Nela a vida surgiu. Ela é a essência de tudo e necessidade dos seres vivos. É a origem e o final que não tem fim. Um eterno e etéreo levar e trazer, submergir e emergir, e fluir pelos caminhos do céu e pelas veias do corpo e da terra. De tanto ir e vir e permanecer onipresente, tem memória. Carrega consigo minúsculas partes da história do mundo, se movimentando entre

passado, presente e rumando ao futuro.Ela é indomável e soberana. Não tem fronteiras e nem formas. É líquida ao transbordar sua extensão infinita; sólida, quando impõe sua força de rocha; e gasosa ao se fazer invisível aos olhos, porém sensível a outros sentidos.

Ela nos preenche. Nós a carregamos quase na totalidade de nossos corpos.

É o elemento que nos conecta: o que nos constitui enquanto humanos. Somos todos diferentes, mas temos dentro de nós a mesma água, que nos une e cria a unidade dentro da imensa biodiversidade do planeta. E é através dela que somos exuberantes em nossa natureza e capazes de carregar a memória do que queremos para futuro. Afluência do todo.

ÁGUA

FLORA

A água dá vida à exuberante natureza brasileira. A enorme fachada representa esse elemento abundante em nosso país. O revestimento de malha metálica, uma metáfora tecnológica para a fluidez das nossas águas, é composto por centenas de placas que se movem conforme a força do vento. A estrutura marcante, porém fluída, envolve o prédio e abraça toda a arquitetura, mostrando que a água permeia não só a riqueza natural brasileira, mas também a essência da vida.

O alto índice de radiação solar é inibido com uma cortina fluída de placas cinéticas na fachada que surgem como brise -soleil filtrando o sol e garantindo a permeabilidade das brisas dominantes. Reduzindo assim a chegada do calor em todo perímetro, inclusive nos grandes panos de vidro da fachada, tratados com película UVA e UVB, que funcionam como iluminação natural e reduzem o uso de energia durante o dia. Também foi previsto a redução do uso de ar condicionado aproveitando-se da ventilação natural cruzada como um sistema misto.Na cobertura as placas solares fotovoltaicas absorvem a enorme radiação solar convertendo-a em potencial energético renovável e limpo.

Em contrapartida ao sol, a escassez da água é tratada de forma especial no projeto, onde temos a captação e tratamento de águas para reuso como água cinza em vasos sanitários e irrigação além do uso de sistemas sanitários eficientes com economizadores que reduzem o desperdício de água. A Irrigação feita com água não potável e portes de vegetação que não consumam mais de 4 litros / m² diários contribuem para a eficácia do sistema com todas as espécies de plantas que se adaptem ao ambiente e sob aprovação da alfândega e Ministério de Ambiente e Água dos Emirados Árabes Unidos.

VENTO

Movimento da Água

Malha Metálica

Estrutura Atirantada

Brise

Cortina Fluida

Placa Cinética

Vento

VENTOVento

1. Loja + café2. Estoque3. Banheiros4. Vestiários5. Elevador social + acesso VIP6. Restaurante7. Cozinha8. Área VIP9. Área de descanso e confraternização10. Arena11. Rampa de acesso12. Área técnica13. Depósito14. Elevador carga15. Elevador serviço16. Escada de emergência

Nossa natureza rica e diversa é fruto de uma terra banhada por águas. De norte a sul, das nossas águas emergem os mais variados biomas e paisagens.

Este espaço é um oásis verde, alento em meio ao clima quente de Dubai, que está localizado no pavimento térreo. Uma praça aberta acolhe os visitantes e os convida a estar em meio à paisagem. O lugar desperta em nós uma reflexão sobre o amanhã, sobre cuidar e preservar a natureza que nos recebe e nos acalma. A água está presente, visível e invisivelmente, nos espelhos d’água, na vegetação e nas brumas que se evaporam.

Neste ambiente que exalta a natureza temos a permeabilidade do espaço térreo de forma fluida, onde foram criados espaços agradáveis e confortáveis que promovem a biodiversidade e o valor da ecologia. Grandes panos de vidro deixam o restaurante e a loja com o café integrados a este espaço visualmente exibindo elementos naturais na decoração como a madeira certificada pela FSC ou PEFC e os

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Microclima brasileiro

grandes painéis que exaltam a cultura brasileira revestidos em Pau a Pique, técnica construtiva antiga que consiste no entrelaçamento de madeiras verticais, com vigas horizontais, geralmente de bambu amarradas entre si por cipós, dando origem a um grande painel perfurado com os vãos preenchidos com barro. A técnica antiga foi muito intensa na época do Brasil colônia, principalmente no uso de paredes internas de residências, no entanto, esse sistema de vedação foi utilizado nas mais diversas tipologias construtivas, abrangendo não só senzalas e residências, mas edificações de alto padrão como igrejas matrizes. Sem origem exata entende-se que possa ter resultado da confluência entre técnicas portuguesas, indígenas e africanas.

Em contrapartida, durante o percurso a chegada do homem ao mezanino aborda um visual mais futurista levando a uma reflexão sobre o amanhã com uso do revestimento do teto em chapa de inox ondulada e polida que reflete e distorce o espaço causando diversas sensações.

1. Rampa de acesso2. Área de exposição3. Banheiros4. Bilheteria5. Auditório + eventos6. Área técnica7. Refeitório8. Cozinha9. Camarim10. Depósito11. Elevador carga12. Elevador serviço13. Elevador social14. Escada de emergência15. Recepção16. Copa17. Banheiros18. Sala de reunião19. Sala diretoria20. Staff para 28 pessoas

Expografia e museologia

O andar superior é favorecido pela iluminação natural que atravessa as paredes de vidro, formando um desenho orgânico e fluido. Este é o espaço dedicado a uma série de exposições que retrata o conceito do together for tomorrow.

O objetivo é apresentar o Brasil como um país agregador, consciente e zeloso não só pela própria riqueza natural, mas também pela biodiversidade de todo o planeta. Os trabalhos expostos vão ilustrar as principais conquistas brasileiras no cumprimento da agenda 2030 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS), com destaque para os temas: agronegócio, código florestal, ciência oceânica, inovações tecnológicas, desenvolvimento de biocombustíveis, economia criativa e gestão climática.

A prática da boa arquitetura abrange princípios climáticos e energéticos regionais. Esses

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princípios direcionam o partido arquitetônico e potencializam características do projeto.

Seguindo esta abordagem foi criado um microclima interno com a utilização de amplos espaços de vegetação como sistema alternativo de resfriamento que contribui para um maior conforto térmico. Aliado ao microclima, grandes áreas sombreadas e a pulverização de vapor de água dos espelhos d’água também contribuem para trazer umidade ao ar e a sensação de bem estar. Para a criação do micro clima o projeto segue as diretrizes de altura e recuos baseados nos códigos de edificações dos Emirados Árabes Unidos indicados aproveitando-se da horizontalidade do espaço, com recuos de 3 metros nas laterais e fachada posterior e 10 metros de recuo frontal tendo altura máxima na cota de 15,34 metros.