novembro de 2008 ano xx nº 839 seg 3 ter 4 qua 5 qui 6 … · 2 – jornal do sintufrj a serviço...

8
NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 SEX 7 SÁB 8 DOM 9 sintufrj.org.br [email protected] Governo mostra sua verdadeira cara à categoria Fotos: Niko e Agência Brasil - Montagem: Luís Fernando Couto Show em homenagem ao Dia do Servidor A Reitoria da UFRJ e a COPPE convidam a comunidade universitária para a grande festa da música popular brasileira que acontecerá sexta-feira,7, às 16h, em homenagem ao Dia do Servidor Público. O evento é organizado pela PR 4 e pelo Grêmio dos Funcionários da COPPE e conta com o apoio do SINTUFRJ e o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Ações judiciais ameaçadas Fim do step constante e ameaça de rompimento do acordo para reajuste em 2009 Veja a programação: Veja a programação: Veja a programação: Veja a programação: Veja a programação: Abertura: Chorinho com o Conjunto Sarau composto pelos músicos Bruno Rian (bando- lim), Aline Silveira (flauta), Sérgio Prata (cavaquinho), André Bellieny (violão) e Agenor (pandeiro). O O show de MPB contará com a participação dos dançarinos da Oficina de Música do SINTUFRJ. Repertório com clássicos de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldyr Azevedo Chiquinha Gonzaga e muito mais. Depois do chorinho samba de raiz com Adilson Bispo, Wanderley Monteiro, Efson e Paulinho Resende acompanhados de um naipe de músicos das melhores rodas de samba do Rio. Imperdível! Sexta-feira, 7 de novembro, a partir das 16 horas no Grêmio dos Funcionári- os da COPPE. Categoria, em todo o país, responde com paralisação e atos dias 5 e 6, sob a liderança dos seus Sindicatos e da Fasubra Portanto, companheiros, na quarta-feira, 5, e na quinta-feira, 6, a UFRJ vai parar. Nosso calendário de luta: Dia 5, às 10h – assembléia-ato no hall da Reitoria. Dia 6, às 10h – ato conjunto na Praia Vermelha: UFRJ, UFF, Rural e UniRio. Página 5

Upload: others

Post on 24-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 SEX 7 SÁB 8 DOM 9 sintufrj.org.br [email protected]

Governo mostra suaverdadeira cara à categoria

Fotos: Niko e Agência Brasil - Montagem: Luís Fernando Couto

Show em homenagemao Dia do Servidor

A Reitoria da UFRJ e a COPPE convidam a comunidade universitária para agrande festa da música popular brasileira que acontecerá sexta-feira,7, às 16h, emhomenagem ao Dia do Servidor Público.

O evento é organizado pela PR 4 e pelo Grêmio dos Funcionários da COPPE econta com o apoio do SINTUFRJ e o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Ações judiciais ameaçadas Fim do step constante e ameaça de rompimento do acordo para reajuste em 2009

Veja a programação:Veja a programação:Veja a programação:Veja a programação:Veja a programação:Abertura: Chorinho com o Conjunto Sarau composto pelos músicos Bruno Rian (bando-

lim), Aline Silveira (flauta), Sérgio Prata (cavaquinho), André Bellieny (violão) e Agenor(pandeiro). O O show de MPB contará com a participação dos dançarinos da Oficina deMúsica do SINTUFRJ. Repertório com clássicos de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, WaldyrAzevedo Chiquinha Gonzaga e muito mais.

Depois do chorinho samba de raiz com Adilson Bispo, Wanderley Monteiro, Efson ePaulinho Resende acompanhados de um naipe de músicos das melhores rodas de samba doRio.

Imperdível! Sexta-feira, 7 de novembro, a partir das 16 horas no Grêmio dos Funcionári-os da COPPE.

Categoria, em todo o país, responde com paralisação e atos dias 5 e 6,sob a liderança dos seus Sindicatos e da Fasubra

Portanto, companheiros, na quarta-feira, 5, e na quinta-feira, 6, a UFRJ vai parar. Nosso calendário de luta:Dia 5, às 10h – assembléia-ato no hall da Reitoria.Dia 6, às 10h – ato conjunto na Praia Vermelha: UFRJ, UFF, Rural e UniRio.Página 5

Page 2: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Nivaldo Holmes, Ednea Martins e Jonhson Braz / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenação de Comunicação/ Edição: Luiz Carlos Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Silvana Sá / Secretária: Katia Barbieri / Projeto Gráfico: Luís FernandoCouto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Cícero Rabello / Revisão: Roberto Azul / Tiragem:11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados daCoordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CNPJ:42126300/0001-61

Coppead e Escola Politécnica:QUALIFICAÇÃO

vagas em cursos para a categoriaPoucos técnicos-admi-

nistrativos sabem, mas o Ins-tituto Coppead de Pós-Gra-duação e Pesquisa em Ad-ministração da UFRJ e a Es-cola Politécnica garantemvagas em seus cursos latosensu (extensão, MBA, qua-lificação) para os profissio-nais da universidade e semnenhum custo para o aluno.Isso ocorre por iniciativa dosdirigentes dessas unidades,já que não existe por parteda Reitoria uma política ins-titucional que torne essa prá-tica obrigatória.

A Coppead oferece, anualmen-te, cinco vagas para os trabalhado-res da UFRJ em seus cursos de MBAe de Formação. Já a Escola Politéc-nica é mais generosa: a oferta é dequatro vagas por turma, e normal-mente, como é o caso no momen-to, são mais de 30 turmas em an-damento. “Foi uma decisão denossa Congregação”, informou odiretor da unidade, Ericksson Al-mendra. São também contempla-dos pela Politécnica funcionáriosdo Estado, Município e pessoas decomunidades.

Fique de olhoFique de olhoFique de olhoFique de olhoFique de olhoDe acordo com a responsável

pela Coordenação de Desenvolvi-mento Profissional (Codep), da

tação dada em relação à Coppead:entrar no site e garimpar informa-ções acessando o link Extensão. Oendereço eletrônico éwww.poli.ufrj.br. A assistente ad-ministrativa da Diretoria Adjuntade Desenvolvimento e Extensão(Dade), Dulce Azevedo, deu boasdicas. Ela listou, por exemplo, al-guns dos cursos que estão ainda porser realizados pois dependem de for-mar turma.

De Extensão em Engenharia eGestão Estratégica de Serviços é umdeles, como também Gestão deObras Civis, TV Digital, entre ou-tros. Entre os cursos mais procura-dos destacam-se três direcionados aáreas de petróleo: Exploração e Pro-dução de Petróleo no Mar; Práticade Manutenção por Análise de Vi-bração em Indústrias Navais eOffshore; e Segurança em Unida-des de Produção de Petróleo no Mar.Todos eles têm duração de um mês.

Os cursos lato sensu (1 a 2anos de duração) mais procuradose com início em outubro são: Se-gurança do Trabalho; Gestão emSegurança, Meio Ambiente e Saú-de; Tecnologia de Informação emGestão Estratégica de Programas eProjetos; e Gestão Estratégica daInformação.

Resta agora ir à luta pelos cur-sos, companheiros.

UFRJ, Rita Anjos, cabe ao própriofuncionário ficar atento aos cursosque serão ministrados pela Coppe-ad. Se algum for de seu interesse,ele deve se inscrever via Internet,bastando para isso acessar o [email protected] fazer sua busca.

A partir daí a rotina é a seguin-te: A Codep é informada pela PR-4que o funcionário tal está interes-sado em fazer o curso; essa infor-mação é passada por memorandoà Coppead. O inscrito faz a prova deseleção do curso. Sendo aprovado,começa a estudar.

Segundo Rita, quando as aulassão no horário de trabalho, o servi-dor tem que pedir sua liberação aodiretor da unidade.

Há dois anos a Coppead garanteas cinco vagas anuais em seus cursospara funcionários da UFRJ. Os MBAsmais procurados são na área de Ges-tão, como Finanças, Marketing etambém de Executivo em Saúde. Acarga horária deles varia entre 16,160 e 360 horas, e os preços para osmortais comuns vão desde R$2.450,00, R$ 7.900,00, a mais de R$20 mil. Quem não pode pagar àvista pode parcelar em até 10 vezes.

PolitécnicaPolitécnicaPolitécnicaPolitécnicaPolitécnicaO diretor da Politécnica, Ericks-

son Almendra, explica que as vagaspara os técnicos-administrativos sãoentregues à Pró-Reitoria de Pessoal,que faz a distribuição levando emconsideração a política de pessoalda instituição. A Pró-Reitoria de Gra-duação fica responsável pelas vagasdestinadas ao Estado e Município, ea Pró-Reitoria de Extensão pelas va-gas para pessoas de comunidades.Os cursos da Politécnica custam tãocaro quanto os da Coppead, mas,nestes casos, os escolhidos tambémnão pagam nada.

Para achar o curso do seu inte-resse na Escola Politécnica, o funci-onário deve seguir a mesma orien-

RITA ANJOS: funcionários têm que ficar atentosà oferta de cursos

Fot

o: C

ícer

o R

abel

lo

Concurso de curta-metragem

Encontro de Pacientes do HUCFFEsta é a sétima edição do evento, que tem como tema “Cidadania e

Responsabilidade Social”. Será nos dias 10, 11 e 12 de novembro no auditórioHalley Pacheco, 8º andar, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho(HUCFF). No primeiro dia o horário é das 10h às 12h50 e no segundo, das 8h45às 11h45. No terceiro dia o evento será no subsolo do HU. A realização é daComissão de Direitos do Paciente e da Coordenação de Políticas Institucionaisde Humanização do HUCFF e tem o apoio do SINTUFRJ.

O Concurso de Filmes Espontâneos: Curta o Flagra é umapromoção da Prefeitura de Niterói, através da Secretaria de Cultu-ra/Fundação de Arte de Niterói. O objetivo é incentivar a produçãoindependente de filmes de curta-metragem brasileiros, com dura-ção de até três minutos, realizados em qualquer mídia. As inscri-ções são gratuitas e foram prorrogadas até 15 de novembro. Serãoselecionados 20 filmes, e os três melhores serão premiados.

O tema é livre e cada interessado poderá inscrever até trêsfilmes diferentes, sendo que pelo menos um deverá privilegiar

uma locação em Niterói. Podem ser inscritos filmes queapresentem imagens de internet, fotos, cartões-postais, ima-gens de arquivo, entre outros materiais que remetam à cida-de. A exibição e a festa de premiação será no Teatro Popular deNiterói, dia 29 de novembro.

Mais informações e o edital estão disponíveis na sede daSecretaria Municipal de Cultura de Niterói, pelo telefone2621-5050, ramal 210/213, ou através do sitewww.culturaniteroi.com.br/curtaoflagra.

O desconto maior efetuado no contracheque dos aposentados no mês de outubro/2008 foi referenteao 13º salário do ano de 2007, que na ocasião deixou de ser descontado devido o SINTUFRJ aindanão ter se recadastrado no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

APOSENTADOS

FGTSFGTSFGTSFGTSFGTS

Ação da 29ª Vara FederalO SINTUFRJ está convocando todos os sindicalizados que participam da ação do FGTS da 29ª Vara Federal e

que ainda não receberam o valor dos expurgos do FGTS na Caixa Econômica Federal, a comparecer na sede esubsedes da entidade para firmarem novo instrumento de autorização, procuração e declaração de não recebi-mento. O propósito disso é viabilizar o prosseguimento da ação para esses sindicalizados. A ação agora épatrocinada pelo escritório André Viz Advogados & Associados.

A listagem contendo os nomes dos participantes da 29ª Vara Federal está disponível para consulta na sede esubsedes do SINTUFRJ.

Page 3: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 3

CUT e Sindicato garantem formação de militantesENTIDADES

Formação política está na or-dem do dia no SINTUFRJ, e quemtem participado dos cursos patroci-nados pela CUT-RJ e ministradosna subsede sindical no HU, no Fun-dão, garante que fazem a diferençana luta cotidiana da categoria. Nosdias 20 e 21 de outubro, 25 técni-cos-administrativos e dois funcio-nários do Sindicato se deram aoprazer de mergulhar na história dosindicalismo brasileiro, esmiuçaro capitalismo e aprender a fazeruma análise de conjuntura emcima dos fatos. E ainda houve tem-po para assistir ao filme Linha deMontagem, que discute a crise eco-nômica no Brasil no fim dos anos70 e em 1980, e como os trabalha-dores reagiram a ela – período doressurgimento do movimento sin-dical, na ditadura militar – e depraticar, na oficina de oratória,como falar corretamente em pú-blico.

Quem administra os cursos é oprofessor da Faculdade de Educa-ção da Uerj e assessor de formaçãoda CUT-RJ, Helder Molina. Numalinguagem de fácil entendimento,utilizando apostila e recursos au-diovisuais, e com muito dinamis-mo, ele ensinou, desta vez, comosurgiu o capitalismo, e abordouquestões como trabalho assalaria-do, as diferentes formas de traba-lho, classes sociais e como se dá aluta de classes. O surgimento daluta dos trabalhadores e o movi-mento operário no período da Re-volução Industrial e suas caracte-rísticas: produção mecânica, subs-tituição da produção braçal e a pro-dução de mercadorias para atenderem larga escala mercados consu-midores, e como isso aumentou ocontrole e a subordinação do tra-balhador aos interesses do capital.

O curso foi encerrado com osurgimento do trabalho assalaria-do no Brasil: transição da escravi-

dão para a República, construçãoda primeira luta e organização ope-rária, principalmente com a che-gada dos imigrantes, a contribui-ção dos anarquistas e comunistaspara a formação dos sindicatos edo movimento sindical no país, arelação do Estado Novo com o tra-balho – direitos trabalhistas, atre-lamento da estrutura sindical aoEstado –, panorama geral dos sin-dicatos e do movimento sindicalno período da urbanização brasi-leira (décadas de 40 e 50) e o quefoi a ditadura militar e o que elatrouxe de retrocesso e repressão, e aconcentração de renda.

Prazer de aprenderPrazer de aprenderPrazer de aprenderPrazer de aprenderPrazer de aprenderA assistente de administração

do SINTUFRJ, Cida Oliveira, fez ocurso pela segunda vez. “O cursonos dá noção de coisas que a gentenão tinha. Valoriza o sindicato, aimportância dos trabalhadoresirem às assembléias. Percebi tam-bém como somos fantoches do ca-pitalismo e me emocionei com ofilme Linha de Montagem, quemostrou a luta dos operários doABC numa época em que não ti-nham infra-estrutura adequadapara reagir ao patrão, e compareicom a nossa categoria, que temtudo e não faz nada”, observou.

Já Wagner Silva dos Santos,também da administração do SIN-TUFRJ, assistiu às aulas do profes-sor Molina pela primeira vez e ga-rante que, se tiver oportunidade,

dará continuidade a sua formaçãopolítica. “Assim como a Cida, fuiconvidado pela administradora doSindicato, a Solange, e só tenho aagradecê-la por isso. Trabalho a trêsanos na entidade, mas só agoracompreendi o que foi a luta dostécnicos-administrativos ao longode anos para garantir o que temoshoje. Se não tivessem lutado peloideal deles, não teríamos o SINTU-FRJ”, afirmou.

“Gratificante, pois resgata ahistória do nosso Sindicato e dopaís”. Assim definiu o curso o au-xiliar de enfermagem do HU, Mar-celo Guedes de Araújo. “Aprendimuita coisa que tenho certeza vouusar no futuro”, resumiu. LedaCarvalho, secretária do IPPMG, só

lamentou as poucas horas de apren-dizado. “Dois dias é pouco tempopara se aprender tanta coisa. Queromais”, disse.

A maioria que participou docurso enfrentou o mau humor daschefias na hora da liberação dotrabalho. Uma prova de que, infe-lizmente, os técnicos-administra-tivos da UFRJ ainda têm muito alutar pelo direito ao saber. Umareunião de confraternização comdoces e refrigerantes e apresentaçãodos alunos e professores da Oficinade Dança do SINTUFRJ marcou oencerramento do curso. Aguardem,pois vem aí nova temporada de cur-sos, avisa a Coordenação de Educa-ção, Cultura e Formação Sindicaldo SINTUFRJ.

DINÂMICAS DO CURSO. Sentados, em roda, utilizando microfone, assistindo a filme ou debatendo – assim a história foi sendo ensinada

Foto: Cícero Rabello

A Fasubra Sindical estuda sefiliar a duas entidades internaci-onais: Confederação de Trabalha-dores nas Universidades das Amé-ricas (Contua) e Interna-cional do Serviço Público (ISP). Aprimeira ainda está sendo criadae abrangerá os trabalhadores dasuniversidades públicas de toda aAmérica – incluindo Canadá eEstados Unidos. Já a ISP é umórgão que aglutina os servidores

públicos em todo o mundo, temsede na França e existe desde 1907.“Acreditamos que estas entidadestêm muito a acrescentar às nossasdiscussões e às nossas lutas”, disseo coordenador-geral da Fasubra,João Paulo Ribeiro.

O objetivo da Federação com ainiciativa é socializar as informa-ções entre os trabalhadores e de-fender as principais bandeiras dasuniversidades públicas em todo o

mundo. O debate já acontece naFasubra, mas a coordenação-geralprepara documento a respeito paradistribuir às bases. “A importânciade se filiar a estas entidades, o pa-pel dos trabalhadores brasileiros,tudo será objeto de discussão comas bases. Pretendemos fazer umamplo debate”, afirmou Ribeiro.

Bases decidemBases decidemBases decidemBases decidemBases decidemQuem decidirá sobre a filia-

ção da Fasubra à ISP e em aju-dar a montar a Contua são asbases da Federação, emboraJoão Paulo Ribeiro afirme quetoda a direção da entidade jáestá convencida de que dar es-ses passos é fundamental paraenriquecer e ampliar o debatepolítico na categoria.

A Fasubra participou doprimeiro encontro de forma-ção da Contua, no mês de

maio, na Argentina, com repre-sentantes de universidades de 15países das Américas. O congres-so de criação da Contua já estámarcado para março de 2009.“A base dirá se é interessante parao Brasil participar do processode criação da confederação, mas,independentemente de nossaparticipação, a Contua será cri-ada no ano que vem”, afirmouJoão Paulo.

Fasubra estuda filiação à ISP e Contua

Page 4: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

4 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

SUPERENDIVIDADOS Consumidor não é oúnico culpado

Na segunda matéria da série so-bre superendividamento, tema abor-dado no seminário organizado pelaOuvidoria da UFRJ no dia 17 deoutubro, as juízas do Tribunal deJustiça do Rio Grande do Sul, KarenBertoncello e Clarissa Lima, apre-sentaram o projeto piloto que de-senvolvem de tratamento de supe-rendividados.

Desde 2006, as duas atuam namediação de dívidas. O trabalho par-tiu de pesquisa em 2004 da UFRGS eda Defensoria Pública, e busca acriação de mecanismos para a rene-gociação.

Segundo Karen, da Comarca deCharqueadas, região metropolitana dePorto Alegre, o endividamento é a im-possibilidade global de o devedor –pessoa de boa-fé – pagar todas as suasdívidas. Diante de uma pesquisa quedemonstrou o caso de muitas pessoasem desespero, foi constatado que é pre-ciso criar iniciativas de conciliação eresolução pacífica do conflito.

Ela conta que há legislação espe-cífica em vários países do mundopara esses casos e que, no Brasil, aDefensoria Pública do Rio de Janeiroe o Procon paulista também já pro-movem iniciativas de negociação ex-trajudiciais. “Não é justo que a socie-dade encoraje o crédito e se exima dasconseqüências”, pondera, comentan-do que muitas vezes há oferta irres-ponsável de crédito, sem consulta aocadastro de inadimplentes.

Tipos de endividadosTipos de endividadosTipos de endividadosTipos de endividadosTipos de endividadosNa classificação dos superendivi-

dados há o devedor consciente, sabe-dor da impossibilidade de pagar; oinconsciente, vítima do mercado,diante da oferta excessiva de crédito,como o do tipo consignado e até pelainternet; e, por fim, o passivo, aqueleque é involuntário, envolvido em si-tuações como divórcio, redução darenda, doença, morte ou desemprego.

Estatísticas mostram que, entreos devedores, 20% sofreram separaçãoou divórcio, 29% ficaram desem-pregados, 19% têm despesas maiorque a renda, 17% tiveram redução darenda e 8% passaram por casos dedoença ou morte. “São situações quecausam endividamento passivo. Hámuitos de nós superendividados”, re-conhece.

Segundo Clarissa, da Comarca deSapucaia do Sul, há tradicionalmen-te a visão de que somente o sujeito éresponsável pela sua situação: “comose não fizesse parte de um mercadoque estimula a oferta de crédito”, diz,explicando que o drama afeta até oambiente de trabalho.

Mas essa concepção, da respon-sabilidade exclusiva do indivíduo,começa a ser revista com o processode renegociação. “As dívidas podemestar vencidas ou não, mas o indiví-duo vislumbra que não vai maisconseguir pagar. Ele se endividouporque perdeu o emprego e não con-segue se reempregar. Nestes casos,não há lei ou remédio judicial”,

comenta Clarissa.O ajuizamento de ações, na ava-

liação de Clarissa, pode até estancarpor algum tempo a situação. Mas aação revisional é apenas com relaçãoa um credor, e o consumidor volta àsituação crítica. Enquanto que coma mediação extrajudicial há um gran-de avanço na conciliação, com amédia de 62% de êxitos.

Clarissa aponta algumas conclu-sões do projeto, depois de dois anos deexperiência.

Segundo ela, começa a mudar oparadigma de que o consumidor é oúnico responsável. Os credores têmvalorizado o esforço – 99% atendemaos convites.

RepactuaçãoRepactuaçãoRepactuaçãoRepactuaçãoRepactuaçãoA exemplo dos Juizados de Pe-

quenas Causas, o processo é rápido eisento de custas. O objetivo é mediara renegociação com todos os credo-res, de forma amigável, de acordocom o orçamento familiar, de modoa garantir a subsistência básica dafamília (mínimo vital para as des-pesas de sobrevivência como águaluz, escola dos filhos e alimenta-ção). As partes saem do Fórum coma decisão homologada na hora. Nacomarca de Charqueadas, Karen dizter havido acordo em 90% dos casosatendidos.

O que posso fazer?O que posso fazer?O que posso fazer?O que posso fazer?O que posso fazer?Se você for pessoa física e estiver

nas situações previstas no teste, pro-cure a Defensoria Pública ou o Pro-con. O Núcleo de Atendimento aosConsumidores Endividados visa aotratamento através de renegociaçãocom os credores.Sites interessantes:Sites interessantes:Sites interessantes:Sites interessantes:Sites interessantes:www.endividado.com.br/ ewww.sosconsumidor.com.br/

Os dez mandamentosOs dez mandamentosOs dez mandamentosOs dez mandamentosOs dez mandamentosKaren e Clarissa lançaram a Cartilha do Superendividado com testes sobre o perfil de cada devedor.

Page 5: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 5

PARALISAÇÃO NA UFRJ

Comissão de Mobilização vai às unidades agitar a categoriaNos dias 28, 29 e 30 de

outubro, a Comissão de Mo-bil ização e dirigentes doSINTUFRJ percorreram vári-as unidades da UFRJ, noFundão, com o objetivo decons-cientizar os trabalha-dores para a necessidade deaderirem à paralisação pro-posta pela Fasubra, em ní-vel nacional, dias 5 e 6 denovembro. No primeiro diao alvo foi a Reitoria; no se-gundo, o Centro de Ciênciasda Saúde (CCS); e no tercei-ro, a visitação ocorreu noCentro de Ciências Matemá-

ticas e da Natureza (CCMN) eFaculdade de Letras.

“Precisamos pressionar ogoverno para garantir nossosdireitos”, disse o coordena-dor de Comunicação do SIN-TUFRJ, Nivaldo Holmes. Apr incipal tare fa dos mil i -tantes era alertar os traba-lhadores para o risco do cor-te das ações judiciais. Tantoa entidade de classe como osintegrantes da Comissão deM o b i l i z a ç ã o e s p e r a m q u ecada t rabalhador se ja ummul t ip l i cador da ação deconscientização e que tra-

g a m n o v o s t r a b a l h a d o r e spara as atividades programa-das para esta semana.

O calendário de mobiliza-ção segue com visitação nes-ta segunda-feira, 3, aos téc-nicos-administrativos da Pre-feitura Universitária, Institu-to de Estudos em Saúde Cole-tiva (Iesc), Instituto de Pedi-atria e Puericultura MartagãoGesteira (IPPMG) e HospitalUnivers i tár io , no Fundão.Terça-feira, 4, serão visitadasas unidades do Centro da Ci-dade e do campus da PraiaVermelha. “Temos que lutar por nossos direitos”, alertou Nivaldo

aos companheiros

A realização de dois dias deparalisações com atos nas uni-versidades federais foi decididona Plenária Nacional da Fasu-bra há duas semanas com a par-ticipação de representantes detoda a base da Federação. É umaresposta da categoria às últimasatitudes do governo Lula contraos técnicos-administrativos dasinstituições federais de ensino.Na UFRJ, a categoria aprovouadesão à paralisação nacionalna assembléia do dia 22 de ou-tubro e a Comissão de Mobiliza-ção com a direção sindical cons-truíram o seguinte calendáriode luta:

Para que o governo enxer-gue o tamanho da nossa indig-nação, os dois dias de paralisa-ções serão marcados com atos eprotestos. No Fundão, a catego-ria se manifestará na assem-bléia-ato quarta-feira, 5, às10h, no hall da Reitoria. Nestaassembléia-ato, que marcará oprimeiro dia da nossa adesão àmobilização nacional puxadapela Fasubra, a direção sindicaldará informes da reunião dasentidades – SINTUFRJ, CUT eFasubra – com o secretário deRecursos Humanos do Ministé-rio do Planejamento, Orçamen-to e Gestão (MPOG), DuvanierPaiva, na terça-feira, 28. Parti-ciparam da reunião pelo Sindi-cato os dirigentes Francisco deAssis, Iaci Azevedo, acompanha-dos do assessor jurídico da enti-dade, André Viz; pela Fasubra,Maria da Graça; e CUT Nacio-nal, Lúcia Reis.

Dias nacionais de luta: 4ª e 5ª feira

Em tom agressivo e arrogante,o porta-voz do governo no MPOG, osecretário de Recursos Humanos,Duvanier Paiva, não deixou dúvi-das a respeito das más intenções dogoverno com a categoria. Suas pa-lavras foram rebatidas com vee-mência pelos dirigentes do Sindi-cato, Francisco de Assis e Iaci Azeve-do, e o assessor jurídico da entida-de, André Viz. Assim como pela di-rigente da CUT, Lúcia Reis e daFasubra, Maria da Graça.

Só para que os companheirosformem uma idéia da gravidadeda situação, veja algumas das afir-mações do porta-voz do governo:“...Em nossa opinião não existeequívoco, e nós estamos fazendoas coisas como achamos que deve-mos fazer.” “...Extensão adminis-trativa só pode ser consideradaquando existe um acordo da AGUque vale para todo o mundo. Au-tarquia não tem competência parafazer extensão administrativa nasua instituição.”

Para os dirigentes do SINTU-FRJ, CUT e Fasubra não há a me-nor dúvida: “O governo deixoucair de vez a máscara em relaçãoaos trabalhadores das universida-des federais”, resumiu Franciscode Assis. Iaci falou para o porta-voz do governo que “ficava surpre-sa com a forma adotada peloMPOG de implantar mudançaspor meio de Comunica.” Todos osdetalhes da conversa de Brasíliana assembléia-ato.

. Assembléia-ato nesta quarta-feira, 5, às 10h, no hall da Reitoria.

. Ato conjunto quinta-feira, 6, às 10h na Praia Vermelha: UFRJ, UFF, Rural e UniRio.

Cai a máscara do governo A categoriavai parar emtodo o paíspelasseguintesreivindicações:

Garantia de recursospara aplicação da tabelade 2009, nos prazos es-tabelecidos.

Recuperação do stepconstante (artigo 15 daLei 11.091).

Contra o PLP 92, quecria a fundação estatalde direito privado.

Em defesa dos HUs –manutenção da vincula-ção dessas unidades àsIfes.

Manutenção da pari-dades dos aposentados.

Contra o congelamen-to das ações judiciais.

Pela aprovação dasEmendas 441, 270 e 555.

Contra a portaria queprovocou o congelamen-to das consignatárias.

André Viz Duvanier Paiva

Francisco de Assis Iaci Azevedo

Foto: Cícero Rabello

Page 6: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

6 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

UNIVERSIDADES O desmonte do serviço públicoAnos 90 — uma década perdida

Se do ponto de vista daeconomia a década de 1980é conhecida como a déca-da perdida, envolta em cri-ses, nos anos 90 o termopode muito bem ser atri-buído ao serviço público.Um período de severos ata-ques, que começou comFernando Collor de Melo ese acirrou com FernandoHenrique Cardoso (FHC),com demissões e privatiza-ções. Esta é a primeira deuma série de matérias mos-trando como se deu o des-monte do serviço público eos sinais de mudança.

Ronaldo Lobão, antropólogo,professor da Faculdade de Direitoda Universidade Federal Fluminen-se, ex-servidor técnico-administra-tivo da UFRJ, que presidiu a Asufrje coordenou a Fasubra, tem muitoa dizer sobre esses momentos. Eleestava à frente da entidade quandocomeçaram os ataques. Para ele,Collor, atendendo a determinaçõesdo Consenso de Washington, tra-balhou a diminuição da presençado Estado na economia.

Apesar do discurso contra osmarajás, Collor, segundo Lobão,não mexeu substantivamente noprocesso que atingiu diretamentea categoria. No governo de ItamarFranco a discussão sobre o plano decarreira e a seguridade social doservidor continuou, e o Regime Ju-rídico Único (RJU) de alguma for-ma foi respeitado, e o movimentodo serviço público tinha algum es-paço de discussão.

Mas foi com a eleição de 1994,quando entrou Fernando HenriqueCardoso, que a seu ver começaramas mudanças mais complicadas.“Com o plano diretor da reformado aparelho do Estado, de BresserPereira, ministro da Fazenda em1996, é que houve, na minha opi-nião, um forte ataque ao serviçopúblico. O Estado é separado emdois núcleos: o de atividades típi-cas, que funcionaria nesse modelode administração burocrática, etodo o resto no modelo de admi-nistração gerencial. E aí surgiu oprocesso de reforma da própria Cons-tituição, com a descaracterizaçãodo serviço público e abertura paraconstituição do modelo de organi-zações sociais, para o contrato degestão do Bresser, contratação pelaCLT e ataque ao RJU”, disse Lobão,explicando que a transformação deuniversidades em organizações so-ciais não avançou porque esbarrouem problemas patrimoniais sérios,como a transferência de patrimô-nio público para a iniciativa pri-vada, absolutamente indesejávelpor todos.

Ele lembra que o movimentodos servidores não avançou maisnada em lugar nenhum, que a car-reira ficou parada muitos anos, aseguridade adotada foi a pior pos-sível e sob o perfil de saúde privada:“Algumas universidades resistiram.

Na UFRJ houve um movimentopolítico extremamente importan-te, mas no resto do país não haviaesse quadro. Tanto que em outrasavançaram propostas como cursospagos e pagamento de taxas dematrículas.”

Segundo conta, houve tambéma defesa corporativa da universida-de em relação ao seu próprio perfil.A seu ver, ao mesmo tempo que seconsidera integrante do serviço pú-blico, a universidade se coloca nãocomo uma autarquia vinculada aogoverno e, por isso, respondeu deforma mais sólida a esses ataques:“Não só com o movimento dos ser-vidores, professores e alunos, houvetambém uma resistência institu-cional como um todo.”

Categoria encolheu no período FHC

Fot

os:

Nik

o

CATEGORIA REAGE àdestruição da UFRJrealizando movimentosfortes: fechamento da LinhaVermelha e ocupação daReitoria em protesto contra apermanência do reitor-interventor

Carlos Maldonado, técnico-administrativo da UFRJ há 26anos, atualmente exercendo ocargo de secretário de Gestão Pú-blica do Município de Várzea Pau-lista, ex- diretor da Asufrj e ex-coordenador do SINTUFRJ e daFasubra, conta que, quando Col-lor assumiu, em 1990, logo veio aproposta de redução linear de 20%no pessoal. “Tanto que existe namaioria das categorias os demiti-dos da época Collor. No nosso casoacabou não havendo, porque as-sim que esse programa de demis-são foi anunciado, aconteceu agreve mais rápida que a Federa-ção já promoveu. A direção naci-onal mandou um indicativo ime-diato de greve e a gente fez assem-

bléias relâmpago e logo oito uni-versidades entraram em greve. Omovimento cresceu e a gente con-seguiu construir um acordo com oMEC, com a participação dos reito-res, que retirava a meta de demis-sões. O que ficou acordado foi umameta de ampliação de vagas, o queacabou ocorrendo. A gente não tevenenhuma demissão na categoria”,lembrou.

Para Maldonado, no caso deFHC, houve um ataque mais refina-do, mas não menos danoso: “Erauma política de redução do apare-lho do Estado, comandada pelo mi-nistro Bresser Pereira, com a lógicade que tinha que construir núcleode governo supercontrolado que nãoincluía Educação, Saúde, Previdên-

cia, e só incluía o que chamavamnúcleo essencial do Estado. Nos de-mais setores não considerados fun-ções típicas de Estado houve tama-nha desregulamentação, que foi aépoca em que a categoria mais per-deu postos de trabalho.”

Ele conta que não havia repo-sição de quadros e os gestores aca-bavam fazendo contratos terceiri-zados. A UFRJ perdeu um terço daforça de trabalho nos HUs. “No nossocaso, acho que foi importante oprocesso da greve de 1995, logo noprimeiro ano de mandato de FHC.Não ganhamos, mas também nãoperdemos, e mostramos os dentes.Mostramos que tem quem resista.O que acabou criando uma possi-bilidade diferenciada de enfrenta-

mento. Outras categorias apanha-ram que nem boi ladrão”, disseMaldonado.

“A gente teve uma década dedesmonte, mas foi também umadécada de resistência. A gente avan-çou pouco. Lutou pra carambapara não perder. A Universidadechegou no final da década de 90com o menor orçamento no iní-cio da década. Houve não só redu-ção de pessoal, como também re-dução orçamentária. E a insti-tuição acabava produzindo me-nos porque tinha que resistir. É sólembrar o período do interventor.A Universidade estancou, perdeuespaço, construiu menos acade-micamente. Típico dos momen-tos de resistência”, concluiu.

Page 7: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 7

DENÚNCIA

NACIONAL

O Brasil anuncia descobertas gi-gantescas de novos campos de petró-leo. Estes campos se encontram abai-xo de uma espessa camada de sal,daí a denominação pré-sal, a apro-ximadamente 6 mil metros de pro-fundidade. O bloco está distribuídoentre o litoral dos estados do Espíri-to Santo e Santa Catarina, em áreade aproximadamente 800 quilôme-tros, abrangendo as bacias sedimen-tares do Espírito Santo, de Campos,bem como a bacia de Santos. Asprevisões hoje vão de 100 a 338 bi-lhões de boe (barris de óleo equiva-lente). Para se poder compreendermelhor o que representam esses nú-meros, é necessário saber que atual-mente as reservas aprovadas do Bra-sil são da ordem de 14 bilhões deboe, as da Arábia Saudita, 264 bi-lhões de boe.

As megarreservas de petróleo des-cobertas na costa brasileira farão doBrasil uma potência petrolífera. Comisso, o país passa a figurar no grupodos seis países com maiores reservasde petróleo do mundo. Em julho foicriada uma comissão de sete pessoas(quatro ministros e três presidentesde estatais) para, em 60 dias, apresen-tar a Lula propostas de regras para aexploração do pré-sal. Mais recente-mente, pronunciamentos do presi-

O que é o pré-sal e por que garantir as reservas nacionaisdente da República e do ministro dasMinas e Energia apontaram na dire-ção da criação de uma nova empresapuramente estatal, que teria o fimúltimo de gerir a respectiva riqueza;ou seja, a Petrobrás ficaria de fora.

A proposta de retirar das mãos daPetrobras a exploração dessa imensariqueza suscita uma intensa discus-são no conjunto da população brasi-leira. A dimensão das descobertas dopré-sal e a responsabilidade ética comas futuras gerações exigem decisõesabertas, para além dos palácios e co-missões, incorporando a voz do con-junto da sociedade. É imprescindívela criação de fóruns de discussão, in-cluindo a presença e os pontos devista de organizações e entidades aexemplo da OAB, ABI, UNE, CNBB,DIEESE, CONFEA, MST, CONTAG,Centrais Sindicais, Federações de Tra-balhadores, Centrais do MovimentoPopular.

Abaixo-assinado: meta é mais deAbaixo-assinado: meta é mais deAbaixo-assinado: meta é mais deAbaixo-assinado: meta é mais deAbaixo-assinado: meta é mais deum milhão de assinaturasum milhão de assinaturasum milhão de assinaturasum milhão de assinaturasum milhão de assinaturas

Neste sentido, a Federação Únicados Petroleiros (FUP) e seus sindica-tos filiados estão organizando umagrande campanha nacional de defe-sa da mudança na regulamentaçãodo setor objetivando restabelecer ocontrole do Estado sobre a indústria

de petróleo no Brasil. Um dos pilaresdesta campanha é um abaixo-assi-nado que tem como objetivo a coletade 1,3 milhão de assinaturas, com ointuito de apresentar um projeto po-pular de lei propondo um novo mar-co regulatório.

A luta é pela consolidação domonopólio estatal do setor do petró-leo, pelo fim das concessões para ex-

ploração das reservas brasileiras e peladestinação social destas riquezas e for-talecimento da Petrobras como em-presa eminentemente pública. Os em-presários, as multinacionais, a mí-dia e os políticos que representamesses segmentos já deixaram claroque são contra mudanças na Lei doPetróleo. Portanto, é fundamentalque a população participe desta luta,

pois só assim poderemos garantir so-berania energética do país e controleestatal e social das riquezas geradaspelo nosso petróleo. Assim, a CUT, aFasubra e seus sindicatos filiados es-tão apoiando esta campanha. Desdejá os trabalhadores da UFRJ podemter acesso ao abaixo-assinado que seencontra à disposição na sede e subse-des do SINTUFRJ.

PETRÓLEO: Brasil descobre novos campos abaixo de uma espessa camada de sal

A luta do movimento sindicalpela implantação da convenção151 da OIT é uma luta de todomovimento social organizado enão tem cor de bandeira de cor-rente. Portanto, o SINTUFRJ nãopode ficar fora desta luta, pois estaconvenção garante o direito de atu-ação do dirigente sindical no exer-cício do seu mandato.

Recentemente enviamos umarepresentação, junto com a CUT-RJ, a cidade de Pádua em quefomos enfrentar um prefeito queperseguia um dirigente sindical,inclusive deixando-o sem salá-rio. Desta forma o SINTUFRJcumpriu sua missão sindical eenfrentou este prefeito para quehouvesse respeito à convenção 151da OIT e, conseqüentemente, res-peito ao dirigente ou militantesindical.

Na UFRJ nunca enfrentamosmaiores problemas mesmo naépoca mais conturbada da ges-tão Vilhena. Entretanto, nesta

Perseguição no IPPMGgestão estamos enfrentando umprimeiro caso de um membro daDireção do Sindicato, Jorge LuizFerreira, estar sofrendo persegui-ção pelo fato de ter sido eleitopara o SINTUFRJ. Ele foi coloca-do em disponibilidade para a PR4com a justificativa de que o mes-mo “abandona o local de traba-lho sem autorização da chefia.”

Sabemos que existe muita in-compreensão por parte das chefiase dos próprios colegas sobre a im-portância dos locais de trabalhoter seus representantes na luta emdefesa da categoria e da institui-ção. Mas não podemos permitirque a falta de compreensão dealguns poucos seja utilizadacomo forma punitiva aos que têmcompromisso com a luta.

No IPPMG a Coordenação Ge-ral do Sindicato esteve algumasvezes em reunião com a chefiaimediata e a direção adminis-trativa, tentando mostrar a im-portância valorosa do compa-

nheiro em se manter alocado na-quela unidade, principalmenteneste momento de mobilizaçãonacional contra o PLP-92, quetransforma os hospitais univer-sitários em fundação estatal dedireito privado. Também pelofato dele já estar alocado na uni-dade há mais de 20 anos. Porém,esta chefia foi irredutível na suaposição em não ceder à reivindi-cação do Sindicato de manter oJorge Luiz no IPPMG, inclusive,o sindicato está pautado na posi-ção da PR4, que orienta os locaisa buscarem a redistribuição in-terna, antes de ser enviado para aReitoria.

Durante o período de eleiçãodo Sindicato, a Pró-Reitoria dePessoal atendeu a reivindicaçãode liberação dos candidatos parapoderem fazer campanha. Entre-tanto, nesse período de liberaçãoo mesmo cumpriu vários plan-tões e, por mais de duas semanas,mesmo sendo plantonista, esteve

integralmente na portaria, ondetrabalha no IPPMG recolhendoassinaturas da população contrao projeto de fundação estatal, de-monstrando seu compromissocom a Universidade. Ele cum-pria uma tarefa do Sindicato.Mesmo com esse compromissocom o movimento e a institui-ção, ainda persistem as tentati-vas de caracterizar o companhei-ro como servidor irresponsável.

Com a certeza de que a dire-ção sindical agiu corretamenteouvindo as partes, inclusive res-peitando a hierarquia instituci-onal, e sabedores de que o temponecessário já se esgotou para quea direção do IPPMG e a PR4 pu-dessem gerenciar a crise e retor-nar o servidor para sua normali-dade de trabalho, somos obriga-dos a denunciar este tipo de com-portamento -- aparentementeideológico -- de “excluir” dos seusquadros funcionais liderançasque possam “atrapalhar” o exer-

cício da sua CHEFIA. Numa de-monstração de todo ranço auto-ritário da época da ditadura. Mas,o mais lamentável é que esta che-fia já foi militante aguerrida domovimento sindical.

Por fim, o SINTUFRJ nãopode aceitar de forma algumaque este tipo de comportamento(isolado) que busca neutralizaros seus “adversários políticos”seja ferramenta dentro de umainstituição, que tem como seumaior mérito justamente garan-tir a formação e capacitação atra-vés do contraditório.A S S I N A M O S S E G U I N T E SA S S I N A M O S S E G U I N T E SA S S I N A M O S S E G U I N T E SA S S I N A M O S S E G U I N T E SA S S I N A M O S S E G U I N T E SDIRETORES DO SINTUFRJ:DIRETORES DO SINTUFRJ:DIRETORES DO SINTUFRJ:DIRETORES DO SINTUFRJ:DIRETORES DO SINTUFRJ:

Francisco de Assis, Iaci Aze-Francisco de Assis, Iaci Aze-Francisco de Assis, Iaci Aze-Francisco de Assis, Iaci Aze-Francisco de Assis, Iaci Aze-vedo, Nivaldo Holmes, Evan-vedo, Nivaldo Holmes, Evan-vedo, Nivaldo Holmes, Evan-vedo, Nivaldo Holmes, Evan-vedo, Nivaldo Holmes, Evan-dro Fernandes, Arnaldo Ban-dro Fernandes, Arnaldo Ban-dro Fernandes, Arnaldo Ban-dro Fernandes, Arnaldo Ban-dro Fernandes, Arnaldo Ban-deira, Marylena Salazar, Ma-deira, Marylena Salazar, Ma-deira, Marylena Salazar, Ma-deira, Marylena Salazar, Ma-deira, Marylena Salazar, Ma-noel Dantas, Ivanir Santório,noel Dantas, Ivanir Santório,noel Dantas, Ivanir Santório,noel Dantas, Ivanir Santório,noel Dantas, Ivanir Santório,Carmem Lúcia, Luciano Nas-Carmem Lúcia, Luciano Nas-Carmem Lúcia, Luciano Nas-Carmem Lúcia, Luciano Nas-Carmem Lúcia, Luciano Nas-cimento, Edmilson Gomes,cimento, Edmilson Gomes,cimento, Edmilson Gomes,cimento, Edmilson Gomes,cimento, Edmilson Gomes,Dulce de Lima, Jorge Nasci-Dulce de Lima, Jorge Nasci-Dulce de Lima, Jorge Nasci-Dulce de Lima, Jorge Nasci-Dulce de Lima, Jorge Nasci-mento e Vilton Cardoso.mento e Vilton Cardoso.mento e Vilton Cardoso.mento e Vilton Cardoso.mento e Vilton Cardoso.

Page 8: NOVEMBRO DE 2008 ANO XX Nº 839 SEG 3 TER 4 QUA 5 QUI 6 … · 2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 839 - 3 a 9 de novembro 2008 - - sintufrj@sintufrj.org.br JORNAL

CIDADE UNIVERSITÁRIA

Estacionamento no FundãoÉ como em qualquer lugar do Rio: tem que pagar

Com o volumede carros crescendo naCidade Universitária,estacionar virou um pro-blema. De acordo com oprefeito da Cidade Uni-versitária, Hélio de Mat-tos, há no campus cer-ca de 30 mil veículos eas condições para quetrafeguem e estacio-nem não são das me-lhores. Segundo Mat-tos, há um esforço cole-tivo para a regulariza-ção do serviço, mas atéagora o que se percebesão ações isoladas.

Os estacionamentos existen-tes hoje no Fundão estão sob aresponsabilidade das Decanias edireção das faculdades e unida-des. “Torço para que sejam regu-larizados. Temos problemas hoje,porque muitos motoristas, porfalta de espaço ou por não con-cordarem com a cobrança dos es-tacionamentos, param seus car-ros na rua, o que dificulta a pas-sagem de veículos maiores”, quei-xou-se o prefeito.

O estacionamento, na maio-ria é pago, e o preço gira emtorno de R$ 1 e R$ 1,40. Os usuá-rios reclamam da cobrança, poisalegam que se trata de espaço deuma universidade pública. Osguardadores justificam a práti-ca dizendo que a taxa cobradaserve para pagar os seus saláriosno fim do mês e ainda funcio-na como uma espécie de seguro.“Caso o carro seja danificadoaqui dentro, o dono do veículotem direito ao conserto”, garan-tiu um guardador que preferiunão se identificar.

Quem mandaQuem mandaQuem mandaQuem mandaQuem mandaO superintendente do Centro

de Tecnologia (CT), Hilton Ma-galhães, informou que parte dovalor arrecadado com o estacio-namento vai para a Decania.“Através de depósito efetuado àCooppetec, é que administramosesses recursos”, disse, eximindo-se da responsabilidade sobre osveículos: “Em caso de prejuízo ausuários, cabe aos administra-dores do estacionamento o res-sarcimento à vítima.” Maga-lhães não quis precisar o valor

que é repassado à Decania, masinformou que o CT possui cercade 800 vagas cobradas.

No Hospital Universitário Cle-mentino Fraga Filho (HU), a Di-visão de Atividades Gerenciais é aresponsável pelo estacionamento.

No entanto, a diretora Ângela Tei-xeira informou que a Divisão seresponsabiliza apenas pelo esta-cionamento interno, utilizado porfuncionários e fornecedores, e quenão tem ingerência sobre o estaci-onamento que é cobrado. A supe-

rintendente do Centro de CiênciasMatemáticas e da Natureza(CCMN), Marinalva Soares, disseque o estacionamento do Centro égratuito e atende apenas funcio-nários, professores e fornecedores.De acordo com Marinalva, o esta-

cionamento ao lado do CCMN,que é cobrado, está sob a respon-sabilidade do Instituto de Geoci-ências (Igeo).

Mas a direção do Institutoinformou que não tem respon-sabilidade sobre o espaço ondefunciona o estacionamento, eque há cerca de 8 anos o estacio-namento é administrado porterceiros, que se instalaram nolocal durante a gestão anteriordo Igeo. Em caso de queixas, osusuários precisam formalizar oocorrido e encaminhar à dire-ção do Igeo, que enviará a recla-mação ao administrador do es-tacionamento.

O superintendente do CCS,Roberto Leal, explicou que ape-nas o estacionamento em frenteao Bloco K e ao lado direito daentrada principal do Centro sãoadministrados pela Decania. “Asvagas se destinam a pessoas quetêm atividade no CCS e não sãocobradas”, disse. Já a área emfrente ao Banco do Brasil e emtoda a extensão do Bloco A é ad-ministrada para esse fim por per-missionários. Segundo Leal, pormês é repassado à Decania R$1.100,00, que os repassa aos Cen-tros Acadêmicos.

Na Faculdade de Letras, pro-fessores e técnicos-administrati-vos da unidade têm seus veículoscadastrados e não pagam esta-cionamento. Para alunos, a taxaé de R$ 1.

Os usuáriosOs usuáriosOs usuáriosOs usuáriosOs usuáriosAlguns concordam, outros

descordam da cobrança. Paraa professora aposentada Cecí-lia Cipriano, a solução não éa ideal, mas possível. “Aquisempre houve muito roubo decarro e a Universidade nunca to-mou providências no sentido dedar segurança aos usuários. A par-tir da iniciativa de cobrança doestacionamento, os registros deroubo caíram drasticamente”,disse.

Já Bruno Martins, aluno deEngenharia Química, não con-corda. “A universidade é públi-ca. Não tem sentido pagar esta-cionamento”. E acrescentou quemuitos alunos deixam o carroexposto na rua por não ter comopagar o estacionamento. “Se vocêfor somar pedágio, combustívele estacionamento, no final domês você gastou uma fortuna.Eu pago todos os dias, mas temgente que não consegue. Ficamuito pesado”, afirmou.

Fot

o: C

ícer

o R

abel

lo

PÁTIO DO CT: maior estacionamento pago do campus do Fundão