agostinho vida e obras

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Santo Agostinho de Hipona Prof. Bambam A relação entre Razão humana x Fé cristã 354 – 430 d.C. Obras antes da conversão: A fé colocada acima da razão: teocentrismo. Obras antes da conversão: - Contras os acadêmicos. - Sobre a vida feliz. - Sobre a ordem. - Confissões – 13 livros. - Sobre a imortalidade da alma. - Sobre o livre arbítrio. - Sobre a cidade de Deus. - 217 Cartas, 93 Tratados e 500 sermões.

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Page 1: Agostinho   vida e obras

Santo Agostinho de Hipona

Prof. Bambam

A relação entre Razão humana x Fé cristã

354 – 430 d.C.

Obras antes da conversão:

A fé colocada acima da razão: teocentrismo.

Obras antes da conversão:

- Contras os acadêmicos.

- Sobre a vida feliz.

- Sobre a ordem.

- Confissões – 13 livros.

- Sobre a imortalidade da alma.

- Sobre o livre arbítrio.

- Sobre a cidade de Deus.

- 217 Cartas, 93 Tratados e 500 sermões.

Page 2: Agostinho   vida e obras

▪Agostinho pertence ao quarto e último período da Filosofia Antiga, conhecido pós-socrático ético, helenístico ou cosmopolita, que vai do séc. III a.C. ao séc. VI d.C.

▪ Agostinho é o principal representante da filosofia greco-romano-cristã, que teve início no séc. II d.C., e ficou conhecida como patrística.

▪ Patrística é o nome dado aos primeiros conceitos cristãos elaborados pelos padres da Igreja Católica.

▪ Existem duas patrísticas: a grega e a romana/latina. A primeira busca conciliar fé e razão e a segunda busca colocar a fé acima da razão. Agostinho pertence a segunda.

Santo Agostinho de Hipona

Considerações importantes sobre Platão:

Page 3: Agostinho   vida e obras

Santo Agostinho de Hipona

Principais objetivos:

- A filosofia de Agostinho destaca-se pelo esforço de...

1) converter os pagãos;

2) combater heresias (doutrinas opostas aos dogmas da Igreja Católica);

3) justificar a fé cristã.

Page 4: Agostinho   vida e obras

1ª Parte:1ª Parte: Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, e teve uma formação humanística, nas áreas de gramática e retórica.

2ª Parte:2ª Parte: Tempos depois, já com 19 anos, foi para Cartago onde viveu por aproximadamente 10 anos e se tornou adepto e defensor da doutrina maniqueísta. Para sobreviver nesta cidade Agostinho dava aulas de retórica.

3ª Parte:3ª Parte: Na tentativa de melhorar de vida, Agostinho foi ser professor em Roma, onde permaneceu por apenas 1 ano, mas tempo suficiente para abandonar o maniqueísmo e adotar o ceticismo como concepção filosófica. Neste mesmo ano ele recebe uma proposta para ser professor de retórica em Milão a convite de Símaco.

4ª Parte4ª Parte:: Em Milão Agostinho abandona o ceticismo e adota o neoplatonismo de Plotino, e também, o pensamento cristão. Esse último por influência do bispo Ambrósio de Hipona, que lhe apresentou as leituras de São Paulo.

Caminho Intelectual de Agostinho

Page 5: Agostinho   vida e obras

Portanto, pode-se concluir que Agostinho é NeoplatônicoNeoplatônico e cristão, pois utilizou, principalmente, as teorias de PlatãoPlatão para fundar as bases intelectuais do cristianismo no ocidente.

Pensamento de Platão: Pensamento de Agostinho:

Caminho Intelectual de Agostinho

- Mundo das Ideias - Cidade de Deus

Veja:

- Mundo das Sombras- Cidade dos Homens

- Ideias - O pensamento de Deus

- Cópias - Criações de Deus

- Alma - Sopro divino

- Demiurgo - Deus ou Luz

- Imagem e semelhança de Deus- Homem

Page 6: Agostinho   vida e obras

- Maniqueus:- Maniqueus: afirmam a existência de dois seres supremos e iguais que garantem a ordem do universo, a saber: o bem e o mal.

- Donatistas:- Donatistas: negam a validade dos sacramentos ministrados por pessoas pecadoras ou indignas de Deus.

- Pelagianos:- Pelagianos: negam o pecado original (Adão e Eva) e, consequentemente, a necessidade de redenção – salvação ou resgate por Jesus Cristo.

- Céticos:- Céticos: negam a possibilidade de alcançar o conhecimento verdadeiro, seja ele qual for, por isso defendem a suspensão do juízo.

Adversários de Agostinho

Page 7: Agostinho   vida e obras

Imagem dos Adversários de Agostinho

Maniqueísmo

A dúvida é um importante preceito cético.

Page 8: Agostinho   vida e obras

Agostinho coloca dois problemas para essa teoria:

1º É possível conhecer a verdade?

2º Se for possível conhecer a verdade, como é possível conhecê-la?

A primeira questão Agostinho responde fazendo uma crítica ao ceticismo absoluto de Górgias de Leontini e ao ceticismo da terceira academia platônica, cujo pensamento é fundado por Pírron de Élis. Para tanto, ele demonstra que é sim possível conhecer com certeza algumas verdades, como por exemplo:

- O princípio da não-contradição;

- A própria existência;

- Axiomas do tipo: o todo é maior do que as partes.

Resposta do primeiro problema:

Teoria do Conhecimento Agostiniana

Page 9: Agostinho   vida e obras

Teoria do Conhecimento Agostiniana

Homem = corpo + alma + nous

- Corpo: ao contrário da filosofia greco-romana, em Agostinho, o corpo não adquire nenhum tipo de conhecimento, servindo apenas como mediador da alma com as coisas perceptíveis de modo indutivo;

- Alma: representa em Agostinho os sentidos. Ou seja, refere-se às sensações como uma atividade exclusiva da alma, que através do corpo recebe a impressão de outros corpos;

- Nous: representa a razão natural, que possui a capacidade de interpretar, por abstração/dedução, as leis que regem a natureza.

Razão Superior = nous + iluminação divina = Verdades Eternas

Page 10: Agostinho   vida e obras

Para responder a segunda questão, Agostinho distingue...

Teoria do Conhecimento Agostiniana

Razão Superior, Razão Inferior e Sentidos

1º. três operações da mente humana:

2º três grupos de objetos conhecidos:

Verdades Eternas, Leis Naturais e Qualidade dos Corpos

3º três tipos possíveis de conhecimento:

Divino/Sacro, Científico/Episteme e Sensível/Opinião

Page 11: Agostinho   vida e obras

Teoria do Conhecimento Agostiniana

Operações da Mente Grupos de Objetos Tipos de Conhecimento

- Sentidos Qualidade dos Corpos Conhecimento Sensível: opinião

- Razão Inferior/Natural Leis da Natureza Conhec. Científico: epistemologia

- Razão Superior

(Razão Natural e Iluminação Divina)Verdades Eternas

Conhecimento Divino

Page 12: Agostinho   vida e obras

- O conhecimento sensível é obtido pelos sentidos (raciocínio indutivo), que possui como objeto de estudo a qualidade dos corpos (cores, sons, cheiro, tato e paladar). Este conhecimento é acessível a todos os homens salutares, pois se encontra no plano material/corpóreo (concreto).

- O conhecimento científico é obtido pela razão inferior/comum/natural ou intelecto humano (raciocínio dedutivo), que possui como objeto de estudo as leis naturais. Esse conhecimento é acessível a todos os homens salutares, pois se encontra no plano material/corpóreo (abstrato).

- O conhecimento divino é obtido pela razão superior (razão inferior e iluminação divina), que possui como objeto de estudo as Verdades Eternas. Esse conhecimento, espiritual/imaterial/incorpóreo, é acessível somente a alguns homens, pois poucos são os escolhidos – Iluminados.

Tipologias Cognitivas Agostiniana

Page 13: Agostinho   vida e obras

Agora você já sabe que a Teoria da Iluminação Divina, em Santo Agostinho, possui duas interpretações possíveis, são elas:

1ª. Na Teoria do Conhecimento: que é o modo como os homens alcançam conhecimento divino ou ideias da mente de Deus, que é a única verdade eterna; e

2ª. Na Ética: que é o modo como os homens decidem suas ações, ora pela vontade humana (pecado) ora pela vontade divina (salvação).

Sagrado vs. Profano

Page 14: Agostinho   vida e obras

Vale ressaltar que Agostinho, assim como Platão, acredita que as verdades não podem vir da experiência sensível. Todavia, Agostinho ao contrário de Platão, não admite a pré-existência das almas, negando pois, a teoria da reminiscência platônica que defende a metempsicose como processo de evolução das almas. Na reminiscência agostiniana a recordação não é pela metempsicose, mas sim pela iluminação. Neste sentido não há reencarnação, mas somente a ressurreição dos corpos, pois o homem é salvo pela Luz Divina, que o cria o conduz e o espera no juízo final.

Importantes Considerações em Agostinho

Page 15: Agostinho   vida e obras

- Para Agostinho a razão tenta explicar o que a fé antecipou. Logo, a razão conhece, mas é a fé – Iluminação Divina – que permite dizer se tal conhecimento é verdadeiro ou correto. Neste sentido, a Iluminação é uma Luz especial e incorpórea que permite aos predestinados chegarem até Deus.

- Fé em Agostinho não significa somente crer em Deus; o conceito de fé tem um sentido mais amplo, que é ser escolhido por Deus.

- O Concílio de Cartago em 417 d.C., presidido pelo Papa Zózimo, condenou como heresia a teoria teológica de Pelágio, que afirmava ser as boas obras e a boa vontade, autonomia do sujeito, suficientes para a salvação.

Importantes Considerações em Agostinho

Máxima:

“Creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio também entendo. Tudo o que compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço”. Agostinho. De Magistro. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 319. Coleção "Os Pensadores".

Page 16: Agostinho   vida e obras

Afirma que a salvação depende da graça ou iluminação divina.

Afirma que as açõesações (atos humanos) devem ser determinados pela razãorazão. Neste sentido o sujeitosujeito (indivíduo) se identifica com o cidadãocidadão da pólispólis, isto é, como homem políticohomem político e social social que possui a autonomiaautonomia de sua vida moral.

Afirma que as açõesações (atos humanos) são determinados pela vontadevontade. Neste sentido o sujeitosujeito (indivíduo) se identifica com o próprio homem ou com DeusDeus, isto é, com a necessidade de salvaçãosalvação ou graça divina.graça divina.

Filosofias da Moral

Filosofia greco-romano-cristã (patrística latina): ética cristã

Filosofia greco-romana: ética pagã

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Ética pagã vs. Ética cristã

Nos moldes de Agostinho...

Ética pagã: ação determinada pela razão. Conceito negado por Agostinho.

Ética cristã: ação determinada pela vontade. Conceito proposto por Agostinho. Nela há dois tipos de ações possíveis da vontade, são elas:

1ª. Vontade de Deus, que representa: o bem, a submissão, o espírito e a liberdade. Caminho da salvação, mas só para alguns escolhidos por Deus;

2ª. Vontade do homem, que representa: o mal, a autonomia, o corpo e a escravidão. Caminho do pecado.

A escolha de qual vontade seguir depende do livre arbítrio.