Águas para a vida e o fortalecimento da organizaÇÃo comunitÁria

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Águas para a VIDA e o fortalecimento da organização comunitária Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1060 Novembro/2013 Almenara - MG A agricultora Vilma de Almeida, mais conhecida como Dona Vilma, tem 45 anos, é casada com o Sr. Pedro Carregosa Cardoso e mãe de 2 filhos, Rangel de Almeida Santos (25 anos) e Fábio de Almeida Carregosa (23 anos). Há 29 anos mora na Comunidade do Baixão, distante 14 Km da cidade de Almenara, e trabalha todos os dias pela manhã na Escola Municipal Ana Duarte realizando os Serviços Gerais. Antigamente para garantir o sustento Dona Vilma vendia suas hortaliças nas ruas de Almenara, carregando tudo no carrinho de mão, conquistando a freguesia com seus produtos naturais e ainda vendia roupas para complementar a renda. Até o dia em que, com a graça de Deus, passou no concurso da Prefeitura Municipal de Almenara se tornando servente na Escola da comunidade. A participação na vida comunitária é uma condição necessária para ela, ao morar na comunidade Baixão ela sentiu a necessidade de colocar o dom que Deus lhe deu em prática, afinal “quando a gente tem um dom, ninguém pode tirar”. O Sr. Sinésio e sua esposa Maria Arlinda, decidiram assumir a Associação da comunidade no ano de 1994 e a convidaram para participar da diretoria, aí a comunidade deu um passo pra frente, de lá pra cá Dona Vilma não parou mais e aprende todos os dias sobre o trabalho para e com o povo. Leva para a vida o conhecimento que o Sr. Sinésio lhe passou “quando você trabalha para o povo você tem que fazer o seu trabalho, você tem que ser consciente do seu trabalho, você tem que ser o que você é, sentir o que você é”. “Aqui é onde pretendo cultivar plantas rasteiras, para proteger a terra”. D. Vilma Nestes canteiros são retirados as sementes do próximo ano

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A agricultora Vilma de Almeida, mais conhecida como Dona Vilma, tem 45 anos, é casada com o Sr. Pedro Carregosa Cardoso e mãe de 2 filhos, Rangel de Almeida Santos (25 anos) e Fábio de Almeida Carregosa (23 anos). Há 29 anos mora na Comunidade do Baixão, distante 14 Km da cidade de Almenara, e trabalha todos os dias pela manhã na Escola Municipal Ana Duarte realizando os Serviços Gerais.

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Page 1: ÁGUAS PARA A VIDA E O FORTALECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA

Águas para a VIDA e o fortalecimento da organização comunitária

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1060

Novembro/2013

Almenara - MG

A agricultora Vilma de Almeida, mais conhecida como Dona Vilma, tem 45 anos, é casada com o Sr. Pedro Carregosa Cardoso e mãe de 2 filhos, Rangel de Almeida Santos (25 anos) e Fábio de Almeida Carregosa (23 anos). Há 29 anos mora na Comunidade do Baixão, distante 14 Km da cidade de Almenara, e trabalha todos os dias pela manhã na Escola Municipal Ana Duarte realizando os Serviços Gerais.

Antigamente para garantir o sustento Dona Vilma vendia suas hortaliças nas ruas de Almenara, carregando tudo no carrinho de mão, conquistando a freguesia com seus produtos naturais e ainda vendia roupas para complementar a renda. Até o dia em que, com a graça de Deus, passou no concurso da Prefeitura Municipal de Almenara se tornando servente na Escola da comunidade.

A participação na vida comunitária é uma condição necessária para ela, ao morar na comunidade Baixão ela sentiu a necessidade de colocar o dom que Deus lhe deu em prática,

afinal “quando a gente tem um dom, ninguém pode tirar”. O Sr. Sinésio e sua esposa Maria Arlinda, decidiram assumir a Associação da comunidade no ano de 1994 e a convidaram para participar da diretoria, aí a comunidade deu um passo pra frente, de lá pra cá Dona Vilma não parou mais e aprende todos os dias sobre o trabalho para e com o povo. Leva para a vida o conhecimento que o Sr. Sinésio lhe passou “quando você trabalha para o povo você tem que fazer o seu trabalho, você tem que ser consciente do seu trabalho, você tem que ser o que você é, sentir o que você é”.

“Aqui é onde pretendo cultivar plantas rasteiras, para proteger a

terra”. D. Vilma

Nestes canteiros são retirados as sementes do próximo ano

Page 2: ÁGUAS PARA A VIDA E O FORTALECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Minas Gerais

Realização Apoio

Os intercâmbios e participações nos espaços da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro) contribuíram para ter uma visão de mudança, pois “no cotidiano a gente fica meio que acostumado com o que tem né, então nós vemos muitas coisas novas e temos a vontade e obrigação de repassar o ânimo e vontade de mudança para a comunidade”. Também pôde perceber a importância da conquista dos direitos da mulher e lutar por eles na comunidade.

D o n a V i l m a é A g r i c u l t o r a Experimentadora e se sente na obrigação cada vez maior de sempre divulgar e passar pra frente as sementes e mudas de plantas que seleciona e assim estimula outras pessoas a plantar e multiplicar as sementes adaptadas à região. A aquisição da segunda água (cisterna‐calçadão), através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), promoveu uma mudança na produção, agora a horta de Dona Vilma é irrigada. No quintal há uma grande diversidade de plantas como acerola, manga, jabuticaba, mamão, laranja nativa, maracujá, banana, café, abacaxi, além das plantas medicinais que ela faz questão de sempre utilizar e recomendar para quem pergunta.

Segundo Dona Vilma, toda a comunidade do Baixão tem se beneficiado com os cursos realizados pela Cáritas Diocesana de Almenara, pois “antes não tínhamos esperança de uma mudança de vida, os cursos de capacitação trouxeram novos conhecimentos do meio ambiente, aumentou a participação da comunidade as pessoas estão mais animadas,

q u e r e m p a r t i c i p a r d o s e n c o n t r o s e intercâmbios”.

Como mensagem final Dona Vilma ressalta que “temos que manter sempre a esperança e o amor vivos, não podemos desistir. Temos que passar para frente tudo que aprendemos, devemos compartilhar, na vida a única coisa que levamos é o nosso aprendizado. Caminhar sempre de cabeça de erguida, essa é a mensagem que eu deixo de coração.”

Dona Vilma com sua mãe e irmão

Dona Vilma apresenta com orgulho seu cultivo de coentro