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Nos períodos posteriores às grandes guerras, a humanidade promoveu grandes revoluções, demonstrando que os períodos de crise podem ser produvos A volta por cima painel Ano XVIII nº 238 janeiro/ 2015 AEAARP CÁLCULO Pragas são controladas por fórmula matemáca ENGENHARIA A ousadia dos projetos de pontes pelo mundo TECNOLOGIA Laboratórios da USP se preparam para revolucionar o país

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Nos períodos posteriores às grandes guerras, a humanidade promoveu grandes revoluções, demonstrando que os períodos de crise podem ser produtivos

A volta por cima

painelAno XVIII nº 238 janeiro/ 2015

A E A A R P

CálCuloPragas são controladas por fórmula matemática

EngEnhariaA ousadia dos projetos de pontes pelo mundo

TECnologiaLaboratórios da USP se preparam para revolucionar o país

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2014 se aproxima do final. Foi um ano atípico.Iniciou com poucas perspectivas positivas de desenvolvimento econômico, que se concreti-

zaram ao longo do tempo e pelas incertezas decorrentes das expectativas pela realização da Copa do Mundo e posteriormente pela realização das eleições majoritárias do país, entre outras.

O resultado não foi positivo.Na Copa, em que pese o cumprimento incompleto da programação de execução das obras

previstas para a viabilização do mundial, o evento foi realizado, mas em condições de infraes-trutura aquém do esperado.

Na área esportiva, entretanto, foi o pior resultado de nossa seleção, que experimentou um vexame diante de sua torcida, o que, de certa forma, reabilitou os integrantes da copa de 1950.

Na área política, após uma campanha extremamente ríspida e agressiva, na qual ocorreram desdobramentos impensáveis no início, mas concretizados após a morte de um dos candidatos a presidente da república, o resultado não foi melhor.

A eleição foi realizada, o resultado foi proclamado, a atual presidente do país foi reeleita, mas, o país saiu dividido do pleito.

A diferença de votos entre os candidatos foi muito pequena.Se acrescentarmos aos votos do candidato que foi vencido, os votos nulos e os votos em

branco, ou seja, os votos dos que não optaram pela candidata vencedora, chegaremos à con-clusão de que ela não tem o apoio da maioria dos eleitores brasileiros.

Com isso, o que temos observado é uma constante demonstração de insatisfação por parte da população, que tem se posicionado contrariamente a esse resultado de diversas formas, através de manifestações públicas, da mídia e das redes sociais, entre outras.

Aliadas a essas questões, estão vindo à tona novas denúncias de malversação do dinheiro público por cidadãos ligados às empresas públicas e a integrantes do governo.

Some-se a isso, o fato de que mesmo após o resultado das eleições, ainda não há um defini-ção de qual o rumo que se pretende imprimir à economia brasileira nos próximos anos, tendo em vista que o atual ministro da fazenda já foi publicamente descartado, sem que houvesse qualquer indicação do perfil do futuro integrante da pasta .

Esses fatos influenciaram e certamente continuarão a influenciar negativamente o desem-penho de nossa economia por muito tempo. E se a economia não vai bem, a área tecnológica também não vai.

Neste ano, assistimos a uma retração enorme na área do agronegócio, da indústria e da construção civil em nossa região.

No final do ano passado, fizemos neste espaço algumas considerações sobre a expectativa conservadora que se desenhava para o ano atual e sobre os cuidados que deveríamos ter ao planejarmos nossas ações de futuro, principalmente em nossa área de atuação, que é extre-mamente dependente de fomento público.

Hoje, infelizmente nos deparamos com situação equivalente, que nos leva a concluir que devemos ter o mesmo cuidado que no ano passado em relação às ações que pretendemos desenvolver.

Resta aguardarmos com cautela os próximos movimentos governamentais para que possamos nos posicionar e encarar a dura realidade que se avizinha.

Eng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoPresidente

Eng.º Civil João Paulo S. C. Figueiredo

Editorial

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Expediente

A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

ÍndiceESPECial 05Dificuldades podem gerar oportunidades10 mandamentos de marketing para engenheiros e arquitetos

rEgiSTro 14Horas muito felizes

nanoTECnologia 15A grande mudança

EngEnharia 16Pontes que desafiam a engenharia

agroEnErgia 18Dá pra fazer etanol com cogumelos?

EnErgia 20Maior usina solar flutuante do mundo O canal da Nicarágua

indiCador vErdE 21

PESquiSa 22Matemática no controle de pragas

CrEa-SP 24Para exercer a profissão em outra região, tire um visto

MEio aMbiEnTE 25Muito além da chuva

noTaS E CurSoS 26

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoPresidente

Arq. e urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos 1º Vice-presidente

Eng. civil Ivo Colichio Júnior2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Financeiro: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil Elpidio Faria JúniorDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. eletr. Tapyr Sandroni JorgeDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Edes JunqueiraDiretor de Comunicação e Cultura: eng. civil José Aníbal LagunaDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. José Antonio Lanchoti

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Gilberto Marques SoaresArquitetura, Urbanismo e afins: arq. e urb. Carlos Alberto Palladini FilhoEngenharia e afins: eng. civil José Roberto Hortencio Romero

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Conselheiros Titulares Eng. agr. Callil João FilhoEng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastreEng. civil Cecilio Fraguas JúniorEng. civil Edgard CuryEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet FrancoEng. agr. Geraldo Geraldi JúniorEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil Iskandar AudeEng. civil José Galdino Barbosa da Cunha JúniorArq. e Urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. civil Nelson Martins da CostaEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Conselheiros SuplentesEng. Agr. Alexandre Garcia TazinaffoArq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. Agr. Denizart Bolonhezi Arq. Fernando de Souza Freire Eng. civil Leonardo Curval Massaro Eng. agr. Maria Lucia Pereira Lima

CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e Eng. civil Hirilandes Alves

REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, eng. civil José Aníbal Laguna e eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin - [email protected]

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39, cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]

Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Foto da capa: Daniela AntunesTiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP

EsPEciAl

oportunidadesPeríodos de pós-guerra mostram que momentos difíceis são propícios para o

surgimento de novas tecnologias, soluções, conceitos e produtos

podem gerar

Momentos de crise não são privilégio de qualquer setor da economia. Porém, podem também se reverter em oportu-nidades, em soluções que fortalecem os negócios. Após a II Guerra Mundial, por exemplo, foi disseminado o uso do con-creto estrutural, diante da necessidade de reconstrução rápida das cidades e a custos baixos. Em Londres, foi adotado um modelo de planejamento urbano no pós-guerra, cujo objetivo foi o de controlar o uso e a ocupação do solo e disciplinar a construção de habitações sociais. Conceitos atuais, como o da pre-servação do meio ambiente, também surgiram em períodos de crise.

Com ou sem conflitos bélicos, porém, os períodos de crise econômica são oportunos para a revisão de processos e equipes como método para detectar gargalos na empresa. Além disso, os pro-fissionais podem ampliar sua qualifica-ção, estudar, desenvolver competências que são necessárias na carreira e refletir sobre o futuro profissional.

OportunidadesPara empresas, as crises são períodos

de profunda análise crítica e execução de um plano de ação que seja capaz de fazê-la dar a volta por cima, com monitoramento de resultados e pos-sibilidades, revendo o gerenciamento das carreiras das equipes e avaliando os instrumentos de monitoramento de resultados. Para os profissionais, são momentos para criar caminhos para colocar-se no mercado. Nos dois casos, o objetivo final é sair fortalecido, assim como as grandes cidades do mundo fi-zeram nos momentos mais turbulentos de suas histórias. Danielle Moro, geren-te de Desenvolvimento Organizacional da Exame Auditores Independentes, propõe alguns questionamentos bási-cos para os empreendedores: “As car-reiras estão claras? Conhecemos o po-tencial de nossos profissionais? Temos em mãos resultados corretos? Quais são as soluções alternativas para nossos custos? Conhecemos a fundo os custos

Dificuldades

fixos e os possíveis gargalos pelos quais perdemos investimentos?”.

“Para os profissionais, se houver uma reserva financeira, é este o momento de investir em conhecimento e quali-ficação. Caso não tenha, ou não possa dispor da reserva, a internet oferece excelentes oportunidades gratuitas. É preciso revisar objetivos, condutas, aprender novas competências. Esse é o foco para sair fortalecido”, ensina Da-nielle. Na revista PAINEL (edição 231, junho/2014), foi publicada uma matéria sobre universidades estrangeiras que oferecem cursos para as áreas de en-genharia e arquitetura em plataformas on-line e gratuitas. Veja a lista completa também no site da AEAARP – www.aea-arp.org.br.

Profissionais e empresas devem ob-servar o que têm de melhor, fortalecer esses potenciais e buscar reforços. A grande armadilha, na avaliação da con-sultora, é imaginar que a crise só pode ser combatida com a diversificação.

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Revista Painel

EsPEciAl

“Por vezes o movimento de buscar no-vas linhas de trabalho, novos produtos, novos mercados, novas profissões pode enfraquecer mais do que fortalecer”, pondera.

A Revista Painel fez um levantamento inspirador de tecnologias, conceitos e produtos criados em momentos difíceis da história mundial que revolucionaram a vida de muitas civilizações.

Concreto estruturalNo período pós-Segunda Guerra Mun-

dial, houve aceleração no desenvolvi-mento da tecnologia para o concreto e na exploração de suas potencialidades, inclusive como solução de acabamento e estética. Foi um marco da história do concreto aparente. Entre as décadas de 1950 e 1980 que surgiu o Brutalismo, movimento arquitetônico internacional que defendia a exposição das estruturas nas construções. Além de proporcionar eficiência, a demanda por construções flexíveis e de grandes vãos livres au-mentou, o que resultou na evolução da tecnologia aplicada à construção civil para a obtenção de materiais e soluções de alto desempenho.

Com a criação do concreto estrutural, também evoluíram os sistemas de cál-culo e dimensionamento das estrutu-ras pré-moldadas, ocorreram avanços tecnológicos na indústria do cimento e nas ciências dos materiais. Avança-ram os estudos da microestrutura do concreto – resultando em produtos com maiores resistências e qualidade –, desenvolvimento de equipamentos e técnicas construtivas, além dos siste-mas pré-fabricados. As construções em concreto estrutural eram superadas su-cessivamente por outras em desempe-nho, eficiência, altura, tamanho, vãos e formas.

Planejamento urbano de Londres

Os instrumentos para planejamento e reconstrução de Londres começaram a ser desenvolvidos ainda durante a Primeira Guerra Mundial. As propostas foram concebidas como projetos urba-nos localizadoseriam construídos em-preendimentos habitacionais públicos e privados. Com as leis Town Planning Act, de 1925, e a Town and Country Planning Act, de 1932, os dirigentes londrinos começaram a tomar medidas para evitar a suburbanização da cida-de, que vinha acontecendo ao longo das linhas do transporte ferroviário. Os empreendedores privados que cons-truíssem em desacordo com os artigos dessas leis poderiam ter seus edifícios demolidos.

Em 1940 foi publicado o Relatório Barlow, que era um estudo da distribui-ção da população industrial no Reino Unido. O levantamento recomendou a criação de um órgão central para tra-tar do planejamento urbano e rural, a

alteração da legislação de propriedade da terra (indenizações e apropriação da valorização decorrente da atuação pú-blica), a dispersão do parque industrial por todo o território e o esvaziamento industrial e populacional das cidades congestionadas.

Em 1943, foi criado o Ministério de Planejamento Urbano e Rural. Foi então incorporado o ideal de buscar melho-rias para os aspectos sociais. Este plano teve importante papel, pois mostrou para os líderes políticos uma visão do que os urbanistas consideravam uma ação abrangente para Londres, e teve enorme influência sobre planejadores de vários países.

Conjuntos habitacionais de Berlim

Depois da I Guerra Mundial foram criados vários conjuntos habitacionais em Berlim (Alemanha) devido à neces-sidade de uma reforma habitacional para os operários. As moradias eram escassas e o governo investia para con-

Conjunto habitacional Carl Legien, na Alemanha - Foto Doris Antony (Wikimedia Commons)

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AEAARP

ter revoltas ou disseminação dos ideais comunistas. As habitações foram ergui-das entre 1913 e 1934 e tinham como objetivo garantir a concepção de direi-to social e criar espaços arejados, com boa iluminação e praticidade no uso. O conceito ficou conhecido como Neues Bauen (do alemão, nova construção), que refletia a intenção de oferecer mo-radias com mais conforto aos trabalha-dores alemães.

Dentre os vários conjuntos habitacio-nais construídos nesse período, desta-cam-se: Britz, Carl Legien, Schillerpark, Gartenstadt (cidade-jardim) de Falken-berg, Siemensstadt e Weiße Stadt (Ci-dade Branca), construídos por profis-sionais reconhecidos, como Bruno Taut e Walter Gropius (fundador da escola Bauhaus). Alguns conjuntos chegam a ter mais de mil apartamentos, como o Carl Liegen, que foi construído no final da década de 1920. Outros chamam a atenção pela ousadia de seu design, como o Britz, que foi construído em for-ma de uma ferradura.

Movimento ecológicoApós a II Guerra Mundial começaram

a surgir várias iniciativas sociais no sen-tido de combater e amenizar os pro-blemas causados pela degradação am-biental. Em um primeiro momento, essa preocupação tomou conta de países de-senvolvidos e aos poucos foi alcançan-do o restante do mundo, tornando-se um novo movimento social e histórico conhecido como movimento ecológico, também chamado de ambientalismo e ecologismo.

Embora depois da segunda grande guerra tenha sido um período marcado pela notoriedade do movimento ecoló-gico, antes já haviam ocorrido algumas iniciativas nesse sentido como, por exem-plo, a Carta de Atenas (1933), que aler-tava sobre o caos das cidades que não estavam preparadas para satisfazer as necessidades básicas de seus habitantes.

No entanto, foi em 1945, com a cria-ção da Organização das Nações Unidas (ONU), que as questões relacionadas aos problemas ambientais passaram

a ganhar destaque, o que resultou na criação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que tinha como objetivo incentivar a cons-cientização internacional acerca dos problemas ambientais.

A década de 1950 ficou marcada pela preocupação ecológica da comunidade científica e as décadas de 1960 e 1970 sinalizaram a preocupação ecológica questionando, até mesmo, o modo de vida das pessoas. Nesse período, aumentaram as atividades de regula-mentação e de controles ambientais. A Agência de Proteção Ambiental dos Es-tados Unidos (EPA) estimulou a criação de leis e regulamentos como, por exem-plo, a Lei do Ar Puro, a Lei da Água Pura, a Lei de Recuperação e Conservação de Recursos, entre outras, passando a ser exigida a realização de Estudos de Im-pactos Ambientais (EIAs) como pré-re-quisito à aprovação de empreendimen-tos potencialmente poluidores.

Voos comerciaisFoi depois da II Guerra Mundial que

foram criadas as linhas aéreas comerciais. Até então, os aviões eram utilizados apenas para fins militares. Após esse período, as viagens aéreas passaram a ser rea-lizadas por necessidade, negócios ou lazer, pela rapidez, conforto e segurança. A indústria do trans-porte aéreo prosperou como em-preendimento comercial à medida que os avanços tecnológicos possi-bilitaram que as empresas desen-volvessem serviços regulares aos passageiros.

Desde então, transporte aéreo moderno emergiu como um ne-gócio internacional, oferecendo produtos e serviços para um gru-Conjunto Habitacional Britz, na Alemanha - Foto visualdata.dw.de

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Revista Painel

A execução de estruturas de madeira com CDE apresenta características que a via-bilizam, se comparado ao sistema tradicional: redução do peso da estrutura em até 40%, alívio das cargas concentradas nas treliças, devido ao menor espaçamento entre si, e nas fundações, com a diminuição do peso próprio da estrutura com o menor consumo de madeira que o sistema proporciona, qualidade técnica dos projetos e industrialização das estruturas.

Fontes: Monografia Concreto aparente: uma contribuição para a construção sustentável (Universidade Federal de Minas Gerais), artigo científico O Planejamento Urbano de Londres 1943-1947 (Revista

Risco do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP), portal Representações da República Federal da Alemanha no Brasil, monografia Os serviços de saneamento básico como instrumento de desenvolvimento sustentável (Universidade de Santa Cruz do Sul), artigo científico O ambientalismo como movimento vital,

artigo científico Transporte aéreo de passageiros: a integração do passageiro em uma cultura de segurança de voo (Revista Eletrônica Academia de Talentos – volume

3), portal Isto é Japão, portal Pini Web, Danielle Moro da Exame Auditores Independentes

po diversificado de usuários, incluindo transporte para passageiros e serviço de carga para empresas. A evolução dos aviões a jato também determinou a expansão do setor.

Trem-balaEm 1940, foi apresentada a proposta,

no Japão, de uma linha de trens para pas-sageiros e mercadorias conhecida como trem-bala (que lá se chama Shinkansen). Durante a II Guerra Mundial, o projeto foi engavetado e só foi retomado na década de 1950. Em 1959, iniciou a construção da linha Tokaido Shinkansen entre Tóquio e Osaka. O primeiro trem--bala foi inaugurado em 1964, vésperas do Jogos Olímpicos de Tóquio.

Desde 1964, a linha Tokaido Shinkan-sen expandiu-se para ligar a maior parte das cidades do arquipélago, com velo-cidade de até 300 km/h, em um terri-tório que sofria constantemente com terremotos e tufões. Ao contrário das linhas mais antigas, o Shinkansen uti-liza túneis e viadutos para atravessar obstáculos em vez de contorna-los. Em 2015, o Shinkansen completa 51 anos. E o Japão ficou marcado na história como o primeiro país a desenvolver linhas de trem para viagens de alta velocidade.

Coberturas de estruturas de madeira

O desenvolvimento da indústria de estruturas de madeira ocorreu, princi-palmente, na Europa do pós-guerra (a segunda), devido à necessidade de re-construção rápida e econômica das ci-dades destruídas. Esse desenvolvimen-to propiciou o surgimento de um novo conector, que possibilitou a montagem das estruturas em escala industrial, as chapas com dentes estampados, cha-madas de CDE. Shinkansen 1964 - Foto Isto é Japão

EsPEciAl

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AEAARP

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Revista Painel

EsPEciAl

Produtos e serviços derivados da guerraMicro-ondas

As guerras também são responsáveis pelo desenvolvimento da indústria tecnoló-gica, criando máquinas e serviços que acabam sendo incorporados pela população civil. O aparelho micro-ondas é um dos exemplos. Durante o início da Guerra Fria, em 1945, o engenheiro americano Percy Spencer trabalhava como tecnologia de radares, mais precisamente na construção de peças capazes de gerar ondas eletro-magnéticas (magnetrons). Durante muitas horas de trabalho, Spencer percebeu que uma barra de chocolates que estava em seu bolso tinha derretido, isso fez com que ele chegasse à conclusão que o doce foi aquecido pelas micro-ondas.

GPSJá o GPS foi baseado, parcialmente, em sistemas de navegação via rádio, como o LORAN

ou o Decca Navigator, que foi usado na Segunda Guerra Mundial. Como o sistema é de criação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e atende tanto a militares quanto a civis, a prioridade no uso do GPS é sempre das forças armadas deste país. Por isso, outras nações têm trabalhado no desenvolvimento de um projeto equivalente ao do GPS, com mais precisão e facilidade no uso.

Máquina digitalDesde a década de 1950, governos têm enviado satélites espiões para a órbita terres-

tre. Sempre equipados com câmeras potentes e capazes de capturar imagens de ter-ritórios inimigos, esses equipamentos observam não apenas a posição de suas tropas, mas também o desenvolvimento industrial de determinada região. O problema é que naquele período, a única forma de ter acesso a essas imagens era por meio do filme fotográfico liberado pelo satélite periodicamente na atmosfera terrestre. O processo de recuperação do filme era bastante trabalhoso e muitas vezes resultava na perda das

imagens. Em 1976, a NASA lançou o satélite KH-1 “Kennan”, equipado com uma câmera óptico-elétrica capaz de transmi-tir imagens em formatos digitais. Os fundamentos dessa tecnologia estão presentes até hoje nas câmeras digitais.

Controle de tráfego aéreoAntigamente, os pilotos ficavam completamente isolados do ambiente

terrestre assim que decolavam. A única forma de comunicação com pessoas no solo era por meio de gestos com bandeiras ou luzes. Porém, isso mudou com a ajuda do exército americano, que instalou o primeiro rádio de comu-nicação em duas vias em um avião durante a Primeira Guerra Mundial. O desenvolvimento da nova solução começou em 1915, em San Diego, e por volta de 1916, os técnicos conseguiram enviar uma mensagem via telégrafo sem fio para alguém que estivesse a 225 quilômetros de distância. Em 1917, outro marco: pela primeira vez a voz humana foi transmitida por um rádio instalado em um avião para um operador no solo.

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ComputadorO primeiro computador eletrônico do mundo, conhecido como ENIAC, começou

a ser desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, mas só ficou pronto em 1946, durante a Guerra Fria. Utilizado basicamente para cál-culos balísticos, esse “cérebro gigante” — como a imprensa da época se referia a ele — foi peça fundamental no desenvolvimento da bomba de hidrogênio, testada pelo país em 1952. O ENIAC pesava 30 toneladas, ocupava um espaço de 167 m² e realizava cerca de 5 mil operações por segundo.

InternetAinda durante a Guerra Fria, os Estados Unidos buscavam um meio de comunicação

e de armazenamento de dados que continuasse funcionando mesmo que parte dele tivesse sido bombardeada. Assim, a ARPA, agência militar especialmente desenvolvida para a criação desse projeto, financiou estudos e pesquisas acadêmicas que pudesse levar à criação da ARPANET, como era chamada a internet naquela época. No início, o acesso a essa rede estava restrito para usos militares, sendo, mais tarde, liberado tam-bém para o uso acadêmico. No Brasil, a internet já possui mais de 20 anos de existência, sendo que a comercialização do serviço para o público em geral só aconteceu em 1994.

Fonte: Tecmundo

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Revista Painel

10EsPEciAl

O livro “Os pecados do Marketing na En-genharia e na Arquitetura”, escrito pelo engenheiro Ênio Padilha, mostra alguns erros que são cometidos por alguns profissionais. Em um artigo publicado no portal Fórum da Construção, o Ênio elencou os 10 mandamentos do marke-ting para garantir o sucesso dos negó-cios de engenheiros e arquitetos.

1. Definir claramente uma linha de produtos

Engenheiros e arquitetos, pela for-mação e pelo registro profissional, es-tão habilitados para atuar em serviços muito diferentes. Um engenheiro civil, por exemplo, pode fazer desde projetos de construção civil para residências de pequeno porte até consultoria técni-ca especializada para obras pesadas, como pontes e viadutos, por exemplo. Muita gente, por falta de orientação, permanece por muitos anos como um “faz tudo”. Nunca consegue fixar uma imagem clara no mercado, reduzindo as chances de sucesso profissional.

10 mandamentos de marketing

Empreendedorismo: saiba avaliar o que é necessário melhorar no seu negócio

para engenheiros e arquitetos

2. Produzir serviços de qualidade compatíveis a necessidade, exigência, desejo e disponibilidade dos clientes

Sem um produto de boa qualidade não existe marketing de bons resulta-dos. Fazer um trabalho “mais ou me-nos” e achar que ninguém vai notar é muita ingenuidade. Os serviços devem ser bem feitos e completos. É preciso se apresentar ao mercado como uma opção de solução completa e não ape-nas como parte do problema. Também é importante observar que a qualidade do produto não é ilimitada. O limite está determinado, entre outras coisas, pela disposição que o cliente tem para pagar pelo que está demandando.

3. Atualizar-se permanentemente

Você conhece um bom atleta que não invista muito do seu tempo em treina-mento? Para arquitetos e engenheiros treinamento significa atualizar-se per-

manentemente. Participar de cursos, palestras, seminários, congressos, fei-ras, convenções. Ler livros técnicos e gerenciais. Assinar as revistas técnicas da sua área de atuação. Fazer pesquisas de mercado. E, se tiver talento e dispo-sição, fazer experiências. Desenvolver teses profissionais. Ousar, criar e fazer registro de resultados. Essas práticas de “treinamento” vão deixar o profissional de engenharia e arquitetura em “boa forma”, e sempre mais competitivo.

4. Definir preços compatíveis com o mercado e ter uma boa política de negociação de preços

Preço é um problema que precisa ser enfrentado com profissionalismo. As dificuldades naturais da precificação de serviços tornam essa tarefa ainda mais complicada. É preciso ajustar o preço do produto (e, muitas vezes, isso implica fazer ajustes no próprio pro-duto) ao tipo de mercado que se quer conquistar. Também é fundamental ter uma política de negociação de preços,

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AEAARP

10definindo claramente a flexibilidade possível para descontos, isenções e formas de pagamento.

5. Ser disponívelEngenharia e arquitetura são duas

profissões essencialmente móveis. Isso significa que engenheiros e arquitetos não exercem seu ofício em um ponto fixo. Isso dá uma dimensão diferenciada à noção de ponto comercial. Vai além do endereço físico do escritório. Inclui todos os canais de comunicação que permitem manter contato com os clien-tes. Ser disponível e acessível significa ter uma política inteligente de utilização para cada um dos meios de comunica-ção (celular, internet, secretária eletrô-nica, caixa postal etc.). Entender cada um desses equipamentos como uma porta aberta para o mercado dá a visão correta dos objetivos mercadológicos (marketing) de cada um deles.

6. Escolher com critérios profissionais os colaboradores

As pessoas são elementos vitais. Dar treinamento adequado às pessoas que fazem parte da empresa é fundamen-tal, pois caso o cliente não seja bem atendido pela secretária, por exemplo, ele poderá transferir esse demérito para o profissional. Então, é preci-so observar duas coisas: não se pode construir uma organização de serviços vencedora sem treinamento constante das pessoas e não adianta investir em treinamento se as pessoas que fazem parte da organização forea mal sele-cionadas e não apresentam qualidades mínimas necessárias.

7. Sistematizar os processos, organizar a empresa, valorizar a disciplina

Engana-se quem imagina a arquitetu-ra ou a engenharia como atividades em que a criatividade é tudo. Criatividade é apenas um dos recursos necessá-rios para o exercício dessas profissões. Grandes artistas e cientistas são muito criativos. Mas são também muito orga-nizados e disciplinados. Um escritório de engenharia ou de arquitetura pre-cisa ser exato. As coisas precisam estar sempre no lugar. As informações preci-sam ser acessíveis quando necessárias. As tarefas precisam ser cumpridas no tempo e os resultados não podem ser aleatórios. Portanto, investimentos em organização e disciplina são fundamen-tais para o marketing de uma empresa.

8. Fugir das parcerias inúteis. Fazer parcerias produtivas

A frase “diga-me com quem andas e eu te direi quem és” define bem a im-portância da política de parcerias para o marketing de uma empresa. Por trás de uma boa política de parcerias está também a possibilidade de unir forças, compensar deficiências, reduzir custos e expandir horizontes de atuação co-mercial.

9. Divulgar a sua empresa e seu produto

Serviços de engenharia e de arquite-tura são produtos de consumo restrito. Isso significa que as práticas e os recur-sos de promoção (publicidade e propa-ganda) válidos para a maioria dos pro-

dutos podem não ser eficientes quando aplicados ao nosso ramo de negócios. Determinar uma política inteligente de promoção da empresa ou do produto passa, necessariamente, por uma análi-se muito criteriosa da relação custo/be-nefício. Mídias alternativas precisam ser exploradas, como a mala direta, os jor-nais corporativos, as revistas especiali-zadas, a participação em eventos, feiras e congressos, a atuação em entidades de classe e outros recursos. O processo de venda dos serviços também precisa ser desenvolvido e aprimorado conti-nuamente. Serviços de engenharia e arquitetura são importantíssimos e de extrema utilidade, agregando valor ao produto final e produzindo lucros para quem os compra. Mas costumam ser produtos terrivelmente mal vendidos.

10. Usar o pós-venda para provocar a propaganda boca-a-boca

A tal da “propaganda boca-a-boca” é a melhor e mais eficiente forma de di-vulgação de produtos do setor. Mas é preciso provocar o comentário positivo e é preciso fazer com que o tal elogio seja efetivo. Em outras palavras: é preci-so estimular o cliente satisfeito para que ele fale bem do seu produto e que ele fale as coisas certas, que possam con-vencer outras pessoas a procurar pelos seus serviços. Isso não é uma tarefa fá-cil. Porém, o profissional de engenharia ou de arquitetura que desenvolver es-sas habilidades, obterá resultados fan-tásticos.

Fonte: Fórum da Construção

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Revista Painel

REgistRo

muito felizesEvento encerrou 2014 na AEAARP

Horas

Associados e seus familiares participa-ram de horas felizes em dezembro na As-sociação, como diz a expressão em inglês Happy Hour que deu nome ao evento. A Banda do Marista foi a grande atração do dia, que teve muito bate papo, bebida ge-lada e comunhão entre os presentes. Nes-ta página, a revista Painel deixa registrado o clima harmonioso da festa.

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AEAARP

mudançaA grande

Na USP, pesquisadores conquistam espaço com nanopartículas

nonotEcnologiA

Em quatro anos de existência, o Nú-cleo de Apoio à Pesquisa em Nano-tecnologia e Nanociências (NAP-NN) da USP, que trabalha em pequenas soluções para grandes problemas, já tem mais de 25 ideias patenteadas. Para o professor Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química (IQ) da USP, coordenador do Núcleo, os projetos desenvolvidos nos 10 laboratórios de pesquisas do NAP-NN têm o poder de promover mudanças importantes no destino do país.

Os laboratórios do NAP-NN congre-gam o Instituto de Química (IQ), o Insti-tuto de Física (IF) e a Escola Politécnica (Poli), além de mais de 60 pesquisado-res, colaboradores de outras univer-sidades, instituições de pesquisa e do setor público e privado.

Para o professor Henrique, os espe-cialistas do núcleo não são apenas fun-cionários trabalhando, mas cientistas que estão desbravando caminhos do conhecimento. Eles são de áreas com-plementares nos campos da Física, da Química e da Engenharia, o que permite uma abordagem complexa dos desafios associados aos projetos acadêmicos e de cunho tecnológico.

O NAP-NN integra o SisNANO, uma iniciativa do governo federal que inter-liga centros nano por todo o país. O Nú-

cleo, por meio do SisNANO-USP, é mem-bro do sistema SisNANO do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ofe-recendo especialistas e infraestrutura para a prestação de serviços diversos de análise e desenvolvimento, particular-mente na preparação, funcionalização, compatibilização e caracterização de nanomateriais. “O SisNANO é a porta de ação para a comunidade, pois permite que os centros realizem trabalhos para instituições que não teriam os recursos sozinhos”, esclarece Henrique.

“Os laboratórios são caros, com equi-pamentos de última geração e equipe muito especializada. O governo conse-gue poupar milhões utilizando as parce-rias em serviços de altíssima qualidade, mas pouco conhecidos”. A iniciativa re-presenta uma nova visão sobre colabo-ração científica e de pesquisa.

As patentes revolucionáriasEntre as patentes, o professor desta-

ca a Nanohidrometalurgia Magnética – nanopartículas superparamagnéticas que podem ser utilizadas para a captura e transporte de metais de grande inte-resse econômico e ambiental a partir de solução aquosa. O processo não utiliza solventes orgânicos, uma alternativa mais limpa para o processo de hidrome-talurgia convencional. O Brasil explora

apenas 30% de seus minérios, potencial que poderia aumentar com o uso da Na-nohidrometalurgia. “Hoje o Brasil vende suas riquezas em formato de ‘pedras’, em estado bruto. Se utilizasse esse novo processo, poderia refinar a exploração dos mesmos minérios e ampliar drama-ticamente seu valor.”

A Nanohidrometalurgia Magnética pode ter também aplicações no campo de extração de petróleo. As nanopartí-culas seriam inseridas na rocha da qual o petróleo é extraído atualmente e po-deriam ser magneticamente guiadas por ímãs, facilitando o trabalho e am-pliando o volume extraído.

Outra patente envolve as mesmas na-nopartículas, mas em um campo com-pletamente distinto, o da biotecnolo-gia, com as enzimas magnéticas. Nesse ramo especializado da biologia, enzimas são constantemente utilizadas para a produção de uma infinidade de pro-dutos farmacêuticos. Entretanto, são caras e em geral utilizadas uma única vez. Com o auxilio da nanotecnologia, nanopartículas se uniriam às estruturas das enzimas, impedindo sua deforma-ção pelo uso, aumentando a eficiência e permitindo um fato inédito: a recicla-gem de enzimas após sua utilização.

Fonte: Agência Usp

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Revista Painel

EngEnhARiA

a engenhariaConheça pontes da China, Inglaterra, Malásia e França

que apresentam soluções surpreendentes

Pontes que desafiam

CHINA | Danyang–Kunshan Grand Bridge Trata-se da ponte com maior extensão do mundo, com 164,8 km, projetada para

permitir o acesso a uma região de pântanos, lagos e rizicultura. A Danyang–Kunshan Grand Bridge segue praticamente paralela ao rio Yangtze, unindo, de leste a oeste, os centros mais populosos do norte da província de Jiangsu.

INGRATERRA | Gateshead Millennium Bridge

Esta ponte inglesa chama a atenção por sua mobilidade não convencional. Erguida sobre o rio Tyne, ela atrapalharia o fluxo de embarcações altas. Porém, a engenha-ria encontrou solução mais adequada: ela não se abre ao meio, como a maioria das pontes construídas nas mesmas condições, mas é impulsionada por alavancas hidráu-licas que a fazem rotacionar 40 graus, permitindo a passagem de barcos, pedestres e ciclistas, cada um a seu tempo. A ponte é bem conhecida. Sua imagem já estampou moedas de uma libra. A construção tem até um apelido: “O Olho que Pisca”.

O engenheiro Catão Francisco Ribeiro, em palestra na AEAARP, expôs os desafios que a engenharia e a arquitetura devem transpor para erguer uma ponte e fez grande defesa desta obra em detrimento de outras soluções viárias, como os tú-neis. Para ele, e para muitos, as pontes são funcionais, por unirem dois pontos de difícil acesso, e surpreendentes, por

serem capazes de suportar grandes car-gas e vencer longos vãos. A revista Pai-nel reproduz a seguir um levantamento da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que revela as obras surpreenden-tes das pontes Danyang–Kunshan Grand Bridge (China), Gateshead Millennium Bridge (Inglaterra), Langkawi Sky Bridge (Malásia) e Millau Viaduct (França).

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AEAARP

MALÁSIA | Langkawi Sky BridgeO diferencial desta construção é a sua estrutura de sustentação. Numerosos cabos

e pilastras ao longo de seu comprimento foram substituídos por apenas uma pilastra com diversos cabos que partem do mesmo ponto. O visual da região é favorecido por sua localização 700m acima do nível do mar com a floresta embaixo da passarela.

FRANÇA | Millau ViaductEsta ponte chama a atenção também por ser a mais alta do mundo, com 343 me-

tros no topo de seus pilares e 270m a distancia entre os carros e o chão, vencendo o imenso e profundo vale do rio Tarn no sudoeste da França.

Fonte: Blog do Programa de Educação Tutorial da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

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Revista Painel

com cogumelos?Dá pra fazer etanol

Fausto CarraroEngenheiro civil da

Central de Desempenho

Segundo a Embrapa, sim, e aposta na produção de cogumelos para agregar valor à cadeia do biodiesel

AgRoEnERgiA

Agora os cogumelos também pode-rão servir para a geração de energia renovável. Existem cerca de 4.500 es-pécies de cogumelos comestíveis no mundo e os mais conhecidos no Brasil são shiitake (Lentinula edodes), shimeji (Lyophyllum shimeji), cogumelo do sol (Agaricus blazei) e champignon de Pa-ris (Agaricus bisphorus). Em razão da importância econômica e da funcionali-dade desse alimento, pesquisadores da Embrapa Agroenergia, em parceria com outras unidades da empresa e outras instituições, apostam na produção de cogumelos para agregar valor à cadeia do biodiesel aproveitando os resíduos gerados nas usinas.

Os estudos se concentram na redução

ou eliminação dos compostos tóxicos dos subprodutos da extração do óleo de pinhão-manso e algodão, chamados de tortas ou farelos. Os materiais gerados correspondem a cerca de 70% do peso do grão, a parte sólida, e o restante é o óleo. Dar um destino a esses resíduos é fundamental para tornar a cadeia pro-dutiva dessas oleaginosas sustentáveis, ampliando ainda mais as fontes de ren-da para o agricultor familiar associado às indústrias do biodiesel. Atualmente, devido à toxicidade, as tortas de algo-dão podem ser utilizadas apenas em pequena quantidade na nutrição de animais ruminantes, no caso da torta de pinhão-manso, apenas como adubo. “Com a destoxificação desses produtos

será possível ampliar o mercado das tortas, permitindo que ela seja, inclusi-ve, fornecida a animais monogástricos, como suínos e aves”, explica a pesquisa-dora da Embrapa Agroenergia Simone Mendonça, líder do estudo.

O objetivo das pesquisas é promo-ver o crescimento dos cogumelos, uti-lizando as tortas como meio de cultivo em substituição à serragem, bagaço de cana-de-açúcar, capim-elefante e outros tipos de biomassa atualmente utilizados. Com isso, será possível cul-tivar os cogumelos e ao mesmo tem-po destoxificar as tortas, uma vez que alguns cogumelos, ao crescerem, pro-duzem enzimas capazes de inativar os compostos tóxicos. As tortas, além de destoxificadas, ficarão mais ricas nutri-cionalmente, pois este cultivo aumenta a digestibilidade das fibras da torta e incrementa o teor de proteínas. Essas ações fazem parte do projeto “Desto-xificação de tortas/farelos da cadeia do biodiesel através de compostagem associada ao cultivo de cogumelos”, li-derado pela Embrapa Agroenergia, com duração de três anos e com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Por meio dessa estratégia, os cien-tistas esperam obter quatro produtos: os cogumelos, a torta para mistura à ração animal, o biofertilizante e o resí-duo para a produção de etanol de se-gunda geração (2G). Tanto o resíduo

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AEAARP

do pinhão-manso quanto o do algodão irão enriquecer os biofertilizantes com proteínas, nitrogênio, fósforo, potássio e microrganismos.

A destoxificação

A Embrapa tem diversas estratégias para retirar ou inativar os ésteres de forbol encontrados na torta do pinhão--manso, que são os compostos quími-cos que impedem que a cultura se tor-ne viável no mercado do biodiesel. Um dos caminhos é o tratamento biológico. “Nossa proposta é que os resultados agreguem valor à cadeia dos biocom-bustíveis, da alimentação animal, e tam-bém à nossa alimentação”, esclarece a pesquisadora Simone, explicando que a ideia é integrar as cadeias com a ajuda das indústrias e da agricultura familiar. “Vamos dar mais uma alternativa de matéria-prima ao produtor de cogume-lo e isso beneficiará outras cadeias”, diz Félix Siqueira, pesquisador da Embrapa Agroenergia. Nos laboratórios, em Bra-sília, fungos de podridão-branca têm demonstrado bom crescimento em tor-tas de pinhão-manso cuja cultura ainda está em processo de domesticação. Seu grande potencial produtivo, no entanto, tem motivado diferentes esforços de pesquisa com o objetivo de domesticar a oleaginosa.

O interesse comercial no cultivo de pinhão-manso no Brasil ganhou força a partir de 2006, coincidindo com iní-cio do Programa Nacional de Produ-ção e Uso de Biodiesel, implantado em dezembro de 2004. A partir de 2010, a Embrapa iniciou um projeto vislum-brando viabilizar a cultura, desde a do-mesticação até o uso do óleo e da torta, o BRJatropha, com recursos da Agência Brasileira de Inovação (Finep).

“Vale lembrar que o pinhão-manso é

uma aposta na produção de biodiesel por ter potencial de produção de óleo até três vezes maior que a soja”, diz Bruno Laviola, pesquisador da Embrapa Agroenergia e líder do BRJatropha. O centro de pesquisa conta com um Banco Ativo de Germoplasma (BAG), instalado em parceria com a Embrapa Cerrados, no campo experimental em Planaltina (DF), com acessos do país e do exterior. Além disso, há experimentos implanta-dos em várias unidades da empresa nas diversas regiões brasileiras.

Outra cultura a ser testada é a do algodão, a terceira em importância na produção de biodiesel. O algodão é aproveitado especialmente para vestu-ário e fibras. Do caroço é obtido o óleo e o farelo é utilizado na mistura da ra-ção animal. Esse subproduto ainda é um dos gargalos da cultura.

Embora já utilizado na alimentação de animais ruminantes, como bovinos e caprinos, o caroço do algodão também possui um componente tóxico, o gossi-pol, que limita o uso para esse fim. Si-mone explica que esse elemento pode causar efeitos negativos no crescimen-to, reprodução e no desempenho dos animais, e é mais tolerado por ruminan-tes adultos do que por monogástricos, os quais têm dificuldade de digerir die-tas com alto teor de fibras. “O que que-remos é dar oportunidade de aumentar essa porcentagem. Se conseguirmos tirar essa substância, os produtores de suínos e aves irão agregar a torta de al-godão à alimentação animal”, explica a pesquisadora.

Outros produtosPara produzir o etanol de segunda

geração (2G) é necessário efetuar o pré--tratamento da biomassa, a etapa de maior custo na produção do combustí-

vel. Nesse caso, a biomassa utilizada na produção do cogumelo poderá ser usa-da na obtenção do etanol, pois já foi pré--tratada pelas enzimas produzidas pelos cogumelos durante o seu crescimento.

A equipe vai utilizar dois métodos de pré-tratamento da torta a ser utilizada como substrato para o crescimento dos cogumelos. Primeiramente, será utili-zado o sistema axênico, que promove a eliminação prévia de todos os microrga-nismos da torta. Nesse caso, apenas um fungo é cultivado de forma que se pos-sa avaliar os de melhor desempenho e verificar a presença dos elementos tó-xicos no cogumelo e na torta vegetal. Os cogumelos que conseguiram crescer no meio de cultura contendo uma única fonte nutritiva serão levados para com-postagem.

As espécies que estão em testes nesse período são provenientes das coleções de cogumelos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Florestas e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Serão testadas, ao longo do projeto, cerca de 200 espécies, aumentando a chance de encontrar potenciais cogumelos e selecionar os de melhor desempenho na redução de substâncias tóxicas. Por meio de uma parceria com uma empre-sa de cogumelos comestíveis do Distrito Federal, serão realizados testes para a produção em escala.

Para testar a eficácia da destoxifica-ção das tortas na alimentação animal, a Embrapa conta com a parceria da Universidade Federal de Lavras (Ufla). As tortas destoxificadas serão usadas como um dos ingredientes das mistu-ras alimentares já fornecidas a suínos e aves.

Fonte: Embrapa

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Revista Painel

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EnERgiA

Será construída na cidade de Chiba, no Japão, a maior usina solar flutuante do mundo, com potência instalada de 13,4 MegaWatts (MW) e capacidade de geração de energia suficiente para 4.700 casas. O empreendimento será desenvolvido pelas empresas Kyocera Corporation e Century Tokyo Leasing Corporation e quebrará o recorde da usina flutuante construída em Kagoshi-ma pelo mesmo grupo.

A usina será composta por 50 mil placas fotovoltaicas instaladas em uma ilha artificial geométrica sobre o Lago

de Chiba. A previsão das empresas é de que sejam gerados 15.635 MW/h de energia por ano.

O grupo liderado pela Kyocera firmou acordo em 2012 para instalar centrais solares ao redor do Japão, com o ob-jetivo de minimizar a dependência do país da energia elétrica gerada em cen-trais nucleares. A construção de usinas flutuantes tem o intuito de administrar melhor os espaços disponíveis para em-preendimentos japoneses.

Fonte: insfraestruturaurbana.pini

flutuanteNo Japão, central terá 50 mil placas

para geração de energia

Maior usina solar

do mundo

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AEAARP

87,8

Foi a produção da Itaipu no ano de 2014, considerada acima das expectativas para um cenário atípico, uma vez que foi registrada no período da maior seca em 84 anos. A Itaipu é a maior usina em geração acumulada de energia, com 2,2 bilhões de MWh. Em 2014, a hidrelétrica brasileiro-paraguaia atingiu o melhor índice de desempenho dos 30 anos de geração, com 99,3% de eficiência operacional. Praticamente não houve perdas. Toda água turbinável foi usada na geração de energia. Na prática, significa que se Itaipu tivesse mais matéria-prima para operar, mais energia seria gerada pela usina. A meta de Itaipu é chegar aos 100 milhões anuais de MWh, o que deve acontecer em um ano de regime hidrológico bom, a exemplo do que ocorreu em 2013, quando Itaipu bateu, pela segunda vez consecutiva, a marca mundial de geração, com 98,6 milhões de MWh.

Fonte: itaipu.gov.br

InDICADoR vERDE

EnERgiA

Está em construção a obra do Grande Canal da Nicarágua, que ligará os ocea-nos Atlântico e Pacífico em um percurso de 278 km de extensão. O empreendi-mento, orçado em 50 bilhões de dóla-res, o equivalente a R$ 133 bilhões, será três vezes maior que o Canal do Panamá e é considerada a maior obra de enge-nharia do mundo. Com prazo de execu-ção das obras estimado em dez anos, o projeto será executado pelo Hong Kong Nicaragua Canal Development (HKND), consórcio internacional que tem à fren-te a chinesa Beijing Xinwei Telecom Te-chnology Co, que também irá operar o canal por 50 anos.

O canal transoceânico terá largura entre 230 e 520 metros e profundidade de 30 metros. As obras serão iniciadas com a abertura de estradas em direção

Canal da NicaráguaEmpreendimento orçado em 50 bilhões de dólares

é três vezes maior que o Canal do Panamá

à comunidade Rio Grande e a instalação de frentes de trabalho que facilitem a execução dos serviços. Além do canal, serão construídos dois portos, um aero-porto, um parque industrial e um centro turístico.

De acordo com a empresa britânica de consultoria Environmental Resour-ces Management (ERM), contratada pelo consórcio, aproximadamente 29 mil pessoas serão desalojadas. Agricul-tores, comunidades indígenas e enti-dades ambientalistas estão se manifes-tando contra o projeto, uma vez que o canal cortará ao meio o Lago Nicarágua, principal fonte de água doce da Améri-ca Central. A previsão é de que as obras empreguem 250 mil pessoas direta e indiretamente.

Fonte: insfraestruturaurbana.pini

MWh

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Revista Painel

PEsquisA

MatemáticaPesquisadores simularam comportamento do inseto em modelo

matemático, que poderá ser desenvolvido também para outras pragas

no controle de pragasUm modelo matemático desenvolvi-

do por pesquisadores do Instituto de Biociências (IBB) da Universidade Esta-dual Paulista (Unesp) de Botucatu, com base no comportamento da praga agrí-cola Diabrotica speciosa, popularmente conhecida como vaquinha verde-ama-rela, pode levar a estratégias para frear a dispersão dos insetos e minimizar os danos às plantações.

O modelo é resultado da pesquisa “Modelos matemáticos aplicados ao controle de insetos”, realizada com o apoio da FAPESP, que simulou padrões de comportamento da praga em qua-tro dos principais cultivos utilizados como hospedeiros: feijão, soja, batata e milho. Além das características nes-sas plantações, os pesquisadores con-

sideraram variáveis como o tempo de desenvolvimento das larvas, a mortali-dade dos insetos adultos nas diferentes paisagens e suas taxas de oviposição, a quantidade de ovos colocados.

O objetivo era investigar, por meio do modelo matemático desenvolvido, meios de manipulação do habitat do inseto para regular sua densidade po-pulacional naturalmente. “Trata-se de uma estratégia de manejo integrado de pragas, que busca manipular o ambien-te por meio das próprias plantas como elementos de controle da dispersão dos insetos, mantendo-os em níveis popula-cionais que não afetem o crescimento e o rendimento dos cultivos”, explicou à Agência FAPESP Cláudia Pio Ferreira, do IBB, coordenadora da pesquisa.

Modelo matemático simula comportamentos de inseto para controlar praga agrícola (foto: Pablo Dikro)

De acordo com a pesquisadora, entre os benefícios do manejo integrado está a diminuição do impacto do uso osten-sivo de produtos químicos no combate às pragas. “Os malefícios dos agrotóxi-cos à saúde humana e o aumento da resistência dos insetos a pesticidas são evitados quando se adotam medidas de controle que levem em consideração os padrões de comportamento das pragas nas paisagens modeladas”.

Entre as soluções de manejo apon-tadas pelo modelo está o uso do milho como barreira para a dispersão da pra-ga. “A Diabrotica speciosa se reproduz menos quando o hospedeiro é o milho, pois tem mais dificuldade em persistir e colonizar nesses cultivos. O modelo constatou, por meio das simulações

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AEAARP

matemáticas, que a expansão da praga é, de fato, freada quando a variável do milho é inserida entre as dos cultivos de outras plantas”, disse Ferreira.

A interação das características fisioló-gicas e comportamentais do inseto com as diferentes configurações espaciais e temporais das paisagens modeladas pe-los pesquisadores mostrou, ainda, que a colocação de plantios de milho na pe-riferia dos cultivos diminui ainda mais a probabilidade de invasão. “Essa é a chave para o controle dessa população de insetos e para proteger os cultivos de interesse”, afirmou.

InterdisciplinaridadeA modelagem teve colaboração de

pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), por meio da pesquisa Modelagem ecológica aplicada à dinâmica populacional e de interações tróficas em insetos de impor-tância econômica, também realizada com o apoio da FAPESP.

“A Diabrotica speciosa é uma praga que afeta interesses econômicos, atinge drasticamente os pequenos produtores e o método de controle mais usado ain-da é o emprego de inseticidas químicos. Pesquisas de campo com o inseto são dispendiosas por causa da dificuldade prática do controle do inseto, mas o modelo matemático foi capaz de prever esse comportamento virtualmente uti-

lizando os parâmetros fornecidos pela Esalq”, explicou Ferreira.

Os pesquisadores do IBB utilizaram a metodologia matemática de análise de agrupamento, que envolve vários algo-ritmos relacionados aos padrões de com-portamento dos insetos e das plantas, para determinar as probabilidades de in-teração entre a praga e seus hospedeiros.

A partir de dados de laboratório for-necidos pela Esalq sobre o ciclo de vida da praga, os pesquisadores do IBB pro-duziram desenhos teóricos das paisa-gens a fim de modelar essa interação com as plantas nas fases de larva e adul-ta do inseto.

Além da probabilidade de o milho fre-ar a expansão da praga, o modelo de-monstrou que a taxa de oviposição e o tempo em que o inseto permanece na fase imatura são as variáveis mais sen-síveis a fatores externos, como a tem-peratura. “O entendimento sobre essa sensibilidade pode auxiliar na previsão de surtos”, disse Ferreira.

Os pesquisadores do IBB trabalham agora na modelagem matemática de padrões em paisagens dinâmicas, con-siderando múltiplos fatores e outros elementos de cultivos diversos, como a transgenia. “Essas paisagens são natural-mente dinâmicas, sofrendo influências de diversos fatores além do ciclo de vida dos insetos e das características das plan-tas. Por isso, os próximos modelos deve-rão contemplar essa complexidade.”

Os modelos também poderão ser adaptados ao comportamento de outras pragas, avalia Ferreira. “Há outros inse-tos de grande importância agrícola que têm comportamento semelhante ao da Diabrotica speciosa. Estão sendo obtidos dados dessas pragas para ampliarmos as possibilidades de aplicação do modelo.”

Fonte: Agência Fapesp

Um artigo sobre o modelo ma-temático sobre a praga vaqui-nha verde-amarela em cultivos de feijão, soja, batata e milho foi publicado na revista Landsca-pe Ecology, disponível em link.springer.com/article/10.1007%2Fs10980-014-0073-4. re

vista

pain

elANUNCIE

NA PAINEL

16 | [email protected]

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Revista Painel

cREA-sP

tire um vistoPara exercer a profissão em outra região,

O artigo 69 da Lei nº 5.194/66, que regulamenta as profissões nas áreas da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, determina que somente poderão participar de licitações empresas e profissionais que apresentem “visto do Conselho Regio-nal da jurisdição onde a obra, o serviço técnico ou projeto deva ser executado”. Essa aplicação foi reforçada pela previsão contida no inciso I do artigo 30 da Lei nº 8.666/93, que autoriza o órgão ou entidade licitante a exigir, para fins de qualificação técnica dos interessados, “registro ou inscrição na entidade pro-fissional competente”.

Conforme Resolução 413/93 do CON-FEA, a pessoa jurídica registrada em qualquer Conselho Regional, quando for exercer atividades em caráter temporá-rio na jurisdição de outro Regional, fica obrigada a autenticar nele o seu registro, concedido para os seguintes efeitos e prazos de validade:

- Execução de obras ou prestação de serviços: não será superior a 180 dias e poderá ser concedido para atividades parciais do objeto social da pessoa ju-rídica. Será válido para exercer as ativi-dades, com os respectivos responsáveis técnicos, na jurisdição do CREA onde serão executadas as atividades técnicas. O responsável técnico da pessoa jurídica para cada atividade a ser exercida na nova região, deve estar registrado ou com o respectivo registro visado no con-selho regional onde for requerido o visto.

- Participação em licitações: será concedido até a validade da certidão do CREA de origem da empresa somente para participação em licitações na juris-dição do CREA onde será realizado o cer-

tame. Esse tipo de visto não tem validade para a execução de obras ou prestação de serviços, cumprindo à pessoa jurídica, caso seja vencedora, solicitar seu visto para execução de obras.

Unidades dos CREAs Acre www.creaac.org.br (68) 3214 7550 Alagoas www.crea-al.org.br (82) 2123 0852 Amapá www.creaap.org.br (96) 3223 0318 Amazonas www.crea-am.org.br (92) 2125 7111 Bahia www.creaba.org.br (71) 3453 8990 Ceará www.creace.org.br (85) 3453 5800 Distrito Federal www.creadf.org.br (61) 3961 2800 Espírito Santo www.creaes.org.br (27) 3334 9900 Goiás www.crea-go.org.br (62) 3221 6200 Maranhão www.creama.org.br (98) 2106 8300 Mato Grosso www.crea-mt.org.br 0800 647 3033 Mato Grosso do Sul www.creams.org.br (67) 3368 1000 Minas Gerais www.crea-mg.org.br 0800 031 2732 Pará www.creapa.com.br (91) 4006 5500 Paraíba www.creapb.org.br (83) 3533 2525 Paraná www.crea-pr.org.br 0800 41 0067 Pernambuco www.creape.org.br (81) 3423 4383 Piauí www.crea-pi.org.br (86) 2107 9292 Roraima www.crearr.org.br (95) 3224 1392 Rondônia www.crearo.org.br (69) 2181 1095 Rio de Janeiro www.crea-rj.org.br (21) 2179 2000 / 2179 2007 Rio Grande do Norte www.crea-rn.org.br (84) 4006 7200 Rio Grande do Sul www.crea-rs.org.br (51) 3320 2100 Santa Catarina www.crea-sc.org.br (48) 3331 2000 São Paulo www.creasp.org.br 0800 17 18 11 Sergipe www.crea-se.org.br (79) 3234 3000 Tocantins www.crea-to.org.br (69) 8413 3431

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AEAARP

MEio AMbiEntE

Pesquisa da Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba-SP, avaliou, entre 2013 e 2014, a governança e o diálogo que en-volvem o Sistema Cantareira, que cap-ta e trata a água para o abastecimento de cerca de 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo. O estudo de Miche-li Kowalczuk Machado, que é mestre e doutora em Ecologia Aplicada, permitiu constatar que a atual situação do Sis-tema é um problema de governança, acentuado pelas questões climáticas e por sua realidade socioambiental. Falta de articulação e diálogo também contri-buíram com o colapso do Sistema.

Atualmente, a outorga do Sistema Cantareira é da Companhia de Sanea-mento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp. Apesar de vencer em agosto de 2014, sua vigência foi prorrogada até 31 de outubro de 2015 (Resolução Con-junta ANA-DAEE no. 910, de 07 de ju-nho de 2014). “É claro que a Sabesp tem enorme responsabilidade sobre esse Sistema, mas temos de considerar tam-bém a responsabilidade do governo, dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e da sociedade civil em geral. São todos atores que interferem diretamente na realidade do Sistema”, relata Micheli.

O Cantareira é um dos maiores sis-temas de água do País e sua realidade socioambiental está envolvida com te-

mas como gestão da água, conflitos de uso, conservação ambiental e disponi-bilidade hídrica. “Várias organizações e instituições que atuam no Cantareira, apesar de terem objetivos comuns, não interagem entre si”, conta.

Segundo Micheli, as ações desenvolvi-das geralmente estão relacionadas com obras de infraestrutura e saneamento. Fatores como a vontade política; a de-manda crescente pelo uso da água; a degradação ambiental dos mananciais; a expansão urbana desordenada; o desperdício no próprio Sistema e a fal-ta de envolvimento e conhecimento da população acerca da realidade da área demonstram que não se trata somente de um problema de falta de chuvas.

A pesquisadora avaliou como são e como devem ser a governança e o diá-logo que envolvem o Sistema. A espe-cialista em educação ambiental adotou como metodologia uma pesquisa quali-tativa realizada em três fases: explora-tória, trabalho no campo e análise dos resultados.

O resultado mostra que não existe ne-nhum tipo de mecanismo de interação entre as ações das Unidades de Conser-vação e dos Comitês de Bacias Hidro-gráficas. “Ações articuladas entre essas organizações são essenciais e cada vez mais necessárias para procurar solu-ções”, afirma. Segundo Micheli, a po-pulação deve estar realmente envolvida nas discussões, por isso há também a

da chuvaPesquisa da Esalq investiga as razões da crise

hídrica e revela que falta mais diálogo do que chuva

Muito além

necessidade de elaborar estratégias que ampliem a participação e a mobili-zação social e que trabalhem o diálogo.

O estudo revela, ainda, que existe potencial para que a governança e o diálogo aconteçam, tendo em vista a existência de fóruns de debate e de ins-trumentos que buscam garantir a par-ticipação de diversos atores sociais nas discussões de temáticas relacionadas ao Sistema.

De acordo com a pesquisadora, “se não forem realizadas mudanças na for-ma como os recursos hídricos são geri-dos, teremos apenas medidas paliativas que terão resultados por um curto perí-odo de tempo, além de novos episódios de escassez, talvez ainda piores e que afetarão a economia, a qualidade de vida e o meio ambiente”.

“Nascentes preservadas garantem quantidade e qualidade da água e sua conservação é fundamental para a ma-nutenção dos recursos hídricos”, decla-ra Micheli. A pesquisadora ressalta que se não houver tratamento de esgoto nos municípios, esses recursos estarão expostos à contaminação, o que preju-dicaria o abastecimento. E ainda seria necessário elaborar programas de cons-cientização para os usuários (popula-ção, indústrias e produtores rurais) que estimulassem a conservação e o uso consciente.

Fonte: Agência USP

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Revista Painel

notAs E cuRsos

Será construída na cidade de Casablanca, no Marrocos, a maior torre do continente africano, com 540 metros de altura. Batizado de Al Noor Tower, o edifício projetado pelo escritório Valode & Pistre Architectes abrigará um hotel sete estrelas, centro empresa-rial, salão de eventos e conferências, espaços para lojas de varejo e restaurantes.A torre multiuso terá 114 andares, o mesmo número de capítulos do Alcorão, e irá ultrapassar em 317 metros o Carlton Centre, em Johanesburgo, considerado atualmente o edifício mais alto da África.Com fachada metálica afunilada, a torre terá a base escalonada com aberturas preenchidas por plantas e árvores e o topo terá o formato parecido com a ponta de uma caneta-tinteiro. No entorno do Al Noor serão construídos dois edifícios horizontais semicirculares que abrigarão áreas de lazer.Orçado em um bilhão de dólares, o empreendimento deve ser construído entre 2015 e 2018.

Fonte: au.pini

Torre mais alta da África será no Marrocos

Pesquisa do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que a proporção de mulheres entre os engenheiros no estado de São Paulo subiu de 15% em 2005 para 19% em 2013. Desde 2003, foram gerados 10 mil postos de trabalho para as profissionais de engenharia, enquanto os homens ocuparam 30 mil novas vagas.Segundo o levantamento, as mulheres ganham 19% a menos do que os homens. O salário médio de um engenheiro no estado passou de R$ 7.722,6 em 2003 para R$ 9.023,8 em 2013.Em 2003, o setor empregava formalmente no estado 51.310 mil pessoas, enquanto no ano passado o número aumentou para 85.453 mil. As empresas que mais contrataram foram as com mil funcionários ou mais, que tiveram aumento de 14.959 para 29.905 empregados entre 2003 e 2013.Engenheiros civis representam 13% do total de profissionais da engenharia, enquanto o setor de serviços contribui com 30% e a indústria de transformação com 40% dos ocupados.

Fonte: techne.pini

Aumenta o número de mulheres engenheiras

O Instituto Tomie Ohtake, em parceria com a AkzoNobel, anunciou a segunda edição do Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel, que tem como objetivo reconhe-cer projetos construídos nos últimos oito anos, desenvolvidos por arquitetos brasileiros ou estrangeiros que vivam no Brasil há pelo menos dois anos. A comissão julgadora, composta pelos arquitetos Abílio Guerra, Carlos Teixeira, Priscyla Gomes e Shundi Iwamizu, irá avaliar a qualidade do projeto em relação às soluções formais e técnicas utilizadas, assim como a consistência e a originalidade dos processos criativos.Serão selecionados até dez projetos para participar da exposição na sede do Instituto e os três melhores serão premiados com viagens internacionais. Todas as propostas finalistas serão publicadas no catálogo do prêmio.As inscrições serãode 2 de fevereiro a 10 de abril e os profissionais poderão participar com mais de um projeto.

Fonte: au.pini

Inscrições para prêmio de arquitetura

A Secretaria de Turismo e Projetos Espe-ciais do Distrito Federal (Setur-DF) produziu um guia sobre o roteiro arquitetônico para explicar de maneira técnica a cidade. O secretário de Turismo, Luis Otávio Neves, explica que nos últimos anos, muitos uni-versitários e profissionais de arquitetura tem se interessado nas obras de Niemeyer, Lucio Costa e equipe, daí surgiu a ideia de criar um material de apoio que reúne todas as infor-mações. O guia foi elaborado com a ajuda da Unesco e apresenta os monumentos e curiosidades de Brasília de forma detalhada e voltada às peculiaridades das obras e dos conceitos usados na concepção da cidade.

Fonte: df.gov.br

Guia de Brasília específico para arquitetos

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