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:..."••¦ '¦ ¦•¦

No dia 17 próximo tem o seu cen~tenario a imprensa alagoana.

Chega a ser estranho o ser tãovelha urna coisa que ainda críamosengatinhando. Porque, propriamen-te Alagoas até hoje não conseguiutét imprensa. O que tem tido êjornais, com a sua vida regular-mente pautada sobre caminhos maisou menos incertos.

Nesse ponto não ha otimismosque faça escurecer o nosso atrazo,salientado em ponto grande com avizinhança de uma imprensa bemorganizada como a de Pernambti-co.

Só uma bôa-vontade de herói, um

luxo de pegar em guidon, mas emcompensação muito dado a não per-mitir faro de ninguém por perto deseus atos — eos jornais diziam ver-dades nuas e cruas : quando o go-vernador não chegava a tempo debotar-lhes rolha, eram eles que bo*tavam rolha no governador; ago-ra hoje, quando o regime ê de re-lativa liberdade para a imprensa(muitissimo relativa, mas ê) osjornais ainda não puderam desen-troncha* a espinha dorsal em arcode barril. Como que o habitodas curvaturas de certa época dei-xou certa gente aleijada parasempre.

Atualmente o papel social daim-prensa de Alagoas tem sido, por-

cimprema de JlhgoaQbairrismo danado, poderá descobrirno jornalismo, já não digo no de80 anos atrás, mas no de ha 30anos, uma feição fortemente cara-cteristica dejornaX no verdadeirosentido de reunião de utilidade e be-lesa, pôr que anseia o jornal mo-demo.

O que,houve, não se pode negar,foi uma enorme função social queos diários de então souberam maisou menos cumprir.

Vejam o «Diário da Manhã* ouo «Jornal do Commercio» ou o«Guttemberg» — eram todos umacoisa provincianamente pitoresca.Si bem que seja esse adjetivo quese pode usar sem medo para com,quase toda a imprensa brasileirade então. E isso ainda mais entris-tece pot quanto a gente vê aindahoje um \Jornal do Brasil», um*Jornal do Comercio» do Fio.coma mesma cara sisuda, conselheiral,com que diariamente aparecia aopublico de 1880.

Podemos notar nos nossos jornaisde antigamente ê uma. independen-cia de meter inveja. Isso mais sesalienta num momento como esse

Tii_____Iem que certos jornais da terra estãofazendo o diabo para não ãcar emposição esquerda. Para ver a dife-vença de atitudes entre a imprensade hontem e a de hoje, hasta quese pense no seguinte : hontem, parasó falar nos mais representativos,era um Euclides Malta, amigo defazer evercicios de tiro ao alvo emoradores de comido ; era um Fer-nandes Lima, homem chegado ásar isto aradas de um londolé todo notHnque ; era um Costa Rego, comaoitos democráticos, não tendo

*#

tanto, bem pequeno. O X está emsaber, si o devemos aos própriostornais, si ao publico.

Caindo na contradição, vejo quesó ao nosso publico devemos essaatuação dnzenta da imprensa nosdeUinos da terra alagoana.

Só mesmo quem trabalha emjornal, sabe mais ou menos a cifraÍnfima dos leitores da folha diária.Naturalmente essa cifra cresce seformos contar'com os leitpres quepedem emprestado o jornal do vi-zinho — o leitor avulso. Esta amaior parte dos leitores na terrapequena.

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Ora, se o jornal não tem umpublico curioso, que sinta ânsiaspelas suas novas, não pode absolu-lamente satisfazer em suas multi-pias funções ás coletividades.

Todos òs seus defeitos de ordemmaterial como intelectual, podemosper este ponto de vista, aliás o maiscerto, chegar a uma conclusão agra-davel para a imprensa : que elanão existe porque não existe oprincipal, o publico. Nenhum jor-

" ' ;

Cara le a it f j

nalista de bôa fé poderáisso.

negar

Depois de confissões tão tristo-nkas. pata quem nesta longínquae pequenina terra lança-se ao jor-nal corno d mais ariscada aventuraintelectual, não podemos deixar derir do projeto de um velho e sim-patico veriodista alagoano, na nos-sa joven Associação de Imprensa :a da criação de uma escola de jor-nalistas. Era, intelectualmente, a er-cola das grandes renuncias...

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Dias Cabral-3-

um jornalista de outros tempos(Especial para NOVIDADE) MORENO-BRANDÃO

A obra mais meritoria deJoão Francisco Dias Cabral,alagoano insigne por seus me-ritos literários e científicos,bem como por sua filantropia,foi o Instituto ArqueologcoeGeográfico Alagoano, por eleajudado a fundar a 2 de De-zembro de 1869.

A essa instituição de que,por muitos anos, foi Dias Ca-bral secretario perpetuo, deuele o im-lhor de sua inteligen-cia servida por vasta erudição,reconhecida e proclamada porhomens eminentes.

Ali se elevou ele á notóriaproceridade, alentando entu-siasmos, indo de encontro atibiezas, sacudindo o torporletargico de espíritos enfeza-dos nas rixas partidárias daProvincia.

Todos os misleres comple-xos, que, em virtude de seucargo, teve de desempenhar,houveram de sua parte exe-cução tão perfeita e cabal quese pode dizer ter tido o Insti-tuto fase de deslumbrante es-plendor com a sua atuação, in-felizmente encerrada, a 19 deJulho de 1885, com o faleci-mento prematuro do Dr. DiasCabral.

Ent-e essa data funesta e ade 27 de Dezembro de 1834,que lembra o seu nascimento,decorreu uma das vidas maisoperosas e profícuas passadasem Al goas.

Formado em medicina pelaFaculdade da Baia (1856), o Dr.João Francisco Dias Cabralnão teve de enfrentir os as-pectos temerosos do problemaeconômico, porquanto o patn-monio de seus pais, o Sr. Fran-cisco Dias Cabral e D.Maria doRego Baldaia Cabral, era maisdo que suficiente para isenta-lo das privações comuns napobreza.

Não lhe dando prole o seucasamento com D. FranciscaRamalho. Cabral, não tem oroedico maceíoense de se des-viar, pela pressão da necessi

dade, dos pendores a que eralevado por uma vocação irre-sistivel.

Por isso ficou sendo apenaso estudioso apaixonado pelosproblemas científicos, o medicodedicado á pobreza e o cida-dão que se multiplicou no ser-viço publico exercendo as fun-ções mais complexas e asmais disgeneres comissões. E'assim que ora vamos acha-loem antagonismo aos surtos deterrível epidemia, ora feito me-dico (ia Colônia Militar de Leo-poldino, ora como vice-diretordo Azilo das Órfãs de NossaSenhora do Bom Conselho,e ora feito comissário de exa-mes gerais de preparatórios,lutando contra presidentes em-penhados na proteção aos es-tudantes disco los.

Entretanto, apesar de tãorequestado no meio onde vi-via, evitou sempre os contactospoluidores da politica, mas nãohesitou em se alistar nas fa-langes não muito compactasdos abolicionistas.

Fez parte das redações doArtista e do Liberal, escre-vendo em muitos outros ór-gãos.

Versou assuntos muito va-riados, sendo, por essa causa,grandemente fragmentaria asua obra, que exibe faustosasbelezas de estilo, deliciosotimbre de classicismo, e, sobre-tudo, eloqüente demonstraçãode solida cultura.

Valeria a pena reunir emvolume o que nos ficou desseesclarecido guia mental queAlagoas teve outrora, ouvindode seus lábios ojraculares eeminentemente sinceros, masnão facundos, as noções maisadiantadas da ciência de seutempo.

Eis muito incompleto o seubalanço literário ou a relaçãode seus escritos:

Na—Revista do InstitutoArqueológico e GeográficoAlagoano -Qual a origem doapelido S. Bento por que é co-

nhecido um oütèiro sobranceiroá vila de Luzia do Norte; Re-latorio dos trabalhos no anode 1873; Esboço histórico acer-ca da fundação da imprensanas Alagoas; Noticia acercada vida do fundador da capelado Coqueiro Seco, padre Ber-nardo José Cabral; Relatóriodos trabalhos noanode 1874;Esclarecimentos sobre o jazigoindígena em Anadía ; Narraçãode alguns sucessos relativos águeira dos Palmares (te 1668a 16..; Numismatica (parecera;Ensaio acerca de alguns ter-mos da língua tupi conserva-dos na geografia das Alagoas ;Relatório dos trabalhos no anode 1875; Seria anárquica a*constituinte brasileira ?; A Uti-lidade da geografia ; Relatóriodos trabalhos no ano de 1876 ;Relatório dos trabalhos no anode 1877 ; Exquisa rápida acer-ca da fundação de algunstemplos da vila de S. MariaMadalena da Lagoa do Sul,agora cidade das Alagoas:No-ticia acerca de alguns traba-lhos geográficos e exploraçõescientificas ; Relatório dos tra-balhos no ano de 1878; O hos-pitai de Caridade de Maceió;Relatório dos trabalhos no anode 1879; Resumo dos aconte-cimèntos firmados em docu-mentos extratados do arquivoda Câmara Municipal de Ma-ceio, de 1817 a 1829 ; Resenhados últimos trabalhos geogra-ficos; Relatórios dos traba-lhos na ano de 1880 ; A revo-lução de 1817; Notas acercados últimos trabalhos geogra^ficos; Diversos sucessos mili-lares no território das Alagoas;Relatório dos trabalhos no anode 1881 ; Novas geográficas;Relalorio dos trabalhos no anode 1882; em vários jornais—Manoel Duarte Ferreira Ferro(Barão de Jequiâl, publicado noLiberal, de 23 de Setembrode 1870, n. 206, ano III; Dis-

concilie ideiite

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NOTAS DA SEMANACentenário da Imprensei berto. segundo dizem os pro-

ceres. revolucionários pernam-Alagoana bucanos.

Em homenagem ao centenário daImprensa alagoana, será executado,segunda-feira, o seguinte programa:

..pela manhã,missa vútiva aos jorna-li-tas alagoanos mortos; ás 20 horas,

,no instituto Arqueológico, aberturada exposição de jornais alagoanos,seguida de uma sessão magna, emque faiurão : o dr. Barbosa Júnior,pelo Instituto, o dr. Jaime de Altavila,pela Academia de Letras, o dr. Ma-noel Onofre de Andrade, pela As-

.sociação de Imprensa e o dr. Men-dpnça Braga, pela Academia Guinaa-ráes Passos.

A parte artisticc, desta festa, a co-.missão organizadora do programa.delegou poderes á NOVIDADE para<-duvidar o Centro Social Femininop?tra dar a sua brilhante colaboração.

Segunda comunicação recebidahontem da dra. Lili Lages, presideivie do Centro .^ocial Feminino, te*marão parte na soarê de inteligen*cia de segunda-feira as senhoritasNfHisa Mendes (piano), Elsa Ferraz(cant") e Lourdes Caldas (piano).

mbarcou quinta-feira parao Rio o dr. Armando Sam-paio Costa. exsecretario gerald » Estado.

Q dr. Luis Leite e Oiticicacontinua publicando, em

boletins, a sua defesa no casoda exoneração da Comissão deSindicância das Estradas deRodagem.

A defesa do /Ir. Oiticica éumforte ataque ás atitutes do sr.Interventor Freitas Melro e doseu ex-Secretario Geral.

Delas 10 horas da manhã dehoje tomaram posse de

suas cadeiras os professoresda Faculdade Livre de Direitode Alagoas.

|\| a «A Noticia» de quinta-feba o sr. Bernardes Ju-nior defendeu a comissão queo povo elegeu para as suas

manifestações de desagrado áatuação aos srs. Freitas Melroe Amando Sampaio Costa, deuns ataques inhabeis do Inter-ven tor Federal feitos em tele-grama para o seu colega dei ernambuco.

Sobre o mesmo assunto o«Jornal de Alagoas» publicou,ante-hontem e hontem, incisi-vos editoriais sobre a situaçãoincoerente dodr. Freitas Mel-ro.

Umreptoao sr. Interventor

Respondendo os ataques que odr. Freitas Melro fez, em telegramapara o Interventor interino de Per-nambuco, a comissão representativado povo enviou o seguinte tele-grama:

«InterventorFreitas Melro. —Rio.— Telegrama dirigido InterventorPernambuco comunicando movimen-to politico aqui ocorrido sua substi-tuição, vosseneia 'classificou desho-nestes últimos governos Alagoas,aos quaes serviu como dedicado, fa-varecido correligionário até véspe-ras ultimas eleições federais cujachapa oficial excluiu seu nome re-eleição. Estariam, assim, revidadassuas diatribes contra comissão acla-mada povo o convidou deixar in-terventoria conjuntamente Secreta-rio Geral.

Reptamos,. porem, declarar qua)governo, exceto revolucionário, pres-tamos serviços politicos, que favoressolhamos, meiecemos.

Seu silencio autorizará juizo públi-co improcedencia acusação.

Aas.) Ignacio GracindoOrlando AraújoJoão Palmeira.

nrddo Valente de Menezes, tersido indultado o nosso con-frade jornalista José Antônioda Silva que se achava detidopor delito de imprensa.

J\ inda nada foi apurado noinquérito policial aberto no

Liceu Alagoano para apurar ocíiso do roubo, ultimamenteregistado, dos «Diários deClasse».

Os estudantes estão fazendoo seu movimento de reação ápecha que algumas pessoas demá fé querem oferecer-lhes.

Quando o país voltar ao re-gime constitucional, o

nome indicado pelo povo parapresidente cie Pernambuco seráunanimemente o de João Al-

f^ealiza-se hoje mais umadas animadas feiras de

Bebedouro.

Q General Juarez TavoraTavora comunicou ao seu

Delegado aqui, Tenente Agui-

Pelo Liceu Alagoano

Por ato do sr. Interventor FederalInterino, ioi nomeado hontem o prof.Agselo Barbosa, para o cargo dediretor do Liceu Alagoano, emsubstituição ao dr. Sampaio Marques,que pediu demissão recentemente.

y^ politica do Norte está emliquidação. Surgem quasi

que diariamente boatos acercadas quedas prováveis que sedarão nas interventorias des-tas bandas.

Desta vez parece que secuida mais ativamente do as-suntoi pois até o sr. FernandoTavora vai ser afastado.

Não é possível que não rebo-le também o senhor FreitasMelro,

NOVIDADE - não aceitacolaboração com pseudo-nimos

.Vi".

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Jornalismo de outroraCARLOS PAURILIO

(Especial para NOVIDADE)

Admira como evolue o jor-nal durante um século. Mudano tamanho, nos tipos e nasidéas. Especialmente nos tqjospois muitas idéas velhíssimasrecobram modernidade comuma simples troca de ti paria.F' táo grande o consumo deidéas no mundo, que os pen-sadores não acham outro recur-so senão apelando para essepequeno truque tipográfico.

A remexer fundos de gavê-tas, descobri coleções de doisjornais de antanho,que me de-ram a oportunidade de escre-ver estas linhas. Dois modelosde jornais completamente di-ferentes dos de uso atual ematerialmente modestos. Ocabeçario é feito em madeirade cajá, afim de não se confun-dir com o resto da pagina;colunas magras, mas recheia-das de notas interessantes; euns redatores e colaboradoresque nos fazem rir com frequen-cia e ás vezes nos comovem.

O noticiário é perfeito. No-ta-se o esbanjamento dos de-talhes, a sinceridade de publi-car todo o ocorrido. Si um es-tudante faz exames, vem logoo numero dos preparatóriosfeitos, e se aproveita o fatopara tecer elogios ao pai e aoavô do cujo, que quasi sem-pre é fazendeiro ou senhor deengenho.

a fúria dos noticiaristas ai-veja só os estranhos, os quenão privam da intimidade deredação. As noticias referentesao diretor e redatores e colo-boradores vêem envolvidas demistérios, tomando lendáriasestas entidades jornalísticas.

Li, por exemplo, no numero 3dum desses jornais, que ò dire-tor X, acamado, não podia em-prestar àquelas colunas os fui-gores de sua brilhante pena-Toda semana se repetia a mes-ma angustiai; t<* noticia. Via-se logo que não era uma do-ença temporal, mas terrivel.talvez incurável Pois só nonumero 15 éque eu soube queo diretor X estava a sofrer dosolhos. .

Tambem, nessas auroras daimprensa em nossa terra, ospoetas dominavam a quartaparte do jornal. Das quatropaginas, uma era para anun-cios, outra para noticias e fa-tos da sociedade e ainda outrapara vários asuntos. Os poetastinham a sua, muito bordada devinhetas, na qual ninguém bu-lia. Até a politica, com iodosos seus mexericos, não ocupa-va tanto papel como a poesia.Parece que os jornais manti-nham de propósito, em inte-resse de sua própria existência»toda uma pagina poética, que

Pelo Brasil!Dar preferencia aos pro-

dutos nacionae é -trabalhar pela indepens

dencia econômicado p^ís.

E assim - hoje, mais doque nunca-que «o Brasil

espera que cada umcumpra com o seu

devet /¦*

as gentis leitoras recortavam egrudavam em seus álbuns liri-cos.

A seção destinada á socie-dade é à mais colorida e per-fumada, onde as hiperboles es-poucam em cada linha e sedesmancham em fantasmago-rias de fogos de artificio. Pa-rece que tem origem ahi o taljardim da existência, onde to-das viam desabrocharem osanos como flores. Um poucoespesinhado por nossa épocamecânica, ainda assim essejardim continua a florescer e ocheiro social ainda rescende vi-vãmente em várias fôlhaslocais.

Politicamente falando, osjornais que folheei com verda-deira paixão de arqueólogo,nãocomentam quase nada sobreas virtudes ou enos do nossoimperador. A palavra impetionão se repete muitas vezes namesma pagina nem ganha ocrescimento dos tipos bemgordos e bem vivos com queimprimem hoje a nossa republi-ca Essa falta de propagandapolitica concorreu inegável-mente para a queda brusca doaugusto regime de Pedro II eprova que este velho amigo deVitor Hugo foi um autenticorepublicano de sangue azul

Fechando comovidamente asduas coleções de jornais histo-ricos, restituindo-os ao sonopoeirento do passado e,á peral-tice das traças, fiquei com aconvicção de que um século éuma etapa muito ampla na éternidade do tempo, e que os jor-nais sofrem transformaçõescomo os mundos, até na ma-neira de grafar as simples pa-lavras do léxico.

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_>o patriotismo brasileiroPAULINO JORGE (3special para NOVIDADE)

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Nos impulsos do nosso entu-siasmo fácil, dos nossos jul-gamentos apressados, das nos-sas op niões inconsistentes,ha, ainda, qualquer coisa derudimentar, de sentimento gre-gario, sob cuja forma se expan-de tão comumente o nossodecantado patriotismo. O falsosentimento que exalta, porexemplo, a Pátria, como a umsímbolo literário e místico, im-provisa e glorifica ídolos efe-meros, p.drÔes equívocos demoralidade e cultura, e estig-matiza, ao mesmo tempo, ohomem brasileiro, atirando-lheo baldão de pretensa inferiori-dade racial, oferece-nos o maisflagrante aspecto da Wianda-de do nosso espirito de povode discernimento elementar emestaco de integração civica du-vicioso.

Não chegamos a formar, emverdade, aquele sentido dina-mico da vida, peculiar aospovos que já atingiram c rtonível de civilização inicial, (queevidentemente não tivemos)como que já despertam forma-dos para a vida, conscientes desi mesmo, seguros de um des-tino a cumprir no mundo, denos fala o autor da ORGANI-ZAÇAO NACIONAL.

Os nossos melhores sociolo-gos sâo acordes em afirmarque a construção nolitica seminspiração,sem fundamento nosubstrato da realidade brasileira, como foi a nossa, nàonos p de dar essa preparaçãoinicial, e, com ela. o claro sensode um (iestiíi > coletivo, . cons-ciência de um patriotismo, en-fira.

f/Sem a orientação de leçiti-mos construtores de naciona-lidades, como aqueles que edi-ficarão, por exemplo, a grandedemoer cia a nericana,. 4eve-mos, re- lmente, grande .partede nossa desorganização aoc ___r

dito vesanicopor instituiçõesexóticas, por doutrinas e teo-rias mirabolantes, que fez men-talidade, principalmente no de-curso de nossa vida republica-na.

Não empolgou, em verdade,o espirito de toda uma gera-ção, o pensamento político emtorno das necessidades brasi-leiras,de interesses pelos desti-nos da terra virgem e pela sor-te do homem pária. Não erade estranhar, pois, que paraessa geração, que faliu, a Ha-tria só existisse através da de-tiamação sen imental de suasbelezas naturaes, como só ex-pliclavelf sse a c ntingenciadas suas crises, dos seus de-feitos, do seu atrazo, como umtriste sinal de incapacidadecongênita.

Mas, estaremos, por ventu-ra, marcados com algum sinalde inferioridade atávica ? Nãotrazemos na fronte o estigmade povo condenado a umafunção social medíocre e infe-cunda. Nem a inclemencia cli-materira, que desola e calcinaa grande e abandonada regiãobrasileira, cujo panorama dan-tesco o g^nio de Euclides daCunha desvendou á próprianacionalidade, possa ser umanâtema de maldição.

Não nos trabalham cataclis-mos telúricos. E que • s hou-vessemos. Melhor se afirmam ese retemperam as energias dasraças, as forças momis dasnacionalidades, na exploraçãodas crises supremas, em meiodas suas provações.

O japonês é bem um exem-pio testemunhai. Cada terre-moto que devasta o impériodo boi Nascente, oferece-lhe umnovo ensejo de dar ao restodo mundo uma demonstraçãoedificante de sua fortaleza quemais inquebrantavel, sec uso'

lida. Não d^vem constituir mo-tivo de descrença na realiza-ção dos nossos desígnios, emnossa capacidade civilizado-ras, as próprias crises que nosafligem, quer na ordem política,quer na ordem social ou eco-nomica.

Oriundas, umas, de circuns-tancias fatais, inerentes á genese de nossa formação histo-rica, outras, de falta de açãopolítica construtora e coorde-nadora, de orientações gover-namentais dispares e até opôs-tas, que não têm atacado eresolvido^<.s problemas funda-mentais da nacionalidade, .ir-vam elas, em vez de estribilholamurioso aos derrotistas, deindice, de melhor experiência,para a conquista denossagran-deza futura.

Sem os preconceitos de raça,classe, religião, familia, que,cavando ódios e rancores, cons-t«tuem problemas inquietado-res das velhas civilizações;sem alime itarmos mais a cren-ça ingênua no poder milagro-so de quantos postulados e p» in-cipios falhos da ideologia de-mocratica e liberal; concertai.-do a atitude extremada depíedosismo e fervor místicoem que se postam, nesta hora,eternos apóstolos da Fé,—sejapara o nosso caso particular,para a realidade paradoxal doBrasil, opulento e pobre, emmeio do esplendor de sua na-tureza e do potencial de suasforças econômicas inapro.veita-das ; seja para o brasileiro, in-teligente e bom, sem educaçãopara a vida e sem est mulopara o trabalho, que convirjamas novas gerações as suas vis-tas, creando um surto renova-dor de idealismo político, emtorno da realidade nacional. Emelhor se plasmará um lúcidosentimento de patriotismo, namais forte e tranqüila conscien-cia de nacionalidade.

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Antigamente a escola era risonha e franca...

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A mocidade que cursa as cinco series gina-siais do Liceu Alagoano vive atualmente a suahora mais atribulada. Hora de vexames, abusos,imposisões, portarias, suspensões, o inferno enlim,que culminou, nesta semana, na humilhação de uminquento administrativo-policial.

São responsáveis pelo roubo dos «Diários daClasse» os moços do Liceu ?

Seriam eles tão ineptos que incorressem emtão grave falta, que tantos prejuízos lhes acarreta ?

De certo que não.No entanto contra a honestidade dessa jüven-

tude querem lançar a mais triste, a mais infamantepecha—a de ladrões.

A mocidade é altiva e sobranceira. Rebelde.Forte.

Quando ela se deixa levar por gestos que'traem sua altivez, sua rebeldia, deixa de ser mo-cidade para ser decrepitude, estagnação, algidez.

Não sabemos quem seja responsável pelo des-aparecimento raflesco dos «Diários da Classe».

O sherlokismo do sr. Inspetor Federal talvez lo-gre descobri-lo...

A mocidade de hoje não se pode é submeterpassivamente aos regimes anti-pedagogiços. obso-letos e bárbaros dos tempos do velho José Pruden-te nem dos remanescentes destes mesmos anacro-nicos reg imes, dos quais o professor AgneloBarbosa (á parte o respeito que lhe tributamos ascãs) é o ultimo abencerragem.

Em meio a tudo isso. chega-nos a noticia de queo sr. dr. Sampaio Marques já pediu exoneraçãodo cargo de diretor do Liceu.

De inicio, deve ser afastado o nome do velhoprofessor Agnelo para substituto do dr. Sampaio.S S. não pode mais, exausto e neurastemeo comoestá dirigir um estabelecimento de moços, onde odr

' Maciel Pinheiro instituiu um regime per-

feito de desordem, tão aferrada e a sua exquisitapreocupação de ordem.

O professor Agnelo não deve ser o substitutodo dr. Sampaio Marques: ele e o legitimo repre-sentante da velha escola de ferida e do copo da-

gua, de odiosa memória.Deus salve o Liceu Alagoano!

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N U N C I AConto de Rocha Filho (Especial para NOVIDADE)

No portão do colégio ficaramminhas colegas e minhas mes-trás, agitando tristemente osseus lenços. Náo pude conteras lagrimas que me nublavanlos olhos e que me faziam vertudo tremulo. Meu pai, que iaa meu lado, tão indiferente aessas coisas do coração, pare-cia estar comovido. Apenas,para cortar o silencio que seestabeleceu entre nós doisapós as despedidas, ele disse:

—Mariinha e Antônio já te-rão ido para bordo?

Marinha é minha irmã maisvelha e Antônio émeu cunha-do.. Ambos vierarp assistir áminha formatura. Estremeci aover meu pai pronunciar o nomede Antônio. Ele apara mim ohomem mais belo (jue já ço-nheci. Mariinha dève_ seif bas-tante feliz, tendo-o por marido.

—Com certeza, Papai. Já ébem tarde.

Chegámos justamente há ho-ra no vapor partir. Mal tinha-mos transposto o portaló, onavio começou a desatracar.E o cais se foi afastando, foificando cada vez m is longe,cada vez mais esbatido, atéque por fim não era mais doque uma faixa pardacenta hòfundo azul do horizonte. Ma-riinha e Antônio já esperavamansiosamente por nós. O va-por transpoz a barra. C.meceia sentir uma tontura, as eou-sas girando em torno de imim.Desci ao camarote, cambalean-do. Até nisso, pensei, Mari-inha é mais feliz do que eu :e'a não enjoa.

Na fazenda de meu pai meesperavam minha familia euma festa organizada por Ma-rio, meu irmão, um homemzi-nho de 14 anos Ele é a pes-sôa que mnis quero bçm. Prinicipalmente depois que minhamàe morreu. Todos me acha-ram mais bonita, depois desieultimo ano de colégio. Joana

uma velha criada, que vemdesde o tempo de minHa avò,não deixou ainda de me admi-rar, rogando para mim um mi-Ihão de felicidades. A' noiterealizou-se o baile. Dansei va-rias vezes com Antônio. Eainda não me pude esquecerduma valsa que dançámas,unidos, bem unidos, sentindoem meu corpo todo o calor doseu corpo de homem. Passeia noite toda agitada, sem dor-mir. Procurei apagarminha in-quietaçao interior, lendo ver-sos de/Géraldy. Mas meu pen-samento ce evolava daquelaspaginas líricas, varava as pafedes de meu quarto e ia pro-curar Antônio. Já quasi ma-nha, quando no céu as estre-Ias, empaledeciam, conseguiadormecer. E tive um sonhoextranho, incompreensível, emque levei esses minutos derepouso a subir e a descer asescadas do colégio, ao lado neAntônio. Angustiada, desper-tei.

Passeios pelos campos,meuslivros, ò piano, nada disto con-seguia àpaziguar-me a alma.Meu cérebro vivia cheio dele.Umainfinita tristeza me inva-dia o coração. E um dia meupai receitou-me casamento.Que eu já tinha desenove anose precisava de um noivo. Pro-testei, disse que era ainda mui-to joven, que não pensavanisso. Mas no dia seguintepapai trouxe um primo paraJantar conosco. Fê-lo sentarjunto a mim. Eu fiquei muito

NOVIDADEnão é essencialmente li-teraria nem essencial-mente politica.

NOVIDADEacolhe o pensamento detodns para interessar atodos.

séri.i e não troquei palavracom o nosso hospede. Anto-nio dizia gracejos, pilheriavacomigo. Que brevemente que-ria comer a perna do peru.Ah ! Antônio, se tu soubessestoda a tragédia de minha alma!Tenho certeza que não sorri-i\ias assim. Tenho certeza quente dirigirias palavras cheiasdeYlçnto e procuradas conso-lar-me. Mas para que saberesas minhas mágoas, as minhasdesventuras ? Para que pertur-bar a felidade do teu amorconjugai e inocular em tuaalma o desejo de um amor im-possível ? Deixa, pois, que eusomente sofra. Eu serei menosinfeliz, sabendo-te feliz. E ojantar terminou entre os gra-cejos de Antônio e os comen-terios sérios de meu pai. Mario,com a sua sagacidade de me-nino inteligente, pareceu com-preender a causa das minhasdesditas. Porque, por mais queeu me contivesse, não podiaimpedir que meus olhos acom-panhassem Antônio.

E passaram-se os dias, assemanas e os meses. Meu pri-mo me pediu em casamento emeu pai deu o sim, sem meconsultar. E eu foi obrigada ame conformar com a resoluçãode meu pai,

E vieram pessoas de longe,gente convidada. E ergueramum altar na sala de visitas,enquanto um rumor de festase espraiaya pela fazenda in-teira. Presptes. Parabéns. To-dos ficaram contentes, porqueeu ia casar-me. Até Antônio.Somente eu, trancada em meuquarto, soluçava, abraçada como meu vestido de noivado, queera para mim como se fosse amortalha do meu primeiroamor, de meu grande e únicoamor...

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Versosde aníigameníeNoutros tempos os jornais de Maceió tinham os sem «Cofres de Pérolas» ou «EscriníosLiterários*, nomes que se davam a um canto de pagina onde saíam, dentro de umaabundância formidável de vinhetas, as preciosidades poéticas de então. Eram sonetos atrês por dois. Junto ao titulo um passarinho levava ao bico um envelope ou uma lindacestinhade flores. E como unia espécie de documento histórico que NOVIDADE publi-ca hoje, quase na véspera de centenaario da imprensa alagoana, estes\sonetos de anU-quissimos poetas de Alagoas *¦¦¦¦¦

Amor materno Bem das lagrimas

Isaura, a mais cruel de todas as perdidas,Entre os braços de Fausto, o mísero rapaz,Disse um dia a sorrir;—Quem ama tudo faz...Exijo deste amor as provas decididas.

—Pede tudo, mulher, se queres destruidasAs duvidas que tens ; ordena, e então verásSi tenho amor ou não ; de tudo sou capaz...Por ti arrancarei milhões, milhões de vida !

E a Dalila soltou estridula risada !Disse a Fausto:—Pois bem, se tu não teme9 nada,Quero de tua mãe tragar o coração !

E o louco o foi buscar... De volta, no caminho,Tropeçou e caiu... Disseram-lhe baixinho :—Maguaste-te, meu filho ? Aceita o meu perdão !

Ciridião Durval

Leiam-se agora 09 que sofrendo amaram,Que eu com os males do amor hoje reluto;—Ninguém julgue dos males que o magoaram,Que mais á prova, mais dá gosto o fruto.

Néscio cuidei, por maguas que passaram,Que me o pranto dos olhos fosse enxuto...Hoje, e inda ha pouco, õs vi que se molharamDe novo em choro desabrido e bruto!

De alguém eu sei, alguém que já su'almaA' minh'alma irmanara, carinhosa ;Estes meus versos ler-mos-á sem calma...

Que chore... e as bagas de seu pianto sagre-mas!Que é fortuna a quem vida houver cuidosaSe os males pode inda lenir com as lagrimas !

Alves de Amorim

As cartas Sulnmita

As tuas cartas, flor, os teus segredos,Sei com desvelo e amor sempre guardá-las:—Mentiras que disseste nos silvedosE espalhadas, a toa, pelas salas..,

I -• .

Falam das ilusões e dos teus medos'Naquela graça com qi e um sonho embalas,Dos idilios á sombra de arvoredos...Logo, é justo que devo conservá-als.

São as flores do sonho desfolhadas,E, embora sejam simplices e erradas,Dizem, contudo, do que em mim tu leste,

São a esperança morta de um noivado,E inda têm todo o aroma do passado...São mentiras gentis que me escreveste I

Sebastião de Abreu

Não tardes tanto assim, vem, Sulamita 1Como um murmúrio divinal de prece.Á voz de um anjo, carinhosa, desceA' terra ingrata oude a criança habita.

E ela fitando o céu, branco, amortece,Numa doçura mística e infinita,O aveludado olhar, que meigo fitaO Alem, que em astros doiro resplandece.

Expira, e sobe após pela indecisoPerfume notivago ao Paraiso,Toda diluída num clarão de estrela.

Das portas doiro, lá da azul morada,Contempla o mundo em lagrimas banhada,—E os Anjos choram pelos olhos dEla.

Aristêo de Andrade

*

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-IO-

Nòías sobre o problema da criança brasileira«a»Abelardo Duarte (Espeoial para NOVIDADE)

No Brasil a dispersão dos es-forços na obra incipiente dedefesa sanitária, engênica, mo-ral e educacional da infância,crioU'lhe esta situação par-ticularissima : a falta de uni-dade de vistas, a incordenaçãode idéas e de empreendimentos.

O que vemos realizado nopaís em favor da creança nãoobedece a nenhum plano geralprefixado. Medidas inteiramen-te á revelia de um critério deunificação foram postas emprática nesse sentido até ago-ra. Resultado: a iniciativa pri-vadae os poderes públicos ouoficiais agindo em separado.Ambos trabalhando dispersiva-mente. Distanciados. Daí de-correm flagrantemente gravessenões para. estabilidade eperfeição da obra cujos pri-meiros lineamentos começa-ram a surgir. E1 como se esti-vessemos a construir um vas-to edifício cuja planta ignoras-semos. A obra sairia afinal im-perfeita e sem segurança.

Ninguém de bom senso que-rerá obscurecer a necessidadeem que nos achamos de pos-suiro plano dessa obra,

Chegou, portanto,aoportuni-dade da ação oficial controlartodo esse ingente trabalho dis-persivo, reunindo sinergica-mente a iniciativa dos homensde bôa vontade, as idéas dealguns sonhadores e estetas queporfiam em vêr a nossa gran-deza de amanhã, a pecünia dosricos e os vinténs da caridadepública, e esboçar o projeto deunificação dessa obra.

Impoitantissimos problemasque dizem de perto com o in-teresse imediato da nação, —todos eles dignos de acuradoestudo — surgem, diariamenteá tona das discussões, nestemomento delicado que o Brasilatravessa.

Vemos, porém, que infeliz-mente alguns problemas vi-tais para o Brasil não logra-ram ainda focalizar-se na telaimensa em que se projetamos interesses da nação.

Dentre eles está a merecer aatenção dos atuais responsa-veis pelos destinos da nossaterra e de.nossa gente, o pro-blemada creança do Brasil.

Porque, como se acha en-carado, ele não pode continuara sê-lo.

A creança brasileira precisade uma nova escola de saúde,higiene, energia, saber, alegria.Tudo dentro de um plano har-mônico, com as nossas neces-sidades e com os nossos forosde civilização.

Que temos feito em favor dacreança, em paralelo com o quevêem fazendo pelos seus filhosos demars povos sul-america-nos, para só falar destes ?

Alguma coisa temos reali-zado, o que é francamente ekKgiavel, mas sem unidade devistas e de ação, o que é con-denavel.

Mesmo, não tivemos ain-da, desgraçadamente, en-tusiasmos pelo destino do ho-mem brasileiro de amanhã, nósque facilmente nos deixamosempolgar pelas glórias e vicis-situdes alheias. Ou antes: olhar-mos o problema vital da cre-anca como um caso sentimen-tal e intimo.

A campanha em prol da cre-anca em nosso país, deve serobra principalmente do gover-no, ao qual compete reorgani-zá-la e controla-lá cientifica-mente.

Do ponto de vista sanitário,devemos lutar pela formaçãoda «creança normal», á manei-ra do que o Uruguai está rea-lizando, de acordo com o pia-no idealizado por Attilio Noe-rencio, o verdadeiro orienta-dor da campanha eugenica ehigiênica daquele povo co-ir-mão.

A sueca Ellen Key, no seulivro «O Século da Creança»,profetiza «o advento de umaera em que ha de ser a infan-cia a preocupação do mundo».Andamos ainda muito longetalvez do advento sonhadopela genial escritora.

A atualidade brasileira requerdos homens dos Brasil novoo gesto messiânico de chamara si as creanças, traçar-lhes oplano de amparo e de defesa,nos seus multifórmes e multi-fários aspétos, unificando asobras esparsas, para que surjaeficiente e duradoura a novacampanha.

Poema da maninhaHumberto B. Bafa (Espeoial para NOVIDADE)

Maninha, seus olhos pequenos(tão brilhantes, tão lindas ! )vivem constantemente a brincar comigo.K sua boquinhatão sua e tão minha tambémvive sempre a me beijarEu queria ser do seu tamanhopara brincar com você.Queria armar soldadinhos de chumbocortar calungas das revistasfazer barcos de papel de íolhinhabncar de todos os brinquedos.Mas, maninha, já sou grande.Nao posso mais brincar de soldadinho de chumbo.Hoje sou sei brincar de soldado de verdadeCada papel de folhinha já não é para mimum barco a mais Ho sim um dia a menos, manmha l

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A {Revoluçãoe o Álcool

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Dias Cabral --um jornalistade outros tempos

conclusão

Da influencia da aguardente na evolução política do Brasil

Raul Lima

Uma das coisas bem curió-sas que a Revolução inauguroufoi a medida policial da pro-ibiçãode venda de bebidasalcoólicas sempre que se espe-ra qualquer sorte de exaltaçãono seio do povo.

Fei assim no Carnaval. Temsido assim em qualquer movi-mento popular, seja de inten-ções puramente diversionais oupolíticas. Annuncia-se, ou ape-nas pronuncia-se um comicio ea policia revolucionaria proibelogo a venda de grogs, «espe-cialmente das bebidas chama-das brancas», como dizem osboletins das Chefias de Segu-rança Publica.

Os estadistas do Brasil novoconsideram, portanto, que nãohavendo cachaça não ha en-tusiasmos, nem exaltações,nem ideais, nem coisa algumaque faça um homem dar umgrito ou ter uma opinião.

Então, vemos nessa resolu-Ção a demostração de que ocivismo do brasileiro é aguar-dente. O patriotismo, tambem.A alegria com que ele faz o me-Hior carnaval do mundo, damesma maneira. Tudo, final-mente, que o brasileiro faz deengraçado, criminoso ou sim-plesmente idio-a no meio darna, é efeito dela.

E' possível que os novos so-ciologos nacionais tenham ra-zão, Examinamos direitinho as

(Especial para NOVIDADE

nossas conquistas politicas etalvez os movimentos que aforçaram tenham sido única-mente uma questão do dois ca-lices a mais.

E chegando a esse ponto,aparece uma duvida no espi-rito da gente. A revolução, «aarrancada gloriosa de outubro»,tambem terá sido somente umef .dto de grogs ? Estariam todosfumados os patriotas quegri-taram uma Republica nova ?

Não nos atravemos a arris-car que o Brasil estava alcooli-^ado naquela hora. Mas se asugestão veio, a culpa é so-mente da própria mentalidadepolicial do novo íegimen, comessa precaução anti-alcoolicasempre que espera qualquerespécie de movimentação noseio do povo.

é precisodesconfiar

dos

¦ produtos

que

nao

seanunciam

curso proferido em 28 de Se-tembro de 1881, na aberturada sessão magna da SociedadeLibertadora Alagoana ; O ai-cance do transformismo (n.413do Diário da Manhã, de 7de Junho de 1883); Discursosobre Tavares Bastos; Prefa-cios das obras de Inácio P*s-sos e Felinto Elisio da CostaÇutrim; A propósito da me-moria relativa ao ensino pri-mario (n. 992 do Diário daManhã, de 17 de Maio de 1885).Este artigo repoita-se a umtrabalho que ele escreveu so-bre instrução primaria, o qualfoi, com a assinatura de DiasCabral e do professor InácioCosta, apresentado ao presi-dente da Província, Dr. Figuei-ra de Melo, que o solicitara.

Dias Cabral deixou tambemdois opusculos: O homem pe-rante a historia natural (disser-tação lida na inauguração dasconferências populares no Co-legio 7 de Setembro, a 21 deOutubro de 1882); um ensaiodramático, a que se deu o ti-tulo de — O Mutilado.

Entrando, ha longos anos, norepouso sem limites do tumu-lo, Dias Cabral tem tido a ven-tura suprema de ver perdurarseu nome nas fulgidas tradiçõesdo gracioso berço natal. Essenome insigne se afigura a to-dos os homens de coração asombra prodigiosa de uma ar-vore colossal a que se abri-pam quantos desejam hauriralentos e coragem para as ru-des pelejas em prol da verdadee do bem.

Não seria, portanto, exage-ro lembrar, a propósito de talsombra de um nome augusto,o Wanderboom, planta sagra*da e lendária dos boers a qualpor si só constituía uma fio-resta.

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Ganhe sem esforço KX)0$000í CINEMA.; ., j >; , > .t s e j.» fí ¦',, •¦¦ l->

NOVIDADE inicia, com o «Grande Concurso da Manteiga»,

a série dos seus certames populares 1Bases

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O concurso constará da apre-sentação de latas das três co-nhecidas marcas de manteigamineira «Garça», «Invencível»e «Diamantina».

A contagem far-se-á porlata de 250 gramas, contando-se por duas a lata de 500 gra-mas, por quatro a de um quilo,etc.

Inscrição

Poderá concorrer ao concur-so qualquer pessoa, residenteou não neste Estado, que nosremeter, devidamente preen-ch'do, o cupon abaixo.

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Prêmios

Ao concurrente, inscrito nascondições aqui estabelecidas,que apresentar o maior nume-ro de latas das manteigas«Girça», «Invencível» e «Dia-mantina», será conferido ogran !e prêmio de um conto deréis(l:000$W). *

Como prêmios de consola-ção a todos os outros concur-

rentes, seráo trocados por la-tas cheias as latas vasias, narazão de 2 % sobre a quanti-daie apresentada.

Prazo

O presente concurso encer-rarse-á no dia 15 de novem-brode 1931, quando se proce-dera a apuração por uma comis-são previamente nomeada,sendo efetuada, logo depois,a entrega dos prêmios.

As inscrições serão recebi-das até o dia 14 de novembrode 1931.

Apuração

A comissão apuradora do«Grande Concurso da Mantei-ga> constituir-se-á de comer-ciantes e jornalistas especial-mente convidados por estaredação.

No caso de dois ou maiscandidatos concorrerem comigual numero de latas, o gran-de prêmio será decidido porsorteio.

Quaisquer outras informaçõespoderão ser dadas por corres-pondencia.

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Grande Concurso da Manteiga' "'•¦

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Nome por extenso

residente em

inscreve-se no concurso de NOVIDADE

"SEM HÜVIDADE NO FRQNT(De um observador cinematográfico)

(Especial para NOViDADE)

Desde hontem está no car-taz, no Floriano, o grande fil-me que a Universal extraiu deum grande livro : AU quiet onthe western front, de EricMaria Remarque, o mais ar-guto de todos os espectadoresda guerra européa. Espertado-res, minto. Ator é que ele foi,porque viveu também no pai-co da tragédia universal, cujasconseqüências ainda hoje nosabala.

Sem novidade no front éa reportagem daquilo a que,apoiados no próprio Remar-que, podemos chamar de sui-cidio de uma geração. Suicidioporque essa geração atirou-seao drama por um paradoxalimpulso de vida, si bem quehaja mais realidade em chamar-mos de assassinato de todauma geração, porque ela foilevada pela deshumanidadedecerta classe dos espectadores.

E essa tragédia, que já nolivro nos impressiona até aslagrimas, tem no cinema a suainterpretação a mais crúa,por-que é de efeito visual e audi-tivo.

No entanto, não deixa omundo de fans de nossa terrao mau habito de rir-se quandoo momento é das maiores an-gustias. Nas cenas de maisimpressionante crueza do dra-ma das trincheiras, o povo es-cancara-se em gargalhadas,como se estivesse a assistirpiruetas malucas de HaroldLloyd.

Essas gargalhadas imbecisentristecem ainda mais o es-pectador de sensibilidade doque a própria historia de Re-marque.

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s 13O CIEDADE

Correio

Vou ao correio como quem vai¦ver a namorada. Lá é o consuladouniversal de todos os amores dis-tantes.

Um chinês retirou da Caixa Pos-tal um envelope que abriu logo. En-eontrou cartas em caracteres do seupaiz e esta palavra só eseriptanuma folha de papel: Papai.

Entram e saem cartas que falamiomente de negócios.

Um louriste manda vistas da ci-dade pra Chicago e Amsterdam.

Eu já estava pensando que Haencontrar minha namorada. Masnão vi. Ela, eomo sempre, ficou dooutro lado da caixa onde eu botosurtas para o sul...

Recife, agosto.

Ramil

Registo de Aniversários

'HOJE:

dd. Ana Maria Jucá, JoanaCruz An>gão, Maria ClarindaBarbosa. Aurora Cruz e Silva,Eudocia de Oliveira, Jesuina deOliveira, America de Sá Pei-xoto, Alzira de Almeida Matos,Georgina Gama; stas. MariaOlímpia da Silva, Helena Ar-roxelas ; srs.- José Luiz de Oli-veira, Francisco ArroxelasNe-to. Odolino Lins, Manoel Ali-pio da Silveira ; o menino Ita-Io, filho do sr. Otávio BrandãoCaldas.

AMANHA:

dd. Ana Barreto. Granzielafla Costa Lima, Noemia Arau-io, Alcina de A quino Medei-ros; sta. Augusta Pereira Cha-gas; srs. Antônio Guedes Quin-tela,Heitor Costa, Carlos San-ta Rita. Antenor Pantaleão.

dd. Carolina de Araújo, Elza

Gomes, Maria Leite Cavalcan-te; stas. Maria Brandão deOliveira, Floraci Braga Melo,srs. José Felinto Costa, Arios-to Cavalcante, José Vasco n-celos Chaves, José da CostaPires ; os meninos Hermes, fi-lho do sr. Pedro Fernandes deSouza, e José, íilho do sr. IsaacRocha.

í \

DIA 18:

dd. Elisabete Godói, Alice ,Vieira Malta, Maria José Mafra,Clarinda de Aguiar, Flora de ,.Azevedo Leão, Zulmira defAzevedo Leite ; sta. Laura Fi-gueiredo ; srs. Jonas Gomes,José Guimarães Filho, Jair de

^Almeida Sampaio, Cristaldo^Caldas.

DIA 19:

dd. Marieta Soares, Francis-ca Ribeiro, Umbelina de Oli-veira, Adilia Vieira da Silva ;stas. Maria Helena de Melo,Olga Geimarães ; srs. AurinoBaptista, Floro Doria, Luduri-co Silva.

DM 20 :

stas. Helena Baía, DioneGuedes, Adelia de Omena ;srs. Manoel Vasconcelos, Pe-dro de Souza Leite, AbraãoGhamis, Germano JacobinoJatubá ; o sequeno Bruno Bas-to.

DIA 21 :

dd. Olimpia Pereira Amaral,Georgina Ribeiro Lins, Guio-mar Teles, Angélica T Albu-querque, Maria Adelia M. bal-cão; sta. Alice Vanderlel ; srs.Carlos Paurilio, João MacielCaldas. Pedro Colombo, gene-neral Osório de Paiva, José deAbreu, José Reis Larangeiras.

Modas \. ,

O tailleurde hoje, ao rigor noRio, é[de jérsei, não jérsei liso, masguarnecido de desenhos claros ebastante grandes para alegrar oconjunto e fazer lembrar o gênerotweed.

Os coloridos mais mepregados sâoo marron e o amarelo, combinadoscom listas finas de beije, destinadasa atenuar a crueza do amarelo.

A saia ê em geral estreita, tran-cada do lado, e abotoada com bo-toes marron. O casaco é curto.indosó até ao meio das cadeiras, umablusa de toile de seda amarela dotom dos desenhos, com jabot plissa-do e babado no punho para passara manga do casaco.

Está sendo muito usado pelo chi-qut carioca o Unho azul-céu comguarnições defustão brance, ocint0de camurça branca, de sarja brancacom gola de crépe da China ver-melho; muitas vezes com esses ves-Vãos a saia continua muito ajus-tada aiéá altura dos joelhos, deonde parte um babado plissado oucom pregas duplas.

Outra nota chique : o vestido dedois tons, o corpo de um, saia deoutro; mas esse corpo não pára nacintura, desce até abaixo das cadei-ras e ali é pregada a saia. O cintoé do mesmo tom do tecido do corpo.Exemplo: corpo em Unho rosa. saiade Unho branco aplicada cotn rei**cornes sobre a longa blusa. Ou o.Unho branco bordado com verme-lho para o corpo e a saia de Unhobranco liso.

Mary

Festa

Está no cartaz do mês o en-contro mundano dos Aliados,amanhã, em homenagem á im-prensa alagoana.

Em nossos meios mundanosos mais chiques nota-se a es-pectativa de um soarê encan-tadora.dado o tradicional pres-tigio das festas aliadas.

NOVIDADE far-se-á repre-sentar no baile de amanhã.

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-15-O rmelé

O dr. Maciel Pinheiro con-tinúaa ser o mesmo volutuoso(ja desordem, o mesmo amo-roso da confusão que se mos-troa desde que pôs os pés noLiceu Alagoano.

Lá por dentro não existemais sossego, nem para osestudantes nem para os pro-fessores. Porque em verdade odoutor de Viçosa tem estabôa qualidade : não instituiueomo era de esperar uma cias-se de sofredores de seu cos-mopolitismo educacional: oscristos são todos os que vivemlá deniro.

Ultimamente o dr. MacielPinheiro deu para fiscalizar acaderneta dos catedráticos,chegando mesmo a invadir asfunções dos lentes como nocrso de tirar média para osalunos.

Agora, não é o fato de tirarmédia o que está aborrecendo,e com razão, os professores doLiceu: é que o sr. Fiscal faimédia á sua vontade, dividin-do por 10 as notas bimensaisdos alunos.

Mas nesse jogo o mele valetudo...

A ultima aventura doInterventor

O dr. Freitas Melro é umhomem positivamente desas-trado. E' esta uma afirmativamuito forte á primeira vista,porque, apesar de suas atitu-des acinzentadas, sem indepen-dencia, tem-se o Intervenrorde Alagoas, paradoxalmentejá se vê, como um homem debom senso.

No entanto, quando se es-perava que disso desse pro-vas o sr. Freitas Melro, man-tendo no momento preciso umaserenidade que desmentisse osboatos a respeito de sua faltade personalidade, sae-se o ho;mem com uma das suas, dasmais pitorescas.Foi o telegrama fatídico re-latando ao Interventor interinode Pernambuco os aconteci-mentos políticos de sábadoultimo.

Amoroso do lugar-comum,em que sempre primou nasB^tas oficiais, o sr. Freitas

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Semanário ilustrado

Numero 19 15«8«931

Direção deAlberto Passos Guimarães

eValdemar Cavalcanti

AssinaturasSemestre 103000Ano 18S000Numero avulso $400

Toda correspondência para a Rua Barãode Atalaia, 33. Maceiô-Alagòas.

As colaborações devem sejabsolutamente inéditas.

Colaboração especial de Jorgede Lima, Graciliano Ramos, Gue-des de Miranda, Orlando AraújoArtur Acioli, Carlos de Gus-mão, Lima Júnior, José Lins doRego, Sebastião P. Dias, De Ca-valcanti Freitas, Álvaro Doria,Tèo Brandão, Aurino Maciel,Luiz Lavenére, Jaime d'Altavilla,Moacir Pereira, Abelardo Duarte,Barreto Falcão, Esdras Gueiros,Tose Auto, Willy Lewin, Aloisio'Branco,

Mendonça Júnior, CarlosPaiirilic, Mendonça Braga, RaulLima, Aurélio Buarque, JoséMorais Rocha, Paulino lorge,Arnobio Graça, Abelar França,Rocha Filho, Diégues Júnior, Car-los T. Duarte, Álvaro I ins, LauroJorge, Jurandir Gomes e outros

Repórter — fotográfico - ACajueiro I

Credito Mutuo Predial

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Pelos seus

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Rua Dr. Rocha Cvíe, 550

Maceió-Alagôas

Melro lançou aos portadores davontade popular a interessanteestampilha : fâmulos e comen-sais da situação que tanto in-felitou Alagoas etc.

Nesse banquete, no entanto,o sr/Freitas Melro tomou par-te saliente.

Quando o seu partido viuque ele queria apenas peram-bular no Parlamento, comouma sombra, resolveu tira-loda chapa. O dr. Freitas come-çou então a criar a sua puris-sima mentalidade revoluciona-ria. Porém para um homemde tão bons sentimentos, umbom homem como se costu-mou chamalo piedosamente,não é decente essa atitude deinjuriar os seus correligiona-rios de hontem. Nem escondera verdade quanto ao descon-tentamento de seus compa-nheiros de hoje.

Centenário da Imprensa ,Alagoana

As festas com que a elite in-telectual de Alagoas vai co-memorar a passagem do cen-tenario da imprensa anunciam-se brilhantes e significativas.

O Instituto Arqueológico, aAcademia de Letras, a Asso-ciação de Imprensa ea Aca-demia Guimarães Passos üní-ram-se e lizeram um programade carinhosas homenagens áimprensa.

E este programa teve aindaa colaboração distinta de ai-guns dos mais encantadoreselementos do Centro SocialFeminino.

• Destacam-se tarnbem ashomenagens dos jornais dehoje aos seus companheirosda hontem : a «A Noticia;dará segunda-feira uma edi-ção especial de 20 paginas,o «Jornal do Alagoas» vaitambém fazer o seu numeroespecial, o «Jornal Pequeno» eo «Diário» farão registo espe-ciai da data com edição escolhi-da. Dentro de suas pequenaspossibilidades materiaes, NO-VIDADE procurou contribuircom o seu melhor quinhão paraa festa dessa data de tão gran-de significação para os quemourejam na ogua-mórna doperiodismo em Alagoas.

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