advogado estratégico

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DIVULGAÇÃO Novidade O estudante André Ma- chado Rocha, de 22 anos, conseguiu aproximar do trabalho sua paixão pelo esporte: em outu- bro, ele completa um ano co- mo estagiário do escritório Reyes & Fagundes Advoga- dos Associados, envolvido com a recentemente criada área do direito desportivo. “A identificação e a proati- vidade foram fundamentais para a minha contratação”, afirma ele, que está no quar- to semestre na PUC de São Paulo. “O Brasil ainda está en- gatinhando nessa área, mas vejo que meus colegas também têm interesse no assunto.” O jovem pretende se especia- lizar no assunto depois de se for- mar e acredita que a experiên- cia no estágio possa colocá-lo em vantagem no processo de consolidação da indústria do es- porte no País. Em seu curso uni- versitário, só uma disciplina ele- tiva trata do assunto. A expectativa de crescimento foi o que motivou o Reyes & Fa- gundes Advogados Associados a apostar no tema, de acordo com o responsável pela nova área, o advogado Leonardo Ne- ri. Para ele, o esporte é um pro- duto com alto potencial lucrati- vo, porque tem apelo universal. “Ele tem uma mídia por si, e o mercado é muito grande. É mui- to bom, por exemplo, para uma marca estar na final do futebol americano. Todo mundo quer.” Neri diz que os clubes de fute- bol lidam com meandros políti- cos e administrativos comple- xos. Isso exigiria do profissio- nal especializado em direito desportivo conhecimentos não apenas de leis específicas do es- porte, mas também de outros temas, como o direito traba- lhista e o direito do consumi- dor. Toda a indústria do es- porte envolve, além das rela- ções entre entidades, aspec- tos como o licenciamento de produtos, vendas de direitos de transmissão em diferen- tes meios de comunicação. Neri avalia que a Copa e as Olimpíadas no Rio de Janei- ro, em 2016, têm ajudado a inflar as demandas para o se- tor, mas a profissionalização aqui não acompanha o ritmo de crescimento. “Mas o siste- ma não corrobora para que empresas invistam.” /A.S. Para professores, aluno deve ter perfil humanista Qualificação A boa formação universitária cos- tuma ser um fator especialmente valorizado por companhias no momento de contratar profissio- nais da área jurídica Habilidade gerencial Cada vez mais os advogados pre- cisam se apresentar como con- sultores capazes de apoiar as decisões dos executivos. Por is- so, o bom conhecimento dos ne- gócios passou a ser um ponto central para esses trabalhadores Inglês A proficiência na língua inglesa tem papel central nesse novo contexto profissional Otavio Pinto e Silva, professor da USP e advogado trabalhista no escritório Siqueira Castro Atuação do bacharel de direito se expande Para conquistar destaque no mercado, formado na área deve investir em formação que o transforme em um consultor de negócios NILTON FUKUDA/ESTADÃO “Cada vez mais, empresas demandam agilidade na forma de resolver conflitos” Gustavo Coltri Alan Santiago ESPECIAL PARA O ESTADO Ir além da sabedoria jurídica é o desafio atual dos profissionais da área do Direito que querem se integrar ao mercado, em es- critórios e grandes organiza- ções. Nesse novo contexto, o co- nhecimento pleno da língua in- glesa e a boa integração aos ne- gócios diferenciam os gradua- dos, segundo recrutadores. “O profissional tem de ser al- guém que viabiliza os negócios nas organizações, levando em conta a legislação brasileira”, re- sume Henrique Bessa, diretor da recrutadora Michael Page. A área jurídica, segundo ele, vem ganhando maior importância nas companhias, aproximando advogados dos tomadores de decisão das empresas. “Em uma organização multi- nacional, o profissional tem de explicar para os executivos do exterior como funcionam nos- sos sistemas trabalhista, fiscal, tributário, que, muitas vezes, parecem sem sentido para eles. E precisa mostrar porque uma decisão pode ser muito mais be- néfica do que outra”, diz. O conhecimento de idiomas, especialmente nesses casos, passou a ser essencial, segundo ele, tanto para garantir a eficá- cia dos aconselhamentos quan- to para preservar a imagem dos trabalhadores. “A pessoa que ga- gueja no inglês pode até ter seu conhecimento técnico coloca- do sob desconfiança”, diz. O gerente executivo da recru- tadora Talenses, Paulo Moraes, também destaca a importância de conhecimentos interdiscipli- nares para os bacharéis. De acor- do com ele, graduados com co- nhecimentos financeiros e con- tábeis, por exemplo, podem ter vantagem sobre os potenciais concorrentes no mercado de trabalho. “O advogado, hoje, tem de saber fazer contas, co- nhecer como é o mercado da empresa na qual ele atua. Essa visão empresarial é o que mais falta aos formados”, diz. Moraes afirma que a capaci- dade de oferecer soluções é um fator relevante não só nas áreas internas das companhias, mas também nos escritórios. As tra- jetórias dos profissionais nes- ses dois universos empregado- res variam um pouco, no entan- to: “Nas empresas, eles devem ser mais generalistas, em geral têm mais estabilidade, mas cres- cem na hierarquia mais vagaro- samente. Nos escritórios, eles têm de ser muito especializa- dos, têm menos benefícios, mas podem crescer rapidamente.” Alguns programas de pós-gra- duação podem dar aos profissio- nais maior conhecimento a res- peito das dinâmicas práticas de organizações e escritórios, es- pecialmente para recém-forma- dos. Graduada em 2010, a advo- gada Vivian Christina Micali, de 28 anos, passou a frequentar um curso lato sensu em Direito Empresarial no Instituto de En- sino e Pesquisa (Insper) no iní- cio deste ano, convencida de que os conhecimentos técnicos que obteve na faculdade não eram suficientes para as deman- das atuais do mercado. Nas aulas, a jovem recebe no- ções de liderança, gestão e pla- nejamento, além de conteúdos próprios do meio jurídico como tributação e contratos. A inten- ção do programa, de acordo com a coordenação da área no Insper, é oferecer aos jovens uma experiência semelhante aos programas de trainee. “O departamento jurídico é tido como aquele que breca ope- rações da empresa. Por excesso de cautela em contratos, por exemplo, acaba prejudicando o negócio”, afirma. Para Micali, o conhecimento obtido em disci- plinas de finanças, contabilida- de e administração ajudam a do- sar os requisitos jurídicos com os objetivos dos negócios. Áreas. Algumas vertentes do Direito oferecem oportunida- des para os trabalhadores da área. O coordenador de pós-gra- duação do Insper Direito, An- dré Camargo, vê boas perspecti- vas para profissionais com co- nhecimentos em direito socie- tário, pouco abordado nos cur- sos universitários, segundo ele. “O Direito Societário está na ba- se da organização e em todos os setores da economia”, diz. No escritório Rayes & Fagun- des Advogados Associados, com atuação em diversos seg- mentos, área societária e de con- tratos é uma das maiores em ter- mos de pessoal, juntamente com as áreas de Direito Tributá- rio e Contencioso Cível. “E a área trabalhista está crescen- do”, diz o advogado do escritó- rio Leonardo Neri opinião também compartilhada por em- presas recrutadoras. As atividades de conciliação, por outro lado, também têm ga- nhado espaço. O Leite, Tosto e Barros Advogados criou no ano passado uma área voltada à arbi- tragem. “As empresas têm bus- cado, como solução para seus conflitos, a arbitragem pela cele- ridade e segurança jurídica”, diz Marcus Vinicius Mingrone, sócio do escritório. Nesse senti- do, outra medida que deve ga- nhar evidência é a mediação, na opinião do vice-diretor da facul- dade de Direito na Faap, José Roberto Amorim. No futuro, algumas áreas ten- dem a se fortalecer. Para espe- cialistas, os profissionais foca- dos em contratos e parcerias en- volvendo infraestrutura po- dem se beneficiar das conces- sões e parcerias público-priva- das. O aumento da preocupa- ção com sustentabilidade será também um impulso ao Direito Ambiental, e o novo marco regu- latória para a internet pode abrir horizontes para os advoga- dos dedicados ao tema. Desde 2011, a chamada Lei da TV Paga (12.485/2011) vem de- senvolvendo a área do Direito Autoral e entretenimento, na opinião da advogada especiali- zada Andréa Francez, do escri- tório Francez & Alonso Advoga- dos. Ela conhece pelo menos dez escritórios que também atuam no segmento, espalha- dos por várias partes do Brasil. TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO A receita para a formação de um bom profissional em direito é simples: o gosto pela leitura e o interesse abrangente pelos mais variados assuntos são re- quisitos fundamentais para es- tudantes da área. Quem afirma são professores das principais universidades paulistas. “O aluno precisa ter um perfil humanista, muito aberto ao en- tendimento da sociedade em que vive. Como o direito é a dis- ciplina da convivência humana, ele deve estar disposto a ler bas- tante e acompanhar as informa- ções”, avalia o professor da Fa- culdade de Direito da USP Ota- vio Pinto e Silva, presidente da comissão de graduação. Ele acrescenta que a leitura anda de mãos dadas com a escri- ta. Por meio da primeira, o alu- no forma opinião a respeito dos temas do cotidiano e, pela se- gunda, demonstra o resultado daquilo que aprendeu. Já o pro- fessor de direito constitucional da PUC-SP Marcelo Figueiredo destaca que os interessados no curso devem ter vocação univer- salista, pelas características pró- prias da atividade. “Direito é uma ciência aberta, que permi- te ir para vários campos – tribu- tário, civil, empresarial, ambien- tal”, enumera Figueiredo. A flexibilidade exigida do ba- charel está presente não apenas durante a graduação. Mesmo na especialização, que tem o ob- jetivo de aprofundar um tema, essa capacidade deve ser traba- lhada, segundo o coordenador da pós em direito da Faculdade Getúlio Vargas (FGV-SP), Emerson Ribeiro Fabiani. “É muito importante que, pa- ra conseguir arquitetar novas soluções jurídicas, a pessoa co- nheça outros ofícios e seja ca- paz de dialogar com profissio- nais diversos. Assim, é possí- vel transformar o ambiente on- de atua.”/A.S. ESCRITÓRIO INVESTE EM ÁREA ESPORTIVA Profissional deve ter expertise interdisciplinar Interesse por assuntos diversos e gosto pela leitura são requisitos para alunos dos cursos de graduação Vivian Micali. Jovem buscou um programa de pós-graduação para ampliar capacidade gerencial, um tema pouco abordado durante o estudo universitário Otimismo. Neri (à esq.) e o estagiário André Rocha acreditam na consolidação do setor Oportunidades “O esporte é um produto globalizado, é um mercado muito grande” Leonardo Neri ADVOGADO CARACTERÍSTICAS O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 Empregos 3

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Page 1: Advogado Estratégico

DIVULGAÇÃO

Novidade

O estudante André Ma-chado Rocha, de 22anos, conseguiu

aproximar do trabalho suapaixão pelo esporte: em outu-bro, ele completa um ano co-mo estagiário do escritórioReyes & Fagundes Advoga-dos Associados, envolvidocom a recentemente criadaárea do direito desportivo.

“A identificação e a proati-vidade foram fundamentaispara a minha contratação”,afirma ele, que está no quar-to semestre na PUC de SãoPaulo.“O Brasil ainda está en-gatinhando nessa área, mas

vejo que meus colegas tambémtêm interesse no assunto.”

O jovem pretende se especia-lizar no assunto depois de se for-mar e acredita que a experiên-cia no estágio possa colocá-loem vantagem no processo deconsolidação da indústria do es-porte no País. Em seu curso uni-versitário, só uma disciplina ele-tiva trata do assunto.

A expectativa de crescimentofoi o que motivou o Reyes & Fa-gundes Advogados Associadosa apostar no tema, de acordocom o responsável pela novaárea, o advogado Leonardo Ne-ri. Para ele, o esporte é um pro-

duto com alto potencial lucrati-vo, porque tem apelo universal.“Ele tem uma mídia por si, e omercado é muito grande. É mui-to bom, por exemplo, para uma

marca estar na final do futebolamericano. Todo mundo quer.”

Neri diz que os clubes de fute-bol lidam com meandros políti-cos e administrativos comple-

xos. Isso exigiria do profissio-nal especializado em direitodesportivo conhecimentos nãoapenas de leis específicas do es-porte, mas também de outros

temas, como o direito traba-lhista e o direito do consumi-dor. Toda a indústria do es-porte envolve, além das rela-ções entre entidades, aspec-tos como o licenciamento deprodutos, vendas de direitosde transmissão em diferen-tes meios de comunicação.

Neri avalia que a Copa e asOlimpíadas no Rio de Janei-ro, em 2016, têm ajudado ainflar as demandas para o se-tor, mas a profissionalizaçãoaqui não acompanha o ritmode crescimento. “Mas o siste-ma não corrobora para queempresas invistam.” /A.S.

Para professores, alunodeve ter perfil humanista

● QualificaçãoA boa formação universitária cos-tuma ser um fator especialmentevalorizado por companhias nomomento de contratar profissio-nais da área jurídica

● Habilidade gerencialCada vez mais os advogados pre-cisam se apresentar como con-sultores capazes de apoiar asdecisões dos executivos. Por is-so, o bom conhecimento dos ne-gócios passou a ser um pontocentral para esses trabalhadores

● InglêsA proficiência na língua inglesatem papel central nesse novocontexto profissional

Otavio Pinto e Silva, professor da USP e advogado trabalhista no escritório Siqueira Castro

Atuação do bacharel de direito se expandePara conquistar destaque no mercado, formado na área deve investir em formação que o transforme em um consultor de negócios

NILTON FUKUDA/ESTADÃO

“Cada vez mais, empresas demandam agilidade na forma de resolver conflitos”

Gustavo ColtriAlan SantiagoESPECIAL PARA O ESTADO

Ir além da sabedoria jurídica é odesafio atual dos profissionaisda área do Direito que queremse integrar ao mercado, em es-critórios e grandes organiza-ções. Nesse novo contexto, o co-nhecimento pleno da língua in-glesa e a boa integração aos ne-gócios diferenciam os gradua-dos, segundo recrutadores.

“O profissional tem de ser al-guém que viabiliza os negóciosnas organizações, levando emconta a legislação brasileira”, re-sume Henrique Bessa, diretorda recrutadora Michael Page. Aárea jurídica, segundo ele, vemganhando maior importâncianas companhias, aproximandoadvogados dos tomadores dedecisão das empresas.

“Em uma organização multi-nacional, o profissional tem deexplicar para os executivos doexterior como funcionam nos-sos sistemas trabalhista, fiscal,tributário, que, muitas vezes,parecem sem sentido para eles.E precisa mostrar porque umadecisão pode ser muito mais be-néfica do que outra”, diz.

O conhecimento de idiomas,especialmente nesses casos,passou a ser essencial, segundoele, tanto para garantir a eficá-cia dos aconselhamentos quan-to para preservar a imagem dostrabalhadores. “A pessoa que ga-gueja no inglês pode até ter seuconhecimento técnico coloca-do sob desconfiança”, diz.

O gerente executivo da recru-tadora Talenses, Paulo Moraes,também destaca a importânciade conhecimentos interdiscipli-nares para os bacharéis. De acor-do com ele, graduados com co-nhecimentos financeiros e con-tábeis, por exemplo, podem tervantagem sobre os potenciaisconcorrentes no mercado detrabalho. “O advogado, hoje,tem de saber fazer contas, co-nhecer como é o mercado daempresa na qual ele atua. Essavisão empresarial é o que maisfalta aos formados”, diz.

Moraes afirma que a capaci-dade de oferecer soluções é umfator relevante não só nas áreasinternas das companhias, mastambém nos escritórios. As tra-jetórias dos profissionais nes-ses dois universos empregado-res variam um pouco, no entan-to: “Nas empresas, eles devemser mais generalistas, em geraltêm mais estabilidade, mas cres-cem na hierarquia mais vagaro-samente. Nos escritórios, elestêm de ser muito especializa-dos, têm menos benefícios, maspodem crescer rapidamente.”

Alguns programas de pós-gra-duação podem dar aos profissio-nais maior conhecimento a res-peito das dinâmicas práticas deorganizações e escritórios, es-pecialmente para recém-forma-

dos. Graduada em 2010, a advo-gada Vivian Christina Micali, de28 anos, passou a frequentarum curso lato sensu em DireitoEmpresarial no Instituto de En-sino e Pesquisa (Insper) no iní-cio deste ano, convencida deque os conhecimentos técnicosque obteve na faculdade nãoeram suficientes para as deman-das atuais do mercado.

Nas aulas, a jovem recebe no-ções de liderança, gestão e pla-nejamento, além de conteúdospróprios do meio jurídico comotributação e contratos. A inten-

ção do programa, de acordocom a coordenação da área noInsper, é oferecer aos jovensuma experiência semelhanteaos programas de trainee.

“O departamento jurídico étido como aquele que breca ope-rações da empresa. Por excessode cautela em contratos, porexemplo, acaba prejudicando onegócio”, afirma. Para Micali, oconhecimento obtido em disci-plinas de finanças, contabilida-de e administração ajudam a do-sar os requisitos jurídicos comos objetivos dos negócios.

Áreas. Algumas vertentes doDireito oferecem oportunida-des para os trabalhadores daárea. O coordenador de pós-gra-duação do Insper Direito, An-dré Camargo, vê boas perspecti-vas para profissionais com co-nhecimentos em direito socie-tário, pouco abordado nos cur-sos universitários, segundo ele.“O Direito Societário está na ba-se da organização e em todos ossetores da economia”, diz.

No escritório Rayes & Fagun-des Advogados Associados,com atuação em diversos seg-mentos, área societária e de con-tratos é uma das maiores em ter-mos de pessoal, juntamentecom as áreas de Direito Tributá-rio e Contencioso Cível. “E aárea trabalhista está crescen-do”, diz o advogado do escritó-rio Leonardo Neri – opiniãotambém compartilhada por em-

presas recrutadoras.As atividades de conciliação,

por outro lado, também têm ga-nhado espaço. O Leite, Tosto eBarros Advogados criou no anopassado uma área voltada à arbi-tragem. “As empresas têm bus-cado, como solução para seusconflitos, a arbitragem pela cele-ridade e segurança jurídica”,diz Marcus Vinicius Mingrone,sócio do escritório. Nesse senti-do, outra medida que deve ga-nhar evidência é a mediação, naopinião do vice-diretor da facul-dade de Direito na Faap, JoséRoberto Amorim.

No futuro, algumas áreas ten-dem a se fortalecer. Para espe-cialistas, os profissionais foca-dos em contratos e parcerias en-volvendo infraestrutura po-dem se beneficiar das conces-sões e parcerias público-priva-das. O aumento da preocupa-ção com sustentabilidade serátambém um impulso ao DireitoAmbiental, e o novo marco regu-latória para a internet podeabrir horizontes para os advoga-dos dedicados ao tema.

Desde 2011, a chamada Lei daTV Paga (12.485/2011) vem de-senvolvendo a área do DireitoAutoral e entretenimento, naopinião da advogada especiali-zada Andréa Francez, do escri-tório Francez & Alonso Advoga-dos. Ela conhece pelo menosdez escritórios que tambématuam no segmento, espalha-dos por várias partes do Brasil.

TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

A receita para a formação de umbom profissional em direito ésimples: o gosto pela leitura e ointeresse abrangente pelosmais variados assuntos são re-quisitos fundamentais para es-tudantes da área. Quem afirmasão professores das principaisuniversidades paulistas.

“O aluno precisa ter um perfilhumanista, muito aberto ao en-tendimento da sociedade emque vive. Como o direito é a dis-ciplina da convivência humana,ele deve estar disposto a ler bas-tante e acompanhar as informa-ções”, avalia o professor da Fa-culdade de Direito da USP Ota-vio Pinto e Silva, presidente dacomissão de graduação.

Ele acrescenta que a leituraanda de mãos dadas com a escri-ta. Por meio da primeira, o alu-no forma opinião a respeito dostemas do cotidiano e, pela se-gunda, demonstra o resultado

daquilo que aprendeu. Já o pro-fessor de direito constitucionalda PUC-SP Marcelo Figueiredodestaca que os interessados nocurso devem ter vocação univer-salista, pelas características pró-prias da atividade. “Direito éuma ciência aberta, que permi-te ir para vários campos – tribu-tário, civil, empresarial, ambien-tal”, enumera Figueiredo.

A flexibilidade exigida do ba-charel está presente não apenasdurante a graduação. Mesmona especialização, que tem o ob-jetivo de aprofundar um tema,essa capacidade deve ser traba-lhada, segundo o coordenadorda pós em direito da FaculdadeGetúlio Vargas (FGV-SP),Emerson Ribeiro Fabiani.

“É muito importante que, pa-ra conseguir arquitetar novassoluções jurídicas, a pessoa co-nheça outros ofícios e seja ca-paz de dialogar com profissio-nais diversos. Assim, é possí-vel transformar o ambiente on-de atua.”/A.S.

ESCRITÓRIO INVESTEEM ÁREA ESPORTIVAProfissional deve ter expertise interdisciplinar

Interesse por assuntosdiversos e gosto pelaleitura são requisitospara alunos doscursos de graduação

Vivian Micali. Jovem buscou um programa de pós-graduação para ampliar capacidade gerencial, um tema pouco abordado durante o estudo universitário

Otimismo. Neri (à esq.) e o estagiário André Rocha acreditam na consolidação do setor

● Oportunidades“O esporte é um produtoglobalizado, é ummercado muito grande”Leonardo NeriADVOGADO

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