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JORNAL DO AGOSTO/SETEMBRO 2004 ANO XIX Nº 632 SEG 30 TER 31 QUA 1 QUI 2 SEX 3 SÁB 4 DOM 5 sintufrj.org.br [email protected] Semana de decisão Fundão vira praça de alimentação. Página 8 Neurologia vai às urnas. Página 2 A ERA VARGAS Seminário na UFRJ revela a face con- traditória do líder que perseguiu comu- nistas e foi empurrado ao suicídio, acos- sado pelas forças conservadoras. Páginas 10 e 11 Testemunha ocular Depois de mais de 60 dias em greve, o movimento nacional dos trabalhadores das universidades públicas federais parece caminhar para o seu desfecho. Esta semana será decisiva. Amanhã, terça- feira, os trabalhadores da UFRJ examinam, em assembléia, o conteúdo do Termo de Compromisso proposto pelo governo. Assembléias das bases em todo o país farão o mesmo. A reunião do Comando Nacional de Greve com o governo está prevista para as 18h também desta terça-feira, onde o Termo de Compromisso poderá ser assinado, se as assembléias aprovarem o documento. Nesta edição, publicamos as últimas informações sobre as nego- ciações e, na íntegra, o teor do Termo de Compromisso. Também produzi- mos simulações para auxiliar a categoria a entender seu enquadramento na nova tabela. Páginas 3, 4, 5, 6 e 7 O jornalista Mário Augus- to Jakobskind, recém-chega- do da Venezuela, onde atuou como representante da As- sociação Brasileira de Im- prensa (ABI) junto com ou- tras personalidades interna- cionais como observador do referendo popular, falou ao Jornal do SINTUFRJ sobre suas impressões políticas a respeito do que aconteceu naquele país. Página 12 Assembléia Geral Dia 31 de agosto, terça-feira, às 10h, Auditório do Quinhentão

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JORNAL DO

AGOSTO/SETEMBRO 2004 ANO XIX Nº 632 SEG 30 TER 31 QUA 1 QUI 2 SEX 3 SÁB 4 DOM 5 sintufrj.org.br [email protected]

Semana dedecisão

Fundão vira praça de alimentação. Página 8

Neurologia vai às urnas. Página 2

A ERA VARGASSeminário na UFRJ revela a face con-

traditória do líder que perseguiu comu-nistas e foi empurrado ao suicídio, acos-sado pelas forças conservadoras.

Páginas 10 e 11

Testemunha ocular

Depois de mais de 60 dias em greve, o movimento nacional dos trabalhadores das universidadespúblicas federais parece caminhar para o seu desfecho. Esta semana será decisiva. Amanhã, terça-feira, os trabalhadores da UFRJ examinam, em assembléia, o conteúdo do Termo de Compromissoproposto pelo governo. Assembléias das bases em todo o país farão o mesmo. A reunião doComando Nacional de Greve com o governo está prevista para as 18h também desta terça-feira,

onde o Termo de Compromisso poderá ser assinado, se as assembléias aprovaremo documento. Nesta edição, publicamos as últimas informações sobre as nego-

ciações e, na íntegra, o teor do Termo de Compromisso. Também produzi-mos simulações para auxiliar a categoria a entender seu enquadramentona nova tabela. Páginas 3, 4, 5, 6 e 7

O jornalista Mário Augus-to Jakobskind, recém-chega-do da Venezuela, onde atuoucomo representante da As-sociação Brasileira de Im-prensa (ABI) junto com ou-tras personalidades interna-cionais como observador doreferendo popular, falou aoJornal do SINTUFRJ sobresuas impressões políticas arespeito do que aconteceunaquele país. Página 12

Assembléia GeralDia 31 de agosto, terça-feira, às 10h,

Auditório do Quinhentão

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JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Antonio Gutemberg Alves do Traco, Neuza Luzia e Gerusa Rodrigues / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana deAngelis e Lili Amaral. Estagiária: Leticia Baumann e Elisa Monteiro / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Caio Souto /Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko/ Revisão: Roberto Azul / Assistente de produção: Jamil Malafaia / Secretária: Kátia Barbieri/ Tiragem: 11 mil exemplares/ As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados da Coordenaçãode Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels: 2560-8615/2590-7209 ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

Nossaopinião

O Consuni elogiou publicamente a conduta de dedi-cação, zelo profissional e solidariedade do servidorSidney Paiva, assistente técnico da coordenação debiossegurança do CCS, em todos os seus atos nodesempenho de suas funções, especialmente no epi-sódio do incêndio no Instituto de Química da UFRJ,quando, heroicamente durante e após o sinistro, salvouvidas e o patrimônio público. O reconhecimento dacomunidade do CCMN, da Comissão de Segurança eda Prefeitura da UFRJ atestaram o fato.

COMISSÃO ESTADUAL DE COMBATE AO RACISMOAtenção integrantes do GT Anti-Racismo do SIN-

TUFRJ! A reunião da Comissão Estadual de Comba-te ao Racismo da CUT será dia 1º de setembro, às18h, na CUT. A pauta da reunião: informes, compo-sição da Comissão Estadual e organização do dia 20de novembro.

Na sexta-feira, dia 27, a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), que havia consultado o Ministériodo Planejamento para abertura de rubrica para pagamento da Gratificação Especial de ApoioTécnico (GEAT) aos funcionários de natureza especial (NES), recebeu como resposta que nãohá como fazê-lo.

O Ministério do Planejamento informou à PR-4 que o pagamento da GEAT é destinadoapenas aos servidores titulares de cargos efetivos, técnicos-administrativos e técnicos-maríti-mos das Ifes, vinculados ao MEC.

A direção do Sindicato já vem fazendo com frequência gestões junto ao Ministério doPlanejamento no sentido de solucionar esta situação de injustiça com esses companheiros.

O advogado Júlio Romero, responsável pela ação doFGTS, recebeu na sede do Sindicato na semana passadavários sindicalizados que fazem parte do processo, masque estão com problemas para a liberação do Fundo.Esses sindicalizados assinaram uma procuração específi-ca para que o advogado apresente ação cautelar parasolucionar os casos. Júlio Romero estará novamente nasede do Sindicato, para esclarecimentos, em data a seragendada.

O Sindicato reafirma a necessidade de os beneficiadospela ação do FGTS – que já tiveram suas contas liberadas ejá sacaram – efetuarem o pagamento dos honorários doadvogado: Banco do Brasil – agência 36528, conta 15580-2.

Neurologiavai às urnas

para conduzir, de forma autônoma, seus pro-cessos eleitorais, garantindo a democracia e avontade expressa de funcionários, professo-res e estudantes.

OS CANDIDATOS – Três professores estãodisputando a direção do instituto: MarleideMotta Gomes, José Mauro Brás de Lima e JoséLuiz de Sá Cavalcanti. Uma urna instalada noterceiro andar da unidade receberá os votosdos cerca de 220 eleitores. A votação ocorrerános três dias das 7h às 16h, e a apuração seráno último dia, logo após o fechamento da urna.O voto será universal.

ORGANIZAÇÃO – A comissão eleitoral, es-colhida pela comunidade do Instituto deNeurologia, organizou o pleito e se encarre-gará de fiscalizar todo o processo. A comis-são é presidida pelo professor Luiz Duro ecomposta por representantes dos vários se-tores de atividades da unidade: farmacêuticaFlamínia Flammini; médico Marcos Shimith;residente Ricardo Gomes de Castro; secretá-ria Delizete Pereira da Rosa; e o professorDarcy Lima.

A comunidade elege esta semana o novo diretor da entidade

Desta segunda-feira, 30 de agosto, atéquarta, 1º de setembro, técnicos-administra-tivos, professores e alunos residentes do Ins-tituto de Neurologia estarão realizando elei-ção para a escolha do novo diretor da unida-de. A comunidade se reuniu, nomeou umacomissão eleitoral e, através do voto univer-sal, vai fazer valer o seu direito democrático eautônomo de eleger quem vai conduzir nospróximos quatro anos os destinos da Neuro-logia.

O processo eleitoral para substituição doatual diretor da unidade, Gianni Temponi, quese aposentará pela compulsória até o dia 9 desetembro, ocorre à revelia da decisão do reitorAloísio Teixeira de nomear um pro temporepara o cargo, com a promessa de mais tardepromover eleição. Tudo indica que esta atitu-de do reitor tem a ver com o projeto de criaçãodo Instituto do Cérebro, a partir da fusão dosInstitutos de Neurologia, Psiquiatria e as Neu-rociências.

A posição do SINTUFRJ, por princípio, é ade defender a independência da comunidade

FGTS: advogado toma providências

A situação dos NES

Servidor homenageadoCORREÇÃO A foto que ocupou aspáginas centrais da edi-ção anterior do Jornaldo SINTUFRJ (nº 631) eque registra a ação decaravanistas na Espla-nada dos Ministérios, emBrasília, foi feita pelocompanheiro Wilami.

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GREVE

O Comando Nacional deGreve decidiu recomendar aaceitação pela categoria doprojeto de lei de carreira ne-gociado com o governo. O co-mando também orientouigual procedimento em rela-ção ao Termo de Compro-misso proposto pelos repre-sentantes do Planalto, porentender que o conteúdo dodocumento está coerentecom as negociações. Dentrodos ajustes com o governo,este aceitou suprimir do arti-go 27 a parte que submetiadisponibilidade do orçamen-to o enquadramento por ní-vel de capacitação. Assim, aredação do artigo ficou destaforma:“Artigo 27 - Inciso III –O enquadramento por nívelde capacitação e a implanta-ção do incentivo à qualifica-ção serão regulamentadosem Lei específica.” Ou seja, ovínculo à disponibilidade or-çamentária saiu do texto. OComando continuará insis-tindo para que o governo mo-difique ou exclua o artigo 3ºque trata da carga horária, jáque o assunto é tratado emoutras leis.

Reta final?Comando recomenda aceitação do projeto de lei negociado com o governo

Pressão total para queprojeto de lei seja

votado no Congressoantes das eleições

1) O Congresso Nacional já seencontra em “recesso branco”,com um “esforço concentrado”previsto para a semana de 13 a17 de setembro (sendo que o es-forço se dará apenas nos dias 14,15 e 16, de fato). Este elemento éde fundamental importância parapressionarmos que o PL da Car-reira seja votado antes das elei-ções, tendo em vista que váriosdeputados federais são candida-tos e nossas bases poderão fazera diferença na decisão do voto noCongresso. Em razão disto, o tem-po de resolução da greve ficabastante restrito.

2) A agenda política do país sefechará em torno das eleições mu-nicipais impedindo que todo e qual-quer tema de debate nacional figu-re no cenário até o final das elei-ções. Este ponto coloca um tempo

dois artigos do PL da Carreira quedeveriam ser negociados com oGoverno no sentido de modificá-los, que são os artigos 3º e 27.Neste sentido, construiu uma ava-liação que apresentava não só oslimites da conjuntura como tam-bém os da própria proposta. Nãoobstante a isto, e considerandotodos os limites postos, indicoupara as bases a aceitação da pro-posta, com as devidas relativiza-ções, para apreciação.

A política do CNG construídanaquele sábado foi aceita pelamaioria das bases. Vinte e seisentidades aceitaram o encami-nhamento do Comando, sendoque algumas apresentaram pon-derações. Onze rejeitaram a pro-posta.

Com base neste quadro, o CNGavaliou, por maioria, que a política

estava acertada e compreendeuque o PL de Carreira negociadocom o Governo deve ser aceito.Entretanto, não abriu mão de, nofechamento de nossa greve, insistirna modificação do artigo 3º (ouexcluí-lo), tendo em vista que oartigo 27 foi mudado a partir daproposição do movimento. A novaredação ficou da seguinte forma:“Artigo 27 - Inciso III – O enquadra-mento por nível de capacitação e aimplantação do incentivo à qualifi-cação serão regulamentados emLei específica.” Ou seja, o vínculo àdisponibilidade orçamentária saiudo texto.

Veja nas páginas seguintes:encaminhamentos, íntegra doTermo de Compromisso e tabe-las simuladas.

político que impede nossa grevede intensificar o conflito e obtermaiores avanços.

3) É importante explicitar, ain-da, as dificuldades com a políticaeconômica adotada pelo governo,que impede qualquer proposta am-pliada no que diz respeito à suple-mentação orçamentária para onosso projeto.

Para além disto, o ComandoNacional de Greve avaliou tam-bém a potência de nossa greve econcluiu, baseado nos relatos dospróprios delegados ao Comandoe nos informes de base, que omovimento apresenta sinais níti-dos de desgaste.

Com base nestes contornosda conjuntura, o CNG avaliou aproposta apresentada pelo Go-verno e identificou um avanço crí-tico em relação a ela. E apontou

VVVVVeja a avaliação do comandoeja a avaliação do comandoeja a avaliação do comandoeja a avaliação do comandoeja a avaliação do comando

NO QUINHENTÃO. Na terça-feira, dia 24, mais uma assembléia examinou proposta final do governo

Foto: Niko Júnior

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GREVE NA UFRJ

Na assembléia realizadana quinta, dia 26, pela ma-nhã, no auditório do Bezão,os trabalhadores da UFRJ vo-taram pela continuidade dagreve e reafirmaram a autori-zação para que o ComandoNacional de Greve continu-asse as negociações dos ajus-tes na proposta de projeto delei apresentada pelo gover-no. Na assembléia, foram re-produzidas as últimas infor-mações enviadas pelo Co-mando, que resumem o re-sultado da audiência de quar-ta-feira com representantesdos ministérios da Educaçãoe do Planejamento. A infor-mação relevante foi a de quehouve alteração no artigo 27do projeto de lei, de onde foisuprimido o trecho em quesubmetia à disponibilidadede recursos financeiros noorçamento o enquadramen-to por capacitação. De qual-quer forma, foi levantada apreocupação para que fique-mos atentos em relação à re-gulamentação da lei especí-fica sobre o assunto.

Outra preocupação desta-cada na assembléia foi a res-peito de como andam os con-tatos com parlamentares pa-ra garantir o acordo de lide-ranças para a tramitação doPL dentro do período de es-forço concentrado do Con-gresso Nacional. A assem-bléia deliberou, ainda, que oComando Local de Greve en-vie e-mails para todos os de-putados federais da base doRio de Janeiro, independen-te de cor partidária.

Nesta segunda-feira, às10h, haverá reunião do Co-mando Local de Greve comfuncionários do IPPMG. Os

Assembléia votacontinuidade da greve

funcionários dos hospitaisestão solicitando esclareci-mentos sobre a minuta doprojeto de lei que está emnegociação em Brasília, umavez que, por conta de seushorários em atividades es-senciais, muita gente fica im-pedida de comparecer às as-sembléias. Reuniões iguais aesta do IPPMG vão acontecerem outras unidades hospita-lares.

O Comando Nacionalde Greve entendeu que

a proposta do Termode Compromissoapresentada pelo

governo está coerentecom as definições

necessárias e dentrodos limites autorizados

pela base. Pelo calendário,o Termo de Compromisso

(cuja íntegra publicamosna página seguinte)

seria assinado amanhã,terça-feira, dia 31,depois de avaliado

em assembléias debase. A assembléia

na UFRJ será às 10hno auditório do

Quinhentão.Vivemosmomento de decisão donosso movimento. Você

não pode faltar!

Comando encaminha propostas

• Manutenção da negociação sobre o artigo 3º.• Imediata instalação de uma mesa, composta peloMEC, Planejamento, Casa Civil, Fasubra e Sinasefe,para acompanhamento do PL de Carreira no proces-so de tramitação no interior do Executivo até aentrada no Congresso Nacional, que deve ser antesdo “esforço concentrado”.• Assinatura, em conjunto com os ministros envolvi-dos, de parlamentares e, em particular, do líder dogoverno, do presidente da Comissão de Educaçãoda Câmara, de representante do Colégio de Líderese da Andifes, do Termo de Acordo.• Anexação do PL de Carreira, bem como o cronogra-ma de aplicação dos prazos previsto no PL ao Termode Compromisso.• Agendamento de uma reunião da Fasubra, Sinase-fe e representação dos Ministérios envolvidos com oPresidente da Câmara para agilizar a agenda deaprovação do nosso PL.

Veja, agora, os encaminhamentosdo Comando Nacional de Greve

Em vista destesencaminhamentos,o CNG orienta:

1 – Aceitação da pro-posta negociada como governo.

2 – Aprovação do Ter-mo de Compromisso.

3 – Intensificação dabusca de apoio dosparlamentares nosestados para garantira aprovação do PL nopróximo esforço con-centrado.

4 – Orientar rodadade assembléias nasegunda-feira paraavaliação das orien-tações do CNG.

MUITA ATENÇÃO.Categoria ligada nos

momentos decisivos queestamos vivendo na luta por

uma carreira

Próxima assembléia dia 31/8, às 10h, no auditório do Quinhentão/CCSFoto: Niko Júnior

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O Governo Federal, neste ato representadopelo Senhor Ministro de Estado daEducação, TARSO GENRO, pelo SenhorMinistro de Estado do Planejamento,Orçamento e Gestão, GUIDO MANTEGA, aFederação dos Sindicatos dosTrabalhadores das UniversidadesBrasileiras - FASUBRA e o SindicatoNacional dos Servidores Federais daEducação Básica - SINASEFE, estas últimasrepresentadas pelos seus respectivosdirigentes, abaixo assinados,

GREVE

Compromisso proposto

pelo governo*TERMO DE

COMPROMISSO

RESOLVEM celebrar o presente termo, mediante a pactuação dos seguin-tes compromissos:

1. Compromete-se o Governo Federal a apresentar ao Congresso Nacio-nal em até 15 dias após a assinatura do presente termo Projeto de Lei, nostermos da minuta em anexo, que estrutura o Plano de Carreira dos CargosTécnico-Administrativos em Educação.

1.1 Firmam, assim, as partes o compromisso de empreender todos os esfor-ços a fim de garantir o máximo de celeridade no trâmite do Projeto.

2. O Governo Federal, através do Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão, compromete-se a disponibilizar R$ 341 milhões no exercício de 2005e R$ 365 milhões no exercício de 2006 para a implementação do Plano deCarreira.

3. As tabelas de vencimentos resultantes da reestruturação da carreiraserão constituídas a partir dos atuais vencimentos básicos dos servidores queoptarem pela nova estrutura remuneratória, agregados a estes as gratificaçõesque tratam as Leis 10.668 de 12 de maio de 2004 e 10.908 de 15 de junho de2004, devendo o impacto destas ficar limitado aos montantes orçamentáriosfixados no item 2.

4. Fica ressalvado que a implementação do Plano de Carreira dos CargosTécnico-Administrativos em Educação a partir de 2005 não implica em veda-

ção de utilização de recursos destinados à reestruturação da carreira e aajustes remuneratórios nos anos de 2005 e 2006.

5. Os servidores técnico-administrativos e técnico-marítimos das Insti-tuições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da Educação compro-metem-se com o retorno imediato ao trabalho em todo o País, bem como emrepor os serviços represados em um período não superior ao tempo deduração da greve iniciada em 23 de junho de 2004.

6. Fica constituída uma comissão de acompanhamento da tramitação doPL, composta por representantes da FASUBRA e do SINASEFE para atuaçãoconjunta com as assessorias parlamentares do MEC e MP.

GUIDO MANTEGAMinistro de Estado de Planejamento,

Orçamento e Gestão

TARSO GENROMinistro de Estado da Educação

JOÃO PAULO RIBEIROCoordenação Geral FASUBRA

JOSÉ EDVALDO ROSASCoordenação Geral FASUBRA

Brasília, de agosto de 2004.

CoordenaçãoGeral SINASEFE

PAULO HENRIQUE RODRIGUES DOS SANTOSCoordenação Geral FASUBRA

Considerando a neces-sidade de estruturação dacarreira dos servidores téc-nico-administrativos e téc-nico-marítimos das Insti-tuições Federais de Ensino,vinculadas ao Ministério daEducação - MEC,

Considerando os valo-

res já disponibil izadospelo Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Ges-tão - MP, destinados à via-bilização de proposta dereestruturação remunerató-ria, em curso desde 2003,dos servidores técnico-ad-ministrativos e técnico-ma-

rítimos das Instituições Fe-derais de Ensino vincula-das ao MEC,

Considerando que estaetapa de negociação apon-tou para a necessidade dacontinuidade deste proces-

so até a implantação finaldo projeto,

Considerando que a pre-sente negociação pauta-sepelos princípios contidos noart. 37 da Constituição Fede-ral, em especial pelo princí-

pio da legalidade,Considerando que a

efetivação destes compro-missos, nos limites aqui ex-postos, exige a formulaçãode proposta legislativa aoCongresso Nacional.

*Íntegra do termo de compromisso apresentado pelo governo ao movimento.

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GREVE

PASSO A PASSO PARAENTENDER O SEU

ENQUADRAMENTO NA TABELA

1º Passo: Localize o seucargo atual na 3ª coluna daTABELA 1.

2º Passo: Veja o cargo cor-respondente na 5ª coluna esua classe na 4ª coluna daTABELA 1.

3º Passo: Localize na 1ªcoluna da TABELA 2 o seutempo total de serviço pú-blico (não é o que consta nocontracheque).

4º Passo: Veja a classe cor-respondente na 2ª colunada TABELA 2 (nível decapacitação I).

5º Passo: Identifique na TA-BELA 3 para março de 2005(step 3%) a sua classe lo-calizada no 2º passo da TA-BELA 1 (A, B, C, D, E).

6º Passo: Localize em or-dem crescente o seu nívelde capacitação. Veja exem-plo na TABELA 3.

PASSO A PASSO - NÍVEL APOIOOBS.: Suposição abaixo considerando um trabalhador servente de limpeza com 12 anos de serviço público

701,98x 3%

723,04

Tabela 1: Tabela de Correlação dos Cargos Atuais para Nova Situação

Tabela 2: Tabela de Conversão – Tempo de Serviço no Cargo

Tabela 3: Tabela Salarial

NA

NA

1Operador de

Máquinas de Lavanderia A

NÍVEL SUBGRUPO DENOMINAÇÃO DO CARGO CLASSE DENOMINAÇÃO DO CARGO

1

Operador deMáquinas de Lavanderia

Servente de Obras Servente de ObrasA

NA 1 Servente de Limpeza Servente de Limpeza

Tabela 1

1ª Coluna 2ª Coluna 3ª Coluna 4ª Coluna 5ª Coluna

A

Tabela 2

TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICOFEDERAL EM ANOS NO CARGO

PADRÃO DE VENCIMENTO DE CADACLASSE E NÍVEL DE CAPACITAÇÃO

11 6

13 7

12 6

1ª Coluna 2ª Coluna

Tabela 3

CLASSESVALOR

R$ 790,08I II III IV

BI II III IV

CI II III IV

DI II III IV

EI II III IV

5 4 3 2

5 4 3 1R$ 838,20 7 6 5 4 2 1R$ 813,79 6

A

Observação: todos os servidores, inicialmente, serão enquadrados no nível 1

Para facilitar o seu entendimento na nova situação criada pelo projeto de lei que será encaminhado ao CongressoNacional, o Jornal do SINTUFRJ fez três simulações envolvendo exemplos dos níveis de apoio, intermediário e superior.Para você identificar o seu caso, é necessário ter acesso à Tabela de Correlação dos Cargos Atuais para Nova Situação; Tabelade Conversão – Tempo de Serviço no Cargo e Tabela Salarial (divulgada na edição 631). Essas tabelas estão disponíveis napágina do SINDICATO na internet <www.sintufrj.org.br>.

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OBS.: Suposição abaixo consi-derando um trabalhador Assis-tente em Administração com 8anos de serviço público

Tabela 1: Tabela de Correlação dos Cargos Atuais para Nova Situação

Tabela 2: Tabela de Conversão – Tempo de Serviço no Cargo

Tabela 3: Tabela Salarial

NI

NI

4Programador

de Computador D

NÍVEL SUBGRUPO DENOMINAÇÃO DO CARGO CLASSE DENOMINAÇÃO DO CARGO

4

Técnico de Tecnologiada Informação

Cinegrafista Operador de Câmarade Cinema e TVD

NI 4 Assistente emAdministração

Assistente emAdministração

Tabela 12ª Coluna 3ª Coluna 4ª Coluna 5ª Coluna

D

1ª Coluna

Tabela 2

TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICOFEDERAL EM ANOS NO CARGO

PADRÃO DE VENCIMENTO DE CADACLASSE E NÍVEL DE CAPACITAÇÃO

7 4

9 5

8 4

1ª Coluna 2ª Coluna

Tabela 3

CLASSESVALOR

R$ 1.160,27I II III IV

BI II III IV

CI II III IV I II III IV

EI II III IV

16 1516 14

R$ 1.230,93 15 14

R$ 1.195,07

A D

13 12 11 10 8 7 6 5 3 2 113 12 11 9 8 7 6 3 2 14

13 12 10 9 8 7 5 4 3 2

1º Passo: Localize o seu cargoatual na 3ª coluna da TABELA 1.

2º Passo: Veja o cargo correspon-dente na 5ª coluna e sua classe na4ª coluna da TABELA 1.

3º Passo: Localize na 1ª coluna daTABELA 2 o seu tempo total de ser-viço público (não é o que constano contracheque).

4º Passo: Veja a classe correspon-dente na 2ª coluna da TABELA 2(nível de capacitação I).

5º Passo: Identifique na TABELA 3para março de 2005 (step 3%) asua classe localizada no 2º passoda TABELA 1 (A, B, C, D, E).

6º Passo: Localize em ordem cres-cente o seu nível de capacitação.Veja exemplo na TABELA 3.

PASS

O A

PA

SSO

- NÍV

EL IN

TER

MED

IÁR

IO

Tabela 1: Tabela de Correlação dos Cargos Atuais para Nova Situação

Tabela 2: Tabela de Conversão – Tempo de Serviço no Cargo

Tabela 3: Tabela Salarial

NS

NS

2 Administrador E

NÍVEL SUBGRUPO DENOMINAÇÃO DO CARGO CLASSE DENOMINAÇÃO DO CARGO

2

Administrador

Antropólogo AntropólogoE

NS 2 Analista deSistemas

Analista deTecnologia da Informação

Tabela 1

2ª Coluna 3ª Coluna 4ª Coluna 5ª Coluna

E

1ª Coluna

Tabela 2

TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICOFEDERAL EM ANOS NO CARGO

PADRÃO DE VENCIMENTO DE CADACLASSE E NÍVEL DE CAPACITAÇÃO

26 14

28 15

27 14

1ª Coluna 2ª Coluna

Tabela 3

CLASSESVALOR

R$ 1.807,66I II III IV

BI II III IV

CI II III IV I II III IV I II III IV

R$ 1.861,89

A D

161615 13 12 11 10

11121314

PASS

O A

PA

SSO

- NÍV

EL S

UPE

RIO

R

R$ 1.917,74 15 14 13 12

OBS.: Suposição abaixo consi-derando um trabalhadorAnalista de Sistemas com 27anos de serviço público

1º Passo: Localize o seu cargo atu-al na 3ª coluna da TABELA 1.

2º Passo: Veja o cargo correspon-dente na 5ª coluna e sua classe na4ª coluna da TABELA 1.

3º Passo: Localize na 1ª coluna daTABELA 2 o seu tempo total de ser-viço público (não é o que constano contracheque).

4º Passo: Veja a classe correspon-dente na 2ª coluna da TABELA 2(nível de capacitação I).

5º Passo: Identifique na TABELA 3para março de 2005 (step 3%) asua classe localizada no 2º passoda TABELA 1 (A, B, C, D, E).

6º Passo: Localize em ordem cres-cente o seu nível de capacitação.Veja exemplo na TABELA 3.

E

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A relação entre os donosde trailers, quiosques, ban-cos, restaurantes e demaisestabelecimentos que ocu-pam áreas no Fundão e naUFRJ preocupa a Reitoria. Opróprio reitor, Aloísio Teixei-ra, admite o problema: “Te-mos uma situação de irregu-laridade da maioria dessespermissionários.” A Pró-Rei-toria de Planejamento e De-senvolvimento (PR-3), a Pro-curadoria e a Comissão deDesenvolvimento do Conse-lho Universitário estão fazen-do levantamento para buscara padronização dos contra-tos com os permissionários.

Há contratos vencidos,outros vigentes, porém emcondições inadequadas, e deacordo com o chefe de gabi-nete, João Eduardo Fonseca,toda a administração centralestá se mobilizando para re-gulamentar a situação, tantodos grandes quanto dos pe-quenos inquilinos. O levan-tamento será levado ao Con-selho Superior de Coordena-ção Executiva (CSCE) paraformulação de uma políticapara toda a universidade.“Vamos buscar uma forma deregularizar essa situação eestabelecer contrato padrãoe caminho para a licitação”,anuncia o reitor.

No CCSO decano do CCS, João

Ferreira, apresentou ofíciostrocados com a Procuradoriada UFRJ para informar a situ-ação do comércio no seu cen-tro. Segundo os ofícios, haviauma série de permissioná-rios sob “jurisdição” da de-cania em inadimplência. Aotomar posse em 2002, JoãoFerreira encontrou ações ju-diciais referentes à situaçãoque poderiam levar à impug-nação de novas licitações. Porisso optou por estabelecerpermissões de uso de curtoprazo, que podem vir a serrescindidas a qualquer mo-mento ou renovadas “com a

FUNDÃO

Comércio preocupa ReitoriaReitor aciona Procuradoria, Conselho e Pró-Reitoria para padronizar contratos com comerciantes

finalidade de, no aguardo dasdecisões judiciais em curso,interromper os abusos quevinham ocorrendo com fre-qüência por parte de pessoasdesconhecidas da comunida-de, as quais tomavam possee faziam uso ilegal dos quios-ques, colocando em risco asatividades do centro”.

No CTO decano do CT, Cláudio

Baraúna, instalou um marca-dor para medir o consumode energia em cada um dosestabelecimentos comerciais,inclusive nos bancos do seucentro. Como a luz é da UFRJ,o decano quer saber quantoa Universidade paga para ofuncionamento dos equipa-mentos de quiosques, res-taurantes e bancos. Esse dadovai complementar o estudoque vai apontar os proble-mas referentes aos permis-sionários, inclusive os relati-

Nas últimas semanas, a paisagem docomércio de alimentos no Fundão vemmudando. Os antigos trailers estão sendosubstituídos por redes mais organizadas eque desenham um patamar de organiza-ção empresarial mais sofisticado. E noFundão, diante da enorme carência deboas opções quanto à oferta de refeiçõesna UFRJ a custos razoáveis, qualquernovidade é bem aceita. Quiosques comnomes conhecidos como o Italian Tutti,“Mate Mania” passam a ocupar espaçosna Cidade Universitária em substituiçãoaos trailers antigos. Alguns estabelecimen-tos antigos receberam sócios para incre-mentar o negócio. No CCMN, o trailerVermelhinho ganhou toalhas quadricula-das e pratos italianos. No CT, um dosItalian divide o bloco H com o Pastel e

Caldo de Cana. No bloco A, sócios chine-ses oferecem caldo de cana no antigotrailer da Dulcinha. No CCS, além do Italianem frente ao HU, há o Rio 40 graus e oMate Mania no bloco L.

O empresário José Mário, dono dosquiosques Italian Tutti e sócio de algunsoutros, diz que seu investimento deu cer-to porque oferece comida boa a preçomais baixo que em restaurantes simila-res. No Italian do CCS, a massa e orefresco custam R$ 6,50. Ele paga R$1.600 pelo aluguel dos trailers maiores noCCS e R$ 800 pelos menores e explicaque tem seu contrato é com a decania doCCS.

Resta saber o que a universidade, queoferece o mercado para do negócio, ga-nha com o comércio.

'Trailer' com grife

vos aos contratos. O levanta-mento está sendo feito porele para a Comissão de De-senvolvimento do ConselhoUniversitário, que está estu-dando o assunto oficialmen-

te. Ele está tentando recupe-rar os contratos, a começarpelos do CT, para fundamen-tar uma padronização da re-lação com os permissioná-rios. De posse do estudo, o

corpo jurídico da UFRJ daráparecer e encaminhará asações necessárias. Baraúnaadianta que a esmagadoramaioria está mesmo comcontrato vencido.

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. Quiosques se multiplicam

COMÉRCIO VISTOSO. O que UFRJ ganha com isso?

Fotos: Niko Júnior

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APOSENTADOS

Na quarta-feira, dia 18, oSupremo Tribunal Federal(SPF) votou pela constitucio-nalidade do confisco dos ser-vidores públicos aposenta-dos, mas elevou o teto de isen-ção para R$ 2.508,72. Comoos aposentados e pensionis-tas da UFRJ foram beneficia-dos com uma liminar da Jus-tiça antes mesmo do inícioda cobrança da taxação, emmaio, devido ao mandado desegurança impetrado emabril pela assessoria jurídicado SINTUFRJ, agora resta àcategoria saber o seguinte:

Se os aposentados e pen-sionistas da UFRJ que ga-nham acima de R$ 2.508, 72,que é o novo teto da isenção,terão de pagar, através dedescontos retroativos nosseus salários, o que deixaramde contribuir desde maio,quando o imposto começoua vigorar.

Fala o advogadoO assessor jurídico do Sin-

dicato, André Viz, que cuidouda ação que livrou os apo-sentados da taxação até ago-ra, não sabe quantos benefi-ciados serão atingidos peladecisão do Supremo, a partirda ampliação da faixa de isen-ção. Em relação a um even-tual desconto retroativo, An-dré informou que essa é umaquestão com a qual ele vai sedeparar nas próximas sema-nas. Mas como a decisão temefeito vinculante, quem rece-be acima do piso de isenção,deverá ser descontado. Andréadmite que se trata de umaquestão polêmica. O gover-no vai devolver o dinheiroaos aposentados e pensionis-tas que foram descontadosdesde maio e que ganham

O que muda para osaposentados da UFRJ com a

aprovação do confisco pelo STFmenos do que R$ 2.508,72.

ExpectativaO advogado explicou que

a expectativa no momento sevolta para a publicação dadecisão do Supremo Tribu-nal sobre a taxação, que paravigorar vai depender da pu-blicação do acórdão no Diá-rio Oficial, o que deve ocor-rer dentro dos próximos dias.“Um acórdão pode levar até30 dias para ser publicado,mas como trata-se de umamatéria de interesse do go-verno, esse prazo pode ser re-duzido”. Ele disse tambémque os tribunais de instânci-as superiores, com sentençasque livravam os aposentadosda taxação, também devemser oficiados (informado ofi-cialmente) da decisão do STF.

Histórico do nosso casoA assessoria do Sindicato

entrou com mandado de se-gurança em abril contra a ta-xação dos aposentados epensionistas da UFRJ apro-vada pela reforma da Previ-dência Social. Antes do iní-cio da cobrança da contri-

Foto: ABr

Murillo de Carvalho dedicou suavida profissional à UFRJ, e só paroude trabalhar na Divisão de RecursosHumanos do Hospital UniversitárioClementino Fraga Filho em 1995,quando se aposentou. Murilo consi-derou como “uma grande desilusãopara a categoria” o Supremo Tribu-nal Federal aprovar o que queria ogoverno federal, que é a cobrança dacontribuição previdenciária dos ser-vidores inativos. A decepção dos téc-nicos-administrativos, segundo Mu-rillo, não muda com a elevação do

buição em maio, a Justiçaconcedeu liminar ao manda-do. Em 12 de julho, o juiz da27ª Vara Federal, Washing-ton Juarez de Brito Filho,considerou procedente omandado de segurança eproferiu sentença determi-nando a isenção da taxação.Agora, com a decisão do STF,instância máxima, a senten-

ça será reformada.

Governo pressionouO pronunciamento do

Supremo foi provocado poruma ação de inconstitucio-nalidade movida pelo Minis-tério Público. A ação defen-dia a tese segundo a qual ataxação era inconstitucional(portanto, ilegal) porque fe-

riria direitos adquiridos. Ojulgamento do STF começouem maio, com o governoperdendo de 2 a 1 na vota-ção. Diante disso o Paláciodo Planalto pressionou e acontinuidade do julgamen-to foi transferida para maio.O governo ganhou tempo,pressionou os ministros eganhou a parada.

teto de isenção para R$ 2.508,00.O aposentado define a política do

atual governo como casuística edesprovida de planejamento para odesenvolvimento do país e a melho-ra das condições de vida da classetrabalhadora. “Acho que esse go-verno se esqueceu das idéias quedefendia e também os deputados.Pois os mesmos que obstruíam noCongresso Nacional as votaçõespara cobrança de contribuição dosaposentados, no governo de FHC,aprovaram agora esse absurdo.”

Para o aposentado, a taxação éinconstitucional e injustificável. “Elespassaram por cima da lei e da Cons-tituição, punindo aqueles que contri-buíram uma vida inteira para cons-truir um fundo de aposentadoria. E,ainda por cima, usarão esse dinhei-ro para cobrir o rombo atual da Pre-vidência Social, causado pelo pró-prio governo, que deixou de reco-lher a sua parte e pelos sucessivosdesvios praticados pelos poderososdesse país. Essa é a coisa maisescandalosa que eu já vi.”

A decepção com o governo e a justiça

COM O REI NA BARRIGA. "Sábios" ministros do STF votaram contra os aposentadosS

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VargasHISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE

Vargas e a EducaçãoAté o fim da década de 1920, só as elites tinham acesso à

educação. O analfabetismo beirava os 68% da população emidade de freqüentar a escola. Não existia, até então, o Ministérioda Educação, uma área, assim como a saúde, abandonada peloImpério e pela República Velha (como ficou conhecido o perío-do que antecedeu Vargas). “Somente na chamada Era Vargas,que teve início em 1930, a educação nacional ocupou lugar dedestaque, sendo entendida como instrumento de formação dopovo brasileiro e do próprio sentimento de nacionalidade” –afirmou a professora e pesquisadora da Faculdade de Educaçãoda UFRJ, Libânia Xavier. “A existência de um sistema nacional deensino, hoje, constitui o legado fundamental de Vargas para aEducação brasileira.”

A professora do Departamento de Sociologia da Uerj, HelenaBomeny, que também integra o Centro de Pesquisa e Documen-tação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), comple-menta informando que foi Getúlio Vargas quem institucionali-zou a verba para a Educação e criou a saúde pública.“O enfrenta-mento dessa distorção histórica, o analfabetismo, só seria possí-vel com investimento regular e maciço em Educação”. Assim,nasceu o Fundo Nacional do Ensino Primário e vigorou, tam-bém por decreto, o adicional de 5% nas taxas do imposto sobreconsumo que incidem sobre as bebidas até hoje.

Um problema nacionalDesde o início da Era Vargas, a concepção de Educação como

problema nacional serviria, segundo Libânia Xavier, para justifi-car uma intervenção cada vez mais intensa do governo federalnos diferentes níveis de ensino. A centralização do aparelhoeducativo transformou a educação escolar em instrumento dedisseminação do nacionalismo. Para isso, o Estado contava como Departamento de Propaganda, que atuava pedagogicamenteda música, educação física, cinema e rádio. “O canto orfeônicodesempenhou um forte papel na educação pública. O maestroVilla-Lobos regia centenas de pessoas, em ginásios, estádios defutebol e praças públicas, incorporando cantos tradicionais daárea rural à música erudita.”

Do secundário ao superiorLevantamentos deixados pelo ministro da Educa-

ção Gustavo Capanema, da Era Vargas, que foram apre-sentados por Helena Bomeny, revelaram como o ensinosecundário era restrito a uns poucos privilegiados. Em1930, existiam menos de 100 estabelecimentos em todo opaís, com matrículas inferiores a 50 mil alunos. Os profes-sores não eram registrados nem preparados para a fun-ção, e os exames eram feitos por bancas organizadas pelogoverno federal. A primeira reforma nesse segmento ocor-reu um ano depois. Já em 1945, eram 826 escolas secun-dárias e 210 mil alunos.

Mas o ápice do processo de reformas educativas deVargas se deu com a remodelação do ensinosuperior.“Sem um plano de conjunto que contemple en-sino, pesquisa, conhecimento, cultura, integração, em am-biente propício e materialmente aparelhado, com profis-sionais preparados e com competências estabelecidasnão era possível falar de universidade”, assim definia oseu projeto o ministro da Educação, Gustavo Capanema,em 1934. Em 1937 foi criada nova Universidade do Brasil.

VargasUm seminário para marcar os 50 anos do suicídio deGetúlio Vargas (24 de agosto de 1954) movimentou ocampus da Praia Vermelha na semana passada. O

Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJreuniu especialistas para uma reflexão sobre olegado da Era Vargas – um período que iniciouuma nova etapa na história do país. GetúlioVargas rompeu com as estruturas da República

Velha, cujo poder emanava dos barões docafé, e conduziu o início da industrializaçãono país. Na construção desse novo cenário,

modernizou o aparato do Estado com acriação de ministérios e uma nova agenda

capaz de absorver as necessidades de umoperariado emergente. Trata-se de umpersonagem polêmico que caminhou entreextremos: perseguiu comunistas como ditadorno seu primeiro período de poder (de 1930 a1945) e foi empurrado ao suicídio pelaspressões de setores da elite brasileira ligadas

ao imperialismo norte-americano – depois de terretornado à presidência em 1950 através de

eleições. Criou os ministérios do Trabalho, daEducação, a CLT (o documento que até hoje

rege as relações trabalhistas) e a Petrobrás.O Jornal do SINTUFRJ

acompanhou parte dosdebates na Praia

Vermelha. Vejaos relatos.

UFRJ realiza seminário paramarcar o cinqüentenário damorte de Getúlio VargasA ERA

PRAIA VERMELHA. Reflexão sobre uma era que mudou o país

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HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE

A legislação trabalhista,a carteira de trabalho e o sa-lário mínimo viraram íco-nes da Era Vargas. A Conso-lidação das Leis do Traba-lho (CLT) sobreviveu a 20anos de ditadura militar e àelaboração de uma novaConstituição (a de 1988, emvigência). Esta legislação,que organizava as relaçõesde trabalho, trazia no seubojo mecanismos autoritá-rios, que dava todo poderao Estado sobre os sindica-tos, que não tinham auto-nomia. Quando um sindica-to incomodava, o governointervinha e indicava al-guém de confiança – o go-verno inventou a figura dopelego. Foi nesse caldeirãoque as professoras ElinaPessanha, Eli Diniz e a his-toriadora Maria Helena Ca-pelato meteram a colher,em um dos debates que dis-cutiu sindicalismo, traba-lhismo e populismo no go-verno Vargas. Esta últimacategoria traduz o método aque recorria Getúlio paragarantir apoio das massas eda mobilização popular.

GOVERNO DURO - A pro-fessora Eli Diniz faz julga-mento duro da postura deVargas nesta questão. “As for-mas de representações autô-nomas dos trabalhadorespré-1930 foram sufocadasmediante censura e perse-guição”, disse. A lei de sindi-calização criada no governoVargas, por exemplo, obriga-va todos os sindicatos a sefiliarem ao Ministério do Tra-balho. Essa obrigação subor-dinou os sindicatos ao gover-no e representou o fim daautonomia sindical.

Durante o Estado Novo,período ditatorial do gover-no Vargas, vários sindicatostiveram seus registros cance-lados e outros tiveram suasdiretorias dissolvidas. Em seulugar foram colocadas pes-

Pelego nasceucom Getúlio

soas de confiança do gover-no, os chamados pelegos. Foicriado, também, o sindicatoúnico por categoria e proibi-dos greves e protestos.

“Houve muita repressãoe sindicatos foram fechados.Muitos sindicatos não seadaptaram e ficaram fora dosistema para manter seusideais. Outros, com o tem-po, se adaptaram, mas nãose tornaram passivos”, re-gistrou Elina Pessanha.

EMPRESÁRIOS LEVAM AMELHOR - A professora EliDiniz disse que o governo tra-tava de forma diferenciadaassociações de empresáriose de trabalhadores. “Os inte-resses dos empresários eramfavorecidos, pois a eles eramconcedidas maior liberdadee autonomia que aos traba-lhadores. Enquanto os em-presários conseguiam man-ter suas associações ao ladodas estruturas corporativasdo Estado, os trabalhadores

foram incorporados à estru-tura do Estado e sofreram umcontrole muito maior”, disseEli Diniz.

ADORADO PELOS TRA-BALHADORES - Mesmo comtodo autoritarismo e repres-são que marcaram seu gover-no, Getúlio Vargas foi adora-do por muitos brasileiros.Impulsionado pelos apare-lhos de propaganda do Esta-do, que difundiam uma ima-gem favorável do governo,Getúlio incorporou a figurado “pai dos pobres”. Segun-do as debatedoras, a adora-ção a Getúlio Vargas está li-gada ao caráter populista deseu governo.

“O governo Vargas foi con-siderado populista, que é re-presentado por um Estado fortecom um líder em contato comas massas. É no período do Es-tado Novo em que é maior acaracterização do populismo”,afirmou a historiadora MariaHelena Capelato.

Lula x VargasGetúlio Vargas implantaria a reforma

universitária proposta pelo governo Lula,que desincumbe o Estado do seu papel definanciador do ensino superior no país?

O professor emérito da Universidade Federal de MinasGerais, Carlos Roberto Jamil Cury, que leciona no curso demestrado da PUC-Rio e há oito anos é membro do Conse-lho Nacional de Educação, responde:

“A Era Vargas recebeu como herança do Brasil do Impé-rio e da Velha República uma concepção de universidadeque só faz sentido como pública. Não era impedida a exis-tência de faculdades privadas, embora fosse muito difícilobter a autorização, Naquela época a questão era a institu-cionalização jurídica da universidade, mas, hoje, a discus-são já não é mais essa, é sobre recursos. Os oito anos deFHC no poder propiciaram uma brutal expansão do siste-ma privado, e isto é uma conseqüência de o governo atualpensar em reforma universitária.”

EM BUSCA DA HISTÓRIA. Centenas de estudantes,funcionários e professores se mobilizaram para descobrira importância de Getúlio Vargas para a modernização dasociedade

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Venezuela antiimperialista

Polícia bate em manifestantesO ato contra a reforma universitária, puxado pelo Fórum Fluminense de

Lutas, Conlute, DCE-UFRJ e centros acadêmicos de outras universidadespúblicas do Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto, terminou num violentochoque entre a polícia e os manifestantes no coração do Cidade. A concentra-ção para o ato foi no Largo de São Francisco, em frente ao Instituto deFilosofia e Ciências Sociais da UFRJ. De lá, cerca de 400 pessoas, entreestudantes e servidores, partiram em direção à sede do Ministério da Educa-ção pela Avenida Rio Branco e interditaram o trânsito por alguns minutos. OConselho Universitário da UFRJ divulgou nota condenando as agressõessofridas pelos manifestantes.

Já havia uma grande quantidade de policiais militares esperando na

entrada do MEC quando o movimento chegou ao pátio do prédio. “Nãoestava claro sobre o que iríamos fazer, se exigiríamos uma audiênciacom o Willian Campos ou se faríamos apenas o ato no pátio.” SegundoJuliana, a polícia já havia se excedido na atuação, lançando jatos despray de pimenta antes da chegada do secretário. “Quando algunsestudantes cercaram o secretário e forçaram a entrada no MEC à polí-cia veio para cima da gente com muita violência, batendo demais comcassete, mas antes disso já tinha usado a pimenta para reprimir amanifestação.”

Vários companheiros do SINTUFRJ, como Agnaldo, Paulinho, Zé Carlos eSimone, participaram da manifestação.

"Chávez iniciou o combate ao analfabetismo, promoveu a reforma agrária, investiu na saúde dapopulação e possibilitou a venda direta do pequeno produtor aos consumidores"

Desde que foi eleito pelapopulação da Venezuela, em1998, Hugo Chávez teve deenfrentar três tentativas degolpe para tirá-lo do poder. Aoposição às suas reformas debase conta com o apoio ex-plícito dos americanos. Em2002, a embaixada dos Esta-dos Unidos organizou umgolpe militar e afastou Chá-vez do Palácio Miraflores por48 horas. Até que a popula-ção entrasse em cena ven-cendo os golpistas. No anoseguinte, uma greve patro-nal-petroleira tentou deses-tabilizar economicamente opaís e derrubar o presidente.Mas os trabalhadores conse-guiram vencer os golpistas daestatal PDVS. Por último, foiorganizado de forma fraudu-lenta um plebiscito para co-locar em xeque o governo,reduzindo o seu mandato.

O jornalista Mário Augus-to Jakobskind, recém-chega-do da Venezuela, onde atuoucomo representante da Asso-ciação Brasileira de Impren-sa (ABI) junto com outras per-sonalidades internacionaiscomo observador do referen-do popular, falou ao Jornaldo SINTUFRJ sobre suas im-pressões políticas a respeito doque aconteceu naquele país.Jakobskind foi convidado peloConselho Nacional Eleitoral epermaneceu seis dias na Ve-nezuela. O plebiscito aconte-ceu no dia 15 de agosto e 8milhões de eleitores foram àsurnas. Hugo Chávez foi confir-

mado no governo por 60% doseleitores. Apesar de o voto nãoser obrigatório naquele país,apenas 27% dos votantes nãocompareceram às urnas. Semdúvida uma vitória incontes-tável.

DEMOCRACIA - Para Má-rio Augusto, a Venezuela éhoje um exemplo para toda aAmérica Latina. “Tive a opor-tunidade de assistir ao pro-cesso mais democrático quejá havia visto em toda a mi-nha vida. Uma democraciaparticipativa, com o povo

exercendo seu direito nas ur-nas de forma ordeira e pacífi-ca. Algo único na América La-tina”, disse. Segundo o jor-nalista, ninguém esperava ocomparecimento tão grandede eleitores; e as falhas apon-tadas na organização do plei-to foram por conta disso.

Com esta vitória, MárioAugusto acredita que o presi-dente Hugo Chávez terá totallegitimidade e apoio popu-lar para realizar suas refor-mas. “A revolução de Cháveznada mais é do que um pro-

jeto antiimperialista. Lá elesdizem que é Chávez contraBusch”, disse. A expectativa,segundo o jornalista, é queagora os venezuelanos come-çarão a escrever uma novaetapa da sua história. “Há 40anos o poder naquele paísesteve nas mãos das oligar-quias e o povo sendo massa-crado. Uma prova disso é que80% da população é de po-bres”, enumerou.

CAPITALISMO MAIS HU-MANO – Mário Augusto anali-sou o projeto de reformas de

Hugo Chávez e concluiuque seu projeto não é so-cialista: “É um projeto decapitalismo mais humano,se é que isso é possível.Com ele o governo já ini-ciou o combate ao analfa-betismo, promoveu a re-forma agrária, investiu nasaúde da população e pos-sibilitou a venda direta dopequeno produtor aosconsumidores.” Ele acre-dita que Chávez agora iráradicalizar na implantaçãodo seu projeto.

OBSERVADOR. Jornalista Mário AugustoJakobskind acompanhou o referendo em

Caracas e se disse impressionado com aliderança de Chávez

ReformaUniversitária