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Agricultura familiar e teoria social: Agricultura familiar e teoria social: a diversidade das formas familiares de a diversidade das formas familiares de
produção na agriculturaprodução na agricultura
Sergio Schneider Deptº Sociologia, PPGS e PGDR - UFRGS
IX Simpósio Nacional sobre o Cerrado e II Simpósio Internacional sobre Savanas Tropicais.
12 a 17 de outubro 2008, Brasília-DF
Interrogações de pesquisador ?Interrogações de pesquisador ?a) o que é um agricultor/pecuarista/pescador familiar?a) o que é um agricultor/pecuarista/pescador familiar?b) qual sua origem e como evoluiu?b) qual sua origem e como evoluiu?c) como ele se reproduz?c) como ele se reproduz?d) quais são as características dominantes de suas d) quais são as características dominantes de suas rere--
laçõeslações sociais, econômicas e culturais ?sociais, econômicas e culturais ?e) por quê existem diferentes tipos de agricultores e) por quê existem diferentes tipos de agricultores
familiares?familiares?f) qual o lugar/papel da agricultura familiar na f) qual o lugar/papel da agricultura familiar na
sociedade contemporânea?sociedade contemporânea?g) a agricultura familiar e o desenvolvimento rural.g) a agricultura familiar e o desenvolvimento rural.
Origem social e histOrigem social e históórica do campesinatorica do campesinatoa) Segundo os historiadores (Marc Bloch, Georges a) Segundo os historiadores (Marc Bloch, Georges DubyDuby, etc) os camponeses , etc) os camponeses (habitantes do campo) aparecem como categoria social autônoma a (habitantes do campo) aparecem como categoria social autônoma a partir da partir da metade da Idade Mmetade da Idade Méédia na Europa;dia na Europa;
b) Com o fim do servilismo e da vassalagem do sistema feudal ampb) Com o fim do servilismo e da vassalagem do sistema feudal ampliamliam--se se rapidamente os pequenos proprietrapidamente os pequenos proprietáários livres;rios livres;
c) Na Amc) Na Améérica Latina, o campesinato tem fortes rarica Latina, o campesinato tem fortes raíízes nos povos przes nos povos préé--colombianos, sobretudo na região andina;colombianos, sobretudo na região andina;
d) No Brasil, a escravidão e a ocupad) No Brasil, a escravidão e a ocupaçção territorial baseada na grande ão territorial baseada na grande propriedade territorial (sesmarias, fazendas, engenhos, etc) inipropriedade territorial (sesmarias, fazendas, engenhos, etc) inibiu a expansão biu a expansão da pequena propriedade livre e do campesinato, com exceda pequena propriedade livre e do campesinato, com exceçção de ão de ááreas de reas de terras marginais não utilizadas pela terras marginais não utilizadas pela plantationplantation;;
e) Excee) Exceçção deve ser feita do processo de colonizaão deve ser feita do processo de colonizaçção de terras com imigrantes ão de terras com imigrantes de origem europde origem europééia, alemães, italianos, poloneses, japoneses, judeus, ia, alemães, italianos, poloneses, japoneses, judeus, etcetc, , etcetc
CaracterizaCaracterizaçção geral do campesinatoão geral do campesinatoa) Camponeses residem em a) Camponeses residem em ááreas rurais, são proprietreas rurais, são proprietáários do seu pedarios do seu pedaçço de o de terra (de forma individual ou coletiva terra (de forma individual ou coletiva -- p.ex. faxinal, p.ex. faxinal, mirmir russo, etc) e em geral russo, etc) e em geral cultivadores e criadores;cultivadores e criadores;
b) O camponês vive numa pequena comunidade, povoado ou vilarejo,b) O camponês vive numa pequena comunidade, povoado ou vilarejo, na na FranFrançça chamada de a chamada de villagevillage, na Alemanha de , na Alemanha de dorfdorf, ou um , ou um hogarhogar ......
c) O Camponês c) O Camponês éé antes de tudo um produtor para sua subsistência e seu antes de tudo um produtor para sua subsistência e seu autoconsumo (produz para se nutrir). Alautoconsumo (produz para se nutrir). Aléém de m de agrosilvopastorilagrosilvopastoril tambtambéém faz m faz artesanato e suas ferramentas de trabalho;artesanato e suas ferramentas de trabalho;
d) Camponeses partilham entre si cd) Camponeses partilham entre si cóódigos de conduta, valores e normas digos de conduta, valores e normas reguladas pelo costume e tradireguladas pelo costume e tradiçção. O parentesco, a solidariedade, a ão. O parentesco, a solidariedade, a reciprocidade e a endogamia são fortes;reciprocidade e a endogamia são fortes;
e) Camponeses sempre pagam tributos e são politicamente dominadoe) Camponeses sempre pagam tributos e são politicamente dominados;s;
e) Nada identifica melhor um camponês do que o trabalho, a fame) Nada identifica melhor um camponês do que o trabalho, a famíília, a honra lia, a honra e a religião;e a religião;
Unidade de Produção Familiar
CAMPESINATO – MODO DE VIDA COLONIAL‘RURAL LIVELIHOODS’
GRUPODOMÉSTICO
+UNIDADE DE
CONSUMO
ESTABELECIMENTO
PROPRIEDADE PRODUÇÃO
FORMA DESOCIABILIDADE
Domicílio/ResidênciaLOCALIDADE
COMUNIDADE
FORMA DE PRODUZIRSISTEMA PRODUTIVO
SOCIEDADEENGLOBANTE
COLETIVIDADELOCAL
O MODO DE VIDA CAMPONÊS[H. MENDRAS - ‘sociedade de interconhecimento’]
O MODO DE VIDA CAMPONÊS[reprodução social semi-autônoma]
UNIDADEDE
PRODUÇÃOFAMILIAR
PRODUÇÃO
SubsistênciaAutoconsumo
Venda Excedentes
TERRA
CULTURAEtnia
CostumesTradições
TRABALHOFAMILIAR
COMUNIDADEParentesco
ReciprocidadeSolidariedade
RELIGIÃO
O MODO DE VIDA CAMPONÊS[reprodução social semi-autônoma]
PRODUÇÃO MERCADORIAS ⇔ REPRODUÇÃO SOCIAL
Agricultura/pecuária - Familiar
A definição do senso comum
Família:• Grupo social ligado porparentesco e consangüineos;• Unidade de residência;• Unidade de Consumo;
Atividadeeconômica de
produção vegetale/ou criação
animal
Estabelecimento rural
Grupo social detrabalho econsumo
Sistema de pro-dução e criação
O Problema das Definições:a) tamanho de área X forma de uso do trabalho:
• o estudo de Kageyama e Bergamasco - 1989;• o estudo FAO/INCRA - 1994
b) a definição pelo senso comum – empírica• Colonos (Sul), Sitiantes (Nordeste), Ribeirinhos (Amazônia),
Caipira/Geraizeiro (Centro-Oeste), etc
c) as definições normativas - fins político-práticos• PRONAF, Banco Mundial, Banco Nordeste, etc
d) as definições operacionais - os modelos analíticose) enfim, as definições conceituais - a necessária
referência teórica
A definição Normativa PRONAF MDAA definição Normativa PRONAF MDA--SAF:SAF:a) Possuir renda familiar originária da atividade agropecuária
(conforme o grupo: 30% no grupo B, 70% no grupo D e 80% no grupo E) e não-agropecuária exercido no estabelecimento ;
b) deter ou explorar estabelecimentos com área de até quatro módulos fiscais (ou até 6 módulos quando a atividade do estabelecimento for pecuária);
c) explorar a terra na condição de proprietário, meeiro, parceiro, posseiro, assentado ou arrendatário;
d) utilizar mão-de-obra exclusivamente familiar, podendo, no entanto, manter até 2 empregados permanentes;
e) residir no imóvel ou em aglomerado rural ou urbano próximo;
f) possuir renda bruta familiar anual de até RS 60.000,00.
A definição Normativa do Banco A definição Normativa do Banco Mundial no Programa RSMundial no Programa RS--Rural:Rural:
Ações de geração de renda e Ações de geração de renda e infraestruturainfraestrutura socialsociala) Residir na UP ou aglomerado rural próximo;b) 70% dos componentes familiares tenham na agropecuária sua principal
atividade;
Ações de geração de renda sem retorno e Ações de geração de renda sem retorno e infraestruturainfraestrutura socialsociala) utilizar exclusivamente mão-de-obra familiar ou contratada até 15
dias/ano;d) usar sistemas de tração animal ou mecanizado; c) possuir, arrendar ou trabalhar em uma UP com área até 1 módulo
fiscal;d) a UP não deve ter eletrificação, água encanada e instalação sanitária;e) a UP não deve possuir bens de luxo (sic! - Schneider).
As definições Operacionais:As definições Operacionais:CONVÊNIO FAO/INCRA (1994, p. 2):
Agricultores Familiares: Teriam como característica a relação íntima entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na diversificação produtiva e na durabilidade dos recursos e na qualidade de vida, a utilização do trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões imediatas, ligadas ao alto grau de previsibilidade do processo produtivo
Podem ser separados em três sub-categorias: • familiar consolidada;• familiar em transição; • familiar periférica.
As definições Operacionais: tipoAs definições Operacionais: tipo--idealideal
Gasson e Errington (1993, p. 18):a) a propriedade do empreendimento é combinada com o controle
administrativo dos gerentes/dirigentes responsáveis (“business principals”);
b) estes gerentes estão vinculados por relações de parentesco ou casamento;
c) os membros da família (incluindo estes gerentes) são os que aportam o capital para o negócio;
d) os membros da família, incluindo estes gerentes, trabalham napropriedade;
e) a propriedade do negócio e o seu controle gerencial são transferidos de uma geração a outra ao longo do tempo;
f) a família vive na unidade produtiva - propriedade.
Definições Conceituais com TEORIA:Definições Conceituais com TEORIA:Existem várias perspectivas teóricas disponíveis:
a) A perspectiva marxista ‘clássica’ (Marx, Lênin e Kautsky): o desenvolvimento agrário: a diferenciação/decomposição X persistência;
b) A contribuição de Alexander Chayanov: balanço entre produção e consumo e a integração horizontal como futuro;
c) A vertente da antropologia social clássica de Robert Redfield: sociedades de folk com culturas parciais e o continuum rural/urbano;
d) O aporte funcionalista de Henri Mendras: um modo de vida baseado em coletividades locais de interconhecimento, com artarquia relativa;
e) O neomarxismo: adeus campesinato, viva a family farming! A emergência da produção simples de mercadorias;
1 estabelecimento agropecuário
SINERGIA DA ESPECIALIZAÇÃO : AGRICULTURA PRODUTIVISTA
1 Atividade Produtiva 1 Família
1 RENDA
DIVERDIFICAÇÃO PRODUTIVA E DIFERENCIAÇÃO SOCIALNA AGRICULTURA FAMILIAR
INTRA - UPF
Agricultor
Familiar
TERRAEspecialização Produtose/ou Diversificação dos
Sistemas ProdutivosPolíticas Agrícolas Vigentes eFormas de Acesso do Crédito
Vínculos com osMercados:
• Tipo de mercado;• Forma de acesso
FAMÍLIADiferenciação Social
Interna: individualizaçãoe pluriatividade
PROCESSO DE PRODUÇÃOQualidade do Solo da
Propriedade e Tipo de AptidãoProdutiva
Capacidade deOrganização Social:
• Sindicato;• Cooperativa;• Conselhos, etc
Políticas Agrícolas Vigentes e Formas de
Acesso do Crédito
Agricultor Familiar
AMBIENTE EXTERNOINTRA UPF
Tipos de agricultores que podem coexistir
Figura 1.1: Diferentes tipos de agricultura, porém interligados
Fonte: Jan Douwe Van der Ploeg, 2008 in press
M o d o C am po nê s M od o E m pres ar ia l
F un da do s o bre e int e rn al i za n do a na tu re za ; c o -pro d uç ã o e co -e v o luç ã o s ã o ce n tra is
D e sc o ne x ã o em re la ç ã o à na tu re z a; ‘a r ti f ic ia li za ç ã o ’
D is ta n cia m e nto e m re laç ã o a o m e rca do d e ins um o s; d i fe re nc ia çã o e m re la çã o a o m e rca do d e p ro dut o s ( re du zido g ra u de m e rc a nt il i za ç ão )
Ele v ad a de pe n dê nc ia e m re la ç ã o a o m er ca do ; e le v a do gra u de m e rca n ti l i za çã o
C e nt ra lida d e de t e cn o lo g ias a rte s a na is e d o t ra ba lho qu al i f i ca do
Ce n tra l ida de do em p re en de do r is mo e de te cn o lo g ia s m e câ n ic a s
C o nt inu ida de e n tre pa s sa do , p re se n te e fu tu ro
Cr ia çã o de rup tu ra s e n tre pa ss a do , p re s e nt e e fu tu ro
In te ns i f ic a çã o c o n tínu a ba s e a da n a qua n tida de e qu a l id ad e d o tra ba lho
Au m e nto de e sc a la é a tra j e tó r ia do m in a nt e de de se n vo lv im e n to ; in t en si -da de é o b tida a tr av é s de te cn o lo g ia s c o m pra da s
R ique z a s o c ia l cr es c en te Co n te n çã o e re d ist r ibu iç ã o da r iq ue z a s o cia l
Diferenças básicas entre os modos camponês e empresarial de fazer agricultura [Ploeg, 2008]
Fonte: Van der Ploeg, 2008 in press
Qual é o lugar da AGRICULTURA FAMILIAR no capitalismo agrário do
Brasil ?Agronegócio e agricultura familiar:
• cadeias de produção agroindustrial;
• subordinação tecnológica, com dependência social e econômica
XAgricultura Familiar e Desenvolvimento Rural:
• segurança alimentar, • construção social dos mercados, • geração de emprego, renda e qualidade de vida;
CONSENSOS E HESITAÇÕES:Não restam dúvidas e objeções quanto as virtudes da
agricultura familiar na sociedade brasileira;• a afirmação política - movimento sindical;• a legitimação institucional – MDA/SAF, etc;• o reconhecimento acadêmico.
Mas a agricultura familiar ainda não se afirmou como uma ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO;
desenvolvimento agrícola
agricultura familiar ?desenvolvimento rural
Constitui-se na categoria social hegemônica no Brasil;
Capaz de garantir a segurança alimentar e gerar excedentes;papel do tread-meall tecnológico;papel das políticas públicas (crédito, pesquisa, etc);
Por ser baseada no uso do trabalho familiar consegue pro-duzir alimentos com custos fixos mais baixos;
resolve o problema da renda da terra; trabalho familiar reduz o valor das mercadorias (não há mais-
valia!)
transferência de renda para outros setores da economia
Externalidades sobre o território: dinamiza e diversifica os demais setores econômicos gera economias de escopo
A importância da agricultura familiar
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THE PRESENCE OF FAMILY FARMING BASED IN BRAZIL
CATEGORIAS Estab. Total
% Estab.
% Área
% VBP
% FT
FAMILIAR 4.139.369 85,2 30,5 37,9 25,3 PATRONAL 554.501 11,4 67,9 61,0 73,8
Inst. Pia/Relig. 7.143 0,2 0,1 0,1 0,1
Entid. pública 158.719 3,2 1,5 1,0 0,8
Não identific. 132 0,0 0,0 0,0 0,0
TOTAL 4.859.864 100,0 100,0 100,0 100,0
Censo Agropecuário 1995/96
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INTERNAL DIFERENTIATION OF FAMILY FARMING BASED IN BRAZIL
25 31
67
9784
4932
24
52 58
40
Café
Arroz
Feijão
FumoMan
dioca
Milho
Soja Pec
. corte
Pec. le
ite
SuínosAve
s/ovo
s
Em %
do
VBP
Brasil - Proporção do VBP de produtos selecionados produzido pela agricultura familiar - %
Fonte: Censo Agropecuário 1995/96 – IBGEElaboração: Convênio INCRA/FAO (1999, p. 15)
GRANDES REGIÕES
Total de Pessoal Ocupado
% de Pessoal Ocupado sobre o Total
Nordeste 6.809.420 82,93 Centro-Oeste 551.242 54,14 Norte 1.542.577 82,15 Sudeste 2.036.990 59,20 Sul 2.839.972 83,94 BRASIL 13.780.201 76,85
Total de Pessoal Ocupado na Agricultura 1995/96 = 17,3 milhõesFonte: Censo Agropecuário 1995/96 – IBGEElaboração: Convênio INCRA/FAO (1999, p. 15)
BRASIL e GRANDES REGIÕES –Contribuição da Agricultura Familiar no Total de
Pessoas Ocupadas no Setor Agropecuário
Participação no PIB segundo o tipo de produtor
67%
33%PIB FamiliarPIB Patronal
PIB das Cadeias Produtivas da Agricultura Familiar e Patronal
PIB das Cadeias Produtivas da Agricultura Familiar e Patronal
(% do PIB/Brasil)
9.4
18.6
8.9
18
8.8
18.3
9.2
19.7
10.1
20.1
0
5
10
15
20
25
1999 2000 2001 2002 2003
AgriculturaFamiliar
AgriculturaPatronal
Evolução do PIB das Cadeias Produtivas da Agricultura Familiar
(1995 – 2003)ANO PIB
1995 129.900.999
1996 128.072.767
1997 127.957.083
1998 129.163.857
1999 135.570.052
2000 134.688.203
2001 134.048.137
2002 143.176.416
2003 156.597.094
129.900.999
143.176.416
156.597.094
1995 1997 1999 2001 2003( em R $1 .0 0 0 d e 2 0 0 3 )
8
8,5
99,5
10
10,5
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Participação das Cadeias Produtivas da Agricultura Familiar no PIB do Brasil
(1995 – 2003)
Tabela 2: Participação do PIB do agronegócio familiar e patronal no PIB do Brasil
ANO Participação do PIB
do Agronegócio FAMILIAR
Participação do PIB do Agronegócio PATRONAL
Participação do PIB dos Outros Setores
1995 9,7 % 20,4 % 69,9 % 1996 9,3 % 19,5 % 71,2 % 1997 9,0 % 18,6 % 72,4 % 1998 9,1 % 18,7 % 72,2 % 1999 9,4 % 18,6 % 71,9 % 2000 9,0 % 18,0 % 73,1 % 2001 8,8 % 18,2 % 72,9 % 2002 9,3 % 19,6 % 71,1 % 2003 10,1 % 20,5 % 69,4 % 2004 9,6 % 20,3 % 70,1 % 2005 9,0 % 18,9 % 72,1 %
Média 9,30 % 18,21 % 71,48% Fonte: NEAD/Estudos 19, pág. 23 (www.nead.org.br)
Em busca de um conceito:
INTERAÇÃO COM ANATUREZA
COCO--PRODUÇÃOPRODUÇÃO
INSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
DESENVOLVIMENTO RURALDESENVOLVIMENTO RURAL
Camponeses, Agricultores Familiares, Pequenos Produtores, etc, etc, podem ser captados pelo
CONCEITO de
FORMA SOCIAL FAMILIAR
Referências necessárias e pressupostos:a) O objetivo fundamental consiste em compreender e explicar como se dá o processo de
interação das formas familiares com a NATUREZA (trabalho e produção) e com a SOCIEDADE (inserção nos mercados, nas instituições, etc);
b) Buscar-se-á compreender e explicar como se dá o processo de reprodução social, econômico, cultural, político, etc em uma perspectiva histórica;
c) A reprodução das formas familiares ocorre de modo heterogêneo e diversificado, modificando-se segundo as estratégias individuais e familiares (dos ATORES). Não há inexorabilidade;
d) Da heterogeneidade de estratégias dos ATORES decorre: uma diferenciação econômica e produtiva (sistemas de produção), uma estratificação social e formas de representação políticas e culturais (identidade, simbólico);
e) Esta heterogeneidade é perceptível nas dinâmicas territoriais e locais das formas familiares (agricultura familiar, etc) que são igualmente diferenciadas;
f) Portanto, o contexto social e econômico (o território, o sistema agrário, o Estado, as instituições, os mercados, a sociedade) exerce influência externa decisiva;
Para uma abordagem teórica das Para uma abordagem teórica das formas sociais familiares:formas sociais familiares:
a)) AGRICULTURA É UMA ATIVIDADE LIGADA À NATUREZA:• Agricultura é dependente da base natural de produção (terra, clima, etc ): há impedimentos para se plantar e colher ao mesmo tempo! ;• Ser agricultor é criar condições para cultivar organismos vivos e gerenciar processos biológicos;
b)b) AS ESPECIFICIDADES DA FAMÍLIA E DO TRABALHO:• O grupo doméstico é autônomo e estabelece as estratégias de reprodução:
• conforme as relações de parentesco e consangüinidade;• o patrimônio coletivo é transmitido através da herança;
• O processo de produção obedece às especificidades da força de trabalho:• Há limites para divisão social do trabalho e a criação de economias de escala (os limites a especialização dos processos produtivos são dados pela natureza);• Não há exploração do trabalho alheio - sem mais-valia não há acumulação!
c) A INTERAÇÃO COM O ESPAÇO SOCIAL - TERRITÓRIO: • a comunidade ou coletividade local define valores sociais (reciprocidade e solidariedade);• as Instituições (sindicatos, igreja, organizações), os Mercados (produtos e trabalho), o Estado (políticas públicas, crédito, assistência técnica);
Elementos fundamentais ao estudo das formas Elementos fundamentais ao estudo das formas sociais familiaressociais familiares
Unidade de Produção Familiar
AGRICULTURA FAMILIAR:UMA NOVA FORMA DE INTERAÇÃO SOCIAL
GRUPODOMÉSTICO
+UNIDADE DE
CONSUMO
ESTABELECIMENTO
PROPRIEDADE PRODUÇÃO
REPRODUÇÃO SOCIALAMPLIADA E DEPENDENTE
SOCIEDADEENGLOBANTE
PRODUÇÃO SIMPLES DEMERCADORIAS
O QUEMUDA OU SEMETAMOR-
FOSEIA?
O QUEPERMANECE?
Terra e Trab FamiliarAutonomia AlimentarCultura e TradiçãoReligiãoReciprocidade
• MERCADOS (Standards, Pluriati-vidade, Alternativos, etc)• ESTADO (Crédito, ciência etecnologia)• INSTITUIÇÕES (ONGs, Redes, etc)• ORGANIZAÇÃO POLÍTICA(Sindicalismo)• ACESSO A INFORMAÇÃO• COOPERAÇÃO (ganhar escla)
REPRODUÇÃO SOCIAL AMPLIADA E DEPENDENTE
AGRICULTURA FAMILIAR:UMA NOVA FORMA DE INTERAÇÃO SOCIAL
AMBIENTE HOSTIL“condicionantes”
RiscosClima
ChoquesDoenças
VulnerabilidadesDiversas
INSUSTENTABILIDADE
Capi
tais
ou
Ativ
os:
•Na
tura
l –te
rra;
•Hu
man
o –
Trab
alho
e e
duca
ção
• Fís
ico
–im
plem
ento
s;
• Fin
ance
iro –
poup
ança
ou
bens
;
• Soc
ial –
inte
raçã
o co
m o
col
etiv
o
CONDICIONANTES E CONTEXTOS QUE INFLUENCIAM OS MEIOS DE VIDA
Estratégias:
• Escolha/adaptação –
acumulação;
• Necessidade/Reação –
Sobrevivência
Quais são as alternativas ??
DIVERSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE VIDA, através de:
Migrações DIVERSIFICAÇÃO Integração Agroindustrial
Agrícola Não-Agrícola