agua subterranea aula4 mecanicadospocos

30
 Aula 2 1. Escoamento de Águas Subterrâneas e Mecânica dos Poços 1.1. Balanço hídrico 1.2. Escoamento de fluidos 1.3. Escoamento multifásico no solo 1.4. Vazão em poços 1.5. Equipamentos para explotação de água dos poços 1.6. Manutenção de poços 1

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Aula 21. Escoamento de guas Subterrneas e Mecnica dos Poos

1.1. Balano hdrico

1.2. Escoamento de fluidos

1.3. Escoamento multifsico no solo

1.4. Vazo em poos

1.5. Equipamentos para explotao de gua dos poos

1.6. Manuteno de poos

1

1.4 - Vazo em poos:

Poo:

Perfil construtivo Formao sedimentar

Estimativa da vazo de demanda:

Anlise Crtica - Levantamento de dados do poo:

1. Relevo: ( ) ngreme; ( ) plano; ( ) aterro; ( ) irregular 2.Acesso: ( ) fcil; ( ) difcil; ( ) vegetao; ( ) ramal 3. Proximidade: ( ) fossas; ( ) outros poos; ( ) fontes contaminantes; ( ) cemitrios 4. Eletricidade: ( ) comp. Energtica; ( ) no possui; ( ) gerador; ( ) 120 V; ( ) 220 V 5. rea disponvel em m2:

2

6. Estimativa da vazo residencial: Clculo da vazo diria necessria [m3/h]: Item Pessoas Piscina (m3) Banheiros Jardim (m2) Outros (A) = Total (m3/dia) (B)=(A)/24= Total [m3/h] Reservatrio Cisterna Consumo x 0,45 x 1,50 x 0,20 x 0,05 Totais

7. Estimativa da vazo industrial /comercial: Clculo da vazo diria necessria [m3/h]: Item Pessoas Piscina Banheiros Jardim Restaurante Produo Outros (A) = Total (m3/dia) (C)=(A)*1.3 = Incndio (C)=(A+B)/24=Total(m3/h) Objetivos: Maior descarga possvel Menor custo possvel Consumo x 0,45 x 1,50 x 0,20 x 0,05 x 0,15 Totais

3

-

Boa qualidade da gua prevenindo contaminaes Longa vida til de servio (> 25 anos)

Manual de construo de poos tubulares profundos - FUNASA Fatores que intervm na quantidade e qualidade das guas subterrneas:

Precipitao superficial; Constituio geolgica e natureza das camadas; Estrutura geolgica; Extenso areal contribuinte; Zona de recarga.

Fatores que impedem o uso extensivo das guas subterrneas:

Conhecimento insuficiente das formaes aqferas; Falta de estudos, levantamentos e ensaios; Tcnica inadequada na execuo dos poos;

Poo Tubular Profundo:o o o o o o

Aberto por mquinas perfuratrizes; Dimetro raramente superior a 60 cm; Vertical; De profundidades variveis, podendo atingir at 2.600 m; De grande rendimento para a produo de gua; Pode ser totalmente ou parcialmente revestidos, dependendo das condies da geologia local.

Normas da ABNT: NB 588 Projeto de poo para captao de gua subterrnea NB 1290 Construo de poo para captao de gua subterrnea

4

Tipos de poos e aqferos: Poos em Rochas Cristalinas Aqferos Fissurados Construo do Poo Parcialmente Revestido: - Rochas cristalinas: aquelas que permitem a construo do poo com a utilizao de revestimento somente na parte do capeamento de solo ou de rocha inconsolidada. - Por terem porosidade e permeabilidade quase nulas a gua transmitida atravs de descontinuidades - fraturas e fissuras geolgicas que se constituem no meio de transmisso e armazenamento da gua. - Rochas de natureza gnea, metamrfica e as sedimentares muito duras como os arenitos muito litificados e calcrios. Todas permitem que as paredes do poo se sustentem drenando a gua diretamente para o interior do poo depois de perfurado. Poos em Rocha Sedimentar Aqfero Poroso Construo do Poo Totalmente Revestido: - Rochas sedimentares: so de baixa coeso com espaos intergranulares entre os grnulos que a compem. - A gua transmitida atravs da intercomunicao entre os espaos vazios ao longo de um gradiente hidrulico caractersticas de permeabilidade e armazenada quando no h transmisso propriedade de porosidade. - Os poos construdos desmoronam, no sustentando as paredes do poo - devem ser totalmente revestidos com tubos de revestimento lisos e revestimento ranhurados ou filtros, para haver a transmisso de gua para dentro do poo.

5

Poos Mistos com Aqfero Fissurado e Poroso no mesmo Poo Construo do Poo Parcialmente Revestido: - Na parte superior perfurada so rochas sedimentares e na parte inferior, rochas cristalinas. - O poo construdo, como, de poo em sedimento com a colocao de revestimentos e filtros no domnio das rochas permeveis e porosas e sem revestimento na parte inferior, domnio das rochas cristalinas onde o aqfero fissural. Projeto de construo de poos tubulares profundos: Estudos tcnicos para definio da localizao do poo:

Estudos de geologia e hidrogeolgicos - definio de manancial subterrneo; Estudos de locao do poo; Elaborao do projeto bsico do poo.

Estudos de Geologia e Hidrogeologia - Definio do Manancial Subterrneo:

A natureza da geologia da superfcie; Tipos de aqferos existentes, potencialidade, distribuio lateral e vertical, estruturas geolgicas;

Se a opo pelo manancial subterrneo a mais indicada para atender aos parmetros de demanda, em funo da capacidade dos aqferos existentes, com apresentao de relatrio abordando os seguintes itens:o o

Aspectos geogrficos, fisiogrficos e geomorfolgicos; Aspectos geolgicos regionais com descrio das unidades geolgicas, litolgicas (composio mineral) e arcabouo estrutural (geometria);

o

Aspectos geolgicos locais, com descrio das formaes geolgicas, litologias de superfcie e sub-superfcie, quando se tratar de bacia sedimentar;

6

o

Aspectos hidrogeolgicos com referncia especial aos poos existentes na localidade e/ou entorno, indicao da profundidade, vazes, nveis estticos e dinmicos, seqncia litolgica a ser perfurada;

o

Previso da quantidade de poos necessrios para atender a demanda, indicando as profundidades, vazes esperadas e dimensionamento;

o

Apresentao do laudo geolgico e hidrogeolgico e dever ser assinado por gelogo, gelogo geofsico e hidrogelogo.

Projeto de Construo de Poos (ABNT NB - 588):

Especificaes Tcnicas de Construo; Planilha Oramentria de Quantitativo de Servios e Materiais; Croquis Construtivo.

Especificaes Tcnicas: DTM - Desmontagem, Transporte e Montagem e preparao do canteiro de obra e acessos. Perfurao: - Trabalhos de perfurao (mtodos: percusso, rotativa) e alargamento do furo. - Por exemplo: Poos Cristalino e Mistos: Por sondagem rotativa com circuito de fluido de perfurao. Poos Sedimento: Por perfuratriz percussora ou perfuratriz rotopneumtica Por sondagem rotativa com circuito de fluido de perfurao. Equipamentos - Percusso - Componentes: Trpano (rompe a rocha); Haste (acrescenta peso coluna de perfurao e de guia, ajuda manter a verticalidade do poo); Percussor (previne problemas possveis de aprisionamento do trepano);

7

Porta cabo (prende o cabo de ao ao restante da coluna de perfurao); Cabo de ao (conecta a coluna de perfurao ao sistema percussor, possibilitando o movimento de vai e vem do trpano); Balancim (componente da percussora que escuta os movimentos de vai e vem do cabo de ao e de toda coluna); Caamba de limpeza ou bomba de areia (retira o material desagregado ou quebrado pelo trpano).

Equipamentos - Rotativa - Componentes: Broca (vai frente da coluna de perfurao e desagrega ou tritura a rocha); Sub-broca (une a broca aos comandos); Comandos (hastes que vo na coluna de perfurao acima da sub-broca, dando peso coluna e evita a ruptura da mesma);

8

Hastes (transmitem o movimento giratrio da mesa da sonda broca em profundidade); Kelly (haste de seo quadrada ou sextavada que encaixa mesa giratria da sonda e transmite os movimentos de toro coluna); Swivel (peca rosqueada no topo da Kelly que permite o engate da mangueira da bomba de lama coluna de perfurao); Mesa giratria (responsvel pelos movimentos giratrios da coluna); Bomba de lama (bombeia lama do tanque e injeta no poo atravs das hastes circulao direta e inversa); Tanques de lama (preparam, armazenam e limpam a lama de perfurao); Fluido de perfurao (lama sustenta as paredes do poo, limpa o material desagregado e transporta para a superfcie, mantm os fragmentos em suspenso, resfria e limpa a broca, lubrifica a broca e ajuda na perfurao). Equipamentos Rotapneumtica - Componentes: Combinao da percusso em alta freqncia e pequeno curso com a rotativa. Perfilagem geofsica: - Realizada em seguida a perfurao, visa a determinao das caractersticas petrofsicas dos aqferos: espessuras, granulometrias, quantidade e qualidade das guas e teores de argila. - Propriedades fsicas analisadas: radiao gama natural, resistividade, potencial espontneo (Sp), temperatura e salinidade.

9

Completao: - Trabalhos de colocao dos revestimentos pr-filtros, cimentao de aqferos indesejveis; cimentao de proteo sanitria e sapata de proteo sanitria. Desenvolvimento e Limpeza: - Trabalhos necessrios colocao do poo em condies de produo aumento da condutividade hidrulica natural nas proximidades do poo e corrigir danos formao causados pela perfurao como compactao ou colmatagem. Retirada da frao de granulometria mais fina da formao aqfera (bentonita). Mtodos superbombeamento (vazo pelo menos duas vezes maior do que a de operao); reverso de fluxo; pistoneamento; air-lift; air surge plunger; jateamento. Teste de Produo: - Bombeamento do poo, com vazo pelo menos duas vezes maior do que a provvel vazo de operao do poo, durante o intervalo de tempo determinado para permitir a determinao dos parmetros hidrodinmicos e vazo de explotao do poo. Trabalhos complementares: - Desinfeco, anlises fsico-qumicas e bacteriolgicas, licenas e autorizaes e Relatrio Tcnico. Croquis Construtivo: - Representao grfica esquemtica do poo em escala grfica normalmente apresentada em uma nica folha, contendo:

Profundidade do poo:o

Toda formao aqfera atravessada melhor rendimento hidrulico, limitaes: questes econmicas, vazo.

10

Dimetro de perfurao depende da capacidade de produo e do nvel dinmico.o

Aqfero livre (Dupuit):2 2 K (ho hw )

Q=

ln(ro / rw )

Onde:

Q = vazo no poo [L3/T]

K = condutividade hidrulica [L/T]ho = espessura da camada saturada do aqfero no poo em repouso [L] hw = espessura da camada saturada do aqfero no poo em bombeamento [L] ro = raio de influncia [L] rw = raio do poo [L]

Dimetro de concluso com especificao dos tipos de revestimento a serem aplicados:o

Tubos instalados (ao ou PVC) ao longo de toda perfurao sustenta as paredes do poo.

o o

Cmara de bombeamento onde instala a bomba Filtros tubos perfurados - zona de admisso de gua

Cimentaes previstas:o

Colocao de pasta de cimento no espao anelar entre o revestimento e a parede do poo.

o

Serve para vedao; fixao; proteo sanitria; proteo; separao de aqferos; correes de desvios de perfurao.

Localizao do filtro e pr-filtro:o

Extenso total em funo da vazo do poo Velocidade de entrada da gua menor ou igual raiz quadrada da condutividade hidrulica (1 a 8 cm/s).

11

o

Efeito da penetrao parcial distribuio de sees de filtro ao longo da extenso total. Dimetro do filtro: Q = 2rw hvc

o

Onde: Q = vazo mxima pelo furo, rw = raio do furo; h = comprimento do furo de raio rw ; vc = velocidade de entrada da gua pelo furoK =condutividade hidrulica do aqfero.o

K /15 ou

K /30;

Tipos: em ao ou geomecnicos (PVC); ranhura contnua; com abertura irregular; de frestas; etc

o

Pr-filtro: As dimenses das ranhuras do filtro dependero se o poo ter prfiltro ou no. Preenchimento de cascalho entre o revestimento/filtro e a perfurao. Estabiliza areias muito finas e bem selecionadas e permite maior percentagem de rea aberta das ranhuras do filtro.

Coluna geolgica prevista a ser atravessada.

Projeto Executivo (ABNT NB 1290) - Construo de poos

Bombeamento em aqferos Escoamento permanente radial (nodal) em direo a um poo Bombeamento em um Aqfero Confinado:

- Uma situao comum na qual o escoamento radial encontrado o caso de um escoamento na direo a um poo de bombeamento. - A gua entra no poo atravs de uma seo perfurada do poo quando esta seo se estende por toda a espessura b do aqfero confinado. Neste caso o poo denominado de totalmente penetrante.

12

- No caso de escoamento radial permanente em um aqfero confinado, a equao de Laplace, em coordenadas cilndricas que rege o problema a seguinte:

2h =

2 h 1 h 1 2 h 2 h + + =0 + r 2 r r r 2 2 z 2

(1)

No entanto, a equao (1) pode ser simplificada atravs da suposio de Dupuit:

2h =0 z 2

(2)

e como o escoamento geralmente simtrico em relao a :

2h =0 2

(3)

13

Portanto, a equao (1) se reduz a:

2 h 1 h =0 + r 2 r r

(4)

Se for considerado =

h , tem-se: r 1 + =0 r r (5)

Ou

d

=

dr r

(6)

ln = ln r + C1

(7)

Ou

=Mas,

C1 r

(8)

=Assim,

dh dr

(9)

C dh C1 = dh = 1 dr dr r r h = C1 ln r + C 2

(10)

Usando agora as condies de contorno: h = hw quando r = rw E h = ho quando r = re

14

h = ho

(ho hw ) r ln rw re ln re

(11)

A vazo em direo ao poo dada por:

Q = kA

dh dh = k (2rb) dr dr

(12)

ho

dh =

hw

Q e dr 2kb r rw

r

(13)

ho hw =Ou

r Q ln e 2kb rw ho hw r ln e r w

(14)

Q = 2kb

(15)

Se for definido o rebaixamento como s = ho h e sendo T = kb Ento:s w = ho hw = Q re ln 2T rw

(16)

Portanto: s = ho h = Q re ln 2T r (17)

Da equao (15), tem-se:ho hw Q = r 2kb ln e r w

ho hw Q = 2kb r ln w r e

(18)

15

Substituindo-se este resultado na equao (11) tem-se:

h = ho +

Q r ln 2kb re

(19)

ho h =

Q r ln 2kb re

(20)

Em termos de rebaixamento s = ho hs= r Q ln e 2kb r

(21)

De onde pode-se calcular a transmissividade, T = kb , do aqfero confinado:

T=

r Q ln e 2s r

(22)

Esta a conhecida Equao de ThiemExemplo:

O bombeamento em um aqfero confinado atingiu o regime permanente e os valores do nvel dgua medidos foram os segundo a tabela abaixo. O potencial hidrulico inicial de 96,52 m.Distncia do poo (m) Nvel dgua (m) Rebaixamento (m)

4,6 10,4 19,8 34,5 65,8 91,8

95,14 95,58 95,88 96,14 96,36 96,43

1,38 0,94 0,64 0,37 0,16 0,09

16

Calcular a transmissividade mdia do aqfero se a vazo de 0,0312 m3/s.Soluo:

Se forem plotados os s x logr, em um papel semi-logartmo.

Nota-se que o grfico uma reta. De fato, considera-se a equao de Thiem.

ln

re r 2,303 log e r = r = 2T = constante s s Q2,303Q(log r1 log r2 ) 2 (s 2 s1 )

Portanto, considerando dois pontos ao longo da reta.T=

No caso: T= 2,303(0,0312 ) 2 (1,22)

T = 0,0094m 2 / s

17

Bombeamento em um Aqfero no confinado (livre):

q=k E utilizando-se a suposio de Dupuit: Q = qA = k 2rhho

dh dr

dh dh = kr 2h dr drr

Q e dr 2hdh = k r h r2

ho h 2 =

Q re ln k r

Em termos do rebaixamento s = ho h ou h = ho sho (ho s ) 2 =2 2 2

Q re ln k r Q re ln k r

ho ho + 2ho s s 2 =

s2 s 2ho 2ho kho =

Q re = k ln r 2

Q s 2 s 2ho

ln

re r

18

s2 Observa-se que se for definido s= s 2ho

como um rebaixamento, s , corrigido e

T = kho como uma transmissividade para um aqfero livre, chegaremos equao de Thiem.T= r Q ln e 2s r

Testes de bombeamento

Poos:

ro

raio tende a se estabilizar

Q = Av (vazo) A = 2rb (rea)Jacob (1943)

tgi =

s s = log 10 1

s rebaixamento - metro (escala aritmtica) t tempo (hora) (escala logartmica)

19

s T 1 = s 11 + s 2 1Exerccio:

Para: T = 50 m2/h S = 3 x 10-4 Q1 = Q2 = 30 m3/h t1 = t2 = 10 h r = 120 m s T 1 ....e....s T 2 = 8 = 0,10 m

Soluo:S= to = to =2,25Tt o r2

Sr 2 2,25T3 x10 4 (120) 2 = 0,0384h = 2,304 min 2,25 x50

T=

0,183Q s 0,183Q T

s =

20

s =T= s=

0,183x30 = 0,1098m = 10,98cm 50

0,183Q 2,25Tt log 2 s r S 0,183Q 2,25Tt log 2 T r S 0,183 x30 2,25 x50 x10 log = 0,2652m 50 120 2 x3 x10 4

s 12 =

s 2 1 = 0,2652m sP = 0,183x30 2,25 x50 x10 log = 0,9414m 50 0,10 2 x3 x10 4

s T 1 = s 11 + s 2 1 = 0,9414 + 0,2652 = 1,2066m s T 2 = s 2 2 + s 1 2 = 1,2066m

EXERCICIO:

Os seguintes rebaixamentos foram registrados durante um teste de bombeamento em um determinado aqfero:t (min) s (m)

0 3 5 8 12 20 24 30 38 47 50 60 70

0 0,12 0,30 0,55 0,88 1,34 1,49 1,71 1,95 2,13 2,19 2,38 2,53

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80 90 100 130 160 200 260 320 380 500

2,62 2,77 2,90 3,11 3,44 3,54 3,81 4,02 4,24 4,54

Sabendo-se que: r = 251 m, Q = 1.635 m3/dia e rw = 0,30 m. Pede-se: a) Determinar S e T usando o mtodo de Jacob. b) Determinar S e T usando o mtodo de Theis. c) O aqfero confinado ou livre? d) Comparar os resultados dos itens a) e b). Comentar as diferenas.

1.5 - Equipamentos para explotao de gua dos poos

Perfurao de poos:

Procedimentos para a construo dos poos tubulares: Normas da ABNT: NBR-12244 e NBR-12212 ABAS (Associao Brasileira de guas Subterrneas).

Operaes para construo do poo tubular:

1. Mobilizao e preparao do canteiro de obras; 2. Perfurao; 3. Perfilagem Geofsica; 4. Revestimento do poo;

22

5. Desenvolvimento (limpeza); 6. Instalao do equipamento de bombeio; 7. Acabamentos; 8. Coleta de gua para anlise; 9. Estudos hidrogeolgicos.

1. Mobilizao e preparao do canteiro de obras:

-

Equipamentos necessrios perfurao so deslocados at o local da obra. Escavao e a impermeabilizao de cisternas subterrneas e canaletas destinadas decantao e circulao do fluido de perfurao ou ento so utilizados tanques e canaletas elevadas metlicos para a circulao do fluido.

2. Perfurao:

-

Equipamentos de ltima gerao e modernas tcnicas de preparo do fluido de perfurao.

-

Produtos base de celulose (polmeros), de natureza biodegradvel.

3. Perfilagem Geofsica:

-

Instrumento de fundamental importncia que auxilia na construo do poo. Conjunto de tcnicas de prospeco mineral direcionada determinao de intervalos com potencial de aqfero.

23

-

So realizadas 3 leituras especficas em uma nica manobra: Potencial Espontneo (SP), Resistncia Eltrica e Radiao Gama.

-

Todas as informaes obtidas so enviadas automaticamente a um computador porttil.

-

O resultado um perfil grfico que servir de base para estabelecer o perfil construtivo do poo.

4. Revestimento:

-

Consiste na descida de uma coluna de tubos e filtros no interior do furo, obedecendo seqncia pr-estabelecida pelo gelogo a partir do gabarito originado da perfilagem geofsica.

-

Uma vez concluda esta etapa, tem incio a injeo do pr-filtro (seixos selecionados com intervalos granulomtricos entre 1,0 2,0 mm, 1,5 3,0 mm e 3,0 - 4,0 mm, dependendo do tamanho dos gros do aqfero) pelo mtodo do contra-fluxo.

-

Em seguida efetuada a aplicao do selo sanitrio (pasta de cimento e gua).

5. Desenvolvimento:

-

Aps a fase de revestimento (instalao da tubulao do poo), a fim de garantir o melhor aproveitamento do aqfero, realizado o desenvolvimento do poo.

-

So utilizados dispersantes qumicos compostos por polifosfatos tensoativos, que agem no envoltrio do poo, eliminando resduos do fluido de perfurao, os quais preenchem os poros da rea do pr-filtro.

-

Para se efetuar a remoo das partculas dispersadas pela ao qumica, utilizado o mtodo Air lift. Tal processo consiste em um superbombeamento feito por um compressor, de alta potncia, que trabalha em pulsos, originando o processo de fluxo e refluxo.

-

O resultado o aumento do volume de gua produzido e o seu aspecto cristalino.

24

6. Instalao do equipamento de bombeio:

-

instalada uma bomba dimensionada de acordo com os parmetros da capacidade de produo do poo e vazo desejada.

-

Fazem parte do conjunto moto-bomba submersa os seguintes acessrios: coluna edutora, cabo nutico de sustentao, cabo eltrico e cabo para eletrodos de nvel.

7. Acabamentos:

-

Construo de uma base quadrada e sobre esta uma outra cilndrica que envolve o tubo, saliente 50 cm acima do nvel do terreno.

-

A fim de garantir a impermeabilizao da boca do poo, sobre a tampa aplicado silicone obliterando os possveis espaos vazios.

8. Coleta de gua:

- Aps uma semana de funcionamento contnuo da bomba, efetuada a coleta de gua do poo para posterior anlise fsico-qumica e bacteriolgica, realizada por laboratrio especializado.9. Estudos hidrogeolgicos:

-

Visam determinar o regime de produo do aqfero drenado. A obteno dos dados para a anlise feita a partir de teste de vazo em regime contnuo e escalonado.

25

-

O produto final expresso por meio de perfis, grficos, tabelas e relatrio com a interpretao dos dados.

1.6 - Manuteno de poos

-

Processo de desenvolvimento ps-construo e deve ser realizado anualmente. Principais causas de deteriorao de poos:o Queda de produo inscrustaes qumicas nos filtros ou carreamento de

materiais da formao geolgica.o Obstruo das ranhuras dos filtros por partculas finas oriundas do aqfero. o Carreamento de areias problemas construtivos. o Colapso do revestimento guas com pH muito baixo (cidas) e teor

elevado de resduos secos.o Condio da bomba.

-

Incrustaes qumicas e biolgicas nos filtros. Presena de bactrias de ferro crescimento de materiais mucilaginosos que obstruem as aberturas dos filtros.

-

Corroso

Etapas do processo de manuteno:

1. Mobilizao e preparao do canteiro de obras; 2. Retirada do equipamento de bombeio; 3. Check list; 4. Perfilagem tica; 5. Limpeza com o auxlio do compressor; 6. Reinstalao do equipamento de bombeio; 7. Acabamentos; 8. Coleta de gua para anlise; 9. Relatrio com parecer tcnico; 10. Programa anual de manuteno preventiva.

26

1. Mobilizao e preparao do canteiro de obras:

-

Transporte de materiais e ferramental a serem empregados na obra e deslocamento da equipe de manuteno.

-

Para efetuar a retirada do equipamento de bombeio utilizado andaime ou mquina, dependendo do porte da bomba submersa.

2. Retirada do equipamento de bombeio:

-

Realizado de forma meticulosa e so tomadas todas as providncias necessrias segurana da operao.

-

Durante a retirada do equipamento, o peso de todo conjunto submerso sustentado pelo cabo nutico (quando houver), que fica preso a uma base fixa.

-

Dependendo do porte da bomba, a retirada do equipamento de bombeio poder ser efetuada utilizando-se mquina hidrulica, talha eltrica ou manual.

3. Check list:

-

So avaliadas as condies de funcionamento do equipamento de bombeio (painel de comando, bomba submersa, cabos eltricos) o aspecto das conexes hidrulicas e dos tubos edutores, o cabo de ao que ancora o conjunto de bombeio e o permetro de proteo do poo.

27

4. Perfilagem tica:

-

O sinal de imagem transmitido a um monitor de vdeo e a duas unidades de registro (vdeos-cassetes) as quais gravam em fitas VHS todas as imagens obtidas do poo.

-

As imagens internas de poos so obtidas por meio de uma cmera especial de TV, apropriada para filmagens submersas em poos tubulares.

-

Este procedimento possibilita diagnsticos mais precisos com a avaliao dos elementos fsicos visuais, tais como ratificao de perfis construtivos, erro de verticalidade, colapso em filtros e/ou revestimento, oxidao, presena de slidos em suspenso, produo de areia em sees filtrantes especficas (quando possvel), alm de auxiliar no resgate de equipamentos de bombeio cados no interior dos poos.

5. Limpeza com o auxlio do compressor:

-

So utilizados dispersantes qumicos biodegradveis, compostos por polifosfatos tensoativos ou base de cido ctrico, dependendo do grau e da natureza da incrustao.

-

Para se efetuar a remoo das partculas dispersadas pela ao qumica, utilizado, tambm, o mtodo Air lift, que consiste em um superbombeamento feito por um compressor, de alta potncia, que trabalha em pulsos, originando o processo de fluxo e refluxo.

6. Reinstalao do equipamento de bombeio:

-

A reinstalao do equipamento de bombeio segue os mesmos procedimentos padres da retirada, com a ressalva de que so feitas (ou refeitas) as amarraes do tubo medidor de nvel ao edutor.

-

Antes de proceder descida do conjunto submerso, um eletricista, faz a verificao de todo o sistema eltrico, bem como a emenda eltrica da bomba submersa.

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7. Acabamentos e vistoria final de canteiro:

-

A fim de garantir a impermeabilizao da boca do poo, aplicado silicone sobre a tampa, obliterando os possveis espaos vazios.

-

So realizadas a limpeza e organizao do canteiro, sendo estas atividades, juntamente com a assepsia e o acabamento do permetro do poo, fiscalizadas e avaliadas.

8. Coleta de gua para anlise:

- Se houver interesse, efetuada a coleta de gua do poo para posterior anlise fsico-qumica e bacteriolgica, realizada por laboratrio especializado.9. Relatrio com parecer tcnico:

-

Todas as manutenes de poos so gerenciadas por um gelogo e vistoriadas regularmente.

-

Durante as vistorias, so avaliadas as caractersticas fsicas da gua (produo de argila, areia, turbidez, ferro, etc) e efetuados testes de vazo preliminares no compressor.

-

Por meio dos parmetros analisados, so sugeridos os planos de ao a serem tomados para a correo de eventuais problemas detectados durante o processo de manuteno.

10. Programa anual de manuteno preventiva:

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Avaliao peridica dos poos tubulares, de forma a garantir a sua operao permanente.

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Dentro do escopo do programa so executados: teste preliminar de vazo; perfilagem tica; manuteno completa do poo; novos testes de vazo aps a manuteno; tratamento dos dados, incluindo confeco de perfis, tabelas e grficos; anlise dos resultados; processamento e controle de dados mensais e anuais.

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Monitoramento Ambiental

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O monitoramento ambiental consiste em uma investigao que se destina a avaliar o impacto de contaminantes no ar, solo e gua (superficial e subterrnea).

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Para que sejam efetuados tais estudos so realizadas sondagens no solo e posterior instalao de poos piezomtricos com dimetro especfico (2) para que se possa coletar, tambm, amostras de gua do nvel fretico.

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O levantamento de dados da rea em estudo gera um banco de informaes necessrias quantificao do possvel contaminante.

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A partir da anlise dos mesmos so projetados planos de remediao para a rea impactada.

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