivos para isto é a falta de sensibilidade no trato urinário da maioria dos lesados

medulares (Pannek, Kullik, et al., 2009), e a impossibilidade do total esvaziamento

da bexiga mesmo com a utilização do cateterismo (Cardenas, Hoffman, et al., 2004;

Dedeic-Ljubovic et al., 2009).

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2.3 Atividade Física

Atividade física compreende todo e qualquer movimento produzido pelo

sistema musculoesquelético que resulte em gasto energético acima da taxa

metabólica basal (Caspersen et al., 1985; Laporte et al., 1985).Sendo assim,

exercícios, esporte recreacional ou competitivo, AVD, atividades ocupacionais e de

lazer são consideradastipos de AF(Caspersen et al., 1985).A manutenção de níveis

ideais de AF tem como resultado a manutenção da aptidão física que foi definida por

Capersen et al em 1985 como a capacidade de realizar as tarefas da vida diária com

vigor e presteza sem fadiga e com energia suficiente para realizar atividades de

lazer (Caspersen et al., 1985). A aptidão física pode ser considerada uma forma de

avaliar saúde geral, verificando valências cardiorrespiratórias, força e resistência

muscular, flexibilidade, equilíbrio, agilidade, tempo de reação e potência (Caspersen

et al., 1985).

Vale ressaltar que a aptidão física está relacionada a função física, pois a

capacidade do invíduo realizar as AF com autonomia está diretamente ligada à

função e controle motor, sendo assim preditor de independência funcional (Garber et

al., 2011; Jetha et al., 2011). Portanto um dos pontos que influenciam a aptidão

física de lesados medulares é a função física, que por sua vez estará alterada de

acordo com o nível e severidade da LM, aspectos estes que foram abordados na

seção 2.2 (Fisiopatologia da LM) (Maynard et al., 1997; Cohen et al., 1998; Marino

et al., 1999).

Os resultados da AF regular e contínua e do exercício, que é considerado

uma forma de AF planejada, estruturada e mantida regularmente com o objetivo de

melhorar, manter e aumentar a aptidão física (Caspersen et al., 1985), estão

associados com inúmeros benefícios tanto para a saúde física quanto mental em

homens e mulheres de qualquer faixa etária. Vale ressaltar que pesquisadores

demonstraram que somente a mudança de estilo de vida sedentário, como por

exemplo hábitos de ficar sentado, assistir televisão, jogar videogame ou usar o

computador(Owen et al., 2010), paraestilo de vida em que a pessoa possa ser

classificada como “fisicamente ativa”, aumenta a longevidade, diminui as

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DCNT(Haskell et al., 2007; Gillison et al., 2009), melhora função cognitiva e previne

ou regride quadros de depressão e ansiedade, entre outros(Martinsen, 2008; Mead

et al., 2009). Portanto, a AF quando feita na quantidade e intensidade corretas tem

importante papel no alcance, manutenção e aumento da qualidade de vida (Conn et

al., 2009).

Contudo, quando a AF e o exercício são prescritos para lesados medulares

vários fatores influenciam na eficácia do treinamento. Diversos estudos demonstram

que a diminuicao da aptidao física desta populacao vai além do “sedentarismo

imposto” pela imobilidade ou diminuicao de função dos músculos dos membros

inferiores (MMII) em paraplégicos e dos MMII e membros superiores (MMSS) em

tetraplégicos (Jacobs et al., 2004; Mccormick et al., 2015).Outros pontos como

alteração do SNA (Garstang et al.; Campagnolo et al., 2000; Karlsson e Karlsson,

2006; Alexander, 2008), que podem gerar quadros de hipotensão, disreflexia

autonômica, fadiga, hipertermia e até mesmo hipoglicemia são comuns em lesados

medulares, e fatores como intensidade, frequência e volume da AF, além da

temperatura ambiente não forem adequadas e/ou planejadas, esses indivíduos

podem ter ganhos mínimos de aptidão física ou ficarem inaptas à prática de

AF(Ginis, K. et al., 2005; Ginis, K. a. M. et al., 2005; Latimer A et al., 2006; Ginis et

al., 2008; Bassett e Martin Ginis, 2009; Hetz et al., 2009; Jetha et al., 2011; Ginis et

al., 2012).

Não surpreendentemente, as alterações descritas na seção 2 contribuem

para a diminuição da capacidade das pessoas com LM em praticar ou manter níveis

adequados de AF, e inúmeros trabalhos científicos descrevem quantidade

significante de patologias associadas ao sedentarismo, entre elas, obesidade,

dislipidemias, diabetes, disfunção do sistema imunológico e doenças

cardiovasculares, que quando em conjunto são conhecidas por síndrome metabólica

(Bauman e Spungen, 2001b; Buchholz e Bugaresti, 2005; Krause e Saunders, 2011;

Perret e Stoffel-Kurt, 2011). Não por coincidência, indivíduos com LM são

considerados como um dos mais sedentários entre todas as outras populações

especiais e ainda, o índice de incidência dessas doenças relacionadas à inatividade

física acontecem antes e são mais frequentes que na população em geral (Martin

Ginis et al., 2008). Por outro lado, a AF é reconhecida como o principal agente não

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farmacológico no combate à síndrome metabólica, porém, os indivíduos com LM

apresentam dificuldades em iniciar e em manter AF para saúde por não ter as

condições físicas mínimas necessárias para isto (Campagnolo et al., 2000; Karlsson

e Karlsson, 2006; Campagnolo et al., 2008; Furlan et al., 2008). Vale ressaltar, que

a avaliação física e prescrição de exercícios para pessoas com LM visando saúde

ou reversão de estados patológicos relacionados à inatividade física é de grande

valia, visto que as principais causas de morbidade e mortalidade em lesados

medulares são problemas cardiovasculares, infecções do trato urinário e/ou

respiratório, úlceras de pressão e fraturas por osteoporose, que estão de alguma

maneira ligadas primordialmente à inatividade física e má alimentação (Strauss et

al., 2006; Krause, James S. et al., 2009; Groah et al., 2012).

Em 2011, o American College of Sports Medicine(ACSM)reuniu

recomendações sobre a quantidade e qualidade de exercício necessário para

desenvolver e manter funções cardiorrespiratória, musculoesquelética e

neuromotora em adultos aparentemente saudáveis. Neste guia criado por estudiosos

da área, foi mencionado que além da população adulta saudável, pessoas que

tenham doenças crônicas e necessidades especiais que tenham passado por

avaliação e liberação para prática de AF podem seguir as mesmas recomendações.

Porém deve-se levar em consideração o quadro de saúde, a função física, a forma

de resposta ao exercício e por fim, estabelecer as metas e objetivos de acordo com

as capacidades físicas (Garber et al., 2011).

Portanto, torna-se imperativo o desenvolvimento de pesquisas para

aperfeiçoar as formas de avaliar e prescrever AF para indivíduos com LM, levando

em conta as características fisiológicas desta condição, já mencionadas

anteriormente. Inúmeros grupos de pesquisa espalhados pelo mundo estão

reunindo esforços para conseguir melhor embasamento neste assunto, na tentativa

de obter instrumentos práticos e baratospara avaliar o nível de AF e os riscos

associados ao grau de aptidão física deste indivíduos (Ginis, K. et al., 2005; Latimer

A et al., 2006; Van Der Ploeg et al., 2007; Bassett e Martin Ginis, 2009; Tanhoffer R.

A. et al., 2012; Tanhoffer et al., 2012; Hasnan et al., 2013; Tanhoffer et al., 2014;

Tanhoffer et al., 2015; Gorla et al., 2016).

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2.4 Ácidos graxos

Lipídios ou gorduras, são definidos como moléculas biológicas altamente

solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água. Os lipídios podem ser

encontrados em diferentes estados, sendo que tecnicamente são chamados de

gorduras se sólidos à temperatura ambiente, como por exemplo os lipídios derivados

de fontes animais como a banha e manteiga, e quando líquidos à temperatura

ambiente são chamados de óleos, sendo que a maioria provém de vegetais(Curi,

2009; Curi et al., 2002).

A estrutura fundamental dos lipídios é composta por ácidos graxos (AG) ou

estruturas diretamente relacionadas a eles, como os álcoois, aldeídos e aminas. Os

ácidos graxos são as unidades fundamentais para a síntese de lipídios, constituídos

por cadeias de átomos de carbono, ligados aos átomos de hidrogênio(Curi et al.,

2002). São importantes fontes de energia para o metabolismo (Menendez e Lupu)

sendo derivados no animal de duas maneiras: a exógena, vinda da alimentação e a

endógena, vinda da biossíntese (Vescovi et al., 2008). As propriedades dos AG,

como solubilidade e flexibilidade, são determinadas pelo tamanho da cadeia e grau

de insaturação, sendo que os ácidos graxos poliinsaturados (AGPI) de cadeia longa,

são mais flexíveis e solúveis que os saturados (Nettleton, 1995).

De maneira geral, as células humanas possuem pelo menos duas vezes mais

AG insaturados que saturados, porém isto pode ser influenciado pela dieta, sendo

assim, o tipo de AG contido nos lipídios ingeridos direcionará a razão AG

saturados/AG insaturados.Os AG insaturados são divididos em quatro classes,

sendo cada uma composta por uma família de AG sendo que todos os membros

desta família podem ser sintetizados biologicamente a partir daqueles oferecidos

pelos absorvidos pela dieta(Silverthorn, 2010; Curi et al., 2002).

Há duas importantes classes de AGPI: (i) a família n–6 (ômega–6), derivada

do AG essencial linoléico (AL) que é convertido em ácido araquidônico; e (ii) a

família n–3 (ômega–3), derivada do AG essencial α-Linolênico (ALA) que é

convertido em ácido eicosapentaenóico (EPA) e em ácido docosaexaenóico (DHA).

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Esses dois ácidos AL e ALA são considerados essenciais por serem imprescindíveis

ao organismo, pois este não é capaz de sintetizá-los devido à falta das enzimas

delta-12 dessaturase e delta-15 dessaturase. Outro fator que os torna essenciais é

que os AG deuma determinada família não podem ser biologicamente convertidos

em outra família, por exemplo, nenhum membro da família n-6(AL) pode ser

convertido em n-3 (ALA)(Curi, 2009; Silverthorn, 2010; Curi et al., 2002).

Porém, apesar destas duas famílias de AG competirem pelas mesmas

dessaturases, estas têm ação preferencial sobre AG ômega-3, e exatamente devido

à esta competição, o ideal é que a dieta alimentar tenha uma quantidade de ingestão

maior de n-6 que n-3 auxiliando assim a homeostase. Esta ingestão ideal seria de

uma razão de 1-2 de n-6 para 1 de n-3 (1-2:1) (Simopoulos, 1998; 1999; 2000).

Contudo, atualmente as dietas ocidentais são ricas em produtos da família n-

6, como óleos vegetais e sementes (milho, girassol e soja) que quando em grandes

quantidades no corpo humano induzem características inflamatórias e cancerígenas,

favorecendo o aparecimento das patologias citadas anteriormente e do estado pró-

inflamatório. Já os AGPI da família n-3, encontrados principalmente em peixes, OP,

canola e linhaça, nozes, bem como em folhas verdes escuras tendem a ter

propriedades benéficas mencionadas anteriormente (Rose, D.P. e Connoly, J.M. ,

1999), porém, devido à característica da dieta ocidental, este importante elemento

nutricional vem sendo consumido de maneira inapropriada, abaixo do necessário.

Isto pode ser evidenciado através de pesquisas que verificaram razões entre n-6:n-

3 que varia desde 10:1 até 30:1 (Simopoulos, 2008b; a).

A última consideração à se fazer sobre as famílias n-3 e n-6 é que a

deficiência de um destes AG essenciais no organismo não pode ser revertida pela

adição de AG de outra família, porém, a deficiência de n-6pode ser revertida tanto

pela adição de ácido linoléico, como pelos ácidos gama-linolênico ou araquidônico.

Sendo que de forma semelhante, a deficiência de ômega 3 pode ser revertida pela

adição de ácido alfa-linolênico, eicosapentaenóico ou docosahexaenóico. Portanto,

não existe um ácido essencial em particular e sim duas classes de AG

essenciais.Outra peculiaridade destas duas famílias de AGPIé que elas competem

pelas mesmas enzimas no processo de alongamento e dessaturação, pois são

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comuns a ambas vias metabólicas, possibilitando que suas diferenças estruturais

produzam eicosanóides com funçõesdiferenciadas(Curi, 2009; Silverthorn, 2010;

Curi et al., 2002).

O ácido araquidônico (n-6) e o EPA (n-3) dão origem a eicosanóides

viaenzimas cicloxigenase 2 (COX) e lipoxigenase (LOX). Eicosanóides são

moléculas compostas por 20 átomos de carbonos que desempenham funções

específicas nas células, entre as quais, potentes sinalizadores que agem como

mensageiros de curta duração e distância, afetando os tecidos circunvizinhos

(Lehninger et al., 2000). Eicosanóides são as prostaglandinas, leucotrienos e

tromboxanas. A enzima COX catalisa a conversão do ácido araquidônico e do EPA

em prostanóides (Williams et al., 1996). Existem duas isoformas de COX: a COX-1,

que é expressa constitutivamente em muitos tecidos; e a COX-2, associada a

respostas inflamatórias e induzidas por vários tipos de estímulos incluindo citocinas,

promotores tumorais e fatores de crescimento (Cao et al., 1996). Por ação dessa

enzima, AGPI n-6 formam prostaglandinas da série 2 e leucotrienos da série 4. Já a

família de AGPI n-3, formam os da série 3 de prostanóides (prostaglandinas e

tromboxanas) e a série 5 dos leucotrienos. Os eicosanóides produzidos pela família

n-6, principalmente prostaglandinas da série 2, apresentam potente efeito

inflamatório por possuírem maior atividade vasoconstritora, maior capacidade de

agregação plaquetária e serem fortes agentes quimiotáxicos (Curi et al., 2002). Os

produtos da família n-6 apresentam características inflamatórias e pró-cancerígenas,

favorecendo o aparecimento de patologias como câncer, elevação da pressão

arterial, morte súbita entre outras. Já os da família n-3 tendem a ter propriedades

benéficas, tais como imunomoduladoras, antiinflamatórias, antitrombóticas,

antiarrítmicas, hipolipidemicas e vasodilatadoras (Rose, D.P. e Connoly, J.M. ,

1999).

De fato, estudos em humanos, demonstraram que a ingestão de peixes,

principal fonte de AGPI n–3, evita distúrbios neurológicos e visuais por agir como

modulador de diversos processos bioquímicos e fisiológicos(Naliwaiko et al., 2004;

King et al., 2006; Huang et al., 2007; Michael-Titus, 2007; Dyall e Michael-Titus,

2008b), reduzem as concentrações de lipídios do sangue (Williams, 2000; Yamazaki

et al., 2011), e reduzem o risco de doenças cardiovasculares (Tapiero et al., 2002;

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Mozaffarian, 2008). Segundo Lands, 2008, há 50 anos, em resposta ao crescente

número de doenças cardíacas, a Associação Americana do Coração, (AHA -

American Heart Association) aconselhou a população a seguir quatro passos

(Lands, 2008): (i) Ingerir menos calorias; (ii) Ingerir menos calorias a partir de

gorduras; (iii) Trocar gordura saturada por insaturada; (iv) Ingerir gordura

poliinsaturada. Em adição, outros estudos demonstram que os efeitos benéficos dos

AGPI também estão presentes na modulação de parâmetros que participam na

resposta imunitária, agindo como imunomodulador (Javierre et al., 2005; Javierre,

Vidal, Segura, Lizarraga, Medina, Ventura, et al., 2006; King et al., 2006). Pesquisas

verificaram que os AGPIn-3 promoveram redução significativa na inflamação de

pacientes portadores de artrite reumatóide, psoriase, lupus eritematoso sistêmico,

esclerose múltipla (De Pablo et al., 2000), colite ulcerativa, doença de Crohn, e na

prevenção, reincidência e metástases de câncer (Tapiero et al., 2002; Yamazaki et

al., 2011). Especificamente sobre os efeitos benéficos no tecido ósseo, Kruger et al

(1998) verificaram que em indivíduos senis, dietas com suplementação de cálcio,

acido ɤ-linoléico e EPA demonstraram redução na reabsorção óssea e aumento na

densidade mineral óssea na região femural e de coluna lombar (Kruger Mc et al.,

1998).

Segundo estudo conduzido pela Associação Americana do Coração (AHA -

American Heart Association) (Kris-Etherton P. M. et al., 2003), apesar de

suplementações de baixa (até 1g/dia) e moderada (de 1 até 3g/dia) dosagens serem

comprovadamente seguras para a população em geral, a suplementação com

cápsulas de óleo de peixe pode apresentar alguns efeitos colaterais tais como:

Durante os primeiros dias de ingestão, pode-se notar um sabor de peixe ou

mau halito, sendo que alguns indivíduos relataram odor de peixe.

Algums indivíduos podem apresentar distúrbios gastrintestinais (que podem

ser desde fezes gordurosas e surtos de diarréia até o aumento de eructações,

indigestão, refluxo ácido, inchaço, ou dor abdominal).

Por sua ação antiagregante plaquetária, o consumo do óleo de peixe traz

risco de sangramento, que é consideravelmente menor quando comparado à

ingestão de aspirina. Portanto, pode ocorrer aumento do tempo de sangramento

(sangramento gengival e nasal).

Aumento da concentração de colesterol total em pacientes com hiperlipidemia

mista e aumento consistente do LDL-c, pois algumas preparações contêm colesterol.

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Relatam-se também, aumento da ingestão calórica e do peso corpóreo; ocorrência

rara de intoxicação por vitamina A e D com algumas preparações; aumento da

capacidade oxidante dos monócitos/macrófagos e da capacidade de captação das

LDL pelos macrófagos, quando ingeridos em grandes doses (>3g/dia).

Grandes doses podem em indivíduos diabéticos, causar aumento na

concentração de açúcar no sangue.

Vale ressaltar, que até o presente momento as pesquisas utilizando

suplementação de OP em indivíduos com LM são inconclusivas. Desta forma, se

faz necessário mais estudos que analisem se os mecanismos associados à

suplementação com OP e melhoria funcional do sistema imunitário, metabólico e

neuromuscular já demonstrados em outras populações, podem trazer os mesmos

benefícios para a população com LM. Portanto, estudos que contribuam com o

melhor entendimento do funcionamento do organismo após a LM, em adição a

formas de intervenção (AF e suplementação), para reverter os processos

degenerativos induzidos pela LM e suas fisiopatologias secundárias podem ser

fundamentais para a melhora da qualidade de vida destes indivíduos (Bauman Wa et

al., 2005; Maimoun et al., 2006; Morse L D et al., 2009; Morse L R et al., 2009).

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CAPÍTULO 3

MATERIAIS E MÉTODOS

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Recrutamento

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal do Paraná (UFPR) no dia 21/12/2014 – Número do Parecer: 969.207 –

CAAE: 17972013.4.0000.0102 (ANEXO 1).Foram recrutados homens com lesão

medular e hígidos que não tivessem LM ou outra patologia citada nos critérios de

exclusão.

Não foi possível realizar cálculo amostral para este projeto por não ter sido

encontrado nenhum documento governamental ou científico que atestasse o número

de lesados medulares residentes na localidade, além disto não existe material

científico que pudesse ser analisado para embasar e delimitar a quantidade

necessária de lesados medulares para conseguirmos uma amostra que tivesse

poder estatístico, portanto, a amostra utilizada foi por conveniência(Anderson et al.,

2005).

Previamente ao recrutamento foram realizadasvisitasaclínicas, centros de

reabilitação e clubes desportivos de Curitiba e Região Metropolitana que atendiam

esta população, onde o projeto foi apresentado aos responsáveis técnicos e

profissionais dos locais visitados. Após a aprovação e concordância dos

profissionais, cartazes do projeto foram afixadosno local. Estes cartazes continham

breve explicação sobre a pesquisa, telefone e email de dois pesquisadores. Além

disto, foi acordado com os profissionais dos estabelecimentos contatados que visitas

para recrutamento seriam feitas com agendamento prévio. De forma a agilizar o

recrutamento, agenda de visitas foi criada,sendo assim possível conversar

pessoalmente com todos os indivíduos com LM vinculados às clínicas e centros

desportivos visitados. A Figura 2 mostra como foram os procedimentos de

recrutamento e seleção dos participantes.

Pelo fato da quantidade de pessoas com LM frequentando estes

estabelecimentos ser reduzida, outra maneira de recrutar participantes foi utilizando

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meios de comunicação como telefone, email e redes sociais, como o facebook.Estes

contatos foramfeitos por meio de listas de indivíduos aguardando tratamento e vagas

para prática desportiva, além disto, diversos indivíduos nos procuraram para saber

mais informaçõessobre o estudo por terem sido convidados por participantes que

aceitaram fazer parte da pesquisa.

FIGURA2 Delineamento do Recrutamento.

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A fase de seleção de participantes, também representada na Figura 2 foi

realizada em duas etapas, sendo que a primeira consistiu na confirmaçãodos pré-

requisitos para fazer parte do estudoe a segunda etapa da seleção que era a

confirmação dos critérios de inclusão e exclusão e a disponibilidade do participante

foram feitas no primeiro dia do estudo (D1).

Vale ressaltar que nos contatos que foram feitos pessoalmente, o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 1) contendo todas as

informações pertinentes ao estudo foi entregue e após a leitura deste, todas as

dúvidas eram sanadas e os indivíduos eram convidados a participar do estudo de

forma voluntária.

Por outro lado, em contatos que foram feitos por telefonema a pessoa era

colocada à par da pesquisa e todas as informações pertinentes eram enviadas via

correio ou email. No caso dos contatos por email ou Facebook foi redigido uma

mensagem convite padrão apresentando a equipe e explicando do que se tratava a

pesquisa, sendo que o TCLE foi enviado em anexo para leitura.

3.1.1 População

Foram recrutados indivíduos do gênero masculino, entre 18 e 50 anos, com

LM completa ou incompleta, de qualquer nível neurológico, com mais de 1 ano de

lesão, sedentários ou praticantes de AF regular. Para o grupo controle foram

recrutados indivíduos hígidos do gênero masculino, que foram pareados pela idade

e dados antropométricos aos indivíduos com LM. O grupo de indivíduos hígidos foi

formado por homens saudáveis porém sedentários, esta decisão foi tomada após

levantamento de dados que demonstrou que a maioria da população brasileira é

classificada como sedentária. Em adição, dado os objetivos da pesquisa, a

coparaçao das respostas de indivídus com o SNC intacto e com o SNC lesionado é

de maior relevância , sem interferência do nível de AF (Florindo et al., 2009; Reis et

al., 2009; Brito et al., 2012; Madeira et al., 2013). Como as pesquisas sobre

suplementação com OP em lesados medulares são poucas e controversas, o grupo

de indivíduos sem lesão medular ou qualquer outro tipo de complicação neurológica

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também foi utilizado para avaliar se existe alguma diferença em incorporação do OP

e se a LM tem influência na significância dos efeitos provindos desta suplementação.

Os critérios de exclusão desta pesquisa para ambos os grupos foram:

indivíduos que tinham alterações ortopédicas importantes (ex. osteoporose,

fraturas);

espasticidade severa;

úlceras de pressão;

problemas cardiovasculares;

outros problemas neurológicos associados;

diabetes mellitus;

utilização prévia de Omega-3 (EPA e DHA);

alergia a peixe, frutos do mar e derivados;

Em caso de interesse em participar da pesquisa, os indivíduos foram

convidados à comparecer ao Centro Politécnico - Setor de Ciências Biológicas -

Departamento de Fisiologia para o primeiro dia de avaliação - D1. Este convite era

mandado por correio eletrônico, com todas as instruções necessárias além de mapa

com a exata localização do Setor de Ciências Biológicas, bem como das rotas para

chegar ao local de automóvel e ônibus de linha. Além disto era assegurado que uma

pessoa estaria esperando no estacionamento no horário marcado.

3.2 Desenho Experimental

O Estudo contou com uma equipe formada por uma fisioterapeuta

(doutoranda da Pós graduação de Educação Física da UFPR) et al para a realização

de testes específicos (doutorandos da Pós-Graduação em Educação Física e

Fisiologia da UFPR, e pós-doutorando em Pós-graduação da Fisiologia da UFPR).

O diagrama do Protocolo do Estudo (Figura 3) demonstra o desenho geral

dapesquisa, que foi dividida em três estudos realizados separadamente.

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FIGURA 3 Diagrama do protocolo do estudo. (LM - Lesão Medular; OP - Óleo de Peixe)

Participantes realizaram a rotina abaixo descrita, sendo os testes aplicados

sempre pelas mesmas pessoas que seguiram rigorosamente o protocolo

desenvolvido.

Estudo 1

Primeiro Dia - D1

Avaliação para confirmação de elegibilidade

Avaliação do grau de comprometimento da função muscular e sensorial

seguindo os padrões Internacionais de Classificação Neurológica da LM

desenvolvido pela Associação Americana de LM ( escala ASIA)

Avaliação do nível de AF segundocritérios seguidos pelo American Colege of

Sport and Medicine (ACSM)

ESTUDO 1

INFLUÊNCIA DA LM

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGUÍNEOS

PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS

ESTUDO 2

INFLUÊNCIA DA LM

PARÂMETRO NEUROMUSCULAR

ESTUDO 3

INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO COM OP POR 90 DIAS

PARÂMETROS BIOQUÍMICOS SANGUÍNEOS

MARCADORES INFLAMATÓRIOS

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Segundo dia – D2

No segundo dia foi realizada:

Coleta de sangue por profissional capacitado

Coleta daamostra de urina que o participante deveria trazer de casa

Medidas antropométricas (massa corporal, estatura, circunferências)

Estudo 2

Foi realizado:

Teste de Força dos músculos Bíceps Braquial dos braços direito e

esquerdo.

Eletromiografia (EMG) do músculo bíceps braquial de ambos os

braços.

Estudo 3

Coleta de sangue por profissional capacitado após 90 dias de

suplementação com OP.

Para preservar a integridade física dos participantes, as intervenções foram

realizadas em salas bem arejadas e iluminadas, acessíveis a cadeiras de rodas, com piso

não escorregadio e banheiro adaptado. Para maior segurança e comodidade, uma maca da

altura ideal para a transferência (entre 50 e 60 cm de altura) foi utilizada para as

intervenções necessárias. A doutoranda ficou encarregada de auxiliar os participantes para

a transferência do carro para a cadeira de rodas e para o local da avaliação nos casos em

que foi preciso. Todos os testes foram feitos no mesmo local, facilitando assim o retorno dos

participantes.

Apósa primeira bateria de testes do Estudo 1 e Estudo 2, os participantes

foram convidados à participar do Estudo 3.Estes participantesdeveriam manter a sua

rotina diária, sem acrescentar nenhum tipo de AF a mais do que as que costumavam

fazer sem comunicar o pesquisador. Para este estudo foram fornecidas cápsulas de

óleo de peixe que deveriam ser tomadas todos os dias até o retorno. Os

participantes foram instruídos a ingerir 2 cápsulas de óleo de peixe por dia, uma

após o almoço e uma após o jantar. Todos os participantes eram monitorados

através da ferramenta Whatsapp, sendo que diariamente enviava-se uma

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mensagem perguntando como o participante estava se sentindo e se tinha tomado

as cápsulas de OP. Adequações quanto aos horários de ingestão das cápsulas

foram feitas quando houve necessidade semcomprometimento do estudo, isto

porque a dose diária é considerada baixa e a absorção não seria comprometida pelo

horário que as cápsulas fossem ingeridas (Kris-Etherton P. M. et al., 2003; Javierre,

Vidal, Segura, Lizarraga, Medina e Ventura, 2006; Dyall e Michael-Titus, 2008b)

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CAPÍTULO 4

ESTUDO 1

ANTROPOMETRIA E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

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4. ANTROPOMETRIA E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DE INDIVÍDUOS COM

LM EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

4.1 INTRODUÇÃO

Indivíduos com LM, com o passar dos anos tendem a ter risco de

complicações secundárias aumentado, sendo que esta predisposição à algumas

comorbidades aumenta ainda mais com o envelhecimento (Groah et al., 2012).

Estasinformações encontradas após pesquisa realizada com base nos dados

longitudinais do Centro Nacional de Estatísticas em Lesão Medular dos EUA, nos

conduz a duas linhas de pensamento quando trabalha-se com LM. Primeiramente,

constatou-se que as pessoas com LMestão vivendo mais, esta longevidade decorre

do aumento das estratégias de prevençãode comorbidades e da prestação e

qualidade da reabilitação logo após a LM. O outro ponto que levou ao aumento de

pessoas idosas com LM foi o fenômeno que está sendo chamando de distribuição

bimodal de lesões medulares, sendo esta devido à idade em que ocorre a lesão. Isto

se deve ao aumento da longevidade populacional, o que levou a aumento de lesões

medulares por queda em pessoas com mais de 65 anos (Van Den Berg et al., 2010;

Chamberlain et al., 2015). Vale lembrar que casos de LM na faixa etária de 16 a 30

anos de idade decorrentes de acidentes de trânsito, violência e acidentes em

esportes continuam ocorrendo, porém esta porcentagem reduziu para

aproximadamente 75% das LM anuais que ocorrem na Europa, Canadá e Estados

Unidos (Krause e Saunders, 2011)

Portanto, a saúde geral desta população necessita de atenção básica(Saúde,

2012), para que estes indivíduos possam viver de uma maneira saudável e sem que

este processo de envelhecimento aumente o número de comorbidades e

consequentemente diminua a qualidade de vida destes indivíduos (Kirshblum et al.;

Groah et al., 2009; Hetz et al., 2011; Groah et al., 2012).

Resumidamente, as comorbidades como problemas no trato urinário, úlceras

de pressão, dor, problemas ortopédicos, espasticidade, diabetes melitus, fadiga e

processos inflamatórios em geral são constantemente encontradas em indivíduos

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com LM(Dalyan et al., 1999; Hetz et al., 2011). Aproximadamente 95% dos lesados

medulares apresentam pelo menos uma doença secundária, sendo que 58% destes,

convivem com três ou mais comorbidades durante a sua vida (Anson e Shepherd,

1996). Outro fator que deve ser levado em conta, é que estas complicações sofrem

interferências de fatores como idade, dieta nutricional, tempo e altura de lesão

(Groah et al., 2009; Groah et al., 2012)

Além disto, o aumento da adiposidade relacionado à inatividade física e aos

maus hábitos alimentares é preocupante por ser um fator que aumenta a

predisposição a processos inflamatórios, síndrome metabólica e consequentemente

doenças cardiovasculares (Bauman e Spungen, 1994; 2000; 2001a; b; 2008).

Registros mostram que em 2006 aproximadamente 66% dos indivíduos com LM

estavam acima do peso e 30% foram considerados obesos em uma amostra de 408

veteranos de guerra com LM(Gupta et al., 2006). Yekutiel et al em 1989, verificaram

que também em uma amostra dessa população de Israel ocorreu a incidência de

hipertensão arterial e doenças coronarianas isquêmicas, sendo esta

significativamente maior quando comparada à de hígidos pareados (Yekutiel et al.,

1989). Portanto, constata-se que esta relação entre o nível de atividade física, a

qualidade da alimentação e as alterações provindas da LM formam uma tríade que

causa complicações, que aumentam a morbidade e a mortalidade desta população

nas últimas décadas (Charles et al., 1978; Gondim et al., 2004; Chen et al., 2006;

Cowan et al., 2009; Groah et al., 2009; Cowan e Nash, 2010).

Na busca da integralidade do atendimento ao indivíduo com LM, a atenção

básica deveria ser o ponto de partida para que os profissionais da área de saúde

pudessem trabalhar interdisciplinarmente na manutenção, prevenção e busca da

saúde do LM. Para tanto, uma forma menos onerosa e de fácil acesso a todos os

profissionais de saúde para se manter à par do estado de saúde das pessoas com

LM, seria a utilização dos parâmetros antropométricos,bioquímicos plasmáticos,

hematológicos e de velocidade de hemossedimentação (VHS) para a manutenção

de um histórico do indivíduo com o passar dos anos de LM. Porém, são poucos os

estudos que verificaram se os parâmetros que podem ser utilizados para este

controle de saúde tem os mesmos valores referenciais que os de indivíduos

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hígidos.Além disto, são escassos os estudos que tratam deste tipo de prática nesta

população(Javidan et al., 2015; La Fountaine et al., 2015; Laclaustra et al., 2015).

Portanto, o intuito deste estudo foi verificar em amostra populacional de LM

de Curitiba e Região Metropolitana os parâmetros acima citados bem como

compará-los com os dados já existentes em população hígida da mesma região.

Além disto, a existência de correlações entre os dados coletados e as comorbidades

apresentadas pelos participantes foram analisadas.

4.1.1 Objetivo geral

Determinar se existem diferenças nos parâmetros bioquímicos plasmáticos

relacionando-os ao nível/severidade da LM, nível de AF e medidas antropométricas

dos participantes com LM,e compará-losaos encontrados no grupo de indivíduos

hígidos.

4.1.2 Objetivos específicos

Avaliar a relação entre o nível de AF e o nível e severidade da LM.

Avaliar os parâmetros antropométricos dos participantes com LM e verificar

qual a classificação destes de acordo com o IMC. Correlacionar o IMC com

nível e severidade da LM.

Verificar se existe correlação entre parâmetros plasmáticos, nível e

severidade de LM e nível de AF.

Comparar os resultados de parâmetros plasmáticos de participantes hígidos

com os lesados medulares.

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4.1.3 Hipóteses

H1. O nível de AF estará relacionado ao nível e severidade da LM.

H2. Os parâmetros antropométricos apresentarão correlação com nível da LM,

sendo que quanto maior o nível e severidade da LM, maiores serão as

alterações em dados como massa corporal, circunferências e IMC.

H3. Os parâmetros bioquímicos plasmáticos apresentarão correlação com nível

da LM, quanto maior o nível da lesão, maiores e mais graves serão as

alterações plasmáticas.

H4. Os parâmetros bioquímicos plasmáticos apresentarão correlação com

severidade da LM, sendo que as lesões completas terão maiores alterações

plasmáticas.

H5. Os parâmetros bioquímicos plasmáticos apresentarão correlação com nível

de AF, sendo que os participantes sedentários apresentarão alterações

plasmáticas mais severas que os fisicamente ativos, independente do nível e

severidade da LM.

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4.2 MÉTODOS

4.2.1 Participantes do estudo

Esta pesquisa trata-se de estudo transversal. Os participantes foram

recrutados como descrito na seção 3.1 do Capítulo 3.

4.2.2 Procedimentos gerais

Para a coleta dos dados necessários para este estudo, os participantes

compareceram dois dias ao local de avaliação, os quais estão detalhados a seguir

como D1 (Figura 4) e D2 (Figura 5).

Dia 1

Ao chegar no local de testes, o participante foi recebido por um dos

colaboradores da pesquisa e levado a sala de convivência de onde era

encaminhado à outra sala para as demais avaliações, sendo que a partir deste

momento era solicitado à todos os acompanhantes para esperarem na sala de

convivência destinada a eles. Este procedimento foi realizado no intuito de

proporcionar maior liberdade aos entrevistados, não causando assim interferências

de outras pessoas nas respostas de cada instrumento utilizado. O diagrama abaixo

mostra uma visão geral de como ocorreu o andamento dos testes.

Primeiramente, os participantes do estudo foram informados dos

procedimentos experimentais de forma detalhada, sendo explicado como seria cada

teste e para que ele serviria. Além disto, era esclarecido que se o participante

passasse pelos critérios de inclusão e fosse apto a participar do estudo, todas as

informações coletadas desde a obtenção do TCLE até a coleta de dados e o

tratamento destes, seriam armazenados e utilizados para fins científicos e que

ficariam arquivados sob a responsabilidade do professor responsável pela pesquisa.

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Também foi assegurada a total liberdade dos participantes para recusar ou

desistir de participar do estudo em qualquer momento da pesquisa, sem prejuízo ou

penalização alguma para os mesmos.

FIGURA 4Esquematização do procedimento realizado no D1.

Todos os participantes passaram pela averiguação da elegibilidade para a

participação no estudo. Os critérios de inclusão foram checados e após isto os

critérios de exclusão foram avaliados em forma de perguntas diretas, quando não

elegível era explicado para o indivíduo o porque da sua impossibilidade de participar

e ele era liberado.

Os indivíduos elegíveis assinaram o TCLE em duas vias, sendo uma delas

guardada na universidade (por 5 anos) e outra dada para o participante. O

agendamento de testes era realizado pela doutoranda, a qual passou todas as

informações necessárias para a execução dos testes.Estas informações foram

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entregues na forma impressa, contendo a data, horário e local de cada teste bem

como a vestimenta apropriada, e quando pertinentes, quais eram as preparações

necessárias para a realização do mesmo.O avaliador responsável, no momento da

assinatura do TCLE pelo participante, organizou uma lista por ordem de chegada, o

que seria utilizado para todos os testes. Sendo assim, a partir deste dia todas as

avaliações e coletas foram identificadas por número.

Foi realizada análise sociodemográfica e logo após devido à diversidade de

apresentações clínicas encontradas entre os indivíduos com LM, o grau de

comprometimento da função muscular e sensorial foi verificado. Além do nível

neurológico da lesão medular, os participantes foram também separados de acordo

com o nível de AF, sendo alocados nos grupos sedentários e praticantes de AF

regular.

Ao término dos testes no D1, os participantes marcaram o retorno para a

coleta de sangue e mensurações antropométricas no D2. Todas as informações

necessárias eram passadas e um papel era entregue com a data da coleta, horário e

recomendações. Na semana da coleta de sangue os participantes eram contactados

para confirmar a ida ao laboratório e no dia anterior ao teste, pela manhã, uma

mensagem era mandada relembrando da coleta de sangue do dia seguinte como

também das recomendações passadas anteriormente. Para este dia de testes o

participante foi orientado a vestir roupa leve, de preferência camiseta regata para

facilitar as mensurações e execução dos testes.

Como especificado na seção 3.1.1, os participantes foram auxiliados pela

avaliadora em todo o processo de avaliações do D2, sendo que, após os

procedimentos deste dia,foi explicado novamente o que seria feito no próximo dia de

teste e uma data foi pré-agendada para o retorno ao local para os testes do D3.

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FIGURA 5 Esquematização do procedimento realizado no D2.

4.2.3 Avaliações

4.2.3.1 Análise Sociodemográfica

Todos os participantes responderam a um questionário para análise

sociodemográfica que foi entregue no primeiro dia de avaliações e explicado como

deveria ser preenchido, sendo que os participantes deveriam fazer um ponto de

interrogação e deixar em branco as perguntas que não entendessem, sendo que

estes foram revisados com a pesquisadora e as dúvidas sanadas.

O instrumento recolheu informações sobre saúde geral, hábitos de vida e

outros tópicos como nome, data de nascimento, gênero (sexo), estado civil,

ocupação profissional, grau de escolaridade, diagnóstico clínico, causa da lesão, tipo

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66

da lesão, tempo de lesão, cirurgias recentes, medicamentos de uso contínuo,

inspeção da pele, meio de locomoção e transporte.

4.2.3.2 Classificação neurológica da LM - ASIA

Associação Americana do Trauma Raquimedular (ASIA – American Spine

Injury Association) descreveu e padronizou a classificação neurológica da LM com o

objetivo de avaliar a motricidade e a sensibilidade do LM utilizando como base para

esta classificação o nível e severidade do trauma raquimedular. Para isto, seguindo

os padrões Internacionais de Classificação Neurológica da LM, desenvolvido pela

Associação Americana de LM (ASIA) (Maynard et al., 1997; Marino et al., 2003), foi

normatizado que o nível neurológico referiria-se ao segmento mais inferior da

medula que apresenta sensibilidade e função motora normais em ambos os lados do

corpo (ANEXO 2) (Kirshblum et al., 2011)

Assim foram convencionados os termos LM completa, utilizado quando existe

ausência da função motora e sensitiva a partir do segmento lesado e incompleta

quando alguma função sensitiva e/ou motora abaixo do nível neurológico

permanecia intacta.

Neste instrumento o exame sensitivo avalia sensibilidade ao contato por meio

de toque leve com algodão e sensibilidade dolorosa com leve pressão de agulha

descartável nos dermátomos referentes a cada nível de raiz nervosa. Portanto, 28

dermátomos (lado direito e esquerdo do corpo) são avaliados(Marino et al., 2003)..

O exame motor consiste em testes de força muscular em grupos musculares

específicos (graduação de zero a cinco, sendo zero ausência total de contração

muscular e cinco contração muscular forte o suficiente para gerar movimento na

amplitude de movimento completa da articulação contra resistência máxima), eteste

de força muscular manual de 10 miótomos específicos (lado direito e esquerdo do

corpo). Na Figura 6 está apresentada quais as raizes motoras que são testadas,

sendo estes músculos elencados por serem inervados ao menos por dois miótomos.

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67

O resultado destes testes dará a classificação da LM pela escala ASIA, que

caracteriza a lesão de acordo com sua gravidade em completa - A (ausência total de

função motora e sensorial) e incompleta - B,C,D (função motora e/ou sensorial

preservada porém com algum grau de anormalidade) e - E (função motora e

sensória preservadas).

FIGURA 6Representação gráfica dos miótomos e segmentos motores testados para a obtenção da classificação neurológica e ASIA.

4.2.3.3 Caracterização da amostra quanto ao nível de AF

Para obter melhor consistência na amostra, foram utilizados os critérios

seguidos pelo American College of Sport and Medicine (ACSM) e descritos no

estudo de Donnelly et al(Donnelly et al., 2009) para a caracterização da amostra

quanto ao nível de AF.

Para tanto, indivíduos que praticavam pelo menos 150 minutos por semana

de qualquer AF regular, por no mínimo 6 meses de maneira ininterrupta foram

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considerados como indivíduos fisicamente ativos. Esta organização dos

participantes nos grupos Sedentário (SED) e Fisicamente Ativo (FA) foi realizada

para que pudéssemos agendar os dias de avaliações e evitar a espera dos

indivíduos nos dias de teste, pois existe diferença em agilidade e recuperação após

determinadas atividades que varia muito em tempo, dependendo do nível da LM e

da aptidão física. Outro fator que levou os indivíduos a serem classificados pelo nível

da LM e nível de AF foi a necessidade para fins estatísticos, pois justamente uma

das questões avaliada foi a influência da prática de AF regular para a manutenção

da saúde.

4.2.3.4 Coleta e análise de sangue

As recomendações dadas aos participantes referentes a coleta de sangue

foram:

Na noite anterior ao dia da coleta de sangue eles deveriam começar o jejum,

que precisava ser de 12 horas. Portanto, era explicado para cada participante

que, se ele se programasse para chegar as 9:00 da manhã, a sua última

refeição deveria ser até as 21:00 da noite anterior à coleta.

Poderiam tomar água, mas não sucos, chás, refrigerantes, achocolatados ou

café.

Poderiam tomar os medicamentos de uso contínuo, e que deveriam trazer o

nome e a posologia de todos os medicamentos que estavam utilizando.

Foi pedido para que os participantes não ingerissem bebidas alcoólicas por,

pelo menos, três dias antes da coleta de sangue.

Tipo de coleta e punção sanguínea

A coleta de sangue foi realizada pelo sistema à vácuo de veias do antebraço

como cefálica, ulnar mediana ou basílica por profissional capacitado em data e

horário que tinham sido previamente agendados com os participantes. Cuidados

como curto tempo de garroteamento do membro e homogeneização da amostra por

inversão foram realizados a fim de preservar a integridade da amostra e evitar

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resultados errôneos. As coletas de sangue eram feitas às sextas-feiras pela manhã.

Devido às dificuldades encontradas pelos participantes com LM, eram agendadas de

8 a 10 coletas por manhã entre 7:30 e 10:00.

O diagrama a seguir (Figura 7) demonstra como foi esquematizado o dia de

coleta de sangue:

FIGURA 7Procedimentos de coleta e análise sanguínea.

Os cuidados pré-analíticos citados abaixo foram seguidos em todas as coletas de

sangue. A sequência de coleta utilizada foi:

- Tubos à vácuo de 9ml com gel separador (tampa amarela) para obtenção do

soro;

- Tubos à vácuo com EDTA de 4ml (tampa roxa) para a obtenção de plasma,

hemácias e sangue total.

O processamento do sangue coletado foi realizadao na manhã da coleta e a rotina

empregada está descrita a seguir:

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70

Parâmetros bioquímicos

1) Os tubos de coleta destinados à determinação dos parâmetros bioquímicos

foram centrifugadosapós a formação de coágulo para a obtenção do soro a

3500 rpm por 15 minutos(Centrífuga Refrigerada - HERMLE Labortechnul

GmbH).

2) Para que os analitos mantivessem a estabilidade adequada por longos

períodos de tempo, as amostras foram aliquotadas e armazenadas em

freezer a - 80º C.

Parâmetros hematológicos e velocidade de hemossedimentação (VHS)

1) Para a determinação dos parâmetros hematológicos e VHS, as amostras

foram coletadas em tubos de 4ml de EDTA para a obtenção do sangue

total. Este tubo foi mantido em temperatura entre 4 e 8ºC em isopor com

gelopack.

2) As amostras foram transportadas para o Laboratório Clínico Escola da

Universidade Federal do Paraná, onde foram submetidas à

homogeneização prévia em homogeneizadores hematológicos por no

mínimo 5 minutos antes da fase analítica.

3) Para a análise morfológica das células, foram confeccionadas extensões

sanguíneas coradas por May-Grunwald Giemsa.

Plasma e Hemácias

1) Dois tubos de 4ml de EDTA foram reservados em gelo até a hora da

centrifugação.

2) Após o término das coletas, estes foram centrifugados a 3500 rpm por

15minutos.

3) Para que as hemácias e o plasma tivessem a estabilidade adequada por

longos períodos após aliquotados, foram armazenados no freezer a -80º C.

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Armazenamento das amostras

Todas as amostras de sangue que foram coletadas e não utilizadas no

mesmo dia foram aliquotadas e armazenadas para futuras dosagens. As amostras

coletadas foram etiquetadas com tinta preta, esta medida foi tomada porque outro

estudo seria realizado com coleta de sangue e para a segurança na hora de

armazenamento cores diferentes foram utilizadas para cada coleta.

Os Microtubos tipo Eppendorf foram etiquetados conforme o uso que seria

dado futuramente à amostra (ex. P = HPLC PLASMA). Além disto, cada amostra foi

armazenada em triplicata (ex. 1P1 - 1P2 - 1P3), sendo que o número na frente da sigla

do material guardado corresponde a um participante (tabela 2). Cada participante

recebeu um número no primeiro dia de coleta e o mesmo número foi utilizado em

todas as coletas.

TABELA2Nomenclatura utilizada para o armazenamento do plasma e soro dos

participantes do estudo.

*

HPLC PLASMA

P

HPLC HEMÁCIAS

H

CITOCINAS

C

BIOQUÍMICA

B

TO #1P1 - 1P2 - 1P3 1H1 - 1H1 - 1H1 1C1 - 1C2 - 1C3 1B1 - 1B2 - 1B3

*

PLASMA ESTOQUE

EP

HEMÁCIA ESTOQUE

EH

SORO ESTOQUE

ES

TO 1EP1 - 1EP2 - 1EP3 1EH1 - 1EH2 - 1EH3 1ES1 - 1ES2 - 1ES3

T0 = TEMPO ZERO = PRIMEIRA COLETA DE SANGUE REALIZADA

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Fase analítica

Parâmetros bioquímicos

As amostras foram processadas de 30 em 30 (quantidade máxima de leituras

feitas pelo equipamento utilizado). Estas eram retiradas do freezer -80° C às 7h e

mantidas sob refrigeração entre 4 e 8ºC até o horário da determinação dos analitos,

o qual iniciava às 13h.

As análises bioquímicas foram realizadas de maneira automatizada no

equipamento LabMax 400® com reagentes Labtest®, seguindo as recomendações

do fabricante, no Laboratório Clínico Escola da Universidade Federal do Paraná –

Departamento de Análises Clínicas.

Os parâmetros bioquímicos analisados estão relacionados abaixo

juntamentecom o método utilizado para dosagem:

o Concentração de ácido úrico

A determinação da concentração de ácido úrico plasmático foi realizada pelo

método Enzimático-Trinder.

o Concentração de alanina transaminase (ALT)

A determinação da concentração de ALT plasmática foi realizada pelo método

Colorimétrico (Verde de Bromocresol).

o Concentração de albumina

A determinação da concentração de albumina plasmática foi realizada pelo

método Colorimétrico (Verde de Bromocresol).

o Concentração da aspartato transaminase (AST)

A determinação da concentração de AST plasmática foi realizada pelo

método Cinético UV-IFCC.

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o Concentração de colesterol total

A determinação da concentração de colesterol total plasmático foi realizada

pelo método Colorimétrico (Enzimático de Trinder).

o Concentração de creatina quinase (CK)

A determinação da concentração de CK plasmática foi realizada pelo método

Cinético UV-IFCC.

o Concentração de creatinina

A determinação da concentração de creatinina plasmática foi realizada pelo

método Colorimétrico (Picrato Alcalino – Jaffé).

o Concentração de glicose

A determinação da concentração de glicose plasmática foi realizada pelo

método enzimático-colorimétrico (GOD-Trinder).

o Concentração de HDL (high density lipoprotein) colesterol

A determinação da concentração de HDL colesterol plasmático foi realizada

pelo método Colorimétrico (Acelerador – Detergente Seletivo).

o Concentração de LDL (low density lipoprotein) colesterol

A concentração de LDL colesterol plasmático foi estimada de forma indireta

pela fórmula de Friedewald: LDL = colesterol total – (HDL + TG/5).

o Concentração de proteínas totais

A determinação da concentração de proteínas totais plasmáticas foi realizada

pelo método Colorimétrico (Biureto).

o Concentração de triglicérides

A determinação da concentração de triglicérides plasmáticos foi realizada

pelo método Colorimétrico (Reação de Trinder).

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o Concentração de ureia

A determinação da concentração de ureia plasmática foi realizada pelo

método Enzimático UV.

Parâmetros hematológicos

o Parâmetros hematológicos

Os dados do eritrograma, contagem de leucócitos e plaquetas foram obtidos

em analisador hematológico Micros 45 – Horiba® que utiliza como método de

análise celular a impedância elétrica. O diferencial dos leucócitos e a análise

morfológica das células foi feita por pesquisador treinado na leitura de lâminas de

hematologia sob orientação de professores da área de Análises Clínicas.

4.2.3.5 Medidas Antropométricas

As medidas antropometricas foram realizadas conforme instruções do

Relatório de Uso e Interpretação de Antropometria da Organização Mundial de

Saúde (Expert Committee on Physical Status, 2004; Thompson, P. D. et al., 2013).

Adaptações para as mensurações foram necessárias para as avaliações dos

participantes com LM, sendo que estas foram embasadas em artigos prévios que

trabalharam com esta população (Bauman e Spungen, 2001a; Harvey, L., 2008;

Tanhoffer et al., 2012; 2014; Tanhoffer et al., 2015).

Massa corporal

A massa corporal (kg) foi aferida em balança plataforma digital Universal line

da marca Digitron, com resolução de 50 gramas e capacidade máxima de 300

kilogramas.Antes da mensuração era pedido para os participantes esvaziarem a

bexiga e estivessem vestindo a roupa leve (bermuda e camiseta).

Os paticipantes andantes retiraram o calçado antes de subir na balança e os

participantes lesados medulares além do calçado, foi solicitado que órteses e todos

os utensílios que estivessem presos à cadeira de rodas fossem retirados. Foi

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também pedido aos lesados medulares que utilizam bolsa coletora de urina que esta

fosse esvaziada antes da pesagem, visto que estas bolsas geralmente tem

capacidade de armazenar até 2 litros de urina.

Todos os participantes foram pesados na mesma balança, sendo que os do

grupo controle foram pesados na posição ortostática, com os braços ao lado do

corpo. Os lesados medulares primeiramente foram pesados em sua cadeira de

rodas com os braços apoiados nas pernas. Logo após, o participante foi transferido

para uma maca baixa posicionada ao lado da balança, a cadeira foi pesada e

posteriormente para aquisição do peso real destes participantes o peso da cadeira

foi subtraído do peso total (cadeira + avaliado).

Estatura

Devido a impossibilidade de mensuração da estatura dos lesados medulares

na posição ortostática, todos os participantes foram medidos em decúbito dorsal.

Para que pudéssemos mimetisar a mensuração feita com estadiômetro de parede

foram utilizadas duas peças de madeira que ficavam apoiadas na maca e faziam

ângulos perpendiculares com a cabeça e a planta do pé do indivíduo deitado. O

participante era orientado a deitar-se em decúbito dorsal, logo após a pesagem,

portanto sem o calçado e a manter-se com os MMSS (membros superiores)

estendidos ao longo do corpo e os MMII (membros inferiores) com os joelhos

completamente estendidos e os pés unidos em posição neutra. Uma fita

antropométrica era presa à estrutura que estava encostada na cabeça e estendida

sem ser esticada demasiadamente até a outra estrutura que estava encostada nos

pés.

O mesmo procedimento foi efetuado com os lesados medulares no momento

em que eles fizeram a transferência para a maca para pesagem da cadeira. Porém

no caso destes indivíduos alguns cuidados foram tomados para que a altura deles

fosse corretamente medida pois problemas osteoarticulares comuns após a LM

como encurtamentos musculares severos, má postura/escoliose, deformidades de

pé e espasmos entre outras complicações secundárias dificultam a mensuração.

Nestes casos, uma das avaliadoras posicionava o participante na maca para que ele

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76

ficasse reto e estendia passivamente os MMII até que estes estivessem o mais

estendido possível e no caso de disparidade de membros o membro inferior mais

longo era mensurado e as alterações osteoarticulares e deformidades eram

anotadas, bem como a causa destas.

Circunferências

Foram mensuradas a circunferência abdominal, de quadril e da cinturade

acordo com os procedimentos descritos em ACSM‟s Guidlines for Exercise Testing

and Prescription levando em conta a proposta da IV Diretriz de Dislipidemia (Sposito

et al., 2007; Xavier et al., 2013). Para evitar erros de procedimento, todas as

mensurações foram realizadas pela mesma avaliadora sendo que cada

circunferência foi mensurada tres vezes, considerando valido o valor mediano entre

elas em centímetros (cm), sendo que as três medidas não deveriam diferir em mais

que 5mm entre elas.

A circunferencia abdominal (cm) foi medida com auxílio de fita flexivel e

inextensível, com resolucao de 0,1 cm, aplicada acima da crista iliaca, paralela ao

solo, com o individuo em pe com pes unidos, abdome relaxado e bracos ao longo do

corpo nos participantes andantes. Nos participantes com LM, o mesmo

procedimento foi feito porém com este deitado em decúbito dorsal, logo após a

mensuração da estatura optou-se por refazer as medidas dos voluntários hígidos

também em decúbito dorsal. As medidas das circunferências dos hígidos foi

comparada e decidiu-se utilizar a mensuração em decúbito dorsal para todos os

participantes.

Além da circunferência abdominal foram mensuradas quadril e cintura. Para

circunferência do quadril a medida foi obtida ao nível da circunferência máxima das

nádegas a qual foi posteriormente utilizada na relação cintura/quadril (C/Q). A

medida da região mais estreita do tórax, acima do umbigo e abaixo do processo

xifóide foi utilizada para a circunferência da cintura.

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Índice de massa corporal

O índice de massa corporal (IMC), também conhecido como Índice de

Quetelet, é a relação de peso e altura utilizado para avaliar o risco de obesidade

O IMC, expresso em kg/m2, foi calculado, utilizando a fórmula:

IMC (kg/m2) = Massa Corporal (kg)/ Estatura2 (m).

Os pontos de corte propostos pela Organizacao Mundial da Saude foram utilizados

para a classificação dos participantes (OMS, 2004) (Tabela 3).

TABELA 3 Índice de Classificação Massa Corporal

Fonte: Classificação de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2004)

4.2.4 Análise estatística

Inicialmente os dados foram tratados por meio de estatística descritiva padrão

(média e desvio padrão). A distribuição de Skewness testou a normalidade dos

dados. Para a comparação dos grupos foi utilizado o teste one-way e as correlações

entre os parâmetros analizados foram avaliadas pela Correlação de Pearson.Os

testes estatísticos foram executados com o software SPSS® (20,0 IBM®) tendo o

nível de significância aceito em p<0,05.

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78

4.3 RESULTADOS

RECRUTAMENTO

Ao todo foram contactados 286 indivíduos do gênero masculino, entre 18 e 50

anos residentes em Curitiba e Região Metropolitana. Destes, 256 faziam parte de

fichas cadastrais de clínicas, centros de reabilitação e associações de lesados

medue 30 indivíduos sem patologias neurológicas contactaram os pesquisadores

após conhecimento do estudo por meio dos cartazes que foram afixados nos locais

descritos no capítulo 3.

Os resultados do recrutamento executado para o estudo geral estão descritos

na figura 8. Dos 256 LM contactados 163 (63%) declinaram o convite após saberem

do que se tratava o estudo, sendo que destes, sete tinham alergia a peixe, 12 tinham

menos de um ano de lesão, 53 tinham interesse mas não teriam como participar por

falta de transporte e por serem dependentes de auxílio de terceira pessoa.

FIGURA 8Resultado do recrutamento.

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79

As 91 negativas restantes, tiveram como justificativa que os possíveis efeitos

benéficos da suplementação com OP não eram interessantes para estes indivíduos.

Quando perguntados o motivo do desinteresse, 60% disseram que só fariam algum

tipo de pesquisa se fosse com o intuito de voltar a andar e os demais afirmaram que

profissionais da área de saúde tinham explicado que as sequelas da LM não tinham

tratamento e que os indivíduos deveriam aprender a conviver com estas.

Dos 88 participantes com LM que aceitaram comparecer no D1 para

avaliação de elegibilidade, 59 apresentaram uma ou mais comorbidades que

impediam a participação neste estudo. Dentre as comorbidades mais comuns

estavam úlcera de pressão infectada (23 indivíduos), problemas cardiovasculares(14

indivíduos) e diabetes melitus (6 indivíduos). Dez indivíduos apresentaram mais de

dois critérios de exclusão e seis eram lesados medulares com grau de

independência alto, utilizando como principal meio de locomoção muletas ao invés

de cadeira de rodas.

Com relação ao grupo de hígidos, 16 declinaram o convite após o primeiro

contato por incompatibilidade de horários, quatro não compareceram ao dia marcado

e após contato posterior alegaram que decidiram não participar por preocupação em

não conseguir honrar com todas as coletas.Portanto, 22 lesados medulares e 10

indivíduos hígidos realizaram as coletas referentes ao primeiro estudo.

Dentre os participantes com lesão medular que foram incluídos no estudo,

onze apresentavam tetraplegiae onze paraplegia, sendo que os dados

epidemiológicos dos grupos avaliados estão descritos na Tabela 4.

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TABELA 4 Parâmetros epidemiológicos dos participantes hígidos e lesados medulares (LM) incluídos no Estudo1. Os

participantes foram divididos em sedentários (SED) e fisicamente ativos (FA) quanto ao nível de Atividade Física.

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81

Continuação TABELA 4

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82

Quanto à etiologia da LM (Figura 9), 60% das lesões foram decorrentes de

acidentes automobilísticos, das quais sete resultaram em tetraplegia e cinco em

paraplegia. A segunda maior causa de LM foi ferimento por arma de fogo (20% dos

casos) sendo que destes 4 resultaram em paraplegias e um em tetraplegia.

FIGURA 9 Análise etiológica das LM.

0 1 2 3 4 5 6 7 8

ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO

ACIDENTE DE MOTOCICLETA

FERIMENTO POR ARMA DE FOGO

MERGULHO EM ÁGUA RASA

QUEDA DO MESMO NÍVEL

ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO

ACIDENTE DE MOTOCICLETA

FERIMENTO POR ARMA DE FOGO

MERGULHO EM ÁGUA RASA

QUEDA DO MESMO NÍVEL

PARAPLÉGICO 5 2 4 0 0

TETRAPLÉGICO 7 0 1 2 1

ETIOLOGIA

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83

Outra característica verificada nas avaliações do D1 foi o nível de AF (Figura

10), sendo que nesta amostra, 90% dos tetraplégicos, 70% dos hígidos e menos de

40% dos paraplégicos foram classificados como sedentários.

FIGURA 10Análise do nível de atividade física dos indivíduos de acordo com os

critérios seguidos pelo American Colege of Sport and Medicine (ACSM) e descritos no estudo de Donnelly et al(Donnelly et al., 2009). Nota: FA: Fisicamente Ativos; SED: Sedentários.

Com relação ao biotipo da amostra, nossos dados indicaram que não houve

diferença significativa nos dados antropométricos, quando divididos em grupos

(hígido, paraplégico ou tetraplégico) (Tabela 5) ou em nível de atividade física

(fisicamente ativos ou sedentários) (Figura 11).

0 2 4 6 8 10 12

Tetraplégico

Paraplégico

Hígido

Tetraplégico Paraplégico Hígido

FA 1 7 3

SED 10 4 7

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

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TABELA 5 Parâmetros antropométricos dos participantes hígidos e lesados

medulares (LM) incluídos no Estudo 1.

Grupo Idade

(anos)

Estatura

(cm)

Massa

Corporal

(kg)

IMC

(kg/m2)

Cintura

(cm)

Quadril

(cm)

Abdominal

(cm)

RCQ

Hígido

(10)

33,9±11,0 174,3±4,7 84,3±18,4 28±5,6 89,2±16,8 101,4±10,9 93,2±31,5 0,9±0,09

Para (11) 34,6±10,5 171,5±5,0 69,4±12,6 23,7±4,3 81,4±9,3 89,7±6,4 84,2±12,7 0,9±0,06

Tetra (11) 36,1±9,3 174,1±11,5 73,4±20,9 24,0±5,2 92,2±14,5 98,3±11,0 99,3±12,0 0,9±0,08

Os valores representam média ± DP. Nota: IMC: Índice de Massa Corporal; RCQ: Relação Cintura Quadril; Para: Paraplégico; Tetra: Tetraplégico.

FIGURA 11Representação gráfica dos dados antropométricos avaliados com relação ao nível de atividade física (A.F.), os participantes foram distribuídos em grupo Fisicamente Ativo (FA) e sedentário (SED). Nota: Os dados estão expressos em média, sendo a massa corporal expressa em kg, o índice de massa corporal em kg/m2, circunferências de cintura, quadril e abdominal em cm.

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85

Aanálise de correlação dos dados antropométricos foi realizada para cada um dos

grupos sem divisão destes quanto ao nível de AF (TABELA 6).

TABELA 6 Relação entre os parâmetros antropométricos dos participantes

separados em hígidos, paraplégicos e tetraplégicos.

Cintura Quadril Abdominal IMC RCQ

HÍGIDOS (10)

Massa Corporal

0,922** 0,948

** 0,862

* 0,968

**

IMC 0,960** 0,935

** 0,891

** 0,761

*

RCQ 0,880** 0,814

*

Cintura 0,866* 0,967

**

Quadril 0,857*

LM

PARAPLEGIA (11)

Massa Corporal

0,779* 0,827

* 0,962

**

IMC 0,861** 0,720

*

RCQ

Cintura 0,803*

LM

TETRAPLEGIA (11)

Massa Corporal

0,915** 0,791

** 0,933

** 0,926

** 0,702

*

IMC 0,884** 0,691

* 0,874

** 0,776

**

RCQ 0,810** 0,852

**

Cintura 0,859** 0,995

** 0,810

**

Quadril 0,844**

Correlação de Pearson * p<0,05; ** p<0,01. Nota: IMC: Índice de Massa Corporal; RCQ: Relação Cintura Quadril; LM: Lesão Medular.

Grupo Hígido - 10 indivíduos

Entre os dados antropométricos averiguados a massa corporal obteve

relacionamento positivo com as circunferências de cintura r= 0,92, quadril r= 0,95,

abdominal r= 0,86, IMC r= 0,97 sendo onível de significância p< 0,01, exceto para

circunferência abdominal p< 0,05.O IMC demonstrou-se positivamente

corelacionado com as circunferências de cintura r= 0,96, quadril r= 0,93, abdominal

r= 0,89 com nível de significância p< 0,01 e RCQ r= 0,76 (p<0,05).

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86

Além da correlação positiva com IMC, RCQ estava correlacionado

positivamente com as circunferências de cintura r= 0,88 (p<0,01)e abdominal r= 0,81

(p<0,05). Verificou-se também neste grupo a correlação positiva da circunferência de

cintura com quadril r= 0,87 (p<0,05) e abdominal r= 0,97 (p<0,01).

Grupo LM - Paraplegia - 11 indivíduos

Verificou-se neste grupo que a massa corporal estava correlacionada

significativamente com as circunferências de cintura r= 0,79 e quadril r= 0,83ambos

com nível de significância p< 0,05 e IMC r= 0,96 (p< 0,01).

Além da correlação positiva com a massa corporal, o IMC também estava

correlacionado positivamente com as circunferências de cintura r= 0,86 (p< 0,01) e

quadril r= 0,72 (p< 0,05). Por fim, a outra correlação positiva apresentada nos dados

analisados foi de r= 0,80 com nível de significância p< 0,05 entre as circunferências

de cintura e quadril.

Grupo LM - Tetraplegia - 11 indivíduos

A massa corporal obteve relacionamento positivo com as circunferências de

cintura r= 0,91, quadril r= 0,79, abdominal r= 0,93, IMC r= 0,93com nível de

significância p< 0,01 e RCQ r= 0,70 (p< 0,05).

O IMC neste grupo demonstrou-se positivamente corelacionado com as

circunferências de cintura r= 0,88 (p< 0,01), quadril r= 0,69 (p< 0,05), abdominal r=

0,87 (p< 0,01) e RCQ r= 0,77 (p< 0,01).

A RCQ também relacionou-se positivamente com as circunferências de

cintura r= 0,81 e abdominal r= 0,85 ambas com p< 0,01. Verificou-se também neste

grupo a correlação positiva da circunferência de cintura com quadril r= 0,86 (p< 0,01)

e abdominal r= 0,99 (p< 0,01) e entre as circunferências de quadril e abdominal r=84

(p< 0,01).

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87

Parâmetros hematológicos

Eritrograma

Para análise dos resultados do eritograma foram verificadas a média e desvio

padrão de cada grupo separadamente (Tabela 7).

TABELA 7 Resultado da análise do Eritrograma

Eritrócitos

(.106/mm3)

Hemoglobina

(g/dL)

Hematócrito

(%)

VCM

(fL)

HCM

(pg)

CHCM

(g/dL)

RDW

(%)

Hígido 5,0±0,38 15,4±0,86 44,4±2,68 87,6±2,46 30,3±0,71 35,5±2,92 12,4±0,72

Para 4,9±0,38 14,4±1,31 41,9±3,72 84,8±4,49 29,1±2,02 34,4±0,98 12,9±0,74

Tetra 4,9±0,42 14,1±1,15 41,6±3,41 85,5±5,63 29,1±1,84 34,0±0,73 13,0±1,18

Os valores representam a média ± DP. Nota: VCM: Volume Corpuscular Médio; HCM: Hemoglobobina Corpuscular Média; CHCM: Concentração de Hemoglobia Corpuscular Média, RDW: Índice de Variação de Tamanho de Células Vermelhas

Dentre os parâmetros do eritrograma, exceto pelos resultados de CHCM e

RDW (p<0,05), a normalidade foi confirmada pela não significância do teste

estatístico de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade pelo teste de Levene.

A ANOVA one-way foi realizada para os resultados paramétricos e nenhuma

diferença significativa foi encontrada. Para análise estatística dos resultados de

CHCM e RDW, foi aplicado o testeestatístico de Kruskal-Wallis que não foi

significativo para nenhum dos parâmetros (p>0,05).

Plaquetas

A média também foi utilizada para a análise descritiva dos resultados referentes às

plaquetas (Tabela 8).

A análise de normalidade e homogeneidade dos resultados das plaquetas não foi

significativa, portanto, foi aplicada ANOVA one-way para os parâmetros não obtendo

diferença significativa alguma entre os grupos analisados (p>0,05).

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TABELA 8 Resultado de contagem de plaquetas

Os valores representam a média ± DP. Nota: Para: Paraplégico; Tetra: Tetraplégico

Leucograma

Os dados do leucograma não apresentaram significância aos testes de

normalidade e homogeneidade, portanto foi utilizado ANOVA one-way para verificar

se existiam diferenças significativas entre os dados de cada grupo. As diferenças

encontradas nos valores analisados tanto com a amostra separada por grupos

quanto pelo nível de AF não foram significativas (p>0,05)(Tabela 9). Portanto, não

há, aparentemente nenhuma alteração inflamatória sistêmica na amostra estudada.

TABELA 9 Resultado da análise do Leucograma

Valores de referência Hígido Paraplégico Tetraplégico

Leucócitos 3,9 - 10,9 (.103/mm3) 6,5±0,9 6,9±1,5 6,1±0,8

Monócitos 3 - 12 (%) 6,5±2,7 5,8±2,7 5,4±2,5

Segmentados (%) 49,3±17,4 51,4±11,8 55,1±7,4

Bastonestes 11 (%) 2,6±1,3 2,4±3,1 3,4±2,1

Eosinófilos 1 - 13 (%) 3,5±5,8 2,1±1,9 5,1±3,2

Basófilos 0 - 2 (%) 1,6±1,4 0,5±0,5 1,0±0,7

Linfócitos 19 - 49 (%) 35,1±12,1 36,1±10,1 29,6±7,2

Linfócitos Atípicos (%) 1,4±2,8 1,2±2,2 0,2±0,6

Os valores representam a média ± DP.

Parâmetros bioquímicos

Os parâmetros bioquímicos foram verificados para normalidade pelo teste

estatístico Kolmogorov-Smirnov, nenhum parâmetro examinado obteve significância.

Plaquetas

(.103/mm3)

Volume Plaquetário

(fL)

Distribuição de Plaquetas

(%)

Hígido 235,3±43,6 8,4±0,5 15,6±1,1

Para 247,82±50,2 8,3±0,6 16,1±1,4

Tetra 214,00±36,5 8,4±0,5 16,1±1,1

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89

A média ± DP dos parâmetros estão apresentados na tabela 10, estes foram

divididos pelos grupos Hígido, Paraplégico e Tetraplégico.

TABELA 10 Resultado da análise dos parâmetros bioquímicos

Valores de referência Hígido Paraplégico Tetraplégico

ALT (U/L) 11 - 45 29,7±14,9 20,6±4,9 22,8±17,2

AST (U/L) 11 - 39 31,6±9,5 31,3±12,4 23,2±6,1

Uréia UV(mg/dL) 15 - 45 23,3±5,2 23,5±4,9 22,12±4,8

Creatinina K (mg/dL) 0,70 - 1,20 1,2±0,1 0,9±0,2 1,0±0,9*

Albumina (g/dL) 2,9 - 4,7 4,5±0,2 4,1±0,3* 4,0±0,4*

Proteina Total (g/dL) 6,0 - 8,0 7,8±0,4 7,6±0,7 7,2±0,5*

CK NAC Liq (U/L) 26 - 189 124,1±48,9 231,1±135,6 124,3±133,4

Colesterol Liq (mg/dL) 200 178,1±28,1 168,2±27,6 168,3±44,3

Glicose liq (mg/dL) 65 - 99 90,5±6,1 86,5±7,4 82,8±11,0

Triglicerídeos(mg/dL) 150 129,4±103,8 91,7±49,6 109,4±75,8

Ácido úrico(mg/dL) 2,5 - 7,0 5,3±1, 1 4,8±0,5 4,7±1,07

HDL LE (mg/dL) 60 50±11,5 41,6±6,1 40,2±5,8*

LDL Calculado (mg/dL) 100 - 129 101,7±28,9 104,7±23,6 112,7±32,9

Os valores representam a média ± DP,* p<0.05 Nota: ALT: alanina transaminase; AST: aspartato transaminase; CreatininaK: Creatinina Quinase; HDL: High Density Lipoprotein colesterol; LDL: Low Density Lipoprotein-Colesterol Com a aplicação do teste estatístico ANOVA one-way obteve- se significância

na concentração dos parâmetros abaixo relatados:

A concentração sérica da Creatinina K no grupo dos hígidos apresentou

diferença na média de 0,262mg/dLacima da encontrada no grupo TetraF(2,26)= 5,03

p< 0,05. A concentração sérica da Albumina no grupo dos hígidos também mostrou-

se 0,416g/dL acima da encontrada no grupo Para e 0,532g/dL acima dos valores do

grupo Tetra F(2,29) = 0,81 p< 0,05. Já a Proteína Total do grupo Hígido estava

0,617 acima do verificado no grupo Tetra F(2,28)= ,37 p< 0,05,

enquantoaconcentração de HDL LE apresentou elevação de 9,73mg/dL quando

comparadaà encontrada nos tetraplégicos F(2,29)= 4,37 p< 0,05.

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90

4.4 DISCUSSÃO

A hipótese central deste estudo foi de que os participantes com LM

apresentariam maiores comprometimentos nos parâmetros analisados do que o

grupo hígido, que foi utilizado como controle.

Primeiramente, apesar dos resultados do recrutamento dos indivíduos com

LM não ter sido um dos objetivos de investigação deste estudo, após análise destes

dadoseste demonstrou-se um ponto importante a ser pesquisado a fim de traçar

metas para que a participação e engajamento de lesados medulares aumente, seja

em atividades voltadas à saúde, recreativasou esportivas. A grande porcentagem

de indivíduos contactados que declinaram o convite é semelhante à encontrada em

estudos realizados em outros países, sendo que tanto a quantidade quanto os

motivos de recusasão semelhantes (Canupp et al., 1997; Bampi et al., 2008;

Bassett e Martin Ginis, 2009).A amostra da população com LM de Curitiba e Região

Metropolitana contactada para este estudo demonstrou quão difícil é mobilizar estas

pessoas para a realização de qualquer atividade que necessite deslocamento de sua

residência para outro local, o que confirma dados mundiais que colocam a

dificuldade de locomoção independente como um dos pontos de maior preocupação

em países em desenvolvimento (Hetz et al., 2009; Hetz et al., 2011; Dolbow e

Gorgey, 2016). Outro fator que deve ser levado em contaforam as justificativas

dadas pelos convidados para a não participaçãono projeto, sendo que a não

aceitação da LM e a falta de entendimento sobre a patologia e suas comorbidades

são características encontradas em locais onde o processo de reabilitação é curto

ou inexistente e a abordgem da lesão medular pelos profissionais da área de saúde

não é realizada de forma objetiva e clara.

A etiologia das LM e parâmetros epidemiológicos relacionados à LM

encontradas na amostra que foi estudada seguem a tendência mundial explicada

pela crescente violência no trânsito (Barros Filho et al., 1990; Cardenas, Bryce, et

al., 2004; Chamberlain et al., 2015). A faixa etária e o gênero também são

características que continuam sendo mantidas durante os últimos 30 anos(Palma et

al., 1992; Sekhon e Fehlings, 2001).Vale ressaltar que em países desenvolvidos

está ocorrendo alteração na etiologia e faixa etária comprometida pela LM, pois

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91

devido ao envelhecimentoda população, os casos de LM causados por queda no

mesmo nível em idosos está crescendo de maneira abrupta (Bellucci et al., 2015).

A caracterização da amostra quanto ao nível de AF corroborou os dados de

estudos realizados em outros países, comprovando a tendência à inatividade física

em indivíduos com maior comprometimento devido a LM (Bassett e Martin Ginis,

2009; Hetz et al., 2009; Jetha et al., 2011).

Quanto aos parâmetros antropométricos, não foram observadas diferenças

significativas entre os grupos estudados. Isto pode ter ocorrido devido à

homogeneidade da amostra e pela alta margem do desvio padrão dos dados.

Com relação ao hemograma, observou-se diferenças significativas entre os

grupos analisados corroborando dados de estudos realizados em países da América

do Norte (Bauman e Spungen, 2000; Krassioukov et al., 2003; Sadowska-Krepa et

al., 2015).

Dentre os parâmetros bioquímicos analisados, exceto pelo lipidograma, os

resultados estão dentro dos valores de referência utilizados. Isto está de acordo com

estudos que enfatizam que alterações em parâmetros de creatinina e uréia utilizados

para estudo defunção renal quando apresentam alteraçõesna população com LM

pertencem a casos específicos de comorbidades relacionadas à bexiga neurogênica

e ao mal procedimento de cateterismo,ou à infecções urinárias de repetiçãoque

podem causar a longo termo distúrbios renais (Pannek, Gocking, et al., 2009;

Pannek, Kullik, et al., 2009).A diferença significativa que aponta para o aumento da

creatinina nos hígidos pode estar relacionada com o fato de que os quatro

participantes com este parâmetro aumentado também apresentaram aumento nas

concentrações de AST e creatina quinase, sendo que quando alterados

concomitantemente estão associados ao dano muscular devido a exercício físico

(Ainsworth et al., 2000; Haskell et al., 2007; Thompson, P. D. et al., 2013).

Confirmando esta associação, estes quatro indivíduos hígidos estavam alocados no

grupo dos fisicamente ativos e tinham relatado prática de exercícios intensos

antecedendo o dia da coleta de sangue.

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92

A função hepática também não apresentou alterações entre os grupos e foi

verificada devido ao uso excessivo de medicamentos para as comorbidades da LM,

principalmente antiespasmódicos, anticolinérgicos e antibióticos.

A concentração de albumina e a de proteína total foram avaliadas como

critérios de estado nutricional, sendo que estes parâmetros foram investigados em

outros estudos como preditores de mortalidade na LM aguda (fase hospitalar) e da

propensão ao aparecimento de úlceras de pressão (Frankenfield, 2006; Wong et al.,

2013; Wong et al., 2014).A concentração de albumina estava significativamente

abaixo dos valores encontrados nos hígidos, tanto em tetraplégicos quanto em

paraplégicos, porém continuava na faixa dos valores de referência considerados

como normais (2,9 - 4,7g/dL). Contudo, algumas pesquisas em doenças crônicas

com perda de massa magra caracterizada como extrema, insuficiência renal e

hepática utilizaram valor de referência limítrofe para albumina como sendo de

3,5g/dL.Contudo, na nossa amostra o valores da albumina continuam dentro da

normalidade mesmo utilizando o valor de referência de 3,5g/dL. Vale ressaltar que

os critérios de exclusão utilizados para este estudo delimitaram a presença de

comorbidades que pudessem apresentar diminuições significativas de albumina.

O lipidograma (Tabela 10) não demonstrou diferenças significativas entre os

grupos apesar de alguns participantes apresentarem alterações

importantes.Levando em conta o número da amostra ser reduzido e os desvios

padrões aumentadosentende-se a não significância destas alterações, portanto,

estes dados serão analisados separadamente no Estudo 3 - Capítulo 6.

Vale ressaltar que os critérios de exclusão utilizados acabaram por influenciar

na ausência de alterações significativas nos exames de sangue analisados, sendo

que hipoteticamente se os critérios de exclusão fossem alterados a amostra teria

aumentado significativamente levando em conta que 38 indivíduos foram excluídos

por apresentarem úlcera de pressão e problemas cardiovasculares que são as

comorbidades mais comuns em lesados medulares juntamente com as infecções

urinárias (Anson e Shepherd, 1996; Noreau et al., 2000; Cobb et al., 2014).

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93

Portanto não foram encontradas grandes alterações entre os parâmetros

analisados neste estudo. Uma possível explicação para este fato, seria que os

parâmetros hematológicos e bioquímicos dos indivíduos excluídos deste estudo

apresentariam um perfil completamente diferente do encontrado, corroborando com

pesquisas com critérios de inclusão mais flexíveis os quais encontraram alterações

significativas em indivíduos com LM.

4.5 CONCLUSÃO

Observou-se neste estudo que o nível de AF estava relacionado ao nível e

severidade da LM sendo confirmada a hipótese 1, por outro lado, a hipótese 2 foi

rejeitada por não ter havido correlação dos parâmetros antropométricos com nível da

LM.

A hipótese 3 sugeria que os parâmetros bioquímicos plasmáticos

apresentariam correlação com nível da LM, sendo que esta pôde ser aceita em

partes, pois ocorreram algumas relações com o nível da LMporémnão foram

fortemente correlacionadas.

A hipótese 4 e 5 foram rejeitadas pois os parâmetros bioquímicos plasmáticos

não apresentaram correlação com severidade da LM e a relação com o nível de AF

não pode ser analisado pelo baixo número de indivíduos em cada grupo.

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CAPÍTULO 5

ESTUDO 2

AVALIAÇÃO DO SISTEMA NEUROMUSCULAR

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5. AVALIAÇÃO DO SISTEMA NEUROMUSCULAR E OSTEOARTICULAR DE

INDIVÍDUOS COM LM EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

5.1 INTRODUÇÃO

Os problemas osteoarticulares em membros superiores são frequentes,

portanto é fundamental ser realizada avaliação do sistema neuromuscular com o

intuito de verificar aintegridade osteoarticular e a qualidade da contração muscular

de MMSS tanto no grupo de LM quanto no grupo hígido.

Estudos revelaram que após cinco anos de uso de cadeira de rodas para

locomoção, indivíduos com LM começam a apresentar problemas ortopédicos de

ombro. Estas alterações ortopédicas que induzem a dor e limitação de função

podem ter relação com tempo e nível de lesão, bem como idade do indivíduo e a

forma como esta pessoa foi reabilitada. Biomecanicamente, os ombros passam a ter

sua função modificada pela necessidade de impulsionar a cadeira de rodas e de

realizar transferências para locais de mesma altura ou até mesmo mais altos. Outro

ponto que deve ser levado em conta é que estes indivíduos utilizam de maneira

constante parte da musculatura que forma o manguito rotador,o que faz com que

ocorra um desequilíbrio de forças nos MMSS tendendo a sobrecarregar os músculos

adutores e rotadores de ombroe fazendo com que os estabilizadores da escápula

tornem-se muito fracos. Com o decorrer dos anos, se esta musculatura não é

trabalhada de forma correta e integrada com fortalecimento e alongamento

adequado, além dos problemas osteoarticulares em ombro podem ocorrer

alterações posturais que diminuem funcionalidade e muitas vezes causam dor (Lee

e Mcmahon, 2002; Bjerkefors et al., 2006; Tederko et al., 2009).

Outro fator que leva ao aumento nas patologias ortopédicas nos lesados

medulares é a alteração nas propriedades da contração muscular, que pode ocorrer

dependendo do nível e severidade da LM, fazendo com que ocorra diminuição de

força muscular de determinados músculos, perda ou alteração de sensibilidade e,

consequentemente, perda das propriedades cinestesiológicas das articulações dos

membros afetados pela LM(Proske e Proske, 2006). Estes distúrbios

neuromusculares podem acarretar desequilíbrio das forças entre os grupos

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96

musculares de um mesmo membro como também de um hemicorpo em comparação

ao outro, portanto, tem-se propensãoainda maior a ocorrer distúrbios

osteomusculares que causam diminuição de amplitude de movimento (ADM) e de

força, dor e deformidades estruturais de membros e coluna vertebral (Gutierrez et

al., 2004; Cobb et al., 2014; Akbar et al., 2015).

Quando se classifica os indivíduos pelo nível e severidade da LM, de forma

simplificada pode-se relacionar a diminuição ou ausência de estímulo nervoso com a

diminuição da área de secção transversa da musculatura e consequentemente

redução da capacidade de gerar força e manter movimentos de músculos

isolados(Thomas et al., 2014). Esta diminuição na capacidade de produzir força

está diretamente correlacionada à diminuição de funcionalidade e consequente

diminuição do nível de AF, o que como visto na revisão de literatura, aumenta os

custos da saúde pública e diminui a qualidade de vida do indivíduo(Jacobs et al.,

2004; Groah et al., 2009).

Portanto, a avaliação da produção de força torna-se na LM um método

investigativo de verificação das limitações funcionais. Uma das alternativas para

esta averiguação é a utilização da Contração Isométrica Voluntária Máxima (CIVM)

como forma de avaliar produção de força pela dinamometria eativação muscular

pela eletromiografia (EMG). Estes dados podem ser utilizados por profissionais da

saúde na melhora de capacidade funcional, prevenção de lesões e aumento de

desempenho desportivo(Buchanan et al., 1989; Caldwell e Van Leemputte, 1991;

Calancie et al., 2002).

A análise da força pela dinamometria (permite a mensuração da força

aplicada a um sistema de célula de carga) pode ser realizada de várias formas, as

quais estão relacionadas à questão a ser respondida e ao tipo de equipamento

utilizado para isto. No caso deste estudo, a questão norteadora desta análise

focalizou em avaliar a quantidade de força que pode ser produzida em uma CIVM e

compará-la entre indivíduos que têm comprometimento neural central(lesão na

medula) e aqueles que têm esta função íntegra. A CIVM também foi escolhida por

produzir menores alterações na captação dos sinais da eletromiografia de superfície

(EMG).

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97

Basicamente existem três dimensões que podem ser analisadas com a EMG:

amplitude, tempo e espectro de potência (valores de frequência mediana). Cada

uma destas dimensões pode ser utilizada para analisar parâmetros específicos,

sendo que:

análise da amplitude do sinal avalia (I) o nível de atividade elétrica do

musculo em repouso, que deveria ser abaixo de 5μV em indivíduos sem

distúrbios neuromusculares; (II) Média da força em uma contração, sendo

este bom indicador para a força muscular em uma CIVM; (III) força máxima

ou pico de força;(IV) Variabilidade da amplitude do sinal, que pode ser

interpretada com a estabilidade neuromuscular; e (V) Área ou integral do

EMG que corresponde à área embaixo da curva em um determinado período

de tempo(isto é considerado bom indicador de quanta energia foi produzida

durante o período selecionado).

Análise temporal verifica (I) tempo de ativação que mede quanto tempo levou

para o músculo se contrair e (II) o tempo de desativação que verifica o tempo

que um músculo em contração demora para voltar ao estado de repouso

após a ordem de relaxamento.

Análise espectral que avalia as frequências médias e medianas de uma

CIVM, sendo este parâmetro utilizado como uma das formas de avaliar

fadiga muscular.

Portanto levando em conta os objetivos desta análise, o músculo bíceps

braquial foi elencado para a realização dos testes por ser um músculo que

anatomicamente tem as suas fibras paralelamante alinhadas e os pontos motores

mais agrupados do que em outros músculos, além de teoricamente estar íntegro em

todos os participantes deste estudo.

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98

5.1.1 Objetivo geral

Verificar a integridade osteoarticular de MMSS bem como a capacidade de

produção deforça e torque do músculo bíceps braquial bilateralmente, tanto em

indivíduos com LM quanto em indivíduos sem distúrbios neurológicos. Analisar e

comparar os resultados encontrados entre os grupos e verificar se fatores como

idade, aptidão física, nível e severidade da LM influenciam os parâmetros avaliados.

5.1.2 Objetivos específicos

Avaliar atividade elétrica do músculo bíceps em repouso, produção de força, e

dados eletromiográficos correlacionados de cada particpante e compará-los

entre grupo LM e Hígido.

Avaliar pico de torque dos participantes e compará-los entre lesados

medulares e hígidos.

Verificar relação entre pico de torque e nível de AF, tempo de lesão, nívele

severidade de LM.

Comparar ativação voluntária do bíceps braquial entre LM e hígidos.

Verificar relação entre ativação voluntária do bíceps braquial e nível de AF,

tempo de lesão, nível e severidade de LM.

Verificar relação entre circunferência de bíceps braquial relaxado e contraído

com pico de torque e ativação voluntária do bíceps braquial.

Verificar relação entre nível de AF, produção de torque do bíceps braquial,

ativação voluntária desta musculatura, idade, circunferência de bíceps braquial

relaxado e contraído.

Comparar o teste de fadiga entre lesados medulares e hígidos.

Verificar relação entre nível de AF, idade, circunferência de bíceps braquial

relaxado e contraído com fadiga.

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99

5.1.3 Hipóteses

H1. A força epico de torque será maior nos participantes hígidos do que nos

lesados medulares.

H2. O pico de torque será menor quanto maior a idade, tempo de lesão, nível e

severidade da LM.

H3. O tempo de ativação e desativação do músculo em uma CIVM será maior nos

indivíduos com LM.

H4. Ativação voluntária do bíceps braquial será menor entre LM que entre hígidos.

H5. A fadiga será menor nos participantes hígidos quando comparados com os

lesados medulares tetraplégicos.

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100

5.2 MÉTODOS

5.2.1 Participantes do estudo

Os participantes recrutados para este estudo fazem parte do recrutamento

descrito na seção 3.1 do Capítulo 3. Porém, foi necessário estabelecer novos

critérios de exclusão devido a especificidade do teste realizado.

Participantes que apresentaram um ou mais critérios abaixo descritos foram

excluídos deste estudo:

Radiculopatias de MMSS;

Alterações osteoarticulares impeditivas de manutenção da posição do teste;

Impossibilidade de manutenção da flexão de 90o do cotovelo voluntariamente;

Espasmos em MMSS;

5.2.2 Procedimentos gerais

Os participantes que realizaram os testes do D2 e que apresentaram as

condições necessárias para a realização do protocolo do dia 3 foram convidados a

participar. Desta forma, o teste foi marcado conforme a conveniência do participante.

A figura 12resume os procedimentos que foram realizados no D3.

Recomendações

Antes de iniciar o procedimento todos os participantes receberam instrucao

de familiarizacao que consistiu em explicar qual a finalidade do teste além de

demonstrá-lo e por fim ensinar o participante qual deveria ser a sua conduta.

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101

FIGURA 12 Esquematização do procedimento realizado no D3.

Materiais e instrumentos utilizados

Para a aquisição dos sinais eletromiográficos de superfície foi utilizado o

equipamento EMGLab V1.2_2010 da marca EMG System do Brasil® que possui

sistema de aquisição de sinais de oito canais com conversor A/D1208 e um

microcomputador.

Para a aquisição da variável força foi utilizado um dinamômetro de tração da

marca EMG System do Brasil® que foi conectado ao equipamento de leitura dos

sinais eletromiográficos por meio de um cabo de 1,5m. Assim, os dados

eletromiográficos e de força foram coletados concomitantemente pelo mesmo

equipamento, tornando as duas coletas sincronizadas. Além disto, os testes podiam

ser acompanhados durante a coleta no monitor do microcomputador. A força gerada

pelo participante durante as contrações foi transmitida ao dinamômetro através por

um cabo de aço inextensível de um metro de comprimento. A outra extremidade do

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102

dinamômetro foi fixada ao punho do voluntário por meio de luva especificamente

para os testes deste estudo.

Além destes equipamentos de avaliação, foram utilizados faixas elásticas e

cintas na fixação para a manutenção do participante na posição adequada ao teste.

Na preparação da pele para a colocação dos eletrodos modelo 2223BRQ da Marca

3M® utilizou-se álcool e gaze.

5.2.3 Avaliações

5.2.3.1 Avaliação de integridade osteoarticular

Esta avaliação foi realizada para a verificação da saúde osteoarticular dos

MMSS. Foi analisada a amplitude de movimento e verificada a presença de algias e/

ou lesões que pudessem comprometer a total cooperação do participante no teste,

portanto,os avaliados que apresentaram algum dos critérios descritos acima foram

excluídos. As medidas realizadas primeiramente foram, da circunferência do

músculo Bíceps Braquial relaxado e contraído e a captação do Sinal

Eletromiográfico de Repouso - RMS Repouso.

5.2.3.2 Avaliação de parâmetros relacionados à força e torque

Pelas contracoes isométricas voluntarias maximas (CIVM) do bíceps braquial

obteve-se a força e torque muscular.

Primeiramente foi encontrada a força (kgf) com a utilização do dinamômetro,

esta variável foi salva e após a coleta finalizada os parâmetros (A) tempo de

ativação muscular contado de zero até ponto de início de oscilação da força; (B)

tempo de desativação muscular contada do final da contração até relaxamento

completo; (C) Força máxima de início da contração; (D) Força no final da contração;

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103

(E) Força Pico e (F) Média da Força na CIVM foram tabuladas para posteriores

análises.

O torque muscular (N.m) foi obtido a partir da distancia do ponto de fixacao da

célula ao centro articular (determinada por meio de uma fita metrica ) multiplicada

pela forca muscular.

5.2.3.3 Avaliação da atividade elétrica muscular

Conforme mencionado anteriormente nos procedimentos gerais, a atividade

eletromiográfica (EMG) do músculo bíceps braquial foi gravada durante as CIVM.

Os sinais da EMG foram registrados, amplificados e digitalizados à frequencia

de 2000Hz.Para análise, o sinal eletromiografico foi retificado (RMS) com onda

completa e o pico de ativacao foi definido como o maximo valor obtido no RMS .

Apos, o sinal foi integrado (iEMG).

5.2.3.4 Avaliacao da ativacao voluntaria muscular

A ativacao voluntaria do bíceps braquial foi avaliada durante uma CIVM pela

técnica de superimposicao elétrica de burst (trens de pulso eletrico de alta

frequencia superimposto ao musculo em contracao). Para realizacao da estimulacao

elétrica foi utilizado o aparelho TENS-FES HTM Clínicoo qual foi programado de

forma a enviar um estímilo elétrico no modo de eletroestimulação funcional na

frequência de 100Hz, largura de pulso 400 μs, rampa de subida e descida de 1s.

Dois eletrodos auto-adesivos foram posicionados sobre a pele, ao lado dos

eletrodos utilizados para o EMG.Para a localização do ponto motor do musculo após

o eletrodo ser posicionasdo o mais próximo possível ao ponto motor, um pulso

elétrico foi emitido para efetuar contracao muscular (KNAFLITZ et al., 1990;

FORRESTER; PETROFSKY, 2004). Após a localização adequada do eletrodo ser

encontrada (mínimo de intensidade com contração adequada da musculatura) a

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104

intensidade maxima foi determinada pelo movimento completo de flexão do bíceps

braquial sem fibrilação. O valor da intensidade máxima suportada pelo participante e

capaz de contrair efetivamente a musculatura foi anotada.

Apos determinacao da intensidade maxima do estímulo elétrico houve

intervalo de 5 minutos para minimizar o efeito da fadiga no desempenho, o

participante realizou CIVM de 5 segundos e quando a forca maxima foi atingida e

mantida um estimulo eletrico com trem de pulso (onda retangular) supramaximo de

um segundo de duracao , com frequencia de 100Hz e duracao de fase de 400 μs foi

superimposto a contração.Durante todo o testeencorajamento verbalfoi realizado

para assegurar o esforco maximo durante a CIVM.

Para avaliar o nível de ativacao voluntaria do musculo o calculo da taxa de

ativacao central – CAR (Central Activation Ratio) foi realizado. A taxa de ativacao

central foi obtida pela divisao da forca gerada pela CIVMpela forca produzida com a

superimposição do estímulo elétrico externo na CIVM. Valores de CAR igual a 1

foram considerados como 100% da ativacao v oluntaria. Taxas de ativacao central

menor que 1 indicam ativacao incompleta (Kent-Braun e Le Blanc, 1996; Kent-

Braun, 1997).

5.2.3.5 Protocolo

O protocolo utilizado foi adaptado do estudo realizado por SK Stakehouse et

al, 2001(Stackhouse et al., 2001). Portanto, além de avaliar a capacidade de

produção de força pelaCIVM, avaliando assim a capacidade dos participantes de

ativarem voluntariamente o músculo bíceps braquial, utilizou-se a superimposição de

eletroestimulação superficial em forma de trem de pulso para avaliar a taxa de

ativação central durante uma CIVM de 3-5 segundos. Neste estudo também foi

realizada a avaliação dos mesmos parâmetros em músculo fadigado. Para tanto, o

avaliado executou 25 CIVM de 5 seg. Com 2 seg de intervalo entre elas, e na

25aCIVMfoi imposta a mesma estimulação elétrica no músculo, para a verificação da

taxa de ativação central perante fadiga da musculatura avaliada.

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105

Aquecimento prévio ao teste

Previamente à colocação do participante na posição do teste, foi realizado

aquecimento com ergômetro de braco. Foi pedido ao participante para “pedalar”o

ergômetro de braço a uma velocidade confortável por 10 minutos. Devido ao

acometimento do SNA e da diminuição de funcionalidade em MMSS em alguns

participantes, todos os indivíduos foram alertados que poderiam parar se sentissem

algum desconforto ao realizar o aquecimento.

Posicionamento do participante

Para maior confiabilidade do teste, devido à incapacidade dos participantes

com LM em manter-se na posição ortostática para a realização do teste de força

muscular, todos os participantes realizaram o referido teste sentados. Os lesados

medulares realizaram os testes na própria cadeira de rodas, que foi devidamente

presa para não ter problema de movimentação na hora do teste. Devido ao

acometimento da musculatura de tronco dos lesados medulares, para que todos

tivessem a mesma estabilidade durante o teste e utilizassem somente a musculatura

testada, os indivíduos foram presos à cadeira com cintas na cintura pélvica, faixa

abdominal e peitoral. Cada participante foi posicionado de maneira que sentado na

frente da mesa de avaliação o braço testado estivesse com o ombro fletido a 90o.

Colocação dos eletrodos

A pele do participante foi limpa com álcool e gaze com o intuito de que a

aderência dos eletrodos à pele fosse a melhor possível. Quanto mais limpa, seca e

desengordurada a pele estiver melhor é a captação do sinal eletromiográfico. Não foi

necessário fazer tricotomia em nenhum dos participantes deste estudo.

Para a colocação dos eletrodos foi utilizada os guidelines presentes no site

http://seniam.org/bicepsbrachii.htmlque mostram a posição apropriada dos eletrodos

a partir de estruturas anatômicas.A figura 13 especifica o local de fixação dos

eletrodos para análise eletromiográfica do bíceps braquial.

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106

FIGURA 13Posicionamento de eletrodos para EMG

Para verificar se a captação dos sinais eletromiográficos estava sendo

realizada de forma adequada, pediu-se para o participante ficar com o cotovelo

estendido e desta forma, foram coletados 30 segundos de repouso muscular.

Posteriormente, a braçadeira almofadada foi posicionada e presa fortemente

ao punho do participante ao qual foi requisitado a flexãoa 90o do cotovelo, sendo

que nesta posição foi ajustada a distância do cabo da célula de carga para que não

houvesse movimento no momento do teste. Assim sendo, com o punho preso à

célula de carga, o participante conseguia esticar o cotovelo para descansar o braço

porém não conseguia fletir o cotovelo mais do que 90o. Para que o ângulo entre

dinamômetroe antebraço ficasse igual para todos os participantes ocorreram ajustes

no comprimento e na altura do cabo que conectava a célula de força ao ponto fixo.

Quando o participante afirmava que estava confortavelmente fixado na

cadeira, e que a braçaderira estava firmemente amarrada ao punho porém não

estava machucando, foi pedido ao participante que mantivesse o ombro aduzido

com o comando “a partir de agora você deve ficar com o braço encostado no seu

tronco, sem mexê-lo para frente, para trás ou afastá-lo do tronco. Quando você

puder mexer o braço nós avisaremos”.

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107

O participante foi alertado de que seriam utilizados estimulos verbais para o

início e termino do teste , além de estímulo verbal motivacional durante a realizacao

do mesmo. Foi combinando que para o início da contração muscular o avaliador

contaria até tres e quando dissesse “já” o participante deveria executar a contração

do bíceps braquialcomo instruído anteriormente. Durante todo o tempo de execução

da contração muscular o participante ouviria a palavra “força” repetidamente e que

para o término da contracao muscular a palavra “pare” seguida da palavra “relaxe”

seria utilizada, só então o participante poderia relaxar completamente o membro

avaliado (3 minutos de descanso entre as CIVM).

Execução do teste

O teste foi realizado seguindo a sequência mencionada abaixo:

1. Coleta dos sinais eletromiográficos do músculo bíceps braquial relaxado por

30 seg.

2. CIVM realizada 3 vezes com duração de 5 seg, sendo que entre cada

contração ocorreu um intervalo de 3 minutos.

3. Colocação dos eletrodos para eletroestimulação

4. Pesquisa para máxima intensidade tolerada

5. Período de recuperação do músculo de 5 minutos

6. CIVM com duração de 5 seg e superimposição da eletroestimulação ao final

7. 15 minutos de descanso

8. 25 CIVM de 5 seg com 2 seg de repouso para avaliar fadiga

9. Na 25a contração superimposição da intensidade utilizada no item 6.

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após a confirmação de normalidade e homogeneidade dos dados pelos

testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene, uma série de análises de variância foram

realizadas utilizando ANOVA one-way. O teste de Bonferroni foi aplicado para

identificar onde as diferenças ocorreram. Testes t também foram utilizados quando

necessário.Os testes estatísticos foram executados com o software SPSS® (20,0

IBM®) tendo o nível de significância aceito em p<0,05.

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108

5.4 RESULTADOS

AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE OSTEOARTICULAR

Trinta e dois participantes passaram por testes de integridade osteoarticular,

sendo que somente cerca de 35% dos avaliados foram considerados aptos a realizar

o teste de força. Dos 11 participantes incluídos no teste de força, quatro eram

Hígidos, dois Paraplégicos e cinco Tetraplégicos.

Entre os 10 hígidos que participaram dos testes de avaliação osteoarticular

todos estavam aptos a realizar o teste, porém seis não marcaram o teste por

incompatibilidade de horários. Dentre os 11 paraplégicos avaliados, dois não

puderam realizar os testes por incompatibilidade de horários, cinco apresentaram

tendinites de Manguito Rotador tendo dor na manutenção da posição necessária

para o teste e dois estavam em tratamento de epicondilite. No grupo dos

Tetraplégicos avaliados um foi excluído devido a espasticidade severa em MMSS,

quatro por tendinites em Manguito Rotador e um por não apresentar ADM completa

da articulação de cotovelo.

Medida da circunferência do músculo Bíceps Braquial

O Bíceps Braquial foi mensurado em ambos os MMSS quando relaxado e

contraído (Tabela 11). O teste estatístico de Kolmogorov-Smirnov foi realizado

certificando a normalidade dos dados (p>0,05).

TABELA 11Medida da circunferência do músculo Bíceps Braquial

Bíceps D

Relaxado

(cm)

Biceps D

Contraído

(cm)

Bíceps E

Relaxado

(cm)

Bíceps E

Contraído

(cm)

Hígido 36,2±2,83 37,65±2,98 36,3±2,54 37,37±2,68

Paraplegia 32,2±2,55 34,2±2,69 34,8±4,24 35,25±4,60

Tetraplegia 29,34±4,82 30,9±5,26 29,74±4,98 31±5,39

Os valores representam média ± DP.

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109

O teste t independente demonstrou diferença na média entre a circunferência

muscular do bíceps braquial entre grupos Hígido (M= 36,20 ± 2,83) e Tetraplégico

(M= 29,34 ± 4,82)para o músculo relaxado MSD t(7)= 2,49, p<0,05. Para o músculo

bíceps braquial D contraído a média do grupo Hígido (M= 37,65 ± 2,98) foi

significativamente maior que no grupoTetraplégico (M= 30,9 ± 5,26),t(7)= 2,42,

p<0,05.

Sinal Eletromiográfico de Repouso - RMS Repouso

Exceto pelo RMS encontrado no músculo bíceps braquial do participante 8

(RMS= 6,10) todos os outros membros analisados estavam dentro da normalidade

de atividade elétrica em repouso RMS <5 mV (Figura 14).

FIGURA 14 Medida do sinal eletromiográfico retificado em repouso Nota: RMS:Sinal Eletromiográfico Retificado; Para: Paraplégico;Tetra: Tetraplégico.

1 -

Hígido

2 -

Hígido

3 -

Hígido

4 -

Hígido

5 -

Para

6 -

Para

7 -

Tetra

8 -

Tetra

9 -

Tetra

10 -

Tetra

11 -

Tetra

RMS_REPOUSO D 1,22 1,90 2,14 1,92 0,99 2,35 3,38 6,10 3,84 0,70 2,06

RMS_REPOUSO E 2,11 0,48 1,25 1,85 1,06 2,51 3,33 3,47 3,33 0,54 2,60

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

RM

S

Sinal Eletromiográfico Retificado Situação Repouso

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110

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE FORÇA

Pico de Força - Média da Força Isométrica

Para analisar os dados do teste de dinamometria as medidas abaixo foram

tabuladas da melhor CIVM de cada participante, bilateralmente conforme

demonstrado na figura 15.

FIGURA 15 Medidas avaliadas na dinamometria do músculo bíceps braquial

bilateralmente. Nota: (A):tempo de ativação muscular contado de zero atéponto de início de oscilação da força; (B) tempo de desativação muscular contada do final da contração até relaxamento completo; (C) Força máxima de início da contração; (D) Força no final da contração; (E) Força Pico.

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111

Tempo de Ativaçãoe desativaçãodo músculo em contração

O tempo decorrido de zero kgf até ponto de início de oscilação da força foi

considerado como tempo de ativação muscular (Figura 13 - A) e o tempo de

desativação muscular foi estipulado como sendo do final da contração até

relaxamento completo (Figura 13 - B). A figura 14 detalha os tempos de ativação e

término da contração.

FIGURA 16 Tempo de ativação do músculo para início da contração e desativação

do músculo até o retorno ao estado de repouso. Nota: (Repouso_Contração_D e Repouso_Contração_E):tempo de ativação muscular contado de zero até ponto de início de oscilação da força; (Contração_Repouso_D e Contração_Repouso_E): tempo de desativação muscular contada do final da contração até relaxamento completo;

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Repouso_Contração_D 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Contração_Repouso_D 0,60 1,20 1,50 1,80 0,40 1,00 1,00 0,80 1,40 1,00 0,80

Repouso_Contração_E 0,40 1,00 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Contração_Repouso_E 0,40 0,80 1,20 0,80 0,80 1,80 0,80 0,40 1,00 0,80 0,60

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

Tem

po

(s)

Tempo de Ativação e Desativação da CIVM do Músculo Bíceps Braquial

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112

Foi realizada a análise descritiva dos dados de tempo de ativação e

desativação da CIVM bilateral, cujo teste de normalidade para os parâmetros de

Repouso_contração e Contração_Repouso para os grupos separadamentenão

deram significativos para Kolmogorov-Smirnov (p>0,05), sendo assim, estes dados

foram analisados como paramétricos.

Na média, o tempo levado para o retorno ao estado de repouso no MSD foi

maior (M= 1,05 ± 0,41, EP= 0,12) que o tempo levado para a ativação desta

musculatura (M= 0,40), t(10)= - 5,24, p<0,05. O mesmo padrão foi encontrado no

MSE, com o tempo de retorno ao estado de repouso levando em média 0,4s (M=

0,85 ± 0,39, EP= 0,12) a mais do que o tempo levado para a ativação deste músculo

(M=0,45 ± 0,18), t(10)= - 3,03, p<0,05.

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113

Força de início e término de CIVM de 5s

A força máxima de início da contração (Figura 13 - C) e a força no final da

contração (Figura 13 - D)foram analisadas descritivamente, sendo que o teste de

normalidade foi aceito com Kolmogorov-Smirnov não significativo (p<0,05) tanto para

o total dos participantes quanto para grupos separados.

TABELA 12 Análise descritiva da força do início e término da contração isométrica

voluntária máxima CIVM.

ANÁLISE DESCRITIVA

Média

(kgf)

Desvio Padrão

Força_Início_CIVMD Hígido 24,66 4,74

Paraplégico 14,62 7,31

Tetraplégico 16,08 3,62

Força_Término_CIVMD Hígido 30,33 3,76

Paraplégico 21,29 8,96

Tetraplégico 24,65 3,80

Força_Início_CIVME Hígido 23,16 4,48

Paraplégico 17,79 10,13

Tetraplégico 16,72 5,24

Força_Término_CIVME Hígido 26,66 3,90

Paraplégico 21,79 9,19

Tetraplégico 22,52 4,84

Os valores representam média ± DP.

Em média a força de início da contração do grupo Hígidos (M= 24,66 ± 2,37)

foi 8,58kgf maior que a encontrada no grupo Tetraplégico (M= 16,09 ± 1,62). Essa

diferença foi significativa t (7)= 3,09, p<0,05.

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114

Pico de Força e Força Média durante CIVM de 5s

Após a preparação e tabulação dos dados, a estatística descritiva foi

realizada (Tabela 13). A normanildade dos dados verificada pelo teste estatístico de

Kolmogorov-Smirvov não foi significativa para nenhum dos parâmetros analisados,

portanto os dados apresentaram normalidade na distribuição .

TABELA 13 Análise descritiva dos valores da Média da Força e do Pico de força da

melhor CIVM.

ANÁLISE DESCRITIVA

N Média (kgf)

Desvio Padrão

MED_CIVMD Hígido 4 26,47 3,41

Paraplégico 2 23,93 1,97

Tetraplégico 5 20,64 7,63

MED_CIVME Hígido 4 26,88 3,83

Paraplégico 2 24,67 1,22

Tetraplégico 5 17,89 2,95

PICO_CIVMD Hígido 4 32,42 3,94

Paraplégico 2 30,88 2,24

Tetraplégico 5 25,06 8,84

PICO_CIVME Hígido 4 32,71 4,35

Paraplégico 2 30,80 0,47

Tetraplégico 5 22,16 4,50

Nota: Média da contração isométrica voluntária máxima direita e esquerda: MED_ CIVMD e MED_ CIVME; Pico de força: PICO_ CIVMD e PICO_ CIVME. Os valores representam média ± DP.

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115

Nas mensurações de força realizadas a partir da escolha da melhor CIVM entre as

três realizadas, foram analisados o Pico de Força e Média da Força (Figura 17).

FIGURA 17 Produção de força por contração isométrica máxima voluntária (CIVM)

do músculo Bíceps Braquial. Dados representados da média da CIVM direita e esquerda (MED_ CIVMD e MED_ CIVME), Pico de força (PICO_ CIVMD e PICO_ CIVME).

Ao processar ANOVA one-way os parâmetros de força analisados do MSE

foram comprovados como estatísticamente menores que os do MSD, Média da

CIVM F(2,8)= 1,12 p =0,008, Pico da CIVM F(2,8)= 7,91 p=0,013.

Para verificar entre quais grupos ocorreram as diferenças em força o teste de

Bonferroni foi realizado levando em conta as características da amostra. A Média da

CIVM no MSE teve diferença de -8,98kgf ± 2,12 entre o grupo de Tetraplégicos e

Hígidos (p<0,05). Outro parâmetro que teve diferença significativa foi o Pico da

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116

CIVM, sendo que o grupo tetraplégico apresentou -10,55kgf ± 2,78 de produção de

força quando comparado com o grupo Hígido de (p<0,05).

Torque

Análise descritiva dos dados de torque foi realizada e tabelada

(Tabela14).Kolmogorov-Smirvov não foi significativo para nenhum dos parâmetros

analisados e o teste estatístico de Levene confirmou a Homogeneidade da amostra.

TABELA 14 Análise descritiva do Torque

N Média Desvio Padrão

Torque_D Hígido 4 9,68 1,56

(Nm) Paraplégico 2 8,50 0,83

Tetraplégico 5 6,93 2,41

Torque_E Hígido 4 9,69 1,66

(Nm) Paraplégico 2 8,63 0,57

Tetraplégico 5 6,13 1,21

Os valores representam média ± DP e ± EP.

ANOVA one-way foi realizada para comparar os 3 grupos, e foi encontrada

diferença significante no Torque produzido pelo MSE F(2,8)= 8,16 (p<0,05). O teste

de Bonferroni foi aplicado para verificar onde se encontrava a diferença, mostrando

que o grupo Tetraplégico tinha redução do torque de -3,56 ± 0,90 (p<0,05).

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117

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR

Para avaliar os dados da atividade elétrica do músculo bíceps braquial em

uma CIVM o EMG foi realizado concomitantemente com a captura da força . Os

parâmetros investigados foram (I) o sinal eletromiograficoretificado (RMS) com onda

completa; o (II) pico de ativacao que foi definido como o m aximo valor obtido no

RMS e (III) a área sob a curva ou sinal integrado (iEMG).

Sinal eletromiografico retificado - RMS

A normalidade dos dados de RMS foi testado e não foi significante para

ambos os MMSS, a homogeneidade também foi confirmada como não significante

pelo teste estatístico de Levene.

O teste de ANOVA one-way não encontrou diferença significante entre os

gruposhígido e LM tanto para MSD quanto para MSE.

Para verificar se existia diferença na média do RMS entre os dois MMSS foi

realizado o Teste t para medidas pareadas que demonstrou diferença significativa

entre as médias de RMS do MSD e MSE, sendo que RMS_D (M=729,95,

EP=133,62) foi maior que RMS_E (M=485,31, EP=56,12), t(10)=2,21, P<0,05.

Pico de ativação

O máximo da ativação elétrica durante a CIVM foi avaliado e a normalidade

dos dados foi confirmada pelo teste estatístico Kolmogorov-Smirnov não significativo

(p< 0,05).

A homogeneidade da amostra foi verificada pelo Teste de Levene, o qual não

foi significante (p>0,05). A Anova one-way foi aplicada e os resultados foram não

significantes entre os grupos analisados (Tabela 15).

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TABELA 15 Análise descritiva do Pico de Ativação Elétrica.

Média Desvio Padrão

Hígido 1282,66 649,67

Pico_Ativação_D Paraplégico 1313,80 1417,66

Tetraplégico 935,04 636,07

Hígido 898,43 364,06

Pico_Ativação_E Paraplégico 842,49 461,05

Tetraplégico 662,51 321,08

Os valores representam a média ± DP.

Área sob a curva ou sinal integrado - iEMG

A análise descritiva das médias do iEMG para os grupos separadamente

apresentou normalidade dos dados com o teste estatístico Kolmogorov-Smirnov não

significativo (p< 0,05). A homogeneidade da amostra foi verificada pelo Teste de

Levene, o qual não foi significante (p>0,05). A Anova one-way foi aplicada e os

resultados foram não significantes entre os grupos analisados.

O teste t foi realizado entre a média total de iEMG_D e iEMG_E e não foi

significativo (p=0,25).

Avaliacao da ativacao voluntaria muscular

A taxa de ativação voluntária muscular do bíceps braquial foi testada para

normalidade e homogeneidade, sendo ambas não significantes. Anova one-way foi

realizada e foi verificado que não existia diferença significatica entre os grupos.

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Avaliação de fadiga muscular

Na média, no teste de fadiga os indivíduos tiveram perda de 7,83kgf ± 3,91;

t(10)= 6,639, p<0,05 no MSD e de 6,19kgf ±3,89; t(10)= 5,28, p<0,05 no MSE.

A análise percentual de queda de produção de força está demonstrada na

figura 16. Sendo que os participantes de 1, 2, 3 e 4 são do grupo Hígido, os

participantes do grupo Paraplégico são o número 5 e 6 e os demais pertencem ao

grupo Tetraplégico.

FIGURA 16Percentual de queda de produção de força após 25 CIVM de 5s de

duração e 2 seg de repouso.

O percentual de fadiga no MSD foi de 33,45 ± 2,69 e no MSE foi de 25,27± 4,07. O

teste estatístico de Kolmogorov-Smirnov foi realizado para avaliar a normalidade da

amostra que foi confirmada pelo valor de p >0,05.

Não foi encontrada diferença significativa entre o percentual de fadiga do

MSD e MSE analisado por meio do teste t para medidas pareadas.

36

28

33

20

48

40

21

46

3431 31

38

18

25

39

4

40

11

33

23

8

39

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Percentual de queda de produção de força MSD

Percentual de queda de produção de força MSE

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120

5.5 DISCUSSÃO

Profissionais da área de saúde que trabalham com LM estão preocupados

com o aumento das comorbidades nesta população devido a dois fatores que estão

tornando-se cada vez mais frequentes. O primeiro é a mudança da idade de lesão

que antes acometia pessoas entre uma faixa de 18 a 35 anos e atualmente vem

acometendo pessoas em faixa acima de 40 anos de idade numa proporção cada vez

maior. Outro fator é o aumento da longevidade acompanhado da crescente

industrialização, que acarreta em maior consumo de alimentos de menor valor

nutriconal e maior valor energético associado ao aumento do sedentarismo (Groah

et al., 2009; Groah et al., 2012).Além destes fatores existe um fenômeno que ocorre

em lesados medulares chamado de “envelhecimento precoce”, caracterizado pela

ocorrência dos processos de envelhecimento de forma antecipada e mais frequente

e intensa que na população sem acometimento neurológico (Cieza et al., 2010;

Kirchberger et al., 2010; Herrmann et al., 2011). Portanto, comorbidades específicas

da LM e outras relacionadas ao envelhecimento que impactam a função física e

psicosocial e consequentemente a qualidade de vida podem ocorrer precocemente.

Uma das alterações que vem sendo foco de pesquisas recentemente é a

perda de funções neuromusculares em musculatura intacta após LM sem motivo

específico. Deve-se ressaltar que várias características musculares e de atividade

de condução nervosa podem sofrer alterações mediadas pela LM de forma primária

e secundária, e atualmente tem-se levantado a hipótese de alterações provindas do

envelhecimento. Estas alterações podem variar em intensidade e magnitude e tem

inúmeros fatores potencializadores, dentre estes, os que são vistos como tendo um

papel importante e que podem ser alterados e prevenidos:

(I) Aporte nutricional: Incentivar o consumo de maior valor nutricional com

menor valor energético no intuito de diminuir a distribuição de massa

gorda e consequentemente a massa corporal. Com isto diminui-se a

sobrecarga em articulações e o risco de lesões musculares além da

diminuição do estado inflamatório basal que pode influenciar no aumento

das lesões em ligamentos e tendões(Groah et al., 2009).

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(II) Hidratação: Altamente negligenciada pelos lesados medulares devido às

alterações no esvaziamento da bexiga urinária decorrentes da bexiga

neurogênica e das dificuldades físicas encontradas para esta ação. Esta

diminuição da hidratação chega em alguns casos a causar desequilíbrios

hemodinâmicos e tem comprometimentos mais sérios quando o SNA

estiver acometido(Alexander, 2008; Baguley e Baguley, 2008).

(III) Reabilitação: O processo reabilitativo na faseaguda da LM torna-se um

fator preventivo para lesões osteomusculares, sendo que age em duas

linhas distintas mas de mesma importância. A reabilitação tem como uma

das funções criar e estabelecer estratégias neuromusculares de

compensação de movimentos perdidos ou alterados pela diminuição da

ativação elétrica dependendo do nível e severidade da LM, a outra função

é de trabalhar a musculatura não acometida pela LM de forma a fortalecê-

la para manter a saúde osteoarticular e ligamentar evitando lesões por

esforço repetitivo, principlmente em MMSS(Subbarao et al., 1995; Dalyan

et al., 1999).

(IV) Utilização do conjunto neuromuscular de MMSS excessivamente e de

forma inapropiada:Os grupos musculares de MMSS e cervical são

excessivamente utilizados pelos lesados medulares por serem a principal

alternativa de locomoção pelo uso da cadeira de rodas. Outra mudança

funcional é o uso desta musculatura para realizar transferências, o que faz

com que a articulacao de ombro seja utilizada constantemente em ADM‟s

e movimentos não usuais e com o peso corporal tendo que ser

sustentado. Estas alterações biomecânicas fazem com que as estruturas

que formam o aparelho neuromuscular (musculotendínea, ligamentar,

óssea e neural) possam apresentar lesões tanto agudas/traumáticas

quanto crônicas por excesso de uso(Castro et al., 2000; Dudley-Javoroski

et al., 2006).

Entre as lesões mais comuns encontram-se as tendinites de bíceps braquial e

de manguito rotador e as lesões articulares (principalmente inflamatórias)(Harvey,

Lisa, 2008). E mais recentemente iniciaram-se estudos para quantificar e

estabelecer os motivos de perda de força em musculatura não acometida pela LM,

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sendo qua a hipótese para esta diminuição de força e impossibilidade de ganho de

força com trabalho muscular adequado etá sendo norteada pelo uso excessivo das

unidades neuromotoras pelas alterações de função que musculatura induzida a

realizar.

De maneira geral, estes agentes deterioradores podem ser diminuídos ou

estacionados com certas intervenções como melhor aporte nutricional, hidratação

adequada, atividade física regular e direcionada; prevenção, manutenção e

tratamento imediato de lesões com fisioterapiaortopédica e neurológica e

treinamento de estratégias para aperfeiçoar o toque da cadeira e as transferências

com o uso da biomecânica.Portanto, este estudo teve como intenção principal

verificar a capacidade de produção de força em CIVManalisando os parâmetros que

foram descritos na seção dos resultados. Esta comparação de dados entre LM e

hígidos teve como intuito verificar as características neuromusculares dos lesados

medulares, bem como analisar se existem fatores específicos à LM que se

correlacionam e agem na produção de força.

O teste isométrico foi escolhido devido a uma característica compensatória de

realização de movimentos dos lesados medulares. Quando o componente de

movimentação é unido à produção de força os lesados medulares tendem a utilizar

diferentes músculos para auxiliar a produção de força, além disto, para realizar a

contração de bíceps braquial isocinética o lesado medular mesmo estando

devidamente preso para manutenção da postura e do equilibrio, tende a utilizar mais

musculatura acessória e posturas compensatórias do que quando realizando a

contração isométrica.

Não questiona-se a desvantagem do teste isometrico pelo fato da forca

registradaser específicaà posição articular em que esta ocorreu edeste valor não

mimetizar o que poderia ser encontrado em outra angulação. Porém, em condicoes

isométricas, a relacao entre forca muscular e atividade EMG e relativamente linear ,

ou seja , para determinado incremento na forca muscular , ocorre aumento

concomitante na amplitude do eletromiograma , que provavelmente sao produzidos

por combinacao de recrutamento de unidades motoras e aumento da frequencia de

disparos. Neste estudo como o nosso objetivo principal foi analisar a produção de

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força e a atividade elétrica para compará-la entre os indivíduos hígidos e lesados

medulares,a isometria pareceu o tipo de contração mais indicada(Farina, Cescon, et

al., 2002; Kallenberg e Hermens, 2006; Merletti et al., 2010).

Inúmeros fatores devem ser considerados e monitorados durante a execução

do teste, isto inclui a reprodutibilidade do angulo da articulacao, da duracao desta ,

do intervalo de descanso entre as repeticoes consecutivas e do numero de

repeticoes executadas(Buchanan et al., 1989; Kallenberg e Hermens, 2006). Todos

estes parâmeros foram verificados no decorrer dos testes e foi dada atenção

especial à fixação dos participantes para que não ocorressem movimentos

compensatórios que acarretassem em alterações na produção da força.

Teoricamente, os testes isometricos sao medidos a partir de contracoes nas

quais o tamanho do musculo se mantem constante , entretanto, as contracoes

isométricas resultam em pequenas mudancas no tamanho da fibra muscular e no

alongamento dos componentes elasticos do musculo (Rudroff et al., 2008;

Staudenmann e Taube, 2015). Esta movimentação pode acarretar em dificuldades

na aquisição dos dados eletromiográficos, portanto a boa fixação dos eletrodos e o

posicionamento correto destes foi intensamente verificado. Eletromiografia e uma

técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitaveis que

representa a medida dos potenciais de acao do sarcolema (efeito de voltagem em

funcao do tempo ). Portanto, o sinal EMG e a somacao algebrica de todo s os sinais

detectados, podendo sofrer influências das propriedades musculares , anatômicas e

fisiologicas (Farina, Fosci, et al., 2002; Merletti, 2008; Merletti et al., 2010)

Devido aos fatores mencionados acima, o bíceps braquial foi eleito para a

avaliação por anatomicamente ter fibras longas e paralelas com a zona de inervação

sendo localizada na região ventral deste músculo, o que propicia melhores sinais de

EMG.

O primeiro parâmetro analisado foi a atividade elétrica muscular em repouso

para verificar se algum dos membros analisados apresentava alteração na

frequência dos potenciais de ação, o que refletiria em possíveis distúrbios nas

propriedades periféricas e centrais do sistema neuromuscular como por exemplo

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hipertonia ou hipotonia e algia (Farina, Cescon, et al., 2002; Farina, Fosci, et al.,

2002; Farina, Arendt-Nielsen, et al., 2004).Somente em um dosmembros analisados

o valor da atividade elétrica em repouso estava acima da normalidade que é de no

maximo 5μV. Vale ressaltar que apesar de não ter sido apresentado nos resultados,

como parâmetro de consistência de coleta de dados a atividade elétrica foi

controlada e anotada em todos os intervalos entre os testes aplicados, com isto

pode-se verificar se o participante com LM tinha alterações neurais como o

espasmo, hipertonia ou hipotonia. No caso do participante que teve o MSE com

aumento de atividade elétrica verificou-se que esta manteve-se no mesmo limiar

durante todo o monitoramento, o que foi considerado como uma leve hipertonia.

Para o trabalho tanto terapêutico quanto para manutenção de saúde ou

performance, se tratando de lesados medulares, é imprescindível se ter em mente

que o nível de ativação elétrica em repouso deve ser levado em conta. Podendo

este limiar mais alto prejudicar a execução de movimentos e acarretar em lesões se

não tomadas as devidas precauções, ou no caso de hipotonia retardar o processo

de ganho de massa muscular ou também causas disturbios neuromusculares

causando algia e outros problemas associados.

O tempo de ativação do músculo e desativação da contração muscular foi

analisado no intuito de verificar se a LM prejudicaria a velocidade de recrutamento

das unidades motoras, assim aumentando a rampa de subida para alcançar o platô

de força. Foi verificado que não ocorreu nenhuma alteração neste parâmetro nos

lesados medulares quando comparados ao hígidos, reinterando que a via neural

desde o SNC até o SNP está intacta e nestes participantes não sofreu os efeitos do

tempo de lesão e do uso excessivo. Houve diferença significativa no tempo de

desativação da musculatura tanto no MSD quanto no MSE e em ambos os grupos.

Estes achados corroboram os estudos realizados em pessoas sem

comprometimento neural (Farina, Fosci, et al., 2002; Farina, Merletti, et al., 2004;

Farina et al., 2010), entretanto, não foram encontrados estudos que tivessem

avaliado e comparado este parâmetro com lesados medulares.

A média da força produzida do início da contração até o platô e do término da

contração até a volta ao estado de repouso foram mensurados e verificou-se que a

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capacidade inicial de produção de força nos hígidos foi maior que nos tetraplégicos.

A diferença da circunferência do bíceps entre os grupos,a utilização de diferentes

estratégias de recrutamento das unidades motoras ou a diferença de habilidades

entre o braço dominante e o não dominante podem ser os motivos para isto(Bernardi

et al., 1996; Bernardi et al., 1999).

A força média e o pico de força não apresentaram diferenças em MSD, porém

apresentaram diferença estatística em MSE tanto em LM quanto em Hígidos, isto

pode estar associado à forma de recrutamento das unidades motoras e ao

aprendizado motor devido à característica da tarefa e ao fato de todos os

participantes terem como braço dominante o MSD. Outro parâmetro analisado foi o

torque, que teve os mesmos resultados que o pico de força, sendo o torque o

produto da força produzida pela distância da articulação ao ponto de fixação do

dinamômetro.

Uma das formas de se avaliar a atividade elétrica da musculatura estudada foi

pela retificação do sinal eletromiográfico, que demonstrou valor maior no MSD que

no MSE, sendo que este fato corrobora com os achados da força. Segundo

Henneman et al(1965), os dois fatores que contribuem para a produção de força são

a máxima frequência de disparo e o limiar de recrutamento das unidades motoras,

sendo que pode-se obter grande tensão por maior recrutamento de unidades

motoras (número de unidades) e/ou aumentando a frequência dos

estímulos(Henneman et al., 1965; Binder et al., 1983).

Por outro lado quando o pico de ativação elétrica foi avaliado, não verificou-se

diferença significativa entre o MSD e MSE e nem entre os grupos separadamente.

Isto demonstra que ao invés da intensidade do disparo, o que foi determinante para

a produção de força neste teste, foi a frequência dos disparos, as quais produziram

aumento na quantidade de unidades motoras recrutadas (Olson et al., 1968; Binder

et al., 1983).

Outro parâmetro avaliado foi a taxa de ativação voluntária do músculo, que

pode ser indicativo da capacidade do SNC em ativar total e voluntariamente a

musculatura. Esta taxa de ativação foi encontrada pela razão entre a força produzida

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pelo músculo voluntariamente e a força produzida pela contração voluntária mais a

superimposição de estímulo elétrico. Neste estudo verificou-se que não houve

melhora da força após a superimposição do estímulo elétrico,o que indica total

funcionamento da via neural investigada (Kent-Braun e Le Blanc, 1996; Kent-Braun,

1997).

Finalmente, o comportamento do bíceps braquial foi verificado por um

protocolo de fadiga que demonstrou-se eficaz, sendo significativa a perda de força

em ambos os MMSS. Quando avaliado o percentual de queda de força verificou-se

maior diminuição desta no MSD, o que pode ser decorrente da maior ativação de

unidades motoras necessárias para a manutenção das 25 contrações teoricamente

máximas. Isto deve-se pelo fato do recrutamento das unidades motoras ser

determinado pela característica da tarefa, ou seja, a intensidade e a velocidade na

sua execução são os determinantes da quantidade e dos tipos de unidades motoras

recrutadas (Semmler et al., 2000; Hunter et al., 2003; Rudroff et al., 2008).

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127

5.6 CONCLUSÃO

A análise das características da produção de força e atividade elétrica são de

grande importância para o trabalho tanto de indivíduos hígidos quanto lesados

medulares. A capacidade de entender os mecanismos utilizados pelo SNC para

ativar eletricamente a musculatura de formas diferentes, variando intensidade e

frequência de disparos, além da habilidade destas propriedades serem modificadas

com o treino, tem grande relevância em casos tanto de reabilitação, reaprendizado

de movimentos ou performance.

A força e pico de torque foi maior nos participantes hígidos do que nos

tetraplégicos, confirmando assim a hipótese 1. A hipótese 2 foi rejeitada quanto a

correlação negativa do pico de torque com a idade, tempo de lesão e severidade dos

lesados medulares, porém foi comprovada a correlação negativa do torque com o

nível da LM.

A hipótese 3 de que o tempo de ativação e desativação do músculo em uma

CIVM será maior nos indivíduos com LM foi rejeitada.A Ativação voluntária do bíceps

braquial foi igual entreLM e hígidos sendo a hipótese 4 rejeitada também. A hipótese

5 também foi rejeitada, sendo que a fadiga foi maior nos participantes hígidos

quando comparados com os lesados medulares tetraplégicos.

Os dados analisados e discutidos neste estudo nos indicam que apesar de

comprovada integridade da via neuronal que inerva o músculo bíceps braquial,

ocorreram diferenças entre os grupos que nos levam a hipotetizar que

especificidades estruturais e de ações podem influenciar na produção de força.

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CAPÍTULO 6

ESTUDO 3

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM OP

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6. EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM OP

6.1 INTRODUÇÃO

Atualmente têm-se grande preocupação com as doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT), levando a aumento nas pesquisas que visam desde

entender os mecanismos que causam cada uma destas doenças até formas de se

prevenir, combater ou diminuir seus efeitos adversos. Dentre as DCNT, que

aumentam a cada ano e causam sérios problemas para os acometidos, familiares e

sociedade, além de onerarem os cofres públicos e privados, estão as chamadas

"doenças da civilização"(Bastos et al., 2009). Este termo vem de estudos que

mostram que fisiológica e metabolicamente os indivíduos não estão programados

para responder às mudanças de dieta introduzidas pela revolução agrícola e

industrial, e com isso ocorre o aparecimento de patologias como aterosclerose,

doenças cardiovasculares, resistência à insulina, diabetes melitus tipo 2, síndrome

metabólica, obesidade, osteoporose, hipertensão entre outras(Fonseca-Alaniz et al.,

2006; Sposito et al., 2007).

Além das mudanças nutricionais dos últimos anos, outro fator que é forte

potencializador do aparecimento de DCNTque em parte é causado também pela

revolução industrial, o sedentarismo. A diminuição da necessidade de executar

tarefas consideradas extenuantes, a comodidade dos meios de transporte e o

avanço da tecnologia, aliados à violência urbana fizeram com que as pessoas

naturalmente diminuissem os esforços realizados nas tarefas da vida diária e

diminuíssem o gasto energético e o aumento ou manutenção de massa muscular

(Caspersen et al., 1985; Laporte et al., 1985; Garber et al., 2011).

Enfim, unindo as mudanças nutricionais, o aumento da oferta de comidas

industrializadas e de fácil preparo, a mudança no comportamento físico dos

indivíduos e a crescente diminuição do envolvimento das pessoas em atividades

físicas fazem com que as DCNT sejam alvo de programas municipais, nacionais e

mundiais de combate ao sedentarismo e aos maus hábitos de vida, sendo ainda

incluídos nestes maus hábitos o fumo e o álcool(Deschenes et al., 1993; Ainsworth

et al., 2000; Lamonte e Ainsworth, 2001; Hamer e Stamatakis, 2009).

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Na LM, além de todos os fatores mencionados, o lesado medular depara-se

com mudança fisiológica e metabólica maior ainda causada pela disfunção do SNC,

sendo que esta é apresentada em várias intensidades(Bauman et al., 2004; Aito et

al., 2007). Devido a esta mudança anatômica, que impede a condução total ou

parcial dos estímulos aferentes e eferentes via medula espinhal,ocorre a perda

gradativa da musculatura acometida com alta e rápida hipotrofia muscular abaixo da

LM e acúmulo de tecido gorduroso intra e intermuscular(Bauman e Spungen, 2000;

2001a; 2008). Estes dois fatores são decorrentes da imobilidade e de alterações

ocasionadas por lesão ou por estímulos inapropriados ao sistema nervoso

autonômico(Krassioukov et al., 2003; Furlan et al., 2008).

Todas estas alterações anatômicas quando agregadas à mudança dos

hábitos de vida devido às dificuldades de executar AF regular e a consequente

diminuição do gasto energético, fazem com que os indivíduos com LM tenham maior

propensão ao acúmulo de tecido adiposo e maior dificuldade em reverter a situação

(Hetz et al., 2009; Hetz et al., 2011). Diversas alterações metabólicas acontecem na

LM e fazem com que instale-se no organismoum processo inflamatório crônico de

baixa intensidade também denominado de inflamação subclínica.

Uma das formas de se mensurar o grau desta inflamação subclínica é por

meio de biomarcadores inflamatórios, os quais incluem citocinas que podem ser

classificadas como pró-inflamatórias tais como fator-α de necrose tumoral (TNF-α),

Interferon gama (IFN-γ) e interleucinas (IL) IL-1, IL-2, IL-6, IL-12, e IL-18 ou como

antiinflamatórias, fator-β de transformação e crescimento (TGF-β), IL-4 e IL-

10(Petrovsky e Harrison, 1998; Petrovsky et al., 1998; O'shea et al., 2002).

Resumidamente, citocinas são moléculas protéicas grandes, glicosiladas ou

não, hidrofílicas que medeiam as funções do sistema imunológico por meio de

sinais estimulatórios, modulatórios ou mesmo inibitórios. As citocinas também são

produzidas por células que não são do sistema imunitário e que têm efeito no

sistema não-imunitário também, podendo ser sintetizadas pelo endotélio vascular,

adipócitos e neurônios entre outros tecidos. Exercem função autócrina agindo na

própria célula produtora, parácrina atuando em células próximas e endócrina quando

sua ação é à distância, outra característica é que atuam em baixas concentrações e

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131

sua síntese habitualmente ocorre após estimulação antígena(Curi, 2009; Silverthorn,

2010).

Vale ressaltar que apesar dos inúmeros estudos a respeito das interleucinas e

suas funções sabe-se que estas podem exercer papéis diferentes quando

secretadas em quantidades e localizações diferentes, pois as citocinas tem a

propriedade de agir em diferentes tipos celulares, podem influenciar a síntese e ação

de outras citocinas e podem exercer ações locais ou sistêmicas, além de múltiplas

citocinas possuírem os mesmos efeitos funcionais (Lissoni et al., 1998; De Pablo et

al., 2000; O'shea et al., 2002).

Portanto, sabendo-se das características de diminuição de tecido muscular e

aumento de tecido adiposo, do processo inflamatório crônico exacerbado pelas

constantes infecções de trato urinário e alterações no SNA, a análise dos

marcadores biológicos são ferramenta essencial no mapeamento do real estado de

inflamação do indivíduo com LM. Além disto, como a dificuldade de manutenção de

AF regular acompanhada da má nutrição é problema sério em lesados medulares

(Bauman e Spungen, 2001a; Chen et al., 2006; Groah et al., 2009) a utilização de

suplementos que auxiliem a regularização deste estado subclínico inflamatório é

alternativa que necessita ser estudada.

Sobre aingestão do OP, diversos benefícios provindos da manutenção da

razão entre ômega-6/ômega-3 já foram demonstrados. Este balanço possibilita ao

organismo manter a homeostase e quando colocado em situação adversa reaja aos

processos inflamatórios de forma rápida e assertiva. Especialmente para o sistema

nervoso, devido à composição das membranas celulares ser altamente rica em

AGPIs, o equilíbrio entre o ácido araquidonico e o DHA promove a melhoria

funcional deste sistema, que pode ser vista em trabalhos que demonstraram efeitos

positivos em patologias como depressão, demência senil, Parkinson e Alzheimer

(Dyall e Michael-Titus, 2008a). Adicionalmente, entre os benefícios específicos de

DHA e EPA para a manutenção da homeostase podemos citar as propriedades

antiinflamatória, antiplaquetária e vasodilatadora, além de quequando presentes na

proporção necessária nas membranas fosfolipídicas, exercem função estrutural

mantendo a fluidez da membrana celular e assim melhorando a função celular.

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132

Outro fator estudado foi a habilidade do ômega-3 em modular a resposta

imunitária diminuindo a intensidade dos processos inflamatóriospelo fato de utilizar

as mesmas vias metabólicas do ômega-6. Com isso, ocorre diminuição dos

mediadores inflamatórios como prostaglandina E2, e TNF-α que desencadeama

secreção de citocinas pró-inflamatórias ao mesmo tempo que estimula a síntese de

citocinas com ação anti-inflamatória(Wu e Meydani, 1998; Wiktorowska-Owczarek et

al., 2015).

Alguns grupos de pesquisa avaliaram os efeitos da ingestão do AG n-3 em

lesados medulares. O primeiro estudo foi realizado por Javierre et al 2005, que

analisaram os efeitos do OP na alteração das concentrações plasmáticas dos

lipídeos em 19 indivíduos com LM (17 com paraplegia e 2 com tetraplegia). Os

participantes receberam doses diárias de 1,5g de DHA e 0,75g de EPA, que eram

divididas em cápsulas, tomadas duas em cada refeição por 6 meses. Análise de

sangue pré suplementação foram comparadas com 3 e 6 meses de ingestão de n-3

AGPI. Apesar de não ter encontrado nenhuma diferença na concentração

plasmática de glicose, colesterol total, HDL, LDL, VLDL e triglicerídeos entre os

testes, ocorreu aumento significativo de EPA e DHA no plasma (Javierre et al.,

2005).

O mesmo laboratório realizou outra pesquisa suplementando 21 homens com

LM, sendo 18 paraplégicos e 3 tetraplégicos, durante pelo menos 6 meses com dose

diária de 1,5g de DHA, 0,60g de EPA mais 9 mg de α-tocoferol. Verificou-se além

das concentrações lipídicas no plasma sanguíneo, a influência da suplementação

com EPA e DHA na força muscular e na capacidade aeróbia e anaeróbia dos

indivíduos após 3 e 6 meses de suplementação. Constatou-se aumento significativo

na concentração de EPA e DHA no plasma sanguíneo, diminuição no consumo de

oxigênio, diminuição da pressão sistólica, e nenhuma diferença nas concentrações

plasmáticas de glicose, ácido úrico e lactato. Com relação à força muscular, foram

realizados testes de dinamometria em bíceps e tríceps que demonstraram redução

no tempo para a realização de 20 repetições a 70% da contração máxima voluntária,

e de fato, esta redução foi estatisticamente significativa. O teste de campo realizado

para avaliar a capacidade aeróbia não teve diferença significativa, e o teste de

capacidade anaeróbia (tempo dispendido para percorrer 90 metros) teve o tempo de

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133

teste significativamente reduzido após 3 meses de ingestão de AGPI n-3 mantendo-

se igual no sexto mês. Com isto, verificou-se que a suplementação com EPA e DHA

pode contribuir para a melhora das capacidades funcionais em lesados medulares,

porém tem-se que levar em conta que os participantes deste estudo eram atletas em

treinamento (Javierre, Vidal, Segura, Lizarraga, Medina, Ventura, et al., 2006).

Outro ponto que deve ser considerado nos estudos anteriormente descritos é

que apesar da importância do omega-3 para a diminuição e melhoria de diversas

comorbidades ter sido amplamente discutida (Simopoulos, 1999; 2000; 2002) esta

não foi confirmada nos estudos em indivíduos com LM mesmo com o aumento das

concentrações de EPA e DHA no plasma tendo sido comprovada. Um dos

questionamentos à respeito dos estudos com LM e suplementação com OP é que o

índice de insaturação e a razão entre ômega-6 e ômega-3 não foram calculados,

sendo que verificou-se em outras populações que para que ocorra os benefícios

imunomoduladores e neurológicos do Omega-3,a razão entre ômega-6 e ômega-3

deve ser mantida e não revertida (Simopoulos, 1989; King et al., 2006; Dyall e

Michael-Titus, 2008a).

Outrosdois estudos realizados com suplementação de OP e LM avaliaram a

interação entre EPA e DHA na osteoporose e em citocinas,ambos do Centro de

Pesquisa em Cérebro e Medula Espinhal Iraniano. O estudo à respeito de citocinas

verificou se existia diferença nas concentrações de leptina e adiponectina no plasma

de lesados medulares pré e pós suplementação de 14 meses com 2 cápsulas ao dia

de OP contendo cada uma 465mg de DHA e 63mg de EPA. Em 6 meses e 14

meses de suplementação não foi encontrada diferença significativa em leptina, ao

passo que adiponectina ao final do período de suplementação tinha diminuido

significativamente (p=0,03) (Sabour et al., 2015).

Este mesmo grupo analisou a influência da suplementação com OP na

osteoporose, fazendo associação de densitometria óssea, IL-6, IL-1β e TNF-α. A

hipótese deste estudo, foi que a ingestão de OP levaria àdiminuição das

concentrações de prostaglandina E2 e consequentementediminuição daliberação

das citocinas acima citadas,regredindo assim a intensidade da perda óssea. Este

fenômeno já foi verificado em estudo experimental e humanos (Simopoulos, 1999;

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134

Sun D et al., 2003; Simopoulos, 2006) porémeste estudo, não encontrou mudança

na densitometria óssea nem diferença significativa na diminuição das citocinas, o

que foi argumentado como sendo resultado de fatores realcionados à lesão medular

ainda não estabelecidos que levam à alta perda óssea em curto espaço de tempo,

característica desta patologia (Sabour et al., 2012).

Portanto, neste estudo procurou-se verificar primeiramente a razão entre

ômega-3 e ômega-6, os parâmetros hematológicos e bioquímicos tanto nos

participantes com LM e hígidos e analisar se após a suplementação com OP esta

razão sofreu alguma alteração, bem como parâmetros sanguíneos e uma variedade

de citocinas de maior relevância para análise de doenças crônicas com inflamação

subclínica.

6.1.1 Objetivo geral

Verificar se a suplementação com 2 gramas de OP diariamente por 90 dias é

suficiente para alterar parâmetros bioquímicos e citocinas de homens hígidos e

lesados medulares, bem com analisar o índice de insaturação e a razão

omega6/omega3 pré e pós período de suplementação.

6.1.2 Objetivos específicos

Verificar a razão omega6/omega3 pela análise de plasma sanguíneo em

homens hígidos e lesados medulares, antes e após suplementação com OP.

Verificar as concentrações deácido úrico, alanina transaminase (ALT),

albumina, aspartato transaminase (AST), colesterol total, creatina quinase,

creatinina, glicose, HDL (high density lipoprotein) colesterol, LDL (low density

lipoprotein) colesterol, proteínas totais ,triglicérides e ureiapela análise de

soro sanguíneo em homens hígidos e lesados medulares, antes e após

suplementação com OP.

Verificar as concentrações das citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e IFN-gama

nosoro sanguíneo, antes e após suplementação com OP.

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135

6.1.3 Hipóteses

H1. A razão ômega6/ômega3 será mais próxima da ideal nos participantes

hígidos quando comparados com os lesados medulares.

H2. Os parâmetros bioquímicos estarão relacionadosàs concentrações de

citocinas em ambos os grupos.

H3. As concentrações das citocinaspró-inflamatórias será maior quanto maior a

idade, tempo de lesão, nível e severidade de LM.

H4. A razão ômega6/ômega3 será mais próxima da ideal em ambos os grupos

após 90 dias de suplementação.

H5. As concentrações das citocinas pró-inflamatórias diminuirá e os das citocinas

antiinflamatórias aumentará após 90 dias de suplementação com OP.

H6. O índice de insaturação aumentará após a suplementação de 90 dias.

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136

6.2 MÉTODOS

Trata-se de estudo longitudinal e intervencional. A intervenção realizada foi a

suplementação durante 90 dias de ômega-3 oferecendo cápsulas de 1000mg de OP

contendo 120mg de DHA e 180mg de EPA doadas pela Empresa Naturallis®.

6.2.1 Participantes do estudo

Os participantes foram recrutados como descrito na seção 3.1 do Capítulo 3.

6.2.2 Procedimentos gerais

Os procedimentos de coleta de sangue e análise das amostras estão

detalhados no Capítulo 4 seção 4.2.3.4.

Após a primeira coleta de sangue os participantes receberam um pote com

quantidade suficiente de cápsulas de OP para ingestão de duas cápsulas de

1000mg ao dia até a data da próxima coleta de sangue que era marcada de 30 em

30 dias. Junto com as cápsulas de OP o participante recebia uma folha com

algumas recomendações de como e quando ingerir as cápsulas bem como a data

que teria que retornar para a próxima coleta.

Foi ressaltado para os participantes que eles deveriam tomar as cápsulas de

OP que eram entregues para eles, e que se fossem necessárias mais cápsulas era

para contactar a pesquisadora para que lhe fossem fornecidas. Este procedimento

foi executado pois as cápsulas de OP entregues aos participantes eram de um lote

que foi analisado para a verificação das quantidades de EPA e DHA presentes em

cada cápsula, e assim tinha-se que se certificar que eles não tomariam cápsulas de

OP de outra composição ou marca.

Todos os dias era enviada mensagem de texto para os participantes

lembrando de que eles deveriam tomar as cápsulas de OP e perguntando como

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137

estavam de saúde geral. Com este acompanhamento diário foi realizado o controle

da ingestão da suplementação, além do acompanhamento de condições que

poderiam comprometer a absorção ou o efeito do ômega-3. Para que este

acompanhamento alcançasse o resultado esperado foi explicado ao participante a

importância de toda e qualquer alteração de saúde ser reportada. Alterações de

sono, apetite, distúrbios gastrointestinais, gripes, crises alérgicas e infecções de

bexiga eram anotados no recordatório individual dos participantes diariamente.

6.2.3 Avaliações

Foram realizadas 4 coletas de sanguecomo especificadas abaixo, e as

amostras foram diferenciadas temporalmente pela cor utilizada nas etiquetas de

armazenamento das amostras. Assim,

T0 = TEMPO ZERO = SEM SUPLEMENTAÇÃO DE OP = etiquetas pretas

T1 = UM MÊS DE SUPLEMENTAÇÃO DE OP = etiquetas azuis

T2 = DOIS MESES COM SUPLEMENTAÇÃO DE OP = etiquetas vermelhas

T3 = TRÊS MESES COM SUPLEMENTAÇÃO DE OP = etiquetas verdes

As amostras passaram pelos processos necessários para o armazenamento

seguro e depois foram transferidas para microtubos tipo Eppendorf etiquetados

conforme o uso que seria dado futuramente à amostra (ex. P = HPLC PLASMA).

Cada amostra foi armazenada em triplicata (ex. 1P1 - 1P2 - 1P3), sendo que o

número na frente da sigla do material guardado correspondente ao número dado ao

participante no primeiro encontro. O esquema da marcação das amostras está

demonstrado na tabela 16.

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138

TABELA 16Nomenclatura utilizada para armazenamento de amostras

HPLC PLASMA

P

HPLC HEMÁCIAS

H

CITOCINAS

C

BIOQUÍMICA

B

TO (preto) 1P1 - 1P2 - 1P3 1H1 - 1H1 - 1H1 1C1 - 1C2 - 1C3 1B1 - 1B2 - 1B3

T1 (azul) 1P1 - 1P2 - 1P3 1H1 - 1H1 - 1H1 1C1 - 1C2 - 1C3 1B1 - 1B2 - 1B3

T2 (vermelho) 1P1 - 1P2 - 1P3 1H1 - 1H1 - 1H1 1C1 - 1C2 - 1C3 1B1 - 1B2 - 1B3

T3 (verde) 1P1 - 1P2 - 1P3 1H1 - 1H1 - 1H1 1C1 - 1C2 - 1C3 1B1 - 1B2 - 1B3

6.2.3.1 Determinação do perfil de ácidos graxos

O perfil dos ácidos graxos foi analisado no plasma dos participantes no início

da pesquisa T0 e após 90 dias de suplementação pela técnica de cromatografia

líquida de alta eficiência (High Performance Liquid Chromatography HPLC; Varian,

Palo Alto, CA, EUA). Além disto, uma das cápsulas do lote foi analisada para

quantificar a presença e concentração dos seguintes ácidos graxos: láurico;

miristico; palmítico; esteárico; palmitoléico; oléico; linoléico; linolênico; araquidônico;

EPA e DHA. A incorporação do óleo de peixe foi confirmada pela determinação das

concentrações de EPA + DHA em relação ao total de ácidos graxos plasmáticos

usando a técnica de cromatografia, para a comprovação das concentrações

descritas no produto.

A avaliação das concentrações de ácido graxo em seres humanos pode ser

realizada em diversos tecidos, neste estudo utilizou-se o plasma. O sangue foi

coletado em tubo de 4mL de EDTA, centrifugado a 3500 rpm (Centrífuga

Refrigerada -HERMLE Labortechnul GmbH) por 15 minutos e o plasma foi

aliquotado a 100μl sendo armazenado no freezer a - 80º C para a manutenção da

estabilidade adequada por longos períodos

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139

Para análise dos ácidos graxos por cromatografia líquida de alta eficiência as

amostras foram preparadas para a leitura, a seguir o processo foi resumidamente

abordado, sendo que o protocolo completo utilizado para as análises está em anexo

(ANEXO 3).

As amostras analisadas foram retiradas do - 80ºC 12 horas antes de serem

processadas, neste período foram armazenadas no -20º para degelarem

lentamente. Após serem homogeneizadas as amostras de plasma passaram pelas

seguintes estapas:

1. Extração lipídica realizada de acordo com o método descrito por Folch et al

(1956)

2. Saponificação dos extratos lipídicos.

3. Derivatização dos ácidos graxos baseada no método descrito por Abushufa et

al (1994).

4. Análise das amostras em sistema de cromatografia líquida de alta eficiência

por detector de fluorescência. Os seguintes ácidos graxos foram utilizados

como padrões: ácido láurico (C12:0), ácido mirístico (C14:0), ácido palmítico

(C16:0), ácido palmitoléico (C16:1n-7), ácido esteárico (C18:0), ácido oléico

(C18:1n-9), ácido linoéico (C18:2n-6), acido α-linolênico (C18:3n-3), ácido

araquidônico (C20:4n-6), ácido eicosapentaenóico (C20:5n-3) e ácido

docosahexaenóico (C22:6n-3). Osdados foram expressados em gramas de

ácidos graxos/100g de lipídios totais (valor em %).

6.2.3.2 Análise de citocinas

Foram dosadas as citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e IFN-gama em amostras

de soro. A dosagem das citocinas foi realizada por meio da técnica Cytometric Bead

Array (CBA) (BD, Pharmingen, EUA) que se baseia no uso de esferas de

poliestireno marcadas com diferentes graus de fluorescência, recobertas com

anticorpos específicos para cada citocina, que são detectados por citometria de

fluxo.

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140

As amostras de soro que estavam armazenadas no freezer -80°C foram

acondicionadas em gelo seco para serem transportadas para o local da análise. Até

o momento destas serem utilizadas foram armazenadas em isopor com gelo para

que degelassem vagarosamente. Todo o processo de coleta, preocessamento,

armazenamento e análise foram realizados de acordo com as intruções do manual

do fabricante, além de informações adquiridas de artigos à respeito do assunto (De

Jager et al., 2009; Jackman et al., 2011).

Resumidamente, o protocolo utilizado foi adaptado do original proposto pelo

fabricante do kit, assim ao invés de alíquotas de 50μl utilizou-se 25μl de amostra e

25μl dos padroes das citocinas. As curvas de calibracao foram feitas juntamentecom

a preparação das amostras para futura leitura. As amostras e os padrões foram

transferidos para tubos de poliestireno de 5ml, adicionados 25μl das esferas de

captura conjugadas com os anticorpos monoclonaisanti-citocinas para IL-2, IL-4, IL-

6, IL-10 e IFN-gamma mais o fluorocromo PE. Após incubação por 3 horas a

amostra foi centrifugada a 340g por 7 minutos a 18ºC, o sobrenadante foi

descartado e a leitura realizada em citômetro de Fluxo (FACScalibur, BD, EUA) e os

dados analisados pelo software específico para kit CBA (FCAP Array TM Sotware,

BD, Pharmingen, EUA). A concentração das citocinas analisadas foi expressa em

pg/ml. Todo o processo de preparação e análise das amostras de soro forma

realizadas no Instituto Carlos Chagas – Fio Cruz.

6.2.4 Análise estatística

Após a confirmação de normalidade e homogeneidade dos dados pelos

testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene, uma série de análises de variância foram

realizadas utilizando ANOVA one-way . O teste de Bonferroni foi aplicado para

identificar onde as diferenças ocorreram. Testet também foi utilizado quando

necessário.Os testes estatísticos foram executados com o software SPSS® (20,0

IBM®) tendo o nível de significância aceito em p<0,05.

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141

6.3 RESULTADOS

6.3.1 Hemograma

O teste t para medidas pareadas foi realizado para cada um dos fatores no

intuito de verificar se houve diferença significativa entre T0 e T3. A Figura 19

demonstra que não houve diferença no eritrograma, após 3 meses de

suplementação com óleo de peixe, tanto entre como intra grupos.

FIGURA19 Eritrograma para os três grupos especificamente: hígidos (N=10), paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da

suplementação) e T3 (pós suplementação). Resultados em Média DP. Abreviatura: DP = desvio padrão.

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142

6.3.2 Leucograma

A análise das médias dos dados do Leucograma (figura 20) demonstrou que

não houve diferença significativa entre T0 (antes da suplementação) e T3 (após 3

meses de suplementação com OP).

FIGURA20 Leucograma para os três grupos especificamente: hígidos (N=10),

paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da

suplementação) e T3 (pós suplementação). Resultados em Média DP. Abreviatura: DP = desvio padrão, Teste t para medidas pareadas foi realizado.

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143

6.3.3 Plaquetas

A análise estatística dos dados relacionados às plaquetas (figura 21) não foram

estatisticamente diferentes entre os tempo T0 e T3 quando teste t para medidas

pareadas foi realizado.

FIGURA21 Plaquetas para os três grupos especificamente: hígidos (N=10),

paraplégicos (N=11) e tetraplégicos (N=11), nos tempos T0 (antes da

suplementação) e T3 (pós suplementação). Resultados em Média DP. Abreviatura: DP = desvio padrão.

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144

6.3.4 Citocinas

Uma das formas de análise das citocinas foi pelo percentual de aumento ou

diminuição da citocina no tempo 3 com relação as concentrações encontradas no

tempo 0. Este método foi utilizado devido às diferenças encontradas entre os

indivíduos.

A tabela 17 mostra os valores da citocinas pró(IL-2, IL-6,INF- e TNF-) e

antiinflamatórias (IL-4, IL-10) para os diferentes grupos Hígidos, Paraplégicos e

Tetraplégicos.

TABELA17Citocinas pró (IL-2, IL-6, INF- e TNF-) e antiinflamatórias (IL-4, IL-10).

Valores de T3 expressos como porcentagem de T0.

Valores de T3 expressos como porcentagem de T0. Abreviaturas: IL-2, 4, 6 e 10 =

interleucinas 2, 4, 6, e 10; TNF- = Fator de Necrose Tumoral alfa; INF- = Interferon gama.

Na Figura22houve a análise da citocina pró inflamatória IL-2 entre os grupos

Hígidos, Paraplégicos e Tetraplégicos. O teste estatístico ANOVA one-way verificou

que no tempo T0 não houve diferença significativa entre os grupos.

Após suplementação, o grupo Hígido apresentou diferença estatisticamente

significante entre T0 e T3 no teste t para medidas pareadas t(9)= -1,66, p<0,05. Bem

como o grupo Paraplégico, teste t para medidas pareadas t(4)= -2,36, p<0,05. O

grupo Tetraplégico não demonstrou diferença significativa após a suplementação.

A Interleucina IL-2 após suplementação mostrou diferença significativa entre

os grupos, sendo que o aumento desta citocina no grupo paraplégico foi

estatisticamente significativa quando comparada com os grupos Hígido e

Tetraplégico.

IL-2 IL-4 IL-6 IL-10 TNF-α INF-γ

Hígidos (N=10) 98,9 71,1 42,1 4,0 19,6 14,3

Paraplégicos (N=11) 228,7 22,6 -61,2 -77,3 -36,6 71,0

Tetraplégicos (N=11) 7,7 102,4 129,2 26,1 82,6 20,0

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145

FIGURA22 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico

(N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina pró inflamatória IL-2, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância *p<0.05 paragrupos Hígido (T0 -T3) e grupo Paraplégico (T0-T3) e **p<0.05 para diferença significativamente maior entre o grupo Paraplégico com os grupos Hígido e Tetraplégico pós suplementação. Abreviaturas: IL-2 = interleucina 2; pg/mL = picogramas por mililitros.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

IL-2

IL-2 -T 0

IL-2 -T 3

*

*

**

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146

A citocina antiinflamatória IL-4, tanto no tempo T0 quanto em T3 não

apresentou diferença significativa entreos grupos, provavelmente pelo desvio padrão

ser muito grande. Após a suplementação, o grupo que apresentou aumento

significativo em IL-4 foi o Tetraplégico, sendo que o teste t para medidas pareadas

demonstrou diferença significativa entre as médias T0 (M= 3,01 ± 3,68) e T3 (M=

7,99 ± 6,61), t(8)= 3,63, p<0,05. (Figura 23).

FIGURA23 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico (N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina antiinflamatória IL-4, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância para p<0.05.Abreviaturas: IL-4 = interleucina 4; pg/mL = picogramas por mililitros.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

IL-4

IL-4 - T0

IL-4 - T3

*

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147

Em T0 a concentração de IL-6 foi significativamente maior no grupo

Paraplégico quando comparado com os grupos Hígido e Tetraplégico. A diminuição

desta citocina no grupo Paraplégico após a suplementação também foi significante.

O aumento de Il-6 após a suplementação com OP no grupo Hígido e Tetraplégico

não foram estatísticamente significativos (Figura 24).

FIGURA 6.6 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico

(N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina pró inflamatória IL-6, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância para *p<0.05. Abreviaturas: IL-6 = interleucina 6; pg/mL = pictogramas por mililitros.

-5

0

5

10

15

20

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

IL-6

IL-6 - T0

IL-6 - T3

*

*

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148

A redução da IL-10 no grupo Paraplégico foi significantemente menor quando

comparado com os grupos Hígidos e Tetraplégicos, (Figura 25).

FIGURA 25Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico (N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina antiinflamatória IL-10, em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância para p<0.05. Abreviaturas: IL-10 = interleucina 10; pg/mL = picogramas por mililitros.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

IL-10

IL-10 - T0

IL-10 - T3

*

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149

A Figura 26 demosntra que tanto entre quanto intra grupos não houve

diferença para TNF-.

FIGURA26 Comparação de T0 e T3 entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico

(N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina pró inflamatória TNF- em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância para p<0.05. Abreviaturas:

TNF- = Fator de Necrose Tumoral alfa; pg/mL = picogramas por mililitros.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

TNF-

TNF-α - T0

TNF-α - T3

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150

INF- também pró inflamatório, não apresentou diferença signiificativa quando

a análise foi feita tanto entre quanto intra grupos. (Figura 27).

FIGURA27 Comparação de T0 e T3, entre os grupos Hígido (N=10), Paraplégico

(N=11) e Tetraplégico (N=11) para a citocina pró inflamatória INF- em pg/mL no plasma, após 3 meses de suplementação com óleo de peixe. Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão, considerando significância para p<0.05. Abreviaturas:

INF- = Interferon gama; pg/mL = picogramas por mililitros.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Hígidos Paraplégicos Tetraplégicos

Co

nce

ntr

ação

pla

smát

ica

(pg/

mL)

INF-

INF-γ - T0

INF-γ - T3

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151

6.3.5 Concentração de Ácidos Graxos no Plasma

Durante três meses de suplementação cada participante ingeriu em média

180 cápsulas de OP, sendo duas por dia, o que perfaz dois gramas. As cápsulas de

OP utilizadas neste estudo foram doadas pela Empresa NaturalisNutrição e Farma

Ltda, sendo que a quantidade necessária para a pesquisa foi enviada em três

remessas. Os participantes deste estudo foram todos suplementados com cápsuals

do mesmo lote de fabricação, e a quantidade de EPA e DHA foi verificada

porcromatografia líquida de alta performance.

Foi verificado a presença de 26% de EPA e 19% de DHA em cada cápsula, o

que em 1000mg seria o equivalente a 260mg de EPA e 190mg de DHA. Com isso,

cada indivíduo foi suplementado com 520mg de EPA e 380mg de DHA por dia.

Os demais ácidos graxos presentes em cada cápsula com as devidas

porcentagens foram Araquidônico, Linoléico, Linolênico e Esteárico com 1% cada,

Láurico 7%, Oléico 9%, Palmitoléico 10%, Mirístico 11% e Palmítico 14%.Portanto,

para avaliar se houve incorporação de EPA e DHA a quantidade de cada ácido

graxo presente no plasma dos indivíduos suplementados tanto no tempo zero(T0)

quanto no terceiro mês de suplementação (T3) foi mensurada por cromatografia

líquida de alta eficiência.

Para mensurar o percentual de concentração de cada ácido graxo a

somatória das medidas de cada ácido graxo presente na leitura foi utilizada, sendo

que esta análise foi realizada para cada participante separadamente.Para

posteriores análises estatísticas as médias de cada ácido graxo foi computada por

grupo sendo que estes dados estão na tabela 18.

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152

TABELA 18Concentração de Ácidos Graxos(%) nas amostras de plasma coletadas

antes do início da suplementação com OP (T0) e ao final de três meses (T3). Os participantes foram separados nos grupos Hígidos, Paraplégico e Tetraplégicos.

T0

GRUPO HÍGIDO PARA TETRA TOTAL

Láurico (12:0) 1,50 ±1,65 1,40 ± 3,13 7,00 ± 12,97 3,54 ±8,29

EPA (20:5 n-3) 0,00 0,00 0,00 0,00

DHA (22:6 n3) 0,50 ±1,08 0,80 ± 1,79 00,00 0,38 ±1,06

Araquidônico (20:4 n6) 12,10 ± 2,69 12,40 ± 2,88 8,33 ± 6,54 10,75 ±4,78

Linoléico (18:2 n-6) 33,60 ± 4,12 33,00 ± 4,80 30,78 ± 5,50 32,42 ±4,78

Palmítico (16:6) 26,30 ± 3,66 28,20 ± 3,03 29,33 ± 6,67 27,83 ±4,93

Oléico (18:1 n-9) 20,00 ± 3.94 17,60 ± 1,67 18,11 ± 2,62 18,79 ±3,18

Esteárico (18:0) 5,90 ± 2,64 6,60 ± 4,10 6,22 ± 5,09 6,17 ±3,84

T3

Láurico (12:0) 5,10 ± 12,32 4,00 ± 3,94 2,11 ± 2,93 3,75 ±8,18

EPA (20:5 n-3) 0,20 ± 0,63 1,00 ± 1,00 0,44 ± 0,73 0,46 ±0,78

DHA (22:6 n3) 1,80 ± 1,87 2,40 ± 2,30 2,44 ± 3,01 2,17 ±2,35

Araquidônico (20:4 n6) 10,20 ± 4,80 9,20 ± 5,26 11,11 ± 2,42 10,33 ±4,05

Linoléico (18:2 n-6) 30,50 ± 6,88 30,80 ± 3,11 30,67 ± 4,69 30,62 ±5,28

Palmítico (16:6) 25,80 ± 3,36 26,40 ± 1,52 26,22 ± 2,17 26,08 ±2,55

Oléico (18:1 n-9) 20,10 ± 2,89 20,40 ± 2,70 21,22 ± 2,68 20,58 ±2,70

Esteárico (18:0) 6,20 ± 3,39 5,80 ± 1,10 5,67 ± 1,58 5,92 ±2,38

Os valores representam a média ± DP.

A presença de EPA em T0 demonstrou estar ausente nas amostras de todos

os grupos, já após a suplementação ocorreu a detecção de EPA, porém este

aumento não foi significativo.

A presença do DHA no plasma foi detectado em T0 nos grupos Hígido e

Paraplégico, sendo que no grupo Hígido no T3 houve aumento de 3 vezes,e ao

aplicar o teste t para medidas pareadas verificou-se que esta diferença era

significativa t(9)= -3,074, p<0,05. No grupo Paraplégico, apesar do aumento a

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153

diferença nas concentrações de DHA não foi significativa. No grupo Tetraplégico o

DHA não foi detectado na leitura do T0 porém a porcetagem foi de

aproximadamente duas vezes e meia maior em T3, e quando aplicado o teste

estatístico verificou-se que este aumento foi significativo t (8)= -2,441, p<0,05.

A concentração de ácidos graxos saturados não sofreram alterações durante

o período de suplementação com OP em nenhum dos grupos analisados. O ácido

graxo Oléico aumentou significativamente somente no grupo Tetraplégico t(8)= -

3,500, p<0,05.

Outra forma de analisar as alterações encontradas nas concentrações (%)

dos ácidos graxos é verificar o índice de insaturação das amostras (tabela 19).

TABELA19 Índice de Insaturação Pré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por 90 dias.

GRUPO Índice de Insaturação T0 Índice de Insaturação T3

HÍGIDO 119,00±19,67 113,00±27,78

PARA 120,60±20,15 117,20±30,31

TETRA 95,33±34,41 123,33±18,65*

TOTAL 110,46±27,88 117,75±24,59

Os valores representam a média ± DP. *p<0,05 vs. T0

O teste t para medidas pareadas foi realizado para a média total entre os dois

tempos de insaturação, sendo não foi encontrada diferença significativa. Ao ser

realizado o teste t para medidas pareadas da média da insaturação entre pré e pós

suplementação para cada grupo separadamente, encontrou-se diferença

significativa para o grupo Tetraplégico t(8)=- 3,531, p<0,01 devido ao aumento de

28% no índice de insaturação de T0 paraT3. No grupo Hígido e Paraplégico, não

ocorreram diferenças significativas após suplementação.

Na tabela20 arazão n-3/n-6 das amostras coletadas antes do início da

suplementação com Óleo de Peixe (T0) e ao final desta estão descritos para cada

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154

indivíduo suplementado. A diferença encontrada na concentração de n-6 e n-3 após

a suplementação (T3) também foi descrita na mesma tabela.

O valor de n-6 é calculado pela somatória da porcentagem de AGPI n-6

presentes na amostra e o mesmo processo é realizado para o valor den-3, sendo

que para este a somatória realizada é com todos os AGPI da famíli n-3 presentes na

amostra.

Para critério de informação, a porcentagem de n-6 foi a soma de ácido graxo

Linoleico e Araquidônico, e a porcentagemde n-3 nas amostras avaliadas foi a soma

de EPA e DHA, portanto, se fossemos calcular a porcentagem de n-6 ingerido em

uma cápsula de OP seria 2 e de n-3 seria 45, portanto em cada cápsula a razãon-

6/n-3 encontrada foi de 2:45 ou de 0,04.

Após a suplementação, as alteraçõesconstatadas em n-6 foram diminuição do

percentual de concentração em 16 participantes e aumento em 8 participantes. Por

outro lado, em 15 participantes a porcentagem den-3 sofreu aumento enquanto

manteve-se sem detecção em 9 participantes.

Do total, treze participantes demonstram diminuição em n-6 e aumento em n-

3, quatro participantes do grupo Tetraplégico com lesões acima de C6 tiveram

aumento médio de 30% em n-6 e não apresentaram mudança em n-3. Entre os

demais participantes que não apresentaram n-3 nas amostras de plasma após a

suplementação dois hígidos e um paraplégico tiveram diminuição no n-6 e um hígido

e um paraplégico tiveram aumento no n-6. Além destes, dois participantes do grupo

Hígido apresentaram aumento em ambas famílias n-6 e n-3.

TABELA20Razãon-6/n-3 das amostras Pré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por 90 dias de cada indivíduo suplementado.

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155

Após as análises dos efeitos da suplementação com OP nas concentrações

dos ácidos graxos nas amostras, o lipidograma foi verificado para averiguar se estes

Participantes

Nível de Lesão/

Aptidão Física

Razão

n-6/n-3

T0

Razão

n-6/n-3

T3

Diferença n-6

entre T0 e T3

%

Diferença n-3

entre T0 e T3

%

2 HÍGIDO / SED 53:0 43:3 19 300

3 HÍGIDO / SED 51:3 46:6 9 300

5 HÍGIDO / SED 39:0 40:3 4 300

10 HÍGIDO / SED 51:2 34:5 34 250

16 HÍGIDO / SED 50:0 48:0 4 0

17 HÍGIDO / SED 42:0 22:0 47 0

18 HÍGIDO / SED 48:0 46:2 4 200

25 HÍGIDO / SED 37:0 43:0 17 0

28 HÍGIDO / SED 45:0 39:1 12 100

44 HÍGIDO / SED 44:0 46:2 3 200

4 PARAPLÉGICO / FA 52:0 42:4 18 400

7 PARAPLÉGICO / FA 47:0 40:6 16 600

12 PARAPLÉGICO / FA 43:4 40:7 6 180

14 PARAPLÉGICO / FA 52:0 34:0 35 0

22 PARAPLÉGICO / SED 34:0 44:0 29 0

1 TETRAPLÉGICO / SED 39:0 36:5 6 500

8 TETRAPLÉGICO / SED 52:0 40:6 24 600

13 TETRAPLÉGICO / SED 50:0 41:3 19 300

20 TETRAPLÉGICO / SED 28:0 39:0 37 0

21 TETRAPLÉGICO / SED 29:0 44:0 50 0

26 TETRAPLÉGICO / SED 36:0 47:0 29 0

27 TETRAPLÉGICO / SED 22:0 48:0 113 0

30 TETRAPLÉGICO / SED 50:0 38:9 25 900

46 TETRAPLÉGICO / SED 46:0 44:4 5 400

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156

parâmetros sofreram influência da suplementação. Não houve modificação no perfil

lipídico sanguíneo nos grupos analisados antes e após suplementação, bem como

os valores encontrados ficaram dentro dos valores normalmente encontrados em

população sedentária (p>0,05).Os dados analisados estão apresentados na tabela

21.

TABELA21 LipidogramaPré e Pós suplementação com Óleo de Peixe por 90 dias para a média de cada grupo .

Grupo HÍGIDO PARA TETRA TOTAL

Colesterol T0

Colesterol T3

178 ± 28

176 ± 33

168 ± 20

184 ± 8

170 ± 49

168 ± 43

173 ± 35

175 ± 34

Triglicerideos T0

Triglicerideos T3

129 ± 98

101 ± 75

116 ± 53

126 ± 57

110 ± 81

109 ± 71

119 ± 81

109± 68

HDL T0

HDL T3

50 ± 11

46 ± 11

40 ± 7

39 ± 4

39 ± 5

40 ± 5

44 ± 10

43 ± 8

LDL T0

LDL T3

96 ± 33

112 ± 35

105 ± 12

120 ± 10

110 ± 40

111 ± 40

103 ± 32

113 ± 33

Os valores representam a média ± DP.

O teste t para medidas pareadas foi realizado para as médias dos grupos

separadamente, sendo que nenhuma das diferenças encontradas nos grupos foi

significativa.

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157

6.4 DISCUSSÃO

De forma simplificada podemos dividir o sistema imunitário em imunidade

inata e adaptativa, sendo que a imunidade inata é reponsável pelaprimeira linha de

defesa contra agentes infecciosos, tendo como principal função impedir a entrada de

patógenos no organismo e se necessário eliminá-los rapidamente com a ativação

das células fagocíticas (macrófagos e neutrófilos).Os receptores Toll-like localizados

na superficie das células fagocíticas são capazes de sinalizar em resposta aos

proteoglicanos bacterianos ou lipopolissacarídeos, promovendo ativação do fator de

transcrição nuclear κB e indução de diversos genes, como aqueles para citocinas,

quimiocinas e moléculas co-estimuladoras, que são importantes para o início da

resposta adaptativa (Calder, 2015; Miles e Calder, 2015; Walker et al., 2015).

Já na imunidade adaptativa a resposta protetora é gerada pelos linfócitos, os

quais aumentam a sua ativação em função da exposição ao patógeno. Após o

encontro com antígeno, ocorre o processo de proliferação ou expansão dos

linfócitos, aumentando o número de células capazes de responder a este patógeno.

Os linfócitos podem ser classificados em linfócitos B, linfócitos T e células natural

killer (NK). Os linfócitos B, responsáveis pela imunidade humoral, sofrem o processo

de maturação na própria medula onde são produzidos, e saem deste compartimento

prontos para desempenhar o seu papel de células apresentadoras de antígeno e

secretoras de anticorpo(Silverthorn, 2010).

Os linfócitos T amadurecem no timo e podem se tornar células T

citotóxicas,que expressam a molécula de superfície celular CD8, ou células T

auxiliares, que expressam a molécula de superfície chamada CD4. Linfócitos T

citotóxicos reconhecem a inflamação intracelular e tem por função destruir as células

infectadas enquantoas células T auxiliaries coordenam a resposta imunológica e

dividem-se em células T auxiliares tipo 1 (Th1) que secretam interleucina 2 e IFN-γ,e

células T auxiliares tipo 2 (Th2) que secretam interleucina 4, 5, 6, e 10. Desta forma

pode-se dizer que as células Th1 auxiliam na imunidade celular por ativar

macrófagos e células T citotóxicas, enquanto células Th2 auxiliam as células B a

produzirem anticorpos (Silverthorn, 2010).

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158

Portanto, as citocinas são reguladoras de respostas a infecção, a alterações

imunitárias, inflamação e trauma. Algumas citocinas agem no processo de indução

do estado inflamatório (pró-inflamatórias), enquanto outras servem para reduzir

inflamação e promover cura (antiinflamatórias). Atenção tem sido dada para

bloquear certas citocinas, as quais são danosas ao hospedeiro, particularmente

durante infecções severas. As interleucinas IL-2, IL-6, TNF- e INF- são citocinas

pró-inflamatórias que podem induzir febre, inflamação, danos em tecidos e em

alguns casos choque séptico e morte(Dinarello, 2012). Em contrapartida, citocinas

antiiflamatorias, como IL-4 e IL-10apresentam entre suas funções reduzir infeções

de maneira eficaz.

Vale lembrar que as citocinas podem ser ativadas ou suprimidas por diversos

estímulos e que além disto, a mesma citocina pode ter funções diferentes

dependendo do órgão em que está sendo produzida, da capacidade de produção e

do tipo de ocorrência que estimulou esta produção. Assim, quando as concentrações

das citocinas são analisadas deve-se levar em conta as características da população

que está sendo estudada bem como qual é a pergunta a ser respondida

(Campagnolo et al., 2000; Campagnolo et al., 2008; Silverthorn, 2010).

Portanto, análise das concentrações das citocinas em uma população

como a de LM, deve levar em conta pelo menos os quatro fatores citados abaixo

bem como as suas interrelações.

Nível de aptidão física

Os níveis de AF em lesados medulares são mais baixos do que na população

em geral, e ocorrem por fatores como a dificuldade em estabelecer uma rotina de

exercícios pelas constantes comorbidades associadas (infecções de trato urinário,

hipotensão postural, maior propensão a gripes e infecções e distúrbios

gastrointestinais) as quais são mais frequentes quanto maior o nível da lesão (Amir

et al., 1998; Haskell et al., 2007; Dedeic-Ljubovic et al., 2009), além da dificuldade

em encontrar locais adaptados para a prática de AF e profissionais especializados.

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159

Osachados dos estudos citados acima estão de acordo com o que

encontramos nos participantes deste estudo, sendo que dos 22 lesados medulares

que iniciaram a pesquisa, somente 14 terminaram a fase de suplementação. Entre

estes um dos oito tetraplégicos praticava AF, já entre os cinco paraplégicos quatro

praticavam AF regular, o que confirma arelaçãoentre a prática de AF e o nível da

lesão.

Redução da massa muscular e perda óssea

Outra característica desta população é a redução da massa muscular e

consequente perda óssea que começa logo após a LM.O declínio no volume

muscular e consequente falta de ortostatismo após LM, tem como consequência a

diminuição do estresse mecânico no osso (tração e compressão), o que é

considerado um dos motivos de diminuição substancial da estrutura óssea

acarretando em osteopenia/ou osteoporose na região lombar, femural e tibial.

Outros fatores que aceleram a perda óssea após LM são alterações

neurovasculares secundárias a afecções do sistemanervoso autônomico, resistência

ao fator de crescimento tipo 1 e seudecréscimo (Rodriguez et al., 1989) e alterações

estruturais do colágeno, induzindo ao aumento desua reabsorção (Roberts D et al.,

1998; Brito et al., 2002). Estudo realizado por Uebelhart et al avaliou

histomorfometricamente amostras ósseas da crista ilíaca de pacientes com LM, e

evidenciou aumento da reabsorção e redução da formação óssea, além de aumento

do conteúdo de tecido gorduroso do osso (Uebelhart et al., 1995). Esta perda óssea

foi demonstrada girar em torno de 0,9 até 2% ao mês, durante os primeiros meses

após LM (Modlesky et al., 2005; Slade et al., 2005; Alekna et al., 2008), sendo que

estudos verificaram que nos 2 primeiros anos após LM pode ocorrer redução de até

40% de massa óssea nos membros inferiores (MMII) (Biering-Sorensen F et al.,

1990; De Bruin Ed et al., 1999; De Bruin Ed et al., 2000; Frey-Rindova P et al.,

2000), e que a densidade trabecular óssea pode apresentar redução de 50 a 70%

em indivíduos com LM, quando comparados à hígidos na mesma faixa etária (Eser P

et al., 2004).

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160

Esta mesma intensidade de perda acontece com as fibras musculares, que

reduzem drasticamente após a LM (Castro et al., 1999; Dudley et al., 1999; Castro et

al., 2000). Além desta perda de massa magra, o acúmulo de tecido adiposo no lugar

do músculo tem sido estudada na LM como um dos agentes causadores de

processos como inflamação crônica, resistência a insulina e síndrome metabólica

(Campagnolo et al., 2000; Campagnolo et al., 2008)

De fato, evidências demonstram a importância do músculo esquelético,

principalmente da musculatura ativada por exercícios físicos, na produção de

citocinas com efeito antiinflamatório, como por exemplo a IL-6, quando produzida no

músculo (Roubenoff et al., 2003). Esta mesma citocina, quando produzida no tecido

adiposo é uma das responsáveis pelo desencadeamento da resistência a insulina

iniciada pela diminuição da sensibilidade à esta, além de ser uma das mantenedoras

do processo inflamatório crônico de baixa intensidade, o que vem de encontro com

os estudos em LM(O'shea et al., 2002; Roubenoff et al., 2003; Dinarello, 2012)

Distúrbios do Sistema Nervoso Autonômico

As alterações comuns relacionadas à interrupção ou funcionamento anormal

do sistema nervoso autonômico (SNA - encontrado em níveis de LM acima da

quinta/sexta vertebra torácica) são a disreflexia autonômica (Karlsson, 1999;

Karlsson e Karlsson, 2006; Krassioukov et al., 2007), disfunção da termorregulação

(Attia e Engel, 1983; Schmidt e Chan, 1992), distúrbios neuro-imuno-

endócrinos(Campagnolo et al., 2008), e alterações do controle cardiovascular

(Furlan et al., 2008) entre outros. Estas alterações acarretam também

importantíssimas disfunções do funcionamento fisiológico e metabólico em pessoas

com LM, causando consequências severas para essa população, reduzindo tanto a

qualidade de vida quanto a longevidade desses indivíduos (Garstang et al.; Karlsson

e Karlsson, 2006; Alexander, 2008).

Um dos pontos de interesse do SNA neste estudo, é o seu papel no controle

direto sobre o tecido adiposo, sendo que a inervação simpática relaciona-se com a

lipólise que é mediada pelos receptores beta-adrenérgicos e dependente da

atividade da enzima lipase hormônio-sensível (LHS), e a parassimpática envolve-se

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161

com os efeitos anabólicos sobre os depósitos adiposos, como a captação de glicose

e de ácidos graxos estimulada pela insulina(Garstang et al.; Campagnolo et al.,

2000; Alexander, 2008; Baguley e Baguley, 2008).

Devido aos distúrbios do SNA na LM, que podem variar desde o não

funcionamento completo, o funcionamento de uma única inervação (somente

simpática ou parassimpática) ou alterações de intensidade e frequência da resposta

aos estímulos dados à este sistema, as alterações das funções do sistema

imunitário variam muito entre os indivíduos e tendem a piorar com o tempo de lesão,

envelhecimento, aumento de IMC e diminuição de AF (Campagnolo et al., 2000;

Alexander, 2008; Popovich et al., 2009).

Acúmulo de tecido adiposo branco (TAB)

Finalmente, o acúmulo de TAB é um dos pontos que norteará algumas

hipóteses que serão lançadas para responder as alterações encontradas nas

citocinas. O tecido adiposo vem sendo considerado um órgão dinâmico que envolve-

se em inúmeros processos metabólicos e fisiológicos, sendo que diversos estudos

classificam as propriedades do tecido adiposo conforme as suas características, de

propriedades mais ou menos inflamatórias (Bauman e Spungen, 2000; 2001b;

2008).

Vale lembrar, que além do acúmulo de TAB nos locais usuais o lesado

medular após a perda da função muscular começa a depositar tecido adiposo de

forma gradativa e constante entre as fibras musculares(Elder et al., 2004; Gorgey e

Dudley, 2007; Dolbow e Gorgey, 2016)

Um dos fatores comentados neste estudo foi a má alimentação unida ao

sedentarismo, e consequente aumento do tecido adiposo. Entre os fatores ligados à

má alimentação tem-se o aumento da ingesta de ácidos graxos saturados, que

favorece a ativação da resposta inflamatória e aumento do risco de aparecimento de

DCNT. Entre estes ácidos graxos saturados encontra-se o ácido graxo palmítico,

que aumenta a expressão e secreção de IL-6 e TNF-(Roubenoff et al., 2003;

Numerof et al., 2005; Dinarello, 2012).

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Resumidamente, o recrutamento e a infiltração de macrófagos no tecido TAB

desencadeam inflamação local que está correlacionada ao aumento da

concentração plasmática de IL-6 e TNF-. Sendo que a expressão e secreção de

TNF- em obesos correlaciona-se positivamente com o aumento do volume de

adipócitos (Chen et al., 2006; Minihane et al., 2015).

Em contrapartida, suplementação com OP pode reduzir a produção de

citocinas antiinflamatórias. Estudos já demonstraram a redução em todas citocinas

antiinflamatórias após suplementação com OP em populações de jovens e idosos,

com a maior queda sendo em idosos: a síntese de IL-1p foi reduzida em 48% nos

indivíduos jovens e 90% nos idosos. TNF foi reduzido em 58% em jovens e 70% nos

idosos, IL-6 reduziu 30% nos jovens e 60% nos idosos e a IL-2, um fator de

crescimento de célula T necessária para ativação linfocitária, foi produzida em uma

quantidade significantemente maior em idosos e também em jovens(Roubenoff et

al., 2003; Walker et al., 2015).Esta capacidade anti-inflamatória dos AGPIs da série

n-3, EPA e DHA, presentes no OP tem origem na diminuição da atividade dos

fatores de transcrição NF-κB e proteína ativadora-1 (AP-1) (Curi, 2009; Curi et al.,

2002).

Neste estudo, as concentrações basais das citocinas analisadas não

apresentaram diferenças significativas importantes quando os grupos Paraplégico e

Tetraplégico foram comparados com o grupo Hígido, o que pode ter como fator

modulador deste resultado o fato de que o grupo dos hígidos era formado por

indivíduos sedentários que foram pareados por estatura, peso e idade. Idealmente

um grupo de indivíduos hígidos fisicamente ativos certificaria se as concentrações

de citocinas encontradas no hígidos sedentários tem relação com sedentarismo ou

estão alteradas por outros motivos. Estudos que analisaram as concentrações de

citocinas em indivíduos saudáveis demonstram grande variação destas, sendo que

estas variações ocorrem em grupos da mesma idade porém são mais expressivas

quanto maior a idade dos avaliados.Outro ponto verificado é a alteração das

concentrações conforme o horário em que a coleta foi realizada (Arvidson et al.,

1994; Lissoni et al., 1998; De Jager et al., 2009).

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163

Dos artigos que relacionam citocinas e LM nenhum as mensurou em

humanos nem relacionou estas citocinas com fatores bioqúimicos e parâmetros

antropométricos. A maioria destes estudos analisam a influência das citocinas na dor

neuropática e na regeneração neural, tanto com o bloqueio quanto com a

estimulação destas e a maior parte do estudos eram em modelos experimentais

(Huo et al., 2012; Thompson, C. D. et al., 2013; Baastrup et al., 2014).

Não foram encontradas correlações entre os parâmetros do hemograma pré e

pós suplementação e as concentrações de citocinas encontradas em nenhum dos

grupos analisados. Estas diferenças encontradas em alguns estudo sãoespecíficas

de parâmetros que não foram analisados em nosso estudo ou feitas em populações

com patologias auto-imunes, muitas destas observações de alterações foram

encontradas em estudos com AIDS(Bastos et al., 2009; Selimova et al., 2016)

Nos grupos Paraplégico e Tetraplégico foram encontradas correlações

positivas entre IMC, circunferência abdominal e RCQ que indicam aumento de TAB

porém não houve correlação com TNF-. Talvez isto ocorreu devido à grande parte

dos participantes estarem na faixa do sobrepeso e estas correlações terem sido

encontradas somente em obesos (Gomes et al., 2010; Espinola-Klein et al., 2011;

Maurovich-Horvat et al., 2015).

Observa-se que as citocinas IL-2 e INF-sofreram aumentos em todos os

grupos e tem em comum serem secretadas por células T auxiliares tipo 1, no

entanto, TNF-aumentou nos grupos Hígido e Tetraplégico e diminuiu no

Paraplégico. Entre as citocinas secretadas pelas células T auxiliares tipo 2,a IL-4

também aumentou em todos os grupos, por outro lado a IL- 6,IL-10 e tiveram o

mesmo padrão de mudança, aumentando nos grupos Hígido e Tetraplégico e

reduzindo no grupo Paraplégico.

A IL-2 é o principal fator de crescimento para as células T, atuando como a

ativadora de linfócito B, linfócito T citotóxico e macrófagos além de funcionar como

neurotransmissora. Sabe-se que esta interleucina é secretada pelos linfócitos T

ativados e é responsável por induzir a expansão clonal destas células. Assim, o

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aumento na produção de IL-2 por linfócitos pode normalizar a função imunológica

dependente desta citocina. Desta forma, o aumento na liberação de IL-2 como efeito

do exercício pode contribuir na restauração do número de células T virgens que

normalmente diminuem com o envelhecimento e sedentarismo, sendo que isto

explicaria o aumento de mais de 200% da IL-2 no grupo paraplégicos comparado

com o aumento de 100% em hígidos e menos de 10% em tetraplégicos.

A IL-6 e TNF- tiveram o mesmo tipo de comportamento após 3 meses de

suplementação, porém as alterações em IL-6 foram maiores que em TNF-. No

grupo Hígido e Tetraplégico estas citocinas aumentaram, e no grupo paraplégico

diminuíram. Levando em conta o nível de AF destes grupos pode-se relacionar a

diminuição destas citocinas pró-inflamatórias ao fato de que o grupo de hígidos era

fisicamente ativo, e sabe-se por meio de outros estudos que o exercício a longo

prazo potencializa os efeitos benéficos do OP (Lissoni et al., 1998; Bruunsgaard,

2002; O'shea et al., 2002). O

TNF- exerce várias funções no sistema imunitário, tanto como citocina pró-

inflamatória quanto como modulador das respostas imunitárias adaptativas.

Alterações no eixo Hipotálamo-pituitário-tireóide podem responder direta e

indiretamente as funções da tireóide em diferentes níveis, sendo que podem alterar

a secreção de TNF-, podendo explicar o aumento de 80% no grupo Tetraplégico.

Além disto, TNF- e IL-6 são citocinas que ativam a produção de osteoclastos

que por sua vez aumentam o processo de desmineralização óssea e por

consegunite potencializam o aparecimento da osteoporose, que é umas das

comorbidades presentes na LM (Boutzios e Kaltsas, 2000).

Outros estudos demonstraram a importância do SNA na secreção das

catecolaminas como cortisol, adrenalina e noradrenalina para a ativação tanto de IL-

6, IL-10 quanto de TNF- com a funçãode imunomodular processos de estresse

fisiológico como por exemplo exercício físico intenso ou sepsis como demonstrado

em estudo de Pedersen & Febbraio (2008)(Pedersen e Febbraio, 2008; Ball, 2015).

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Vale ressaltar que quanto maior o nível e severidade da LM maiores são os

comprometimentos do SNA os quais foram discutidos acima (Petrovsky et al., 1998;

Popovic et al., 2005; Popovich et al., 2009).

INF- também demonstrou aumento comparando T0 e T3. Os grupos Hígido e

Tetraplégicoapresentaram a citocina INF-com aumentos na proporção de 20%,

entretantono grupo Paraplégico, o INF- aumentou 70 % em relação ao que era em

T0. A principal atividade do INF- é imunomoduladora, sendo que ele auxilia a

inibição da proliferação das células que sintetizam IL-4, IL-6, e IL-10.

Se relacionarmos a atividade do INF- de estimular a imunidade mediada por

fagócitos, com a diminuição de sua concentração no organismo tem-se uma

redução de macrófagos e neutrófilos tornando o indivíduo mais suscetível à

infecções. Portanto os aumentos encontrados no INF- demonstram o efeito

imunomodulador do OP, pois teoricamente contribuem para o aumento da

resistência à infecções (De Pablo et al., 2000; Kris-Etherton P. M. et al., 2003).

A IL-4 teve aumento em todos os grupos, sendo que teve aumento de 22% no

Paraplégico, 70% no Hígido e 102% no Tetraplégico. A atividade principal desta

interleucina é determinar o perfil da resposta imunológica em Th2, sendo o seu

efeito antagonizado pelo INF-. Em estudo com camundongos obesos a IL-4 estava

aumentada, evitando o aparecimento de diabetes, que ocorreu nos camundongos

sem a citocina IL-4 ativada. Outro estudo com gêmeos verificou que os irmãos que

apresentavam diabetes tinham somente citocina INF- circulante, enquanto os

irmãos sem diabetes apresentavam tanto IL-4 quanto INF-(Boutzios e Kaltsas,

2000; Kenney e Ganta, 2014).

Por fim, a Interleucina 10 que é produzida pelos macrófagos ativados e

células Th2 e é predominantemente uma citocina inibidora. O efeito da interleucina

10 é inibir a síntese de outras citocinas como INF-, IL-2, IL-12 e TNF-β, além de

inibir a produção de TNF-α por monócitos e células T do tipo 1. Esta citocina é

produzida principalmente pelas células CD8+ ativadas, mas também podem ser

provindas de células Th0, Th1 e Th2 ativadas.

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Com a suplementação com óleo de peixe teoricamente a IL-10 teria que

aumentar, ou manter suas concentrações se as citocinas pró-inflamatórias fossem

reduzidas, levando em conta que o efeito da interleucina 10 é inibir a síntese de

outras citocinas como INF-, IL-2 e TNF- α. Porém, neste estudo o que encontrou-se

foi o aumento das citocinas que deveriam ser inibidas pela IL-10, a qual aumentou

somente 26% no grupo Tetraplégico e diminuiu nos grupos Hígido e Paraplégico.

Pode-se explicar a discreta concentração de IL-10 pelo aumento significativo de IL-2

por serem concorrentes(Woods et al., 2006; Gomes et al., 2010).

Os ácidos graxosinfluenciam uma série de processos biológicos que

envolvem a comunicação celular,interações enzimáticas e atuações em cascatas

bioquímicas envolvidas na produção de respostas específicas de processos

fisiológicos (Simopoulos, 2000; 2006; Walker et al., 2015)

Dentre os mecanimos que explicam o efeito modulatório do AGPI n-3 sobre o

sistema imunológicoestão capacidade dos AGPI n-3 incorporar-se na membrana

celular e assim modificar as interações proteínas/lipídios da membrana(Simopoulos,

2002; 2008b) e a capacidade do AGPI n-3 em alterar o metabolismo dos

eicosanoides (EPA), servindo comosubstrato para a ciclooxigenase(COX) e a

lipooxigenase (LOX), que geram eicosanóides com menor potencial inflamatório e

desta forma podem modular o funcionameto de várias células do sitema

imunológico(Lu et al., 2006; Schwab e Serhan, 2006; Serhan et al., 2006; Serhan et

al., 2007).

Ao observarmos as concentrações de AGPI da família n-3 e n-6, verificou-se

que as únicas alterações estatisticamente significativas foram o aumento do

percentual da concentraçãode DHA no grupo Hígido e Tetraplégico, porém deve-se

levar em conta que todos os indivíduos foram submetidos às mesmas doses

suplementares diárias e que estes ácidos graxos devem ter sido prontamente

utilizados pelo organismo.

No caso do EPAsabe-se que este é incorporado com mais facilidade às

membranas celulares modificando assim a composição das cadeias de AG dos

fosfolipídios. Uma das hipóteses para a baixa detecção de EPA seria a constante

absorção deste ácido pelas membranas celulares devido ao maior recrutamento de

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novas células do sistema imunitário pelo processo inflamatório crônico que a

população com LM apresenta.

Vale ressaltar que o aporte nutricional, o estado inflamatório e viroses podem

alterar os efeitos da suplementação com OP, o que corrobora com a baixa detecção

dos ácidos suplementados. A cada coleta de sangue feita neste trabalho os

participantes respondiam a uma série de questões para identificar quaisquer

mudanças que pudessem vir a comprometer o estudo, sendo que não houveram

intercorrências que pudessem comprometer o estudo.

Outro ponto que vale comentar é que, apesar de não ter sido apresentado

controle nutricional dos participantes, durante todo o tempo de suplementação foi

realizado acompanhamento para pontuar quaisquer mudanças alimentares que

pudessem influenciar o estudo, sendo que não houve mudanças na ingestão

alimentar que pudessem comprometer os parâmetros avaliados. A não imposição de

dieta nutricional foi elencada como uma das formas de avaliar o efeito da

suplementação em condições cotidianas. Além disto, os participantes foram

orientados a manter todas as medicações que faziam uso no início da pesquisa e a

avisar se qualquer outro medicamento fosse utilizado durante o período de

suplementação.

Além de manter este controle com os participantes, algumas perguntas foram

realizadas para avaliar se a suplementação poderia exercer algum benefício visível

aos participantes. Dentre estes critérios avaliados, cerca de 90% dos indivíduos

relataram após o segundo mês de suplementação melhora na disposição, menos

dores entre os tetraplégicos. Estes dois fatores e a diminuição de fadiga muscular

foi relatada por todos. Outro ponto interessante foi a melhora no funcionamento

intestinal após duas semanas de uso de OP relatado pelos participantes com LM,

que devido à diminuição da motilidade intestinal tem dificuldade de evacuação e

problemas gastrointestinais recorrentes.

Outro fator que demonstrou mudança positiva após o primeiro mês de

suplementação nos participantes com LM foi a diminuição na quantidade e

intensidade das infecções do trato urinário, que foram acompanhadas por exame de

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urina mensal. Associado aos resultados da urinálise os participantes relataram

alterações nos sintomas característicos de infecção de bexiga em lesados

medulares, como diminuição de enjôos, dores no corpo, febres e perda de urina.

Portanto, constatou-se que os mecanismos com que o OP age dependem de

inúmeros fatores que podem influenciar a função deste, sendo que nesta amostra

populacional o OP agiu na produção de citocinas de uma maneira diferente das

previamente vistas em outras populações e in vitro, atuando como imunomodulador.

Para finalizar, dentre as hipótese geradas para este estudo verificou-se que:

A hipótese 1 foi rejeitada, pois a razão omega6/omega3nos participantes

hígidos não estava mais próxima dos padrões considerados ideais.

A hipótese 2 foi rejeitada parcialmente, pelo fato de que existiram correlações

entre os parâmetros bioquímicos e as concentrações de citocinas, porém estas não

seguiram um padrãoentre os grupos analisados.

A Hipótese 3 também foi rejeitada, pois não foram encontradas relações entre

as concentrações das citocinas, idade, tempo de lesão, nível e severidade de LM.

A hipótese 4 também foi rejeitada pois a razão omega6/omega3não teve

mudanças significativas após 90 dias de suplementação.

A hipótese 5 foi aceita parcialmente por ter havido diminuição nas

concentraçõesdas citocinas pro-inflamatórias e aumento nas citocinas

antiinflamatórias em alguns grupo, porém não houve um padrão nesta mudança.

A hipótese 6 foi aceita parcialmente pelo aumento do índice de insaturação no

grupo Tetraplégico após a suplementação.

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169

6.5 CONCLUSÃO

A suplementação com OP causou alterações nas concentrações de citocinas

que necessitam de maiores esclarecimentos, sendo que um ponto importante

encontrado neste estudo foram os relatos dos participantes que demonstraram

melhora geral da saúde após um mês de suplementação, tendo estas melhoras

aumentado ao fim dos 3 meses de ingestão de OP.

Foi de concordância entre os participantes do grupo Hígido a diminuição em

dores articulares, melhora da disposição e ausência de processos inflamatórios e

gripes.

Já entre os lesados medulares a alteração mais relatada foi a diminuição das

infecções urinárias, sendo que durante os meses de suplementação os participantes

não tiveram infecções e nem os sintomas relacionados à estas. Fato este

considerado de grande valor para a qualidade de vida destes indivíduos visto que a

principal queixa entre eles na entrevista pré suplementação era a infecção crônica

do trato urinário.

Outro fator em concordância com os achados nos indivíduos hígidos foi a

melhora na disposição, sendo que dentre os nove tetraplégicos suplementados sete

relataram que a partir do segundo mês de suplementação os episódios de fadiga

muscular tinham diminuído substancialmente. Além disto, somente um dos entre os

14 lesados medulares apresentaram gripe nos meses de suplementação, sendo que

eles comentaram que a intensidade desta foi menor do que usualmente.

Com isto, confirma-se a necessidade de analisar amplamente as queixas e

mudanças decorrentes de intervenções nesta população, pois devido ao fato dos

mecanismos que influenciam as comorbidades e a inflamação crônica de baixo grau

não terem sido completamente elucidados faz com que os mecanismos de

imunomodulação gerados pelo OP tenham que ser interpretados de maneira

minuciosa.

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CAPÍTULO 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A medula espinhal em humanos pode ser defenida como uma complexa

associação entre motoneurônios superiores e inferiores que tem função bidirecional,

fazendo a conexão entre o cérebro e as estruturas motoras, sensoriais e

autonômicas. Outra função primordial da medula espinhal é a sua capacidade de

fazer a integração entre reflexos sensoriais com estruturas efetoras.

Esta complexa circuitaria,quando interrompida total ou parcialmente,pode

levaràuma vasta gama de alterações motoras, sensitivas e autonômicas. Por este

motivo, a LM é uma patologia tão divergente e complexa, onde vários tipos e graus

de disfunções podem ser encontrados em lesões de mesmo nível segmentar, sendo

estas alterações definidas pela quantidade e localização das estruturas neuronais

afetadas, o que foi parcialmente demonstrado nesse trabalho.

A LM per se traz consequências avassaladoras, com altos níveis de

morbidade e mortalidade, afetando diretamente a qualidade de vida do lesado

medular. Além deste estado de saúde delicado, diversos estudos verificaram que

fatores externos, como má alimentação e inatividade física, podem acelerar e

maximizar estas condições patológicas, além de influenciar no aparecimento de

outras. As dificuldades encontradas por esta população para manterem ou atingirem

um nível de AF suficiente e aporte nutricional adequado para a manutenção ou

promoção da saúde dessa população são alvo de diversas investigações que até o

momento tem resultados inconclusivos.

Uma das hipóteses para esta dificuldade de encontrar os agentes

desencadeadores da alta responsividade aos danos dos maus hábitos de vida é a

grande diminuição de massa magra e o aumento exacerbado de massa gorda após

a LM, o que propicia a constante inflamação subclínica. Além disto, a disfunção do

SNA sendo este interrompido pela LM vem sendo levantado como uma das

hipóteses para explicar esta mudança nos processos fisiológicos.

Infelizmente, o ponto de concordância entre pesquisadores que trabalham na

identificação dos agentes desencadeadores de patologias é frágil, e portanto, a

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busca de formas de prevenção de patologias secundárias, promoção da saúde e

tratamento de comorbidades provindas da LM,ramifica-se em diversos caminhos,

dificultando o consenso de pesquisadores, seja na bancada, seja na área clínica.

A divisão deste trabalho em três estudos reflete a dificuldade encontrada em

trabalhar com indivíduos com LM. Sendo que além das dificuldades já mencionadas,

a constante falta dos participantes devido à problemas relacionados as

comorbidades da LM fez com que não fosse possível a manutenção de todos os

participantes ao longo dos estudos.

Além disto, incialmente o desenho experimental desta pesquisa visava

realizar as mensurações dos estudos 1 e 2 em dois momentos, sendo antes da

suplementação com OP e após os noventa dias de suplementação. Porém isto não

foi possível pela dificuldade encontrada para o empréstimo e agendamento dos

equipamentos necessários para as mensurações realizadas.

Portanto, não foi possível verificar se a suplementação com o OP teria algum

efeito sobre os parâmetros bioquímicos sanguíneos analisados, tampouco sobre as

características neuromusculares avaliadas.

Concluíndo, a abordagem apresentada nesta tese é apenas uma pequena

parte a ser explorada, na tentativa de tentar demonstrar os desafios em se identificar

quais temas são mais urgentes, objetivando aumentar a longevidade com qualidade

de vida, enquanto a cura definitiva não surge.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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Nós, Prof. Dr. Luiz Cláudio Fernandes, Profa. Dra. Kátya Naliwaiko, Profa. Dra. Neiva Leite, Prof. Dr. Rogério de Fraga, Dr. Ricardo Antonio Tanhoffer, e doutoranda Aldre Izabel Pchevozniki Tanhoffer, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, estamos convidando você que tem entre 18 e 50 anos, com lesão medular completa ou incompleta, de qualquer nível neurológico, com mais de 1 ano de lesão, que pratique ou não atividade física regular a participar de um estudo intitulado “Efeitos da suplementacao com óleo de peixe e prática de atividade física regular sobre doenças crônicas não transmissíveis em indivíduos com lesao medular”. Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são um grupo de doenças que aparecem devido a maus hábitos de saúde como inatividade física, alimentação não saudável, tabagismo, consumo excessivo de álcool, entre outros. Algumas das doenças chamadas de DCNTs são diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares (hipertensão, aterosclerose, angina, infarto), doenças respiratórias crônicas (asma, bronquite, DPOC) e doenças musculoesqueléticas (artrose, osteoporose) entre outras.

Portanto, neste estudo iremos verificar a sua saúde geral fazendo alguns testes e exames que estão explicados neste texto e serão agendados com você. O estudo durará seis meses sendo que uma série de testes serão feitos no início do estudo, 3 meses e 6 meses depois do início. Além disto alguns testes serão repetidos todo mês. Com isto, vamos verificar a quantidade de atividade física que você pratica e qual é a qualidade de sua alimentação (se você ingere todos os nutrientes necessários para ser saudável), além de verificar sua saúde geral como dito anteriormente. Durante estes seis meses, serão entregues cápsulas de óleo de peixe para você tomar diariamente. O óleo de peixe será utilizado porque existem estudos que demonstram que este suplemento pode auxiliar na manutenção de uma vida saudável. Entre estes estudos, verificou-se melhora no sistema imunológico, por meio de diminuição de processos inflamatórios (diminuição de gripes, resfriados, inflamações e infecções), diminuição de riscos cardiovasculares (hipertensão, aterosclerose, angina, infarto), manutenção de qualidade óssea e melhora da capacidade física entre outros benefícios. Apesar destes benefícios, a suplementação com cápsulas de óleo de peixe pode apresentar alguns efeitos colaterais tais como, sabor de peixe ou mau hálito e odor de peixe durante os primeiros dias de ingestão, distúrbios gastrintestinais (que podem ser desde fezes gordurosas e surtos de diarreia até o aumento de eructações - arrotos, indigestão, refluxo ácido, ou dor abdominal), aumento do tempo de sangramento (sangramento gengival e nasal, porém, este é menor que o causado pelo uso de aspirina), aumento dos níveis de gordura no sangue (colesterol total), aumento da ingestão calórica (excesso de calorias) e do peso corporal.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

Estes efeitos colaterais não aparecem sempre e dependem do tipo de cápsula de óleo de peixe (composição), bem como da quantidade diária utilizada. Estudos demonstram que doses abaixo de 3 gramas por dia tem probabilidade mínima de aparecimento de efeitos

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Pesquisador Responsável________

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colaterais que comprometam a saúde e o bem estar das pessoas que estão tomando a cápsula de óleo de peixe e que doses acima de 3 gramas ao dia podem em indivíduos diabéticos, causar um aumento nos níveis de açúcar no sangue. Em pesquisas feitas com a quantidade de óleo de peixe que você tomará por dia o efeito colateral relatado por alguns participantes foi o sabor de peixe ou mau hálito e odor de peixe durante os primeiros dias de ingestão ou quando tomavam a cápsula fora das refeições. Se você sentir qualquer desconforto ou efeito colateral quando estiver fazendo a suplementação, pedimos que entre em contato com os pesquisadores (telefones no final deste texto), e estes tomarão as providências necessárias juntamente com o médico colaborador desta pesquisa.

Os exames que você irá realizar serão laboratoriais (de sangue, urina e fezes), para avaliar a qualidade de seus ossos (densitometria óssea) e a quantidade de gordura que você tem em seu corpo (ressonância magnética espectroscópica) e ultrassom da região de pescoço (para mensurar a espessura da carótida). Os testes serão para mensurar a força e qualidade de seus músculos dos membros superiores (braços) e a sua capacidade física, que nos mostrará quanto esforço você consegue fazer por meio de um teste físico e do preenchimento de três questionários que nos auxiliarão para verif icar a quantidade e os tipos de exercício e quanto de atividade física você faz por semana. Além disto, serão realizados outros dois questionários, um para analisar o seu estado nutricional (se você come todos os nutrientes necessários diariamente e qual a quantidade) e outro para avaliar a sua percepção de qualidade de vida (nível de satisfação/felicidade).

Os resultados obtidos com este estudo serão repassados para você e também irão gerar importante produção de conhecimento sobre o tema, e assim contribuir para o desenvolvimento de estratégias visando a prevenção e o tratamento de doenças como a osteoporose, obesidade e problemas cardiovasculares que podem afetar pessoas com lesão medular. Portanto, o objetivo desta pesquisa é investigar o efeito da atividade física e da suplementação alimentar com cápsula de óleo de peixe na saúde geral do indivíduo após lesão medular.

Caso você queira participar da pesquisa, será necessário fazer alguns procedimentos que estão descritos abaixo, separados por dia de avaliação e local onde você deverá ir.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

A bateria de testes será realizada em 5 dias, sendo que nos Dias 1, 2, 3 e 4 terão duração máxima de quatro horas, e serão feitos sempre pela manhã. A rotina dos dias 3 e 4 será repetida 3 vezes, sendo ao início (T0), meio (T3) e término da suplementação (T6). Os exames do dia 1 e 2 serão repetidos 7 vezes com intervalo de 30 dias entre as coletas (T0,

Rubricas:

Sujeito da Pesquisa e /ou responsável legal_________

Pesquisador Responsável________

Orientador________Orientado_________

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T1, T2, T3, T4, T5 e T6). Os exames do Dia 5 serão feitos na primeira e última bateria de

testes (T0 e T6). Estes serão agendados diretamente com você e poderão ser realizados em qualquer horário do dia, sendo que a duração máxima será de quatro horas. Todo o estudo acontecerá num período máximo de 7 meses desde o recrutamento até a finalização dos resultados, os quais serão entregues e explicados para você.

Todos os participantes deste trabalho seguirão o mesmo protocolo, farão a primeira bateria de testes (T0) e será pedido para que você mantenha a sua rotina diária, sem acrescentar nenhum tipo de atividade física a mais do que as que você costuma fazer. Após o término da bateria de testes T0, serão fornecidas cápsulas de óleo de peixe que você deverá tomar todos os dias pelos próximos seis meses. Deverão ser ingeridas 2 cápsulas de óleo de peixe por dia, uma após o almoço e uma após o jantar.

Como esta pesquisa é longa, depois que você terminar os 3 primeiros meses de suplementação, os pesquisadores responsáveis pelo projeto entrarão em contato com você para verificar se você gostaria de continuar recebendo as cápsulas de óleo de peixe e de fazer os exames até completar os seis meses, para então finalizar a pesquisa por completo. Os procedimentos deste estudo podem ser visualizados na figura abaixo:

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

Bateria ou rotina de testes

Como as avaliações serão feitas pela manhã (tempo estimado de 4 horas - das 8:00 as 12:00 horas), você receberá um lanche leve e terá um período de descanso entre os testes. Um pesquisador será responsável por explicar todos os procedimentos para você, tirar todas as dúvidas que você tiver, agendar os dias, locais e horários das avaliações, além de

Rubricas:

Sujeito da Pesquisa e /ou responsável legal_-________

Pesquisador Responsável________

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acompanhá-lo e auxiliá-lo no que for preciso durante todas as avaliações. As avaliações serão realizadas por mais de um profissional para que os testes sejam eficientes, e que tenham menos riscos. A equipe que trabalhará com você nos dias de avaliação é formada por médicos, fisioterapeutas, educadores físicos e biólogos sendo que cada profissional tem experiência nas avaliações que farão e receberão treinamento para que todos os procedimentos ocorram da melhor maneira possível.

A seguir estão detalhadas quais avaliações que serão realizadas em cada dia.

Dia 1

Local: Universidade Federal do Paraná – Centro Politécnico

Duração Máxima: 4 horas

Anamnese, que será realizada por um médico. Este procedimento é como uma consulta com um clínico geral, onde você será questionado sobre sua saúde, hábitos de vida e outros tópicos como nome, data de nascimento, gênero (sexo), estado civil, ocupação profissional, grau de escolaridade, diagnóstico clínico, causa da lesão, tipo da lesão, tempo de lesão, cirurgias recentes, medicamentos de uso contínuo, inspeção da pele, meio de locomoção e transporte.

Medidas Antropométricas (peso, estatura, circunferências)

Testes de integridade Osteoarticular de membros superiores. Este teste será realizado por uma fisioterapeuta e avaliará se você apresenta algum tipo de dor ou desconforto nos ombros, cotovelos e mãos, bem como qual a amplitude de movimento que você consegue atingir e a força dos seus músculos.

Questionários para verificação do nível de atividade física, da percepção de qualidade de vida e frequência alimentar.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: cometica.saude@ufpr.

Dia 2

Local: Universidade Federal Do Paraná – Farmácia Escola, Campus Jardim Botânico e Politécnico

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Duração Máxima: 4 horas

Coleta de Amostra de Sangue, será realizada por um profissional capacitado, neste dia você deverá estar de jejum por no mínimo 12 horas.

Coleta de Amostra de Urina, deverá ser coletado a primeira urina do dia em um frasco que será dado a você no dia 1.

Coleta de Amostra de Fezes, deverá ser coletado em um frasco específico que será dado a você no dia 1.

Taxa Metabólica Basal, que é um teste feito com um aparelho que é conectado a uma máscara que será colocada em sua face. Para este procedimento você ficará deitado por meia hora em uma maca de altura ideal para transferência da cadeira de rodas. Este procedimento não causa dor e nenhum tipo de desconforto.

Mensuração da Espessura da Carótida, será realizada por um profissional capacitado, que fará um ultrassom da região do pescoço logo após o término do testes acima. Este procedimento não causa dor e nenhum tipo de desconforto.

Dia 3

Local: Departamento de Educação Física da Universidade Federal do

Paraná.

Duração Máxima: 4 horas

Teste Aeróbio, que é realizado em um cicloergometro de braço , no qual voce ira “pedalar” com os bracos mantendo a velocidade constante e aumentando a resistência de 2 em 2 minutos até completar 12 minutos ou você pedir que o teste seja interrompido.

Avaliação pulmonar, será avaliada em repouso por meio de espirômetro portátil, em posição sentada e com o uso de clipe nasal você deverá inspirar (encher os pulmões completamente de ar) e logo após expirar, assoprando no instrumento que será colocado na sua boca .

Avaliação broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE), este teste será realizado ao mesmo tempo que o teste aeróbio sendo que após parar o teste você fará a avaliação pulmonar descrita anteriormente novamente

Avaliação de sintomas de doenças alérgicas, realizada por meio de um questionário.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPRTelefone: (41) 3360-7259 e-mail: cometica.saude@ufpr.

Dia 4

Local: Departamento de Educação Física da Universidade Federal do

Paraná.

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Duração Máxima: 4 horas

Teste de Força dos músculos Bíceps Braquial e Tríceps Braquial, para a realização deste teste você segurará uma manopla que é ligada por meio de roldanas a uma célula de carga, que é responsável por medir quanta força você consegue fazer.

Eletromioneurografia (EMG), antes do teste acima ser realizado, serão colocados dois eletrodos auto adesivos no músculo que será testado. Estes eletrodos verificarão a qualidade da contração do seu músculo.

Dia 5

Local: Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Duração Máxima: 4 horas

Densitometria Óssea é uma exame de imagem para a avaliação da qualidades dos ossos, que será realizado em uma clínica especializada, o qual é indolor e não precisa de nenhuma preparação específica para ser feito.

No Dia 2 em que você fará jejum, é possível que você sinta fome e náusea, tontura e tremor

pela hipoglicemia, além do desconforto da agulhada necessária para a coleta de sangue. Você será acompanhado por um médico, e após os testes serem realizados será oferecido um lanche para você. Nos testes de aptidão física e força muscular que serão realizados nos Dias 3 e 4 é possível que você experimente algum desconforto, principalmente

relacionado a fadiga e cansaço.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

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Todas as medidas de precaução para a sua segurança serão realizadas, portanto, os locais dos testes serão acessíveis, salas amplas bem iluminadas e ventiladas e com banheiros adaptados. Todos os equipamentos utilizados serão testados, calibrados e esterelizados (quando necessário) conforme as instruções de cada equipamento. Apesar de todos os cuidados que serão tomados, alguns riscos relacionados ao estudo podem ser:

certo desconforto e tontura, hipoglicemia e desmaio que podem ocorrer devido ao jejum.

a ocorrência de hematoma no membro superior após coleta de sangue.

dor muscular tardia que poderá ocorrer após os testes de mensuração de capacidade aeróbia e força muscular de membros superiores.

certo desconforto e tontura com a realização dos testes pulmonares.

claustrofobia (ansiedade e agitação causada pelo medo de ficar deitado no túnel que faz parte do equipamento de ressonância magnética).

quedas, contusões, torções podem ocorrer nas transferências da cadeira para a maca em alguns testes, porém esta probabilidade será diminuída com uma maca baixa, da altura da cadeira de rodas, para facilitar as transferências e pela ajuda dos profissionais que estarão a disposição.

Todos os testes serão realizados por profissionais com experiência nas técnicas realizadas. Além disto, em cada dia de avaliação o médico e um profissional da área de saúde (fisioterapeuta, enfermeiro, educador físico) com experiência em primeiros socorros estará acompanhando você para prestar qualquer tipo de auxílio que seja necessário. Os locais onde as avaliações serão realizadas também tem a infraestrutura necessária para prestação de primeiros socorros e se necessário transporte para hospitais.

Os benefícios esperados com essa pesquisa são primeiramente, verificar o impacto da lesão medular na saúde geral do indivíduo levando em conta, o aspecto imunitário, a qualidade neuromuscular e osteoarticular, bem como os sistemas cardiovascular, respiratório e metabólico. A seguir, pretende-se avaliar se existem e quais são as diferenças da saúde dos indivíduos com lesão medular que praticam atividade física regular e os que são considerados sedentários, com esta comparação pode-se verificar se existe, e qual a magnitude do efeito benéfico da atividade física em indivíduos com lesão medular, além de analisar se diferenças nos exercícios como volume, intensidade e tipo de atividade física interferem nos ganhos que se tem com a prática regular do mesmo. Ainda, com a suplementação com óleo de peixe procura-se averiguar e quantificar se existe melhora na saúde, bem como se estas são encontradas tanto nos participantes sedentários quanto nos que praticam atividade física regular.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

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Com os resultados gerados neste estudo, espera-se obter e aprofundar conhecimentos sobre as complicações de saúde que ocorrem em indivíduos com lesão medular, visando contribuir com estratégias preventivas e tratamentos para esta população e para usuários do SUS. Portanto, além de você ser beneficiado com o resultado da pesquisa, poderá contribuir para o avanço científico.

Os pesquisadores Aldre Izabel Pchevozniki Tanhoffer, doutoranda da Universidade Federal do Paraná e fisioterapeuta, (contato: (41) 3361-1784, (41) 9918-1155, e-mail [email protected]), e Ricardo Antonio Tanhoffer, pós-doutorando da Universidade Federal do Paraná e educador físico, (contato: (41) 3361-178, 9918-8040, e-mail [email protected]) responsáveis pelas entrevistas e avaliações, poderão ser contatados para esclarecer eventuais dúvidas que você possa ter, antes, durante ou depois de encerrado o estudo.

A sua participação neste estudo é voluntária e se você não quiser mais fazer parte da pesquisa poderá desistir a qualquer momento e solicitar que lhe devolvam o termo de consentimento livre e esclarecido assinado.

As informações relacionadas ao estudo poderão ser conhecidas e discutidas por pessoas autorizadas (orientador e coordenador do estudo Prof. Dr. Luiz Cláudio Fernandes, pesquisadores et al do estudo Profa. Dra. Kátya Naliwaiko, Profa. Dra. Neiva Leite, Prof. Dr. Ricardo Yamazaki, Prof. Dr. Oslei de Matos, Dr. Ricardo Antonio Tanhoffer e pelo médico e colaborador do estudo Prof. Dr. Rogério de Fraga) e por autoridades legais. No entanto, se qualquer informação for divulgada em relatório ou publicação, isto será feito sob forma codificada, para que a sua identidade seja preservada e seja mantida a confidencialidade. Quando os resultados forem publicados, não aparecerá seu nome, e sim um código.

As despesas necessárias para a realização da pesquisa (exames, lanches e cápsulas de Óleo de Peixe) não são de sua responsabilidade e pela sua participação no estudo você não receberá qualquer valor em dinheiro.

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

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Eu, __________________________________________________________ li esse

termo de consentimento e compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual concordei em

participar. A explicação que recebi a respeito dos testes e intervenções as quais serei

submetido, menciona os riscos e benefícios destes. Eu entendi que sou livre para

interromper minha participação a qualquer momento sem justificar minha decisão.

Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo intitulado Efeitos da

suplementação com óleo de peixe e prática de atividade física regular sobre doenças

crônicas não transmissíveis em indivíduos com lesão medular.

_________________________________________

(Assinatura do sujeito de pesquisa ou responsável legal)

______________________________________

Local e data

_______________________________________

Assinatura do Pesquisador

Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR

Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]

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ANEXOS

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ANEXOS

ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE PREFIL DE ÁCIDOS GRAXOS

SOLUÇÕES

Hexano, Metanol, Clorifórmio: não há preparação. HCl (1 M): Pipetar com uma pera e uma pipeta de 10 mL ou com pipeta P5.000 8,26 mL de HCl (nº 6 – solventes) Adicionar este volume em 91,74 mL de água ultrapura Atenção: Colocar um pouco da água num balão volumétrico, adicionar o HCl (fazer nesta ordem porque o acido gera calor e pode “explodir”), depois completar com água para 100 mL (usar pipeta para as gotas finais deixando o menisco sobre a marcação do balão. Pode-se também colocar 90mL de água destilada em uma proveta + 1740 microlitros com pipeta e completar com HCL até 100ml. Fazer isto dentro da estufa. Solução de Folch para 100 mL: 3,06 mL de clorofórmio 47,95 mL de metanol MeOH 48,97 mL de água ultrapura - água MQ NaHO (0,5 M em 90% de MeOH - metanol): Pesar 2 g de Hidróxido de Sódio (NaOH) (não usar materiais de auxílio de metais, pois o hidróxido de sódio corrói o metal) Diluir em 10 mL de água ultrapura Colocar no agitador magnético Adicionar 90 mL de metanol Phosphato buffered saline modificado pela ausência de Ca e Mg

PBS (1L – pH 7,4) TAMPÃO FOSFATO-SALINO

Reagente 1L 2L 2,5L

NaCl 136,8mM 8g 16g 20g

KCl 0,2g 0,4g 0,5g

KH2PO4

(fosfato de potássio monofásico) 0,12g 0,24g 0,30g

Na2HPO4.12H2O 2,29g 4,58g 5,725g

H2O milliq. Qsp Qsp qsp

- Usar 2,29g de Na2HPO4.12H2O ou 1,139g de Na2HPO4.2H2O ou (p/ 1L)

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EXTRAÇÃO LIPÍDICA PARA CROMATOGRAFIA

FOLCH et al. (1956)

1. Pegar o microtubo com plasma congelado no -80°C e deixá-lo num recipiente

com gelo triturado até descongelar toda a amostra;

2. Separar quatro tubos de ensaio de vidro para cada amostra a ser analisada

em um rack e identificá-los: “1 – 1º", “2 – 1º”, “1‟ – 2º", “2‟ – 2º”...;

3. Pipetar 100 µL de cada amostra no tubo correspondente (se for amostra for o

óleo de peixe, coletar 20 µL com uma seringa diretamente da cápsula);

4. Adicionar 1,33 mL (1.330 µL) de clorofórmio/metanol (2:1) CHCl3/MeOH–

preservando os lipídios numa fase orgânica e precipitando proteínas numa

fase metanólica; pode colocar o clorofórmio/metanol em todos os tubos e

depois ir para o vórtex;

5. Agitar os tubos em vórtex ou homogeneizar dando petelecos; não precisa ser

por muito tempo

6. Adicionar 0,240 mL (240 µL) de metanol (álcool metílico - CH3OH).

7. Agitar os tubos em vórtex ou homogeneizar dando petelecos;

8. Centrifugar a 5.000 g por 10 minutos a Tamb na centrífuga da BioCel 9acel 9

desacel (clorofórmio vai ficar em embaixo com as proteínas e o metanol em

cima - ransparente com os lipídios)

sobrenadante

infranadante

9. Transferir o sobrenadante (fase superior) para o outro tubo previamente

identificado; Não transferir o infranadante, pois são proteínas.

10. Adicionar neste tubo com a fase superior transferida, 480 L de clorofórmio

(CHCl3)

11. Adicionar 0,410 mL (410 µL) de água destilada (a relação

sobrenadante/infranadante é de 40/60);

12. Agitar levemente os tubos com movimentos circulares até o conteúdo do tubo

ficar esbranquiçado;

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225

13. Esperar 10 min para reconstituir o sistema bifásico espontaneamente (não

demora tudo isso, o importante é esperar o tempo suficiente para que as duas

camadas estejam bem formadas)

14. Lavar 3 X com a solução de Folch ou FSP (Fase Superior Pura

Suplementada):

a. Colocar 1 mL de solução de Folch (escorrer lentamente pela parede do

tubo); [OBS 1: adicionar FSP lentamente pelas paredes do tubo e

agitar com movimentos suaves circulares, para não misturar as duas

fases. O objetivo destas lavagens é apenas “limpar” a interface das

duas fases. Verificar se há necessidade de centrifugar a cada lavagem.

OBS 2: Após adicionar a FSP e agitar suavemente os tubos, retirar o

sobrenadante cuidadosamente com a pipeta e desprezar. Na última

retirada de sobrenadante, retirar também um pouco da fase inferior e

observar na ponteira a formação de duas fases – retornar ao tubo a

fase inferior da ponteira (fase metanólica) e desprezar a fase superior

(fase aquosa) (macete passado pela prof. Katya)]

b. Espera reconstituir;

c. Descartar o sobrenadante (hidrometanólica);

15. O tubo contendo o infranadante (fase orgânica) deverá ser evaporado em

fluxo de nitrogênio gasoso em banho maria a 37°C em torno de 20 min;

a. Pegar a chave do LabCentral;

b. Levar a rack cinza e o “Frankenstein”;

c. Arrumar os tubos na rack de forma que o todos recebam o nitrogênio

(N2) dentro;

d. Colocar no banho maria;

e. Ligar na extensão (não tem botão de liga e desliga);

f. Posicionar a mangueira do nitrigênio no “Frank”;

g. Ligar o registro do cilindro de N2;

h. Conferir se o pino do manômetro está na marcação verde;

i. E ligar o registro do N2 no fluxo (registro de baixo);

j. Aguardar até a secagem completa do líquido dos tubos;

16. Os tubos secos (embrulhar bem em papel filme – nos dois sentidos) e

deverão ser armazenados em freezer (-20°C) até a saponificação.

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SAPONIFICAÇÃO DOS EXTRATOS LIPÍDICOS

1. Ligar o banho maria com agitador para ir aquecendo;

2. Identificar novos tubos (um para cada tubo que foram extraídos os lipídios);

3. Resuspender os extratos lipídicos obtidos da amostra avaliada, bem como as

alíquotas de óleo de peixe (que foram previamente evaporados no N2) em

100 μL de metanol;

4. Adicionar 2.000 μL (2ml) de uma solucao de NaOH;

5. Homogeneizar em vórtex por 1 min cada tubo;

6. Unir 4 a 5 tubos com elástico de dinheiro e colocar em banho maria com

agitação a 37°C por 2 horas para incubação;

7. Esfriar as amostras (colocar a rack em geladeira ou em banho de gelo com

isopor e gelo triturado);

8. Acidificar a solução alcalina até aproximadamente pH 3,0, com 1.500 μL

(1,5ml) de ácido clorídrico 1M (HCl);

9. Checar o pH:

a. Usar as fitas para medir pH conforme a cor (é esperado que fique

mais próximo do vermelho – checar a curva de cores da fita utilizada);

10. Extrair 3 vezes os ácidos graxos:

a. Adicionar as amostras 1.000 μL (1ml) de hexano ou éter de petroleo;

b. Homogeneizar em vórtex;

sobrenadante

infranadante

c. Coletar o hexano, sobrenadante (com pipeta P1.000) e colocar em um

novo tubo previamente identificado (das 3 repetições deverão ser

colocados juntos);

11. Evaporar o solvente (hexano) com fluxo de N2 em nitrogênio gasoso em

banho maria a temperatura de 37°C;

12. Acondicionar os tubos em freezer (-20°C) vedados com parafilm e envolvidos

em papel alumínio (protegidos da luz), devidamente numerados

exteriormente, até a derivatização com BMMC.

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227

PREPARO PARA SOLUÇÕES PARA DERIVATIZAÇÃO

1. Preparar Reagente A adicionando-se 10 mg de BMMC em 10mL de

acetonitrila;

2. Preparar Reagente B adicionando-se 26,5 mg de 18-crown-6 em 5 mL de

acetonitrila;

3. Depois add 100mg de carbonato de potássio e 50 L de água;

4. Sonicar por 30 minutos o Reagente B;

5. Adicionar 5 mL de acetonitrila;

6. Deixa descansar por 20 min;

7. Separar o sobrenadante (pipetando) do precipitado (uma casca no fundo do

Becker);

8. Estocar a solução 4-8°C (protegido da luz);

DERIVATIZAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS

Baseada no método descrito por Abushufa et al. (1994).

1. Reconstituir as amostras contendo ácidos graxos a serem derivatizados em

100 L de acetonitrila;

2. Homogeneizar as amostras em vórtex (±30 s);

3. Adicionar 100 μL do Reagente A, e 100 μL do Reagente B;

4. Homogeneizar as amostras novamente (vórtex);

5. Incubar a 60°C em estufa por 15 minutos;

6. Adicionar 100 μL de acetonitrila;

7. Transferir para frascos apropriados para injeção (vials);

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ANÁLISE DE ÁCIDOS GRAXOS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA

POTÊNCIA.

1. Injetar as amostras em um sistema de Cromatografia Líquida de Alta Potência

(HPLC; Varian, modelo LC-10ª) com detector de fluorescência (325 nm de

excitação e 395 nm de emissão);

2. Utilizar coluna analítica C-8 de fase reversa (25 cm × 4,6 mm i.d., 5 μm de

partícula poro de saída 100Å), com um fluxo de 1mL/min de acetonitrila/água

(73:23, vol/vol) para a separação dos ácidos graxos derivatizados;

8. Obter a mistura de padrões de ácidos graxos da empresa Sigma-Aldrich.

9. Realizar injeções de volumes que variaram de 20 dos derivados diluídos, com

fluxo foi de 1,0mL/minuto, à temperatura controlada de 23°C;

10. Detectar os compostos fluorimetricamente com excitação a 325nm e emissão

a 398nm;

11. Na fase móvel, realizar gradiente binário com acetonitrila e água, iniciando

com a proporção de 77:23% (acetonitrila:água) e finalizando com 90:10, em

um total de 55 minutos.

12. Expressar dados em gramas de ácidos graxos/100g de lipídios totais (valor

será em %).