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P á g i n a

AGENDA 21 LOCAL

CONDEIXA-A-NOVA

Pré diagnóstico da sustentabilidade

Deliverable 5 – Fase 2

Janeiro 2009

1 | P á g i n a

ÍNDICE

1. Introdução ........................................................................................................................ 5

2. Caracterização Socio-Económica .................................................................................. 7

2.1 Dinâmica Populacional .................................................................................................. 7

2.2 Educação e Formação .................................................................................................. 9

2.3 Base Económica Local ................................................................................................. 11

2.4 Dinâmica Empresarial ................................................................................................... 13

2.5 Suporte Físico | Sistemas Naturais .............................................................................. 15

2.6 Testemunhos da Apropriação Humana ................................................................... 17

2.7 Ambiente e Qualidade de Vida ................................................................................ 19

3. Análise questionários ..................................................................................................... 25

3.1 Indicadores de desenvolvimento sustentável – Comunidade, JF e Escolas..... 26

3.1.1 Classificação das instituições em termos de sustentabilidade ....................... 26

3.1.2 Actividades económicas prioritárias ..................................................................... 28

3.1.3 Grau importância de intervenções ....................................................................... 29

3.2 Indicadores de desenvolvimento sustentável – Empresas.................................... 31

3.2.1. Actividades mais importantes para a melhoria do desempenho ambiental ..

....................................................................................................................................... 31

3.2.1 Principais vantagens na implementação de políticas sustentáveis ............... 32

3.2.2 Principais obstáculos à implementação de políticas sustentáveis ................. 33

3.3 Acções a desenvolver .................................................................................................. 34

3.4 Palavras de caracterização do Município............................................................... 35

3.5 Avaliação de comportamento .................................................................................. 36

2 | P á g i n a

4. Análise SWOT do Concelho de Condeixa-a-Nova – Pontos Fortes, Áreas de

Melhoria, Ameaças e Oportunidades ................................................................................... 38

5. Considerações finais ...................................................................................................... 44

3 | P á g i n a

Índice de Tabelas

Tabela 1. Evolução da população residente. 7

Tabela 2. Evolução da população residente por grupos etários. 8

Tabela 3: Taxa de actividade e taxa de desemprego, entre 1991 e 2001. 12

Tabela 4. População empregada por sector de actividade. 13

Tabela 5. Empresas e sociedades com sede no concelho segundo o cae rev.2. 14

Tabela 6. Inquéritos distribuídos e respondidos. 25

Tabela 7. Classificação média das instituições face a indicadores de sustentabilidade. 27

Tabela 8. Classificação média das escolas face a indicadores de sustentabilidade. 28

Tabela 9. Importância das actividades económicas. 29

Tabela 10. Importância de eventuais intervenções. 30

Tabela 11. Actividades mais importantes para a melhoria do desempenho ambiental. 31

Tabela 12. Vantagens da implementação de políticas sustentáveis. 32

Tabela 13. Obstáculos à implementação de políticas sustentáveis. 33

Tabela 14. Avaliação da actuação dos inquiridos. 37

Tabela 15. Pontos fortes do concelho de condeixa-a-nova. 39

Índice de Figuras

Figura 1. Flor da sustentabilidade. 5

Figura 2.Variação da taxa de analfabetismo entre 1991 e 2001. 9

Figura 3. Taxa de abandono escolar por local de residência. 10

Figura 4. Hipsometria do Município de Condeixa-a-Nova. 16

Figura 5. Exemplares de elementos patrimoniais no Município de Condeixa-a-Nova. 18

Figura 6. Hierarquia segundo a dimensão dos lugares no Município de Condeixa-a-Nova,

em 2001. 19

Figura 7: População servida por infra-estruturas básicas no Município de Condeixa-a-

Nova e nas NUT I, II. 20

Figura 8 e 9: Distribuição das Despesas e Receitas Municipais na área do ambiente. 21

Figura 10: Produção de Residúos Sólidos Urbanos, entre 1998 e 2007 (toneladas). 22

Figura 11: Recolha de RSU, no ano de 2007. 23

Figura 12: Recolha selectiva, entre 1999 e 2007 (toneladas). 24

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Figura 13. Referências a acções a desenvolver no Município. 35

Figura 14. Palavras-chave de caracterização do Município. 36

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1. Introdução

O conceito de desenvolvimento sustentável é definido

como "o desenvolvimento que satisfaz as necessidades

presentes, sem comprometer a capacidade das

gerações futuras satisfazerem as suas próprias

necessidades” (ONU, Relatório Brundtland, 1987), o que

implica agir de forma a que o crescimento de hoje não ponha em perigo as

possibilidades de crescimento das gerações futuras. Assim sendo, o

desenvolvimento sustentável encerra três componentes – económica, social e

ambiental – que é necessário equilibrar.

Figura 1. Flor da sustentabilidade.

Fonte: Thierstein and Walser, 1997

A visão de futuro do Município de Condeixa-a-Nova passa assim necessariamente

pela concepção e implementação de um plano de desenvolvimento sustentável que

inclua as questões ambientais, económicas e sociais, como é o caso da Agenda 21

Local de Condeixa-a-Nova (A21L Condeixa-a-Nova).

6 | P á g i n a

Neste âmbito, e apesar do papel fundamental da autarquia local, todos os actores

são chamados a intervir activamente, tais como empresários e representantes

do tecido produtivo, técnicos especialistas nas várias áreas de conhecimento,

associações, IPSS's, escolas, cidadãos, líderes de opinião e o cidadão comum.

O pré-diagnóstico de sustentabilidade do Concelho é estruturado através da

análise de num conjunto de documentos, de entrevistas e de questionários a diversos

actores e de sessões com a equipa técnica da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova

(CMCN) que permitem fazer um breve retrato do estado actual do desenvolvimento

sustentável concelhio.

Este pré-diagnóstico surge com o objectivo de alicerçar a definição do

diagnóstico de sustentabilidade e a definição do plano de acção a implementar no

Concelho de Condeixa-a-Nova.

Toda a informação compilada e tratada neste documento será complementada

através de outros instrumentos, como os Fóruns Participativos (FP) e as reuniões do

Grupo Coordenador (GC).

7 | P á g i n a

2. Caracterização Socio-Económica

O Município de Condeixa-a-Nova localiza-se na sub-Região do Baixo Mondego, na

Região Centro, e possui uma área de 141 km2. O Concelho é composto pelas

freguesias de Anobra, Belide, Bendafé, Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha, Ega,

Furadouro, Sebal, Vila Seca e Zambujal e abrange uma área de 138,7 km2.

2.1 Dinâmica Populacional

Em termos demográficos, o Concelho de Condeixa-a-Nova apresenta um forte

crescimento populacional. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística

(INE), no período entre 1991 e 2001 o Município registou uma acréscimo de mais de

17,8% da sua população, cerca de 2 313 habitantes, contrariando a diminuição de

perto de 1% que se registou na NUT III Baixo Mondego.

A tendência de evolução da população residente do Concelho tem assim revelado o

forte potencial de atracção deste território, que contribui terminantemente para o

cenário sub-regional. (Tabela 1).

Tabela 1. Evolução da população residente.

População residente (103 habitantes) Variação da população (%)

1970 1981 1991 2001 2007 70/81 81/91 91/01 01/07

Condeixa-a-Nova 12,9 13,3 13,0 15,3 17,4 2,8 -1,7 17,8 13,6

Baixo Mondego 294,6 330,0 328,9 340,3 332,4 12,0 -0,3 3,5 -2,3

Região Centro 1665,8 1750,9 1721,7 2348,4 2386,0 5.1 -1,7 36,4 1,6

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População.

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A partir da década de noventa registou-se um forte acréscimo da população

(17,8%), valor claramente superior ao observado nos outros municípios do Baixo

Mondego que também viram a sua população aumentar (Coimbra, 6,8%,

Cantanhede, 2,1%, e Figueira da Foz, 1,7%).

Esta forte dinâmica populacional também pode ser observada no aumento da

densidade populacional do concelho. O número de habitantes por km2

aumentou significativamente entre 2000 (109,0/km2) e 2006 (123,2/km2), ultrapassando a

média nacional (113,6/km2). No quadro da sub-região do Baixo Mondego, apenas

Coimbra e Figueira da Foz possuem densidades populacionais mais elevadas.

Analisando a evolução da população residente por grupos etários, observamos um

envelhecimento da população e uma diminuição das faixas etárias mais jovens, até

1991, registando-se uma inversão desta tendência a partir desse período. Entre 1991

e 2001, o grupo etário dos 0-14 anos registou um aumento de 7,4% e entre 2001 e

2007, 17,1%.

Tabela 2. Evolução da população residente por grupos etários.

Grupos

etários

População residente Variação da população (%)

1981 1991 2001 2007 81/91 91/01 01/07

0-14 2691 2097 2252 2638 -22,1 7,4 17,1

15-64 8233 8363 10206 11102 1,6 22,0 8,8

+65 2333 2567 2882 3682 10,0 12,3 27,8

Total 13257 13027 15340 17422 -1,7 17,8 13,6

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População.

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Esta evolução demográfica revela um cenário positivo para o desenvolvimento

do Concelho, uma vez que revela uma elevada capacidade de regeneração

demográfica e a possibilidade de manutenção de classes populacionais em idade

activa.

Paralelamente a este indicador positivo, e neste caso acompanhando a dinâmica

nacional, regista-se uma acréscimo da população com mais de 65 anos.

2.2 Educação e Formação

Entre 1991 e 2001 registou-se uma diminuição de cerca de 2,8 pontos percentuais na

taxa de analfabetismo, de 14,6% para 11,8%, conforme se visualiza na Figura 2.

Figura 2.Variação da taxa de analfabetismo entre 1991 e 2001.

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

1991 2001

Centro Baixo Mondego Condeixa-a-Nova

Síntese – Dinâmica demográfica:

Crescimento populacional global – capacidade de atracção;

Crescimento da população em idade escolar 0 e os 14 anos;

Crescimento da população com mais de 65 anos .

10 | P á g i n a

A distribuição da população, por nível de ensino, mostra a predominância do nível de

instrução primário, seguido pelo grupo da população com instrução básica de 2º e 3º

Ciclos. O total de habitantes com instrução secundária representa 15% da população

do território em análise e o número de residentes com o ensino superior representa 12%,

valor superior à média nacional (11%).

No que se refere à taxa de abandono escolar o Concelho de Condeixa-a-Nova

destaca-se positivamente, com valores que rondam 1% comparativamente com valores

regionais e nacionais na ordem dos 2,5% (figura seguinte).

Figura 3. Taxa de abandono escolar por local de residência.

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação.

A rede educativa é composta por 25 estabelecimentos dos diferentes níveis de ensino,

dos quais dez equipamentos de Educação Pré-escolar, onze EB1, duas Escolas Básicas

de 2º e 3º Ciclo, um equipamento de Ensino Secundário e um de tipo profissional. A

elaboração da carta educativa foi um passo fundamental para a reorganização e

melhoria da qualidade do parque escolar.

No Município existem três entidades que asseguram a formação profissional: o Instituto

Técnico Artístico Profissional (ITAP), a Santa Casa da Misericórdia (SCM) e a Associação

da Ega. “Entre as acções de formação profissional desenvolvidas pela Santa Casa da

Misericórdia saliente-se, no âmbito do Projecto Luta Contra a Pobreza, o Espaço Mulher.

Criado em 2001 e estendendo-se até 2004, o Espaço Mulher encontrava-se

11 | P á g i n a

exclusivamente orientado para a população feminina tendo como finalidade aumentar

as qualificações profissionais de mulheres sub-escolarizadas ou sub-qualificadas.”

2.3 Base Económica Local

A taxa de actividade, na década intercensitária, sofreu uma evolução positiva,

registando uma variação de 5,3 pontos percentuais no Concelho de Condeixa-a-Nova.

Esta evolução positiva resulta do aumento da taxa de actividade da população do

sexo feminino. A taxa de desemprego, acompanhou a tendência que se verificou entre

1991 e 2001 na taxa de actividade, registando uma diminuição de 0,4 pontos e

apresentando um valor inferior ao registado na NUT III Baixo Mondego e na Região

Centro. Neste mesmo período deve-se registar a significativa diminuição da taxa de

desemprego da população feminina, aproximando-se dos 7%.

“Estamos, assim, em presença de comportamentos que permitem pensar que o

Município de Condeixa-a-Nova tem tido na década de noventa uma dinâmica

económica com significado a que se alia a proximidade a um centro urbano

importante (Coimbra), traduzidos num forte acréscimo populacional (a variação da

Síntese – Educação e Formação:

Elevada taxa de analfabetismo;

Predomínio do grau de ensino básico;

Baixa taxa de abandono;

12 | P á g i n a

população residente foi no Município de 17,8% enquanto que no Continente verificou-

se um acréscimo inferior de 5,3%).”1

Tabela 3: Taxa de actividade e taxa de desemprego, entre 1991 e 2001.

Taxa de Actividade Taxa de Desemprego

1991 2001 1991 2001

HM H M HM H M HM H M HM H M

Região Centro (NUT II) 41,6 52,3 31,6 45,5 52,9 38,6 5,1 3,1 8,1 5,8 3,9 8,1

Baixo Mondego (NUT III) 44,1 53,5 35,7 46,8 52,9 41,3 5,9 4,0 8,5 6,4 4,8 8,3

Cantanhede 46,2 53,7 39,2 45,0 52,8 37,9 3,5 2,8 4,3 5,8 3,6 8,5

Coimbra 47,0 54,2 40,7 49,9 53,9 46,4 6,2 4,7 8,0 6,1 5,4 6,8

Condeixa-a-Nova 40,4 51,1 31,2 45,7 52,8 39,5 5,1 2,4 9,0 5,5 4,0 7,3

Figueira da Foz 42,3 52,9 32,5 45,7 52,6 39,3 7,7 5,0 11,7 7,4 5,0 10,4

Mira 47,1 56,3 38,9 43,7 51,8 36,5 4,6 3,3 6,3 8,0 5,2 11,5

Montemor-o-Velho 40,6 54,1 28,0 43,6 51,1 36,5 6,0 3,0 11,5 7,4 4,1 11,8

Penacova 38,7 53,7 25,2 43,8 54,6 34,0 4,2 2,1 8,3 5,3 3,4 8,2

Soure 36,4 49,9 23,9 40,5 48,6 32,9 5,2 2,7 10,1 6,5 3,9 9,9

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001 (Resultados Definitivos).

Acompanhando a tendência nacional, o Município de Condeixa-a-Nova tem vindo a

registar um claro fenómeno de terciarização (Tabela 4), assumindo uma

representatividade de 69,8%, valor superior ao registado na Região Centro (55,08%) e no

Continente (59,7%). O reforço significativo do emprego neste sector de actividade foi

acompanhado por um decréscimo dos activos empregues em actividades do sector

primário e secundário. Este último sector, entre o período de 1991 e 2001 registou uma

perda de aproximadamente 6,8 pontos percentuais, equivalente a 114 activos.

1 Carta Educativa do Município de Condeixa-a-Nova, 2007.

13 | P á g i n a

Tabela 4. População empregada por sector de actividade.

Condeixa-a-Nova Centro (NUT II)

1991 2001 1991 2001

v.a. % v.a. % v.a. % v.a. %

CAE 0 597 12,0 145 2,2 115 515 17,05 68 479 6,80

CAE 1-4 1 745 34,9 1 859 28,1 262 869 38,80 383 536 38,11

CAE 5-9 2 653 53,1 4 622 69,8 299 118 44,15 554 358 55,08

Total População Empregada 4 995 6 626 677 502 1 006 373

Total População Activa 5266 7 014 712 893 1 067 864

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação.

2.4 Dinâmica Empresarial

Tendo por base a informação do INE, organizada pelos Códigos de Actividades

Económicas (CAE.2.), verifica-se, entre 1999 e 2004, um decréscimo no número de

2 Classificação das Actividades Económicas (CAE): N.I. - Não Identificada - Actividades mal definidas, A - Agricultura,

Produção Animal, Caça e Silvicultura, B – Pesca, C - Indústrias Extractivas, D - Indústrias Transformadoras, E - Produção e

Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água, F – Construção Civil, G - Comércio por Grosso e a Retalho; Reparação de

Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Uso Pessoal e Doméstico, H -Alojamento e Restauração (Restaurantes e

Similares), I - Transportes, Armazenagem e Comunicações, J - Actividades Financeiras, K - Actividades Imobiliárias, Alugueres e

Serviços Prestados às Empresas, L - Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória, M – Educação, N - Saúde e

Acção Social, O - Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais, P - Famílias com Empregados Domésticos, Q -

Organismos Internacionais e outras Instituições Extra-Territoriais

Síntese – Base económica local:

Taxa de actividade ligeiramente inferior à média nacional;

Elevada percentagem de população empregue no sector

terciário (processo de terciarização muito representativo);

14 | P á g i n a

empresas3 sedeadas no Concelho (tabela seguinte). A este indicador contrapõe-se o

aumento no número de sociedades4, indicando que, apesar de ser dominante a

iniciativa individual, se começa a assistir a uma evolução organizacional da iniciativa

empresarial no Município de Condeixa-a-Nova.

Tabela 5. Empresas e sociedades com sede no Concelho segundo o CAE rev.2.

Empresas

ANO A+B C D E F G H I J K L a Q Total

2000 134 23 181 - 292 417 81 45 35 70 48 1 360

Menos 54 empresas = Diminuição de 4%

2001 132 20 179 - 299 413 90 66 35 69 51 1.354

2002 130 18 166 - 294 412 89 62 34 69 49 1.323

2003 129 15 163 - 299 436 92 68 35 62 54 1.353

2004 43 12 161 - 309 473 126 68 36 77 73 1 378

2005 40 14 151 - 305 479 127 69 36 88 76 1 385

2006 43 17 132 0 261 460 129 65 34 88 77 1 306

Sociedades

ANO A+B C D E F G H I J K L a Q Total

2000 5 3 38 - 26 82 12 24 - 21 12 223

Mais 180 sociedades = Aumento de 80,7%

2001 5 4 42 - 30 88 18 48 - 24 16 275

2002 5 3 40 - 34 99 18 49 - 28 18 294

2003 4 3 39 - 39 122 22 55 - 26 23 333

2004 6 4 40 - 39 120 26 58 1 30 28 352

2005 6 4 42 - 48 143 30 60 1 39 32 405

2006 7 4 43 0 45 139 33 60 0 39 33 403

Fonte: INE, Anuários Estatísticos da Região Centro.

Da análise da Tabela 6 verifica-se que as actividades do CAE G (Comércio por Grosso e

a Retalho; Reparação de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Uso Pessoal e

Doméstico) são as mais representativas no Município de Condeixa-a-Nova, seguidas

3 “Empresa – Entidade jurídica (pessoa singular e colectiva) correspondente a uma unidade organizacional de produção de

bens e serviços, usufruindo de uma certa autonomia de decisão, nomeadamente quanto à afectação dos seus recursos

correntes. Uma empresa exerce uma ou várias actividades, num ou vários locais.” (www.ine.pt).

4 “Sociedade comercial: Sociedade que tem por objecto a prática de actos de comércio e que adopte um dos tipos

previstos no Código das Sociedades Comerciais. Podem ser anónimas, por quotas, em nome colectivo e em comandita

(simples ou por acções).” (www.ine.pt).

15 | P á g i n a

pelas actividades do CAE F (Construção Civil). Este dado é evidente quer no universo

das empresas como no universo das sociedades.

Não obstante terem sido registados decréscimos no número de empresas, o aumento

do número de sociedades teve uma repercussão directa no volume de vendas, em

grande parte derivado aos aumentos registados nas actividades do CAE G. No ano de

2005, as sociedades inscritas no CAE G eram responsáveis por cerca de 75 304 mil euros

de volumes de venda, o que equivale a 34% do volume total de vendas registado no

território em análise, seguidas pelas sociedades do CAE D com 65 675 mil euros de

volume de vendas (equivalente a 29,7% do total do Concelho).

Em termos de postos de trabalho, no ano de 2005, destacava-se a Indústria

Transformadora (CAE D) como maior empregador no Município de Condeixa-a-Nova

(849 trabalhadores equivalente a 34,3%), seguido pelo CAE G com 516 trabalhadores e

pelo sector das Indústrias Extractivas (CAE C) responsável por 276 postos de trabalho das

sociedades.

2.5 Suporte Físico | Sistemas Naturais

A morfologia do território, de um modo mais ou menos directo, tem influenciado a

ocupação humana no Município. O Município encontra-se integrada na Orla

Mesocenozóica, apresentando, por esse motivo, “(...) uma morfologia, de baixos

planaltos e planícies, assim como, a algumas serras e colinas calcárias, enquanto que,

Síntese – Dinâmica empresarial:

Dinâmica empresarial positiva e com um crescimento sustentado

(aumento progressivo do número de sociedades desde 2000);

Comércio e construção civil são os sectores com mais sociedades

constituídas;

Preponderância da indústria extractiva;

Industria transformadora com peso determinante nos volumes de

negócio e emprego existentes no município.

16 | P á g i n a

do ponto de vista de coberto vegetal, torna-se possível observar a presença de

vegetação tipicamente mediterrânea, da qual, a Mata da Abofarda é um claro

exemplo.”5

Figura 4. Hipsometria do Município de Condeixa-a-Nova.

Fonte: Carta Educativa do Município de Condeixa-a-Nova.

A Serra do Circo, localizada maioritariamente na Freguesia de Furadouro, insere-se nas

Serras Calcárias de Condeixa-Sicó-Alvaiázere, determina a geomorfologia do

Concelho, “(…) responsável também pela magreza dos solos, pela secura da superfície

calcária e, em última análise, por uma ocupação humana difícil que, ainda hoje,

assenta na magra agricultura de sequeiro e numa pastorícia tradicional de muito fraca

rentabilidade.”6. A paisagem cársica define a existência de formas muitas vezes com

5 Carta Educativa do Município de Condeixa-a-Nova.

6 CUNHA, Lúcio, MACIÇO DE SICÓ - Valorização dos recursos naturais e criação de emprego a nível local, in Território, do

global ao local e trajectórias de desenvolvimento, IEG.

17 | P á g i n a

significativo interesse arqueológico e patrimonial, nomeadamente as exsurgências e os

canhões flúvio-cársicos, tal como são a exsurgência de Alcabideque, que dá origem à

Ribeira de Alcabideque, a exsurgência da Arrifana, o “canhão” flúvio-cársico Rio dos

Mouros e o Rio da Ega.

“As actividades produtivas presentes reflectem igualmente esta rarefacção de solos

agrícolas e de potencial de mão-de-obra: agricultura de subsistência, baseada na

consorciação entre pequena horticultura, exploração de produtos florestais e criação

de ovinos e caprinos. O valor paisagístico é grande embora pouco explorado: no

conjunto das quatro freguesias que abarcam este território – Furadouro, Zambujal,

Bendafé e Vila Seca – encontra-se relevante património natural (coberto florestal,

formações rochosas, pontos mirantes) e saberes-fazer associados à profunda ruralidade

deste território (fabrico do Queijo Rabaçal, cestaria, produção do mel.”7

2.6 Testemunhos da Apropriação Humana

A presença humana neste território é remota. Os inúmeros exemplares do património

cultural são o testemunho dos diferentes momentos de vivência que aqui estiveram

presentes.

A Região possui um diversificado património cultural, natural e paisagístico (e.g. Reserva

Natural do Paul de Arzila, Mata da Abofarda Maciço de Sicó), arqueológico (e.g.

7 Condeixa 2020 – O Futuro começa hoje, Julho 2007.

Síntese – Suporte físico:

Qualidade e diversidade dos recursos naturais;

Especificidade geomorfológica;

Forte enraizamento da actividade agrícola em grande parte do

Concelho.

18 | P á g i n a

Monumentos Nacionais – Ruínas de Conimbriga e Aqueduto Romano de Conimbriga e

do "Castellum" de Alcabideque), arquitectónico (e.g. Casa de São Tomé, Igreja de

Nossa Senhora da Graça, Pelourinho de Ega, Palácio dos Figueiredos, Palácio dos

Lemos, Capela de Nossa Senhora da Lapa, Casa das Colunas, Paço dos

Comendadores da Ega), passível de ser valorizado, nomeadamente através da

valorização dos produtos tradicionais e motivações turísticas temáticas.

Figura 5. Exemplares de elementos patrimoniais no Município de Condeixa-a-Nova.

Fonte: IGESPAR, 2008.

A referir que, na base de dados do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e

Arqueológico (IGESPAR), constam elementos patrimoniais com categoria de protecção

de Monumento Nacional (Ruínas de Conimbriga e Aqueduto Romano de Conimbriga e

do "Castellum" de Alcabideque) e que marcam o Município de Condeixa-a-Nova na

sua vertente turística e cultural. Associado a este património está o artesanato local - a

Louça de Conimbriga, pintada à mão e exibindo motivos do século XVIII.

Actualmente a capacidade de atracção de novas populações permanece evidente

no território concelhio, com locais de forte concentração habitacional. A sede de

concelho destaca-se do restante território, sendo evidente uma maior densidade no

quadrante Norte e em torno da Estrada Nacional 1.

19 | P á g i n a

Figura 6. Hierarquia segundo a dimensão dos lugares no Município de Condeixa-a-Nova, em

2001.

Fonte: Carta Educativa do Município de Condeixa-a-Nova.

2.7 Ambiente e Qualidade de Vida

O acesso às redes de infra-estruturas básicas é condição essencial para que um

território esteja preparado para novos desafios de desenvolvimento e para que se

consiga envolver activamente a população, uma vez que esta sente que as suas

necessidades básicas foram alcançadas percebendo assim a premência de uma

política pública orientada para novas áreas de actuação.

Síntese – Apropriação humana:

Elevada capacidade de atracção do território concelhio;

Testemunhos patrimoniais de elevado valor distintivo;

Fortes interdependências entre territórios humanos e naturais.

20 | P á g i n a

Figura 7: População servida por infra-estruturas básicas no Município de Condeixa-a-Nova e

nas NUT I, II.

Fonte: INE, Anuários estatísticos da Região Centro, 2005 e 2006.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e conforme se ilustra

na Figura anterior, o Município de Condeixa-a-Nova revela fortes carências ao nível do

tratamento de águas residuais, com percentagens inferiores às da Região Centro e

Portugal. Em relação ao sistema de abastecimento de água, a percentagem de

população de Condeixa-a-Nova servida era, em 2005, de aproximadamente 100%,

valor superior ao registado na NUT II e I.

A discrepância entre população servida pela rede de drenagem e rede de tratamento

de águas residuais revela uma situação ambiental desfavorável e comprometedora do

equilíbrio ambiental, em 2005.

Dados da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova revelam uma situação mais

favorável, com 79,52% da população servida por ETAR, num total de 10.889 residentes,

no ano de 2007.

De acordo com previsões da Câmara Municipal, com a abertura de um concurso

público para a construção de mais uma ETAR no Município, a percentagem situar-se-á

nos 74,42% (11.655 residentes), devido a um acréscimo de 766 habitantes servidos por

rede de tratamento de águas residuais. Estes dados colocam o Município de Condeixa-

a-Nova numa posição privilegiada, quando comparados com os dados da Região

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2004 2005 2004 2005 2004 2005

População servida por sistemas de

abastecimento de água

População servida por sistemas de

drenagem de águas residuais

População servida por estações de

tratamento de águas residuais (ETAR)

Per

cent

agem

(%

)

Condeixa-a-Nova Centro (NUT II) Portugal (NUT I)

21 | P á g i n a

Centro e de Portugal. Com a abertura do Concurso Público, apenas 18,96% da

população residente se encontra sem rede de saneamento básico e 6,63% com

saneamento mas sem ETAR.

Tendo por base a informação disponibilizada pelo INE, apresenta-se na Figura 8 a

evolução das despesas municipais em matéria de ambiente, que, de acordo com este

instituto, estão divididas em três áreas: gestão de águas residuais, gestão de resíduos e

protecção da biodiversidade e da paisagem.

Figura 8 e 9: Distribuição das Despesas e Receitas Municipais na área do ambiente.

Fonte: INE, Anuários estatísticos da Região Centro, 2004 a 2006.

Conforme se visualiza na Figura 8 são as infra-estruturas básicas (águas residuais e

resíduos sólidos) as responsáveis pela maioria do investimento municipal em matérias

ambientais. As despesas com a protecção da biodiversidade e da paisagem assumem

3143

74

3143

65

2942

72

5946

24

5742

35

5841

28

8 12 8 9 1310

16

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Per

cent

agem

(%

)

Distribuição das despesas municipais na área do ambiente

Gestão de Águas Residuais Gestão de Resíduos Protecção da Biodiversidade e da Paisagem

2003 | 2004 | 2005

5546 48 51 48

29

57

4233

4047

52 4545

71

40

50 67

4 6 3 63

7

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Portugal Centro Condeixa-a-

Nova

Per

cent

agem

(%

)

Distribuição das receitas municipais na área do ambiente

Gestão de Águas Residuais Gestão de Resíduos Protecção da Biodiversidade e da Paisagem

2003 | 2004 | 2005

22 | P á g i n a

uma representatividade reduzida (sem valor de referência, de acordo com dados do

INE), distanciando-se da Região Centro e de Portugal, onde os valores são apenas de

16 e 10% respectivamente. As receitas municipais na área do ambiente acompanham

as tendências das despesas (Figura 8).

O sistema de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) é da

responsabilidade da ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro, S.A., responsável pela gestão e

tratamentos dos resíduos sólidos urbanos do Litoral Centro. Para receber, tratar e

valorizar os resíduos urbanos dos 36 Municípios que compõem o seu sistema, da melhor

forma, esta empresa definiu quatro objectivos, actualmente cumpridos: selagem e

recuperação ambiental das lixeiras; construção de novas infra-estruturas de tratamento

e destino final de RSU; implementação da recolha selectiva e valorização dos resíduos

sólidos urbanos; e sensibilizar a população para a problemática dos resíduos sólidos

urbanos.

Figura 10: Produção de Residúos Sólidos Urbanos, entre 1998 e 2007 (toneladas).

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, 2007.

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU's) são de acordo com a definição legal (DL 239/97)

“Resíduos domésticos ou outros resíduos semelhantes, em razão da sua natureza ou

composição, nomeadamente os provenientes do sector de serviços ou de

estabelecimentos comerciais ou industriais e de unidades prestadoras de cuidados de

saúde, desde que, em qualquer dos casos, a produção diária não exceda 1100 l por

produtor.”

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Pro

du

ção

de

RS

U (

ton

)

Anos

23 | P á g i n a

Entre 1998 e 2007, de acordo com dados da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova,

assistiu-se a um crescimento da produção de residúos sólidos urbanos, a qual

acompanhou o crescimento da população residente. A recolha dos RSU incidiu nos

resíduos verdes8 – 63% do total, ou seja . Um ponto a colmatar é a inexistência de

recolha de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE).

Figura 11: Recolha de RSU, no ano de 2007.

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, 2007.

Paralelamente ao crescimento da produção de resíduos sólidos urbanos, assistiu-se ao

aumento da recolha selectiva, reflexo das preocupações da Câmara Municipal com o

ambiente. Entre1999 e 2007, a recolha selectiva de vidro cresceu de 71,50 para 158,38

toneladas, a de papel de 1,50 para 123,03 toneladas e a de embalagens 0,06 para

44,49 toneladas, revelando um maior comprometimento da população com um

ambiente mais sustentável.

8 Resíduos verdes são resíduos provenientes da limpeza de jardins e parques.

30%

63%

0%7%

Monos Verdes

REEE's Sucatas

24 | P á g i n a

Figura 12: Recolha selectiva, entre 1999 e 2007 (toneladas).

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

tone

lada

s

Vidro Papel/Cartão Embalagens

Síntese – Ambiente e qualidade de vida:

Peso excessivo das despesas com gestão de águas residuais no

total das despesas na área do ambiente;

Inexistência de despesas/receitas relacionadas com a

protecção/valorização da biodiversidade;

Boa cobertura da rede de tratamento de águas residuais;

Progressiva intervenção na recolha selectiva e tratamento de

resíduos.

25 | P á g i n a

3. Análise questionários

No âmbito do processo da A21L de Condeixa foram

efectuadas entrevistas e distribuídos questionários a diversos

actores municipais. Com a consciência que não poderíamos

contactar individualmente todos os condeixences, foram

distribuídos questionários de forma arbitrária a escolas, juntas

de freguesia, instituições, empresas e à comunidade.

Estes permitiram, em complemento com as entrevistas, obter uma percepção ainda

mais transversal da comunidade de Condeixa-a-Nova.

Ao serem distribuídos por escolas, juntas de freguesias, instituições, empresas e pela

comunidade permitiram analisar a percepção de um grupo de pessoas muito

heterogéneo, pelas suas diferentes classes sociais, áreas de formação e trabalho e

lugares de residência. Com esta transversalidade espera ter-se conseguido obter

informações que traduzam a opinião da generalidade dos condeixences.

Foram entregues um total de 160 questionários, de acordo com a síntese tabela

seguinte, aos quais foram respondidos 60. Salienta-se desde já a disponibilização online

destes questionários permitindo aumentar a amostra da população.

Tabela 6. Inquéritos distribuídos e respondidos.

Destinatários Nº Questionários Distribuídos Nº Questionários Respondidos

Escolas 60 13

Juntas de Freguesia 50 25

Instituições 5 1

Empresas 15 12

Comunidade 30 9

Total 160 60

Fonte: SPI, 2008

26 | P á g i n a

De referir que os questionários enviados às escolas foram respondidos por professores

seleccionados arbitrariamente e os enviados às juntas de freguesia por habitantes das

respectivas freguesias, seleccionados da mesma forma.

As questões foram devidamente adaptadas ao tipo de instituição a que se destinava e

além de pretenderem informar e cativar para o processo da A21L de Condeixa-a-Nova,

tinham, no geral, como principais objectivos recolher a seguinte informação:

Pontos fortes e fracos do município em matéria de desenvolvimento sustentável;

Acções prioritárias a desenvolver no Concelho em matéria de desenvolvimento

sustentável;

Caracterização da dinâmica da instituição e grau de sensibilidade para a

temática;

Principais constrangimentos e potencialidades para o sucesso da estratégia de

desenvolvimento.

Aqui, apenas se analisam os pontos mais relevantes para a elaboração do presente

pré-diagnóstico da sustentabilidade.

3.1 Indicadores de desenvolvimento sustentável – Comunidade, JF e

Escolas

3.1.1 Classificação das instituições em termos de sustentabilidade

Neste ponto dos questionários, pretendia-se que cada inquirido atribuí-se uma

classificação variável entre 1, “muito mau” e 5, “muito bom” para cada indicador.

27 | P á g i n a

Nos questionários distribuídos pela comunidade e pelas JF, solicitando a atribuição de

classificação relativa à CMCN e JF, respectivamente, obteve-se uma classificação

média entre “razoável” a “bom”.

Tabela 7. Classificação média das instituições face a indicadores de sustentabilidade.

Indicador Classificação

média

CMC JF

Incentiva a participação cívica/política 3.10 3.71

Apela à justiça social e económica 3.25 3.79

É permeável às mudanças 3.75 3.96

Afirma a igualdade e a equidade de género 3.38 3.83

Promove projectos vocacionados para a mudança de comportamentos, através da

sensibilização e educação ambiental, dirigidos a diversos públicos-alvo 3.50 3.38

Promove a Formação ambiental dos Recursos Humanos 3.00 3.21

Assume preocupações com os resíduos e reutilização de recursos 3.88 3.46

Demonstra publicamente o compromisso relativo à gestão ambiental 3.63 3.67

Promove a melhoria contínua do desempenho ambiental 3.25 3.58

Fonte: SPI, 2009.

Da análise dos indicadores apresentados na Tabela 7 depreende-se que existe a

percepção global do trabalho da Câmara Municipal na promoção de práticas mais

sustentáveis ao nível da gestão de resíduos e gestão ambiental, sendo também

indicada a capacidade de adaptação à mudança . No caso das Juntas de freguesia,

as pontuações mais elevadas estão relacionadas com a capacidade de adaptação às

mudanças e com preocupações sociais.

Relativamente à classificação das escolas os valores foram mais elevados, com os

médias entre “bom” e “muito bom” para todos os indicadores, sendo que nalguns estão

muito próximos de “muito bom”.

28 | P á g i n a

Tabela 8. Classificação média das escolas face a indicadores de sustentabilidade.

Indicadores Classificação média

Escolas

Assume a interdisciplinaridade na sala de aula 4.80

Promove uma cultura de tolerância e de não-violência 4.77

Afirma a igualdade e a equidade de género 4.54

Encara a prevenção dos problemas ambientais como o melhor método de protecção do ambiente

4.46

Interage com a comunidade local 4.38

Encara os alunos como sujeitos que simultaneamente aprendem e ensinam 4.38

É permeável às mudanças 4.31

Promove a integridade ecológica 4.31

Ensina a pensar criticamente e a fazer escolhas 4.31

Apela à justiça social e económica 4.23

Integra valores para uma vida sustentável 4.15

Incentiva a participação cívica/política 4.08

Fonte: SPI, 2009.

Conforme se verifica na Tabela 8, indicadores como a promoção da

interdisciplinaridade na sala de aula e de uma cultura de tolerância e não violência

encontram-se mais próximos do valor máximo possível (5). De todos os indicadores, e

apesar do seu valor ser superior a 4, o incentivo à participação cívica e política surge

com o valor inferior, o que motiva uma reflexão quando cruzada a informação com a

do perfil da comunidade Condeixense, caracterizada pela baixa mobilização e

participação cívica.

3.1.2 Actividades económicas prioritárias

Relativamente às actividades económicas consideradas prioritárias para o

desenvolvimento do Concelho, a indústria transformadora foi a mais vezes referida

como prioritária (pontuação máxima), com 8 referências. Em segundo lugar, exéquo,

29 | P á g i n a

com 6 referências, surgem o comércio, a construção e o turismo, como sendo as

actividades prioritárias para o desenvolvimento do Concelho.

Para além do número de vezes que a actividade foi considerada no primeiro lugar de

importância, foi calculado o valor médio das pontuações obtidas. Assim, da análise do

valor médio atribuído às várias actividades económicas verifica-se que o comércio é

aquela que é considerada como mais prioritária do universo de actividades listadas,

seguido do turismo.

Tabela 9. Importância das actividades económicas.

Actividade Económica Nº de referências como mais importante Valor médio

na ordem Escolas JF Comunidade Total

Agricultura e Pecuária 0 0 0 0 5.80

Indústria extractiva 0 1 1 2 5.92

Comércio 1 5 0 6 3.74

Actividades Financeiras 0 2 2 4 5.47

Turismo 2 3 1 6 4.37

Construção 0 6 0 6 4.75

Transportes e Comunicações 2 0 0 2 4.44

Indústria Transformadora 1 3 4 8 4.63

Actividades imobiliárias e Serviços de Empresas

1 0 0 1 5.89

Fonte: SPI, 2009.

3.1.3 Grau importância de intervenções

A construção/melhoria de escolas e a construção/melhoria de lares e centros de dia

foram as intervenções consideradas mais importantes pelos condeixences. A escala de

importância utilizada foi a mesma evidenciando-se assim que estas duas intervenções

foram classificadas (média) como “importantes” a “muito importantes”.

30 | P á g i n a

Tabela 10. Importância de eventuais intervenções.

Intervenções

Classificação média Total Média Escolas JF Comunidade

Construção/melhoria de escolas 5.00 3.88 4.11 4.33

Construção/melhoria de lares e centros de dia 4.67 4.33 4.00 4.33

Construção/melhoria de centros de saúde 4.22 3.67 3.67 3.85

Construção/melhoria de habitação social 4.22 3.44 3.78 3.81

Fonte: SPI, 2009.

Síntese – indicadores de sustentabilidade - comunidade:

Consciência global da intervenção das autoridades locais na

gestão de resíduos e gestão ambiental;

Participação e cidadania surgem como matérias a trabalhar quer

ao nível escolar como institucional;

A valorização da qualidade de vida é evidente pela importância

dada a funções de proximidade – equipamentos escolares e sociais

e actividades económicas relacionadas com o comércio e o

turismo.

31 | P á g i n a

3.2 Indicadores de desenvolvimento sustentável – Empresas

Da análise das respostas obtidas aos inquéritos distribuídos a empresas do Concelho,

concluí-se que a maioria das empresas inquiridas (64%) consideram “absolutamente”

importantes as preocupações ambientais/sociais na definição da estratégia/missão. A

mesma fracção considera as políticas ambientais uma oportunidade de inovação para

a empresa.

3.2.1. Actividades mais importantes para a melhoria do desempenho ambiental

Tabela 11. Actividades mais importantes para a melhoria do desempenho ambiental.

Actividade Nº de referências

Redução do consumo de energia 11

Aumento da reciclagem 9

Aumento da disponibilidade de recursos alternativos 6

Diminuição dos cheiros 6

Aumento de disponibilidade de recursos naturais convencionais 4

Redução da poluição visual 4

Redução da poluição sonora 3

Redução dos efluentes 3

Redução/tratamento de resíduos perigosos 3

Redução da quantidade de matérias-primas utilizadas 1

Redução da ocupação de terrenos 0

Fonte: SPI, 2009.

As actividades mencionadas como mais importantes para a melhoria do desempenho

ambiental das várias empresas foram a redução do consumo de energia e o aumento

da reciclagem.

32 | P á g i n a

3.2.1 Principais vantagens na implementação de políticas sustentáveis

Os inquiridos do sector empresarial apresentam-se globalmente sensibilizados para a

importância da implementação de políticas ambientais e conscientes das vantagens

para as suas empresas, tendo identificado vantagens de diferentes escalas, algumas

relacionadas com a consciência global de protecção do planeta e outras relacionadas

com a micro escala, tais como a melhoria da imagem no mercado e manutenção de

boas relações públicas.

Tabela 12. Vantagens da implementação de políticas sustentáveis.

Vantagens Nº de

referências

Preocupação com o futuro do planeta 7

Manutenção de boas relações públicas com todas as partes interessadas 7

Melhoria da imagem, notoriedade e aceitação no mercado real e potencial 7

Desenvolvimento e partilha de soluções ambientais 6

Redução/controlo de custos 5

Obtenção de seguros mais razoáveis 5

Redução dos resíduos e reutilização dos recursos 4

Melhoria contínua do desempenho ambiental 1

Demonstração pública do compromisso relativo à gestão ambiental 0

Satisfação de critérios de investimento e melhoria de acesso ao capital 0

Redução de eventuais indemnizações resultantes de incidentes 0

Fonte: SPI, 2009.

33 | P á g i n a

3.2.2 Principais obstáculos à implementação de políticas sustentáveis

Apesar da elevada importância que atribuem às políticas sustentáveis existem alguns

entraves à sua implementação, entraves esses que são identificados como tendo sido

os responsáveis pelo facto de ainda não terem passado à prática algumas das acções

identificadas como importantes para uma gestão e funcionamento das empresas.

Destes os mais referenciados foram os hábitos implementados e os custos financeiros

elevados associados.

Tabela 13. Obstáculos à implementação de políticas sustentáveis.

Obstáculos Nº de referências

Hábitos implementados (resistência à mudança) 11

Custos financeiros elevados 9

Falta de conhecimento/informação disponível 7

Complexidade 4

Heterogeneidade entre as empresas do mesmo Grupo/ Cadeia Logística 4

Falta de apoio da Gestão de Topo 4

Falta de Recursos Humanos apropriados/ disponíveis 3

Alternativas de produtos/ processos sem qualidade 1

Fonte: SPI, 2009.

Da análise deste ponto percebe-se que apesar de conscientes do seu papel no

desenvolvimento sustentável do Concelho, a capacidade de adaptação às mudanças

é o principal obstáculo. Curiosamente este indicador de permeabilidade à mudança foi

apontado como sendo um factor positivo no caso das entidades públicas (ver Tabela

7). Depreende-se que existe a ideia de acréscimo substancial de custos de

funcionamento para a incorporação de práticas mais sustentáveis, o que, cruzado com

a identificação da falta de conhecimento e informação disponível revela a

necessidade premente de trabalhar sistemas eficazes de informação orientados para o

tecido empresarial do Concelho.

34 | P á g i n a

3.3 Acções a desenvolver

Quando inquiridos acerca das acções (as 3 mais importantes) a desenvolver no

Município em matéria de desenvolvimento sustentável, os condeixences fizeram

repetidamente referências à construção das mais variadas infra-estruturas, como

referências à necessidade de construção de espaços desportivos, vias acesso, passeios

cicláveis e pedonais, rede de saneamento, entre outros. Foi ainda muito frequente a

indicação de objectivos/desejos (e.g.: apoiar o turismo, mais apoio às freguesias,

criação de emprego) e não de acções concretas. No entanto, destacam-se as

referências à necessidade de um maior apoio social a idosos, às actividades culturais e

o apoio ao desenvolvimento empresarial. O gráfico seguinte faz a síntese dos pontos

mais referidos.

Síntese – indicadores de sustentabilidade - empresas:

Consenso relativamente à necessidade e importância de adopção

de comportamentos mais sustentáveis;

Associação predominante de sustentabilidade com questões

ambientais e económicas, não havendo menção a questões sociais;

Falta de informação é identificado como um dos motivos da não

adopção de comportamentos mais sustentáveis;

Baixa capacidade de adaptação /mudança de hábitos de

funcionamento.

35 | P á g i n a

Figura 13. Referências a acções a desenvolver no Município.

Fonte: SPI, 2008.

3.4 Palavras de caracterização do Município

À semelhança das respostas obtidas nos pontos anteriores, aquando da indicação de

palavras que melhor caracterizam o Município, a diversidade de respostas foi

significativa. As palavras “desenvolvimento” e “centralidade” foram as mais

consensuais. De sublinhar também palavras como “Conimbriga”, “qualidade de vida e

bem estar” e “dormitório”, demonstrando a forte vocação residencial e turística deste

Concelho, com a ameaça permanente da excessiva dependência funcional de

Coimbra e do pouco “enraizamento” de novos residentes.

36 | P á g i n a

Figura 14. Palavras-chave de caracterização do Município.

Fonte: SPI, 2008.

3.5 Avaliação de comportamento

Este ponto do questionário surgia para aferir o comportamento, em termos de

contributo para o desenvolvimento sustentável, dos inquiridos.

De acordo com a escala referida nos pontos anteriores, os condeixences indicaram ter

um comportamento entre “razoável” e “bom”, relativamente à grande maioria dos

indicadores, existindo ainda alguns indicadores para os quais o comportamento é

considerado “bom” a “muito bom”.

37 | P á g i n a

Tabela 14. Avaliação da actuação dos inquiridos.

Indicador Classificação média Total

média Escolas JF Comunidade

Participa com frequência nas actividades sócio-culturais do Município

4.00 3.79 3.00 3.60

Utiliza o seu direito de participação eleitoral 4.63 4.36 4.56 4.51

Lê revistas, jornais com frequência 4.00 3.55 4.00 3.85

A sua residência é energeticamente eficiente 3.22 3.26 3.67 3.38

Costuma comprar produtos de baixo consumo de energia 3.88 3.81 3.67 3.78

Prefere comprar “produtos ecológicos” - 3.87 3.22 3.54

Consome muita água 3.10 3.48 3.11 3.23

Procura reduzir a produção de resíduos 3.80 3.90 3.78 3.82

Costuma triar o lixo e colocá-lo no ecoponto para ser reciclado

4.20 3.92 4.00 4.04

Procura comprar alimentos produzidos localmente 3.75 3.42 3.33 3.50

Anda frequentemente a pé / bicicleta 3.56 3.42 3.44 3.47

Viaja muito de carro 3.44 3.68 3.22 3.45

Age com responsabilidade no presente, sem negligenciar as necessidades das gerações futuras

4.30 3.82 3.78 3.97

Aceita a diferença 4.70 4.27 4.11 4.36

Fonte: SPI, 2008.

38 | P á g i n a

4. Análise SWOT do Concelho de Condeixa-a-Nova –

Pontos Fortes, Áreas de Melhoria, Ameaças e

Oportunidades

A elaboração do Plano de Acção da Agenda 21 Local de Condeixa pressupõe o

conhecimento e reflexão sobre os pontos fortes e áreas de melhoria do Concelho e

que, identificados por diferentes agentes locais, são o ponto de partida para acções

concretas.

A recolha dos pontos fortes e áreas de melhoria decorreu em diferentes momentos nos

quais participaram diferentes intervenientes. Num esforço de síntese e tendo em

consideração as áreas temáticas resultantes de um agrupamento de referências,

apresentam-se as pontos fortes e áreas de melhoria nos seguintes domínios:

1. Social

2. Gestão ambiental

3. Educação e formação

4. Mobilidade e ordenamento do território

5. Economia e emprego

6. Cultura

7. Desporto e juventude

39 | P á g i n a

Tabela 15. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à área social.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Loja social Loja social (desconhecimento da sua existência,

dinâmica e áreas de actuação)

Associativismo Cidadania e participação

Gastronomia Incentivos ao movimento associativo

Conhecimento social das populações Inexistência de unidade de cuidados continuados

Santa casa da misericórdia e suas valências Desigualdades sociais da população intra-urbana

Existência de relações de vizinhança entre pessoas que favorecem a coesão social

Fracas iniciativas de estímulo à participação cívica /

Existência de um gabinete de acção social da câmara municipal

Necessidade de mobilização social em torno desta matéria

Dinâmica demográfica e urbanística Apoio a idosos (acamados)

Concelho seguro e sossegado – bem-estar Barreiras arquitectónicas (dificuldade de acessos

a pessoas com deficiência)

Pouco “enraizamento” de franja significativa da

população (novas urbanizações)

Cooperação institucional

Tabela 16. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à gestão ambiental.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Centro de recolha de monos Fábricas poluidoras

Parque verde Rios e ribeiras poluídos

Natureza Rede de esgotos incompleta e insuficiente

Preocupações ambientais Ecopontos

Biodiversidade ambiental Lixo espalhado pelo concelho

Infra-estruturas de reutilização e reciclagem Falta limpeza do rio

Património ambiental rico, adequado para práticas de recreio (individual, familia e em grupo)

Politica /procedimento de recolha, encaminhamento e valorização de resíduos

da construção e da indústria transformadora / extractiva

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Preocupação com a sustentabilidade: ISO 14001:2004

Política de sensibilização para valorização da água da chuva para uso não potável

Património ambiental rico e diversificado Falta de consciência ambiental

Gestão de resíduos Rede de abastecimento de água

Qualidade dos espaços naturais, da paisagem e do ambiente natural em geral

Gestão sustentável do desenvolvimento local

Educação e sensibilização ambiental

Rede de ecopontos

Tabela 17. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à educação/formação.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Parque escolar Falta de creches / jardins de infância

Localização próxima de Coimbra – pólo de conhecimento

Diminutas iniciativas ao nível da formação profissional

Apostar nas parcerias com IES para produção de conhecimento e afirmação do

Concelho

Qualificação dos recursos humanos (redução da taxa de analfabetismo)

Tabela 18. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à mobilidade e ao ordenamento do

território.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Localização junto de uma via principal e acesso à auto-estrada

IC2 (EN1)

Acesso rápido a vias de comunicação terrestres Estrangulamento da EN

Proximidade de um centro urbano Estradas em mau estado de conservação

Acessibilidades Transportes maus para a ZI

41 | P á g i n a

Posição geográfica estratégica Política de mobilidade dos cidadãos baseada

no transporte individual

Localização junto de uma via principal e acesso à auto-estrada

Acessibilidade a Coimbra

Proximidade a Coimbra Pouca ligação entre Condeixa - Conimbriga

Funções de centralidade importantes, apesar da proximidade a coimbra

Mobilidade / acessibilidades

Rede viária como elemento essencial para a sustentabilidade do Concelho e da sua sede

Visibilidade externa

Localização geográfica (proximidade a coimbra) Posicionamento de cidade-dormitório de

coimbra

Rede de serviços e equipamentos existentes (piscina coberta, biblioteca, parque verde, campo de

futebol, etc.)

Acessibilidades à vila de condeixa (congestionamento en1)

Boas condições de comunicação com a generalização da banda larga e implantação de

sistemas de redes sem fios Transportes públicos colectivos

Centralidade regional

Boas acessibilidades rodoviárias

Tabela 19. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à economia/emprego.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Zona industrial Valorização e apoio ao comércio tradicional e

as produções agrícolas

Produções agrícolas de elevada qualidade (hortícolas – agrião, couves, etc)

Fragilidade do tecido empresarial (id e micro-empresas

Oferta de emprego

Comercialização de produtos locais

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Tabela 20. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos à cultura.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

Biblioteca municipal Falta de estímulos e coordenação das

actividades culturais

Pontos de interesse turístico Inexistência de estratégia para o turismo

Património Política de valorização do património

A marca do concelho – a água é um elemento determinante para a história do Concelho – a agricultura, os moinhos, o paúl, as buracas

(paisagem calcária), etc.

Promover o território pela qualidade de vida de que possibilita, numa estratégia

estruturada para inverter o cenário de dormitório de coimbra

Património histórico e cultural de relevância nacional

Reforçar a dinâmica cultural

Riqueza do património histórico, natural e geológico (ex. conimbriga)

Potenciar o património como factor de diferenciação

Oferta hoteleira

Preservar a pastorícia – queijo do Rabaçal

Tabela 21. Pontos fortes e áreas de melhoria relativos ao desporto/juventude.

PONTOS FORTES ÁREAS DE MELHORIA

População infantil e juvenil Política de juventude

Complexo de piscinas

Crescimento populacional – população jovem

Rede de serviços e equipamentos existentes (piscina coberta, biblioteca, parque verde, campo de

futebol, etc.)

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Tabela 22. Oportunidades e ameaças identificadas para o desenvolvimento sustentável do

Concelho.

AMEAÇAS

Individualismo e pouca capacidade de cooperação da população e instituições

Pouca capacidade de fixação de população com elevadas qualificações

Crise económica - reduzidas oportunidades de empregos

Concorrência de outros municípios

Submissão do Concelho perante o potencial do Concelho de Coimbra

Abandono dos campos agrícolas

Níveis elevados de iliteracia

OPORTUNIDADES

Potencial do sector turístico - Reforçar a atracção turística pela natureza e

património histórico

Valorização como espaço com qualidade para se viver – Atracção de novos

habitantes

Valorização dos produtos agrícolas de qualidade

Acesso a instrumentos de financiamento comunitário (QREN)

Localização e acessibilidades

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5. Considerações finais

O processo da Agenda 21 Local de Condeixa implica uma reflexão sobre as

debilidades e potencialidades do Concelho, assente em metodologias participativas,

nas quais se baseia a elaboração deste pré-diagnóstico.

Neste sentido, as várias sessões participativas a realizar certamente que se afirmarão

como importantes contributos para a elaboração do relatório final de diagnóstico, bem

como serão um espaço privilegiado para discutir as diversas fases deste processo,

mobilizar a sociedade civil para este projecto e contribuir com recomendações e

sugestões para a elaboração do plano de acção.

Apesar de terem sido apontados vários aspectos positivos, este diagnóstico torna claro

que para os munícipes, existem algumas questões que importam melhorar e que devem

ser consideradas na identificação e elaboração de linhas estratégicas de

desenvolvimento sustentável e na implementação de acções para a sua prossecução.

O despertar da consciência ambiental é uma percepção comum aos vários

intervenientes no processo, a actuação municipal em domínios como a gestão de

resíduos, com uma adesão significativa dos cidadãos é um exemplo claro de que

Condeixa-a-Nova está no caminho da sustentabilidade. Destacam-se como áreas de

melhoria a nível concelhio, a mobilização da população em torno deste objectivo

comum e a capacidade de integração das vertentes ambiental, social e económica

em apostas concertadas de desenvolvimento.

Pretende-se que este relatório seja uma ferramenta importante no seguimento do

processo da Agenda 21 Local contribuindo para que agora se possa actuar segundo

as componentes consideradas mais prioritárias para os habitantes e agentes locais.