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AGROECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: estratégia de
comunicação utilizada pela rede bragantina na formação do capital humano e social dos
(as) agricultores (as) da Comunidade de São Raimundo, Bragança, Pará1
Ronaldo Ferreira da Silva
2
Instituo Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Pará/IFPA/Castanhal
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar as estratégias de comunicações utilizadas pela Rede
Bragantina na formação do capital humano e social no viés da concepção da Agroecologia
para o desenvolvimento sustentável local na Comunidade de São Raimundo, Município de
Bragança com a prática da Agricultura Familiar. Tendo como objetivos específicos, i)
identificar as ações de comunicação com as quais orienta os comunitários/associados para a
formação do Capital Humano e Social numa perspectiva agroecológica; ii) verificar quais e de
que forma as estratégias de comunicação são utilizadas pela Rede Bragantina para a formação
de Capital Humano e Social dos comunitários / associados na comunidade de São Raimundo
criam possibilidades para o Desenvolvimento Sustentável Local. Para este estudo a
metodologia utilizada foi exploratória, descritiva e analítica, privilegiando a abordagem e
procedimento de pesquisa qualitativa e para as coletas de dados foram utilizadas a técnica da
observação com aplicação de questionário semi-estruturado. Os resultados da pesquisa nos
revelaram que as estratégias de comunicações foram essenciais na construção do Capital
Humano e Social, sendo essencial para que o agricultor familiar possa utilizar o meio
ambiente a partir da concepção da Agroecologia, possibilitando construir a partir da sua
formação sua cadeia produtiva de maneira sustentável.
Palavras Chave: Agricultura Familiar. Agroecologia. Capital Humano e Social.
Introdução
Nas relações com o meio ambiente, instituições, associações entre outros, os órgãos
responsáveis pela discussão e mobilização social, sejam eles institucionais, políticos,
1 Artigo elaborado no curso de Pós-Graduação - Especialização em Educação do Campo, Programa ProJovem
Campo – Saberes da Terra, pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Pará – IFPA,
Castanhal. 2 Aluno da Pós-Graduando em Educação do Campo, Coordenador do Pedagógico do Programa ProJovem
Campo em Bragança, Pará.
religiosos ou filantrópicos, preservam ainda uma forma bastante distanciada de tratar o
assunto ou problema.
Bernardo Toro (1996 apud RABELO, 2003 p. 210) fornece uma explanação acerca da
mobilização e dos responsáveis por ela. O mesmo ressalta que o ato de mobilizar propõe um
ato comunicativo em tanto os atores e os elementos que utilizam como os receptores (não-
passivos) exercem reciprocidade, e assim proliferam-se mais e mais um circulo que só tende a
aumentar o seu campo de alcance.
No que diz respeito a tais responsáveis, Bernardo Toro (1996 apud RABELO, 2003)
os classifica em três categorias: o produtor social, o reeditor social e o editor. O primeiro seria
o individuo ou órgão responsável por possibilitar o processo de mobilização, seja
institucionalmente, seja financeiramente. O segundo é aquele que possui a capacidade de
manter vivas as mensagens de mobilização, e que propõe, antes de tudo, uma nova forma de
abordagem das questões levantadas; e o terceiro, seria o ser capacitado a formular as
mensagens, de modo que o produtor possa valer-se delas definidas para a tarefa de
mobilização.
Portanto, a mobilização depende e muito do advento comunicacional. O modo como
deve ser atingido o público, tanto pelas informações mais básicas quanto por uma gama
complexa e aprofundada, deve-se começar e manter-se por um ponto de ação correspondente,
ou seja, um que ambos os pólos (comunicadores e receptores) possam interagir sem que haja a
esterelidade acarretada pelo distanciamento.
Dessa forma, analisar as estratégias de comunicação utilizadas pela Rede Bragantina
Artes e Saberes que facilitam os (as) agricultores (as) a formação o Capital Humano e Social
foi relevante para compreender como se apropriam do conhecimento do conceito da
agroecologia no seu fazer cotidiano da agricultura familiar partir dos recursos naturais.
O município de Bragança e nele a comunidade de São Raimundo, lócus da pesquisa,
faz parte de um ecossistema que é uma das regiões importantes para a economia do município
e estado, fato este revelado no desenvolvimento das atividades agrícolas, entre outras. O
crescimento econômico da região, configurada nos novos arranjos produtivos, na
comercialização de produtos da matéria prima local, dentre outros, destacando a produção da
farinha de mandioca, no qual a concepção agroecologica passou a ser um indicador dessa
produção.
Nesse contexto, agroecologia é vista enquanto fator para o desenvolvimento
sustentável sem agredir o meio ambiente, no qual as estratégias de comunicações são
importantes na consolidação da formação do Capital Humano e Social. A concepção
agroecológica aplicada a Agricultura Familiar é um projeto de grande complexidade, que não
podendo se restringir a uma questão ou outra isoladamente, principalmente, estudar que tipo
de comunicação é essencial para o emponderamento social do agricultor familiar. Tal
concepção é à base do processo ensino-aprendizagem integrada do Programa Projovem
Campo – Saberes da Terra que faz parte do cinco módulos desenvolvida com os estudantes,
filhos dos agricultores familiares das diversas comunidades no município de Bragança.
Portanto a questão central que norteou este estudo é: De que forma as estratégias de
comunicação são suficiente e ampliam a possibilidade de aplicação da concepção
agroecológica entre os Associados da Rede Bragantina Artes e Saberes e promovem a
formação do Capital Humano e Social numa perspectiva do desenvolvimento sustentável local
na comunidade de São Raimundo? O objetivo desse estudo foi analisar as estratégias de
comunicação utilizada pela Rede Bragantina Artes e Saberes junto aos comunitários /
associados para a formação do Capital Humano e Social numa perspectiva da ciência
agroecológica para o desenvolvimento sustentável local.
A Vereda Metodológica
O aporte metodológico se caracterizou como Estudo de Caso, que para Yin (2005, p.
19) define como, “os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam
questões do tipo “como” e “porque”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os
acontecimentos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em
algum contexto da vida real”.
A pesquisa foi realizada no nordeste paraense, na Comunidade São Raimundo
município de Bragança, distante 45 km. O universo estudado foi os comunitários / associados
[homem e/ou mulher] cadastrados na Rede Bragantina Artes e Sabores. A amostra foi do tipo
causal estratificada Barros e Lehfeld (2002), sendo o universo populacional constituido dos
comunitários / associados que representa 56 associados, sendo 48 homens e 8 mulheres, tendo
com atributo aqueles que fazem parte da Associação Rede Bragantina. Foram realizadas as
entrevistas do tipo não estruturadas que para Yin (2005), assume a forma de entrevista focada,
onde o respondente é entrevistado por um curto período de tempo e pode assumir um caráter
aberto-fechado ou se tornar conversacional, mas o investigador deve preferencialmente seguir
as perguntas estabelecidas no protocolo da pesquisa.
Agricultura Familiar e Noções de Desenvolvimento Sustentável Local numa perspectiva
Agroecológica
O processo agrícola é uma relação muito “íntima” entre o homem e a natureza, surgiu
da necessidade das populações intervirem no meio ambiente para manter sua alimentação. A
intervenção na natureza pelo homem iniciou por meio da caça simples, seguida da caça
planejada e depois pela domesticação dos animais e a manipulação de plantas para obtenção
de alimentos, e “[...] foi com o surgimento da agricultura que ocorreu a primeira grande
modificação no grau de interferência humana no meio ambiente” (ROSA, 1998, p.10).
Atualmente, no contexto da procura por uma sustentabilidade tanto social como
econômica e ecológica, a agricultura situa-se como uma área crucial para o desenvolvimento
humano. Portanto, tudo isso consistiu em uma série de transformações econômicas e
tecnológicas nos setores agrícolas, representando mudanças de nível tecnológico com a
adoção de novos métodos de produção além de mudanças na estrutura de propriedade.
Nesse campo de mudanças, a agricultura passa por várias transformações para a sua
adequação no mercado de produção agrícola. As discussões sobre agricultura familiar tiveram
seu maior auge no decorrer década de 90, destacando entre vários fatores os problemas
relacionados à grande concentração fundiária, à diversidade de situações apresentadas nas
regiões brasileiras, ao modelo de organização sociopolítico e econômico, e no fortalecimento
dos trabalhadores na luta pela reconquista da terra.
Segundo Schneider (2003) a agricultura familiar na literatura brasileira teve sua
expressão em duas esferas distintas, sendo no campo político e por vários trabalhadores
acadêmicos que buscaram novos referenciais teóricos e analíticos. Assim, a expressão
agricultura familiar passou a compreender a vários campos de estudos, como a Sociologia, a
Economia, Antropologia e da Geografia ressaltando a importância econômica, cultural e
política da agricultura familiar no Brasil e no mundo.
Dentre os vários estudiosos podemos destacar Abramovay (1992), Lamarche (1993),
Caume (1997), Tedesco (1999, 2001), Wanderley (2001), Blum (2001), Schneider (2003),
Mendes (2005) entre outros. Nesse estudo, nos apropriamos dos estudos de Abramovay
(1992) que ressalta três indicadores básicos da agricultura familiar, como sendo: i) os
membros estão relacionados por parentesco ou casamento; ii) a propriedade dos negócios é
usualmente combinada com controle gerencial; e iii) o controle é transmitido de uma geração
para outra dentro da mesma família.
Assim, pode-se destacar que a Agricultura Familiar em sua formação, acumula
conhecimentos de várias gerações mesmo não sendo uma classe homogênea, além que, as
atividades são desenvolvidas nesse sistema de produção dependem exclusivamente das
necessidades e das condições do local, bem como dos incentivos que obtém, buscando o
desenvolvimento sustentável.
Nos vários enfoques do termo Desenvolvimento Sustentável, se apropria do que
destaca Camargo (2003) que tece comentários consideráveis a esse respeito, no qual “[...] o
desenvolvimento sustentável é uma estratégia através da qual, comunidades buscam um
desenvolvimento econômico que também beneficie o meio ambiente local e a qualidade de
vida” (CAMARGO, 2003, p. 73)
Contudo, salienta Moreira (2000, p. 91) quando a distinção básica de desenvolvimento
sustentável aplicado em que faz distinção entre o “[...] uso tradicional sustentável de recursos
naturais e exploração de recursos naturais em um cenário de desenvolvimento sustentável”.
Para o autor, explorar recursos naturais ou ecossistemas que permitam a manutenção das
atividades de exploração sem causar a degradação do estoque de capital natural, é possível
numa visão da sustentabilidade ecológica, mas não se aplica na exploração desses recursos
num cenário de desenvolvimento sustentável.
Agroecologia: Ciência da Agricultura Familiar
A discussão sobre agroecologia está vinculada às discussões de modelo de
desenvolvimento, onde se pensa um desenvolvimento sustentável e para isso uma mudança
radical de paradigma, no qual ocupa papel preponderante na construção do desenvolvimento
Sustentável, sendo, portanto, parte integrante deste ao constituir-se num referencial na relação
do homem com a natureza na preservação e recuperação dos recursos naturais, na mudança da
relação homem-natureza, na transformação das relações sociais, na distribuição de renda, no
reverso da artificialização dos espaços e urbanização territorial.
Para que se estabeleça um novo paradigma ou ciência de sistema de produção
sustentável, há que se ter um ponto de partida. Esse ponto de partida é o conhecimento já
acumulado, as experiências de décadas de trabalho no seu incessante processo de
transformação. É como esse enfoque que se apresenta um novo paradigma ou ciência – o
Agroecológico.
Caporal e Costabeber (2004) nos fazem algumas conceituações e princípios que
fundamentam a agroecologia como novo paradigma ou ciência, possibilitando apoiar
processos de desenvolvimento sustentável.
Assim, enfatiza que:
[...] as estratégias de desenvolvimento sustentável e de construção de estilos
de agricultura sustentáveis possam lançar mão de todo o potencial técnico-
científico que tem a Agroecologia para impulsionar uma mudança substancial no meio rural e na agricultura e para reorientar ações de
Assistência Técnica e Extensão Rural, numa perspectiva que assegure a
sustentabilidade sócio-ambiental e econômica dos territórios rurais
(CAPORAL e COSTABEBER, 2004, p. 5).
Caporal e Costabeber (2004) fazem a defesa da agroecologia como alternativa viável
ao processo de transição de uma agricultura dependente de insumos externos para uma com
sustentabilidade. Para Gliessman (2000, p. 8-9), [...] a agroecologia não é uma prática, não é
uma técnica, é um conceito, uma forma de ver como funcionam os sistemas, como
determinamos se tem sustentabilidade e como conectamos o conhecimento ecológico com o
conhecimento econômico e social para que se juntem todos os elementos do que é um
agroecossistema.
Para Caporal e Costabeber (2003, p. 9), “a aplicação dos princípios agroecológicos na
agricultura e no desenvolvimento rural adquire enorme complexidade, tanto tecnológica como
organizacional, dependendo dos objetivos e das metas que se estabelecem, assim, como o
nível do processo de transição que se deseja alcançar.
A agroecologia é considerada parte de outro modelo de desenvolvimento, ou seja, o
desenvolvimento sustentável, configurando-se numa mudança ideológica, onde se valoriza o
social antes do capital, preconizando a eqüidade e o bem estar coletivo, assim como a
preservação e reconstituição de recursos naturais.
Nessa ótica, pensar o desenvolvimento sustentável local é acreditar na potencialidade
da Agricultura Familiar como base para o crescimento econômico, agrícola e o bem estar
social do povo rural. Contudo, Brose (2000, p. 72) enfatiza que, “[...] desenvolvimento local
se refere aos processos de melhoria da qualidade de vida das pessoas no enfoque do
desenvolvimento humano, levando em conta a sustentabilidade destes processos, sugerindo a
partir de iniciativas locais e, não das decisões federais ou estaduais”.
Para Silva (2007, f. 125) é:
[...] importante considerar a participação do indivíduo nas decisões locais
para o processo de desenvolvimento, enquanto elemento de decisão de
políticas públicas locais, onde a construção de capital social e humano
constitui o chamado saber social, que é um conjunto de conhecimento, práticas, valores, habilidades e tradições que possibilitam a construção da
sociedade e do desenvolvimento econômico.
A esse respeito Jará (1999) enfatiza que a construção de sociedades sustentáveis e de
desenvolvimento local depende de sólido empreendimento em capital humano e capital social,
visto que:
O capital humano corresponde aos recursos humanos em condições de
resolver com adequação e eficácia à diversidade dos problemas colocados
pela sociedade e com capacidade de empreender processos produtivos integradores e eqüitativos... O capital social estrutura-se na capacidade de
auto-organização, com vínculos solidários, colaboração e participação que
estimulem a confiança e a reciprocidade nos relacionamentos entre grupos e atores sociais formando o tecido social. (JARA, 1999, p.100).
Silva (2007, f. 53) ressalta que:
[...] Capital social constitui o chamado saber social, sendo um conjunto de
conhecimento, práticas, valores, habilidade e tradições que possibilitam a construção da sociedade e garantem tarefas básicas da vida como cuidar da
sobrevivência, organizar as condições para conviver, ser capaz de produzir o
que necessitamos dentro de uma estrutura e criando sentido à vida.
Isso implica dizer que, o investimento em „capital humano e social‟ ou seja, em
agentes de desenvolvimento (homens e mulheres) com senso de preservação dos recursos
naturais é o caminho para se chegar ao desenvolvimento sustentável local em uma sociedade
onde “as contradições e conflitos” prevalecem sobre “o consenso e a harmonia”. Essa
consciência será de estrema relevância ao desenvolvimento das famílias que sobrevivem da
prática da agricultura familiar na região.
Estratégias de Comunicação e a Formação do Capital Humano e Social
Segundo Melo (1998) os estudos em comunicação não é recente e remonta o século III
a. C, pois Aristóteles fazia estudos de comunicação interpessoal (diálogo). Os sofistas
desenvolveram os estudos sobre a retórica onde enfatizavam a transmissão de informação
enquanto processo de persuasão que era composto por três elementos básicos: locutor,
discurso e ouvinte, que fundamentou até nos dias atuais o tricotômico fonte, mensagem e
receptor.
O diálogo como forma de comunicação faz desaparecer a noção de feedback nos
modelos tradicionais da comunicação (TAUK-SANTOS, 2000; 2002) superando a
transmissão verbal enquanto processo „unidirecional‟. Assim, para a comunicação
participativa é primordial a conscientização das populações tradicionais, pois o
desenvolvimento local via comunicação deve ser entendida como “[...] processo de
construção de oportunidade e de melhores condições de vida para populações locais,
mobilizando capacidades e energias endógenas” (ARAUJO, 1997).
Nesse sentido, o receptor é visto como sujeito ativo, não independente e muito menos
auto-suficiente, mas capaz de interagir com o meio, onde a recepção é o lugar para pensar o
local numa visão global de comunicação em que os conhecimentos, tanto endógenos quanto
exógenos são mediatizados pela cultura.
Para tanto, a construção do desenvolvimento local para uma sociedade sustentável
depende, também, de uma concepção cultural de comunicação que estabelece vínculos de
pertencimentos entre os atores sociais e assim, “[...] temos, pois, de considerar a cultura como
um sistema que faz comunicar – dialetizando – uma experiência existencial e um saber
construído” (MORIN, 1996, p, 126).
Assim, a comunicação na sociedade em que o conhecimento e a informação tem tido
um papel fundamental nos processos de desenvolvimentos, tanto econômico, quanto político,
social e ambiental, ela é o eixo para os processos de democratização diante das novas
tecnologias num ambiente de informação e de conhecimento múltiplos centrado em processos
educativos onde existe uma multiplicidade de saberes que circulam e interagem por vários
canais de comunicação, que para (MARTÍN-BARBERO, 2000) denomina de ecossistema
comunicativos3.
Já Ossandón, (1987), nos faz quatro convites para pensar e agir sobre o papel da
comunicação, que são: i – lembrar a importância da comunicação humana e social; ii –
distinguir os níveis da comunicação social; iii – fazer comunicação pública a partir da vida
cotidiana; e iv – trabalhar a comunicação com uma visão educativa.
Portanto, pensar as estratégias de comunicação a partir do local, nos possibilitará a
construir uma “ponte” ou “várias pontes” diante da implantação de políticas públicas, para
que assim, homens e mulheres compreendam a importância de se viver harmonicamente no
meio ambiente onde estão inseridos. Dessa forma, as estratégias de comunicação utilizadas
pelo produtor social (Rede Bragantina Artes e Sabores), para mobilizar os atores sociais na
sua participação em desenvolver estratégia para a promoção do desenvolvimento local é
importante na mobilização, consolidação e agregação de valores enquanto as potencialidades
locais nos diversos tipos de empreendimentos viáveis e sustentáveis agroecológico.
Para Duarte (2003) comunicação é o ato de tornar comum algo, uma idéia, um
pensamento a um grupo que troca informações e conhecimento, onde as teorias difusionista
3 Ver Martín-Barbero. Revista Comunicação & Educação, 2000.
no campo da comunicação é a base para a compreensão da importância da comunicação. Esse
autor propõe um modelo de comunicação horizontal, participativa, dialógica e comunitária,
em que a comunicação é um processo de interação social democrático com base no
intercâmbio de símbolos, mediantes os quais os seres humanos compartilham voluntariamente
suas experiências sob as condições de acesso livre e igualitário, diálogo e participação.
Bernardo Toro (apud RABELO, 2003, p. 14) classifica os responsáveis pela
comunicação em três categorias: o produtor social, o reeditor social e o editor. O primeiro
seria o indivíduo ou órgão responsável por possibilitar o processo de mobilização, seja
institucionalmente, seja financeiramente. O segundo é aquele que possui a capacidade de
manter vivas as mensagens de mobilização, e que propõe, antes de tudo, uma nova forma de
abordagem das questões levantadas; e o terceiro, seria o ser capacitado a formular as
mensagens, de modo que o produtor possa valer-se delas definidas para a tarefa de
mobilização.
Portanto, a mobilização depende e muito do advento comunicacional. Contudo, todas
as estratégias de comunicação envolvem as práticas de construção do desenvolvimento local,
a níveis de redes formais e informais, sintonizados com os objetivos das mensagens
propostos, destacando a Comunicação intra-institucional e inter-institucional (CALLOU e
TAUK-SANTOS, 2002), enquanto o grande entrave no processo de desenvolvimento local.
Os projetos sempre são construídos de cima para baixo, onde se dá pouca valoração para a
comunicação, em que a ausência no planejamento de estratégia de comunicação vem facilitar
a mobilização, a participação e capacitação e estes são pontos cruciais do processo.
Nesse debate esses autores propõem como ponto central desse processo, três
dimensões da interface comunicação/informação que confirmam a autonomia de cada uma,
mas que exigem compartilhamento multidisciplinar: dependência, mediação e intervenção.
Dessa forma, podemos tanto informar quanto comunicar, mas esse processo de
comunicação tem função distinta e complementar. Informar não é suficiente para que a
participação aconteça. A informação, segundo Moran (2000) é o primeiro passo para conhecer
e chegar ao nível da sabedoria, da integração total, da percepção. Mas somente conseguimos
através do ato de comunicar-se com uma nova visão de mundo, das pessoas e com o seu
próprio eu. Portanto, a comunicação ocorre numa inter-relação dialética. Assim, é nesse
diálogo, Freire (1977) entre, emissor e receptor, que se materializa a participação. Ao
participar interagimos o conhecimento com o outro e consigo.
Beltrán (1981, p. 16-17) diz:
Comunicação não é ato, mas processo pelo qual o indivíduo entra em
cooperação mental com outro até que ambos alcancem uma consciência
comum... Informação, pelo contrário, é qualquer transcrição unilateral da mensagem de um emissor a um receptor... A irradiação de mensagens sem
retorno de diálogo, proveniente de informantes centralizados, não pode ser
identificada como a co-atividade intra-subjetiva característica da comunicação.
É, portanto, dialogando que educador e educando aprendem juntos, num processo
dialético de comunicação, onde esta é parte essencial desse processo. Assim, a comunicação
tem seu papel importante na implantação de políticas públicas para o desenvolvimento local.
A comunicação deve se vista enquanto elemento do processo de educação, onde o educador
(emissor) e educando (receptor) interagem através desse diálogo, e assim, refletem sobre o
agir no espaço onde está inserido. Para Freire (1977, p. 69), “[...] a educação é comunicação é
diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos
interlocutores que buscam a significação dos significados”. Enfim, o ato de educar é:
[...] educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem – por isto sabem que sabem algo e podem assim chegar a
saber mais – em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber
que pouco sabem, possam igualmente saber mais (FREIRE, 1977, p. 21).
Considerando essas questões, podemos pensar a comunicação num processo dialógico-
dialético tendo como viés a educação para o empoderamento e a participação, onde as
estratégias de comunicação devem ser pensadas dentro de cada realidade para poder
compreender o local, o global e o local-global numa relação com os recursos naturais
sustentáveis.
Perfil da Comunidade de São Raimundo
A história do surgimento da Comunidade de São Raimundo, que segundo o agricultor
familiar José Martins, a mesma foi formada por rio grandense, cearense, espanhóis e o
caboclo, fato este ocorrido em 1969 na colonização da região de Benjamim Constante –
Rodovia do Cacoal do Piritoró e fica distante da cidade de Bragança a 42 km.
A comunidade possui 38 famílias e todas trabalham no viés da Agricultura Familiar,
porém, aproximadamente, 50% desenvolvem suas atividades na agricultura numa perspectiva
agroecologica. Este processo de transição ainda é lento por parte dos agricultores, entretanto,
já sinalizam para produção consciente sem agredir o meio natural.Tais famílias fazem parte da
Rede Bragantina Artes e Sabores.
A Rede Bragantina Artes e Sabores
A Rede Bragantina Artes e Sabores é uma organização social não governamentais e
profissionais voluntários em apoio às associações, cooperativas e grupos organizados de
agricultores familiares, quilombolas e mulheres do Território Nordeste Paraense.
São grupos que trabalham por uma cultura de sustentabilidade a partir de novas
relações econômicas, afetivas, de gênero e etnia, no sentido da existência humana. Centra suas
orientações em cinco pontos importantes, como: i) produção de alimentos com base nos
princípios da agroecologia e valorização dos recursos dos agroecossistemas locais; ii)
construção de relações ética e solidária entre comunidades rurais e urbanas; iii) incentivo a
organização de consumidores do comércio justo e solidário; iv) formação dos trabalhadores
com vistas à autogestão dos empreendimentos sustentados com base na economia solídária, e;
v) incentivo a cultura e a valorização do saber popular
O trabalho em rede praticado pela Rede Bragantina Artes e Sabores significa: -
desenvolver canais de comunicação e informação para colocar a favor dos grupos
organizados, ferramentas, materiais e bens de consumo necessários para confeccionar um
produto; - incentivar o comércio justo e solidário organizando compras em grupos; - partilhar
conhecimentos e técnicas de produção que valorizem a mão-de-obra de jovens, homens e
mulheres na produção de bens e serviços; - denunciar e combater a violência contra a mulher
e todas as formas de discriminação; - apoiar e realizar gestos concretos contra a agressão ao
meio ambiente.
Resultado da Pesquisa: as evidências que ficaram
A cadeia produtiva e a forma de comercialização dos produtos e subprodutos que os
agricultores familiares produzem e a prática de forma agroecológica, segundo José Martins,
líder da comunidade e a questão chave desse processo, como diz: “antigamente era com o
atravessador, hoje já se dar através da Rede Bragantina de Economia Solidaria que se
acontece diretamente do produtor para o consumidor” com o tema da rede no “Preço Justo”.
Nessa fala percebemos que a comunidade cresceu quanto à formação do Capital
Humano e Social ao entendimento sobre a Cadeia Produtiva, no qual o lucro após a venda
aumenta quando se elimina o atravessador. E, que essa mudança de comportamento é fruto da
criação da “Rede Bragantina de Economia Solidária” – Artes e Sabores, que envolvem:
agroecologia, comercialização, artesanato, educação, agroindústria, cidadania, gênero e etnia.
Quanto ao conhecimento da ciência ou do paradigma agroecológico que contribui num
repensar da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável local do e no meio rural
na comunidade é enfatizado:
Através da comunidade e a associação começamos a participar dos
movimentos sociais. Aí, nós fomos em busca de conhecimentos através de
palestras, fórum, seminários e conferencias. Daí não parei mais. Hoje to em busca de conhecimento técnico (to estudando informática). Tudo o que tenho
é porque fui em busca e continuo indo. (Agricultor B).
Portanto, os movimentos sociais foram essenciais na busca de conhecimento através
das participações nos seminários, fóruns, seminários e palestras. Essa aprendizagem se deu
nesses momentos, onde ao se apropriar desse conhecimento, pondera os agricultores
familiares quanto o viés agroecológico na comunidade, numa perspectiva ao desenvolvimento
rural sustentável, além de ser referência para estudos, multiplicando esse conhecimento.
Essa questão é importante para compreender como a organização da comunidade é
importante para a preservação do meio ambiente e o aumento da produtividade. Nessa fala
fica claro como a organização é importante para que a comunidade possa se desenvolver e
melhorar a qualidade de vida.
É o tipo de organização que construímos, a qualidade do produto que oferecemos e o sistema de produzir sem agressão ao meio ambiente e
aumentando a produtividade e agregando valor. Isso faz a diferença, a
maneira como se trabalha. (Agricultor C).
Portanto, a organização foi uns dos pontos de partida para que os agricultores possam
melhorar sua qualidade de vida e não agredir a natureza, tendo a preocupação com a
sustentabilidade ambiental.
Quanto ao sentimento que a comunidade de São Raimundo tem ao saber que sua
experiência é foco de estudo a partir do paradigma da agroecologia que gera o sentimento de
pertencimento. Esse sentimento é manifestado nesta fala:
É uma alegria muito grande saber que o que fazemos serve de exemplo para
os outros. Hoje o que acaba com a nossa agricultura família é a monocultura. Temos que diversificar por mais que a gente tenha uma pequena área, vamos
plantar não só o feijão mais também a mandioca, o milho, e enfim. Se o
agricultor trabalhar com vários produtos ele vai ganhar muito mais e essa é a vantagem, em vez dele comprar, ele vende. (Agricultor D).
Portanto, mesmo com as dificuldades enfrentada, se sentem satisfeitos, pois estão
contribuindo para que outras pessoas busquem a ciência ou paradigma agroecológico para
serem aplicado no desenvolvimento de outras comunidades.
As Estratégias de Comunicação da Rede Bragantina Artes e Sabores
Neste ponto, identificamos enquanto estratégias de comunicações: as reuniões,
eventos, seminário, encontros conversas e programa de rádio, identificadas nas falas dos
entrevistados. Dentre estas, a principal estratégia de comunicação utilizadas para mobilizar e
fazer cumprir por parte dos comunitários / associados na Rede Bragantina Artes e Sabores,
são as reuniões, que representam o ponto de encontro para socialização e discussões dos
problemas existentes na comunidade, o qual se dá através das informações e diálogo
estabelecido pelo presidente.
As reuniões é o processo de mobilização. O ato de mobilizar propõe um ato
comunicativo em que tanto os atores e os elementos que utilizam como os receptores (não-
passivos) exercem reciprocidade. Nesse entendimento, se compreende que Bernardo Toro
(1996 apud RABELO, 2003) enfatiza em três categorias: o produtor social, neste caso a Rede
Bragantina Artes e Sabores, o reeditor social, aqui os comunitários / associados e que exerce
também o papel de editor. O reeditor social na Comunidade de São Raimundo que são as
lideranças que fazem parte da rede e constituem a ponte de mobilização e de informações aos
associados. O produtor social precisa saber como esta mensagem chega até os receptores e
precisa ter clareza de seu papel na mobilização.
Esses níveis de comunicação se materializam e configuram na atuação da Rede
Bragantina Artes e Sabores com os associados na Comunidade de São Raimundo e está
centrada, principalmente na Comunicação Grupal que se caracteriza por: criar consciência de
grupo; personaliza socializando; forma opinião; conscientiza; favorece a expressão de pessoas
e grupos; suscita interesse de classe, família, grupo; feedback imediato e controlável; reforça a
autonomia cultural; tende para a autenticidade e promove a consciência crítica (RABELO,
2003, p. 69).
Relevância Situacional: assuntos tratados nas reuniões
Quanto à relevância situacional, as falas revelaram que os assuntos que são discutidos
e tratados na comunidade são prioritariamente aqueles que têm maior grau de importância
diante dos problemas ambientais existentes no cotidiano, principalmente pela própria
sobrevivência na obtenção de seus alimentos. Os entrevistados consideram importante o
assunto pertinente a agroecologia e desenvolvimento sustentável. Assim, os entrevistados
percebem e se preocupam com o desenvolvimento da comunidade, a organização, os recursos
naturais, principalmente as questões da sustentabilidade do agricultor familiar.
Portanto, a participação no sentindo de mobilizar precisa ser pensando a luz de uma
comunicação dialógica - dialética em que a participação nos leve a concertação, formação,
acompanhamento a partir da ação pedagógica participativa e problematizadora que deve
ocorrer na troca de idéias, esclarecimentos de conceitos, sensibilização, conscientização e
planejamento via comunicação, onde o fazer e o aprender acontecem a partir da reflexão
social local.
Assim, é preciso entender que a utilização de estratégias de comunicação pensadas e
planejadas dentro de determinadas realidades é fundamental para que os resultados sejam
alcançados com eficiência na mobilização, construindo confiança e credibilidade da
instituição governamental ou não-governamental local. Convém, no entanto, ao pensar no
Desenvolvimento Sustentável de acordo com a realidade local, devido a sua complexidade.
Desse modo, não podemos pensar o Desenvolvimento Local fora do local, e sim,
pensar o local conjuntamente com os atores sociais do processo, onde pensando globalmente
se aja de forma local. Neste sentido, temos que sair de uma comunicação informativa para
uma comunicação educativa dialógica para compreendermos que o desenvolvimento local
pode ser visto também no aspecto econômico, sensibilizando para o ecológico, político, social
e cultural possibilitando o crescimento de todos os agentes envolvidos (seres humanos, fauna,
flora e biodiversidade).
Porém, é importante considerar a participação do indivíduo nas decisões locais para o
processo de desenvolvimento, enquanto elemento de decisão de políticas públicas locais, onde
a construção de capital humano e social constitui o chamado saber social, que é um conjunto
de conhecimento, práticas, valores, habilidades e tradições que possibilitam a construção da
sociedade e do desenvolvimento econômico.
Dessa maneira o Desenvolvimento Local não deve ser visto apenas como apenas o
crescimento da disponibilidade de mudanças internas para atender a demanda do capital, mas
deve ser vista sim como aquisição de um novo pensamento, em que a sociedade local se
estruture e se mobilize com base nas suas potencialidades e na sua matriz cultural.
Considerações Finais
Ao analisar as temáticas relevantes nesse processo de construção do caminho que
percorre a Agricultura Familiar, a Agroecologia e o Desenvolvimento Sustentável Local,
considerando o papel da Rede Bragantina Artes e Sabores e as estratégias de comunicação
utilizada na comunidade de São Raimundo para a formação do Capital Humano e Social, sua
organização e desenvolvimento, foi possível se chegar e fazer as seguintes considerações:
É preciso apropriar-se de conhecimentos sobre metodologias agroecológicas para que
a agricultura familiar possa se desenvolver sem agredir os recursos naturais ainda existentes;
As ações desenvolvidas pelo ator social (Rede Bragantina Artes e Sabores) desse
processo é importante a partir da comunicação percebidas nas reuniões, conversa grupal,
discussões, debates que levaram as deliberações coletivas, face a face, de casa em casa sobre a
ciência ou paradigma agroecológico, utilizando a oralidade para deixar os agricultores
familiares informados sobre as questões agrícolas.
A estratégias de comunicações são importante quando pensada a partir da realidade
local, respeitando o valores, saberes e sua cultura através de uma educação dialógica é o ponto
chave para o emponderamento social do agricultor familiar.
Nesse sentido, podemos tecer ainda as seguintes evidencias sobre o objeto estudado
diante do problema da agricultura familiar quanto às dificuldades que são encontradas em
desenvolver dentro de um sistema de produção agrícola, um trabalho de qualidade sem
agressão ao meio ambiente e levar esta consciência não só para a realidade local, e sim, para
muitos que queiram desenvolver resultando satisfatório quanto à prática agrícola dentro de
uma perspectiva agroecológica.
Para tanto, nota-se que os problemas do setor agrícola local, ainda estão relacionados à
falta de uma comunicação dialógica e dialética através de orientação técnica e alternativa de
renda para o agricultor, uma vez que sobrevivem basicamente dessa atividade. A pouca
estrutura de produção e comercialização dos produtos agrícolas, condiciona a frágil
perspectiva de desenvolvimento para o setor da agricultura, principalmente para a agricultura
familiar.
É importante ainda, um trabalho que alcance os agricultores familiares para estimular
a sustentabilidade dos recursos naturais no sentido de mostrar a importância de conservação
dos recursos naturais numa perspectiva agroecológica. Uma possível interação entre
agrônomos, técnico em meio ambiente, produtores, agricultores e educadores ambientais
também pode ser uma grande possibilidade para levantamento de dados para a conservação
dos recursos naturais para uma melhor sistematização dos agroecossistemas no município de
Bragança.
Desse modo pode-se enfatizar que a agroecologia enquanto raiz nas ciências agrícolas,
no movimento ambiental, ecologia, nas analises dos agroecossistemas e em estudo do
desenvolvimento rural é o vetor chave para que a agricultura familiar possa superar as
dificuldades da cadeia produtiva, com objetivos e metodologias, ainda que tomadas
juntamente, todas têm influência legitima e importante no pensamento agroecológico.
Este repensar quanto à prática da agricultura, onde o viés da agroecologia não é
simplesmente uma maneira ou forma de cultivar ou plantar, mas sim, um processo de ações
integradas dentro de um agroecossistema florestal para o desenvolvimento rural de maneira
sustentável sem agredir o meio ambiente e degradar os recursos naturais no processo de
colonização da região bragantina dentro do espaço amazonidas.
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