albert schweitzer, o médico missionário

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No passado 14 de Janeiro de 1875 Albert Schweitzer foi um dos mais célebres médicos do século XX. Foi também teólogo (celebrizado pelo seu livro de 1906 sobre Jesus enquanto personagem histórica), organista de concerto de renome mundial, autor de livros sobre Bach, ética e civilização. Quando em 1899 acabou o curso de Teologia na Universidade de Estrasburgo, na sua Alsácia natal (na altura, parte do Império Alemão), começou a pregar numa igreja da cidade. Mas em 1905 quis partir para África. Não como pastor, mas como médico. Estudou Medicina e em 1913 partiu para Lambarené (Gabão), onde fundou o hospital que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz em 1952 (apesar de ter sido acusado de paternalismo em relação aos africanos). Lê-se na sua biografia que naquele local, onde quase sempre viveu e se encontra sepultado, foi “médico (...), pastor, administrador da Nasce Albert Schweitzer, o médico missionário

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Albert Schweitzer foi um dos mais célebres médicos do século XX. Foi também teólogo (celebrizado pelo seu livro de 1906 sobre Jesusenquanto personagem histórica), organista de concerto de renome mundial, autor de livros sobre Bach, ética e civilização. por AnaGerschenfeld in Público[14/01/2012, P2, pp. 2-3]

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Page 1: Albert Schweitzer, o médico missionário

2 • P2 • Sábado 14 Janeiro 2012

14.01.12

Este espécime faz parte de um lote de 68 peixes conservados pela técnica de “herbário”, redescobertos no Museu da Ciência em 2010. Inseridos sobre cartão, cerca de metade apresenta o bordo pintado a azul, olho folheado a ouro e inscrição do nome científico e dos nomes comuns em português e numa língua indígena do Brasil. As técnicas de preparação e conservação indiciam que foram recolhidos por Alexandre Rodrigues Ferreira durante a maior Viagem Philosophica portuguesa realizada na Amazónia, entre 1783 e 1792.

Enxada, guareruá, Chaetodipterus faber (Broussonet, 1782)Alexandre Rodrigues Ferreira, Pará, Brasil, 1783-92Montagem de herbárioCartão 28,5 x 41 cmMuseu da Ciência da Universidade de Coimbrahttp://museudaciencia.inwebonline.net/

Enxada do Brasil

JOSÉ MENESES

Assinatura do programa de assistência fi nanceira à Madeira prevista para a próxima segunda-feira. Alberto João Jardim recusa

Continente a fechar a torneira

http://odolicocefalo.blogspot.com

(...) Depois de anos e anos a cometer

impunemente a mais alarve

demagogia e inaceitáveis excessos,

à custa da estúpida complacência

do Continente, deparou com um

governo que não tem pachorra para

o aturar e lhe cortou as vazas. (...)

Má gestãohttp://puxapalavra.blogspot.com

(...) Faz pensar porque

razão os políticos nunca são

responsabilizados pelos actos de

má gestão e governação. Não há lei

para eles. Não conheço caso algum.

Apenas em situações e poucas de

corrupção chegam à barra dos

tribunais.(...)

Petição à ARhttp://jumento.blogspot.com

Alberto João Jardim, Presidente do

Governo Regional da Madeira há

mais de 30 anos, tem demonstrado

publicamente comportamentos

que levantam fortes dúvidas

sobre a sua sanidade mental. São

conhecidos vários episódios de

agressão a simples cidadãos que

se lhe atravessam no caminho,

chama impropérios a toda a gente,

publicamente, utilizando um

vocabulário que inclui “fi lhos da

puta”, “bastardos”, “medíocres”,

entre muitas outras referências

ofensivas. Ainda recentemente, na

festa anual do PSD-Madeira fez o

gesto do “manguito” para a câmara

de televisão da SIC e alguns dias

antes tinha defendido a expulsão

de um jornalista da Herdade do

Chão da Lagoa por parte de Jaime

Ramos dizendo que um dia também

poderia perder a cabeça.

Alguns governantes mundialmente

conhecidos (Hitler e Estaline,

por exemplo) fi zeram loucuras

terríveis e arrastaram multidões

para o abismo por terem perdido

a noção da realidade e não

saberem distinguir o bem do mal.

A sanidade mental é, portanto,

essencial para o exercício de

funções governativas sob pena

de permitirmos que alguém

destituído de faculdades mentais

mínimas faça uso do poder que a

democracia proporciona a quem

governa para cometer as maiores

atrocidades, má gestão e ofensas.

Os cidadãos abaixo assinados

solicitam à Assembleia da

República que aprove a

constituição de uma junta médica

constituída por especialistas do

foro psiquiátrico para avaliar a

sanidade mental de Alberto João

Jardim, Presidente do Governo

Regional da Região Autónoma

da Madeira, de modo a evitar

que essa possível loucura tenha

consequências irreparáveis sobre

as práticas democráticas e a vida

de muitos portugueses.

Blogues em papel

No passado 14 de Janeiro de 1875

Albert Schweitzer foi um dos mais célebres médicos do século XX. Foi também teólogo (celebrizado pelo seu livro de 1906 sobre Jesus enquanto personagem histórica), organista de concerto de renome mundial, autor de livros sobre Bach, ética e civilização. Quando em 1899 acabou o curso de Teologia na Universidade de Estrasburgo, na sua Alsácia natal (na altura, parte do Império Alemão), começou a pregar numa

igreja da cidade. Mas em 1905 quis partir para África. Não como pastor, mas como médico. Estudou Medicina e em 1913 partiu para Lambarené (Gabão), onde fundou o hospital que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz em 1952 (apesar de ter sido acusado de paternalismo em relação aos africanos). Lê-se na sua biografia que naquele local, onde quase sempre viveu e se encontra sepultado, foi “médico (...), pastor, administrador da

Nasce Albert Schweitzer, o médico missionário

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aldeia e do hospital, escritor de livros eruditos, comentador de história contemporânea, músico”. Financiava a instituição (que nos anos 1960, era um complexo de 70 edifícios capaz de gerir mais de 500 hospitalizações) com concertos internacionais, royalties dos seus livros e doações vindas do mundo inteiro. Ali morreu, a 4 de Setembro de 1965. Ana Gerschenfeld

CO

RB

IS

No futuro

O sonho de qualquer couch potato — beneficiar dos efeitos positivos da actividade física sobre a saúde sem se levantar do sofá — poderá não ser totalmente disparatado, a acreditar numa descoberta publicada na revista Nature. Bruce Spiegelman e colegas do Centro de Estudo do Cancro Dana-Farber de Boston conseguiram extrair uma hormona natural de células musculares, a irisina, e mostraram que ela poderá ser um candidato promissor enquanto futuro tratamento da obesidade, da diabetes e até do cancro. Quando administraram a hormona em pequenas quantidades a ratinhos sedentários obesos e pré-diabéticos, constararam que, após uma semana, o seu organismo controlava melhor os níveis no sangue de açúcar e de insulina — travando o desenvolvimento da diabetes. O peso dos ratinhos também diminuiu ligeiramente. Os cientistas afirmam que a irisina tem “poderosos efeitos” directos ao activar genes que convertem a gordura branca em “boa” gordura castanha. A perda de peso foi pouca, mas acreditam que poderá ser maior, se o tratamento for mais longo. Contudo, a irisina não fortalece os músculos e a actividade física real continua a ser indispensável... Ana Gerschenfeld

Actividade física em comprimidos?

Mais uma vez! Tem de reagir!Autor BERTRAMSJornal Het Parool, Amesterdão, Holanda

Cartoon

Imagens de Natal

a A ideia veio de Espanha e vem-se

espalhando há anos por Portugal

inteiro: no Natal, os católicos

colocam nas janelas pendões com

uma imagem do Menino Jesus.

A imagem é feia. Nos nossos dias,

as imagens religiosas são feias, as

igrejas banais, a música que lá se

ouve pavorosa (há excepções: muito

poucas). As igrejas cristãs, que

estiveram na origem da melhor arte,

arquitectura e música produzidas

pelo Ocidente, resignam-se hoje a

isto.

Até ao século XVIII houve

continuidade entre os vários

círculos de produção e fruição da

arte: as elites, as multidões que

se apinhavam nas igrejas e nos

espectáculos musicais sacros ou

menos sacros, e fi nalmente a arte

aldeã. Entre as fl orinhas pintadas na

canga de madeira que se colocava

sobre o cachaço dos bois e as

fl ores da pintura sacra das igrejas

havia uma diferença de qualidade

e complexidade. Mas não havia

ruptura na concepção do que é

uma imagem. Esta continuidade

foi-se rasgando desde o fi nal da

Idade Média: inventaram-se as

imagens daquilo a que chamamos

“Arte”, quer dizer, imagens que

podem ser adoradas apenas por

aquilo que lá está, não por aquilo

que simbolizam. Só o facto de as

sociedades serem amplamente

religiosas continuava a permitir que

se olhasse com reverência religiosa

os Santos pintados por Caravaggio

ou Guercino, por exemplo, que são

obras de “Arte”, não de devoção. No

século XIX, as Igrejas não tiveram

outro remédio senão verifi car a

ruptura instalada entre aquilo que

queriam da imagem e aquilo que

a “Arte” lhes podia dar. A Igreja

católica e a anglicana tentaram

criar uma arte cristã para os tempos

modernos: houve, por exemplo, no

início de Oitocentos, o movimento

dos pintores designados por

“Nazarenos” e, no fi nal do século,

a arte da Abadia de Beuron. Nas

décadas de 1920 a 1940, bispos e

cardeais lançaram iniciativas a nível

global para criar uma arte cristã

adaptada tanto à modernidade

como à cultura dos povos das

colónias — cuja independência as

Igrejas, muito antes dos governos,

sabiam ser inevitável.

Depois tornou-se evidente que

não adianta encomendar imagens

sacras a artistas. Se a imagem

é sacra, então não é percebida

como “Arte”. Se é artística, não

pode ser reverenciada. As Igrejas

desistiram, em vez de pensarem,

e o resultado foi que as imagens

religiosas de hoje são o que resta

da antiga arte popular, desligada

agora de qualquer continuidade

tanto com a vida moderna das

multidões, como com as elites.

O mundo moderno exprime-se

nestas imagens pelo comércio e as

tecnologias de reprodução que as

massifi caram e estereotiparam. Os

crentes reverenciam estereótipos.

Noutras regiões do mundo, que não

o Ocidente, o estereótipo constitui

a maneira como a fé moderna se

dotou de imagens próprias. Aqui,

porém, não passa de um gesto

mecânico traçado sobre o vazio.

Os Menino Jesus que continuam

pendurados nas nossas varandas

e janelas desde o Natal, oscilando

brandamente no vermelho e ouro

do crepúsculo, são os destroços

resultantes do naufrágio do mundo

pré-moderno das imagens.

Historiador

Paulo Varela Gomes

Cartas do Interior

Escrito na pedra “Não se pode dizer que este seja um negócio estável. É como tentar manter-se de pé numa canoa com as calças em baixo.” Cliff Robertson (1923–2011), actor norte-americano

“As lideranças económicas e políticas portuguesas andam a fazer tudo para alimentar o populismo, a revolta e a implosão social.”Helena GarridoJornal de Negócios

“A actual política europeia, que é aquela em que o Governo português acredita e a que obedece sem pestanejar, é veneno. Puro veneno.”Miguel Portas, Sol

“O que diferencia talvez a situação de Portugal de outras que vivemos no passado é o sentimento de estarmos a chegar mesmo ao fim da linha, de não haver outras estações depois desta - e nos resignarmos a isso.”Vicente Jorge Silva, idem

“O ‘caso’ Maçonaria revela a existência em Portugal de muita gente que ainda não aderiu à democracia.”Leonel MouraJornal de Negócios

“O jornalismo português entrou numa fase degenerativa perturbadora. A impreparação demonstrada pelos seus empregados é de fugir.”Baptista-Bastos, idem

Frases de ontem